trecho do livro "como jesus virou deus"

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Page 1: Trecho do livro "Como Jesus virou Deus"
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9Bart D. Ehrman

n INTRODUÇÃO

Jesus era um pregador judeu da classe baixa dos ca-fundós da Galileia rural que foi condenado por atividades ilegais e crucificado por crimes contra o Estado. Todavia, não muito depois de sua morte, seus seguidores proclama-vam que ele era um ser divino. Por fim, foram ainda mais longe, declarando que ele não era outro senão Deus, Se-nhor do céu e da terra. E daí a pergunta: como um campo-nês crucificado passou a ser visto como o Senhor que criou todas as coisas? Como Jesus se tornou Deus?

A plena ironia dessa pergunta só me ocorreu recen-temente, durante uma longa caminhada com uma de mi-nhas amigas mais próximas. Enquanto conversávamos, repassamos uma série de assuntos: livros que tínhamos lido, filmes a que tínhamos assistido, visões filosóficas em que estávamos pensando. Por fim, começamos a fa-lar de religião. Diferente de mim, minha amiga continua identificando-se como cristã. A certa altura, perguntei o que ela considerava o cerne de suas crenças. A resposta dela me fez parar para pensar. Ela disse que o coração da religião era, para ela, a ideia de que, em Jesus, Deus havia se tornado homem.

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10 Como Jesus se tornou Deus

Um dos motivos pelos quais fiquei pasmo com a resposta foi que aquela também havia sido uma de mi-nhas crenças — muito embora não fosse mais há anos. Nos tempos do Ensino Médio, eu havia ponderado árdua e longamente sobre o “mistério da fé”, conforme encon-trado, por exemplo, em João 1:1–2, 14: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. (...) E a Palavra se fez carne e habitou entre nós, e contemplamos sua glória, glória como o Filho único do Pai”. Antes disso ainda, eu havia franca e sinceramente confessado as declarações cristológicas do Credo Niceno, de que Cristo era

o Filho único de Deus,eternamente gerado do Pai,Deus de Deus, Luz da Luz,Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,gerado, não criado,consubstancial ao Pai.Por meio dele todas as coisas foram feitas.Para nós e para nossa salvaçãoele desceu dos céus;pelo poder do Espírito Santoencarnou da Virgem Mariae foi feito homem.

Mas eu mudei com o passar dos anos, e hoje, na meia-idade, não sou mais um crente. Em vez disso, sou um historiador do cristianismo primitivo que por quase três décadas estudou o Novo Testamento e o surgimento da religião cristã a partir de uma perspectiva histórica. E

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agora, de certo modo, minha pergunta é o exato oposto da pergunta de minha amiga. Como historiador, não estou mais obcecado com a questão teológica de como Deus se tornou homem, mas com a questão histórica de como um homem se tornou Deus.

A resposta tradicional para essa pergunta, claro, é a que Jesus de fato era Deus, e por isso é claro que disse ser Deus e sempre acreditaram que ele fosse Deus. Contudo, uma longa corrente de historiadores sustenta desde o fi-nal do século XVIII que esse não é o entendimento cor-reto do Jesus histórico, e mobilizou muitos argumentos convincentes em apoio a sua posição. Se esses historia-dores estiverem certos, resta-nos um enigma: como isso aconteceu? Por que os primeiros seguidores de Jesus co-meçaram a considerá-lo Deus?

Neste livro tentei abordar a questão de uma maneira que seja útil não só para historiadores seculares de re-ligião como eu, mas também para crentes, como minha amiga, que continuam a pensar que Jesus, de fato, é Deus. O resultado é que não assumo posição quanto à questão teológica do status divino de Jesus. Em vez disso, estou interessado no processo histórico que levou à afirmação de que ele é Deus. Esse processo histórico com certeza aconteceu e as crenças pessoais sobre Cristo não devem, na teoria, afetar as conclusões a que as pessoas chegam em termos históricos.

Claro que a ideia de que Jesus é Deus não é uma in-venção dos tempos modernos. Como mostrarei em mi-nha discussão, essa foi a visão dos primeiros cristãos logo

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após a morte de Jesus. Uma de nossas questões motrizes ao longo deste livro será sempre: ao que esses cristãos se referiam ao dizer “Jesus é Deus”? Como veremos, dife-rentes cristãos referiam-se a coisas diferentes sobre esse tema. Além disso, para entendermos essa afirmação em qualquer sentido, é preciso que saibamos a que as pes-soas do mundo antigo em geral referiam-se quando pen-savam que um homem específico era um deus — ou que um deus havia se tornado humano. Essa afirmação não é exclusiva dos cristãos. Embora Jesus possa ser o único Filho de Deus operador de milagres que conhecemos em nosso mundo, numerosas pessoas da antiguidade, tanto entre judeus quanto entre pagãos, foram consideradas humanas e divinas.

Já nesse estágio é importante ressaltar um ponto histórico fundamental sobre como imaginamos o “reino divino”. Por reino divino, refiro-me ao “mundo” habita-do por seres divinos, sobre-humanos – Deus, deuses ou outras forças sobre-humanas. Para a maioria das pessoas de hoje, a divindade não tem meio-termo. Um ser é Deus ou não é. Deus está “lá em cima”, no reino celestial, e nós estamos “aqui embaixo”, neste reino. E existe um abis-mo intransponível entre esses dois reinos. Com esse tipo de pressuposto firmemente entranhado em nosso pensa-mento, é muito difícil imaginar como uma pessoa poderia ser Deus e humana ao mesmo tempo.

Além disso, quando não há meio-termo, é relativa-mente fácil dizer, como eu costumava dizer antes de fazer a pesquisa para este livro, que os primeiros Evangelhos

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— de Mateus, Marcos e Lucas —, nos quais Jesus nun-ca faz afirmações divinas sobre si mesmo, retratam Jesus como humano mas não como Deus, ao passo que o Evan-gelho de João, no qual Jesus faz tais afirmações divinas, de fato retrata-o como Deus. Todavia, outros estudiosos discordam com veemência dessa visão e argumentam que Jesus é retratado como Deus mesmo nos Evangelhos mais antigos. O resultado é que existem muitos debates sobre o que os estudiosos chamaram de “alta cristologia”, na qual Jesus é visto como um ser divino (é chamado de “alta” porque Cristo origina-se “lá em cima”, com Deus; o termo cristologia significa literalmente “entendimento de Cristo”) e o que chamaram de “baixa cristologia”, na qual Jesus é visto como um ser humano (“baixa” porque ele tem origem “aqui embaixo”, conosco). Tendo em vis-ta essa perspectiva, de que forma Jesus é retratado nos Evangelhos: como Deus ou como humano?

O que eu vim a perceber é que os estudiosos têm es-sas discordâncias em parte porque normalmente respon-dem à questão da alta ou da baixa cristologia baseados no paradigma que acabei de descrever — que os reinos divino e humano são categoricamente distintos, com um grande abismo separando os dois. O problema é que a maioria dos povos antigos — fossem cristãos, judeus ou pagãos — não tinha esse paradigma. Para eles, o reino humano não era uma categoria absoluta separada do reino divino por uma enorme fenda intransponível. Pelo contrário, o humano e o divino eram dois contínuos que podiam e de fato se sobrepunham.

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No mundo antigo, era possível acreditar que um hu-mano fosse divino de várias maneiras. Eis aqui duas ma-neiras principais de como isso podia acontecer, conforme atestado por fontes cristãs, judaicas e pagãs (discutirei outras formas no decorrer do livro):

• Por adoção ou por exaltação. Um ser huma-no (um grande governante, ou guerreiro, ou pessoa santa, digamos) podia ser feito divino por um ato de Deus ou de um deus ao ser ele-vado a um nível de divindade que não pos-suía antes.

• Por natureza ou por encarnação. Um ser di-vino (um anjo ou um dos deuses, digamos) podia tornar-se humano quer de modo per-manente, ou, o mais comum, de modo tem-porário.

Uma de minhas teses será a de que um texto cristão como o Evangelho de Marcos entende Jesus da primeira forma, como um humano que foi feito divino. O Evan-gelho de João entende da segunda forma, como um ser divino que se torna humano. Ambos veem Jesus como di-vino, mas de formas diferentes.

Portanto, antes de discutir as diferentes visões cris-tãs primitivas do que significava chamar Jesus de Deus, preparo o cenário considerando como os povos antigos entendiam os reinos entrecruzados do divino e do hu-mano. No Capítulo 1, discuto as visões que eram ampla-

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mente aceitas nos mundos grego e romano fora do juda-ísmo e do cristianismo. Ali veremos que uma espécie de contínuo dentro do reino divino de fato permitia alguma sobreposição entre seres divinos e humanos — tema que não causa surpresa aos leitores familiarizados com mi-tologias antigas nas quais os deuses se tornam (tempo-rariamente) humanos e os humanos tornam-se deuses (permanentemente).

Um tanto mais surpreendente pode ser a discussão do Capítulo 2, na qual mostro que entendimentos análo-gos existiram até mesmo dentro do mundo do judaísmo antigo. Isso será de particular importância, uma vez que Jesus e seus seguidores eram completamente judeus em todos os aspectos. E, como se constata, muitos judeus an-tigos também acreditavam não apenas que seres divinos (como anjos) podiam se tornar humanos, como seres hu-manos também podiam tornar-se divinos. Alguns huma-nos, na verdade, eram chamados de Senhor. Isso é ver-dade não só em documentos fora da Bíblia, mas também — de modo ainda mais surpreendente — em documentos dentro dela.

Depois de estabelecidas as visões de pagãos e judeus, podemos avançar para o Capítulo 3 para ponderar a vida do Jesus histórico. A questão que enfoco é se Jesus falava sobre si mesmo como Deus; é uma questão difícil de res-ponder, em grande parte devido às fontes de informação a nosso dispor não saberem absolutamente nada sobre a vida e os ensinamentos de Jesus. Por isso começo o capí-tulo discutindo os problemas que as fontes sobreviventes

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— em especial os Evangelhos do Novo Testamento — nos apresentam quando queremos saber o que aconteceu du-rante o ministério de Jesus em termos históricos. Entre outras coisas, mostro por que a maioria dos estudiosos críticos há mais de um século tem argumentado que Je-sus é melhor entendido como um profeta apocalíptico que previu a chegada iminente do fim de uma era, quan-do Deus interviria na história e derrubaria as forças do mal para trazer seu reino do bem. Uma vez que o teor bá-sico do ministério de Jesus está estabelecido, avanço para uma discussão dos eventos que levaram à sua crucifica-ção nas mãos do governador romano da Judeia, Pôncio Pilatos. Em todos os pontos, ficaremos atentos à nossa pergunta principal para esse capítulo: como Jesus se via e se descrevia? Ele falava de si mesmo como um ser divino? Vou argumentar que não.

Esses três primeiros capítulos podem ser vistos como o pano de fundo para nosso interesse último: como Jesus veio a ser considerado Deus? A resposta curta é que tudo teve a ver com a crença de seus seguidores de que ele ressuscitou dos mortos.

Atualmente, muita coisa é escrita sobre a ressurrei-ção de Jesus, tanto por estudiosos que são crentes e apolo-gistas fiéis, que argumentam que os historiadores podem “provar” que Jesus ressuscitou, quanto por céticos que não acreditam nisso nem por um segundo. Obviamente, trata--se de um tema fundamental para nossas deliberações. Se os cristãos primitivos não acreditassem que Jesus havia ressuscitado dos mortos, não teriam pensado que ele fos-

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se diferente de qualquer outro profeta desafortunado que acabasse infringindo a lei e fosse executado por seus dis-túrbios. No entanto, os cristãos acharam que Jesus ressus-citou e, conforme eu argumento, isso mudou tudo.

De uma perspectiva histórica, existe uma pergunta óbvia: o que de fato podemos saber sobre a ressurreição? Aqui entramos em temas altamente controversos, e mu-dei de ideia a respeito de alguns enquanto fazia a pes-quisa para este livro. Durante anos pensei que, fosse o que fosse que achássemos das narrativas sobre a ressur-reição, podíamos ter relativa certeza de que logo após sua morte Jesus recebeu um enterro digno de José de Arima-teia e de que, no terceiro dia, algumas de suas seguidoras encontraram seu túmulo vazio. Não acho mais que estes sejam dados históricos relativamente indubitáveis; pelo contrário, penso que ambas as ideias (o sepultamento e o túmulo vazio) são improváveis. Sendo assim, o Capítulo 4 trata do que penso que nós, como historiadores, simples-mente não temos como saber a respeito das tradições que cercam a ressurreição de Jesus.

No Capítulo 5, volto-me para o que penso que po-demos saber com uma certeza quase indubitável. Argu-mento aqui que a evidência é inequívoca e convincente: alguns discípulos de Jesus afirmaram tê-lo visto vivo de-pois de morto. Contudo, quantos discípulos tiveram essas “visões” de Jesus? (Deixo em aberto se as tiveram porque Jesus realmente apareceu ou porque tiveram alucinações — por motivos que explico no capítulo.) Quando as tive-ram? E como as interpretaram?

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Minha argumentação abrangente é de que a crença na ressurreição — baseada em experiências visionárias — foi o que inicialmente levou os seguidores de Jesus (todos eles? alguns deles?) a acreditar que ele havia sido exalta-do aos céus e sentado à direita de Deus como seu Filho único. Essas crenças foram as primeiras cristologias — os primeiros entendimentos de que Jesus era um ser divino. Exploro essas ideias de “exaltação” de nossas fontes re-manescentes mais antigas no Capítulo 6.

No Capítulo 7, avanço para um conjunto diferente de ideias cristológicas desenvolvidas mais tarde e que sustentam que Jesus não era simplesmente um humano que foi exaltado ao nível de divindade, mas um ser divino preexistente com Deus antes de vir à terra como humano. Mostro as semelhanças e diferenças essenciais entre essa perspectiva de “encarnação” de Cristo (na qual ele se “tor-nou carne” — o significado literal da palavra encarnação) e as cristologias anteriores de “exaltação”. Além disso, exploro passagens-chave que incorporam entendimentos sobre a encarnação em livros como o Evangelho de João, o último dos Evangelhos canônicos a ser redigido.

Nos capítulos seguintes, veremos que os cristãos que viveram após a redação do Novo Testamento — nos sécu-los II, III e IV — foram além no desenvolvimento de ideias sobre Cristo. Alguns assumiram posições que eventual-mente foram denunciadas como “heresias” (ou “falsas”) e outros defenderam opiniões aceitas como “ortodoxas” (ou “certas”). O Capítulo 8 trata de alguns dos “becos sem saída” heréticos adotados por teólogos cristãos dos sécu-

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los II e III. Alguns pensadores afirmaram que Jesus era plenamente humano, mas não divino; outros disseram que era plenamente divino, mas não humano; outros ain-da disseram que Jesus Cristo de fato era dois seres, um divino e outro humano, unidos temporariamente apenas durante o ministério dele. Todos esses pontos de vista fo-ram declarados “heresias”, assim como outras posições apresentadas por líderes cristãos que, ironicamente, não queriam nada além de abraçar ideias que fossem “orto-doxas”.

Os debates sobre a natureza de Cristo não foram re-solvidos com o fim do século III, mas chegaram ao pon-to máximo no início do século IV, após a conversão do imperador Constantino à fé cristã. Àquela altura, a vas-ta maioria dos cristãos acreditava firmemente que Jesus era Deus, mas restava a questão: “Em que sentido?”. É nesse contexto do começo do século IV que foram tra-vadas as batalhas da “controvérsia ariana”, que exploro no Capítulo 9. A controvérsia deve seu nome a Ário, um influente professor cristão de Alexandria, no Egito, que defendeu uma visão “subordinacionista” de Cristo — ou seja, Jesus era Deus, mas era uma deidade subordinada que não estava no mesmo nível de glória de Deus-Pai; além disso, ele não havia existido desde sempre com o Pai. O ponto de vista alternativo foi adotado pelo bispo de Ário, Alexandre, que sustentou que Cristo era um ser que sempre havia existido com Deus e era, por natureza, igual a Deus. A denúncia final da posição de Ário levou à

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composição do Credo de Niceia, que é recitado nas igrejas até hoje.

Por fim, no epílogo, abordo as consequências des-sas disputas teológicas específicas após serem resolvidas. Uma vez que os cristãos aceitaram amplamente a visão de que Jesus havia sido Deus pleno desde a eternidade, igual ao Pai, como isso afetou as várias disputas que os cristãos tinham, por exemplo, com os romanos, que antes os haviam perseguido e cujo imperador fora amplamente considerado um deus? Ou com os judeus, agora acusados não só de matar Cristo, mas até de matar Deus? Ou com outros cristãos, pois os debates s0bre a natureza de Cristo de fato continuaram céleres, com nuances cada vez maio-res, por um período muito longo?

Esses debates posteriores são intrigantes e altamen-te significativos por si mesmos. No entanto, minha firme argumentação é de que não podem ser entendidos sem que se saiba a história que se passou antes. E, em nosso esboço histórico, estaremos particularmente interessa-dos na questão cristológica essencial a tudo: como é que os seguidores de Jesus vieram a entendê-lo como divino em qualquer sentido do termo? O que os fez pensar que Jesus, o pregador crucificado da Galileia, era Deus?

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