trecho livro_barcellos

Upload: milene-mesquita

Post on 08-Mar-2016

4 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

O livro “Formação de Professores para Educação de Jovens e Adultos” escrito por Valdo Barcelos, traz como tema principal da obra a reflexão sobre o ser professor (a) na Educação de Jovens e Adultos, em particular a Alfabetização.

TRANSCRIPT

Livro: Formao de Professores para Educao de Jovens e AdultosO livro Formao de Professores para Educao de Jovens e Adultos escrito por Valdo Barcelos, traz como tema principal da obra a reflexo sobre o ser professor (a) na Educao de Jovens e Adultos, em particular a Alfabetizao.Como j dei aula na alfabetizao de adultos, optei em ler este livro para fazer uma ficha de leitura no PA de Educao e Trabalho do curso de Pedagogia na Unisinos e confesso que me identifiquei muito com a obra, pois nos aproxima sobre a verdadeira realidade que nos deparamos no dia-a-dia da sala de aula na EJA alfabetizao.Gostaria de trazer aqui alguns trechos da minha ficha de leitura e tambm do livro para quem tiver interesse em ler.O autor traz a expresso menestrel que aqui uso uma analogia ao poeta, ao cantador ou trovador nmade plebeu, que Antigamente, no perodo medievo, perambulava pelas praas e ruas das antigas cidades recitando seus poemas ou fazendo serenatas a servio de um rei ou de uma corte de nobres. (BARCELOS, 2006, p.79)Esses menestris, usado nos Estados Unidos como um artista popular que deve encantar as famlias nobres, o que na educao exigido dos educadores, encantarem os alunos.O autor compartilha neste livro alguns pontos em ordem alfabtica que necessrio para formao e do trabalho de educadores de jovens e adultos em particular a alfabetizao.Ateno H que dedicarmos muita ateno aos saberes e fazeres que cada educando (a) traz consigo para o interior da escola, da sala de aula... (BARCELOS, 2006, p.83)Busca Se todo o fazer educativo uma busca permanente, a EJA exige uma revitalizao desta a cada dia, a cada hora, a cada minuto... (BARCELOS, 2006, p.84)Cuidado Assim como a teno, necessrio termos muito cuidado com a EJA. E cuidado aqui no sentido de incentivar no educador(a) desde o cuidado de si at o cuidado com o outro... (BARCELOS, 2006, p.84)Dedicao Se no processo educativo em geral a dedicao profissional um dos fatores decisivos para a formao de professores(as), na EJA em particular, esta dedicao se faz necessria com a maior radicalidade. E dedicao tanto efetiva, tcnica, quanto afetiva e humanstica... (BARCELOS, 2006, p.85)Escuta Mais que simplesmente ouvir, h que escutar do latim auscultare, que significa estar alerta, atento, disposto ao dilogo com o outro... (BARCELOS, 2006, p.85)Felicidade ...amor, carinho, seduo, paixo, prazer, felicidade. Refiro-me tanto felicidade de aprender quanto a de ensinar... (BARCELOS, 2006, p.86)Gente Na EJA, ao contrrio da alfabetizao de crianas, estamos frente ao que chamamos comumente de Gente Grande. Isto pode parecer uma obviedade, mas no . Gente grande no sentido de que estamos recebendo na escola homens e mulheres adultos. Que trabalham ou esto desempregados(as). Que tm filhos(as), e s vezes netos(as). Enfim, que tm j uma longa vida vivida... (BARCELOS, 2006, p.86)Humildade Se a humildade um valor, uma exigncia para a educao em seus mais diferentes nveis e processos, na Educao de Jovens e Adultos isto se torna uma condio indispensvel. E humildade tanto no sentido da relao entre pessoas que esto comeando a se conhecer quanto ao que se refere s relaes entre educador(a) e educando(a)... (BARCELOS, 2006, p.87 e 88)Incentivo ...um dos maiores desafios para a EJA no apenas incentivas a chegada do educando(a) escola como, a partir da, incentivar sua permanncia... (BARCELOS, 2006, p.89)Justia ...a EJA pode ser uma maneira a mais de fazermos um pouco de justia ao imenso contingente de homens e mulheres que neste pas forma alijados do processo educativo... (BARCELOS, 2006, p.89)Ludicidade ...no entanto, se a educao , por excelncia, o tempo da imaginao, os seres humanos so imaginativos durante todas as etapas de sua vida... (BARCELOS, 2006, p.90)Mudana Falar de mudana em educao como falar que somos seres vivos e, como tal, estamos em permanente metamorfose, Contudo, mais que falar, pensar e programar mudanas, h que acreditar nelas. (BARCELOS, 2006, p.91)Necessidade O trabalho docente, ou como diria Miguel Arroyo O Ofcio de mestre, carrega consigo algumas necessidades bsicas e permanentes. Uma delas a da formao continuada e/ ou permanente... (BARCELOS, 2006, p.91)Organizao ... as ditas grades curriculares comeam a ser questionadas e, emalguns casos, j comearam a ruir. Talvez uma das grandes contribuies da EJA, para a educao escolar, esteja justamente na demonstrao da impossibilidade da atual organizao... (BARCELOS, 2006, p.93)Participao Se existe algo que comea a se estabelecer como o consenso entre os(as) educadores(as) da EJA o da necessidade de envolvimento, de participao de todas as partes envolvidas no processo professores(as), equipes diretivas e educandos(as)... (BARCELOS, 2006, p.94)Querer Se pertinente a afirmao de que s aprende quem que, nada mais oportuno que levar isto muito a srio quando se trata do trabalho com a Educao de Jovens e Adultos. O querer aprender algo que, muito frequentemente, est estampado no olhar, no rosto, no sorriso tmido e acanhado... (BARCELOS, 2006, p.95)Reinventar Inventar e reinventar. Isto talvez seja o que todo(a) educador da EJA mais tenha que fazer. Reinventar prticas pedaggicas, didticas e metodolgicas de atuao junto aos educandos e educandas... (BARCELOS, 2006, p.95)Sabedoria Na Educao de Jovens e Adultos fundamental que tenhamos sensibilidade para perceber que estamos frente a grupos que so portadores de imenso repertrio de saberes. So grupos carregados de sabedoria. (BARCELOS, 2006, p.96)Tenso ...alm das tenses habituais, rotineiras do trabalho de professor(a)... o trabalho com jovens e adultos exige uma esforo ainda maior. Esforo este que vai desde o fato de estarmos frente a uma turma de educandos(as) que, via de regra, j vm para aula noturna cansados(as)... (BARCELOS, 2006, p.96)Urgncia Urgncia e urgncias o que no faltam se formos olhar para a educao brasileira em geral e para a educao inclusiva em particular... para usar um reforo lingstico. (BARCELOS, 2006, p.97)Valores ...cabe lembrar que valores no se ensinam, como muito bem alerta Humberto Maturana... Neste sentido que se insiste, em educao, na construo de espaos democrticos e libertrios de convivncia de valores... (BARCELOS, 2006, p.98)Xeque-mate ... nos colocar numa posio de xeque-mate. Ou seja: como no jogo de xadrez, coloca-nos numa situao-limite. Ou encontrarmos uma sada para esta imensa injustia social que a excluso da escola de milhares de pessoas... (BARCELOS, 2006, p.99)Zelo ... ao mesmo tempo em que estamos procura de alternativas que melhorem nossa EJA temos que ter o maior cuidado, temos de zelar para no sucumbirmos tentao da adoo de receitas e respostas prontas... (BARCELOS, 2006, p.99)Aps o autor falar sobre esses pontos para formao, ele ressalta que isso no seja visto como uma cartilha, mas que pode ser a composio das poesias e versos dos(as) menestris da Educao de Jovens e Adultos.

BARCELOS, Valdo. Formao de Professores para Educao de Jovens e Adultos. Editora Vozes, 2006.

SETE LIES SOBRE EDUCAO DE ADULTOS - LVARO VIEIRA PINTONeste livro realizado por lvaro Vieira Pinto enquanto estava exilado no Chile traa importantes consideraes sobre o ensino da Educao de Jovens e Adultos. Segundo o mesmo O caminho que o professor escolher para aprender foi ensinar. No ato doensino ele se defronta com as verdadeiras dificuldades, obstculos reais,concretos, que precisa superar. Nessa situao ele aprende. (2001, p. 21)1 LIO CONCEITO DE EDUCAO:Educao com espao restrito e amplo. o processo pelo qual a sociedade forma seus membros sua imagem e em funo de seus interesses. Compreende educao como processo, fato existencial, fato social, fenmeno cultural, educao como privilgio, fundamento, atividade teolgica, trabalho social, ordem consciente, processo exponencial, concreta, contraditria.

2 LIO FORMA E CONTEDO DA EDUCAO:Contedo ingnuo definido como totalidade dos conhecimentos que se transmitem do professor ao aluno. Disciplinas, currculo do curso, aquele que enche as lies e so objeto da aprendizagem.Questes primordiais: A QUEM EDUCAR? QUEM EDUCAR? COM QUE FINS? COM QUE MEIOS?

3 LIO AS CONCEPES INGNUA E CRTICA DA EDUCAO:Conscincia Ingnua no inclui em sua representao da realidade exterior e de si mesma a compreenso das condies e determinantes que a fazem pensar tal como pensa.Conscincia Crtica representao mental do mundo exterior e de si, acompanhada da clara percepo dos condicionamentos objetivos que a fazem ter tal representao.

4 LIO EDUCAO INFANTIL E EDUCAO DE ADULTOS:Diferem em vrios pontos seja na continuidade de formao dos indviduos; capacidade do adulto trabalhar; grau de desenvolvimento fisiologico e psicolgico do homem; o pensar em concreto; noo de escola; alfabetizao do adulto como processo pedaggico qualitativamente; mtodos, tcnicas, motivos, interesses que a sociedade tem com o educando; aquilo que o educando sabe;

5 LIO ESTUDO PARTICULAR DO PROBLEMA DA EDUCAO DE ADULTOSA realidade social do adulto, sua qualidade de trabalhador e o conjunto de conhecimentos bsicos que pressupe. O adulto o homem na fase mais rica de sua existncia (2001, p. 79) urgenteencarar o adulto como sabedor, perceber que o desenvolvimento fundamental do homem de natureza social, perceber a evoluo de suas faculdades, reconhecer o adulto como membro atuante e pensante de sua comunidade.

6 LIO O PROBLEMA DA ALFABETIZAONo devemos conceber o aluno analfabeto como apenas aquele que no sabe ler. Mas sim aquele que por suas condies de existncia no necessitou ler. preciso produzir mudanas na conscincia do educando e ver o analfabeto como ser humano, no pela perspectiva do analfabetismo e sim pela constituio do sujeito.

7 LIO A FORMAO DO EDUCADORPela concepo ingnua acredita-se que o esforo principal da educao deve consistir em retirar o aluno e principalmente o aluno que se prepara para ser professor, das influncias do meio e capacita-lo somente para a instuo tcnica e desempenho de funes. Pela concepo crtica sabe-se que no haver verdadeira funo do professor seno mediante a intensificao das influncias sociais e a compreenso cada vez mais clara que o educador tenha de que sua atividade social. Influir sobre os acontecimentos em curso no seu meio e s pode ser valiosa se ele admite ser conscientemente participante desses acontecimentos. Cada educador tem o seu papel ditado pela sociedade. O educador deve compreender que a foente de sua aprendizagem, de sua formao, sempre a sociedade. O educador na EJA precisa ser crtico e acompanhar a marcha das transformaes. importante ter sensibilidade aos estumlos intelectuais, mas sobretudo a conscincia de sua natureza inconclusa como sabedor. Conservar fiel s inspiraes de seu povo. [...] no processo de educao no h uma desigualdade essencial entre dois seres, mais um encontro amistoso pelo qual um e outro se educamreciprocamente. (2001,118)