treino de força para hipertensos
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ARTIGO DE REVISO
TREINAMENTO DE FORA PARA HIPERTENSOS
RESISTIVE TRAINING FOR HYPERTENSES
Aline Silva de Mello Hrcules Passos Ximenes
Ps Graduao em Educao Fsica UGF/Braslia
RESUMO O objetivo desta reviso bibliogrfica confirmar que o exerccio fsico provoca alteraes fisiolgicas nos sistemas corporais, inclusive no sistema cardiovascular. Os nveis tensionais sobem durante o exerccio, porm, sabe-se que o mesmo realizado de forma sistemtica contribui para a reduo da presso arterial, tanto de forma crnica quanto de forma aguda, promovendo sade ao ser humano. Alm disso, pretende-se mostrar tambm os benefcios do treinamento de fora para hipertensos baseado em informaes do I Consenso Nacional de Reabilitao Cardiovascular e estudos da presso arterial, freqncia cardaca e duplo produto em exerccios de repeties mximas e exerccios aerbios onde ficou constatado menor stress miocrdico com exerccios de fora. Outro estudo com idosos mostrou o aumento do VO2 mx dos mesmos com o treinamento de fora, alm disso, ficou comprovado tambm que hipertensos controlados reduziam a presso arterial de forma aguda com exerccios em cicloergmetro a 75% da FC mx. Esses estudos so comparados aos de outros pesquisadores para um maior suporte das afirmaes contidas nesta reviso. Palavras-chaves: Treinamento de fora, presso arterial, hipertenso arterial.
ABSTRACT The purpose of this review article is to consolidate that the physical exercise provokes physiologicals responses in many bodies systems, including the cardiovascular system. The tension levels increase during the exercise, but its known that if its realized sistematicly, the blood pressure decreases in a cronic and acute way, improving the human health. Moreover, the purpose is to show also the benefits of the resistive training for hypertenses founded in informations of the I Consenso Nacional de Reabilitao Cardiovascular and blood pressure, heart rate and double products studies in maximal exercises and aerobic exercises that show lower myocardical stress with the resistive training. Other research with older people showed the increase of VO2 max of them with weight training, moreover, it was confirmed that controled hypertenses decreased their blood pressure in a acute way with exercise in ciclyergometry at 75% of HR max. These studies are compared with others to suport the information in this review. Key Words: Resistive training, blood pressure, arterial hypertension
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INTRODUO
A realizao de exerccios fsicos
desencadeia uma srie de respostas
fisiolgicas nos vrios sistemas corporais
e em particular no sistema cardiovascular.
Afim de manter a homeostase celular
diante do rpido aumento das
necessidades metablicas h um
aumento significativo do dbito cardaco,
uma redistribuio do fluxo sangneo e
uma elevao da perfuso circulatria
para a musculatura ativa. Os nveis de
presso arterial sobem durante o
exerccio fsico, porm sabe-se que o
mesmo praticado de forma regular e
freqente contribui para que haja uma
reduo da mesma, tanto de forma aguda
como crnica. (2)
A musculao e o treinamento de
fora no eram vistos no passado como
benficos para a sade e a aptido fsica.
Tal viso no tinha embasamento
cientfico, era fundamentado somente em
raciocnios fisiolgicos ou fisiopatolgicos.
Com o acmulo de evidncias cientficas,
tais crticas deixaram de ocorrer.
Atualmente dispomos de variada
documentao que relata os benefcios do
exerccio com peso para a sade,
inclusive para o sistema cardiovascular.
(10,12)
O treinamento de fora resulta em
uma hipertrofia cardaca em que no h
aumento alm do limite normal da parede
miocrdica (hipertrofia fisiolgica)
diferente da hipertrofia causada pela
hipertenso (hipertrofia patolgica).(4)
As adaptaes cardiovasculares ao
treinamento de fora ocorrem devido
necessidade de bombear uma quantidade
relativamente baixa de sangue em uma
presso relativamente alta. (4)
Em se tratando das adaptaes
cardiovasculares que ocorrem no
repouso, sabe-se que a freqncia
cardaca de repouso permanece na mdia
ou abaixo da mdia em atletas treinados
em fora. Isso ocorre devido ao aumento
da estimulao parassimptica e
diminuio da simptica para o corao. A
presso arterial permanece na mdia ou
abaixo da mdia em atletas (tanto PAS
quanto PAD), a explicao para tal fato
a reduo da gordura corporal, reduo
do sal e alteraes no impulso simptico
do corao.(4)
A freqncia cardaca e a presso
arterial aumentam substancialmente
durante o treinamento de fora,
principalmente nas ltimas repeties de
uma srie at a falha concntrica
voluntria. Essas duas variveis
aumentam em maior proporo ao final de
sries submximas at a falha voluntria
do que em sries usando cargas de 1 RM.
(4)
A exposio freqente e regular ao
treinamento de fora proporcionam uma
reduo do stress cardiovascular no
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repouso alm de tambm reduzi-lo
durante outros exerccios. (1,4)
A resposta da presso arterial
durante a atividade resulta de um
aumento da presso intratorcica que
provoca uma reduo do retorno venoso.
Consequentemente h tambm uma
reduo do volume sistlico e um acmulo
de sangue na circulao sistmica
resultando em um aumento da presso
arterial. (4)
O objetivo desta reviso
bibliogrfica mostrar a validade do
treinamento de fora no controle da
presso arterial em indivduos hipertensos
e as variveis que influenciam no
aumento ou diminuio desta, baseando-
se em estudos e comparando-os para
uma melhor proposta de treinamento de
fora dirigida a hipertensos.
1. CONCEITOS BSICOS
Hipertenso arterial: No so ainda
conhecidos todos os mecanismos que
iniciam e mantm a presso arterial
elevada na hipertenso arterial primria. A
fisiopatologia envolve duas variveis
bsicas: fluxo sistmico total (DC= FC x
volume de ejeo) e resistncia oferecida
pelos vasos sangneos perifricos
(resistncia vascular perifrica. (6)
O conceito mais recente de
hipertenso arterial baseia-se na idia
proposta por Weber, que a hipertenso
no pode ser entendida somente como
uma condio clnica de cifras tensionais
elevadas, mas como um quadro
sindrmico incluindo alteraes
hemodinmicas, trficas e metablicas.
Muitos dos elementos da chamada
sndrome hipertensiva so fatores de risco
cardiovascular isolados independente da
elevao da presso arterial. Acredita-se
que a associao dessas alteraes em
um indivduo tenha base gentica,
podendo tambm haver influncia do
meio ou estilo de vida. (16)
Presso sangnea: um produto final
mensurvel de uma srie de fatores
excessivamente complexos, inclusive
aqueles que controlam o dimetro do
vaso sangneo e a responsividade,
aqueles que controlam o volume do fluido
interior e fora do leito vascular e aqueles
que controlam o dbito cardaco. Nenhum
destes fatores independente, eles
interagem entre si e respondem s
modificaes da presso sangnea. (7)
Exerccios resistidos: So exerccios
realizados contra alguma resistncia
(normalmente pesos) graduvel
contrao muscular. (14)
Exerccios dinmicos: So exerccios
onde h contraes musculares
dinmicas, ou seja, existe movimento
articular durante a contrao. As
contraes concntricas e excntricas so
dois tipos de atividade dinmica. (9)
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Exerccios aerbios: So exerccios
realizados com intensidade leve a
moderada e normalmente com tempo de
durao longo, envolvendo grandes
grupamentos musculares. Ex.: caminhar,
correr, pedalar, nadar... (5)
2. ESTUDOS
Segundo o I Consenso Nacional de
Reabilitao Cardiovascular: Os efeitos
fisiolgicos do exerccio so classificados
como agudos imediatos, agudos tardios e
crnicos. Agudos imediatos so os que
ocorrem per e ps imediatamente ao
exerccio, ex.: aumento da FC, ventilao
pulmonar e sudorese... Os efeitos tardios
so os que ocorrem at as primeiras 24
horas ps-exerccio, ex.: discreta reduo
dos nveis tensionais, especialmente nos
hipertensos; aumento do nmero de
receptores de insulina nas membranas
das clulas musculares... Por fim, os
efeitos crnicos, tambm denominados
adaptaes, so os que resultam da
exposio freqente e regular s sesses
de exerccio, so os aspectos
morfofuncionais que diferenciam o
indivduo fisicamente treinado de outro
sedentrios ex.: hipertrofia muscular,
aumento do VO2 mx., etc...(6)
Aspectos bsicos da estrutura
msculo-esqueltica e o treinamento: a
avaliao da condio msculo-
esqueltica para a prescrio adequada
dos exerccios tem fundamental
importncia, pois algumas alteraes nas
funes deste sistema podem prejudicar
ou mesmo inviabilizar um Programa de
Reabilitao Cardiovascular (PRCV). As
leses nos programas supervisionados
geralmente ocorrem em fases iniciais, os
fatores etiolgicos freqentemente
envolvidos so: a fraqueza, a reduo da
resistncia muscular, as retraes
msculo-tendneas que reduzem a
flexibilidade e provocam alteraes
posturais e maior sobrecarga articular, a
no coordenao motora e percepo
reduzida do posicionamento dos
segmentos corporais que determinam
padres de movimentos no-harmnicos.
(6)
Pr-requisitos para o
treinamento de fora e resistncia
muscular: 1- ausncia de doena
msculo-esqueltica que contra-indique a
utilizao de cargas elevadas, 2- presso
arterial sistmica normal ou controlada, 3-
ausncia de arritmias complexas, 4- ter
completado pelo menos 6 a 8 semanas de
um PRCV e apresentar capacidade
funcional mnima de 17 ml/kg/min. (6)
Metodologia de treinamento: os
princpios baseiam-se em trs:
especificidade, sobrecarga e
reversibilidade. O princpio da
especificidade diz que todo treinamento
tem efeito especfico no desenvolvimento
do grupamento muscular e no sistema
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energtico utilizado. J o princpio da
sobrecarga afirma que o treinamento
efetivo e seguro aquele que o aumento
das sobrecargas so aplicados de
maneira progressiva respeitando a
individualidade. Por fim, o princpio da
reversibilidade diz que os efeitos
benficos do treinamento so transitrios
e reversveis e podem desaparecer com a
diminuio ou falta do exerccio. (6)
Prescrio de exerccio: 1-
Frmulas para a determinao da FC de
treinamento: escala de Borg, tabela de
Fox e frmula de Karvonem. 2- Prescrio
de treinamento de resistncia muscular: o
treinamento contnuo pode ser aplicado
segundo o tempo de realizao em
exerccios de curta, mdia e longa
durao. O treinamento aerbio
intervalado deve ser individualizado
estabelecendo-se a durao total, nvel de
intensidade, nmero de repeties para
cada intensidade e durao de cada
intensidade. As vantagens do treinamento
intervalado quando comparado ao
treinamento contnuo so trs: 2.1- maior
realizao de trabalho total, 2.2-
facilitao da adaptao da musculatura
esqueltica para suportar exerccios de
maior intensidade, 2.3- quebra da
monotonia do treinamento. 3- Prescrio
de treinamento de RML: as adaptaes
fisiolgicas da musculatura esqueltica
dependem das seguintes condies:
exerccios dinmicos, cargas
submximas, nmero de sries, nmero
de repeties e durao dos intervalos
entre cada srie. O treinamento mais
usado em RML o circuito, a aplicao
deste deve considerar os seguintes
aspectos: a) grupos musculares
solicitados, b) grau de dificuldade de
execuo, c) eventuais problemas
ortopdicos, d) nmero de estaes do
circuito, e) tempo de permanncia em
cada estao, f) durao do intervalo
entre as estaes, g) ordem dos
exerccios, h) tcnica correta da atividade
e i) individualizao das cargas de
treinamento. 4- Prescrio de treinamento
de flexibilidade: o treinamento de
flexibilidade tem como objetivo melhorar a
mobilidade articular e elasticidade
muscular podendo ser desenvolvida
atravs de mtodos estticos e dinmicos.
(6)
Reabilitao cardiovascular na
hipertenso arterial sistmica: ainda
no se conhece todos os mecanismos da
hipertenso arterial primria, duas
variveis envolvidas na fisiopatologia so
bsicas: 1- fluxo sangneo sistmico total
(DC) e 2- resistncia vascular perifrica. O
Segundo Conselho Brasileiro para o
tratamento da hipertenso arterial em
1994 da Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) considerou que os
programas de atividade fsica devem ser
vistos como tratamento no-
farmacolgico. Nas recomendaes da
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literatura sobre prescrio de exerccio
existe consenso de que a atividade fsica
deve ser moderada e com componente
isotnico predominante. Os aspectos
peculiares na prescrio de exerccios na
hipertenso arterial so: 1- exerccios
regulares predominantemente isotnicos
com mobilizao de grandes massas
musculares, 2- liberao sem medicao
somente para indivduos que apresentem
PAD entre 90 e 105 mmHg e sem leso
de rgo alvo; maiores ou iguais a 110
mmHg, o tratamento farmacolgico e
superviso mdica para o exerccio so
necessrios, 3- nveis de PAS menores ou
iguais a 200 mmHg durante a atividade, 4-
nvel de DP menor ou igual a 28.000, s
manter o indivduo na atividade se este
no apresentar sintomas. (6)
Interao entre a teraputica
pelo treinamento fsico e a
medicamentosa: algumas medicaes
utilizadas tm efeito na adaptao
cardiovascular e no desempenho fsico,
em contraposio, o exerccio fsico pode
altera a ao de determinados agentes
farmacolgicos, 1- beta-bloqueadores:
nos pacientes com hipertenso arterial os
beta-bloqueadores diminuem a
capacidade fsica mxima e de modo
geral interferem em algumas respostas
induzidas pelo exerccio diminuindo o
MVO2. As aes dos beta-bloqueadores
no so totalmente sinrgicas s
respostas com o indivduo em exerccio,
mas podem maximiz-las mantendo-se o
uso desde que a FC de trabalho seja
naturalmente mais baixa. Passaro e col.
estabeleceram-na atravs de uma
correlao entre a dose do beta-
bloqueador e a diminuio do percentual
da FC (%FC a corrigir = y + 98,58/9,74,
onde y = dose de beta-bloqueador com
propranolol em mg). A tabela de Kaplan
permite verificar a equivalncia de outros
beta-bloqueadores com o propranolol. 2-
Antagonistas de Ca: inibem o fluxo de Ca
para as clulas musculares lisas, reduzem
o tnus vascular, promovendo
vasodilatao no leito coronrio nas
artrias perifricas e como resultado final
atenuao da PA sistmica. A freqncia
cardaca em exerccio: Nifedipina: no
influencia; Diltiazem e Verapamil: inibem.
PAS/PAD durante o exerccio para
hipertensos: Verapamil e Nifedipina:
provocam queda (provavelmente devido
diminuio da resistncia perifrica). 3-
Nitratos: no exerccio pacientes em uso de
nitratos alcanam aumentos na durao e
na carga. Seu principal efeito a reduo
da necessidade de O2 do miocrdio em
qualquer nvel de exerccio, contudo deve-
se observar eventual hipotenso arterial
durante o treino. 4- Diurticos; tm efeito
hipotensor relacionado depleo de
volume e de diminuio da resistncia
vascular perifrica. Diurticos Trazdicos e
os de Ala tendem a diminuir a PA
durante o exerccio em razo da
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diminuio da volemia e do dbito
cardaco. Eles no tm efeito na resposta
da FC em exerccio, mas eventualmente
podem induzir hipovolemia e
hipocalcemia durante e aps o exerccio.
5- Inibidores da enzima de converso: em
exerccio tm ao bloqueadora sobre a
PA e sobre o stress emocional atravs do
efeito estimulante na produo de
bradicinina e esta estimula a produo de
prostaglandinas vasodilatadoras que
diminuem a resistncia vascular perifrica.
6- Digitlicos: a ao digitlica incrementa
o rendimento funcional e promove
perfuso miocrdica podendo reduzir o
MVO2. Em exerccio promovem a
diminuio da PA e FC no chegando,
contudo, a interferir na FC de trabalho. (6)
Farinatti e Assis (2000) realizaram
um estudo envolvendo freqncia
cardaca, presso arterial e duplo produto
em exerccios contra-resistncia
executado com uma amostra de 18
voluntrios com idade mdia de 23 anos
sem patologia. Foram realizados trs
testes de fora e um aerbio contnuo. Os
testes de fora foram realizados em
cadeira extensora e o aerbio em
cicloergmetro por 20 minutos com 75% a
80% da freqncia cardaca de reserva
(RCRes.). Os testes de fora foram
realizados a 1 RM, 6 RM e 20 RM, no
mesmo dia, sendo realizada a aferio da
freqncia cardaca e presso arterial,
esta nas duas ltimas repeties de cada
srie. E no teste aerbio a presso arterial
e freqncia cardaca foram aferidas no
5,10, 15 e 20 minutos. (3)
Em relao freqncia cardaca
no teste de fora observou-se um
aumento gradativo com o aumento do
nmero de repeties. No teste aerbio a
freqncia cardaca aumentou em relao
ao tempo de execuo. Analisando os
valores mdios de freqncia cardaca,
observou-se que os aumentos nos
exerccios de fora foram
significativamente inferiores ao teste
aerbio e que a mdia mais alta no teste
de fora com 20 RM (133 bpm) foi bem
inferior que a mdia encontrada no
exerccio aerbio (154 bpm). (3)
Analisando a presso arterial
sistlica (PAS), encontrou-se tambm um
aumento gradativo em relao ao nmero
de repeties para o treinamento de fora,
sendo que para 1 e 6 RM a PAS
comportou-se semelhantemente ao
repouso. Em relao ao exerccio aerbio
houve um aumento significativo da PAS,
ocorrendo uma estabilizao a partir do
10 minuto. Na PAS, os aumento
ocorridos nos exerccios de fora tambm
foram significativamente inferiores ao
exerccio aerbio, sendo que a mdia
mais alta encontrada em 20 RM (158
mmHg) foi menor que a mdia para o
exerccio aerbio (5 minuto = 173 mmHg)
(3)
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Analisando a presso arterial
diastlica (PAD) em relao ao repouso
no houve aumento significativo em
nenhum dos testes, sendo que no teste
aerbio observou-se uma pequena
reduo da PAD a partir do 5 minuto. (3)
Em relao ao duplo produto (DP),
houve um aumento proporcional ao
nmero de repeties para os exerccios
localizados, no exerccio aerbio houve
um significativo aumento comparado ao
anterior e acontecendo uma estabilizao
aps o 5 minuto. (3)
Em relao FC e PAS, tanto nos
exerccios contra resistncia quanto no
exerccio aerbio, houve um aumento em
relao ao repouso, sendo que no
segundo esse aumento foi mais
significativo que no primeiro. Na PAD no
houve variao significativa. O DP
encontrado no trabalho aerbio a partir do
10 minuto poderia desencadear
sensao de desconforto em pacientes
com angina por dores no peito com risco
importante de intercorrncia cardaca. O
mesmo no ocorre nos exerccios contra-
resistncia, pois os valores mais altos no
ultrapassaram 21.000, abaixo do ponto
considerado de corte para angina, que
de 30.000. (3)
Concluso: exerccios dinmicos
contra-resistncia parecem acarretar
menores solicitaes cardacas que
exerccios aerbios de 75% a 80% da
FCRes. O nmero de repeties (tempo
de execuo) parece ter influncia maior
que a carga absoluta mobilizada nos
exerccios contra-resistncia no que se
refere solicitao cardaca, enquanto
que em atividades aerbias a intensidade
o mais importante.(3)
Em um estudo realizado por Maria
Copetti et al. (1999) com indivduos com
idades entre 50 e 70 anos, sedentrios e
saudveis foram realizados um pr e um
ps teste de VO2 mx. pelo protocolo de
Bruce em esteira e um teste de 15 RM. (1)
O treinamento foi composto de uma
fase de adaptao de duas semanas e
uma fase especfica de dez semanas,
sendo realizados exerccios de fora para
membros inferiores e exerccios de
resistncia para membros superiores e
tronco. O treino era realizado trs vezes
por semana sem nenhum trabalho
aerbio.(1)
A FC de repouso diminuiu
significativamente comparando-se o pr e
o ps testes enquanto os valores de
FCmx. aumentaram mesmo que pouco
significativamente. Isso se explica pelo
aumento do tempo de teste retardando a
fadiga. Esta melhora da resistncia pode
ter ocorrido devido melhora da fora
obtida com o treinamento. A diminuio
da FC de repouso sugere que houve uma
adaptao no sistema cardiovascular ao
treinamento. Houve um aumento
significativo do VO2 mx. (1)
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Dois aspectos devem ser
considerados para este estudo: o
aumento do VO2 mx. ocorreu devido
melhora da fora que proporcionou a
melhora da resistncia, e a diminuio da
FC de repouso indica a influncia das
adaptaes cardiovasculares ao treino
com pesos no aumento do VO2 mx. (1)
Um estudo realizado na clnica
Cardiosport em Florianpolis SC
composto por uma amostra de 23
indivduos hipertensos controlados
praticantes de atividade fsica mostrou os
efeitos agudos do exerccio aerbio sobre
a presso arterial destes indivduos em
diferentes volumes de treinamento. Estes
indivduos treinavam cinco vezes por
semana, sendo duas sesses com
exerccios aerbios dinmicos em
cicloergmetro com 25 e 45 minutos de
durao a 75% da FC mx. As sesses
foram realizadas com intervalo de 48
horas, onde os indivduos permaneciam
em repouso por 15 minutos e aps por 30
minutos. Antes dessas sesses
experimentais os indivduos participavam
de uma sesso controle onde eles
permaneciam em repouso por 45 minutos.
Nas sesses experimentais a PA e a FC
eram medidas no 1, 5, 10, 20 e 30
minutos ps-exerccio. (10)
Resultados: os valores mdios de
repouso de PAS e PAD foram os
seguintes: 128,04 mmHg e 83,91 mmHg
respectivamente. Protocolo de controle:
no houve alteraes de valores de FC,
PAS e PAD. Protocolo experimental: PAS
medida no perodo de repouso no
diferiu entre as duas sesses
experimentais. Aps a sesso de 45
minutos a PAS diminuiu significativamente
em relao de controle do 5 ao 30
minutos de recuperao (controle: 128
mmHg x R5 = 115,43 mmHg, R10 =
111,74 mmHg, R20 = 108,48 mmHg e
R30 = 105 mmHg). Na sesso de 25
minutos diminuiu significativamente de
valor aps o 10 minuto at o 30 minuto
de recuperao (controle: 128,04 mmHg x
R10 = 116,74 mmHg, R20 = 113,48
mmHg e R30 = 110,87 mmHg). Isso
confirma o fato de que uma sesso mais
duradoura (maior volume) de exerccios
capaz de proporcionar uma queda da
PAS de maior amplitude, levando-se em
conta uma mesma intensidade. PAD no
perodo de repouso tambm no diferiu
das sesses experimentais (25 minutos =
83,07 mmHg e 45 minutos = 81,96
mmHg). Aps a sesso de 45 minutos a
PAD diminuiu significativamente de valor
em relao a de controle do 5 ao 30
minuto de recuperao (controle: 83,91
mmHg x R5 = 77,17 mmHg, R10 = 75,43
mmHg, R20 = 74,13 mmHg e R30 = 72,17
mmHg). Na sesso de 25 minutos a PAD
diminuiu significativamente em relao a
de controle entre o 10 e o 30 minuto de
recuperao (controle: 83,91 mmHg x R10
= 77,39 mmHg, R20 = 76,74 mmHg e R30
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10
= 75,17 mmHg). Podemos observar que
no 30 minuto de recuperao da sesso
de 45 minutos houve uma diminuio
significativa da PAD em relao a de
controle e isso no se verifica em relao
a de 25 minutos, resultado idntico PAS
onde um maior volume provocou uma
maior queda da PAD com intensidades
iguais. Comparao entre as sesses
experimentais: observou-se diferena
significativa de PAS apenas durante o 1
minuto de recuperao (R25 = 132,61
mmHg x R45 = 124,13 mmHg). J a
anlise estatstica da PAD no identificou
diferenas significativas, apesar de no
haver diferenas significativas no repouso
para PAS/`PAD aps a sesso de 45
minutos. Os valores mostram-se inferiores
quando comparados a sesso de 25
minutos. Comportamento da FC: a
freqncia cardaca apresentou um
comportamento semelhante nas duas
sesses experimentais, apresentando
valores significativamente maiores que o
controle no 1 minuto de recuperao,
tanto na sesso de 25 minutos como na
de 45 minutos (controle: 76,35 bpm x
R1/25 = 89,22 bpm, R1/45 = 87,52 bpm).
O comportamento da FC na recuperao
pode depender mais da intensidade que
da durao, uma vez que Mc Donald, Mc
Dougall e Hogben (1999) observaram
valores maiores ps-exerccio com 75%
do VO2 mx. do que com 50% do VO2
mx.(9,10)
Este estudo demonstrou que uma
nica sesso de exerccios capaz de
diminuir os nveis pressricos do indivduo
hipertenso controlado que pratica
atividade fsica. Alm disso, a magnitude
e a rapidez do efeito hipotensor do
exerccio parecem ser maiores aps uma
sesso de maior volume para 75% da FC
mx. ps exerccio. Embora s tenha
havido diferenas significativas do efeito
hipotensor na PAS, os valores de PAD se
mantiveram menores nos exerccios de
maior volume. Os resultados desse
estudo tm importncia clnica uma vez
que demonstram a influncia da durao
do exerccio na resposta hipotensora ps-
exerccio. (10)
Butler et al. (citados por Verril e
Robisl, 1996) relataram diferenas pouco
significativas entre as respostas da FC no
meio, fim ou imediatamente aps ao
treinamento em circuito executado entre
40 e 60% de 1 RM e a FC aferida durante
a execuo de exerccio aerbio com 85%
da FC mx. predita em pacientes
cardacos selecionados. (15)
Em reviso bibliogrfica realizada
por David, Verril e Paul Ribisl (1996)
sobre a suposio que PAD e PAS
elevadas por exerccios com sobrecarga
alta poderiam aumentar a probabilidade
de disrritmias, isquemias miocrdicas ou
disfunes do ventrculo esquerdo em
pacientes com danos cardacos;
elevaes clinicamente aceitveis na PAS
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com qualquer aumento na resposta da
PAD poderiam facilitar a perfuso
coronria na presena de um alto duplo
produto pelo fato de a PAD aumentada
poder aumentar a presso de perfuso
miocrdica. (15)
Squire et al. (citados por Verril e
Ribisl, 1996) observaram respostas
aceitveis de PA durante exerccios de
supino e leg press em pacientes de 17 a
60 dias aps evento cardaco. As maiores
PAS observadas foram de 30 a 58 mmHg
maiores que valores pr-exerccios para
leg press e supino respectivamente. Os
mesmos no encontraram sinais ou
sintomas de isquemia durante o
treinamento em circuito, inclusive em
quatro pacientes com volume de ejeo
menor que 40%. (15)
Ghilarducci et al. (citados por Verril
e Ribisl, 1996) observaram em pessoas
aerobiamente treinadas que participavam
de PRCV respostas maiores de PA,
porm aceitveis, quando realizaram
treinamento resistido de alta intensidade,
acima de 80% de 1 RM. Os mesmos
foram continuamente monitorados na FC
e ECG durante o teste de 1 RM, FC e PA
durante dez semanas de treinamento, no
houve sinais de isquemia, FC ou PA
anormais, nem durante o teste nem
durante o treino. (15)
Featherstone et al. (citados por
Verril e Ribisl, 1996) sugerem que
presses altas podem facilitar o aumento
da perfuso miocrdica e poderia
enaltecer o fluxo sangneo coronariano.
Tem sido exatamente especulado que
uma breve manobra de Valsalva durante
a contrao muscular pode reduzir a
presso transmural sobre os vasos
cerebrais. Desta forma reduz-se o risco de
dano vascular sobre presso extrema e
pode servir como mecanismo protetor
para o corao e crebro contra
complicaes cardiovasculares. A PAD
no aumenta e o volume de ejeo do
ventrculo esquerdo mantido. (15)
O treinamento resistido crnico
tem mostrado baixar a PA em homens
jovens normotensos, adultos de meia-
idade, adultos hipertensos limtrofes e
adolescentes hipertensos. Stone et al
observaram uma significativa reduo na
PAS, mas sem mudanas na PAD, aps
oito semanas de treinamento estilo
olmpico de levantamento de pesos em
homens jovens, e Hagberg et al. (citados
por Verril e Ribisl, 1996), encontraram um
decrscimo significativo na PAS em
adolescentes seguindo um programa de
corrida. McCartney et al.(citados por Verril
e Ribisl, 1996), observaram que a
combinao treinamento com pesos e
treinamento aerbio mais efetiva para a
melhora na fora e performance aerbia
do que a atividade aerbia sozinha. Eles
encontraram aumento na intensidade da
carga de 15% e aumento do tempo de
execuo em 109% no cicloergmetro
-
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seguindo dez semanas (20 sesses) de
exerccios aerbios de 60 a 85% da FC
mx e exerccios com pesos de 40 a 80%
de 1 RM. Eles atriburam essa melhoria
da performance ao aumento da fora e
potncia dos msculos esquelticos,
medidas metablicas diretas no foram
realizadas nesta investigao. (15)
de vital importncia para
pacientes de PRCV de todas as idades
manter ou recuperar a fora perdida aps
um evento cardaco para retornar s suas
atividades dirias. Estas melhoras
tambm do ao paciente maior confiana
nas atividades profissionais como tambm
proporciona uma melhora da auto-
imagem. Alm disso, a melhora da fora
muscular e o aumento da massa ssea
podem reduzir a osteoporose e
complicaes associadas com quedas
acidentais em idosos. (15)
A melhoria da fora tem sido
relatada em programas de treinamento
resistido de alta intensidade, maiores que
80% de 1 RM para homens e mulheres
saudveis destreinados, idosos e em
pacientes cardacos aerobiamente
treinados. A Associao Americana de
Reabilitao Cardiovascular e Pulmonar
(AACVPR) tem recomendado que
pacientes de baixo risco realizem
exerccios resistidos no mnimo duas a
trs vezes por semana para uma
adequada melhora da fora.
Alguns estudos de treinamento
resistido crnico em indivduos saudveis
tm relatado reduo no colesterol total
(CT), LDL-colesterol e na proporo
CT/HDL-C. Aumentos no HDL-colesterol e
HDL2-colesterol tm tambm sido
observados seguindo dezesseis semanas
de treinamento em circuito. Outros
estudos negam estas afirmaes,
exemplo: Kokkinos et al no encontraram
mudanas significativas em nenhum
parmetro lipoproteico seguindo vinte
semanas de circuit-training. Inversamente
Boyden et al.(citados por Verril e Ribisl,
1996), encontraram um decrscimo
significativo no CT e no LDL-C seguindo
vinte semanas de treinamento resistido
em mulheres saudveis pr-menopausa
de 28 a 39 anos que tinham valores
lipdicos basais normais, embora o HDL-C
permanecesse sem mudanas. (15)
Tem sido levantada a hiptese que
a intensidade do treinamento o fator
fundamental para as mudanas crnicas
no perfil lipdico sangneo. (15)
Concluindo, parece que o
treinamento resistido tem o potencial de
obter alguns efeitos favorveis ao
paciente cardiopata, embora estudos
sobre variveis como peso corporal,
gordura corporal, PA e certas variveis
hematolgicas divergirem sobre a melhora
significativa com o treinamento em
circuito; a fora muscular e a endurance
cardiovascular so alteradas
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beneficamente seguindo um treinamento
resistido, podem ser realizadas mais
pesquisas para comprovar a diminuio
dos fatores de risco cardiovascular. (15)
O Amercian Heart Association tem
estabelecido que seguindo
cuidadosamente treinamento de fora
sozinho ou associado ao aerbio
geralmente seguro e efetivo em pacientes
com doenas coronrias estveis
medicamente e supervisionados em
programas de reabilitao. (15)
CONCLUSO
Apesar de o I Consenso Nacional
de Reabilitao Cardiovascular orientar
atividades fsicas moderadas para
cardiopatas, o estudo da FC, PA e DP em
exerccios contra resistncia e aerbio
mostra que os exerccios dinmicos de
alta intensidade impem menores
solicitaes cardacas do que os
exerccios aerbios entre 75 e 80% da FC
de reserva e que o tempo parece ter mais
influncia do que a carga absoluta na
solicitao cardaca nos exerccios contra
resistncia; enquanto que em atividades
aerbias a intensidade exerce maior
influncia. Em contraposio no estudo
sobre o efeito agudo do exerccio aerbio
sobre a PA de hipertensos controlados
submetidos a diferentes volumes de
treinamento as evidncias mostram que
h uma diminuio significativa da PAS
ps-exerccios em uma nica sesso de
exerccio e que o tempo de exposio do
exerccio aerbio tem influncia direta
para essa diminuio de PA, comparada
com o tempo menor de exposio para
uma mesma intensidade. No estudo sobre
alteraes do VO2 mx. para idosos
decorrentes de treinamento com pesos
concluiu-se que uma capacidade aerbia
aumentada permite a realizao de
atividades de maiores intensidades sem
que com isso haja um aumento
significativo da FC e PA e a prpria FC
de repouso mais baixa inibe um aumento
da PA.
Alm disso, na reviso do trabalho
de treinamento resistido na reabilitao
cardiovascular, os estudos sugerem que a
maior intensidade do exerccio provoca
melhora do perfil lipdico que influencia na
PA, apesar de outros estudos
contrariarem essa afirmao.
O estudo de Featherstone sugere
que presses altas podem facilitar o
aumento da perfuso miocrdica e
poderiam enaltecer o fluxo sangneo
coronariano diminuindo a possibilidade de
isquemia em situaes de treinamento
para um aumento significativo do duplo
produto.
Em suma, a intensidade do
treinamento no fator limitante para a
atividade com hipertensos, e o tempo de
exposio do exerccio pode ser
monitorado por um profissional para que
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as alteraes de FC, PA e
consequentemente DP, para que estes
no se elevem a nveis de risco
isqumico. E por que realizar atividades
com maior intensidade? As atividades de
intensidade alta fazem com que
adaptaes fisiolgicas crnicas sejam
alcanadas: melhora do VO2 mx.,
diminuio do peso corporal gordo,
aumento da massa magra, aumento da
fora, melhora do perfil lipdico,
diminuio da FC de repouso, aumento
da FC mx e diminuio da PA.
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