tribuna de cachoeirinha 16 a 31 10 - 2011 pag 7

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07 GERAL Cachoeirinha, 16 a 31 de outubro de 2011 Planejamento faz ação para impedir construções irregula- res e vem interditan- do obras ROQUE LOPES Apenas 30% das construções fiscalizadas estão regulares Final da tarde na secre- taria do Planejamento. Chega da rua uma equipe de fiscalização e eles come- moram os resultados do dia de trabalho com duas noti- ficações emitidas por falta de projeto aprovado pela Prefeitura e uma obra em- bargada. Relegados a um segundo plano em outras gestões, os fiscais assumi- ram um papel fundamental nas ações comandadas pelo secretário Charlante Stuart desde que assumiu o Pla- nejamento, em julho deste ano. Ninguém confirma, mas era comum o trabalho de fiscais serem literalmen- te jogados no lixo com o fa- moso geitinho brasileiro que permitia a continuida- de de construções à revelia da lei. Um balanço superficial da fiscalização desde julho aponta que somente 30% das construções comerciais e residenciais fiscalizadas não apresentam nenhum tipo de irregularidade. Ou- tros 30% são de investido- res que não se preocuparam nem em contratar um pro- fissional da área para exe- cutar o projeto. Abriram os alicerces e começaram a obra até que foram surpre- endidos. Já 40%, de um to- tal de cerca de 200 vistori- Roque Lopes| JTC Patrícia Rovaris ais, tinham contratado um profissional, mas a obra estava em andamento sem o projeto estar pronto ou até mesmo sem ter sido obtida a autorização da Prefeitu- ra. “O que vinha aconte- cendo faz parte do passa- do. Quando assumi, a pri- meira providência foi fazer uma reunião com a Agea (Associação de Geólogos, Engenheiros e Arquitetos de Cachoeirinha) para ex- plicar as mudanças que irí- amos fazer dando ênfase para a fiscalização e lega- lidade. Quando fui verea- dor, cancei de criticar pro- jetos de regularização fun- diária encaminhados pela Prefeitura. Então, não que- ro ser criticado pelo que eu criticava. Hoje, nenhuma obra poderá ser feita sem estar em conformidade com a lei. Temos cinco fis- cais. Eles estão orientados a caminhar pela rua sempre de olho nas obras”, avisa Charlante. Para executar uma obra, é necessário a contratação de um responsável técnico, engenheiro ou arquiteto, e eles têm conhecimento de todas as etapas que preci- sam cumprir. Eles fazem o projeto que é protocolado na Prefeitura. “Levamos 30 dias para dar a autorização, se estiver tudo correto”, diz Charlante, salientando que é um dos menores prazos na comparação com outros municípios da região me- tropolitana. O custo com taxas é menor do que uma multa que fica em mil Uni- dades de Referência Muni- cipal (URM), correspon- dendo a R$ 2.364,00. A multa só é aplicada se o proprietário continuar a obra embargada e não aten- der o prazo dado na notifi- cação para que providencie o projeto. FALSIFICAÇÕES A chefe de fiscalização da secretaria de Planeja- mento, Daniela Curzel, ex- plica que todas as obras com projetos aprovados pela prefeitura recebem um adesivo no formato de uma folha de ofício com a infor- mação de que ela está li- cenciada. E já tem gente falsificando o adesivo. Um caso já foi flagrado no Par- que da Matriz. Uma economia que sai muito cara Executar uma obra sem licenciamento junto à Pre- feitura e sem a contratação de um responsável técnico pode custar muito caro. A presidenta da Associação de Geólogos, Engenheiros e Arquitetos de Cachoeiri- nha (Agea), Patrícia Rova- ris, conta que está atenden- do um cliente de Gravataí que teve sua obra embarga- da. “Ele não seguiu o Pla- no Diretor e agora terá que demolir parte da constru- ção”, conta. Para Patrícia, a ação desencadeada pelo secretá- rio Charlante está correta, não só por questões de se- gurança para quem vai construir, mas também para evitar o crescimento desor- denado da cidade e a cons- truções de edificações que não atendem os padrões definidos pela legislação. Os próprios profissionais da área tiveram que se ajus- tar. Antes, conta, era co- mum obras serem iniciadas enquanto seus projetos eram elaborados e encami- nhados para a Prefeitura, quando eram. “Acontecia de haver pressa. Hoje, isso não ocorre. Foi necessária uma mudança cultural”, destaca. O custo para a contra- tação de um profissional para a elaboração de um projeto de uma obra varia de 4% a 8% do custo total dela. Por metro quadrado, oscila entre R$ 14,00 e 20,00, podendo custar mais, dependendo da com- plexidade. Quem executa uma obra sem um profissi- onal regularidado junto ao Crea-RS também está su- jeito a uma multa que gira ao redor de R$ 2 mil. Como o Crea-RS e a Prefeitura estão trocando informações, quem se aventura em uma obra sem cumprir com a legislação pode ser flagrado e se não cumprir com as determina- dos expedidas nas notifica- ções não escapa de um multa de no mínimo R$ 4 mil, além de ter que provi- denciar a regularização. É o barato que sai muito caro. CALÇADAS E TERRENOS Fiscais da secretaria do Planejamento também es- tão notificando quem não tem calçada e proprietári- os de terrenos baldios. O trabalho já foi realizado na Vila Cachoeirinha, Vila City Nova Fase, Parque da Matriz e Colinas. Quem não tem calçada recebe um prazo e cinco alternativas de construção conforme a legislação. Quem não cum- pre com os prazos é multa- do. A chefe de fiscalização, Daniela Curzel, diz que tem recomendado lages como as usadas na calçada modelo. “São mais práticas e podem ser facilmente re- movidas e reaplicadas, quando necessário.” Já os proprietários de terrenos baldios devem fazer o cer- camento e a limpeza. Charlante e Daniela com os adesivos colocados nas obras Avenida Frederico Ritter - 801 De segunda a sexta, das 8h às 19h. Sábado, das 8h às 12h. 3470.3894 | 3470.4393 CONHEÇA AS CATEGORIAS DAS HABILITAÇÕES CATEGORIA "A" - Todos os veículos automotores e elétricos, de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral. CATEGORIA "B" - Categoria B - Veículos automotores e elétricos, de quatro rodas cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhen- tos quilogramas e cuja lotação não exceda a 08 (oito) lugares, excluído o do motorista, contem- plando a combinação de unidade acoplada, rebo- que, semi-reboque ou articulada, desde que aten- da a lotação e capacidade de peso para a catego- ria. Os condutores da categoria B também são autorizados a conduzir veículo automotor da es- pécie motor-casa, cujo peso não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motoris- ta. CATEGORIA "C" - Todos os veículos automotores e elétricos utilizados em transpor- te de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas; tratores, máqui- nas agrícolas e de movimentação de cargas, mo- tor-casa, combinação de veículos em que a uni- dade acoplada, reboque, semi-reboque ou arti- culada, não exceda a 6.000 kg de PBT e, todos os veículos abrangidos pela categoria "B". CATEGORIA "D" - Veículos automotores e elé- tricos utilizados no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a 08 (oito) lugares e, todos os veículos abrangidos nas categorias "B" e "C". CATEGORIA "E" - Combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadre nas categori- as B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais de peso bru- to total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito) lugares e, todos os veículos abrangidos pelas categorias "B", "C" e "D". TAXAS DO DETRAN/RS PODEM SER PAGAS TAMBÉM NO ITAÚ A partir desse mês de outubro, as taxas do Detran/RS relativas a serviços de habilitação, veículos, depósitos e multas também podem ser pagas no banco Itaú (além do Banrisul, Banco do Brasil, Bradesco e Sicredi). São mais 154 agên- cias no Estado para pagamento das GADs (guias de arrecadação do Detran/RS), 2,4 mil agências Brasil, além das agências no exterior. Para ter acesso ao serviço, não é necessário ser correntista do banco.

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07GERALCachoeirinha, 16 a 31 de outubro de 2011

Planejamento fazação para impedirconstruções irregula-res e vem interditan-do obras

� ROQUE LOPES

Apenas 30% das construçõesfiscalizadas estão regulares

Final da tarde na secre-taria do Planejamento.Chega da rua uma equipede fiscalização e eles come-moram os resultados do diade trabalho com duas noti-ficações emitidas por faltade projeto aprovado pelaPrefeitura e uma obra em-bargada. Relegados a umsegundo plano em outrasgestões, os fiscais assumi-ram um papel fundamentalnas ações comandadas pelosecretário Charlante Stuartdesde que assumiu o Pla-nejamento, em julho desteano. Ninguém confirma,mas era comum o trabalhode fiscais serem literalmen-te jogados no lixo com o fa-moso geitinho brasileiroque permitia a continuida-de de construções à reveliada lei.

Um balanço superficialda fiscalização desde julhoaponta que somente 30%das construções comerciaise residenciais fiscalizadasnão apresentam nenhumtipo de irregularidade. Ou-tros 30% são de investido-res que não se preocuparamnem em contratar um pro-fissional da área para exe-cutar o projeto. Abriram osalicerces e começaram aobra até que foram surpre-endidos. Já 40%, de um to-tal de cerca de 200 vistori-

Roque Lopes| JTC

Patrícia Rovaris

ais, tinham contratado umprofissional, mas a obraestava em andamento semo projeto estar pronto ou atémesmo sem ter sido obtidaa autorização da Prefeitu-ra.

“O que vinha aconte-cendo faz parte do passa-do. Quando assumi, a pri-meira providência foi fazeruma reunião com a Agea(Associação de Geólogos,Engenheiros e Arquitetosde Cachoeirinha) para ex-plicar as mudanças que irí-amos fazer dando ênfasepara a fiscalização e lega-lidade. Quando fui verea-dor, cancei de criticar pro-jetos de regularização fun-diária encaminhados pelaPrefeitura. Então, não que-ro ser criticado pelo que eucriticava. Hoje, nenhuma

obra poderá ser feita semestar em conformidadecom a lei. Temos cinco fis-cais. Eles estão orientadosa caminhar pela rua semprede olho nas obras”, avisaCharlante.

Para executar uma obra,é necessário a contrataçãode um responsável técnico,engenheiro ou arquiteto, eeles têm conhecimento detodas as etapas que preci-sam cumprir. Eles fazem oprojeto que é protocoladona Prefeitura. “Levamos 30dias para dar a autorização,se estiver tudo correto”, dizCharlante, salientando queé um dos menores prazosna comparação com outrosmunicípios da região me-tropolitana. O custo comtaxas é menor do que umamulta que fica em mil Uni-

dades de Referência Muni-cipal (URM), correspon-dendo a R$ 2.364,00. Amulta só é aplicada se oproprietário continuar aobra embargada e não aten-der o prazo dado na notifi-cação para que providencieo projeto.

FALSIFICAÇÕES

A chefe de fiscalizaçãoda secretaria de Planeja-mento, Daniela Curzel, ex-plica que todas as obrascom projetos aprovadospela prefeitura recebem umadesivo no formato de umafolha de ofício com a infor-mação de que ela está li-cenciada. E já tem gentefalsificando o adesivo. Umcaso já foi flagrado no Par-que da Matriz.

Uma economia que sai muito caraExecutar uma obra sem

licenciamento junto à Pre-feitura e sem a contrataçãode um responsável técnicopode custar muito caro. Apresidenta da Associaçãode Geólogos, Engenheirose Arquitetos de Cachoeiri-nha (Agea), Patrícia Rova-ris, conta que está atenden-do um cliente de Gravataíque teve sua obra embarga-da. “Ele não seguiu o Pla-no Diretor e agora terá quedemolir parte da constru-ção”, conta.

Para Patrícia, a açãodesencadeada pelo secretá-rio Charlante está correta,não só por questões de se-gurança para quem vaiconstruir, mas também paraevitar o crescimento desor-denado da cidade e a cons-truções de edificações quenão atendem os padrõesdefinidos pela legislação.Os próprios profissionais

da área tiveram que se ajus-tar. Antes, conta, era co-mum obras serem iniciadasenquanto seus projetoseram elaborados e encami-nhados para a Prefeitura,quando eram. “Aconteciade haver pressa. Hoje, issonão ocorre. Foi necessáriauma mudança cultural”,destaca.

O custo para a contra-tação de um profissionalpara a elaboração de umprojeto de uma obra variade 4% a 8% do custo totaldela. Por metro quadrado,oscila entre R$ 14,00 e20,00, podendo custarmais, dependendo da com-plexidade. Quem executauma obra sem um profissi-onal regularidado junto aoCrea-RS também está su-jeito a uma multa que giraao redor de R$ 2 mil.

Como o Crea-RS e aPrefeitura estão trocandoinformações, quem seaventura em uma obra semcumprir com a legislaçãopode ser flagrado e se nãocumprir com as determina-dos expedidas nas notifica-ções não escapa de ummulta de no mínimo R$ 4mil, além de ter que provi-denciar a regularização. Éo barato que sai muito caro.

CALÇADAS

E TERRENOSFiscais da secretaria do

Planejamento também es-tão notificando quem nãotem calçada e proprietári-os de terrenos baldios. Otrabalho já foi realizado naVila Cachoeirinha, VilaCity Nova Fase, Parque daMatriz e Colinas. Quemnão tem calçada recebe umprazo e cinco alternativasde construção conforme alegislação. Quem não cum-pre com os prazos é multa-do. A chefe de fiscalização,Daniela Curzel, diz quetem recomendado lagescomo as usadas na calçadamodelo. “São mais práticase podem ser facilmente re-movidas e reaplicadas,quando necessário.” Já osproprietários de terrenosbaldios devem fazer o cer-camento e a limpeza.

Charlante e Daniela com os adesivos colocados nas obras

Avenida Frederico Ritter - 801

De segunda a sexta, das 8h às 19h.

Sábado, das 8h às 12h.

3470.3894 | 3470.4393

CONHEÇA AS CATEGORIASDAS HABILITAÇÕES

CATEGORIA "A" - Todos os veículos automotorese elétricos, de duas ou três rodas, com ou semcarro lateral.

CATEGORIA "B" - Categoria B - Veículosautomotores e elétricos, de quatro rodas cujopeso bruto total não exceda a três mil e quinhen-tos quilogramas e cuja lotação não exceda a 08(oito) lugares, excluído o do motorista, contem-plando a combinação de unidade acoplada, rebo-que, semi-reboque ou articulada, desde que aten-da a lotação e capacidade de peso para a catego-ria. Os condutores da categoria B também sãoautorizados a conduzir veículo automotor da es-pécie motor-casa, cujo peso não exceda a 6.000kg (seis mil quilogramas), ou cuja lotação nãoexceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motoris-ta.

CATEGORIA "C" - Todos os veículosautomotores e elétricos utilizados em transpor-te de carga, cujo peso bruto total exceda a trêsmil e quinhentos quilogramas; tratores, máqui-nas agrícolas e de movimentação de cargas, mo-tor-casa, combinação de veículos em que a uni-dade acoplada, reboque, semi-reboque ou arti-culada, não exceda a 6.000 kg de PBT e, todos osveículos abrangidos pela categoria "B".

CATEGORIA "D" - Veículos automotores e elé-tricos utilizados no transporte de passageiros,cuja lotação exceda a 08 (oito) lugares e, todosos veículos abrangidos nas categorias "B" e "C".

CATEGORIA "E" - Combinação de veículos emque a unidade tratora se enquadre nas categori-as B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque,semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000kg (seis mil quilogramas) ou mais de peso bru-to total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito) lugarese, todos os veículos abrangidos pelas categorias"B", "C" e "D".

TAXAS DO DETRAN/RS PODEMSER PAGAS TAMBÉM NO ITAÚ

A partir desse mês de outubro, as taxas doDetran/RS relativas a serviços de habilitação,veículos, depósitos e multas também podem serpagas no banco Itaú (além do Banrisul, Banco doBrasil, Bradesco e Sicredi). São mais 154 agên-cias no Estado para pagamento das GADs (guiasde arrecadação do Detran/RS), 2,4 mil agênciasBrasil, além das agências no exterior. Para teracesso ao serviço, não é necessário sercorrentista do banco.