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C O M P L E X O J U R Í D I C OD A M Á S I O D E J E S U S
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C u r s o d o P r o f . D a m á s i o
DIREITODIREITO
ELEITORALELEITORAL
“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha”
MÓDULO I
DIREITO ELEITORAL
INTRODUÇÃO AO DIREITO ELEITORAL
Conceito: é o ramo do Direito Público composto por um conjunto de normas
destinadas a regular os deveres dos cidadãos em suas relações com o Estado, para sua
formação e atuação. Estado aqui entendido como governo ou administração.
A fonte primeira do Direito Eleitoral é a Constituição da República Federativa
do Brasil, arcabouço principal de seus institutos e preceitos. Podem ser também citadas
as leis (exclusivamente federais), as resoluções do TSE e os estatutos dos partidos
políticos. Nesse ponto, diz a Lei Maior, em seu art. 22, I, competir privativamente à
União legislar sobre matéria eleitoral, podendo delegar tal competência aos Estados
através de lei complementar .
DIREITOS POLÍTICOS
Direitos políticos são as regras que disciplinam o exercício da soberania
popular, ou seja, a participação nos negócios jurídicos do Estado.
Um Estado Democrático de Direito é aquele que permite a efetiva participação
do povo na administração da coisa pública, visando sobretudo alcançar uma
sociedade livre, justa e solidária em que todos (inclusive os governantes) estão
igualmente submetidos à força da lei.
Espécies de Regimes Democráticos: Democracia Direta, Semidireta e Indireta
O parágrafo único do artigo 1.º da Constituição da República Federativa do
Brasil reproduz o conceito de Rosseau de que a democracia é o governo do povo, pelo
povo e para o povo, porque todo o poder emana do povo (primeiro titular do Poder
Constituinte Originário), que o exerce por meio de representantes eleitos diretamente.
CRFB; TÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: SO_CI_DI_VA_PLU
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
O artigo 14 (DIREITOS POLÍTICOS) da Constituição da República Federativa do
Brasil explicita que no Brasil a soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos (democracia indireta), e, nos
termos da lei, mediante iniciativa popular, referendo e plebiscito, instrumentos da
democracia direta (também denominada participativa). A esse exercício misto da
soberania popular, eleição direta dos parlamentares e dos chefes do executivo –
democracia indireta ou representativa - e iniciativa popular, plebiscito e referendo –
democracia participativa -, dá-se o nome de democracia semidireta (que é o nosso
regime de governo).
Art. 14. A soberania popular
será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei,
mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Cidadão
Na linguagem popular, cidadão, povo, população e
nacionalidade são expressões que se confundem. Juridicamente,
porém, cidadão é aquele nacional que está no gozo de seus direitos
políticos, sobretudo do voto. População é conceito meramente
demográfico. Povo é o conjunto de nacionais.
Cidadania é conjunto de direitos fundamentais e de
participação nos destinos do Estado. Tem sua face ativa (direito de
escolher os governantes) e sua face passiva (direito de ser escolhido
governante). Alguns, porém, por imposição constitucional, podem
exercer a cidadania ativa (ser eleitor), mas não podem exercer a
cidadania passiva (ser candidato), a exemplo dos analfabetos (artigo
14, § 4.º, da Constituição da República Federativa do Brasil). Alguns
atributos da cidadania são adquiridos gradativamente, a exemplo da
idade mínima exigida para alguém concorrer a um cargo eletivo (18
anos para Vereador, 21 anos para Deputado etc.).
O Sufrágio e o Voto
O sufrágio (do latim sufragium, apoio) representa o direito
de votar e ser votado e é considerado universal quando se outorga o
direito de votar a todos que preencham requisitos básicos previstos
na Constituição, sem restrições derivadas de condição de raça, de
fortuna, de instrução, de sexo ou de convicção religiosa.
O sufrágio restrito (qualificativo) é aquele só conferido a
pessoas que preencham determinadas condições de nascimento, de
fortuna etc. Pode ser restrito censitário (quando impõe restrições
vinculadas à capacidade econômica do eleitor – as Constituições
Federais de 1891 e 1934 vedavam o voto dos mendigos) ou restrito
capacitário (pela Constituição da República Federativa do Brasil/67
e até a Emenda Constitucional n. 25/85, o analfabeto não podia
votar).
O sufrágio identifica um sistema no qual o voto é um dos
instrumentos de deliberação.
O voto, que é personalíssimo (não pode ser exercido por
procuração), pode ser direto (como determina a atual Constituição da
República Federativa do Brasil) ou indireto. É direto quando os
eleitores escolhem seus representantes e governantes sem
intermediários. É indireto quando os eleitores (denominados de 1.º
grau) escolhem seus representantes ou governantes por intermédio
de delegados* (eleitores de 2.º grau), que participarão de um Colégio
Eleitoral ou órgão semelhante. *Ex: Sistema Eleitoral dos Estados
Unidos.
Observe-se que há exceção ao voto direto no § 1.º do artigo
81 da Constituição da República Federativa do Brasil, que prevê
eleição indireta para o cargo de Presidente da República se houver
impedimento do Presidente e do Vice-Presidente nos dois últimos
anos do mandato.
*Exceção ao voto direto na CRFB:
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
O voto é secreto para garantir a lisura das votações, inibindo a
intimidação e o suborno. O voto com valor igual para todos é a
aplicação do Direito Político da garantia de que todos são iguais
perante a lei (cada eleitor vale um único voto – one man, one vote).
Os principais institutos da democracia representativa
(indireta):
•Voto (direto ou indireto)
•Mandato político que o representante recebe.
A Iniciativa Popular, o Referendo e o Plebiscito
Os principais institutos da democracia direta (participativa)
no Brasil são a iniciativa popular, o referendo popular e o plebiscito.
Iniciativa popular (artigos 14, inciso III; 27, § 4.º; 29, inciso
XIII; e 61, § 2.º; todos da Constituição da República Federativa
do Brasil;
Uma das formas de o povo exercer diretamente seu poder é a
iniciativa popular, pela qual 1% do eleitorado nacional, distribuído
por pelo menos cinco Estados-Membros, com não menos de três
décimos de 1% dos eleitores de cada um deles, pode apresentar à
Câmara dos Deputados um projeto de lei (complementar ou
ordinária).
Iniciativa Popular
1% Nacional>=Min 5 Estados->=0,3de1% de cada->Câmara
Deputados
O plebiscito e o referendo popular
O referendo é a forma de manifestação popular pela qual o
eleitor aprova ou rejeita uma atitude governamental já manifestada
(exemplo: quando uma emenda constitucional ou um projeto de lei
aprovado pelo Poder Legislativo é submetido à aprovação ou
rejeição dos cidadãos antes de entrar em vigor).
Nas questões de relevância nacional, de competência do
Poder Legislativo ou do Poder Executivo (matéria constitucional,
administrativa ou legislativa), bem como no caso do § 3.º do artigo
18 da Constituição da República Federativa do Brasil (incorporação,
subdivisão ou desmembramento de um Estado), a autorização e a
convocação do referendo popular e do plebiscito são da competência
exclusiva do Congresso Nacional, nos termos do artigo 49, inciso
XV, da Constituição da República Federativa do Brasil, combinado
com a Lei n. 9.709/98 (em especial os artigos 2.º e 3.º).
A iniciativa da proposta do referendo ou do plebiscito deve
partir de 1/3 dos Deputados Federais ou de 1/3 dos Senadores. A
aprovação da proposta é manifestada (exteriorizada) por decreto
legislativo que exige o voto favorável da maioria simples dos
Deputados Federais e dos Senadores (voto favorável de mais da
metade dos presentes à sessão, observando-se que para a votação ser
iniciada exige-se a presença de mais da metade de todos os
parlamentares da casa).
O referendo deve ser convocado no prazo de trinta dias, a
contar da promulgação da lei ou da adoção de medida administrativa
sobre a qual se mostra conveniente a manifestação popular direta.
O plebiscito é a consulta popular prévia pela qual os cidadãos
decidem ou demonstram sua posição sobre determinadas questões. A
convocação de plebiscitos é de competência exclusiva do Congresso
Nacional quando a questão for de interesse nacional.
Relembramos que a Constituição da República Federativa do
Brasil permite a criação de Territórios Federais (hoje inexistentes) e
até prevê, no artigo 12 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, a formação de uma comissão para analisar a questão,
sobretudo em relação à Amazônia Legal. Entre os primeiros passos
está a aprovação da proposta pela população diretamente
interessada, mediante plebiscito (artigo 18, § 3.º, da Constituição da
República Federativa do Brasil).
Nas demais questões, de competência dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios, o plebiscito e o referendo são
convocados em conformidade, respectivamente, com a Constituição
Estadual e com a Lei Orgânica.
Pluralismo político
Há que se relembrar inexistir uma democracia substancial
sem a garantia do pluralismo político, caracterizado pela
convivência harmônica dos interesses contraditórios. Para tanto, há
que se garantir a ampla participação de todos (inclusive das
minorias) na escolha dos membros das casas legislativas, reconhecer
a legitimidade das alianças (sem barganhas espúrias) que sustentam
o Poder Executivo e preservar a independência e a transparência dos
órgãos jurisdicionais a fim de que qualquer lesão ou ameaça de lesão
possa ser legitimamente reparada por um órgão imparcial do Estado.
O princípio do pluralismo político (inciso V do artigo 1.º da
Constituição da República Federativa do Brasil/88) está
desmembrado em diversos dispositivos constitucionais, entre eles os
que garantem a livre manifestação do pensamento (artigo 5.º,
inciso IV –vedado o anonimato–), a livre convicção política (artigo
5.º, inciso VIII) e o pluripartidarismo (artigo 17). Demonstra que
nossa sociedade é pluralista (equilibra os interesses contraditórios
com negociações constantes) e não monista.
MÓDULO II
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos
1. O ALISTAMENTO ELEITORAL (CAPACIDADE
ELEITORAL ATIVA)
Cabe privativamente à União legislar sobre matéria eleitoral
(artigo 22, inciso I, da Constituição da República Federativa do
Brasil).
Tanto o Presidente da República – qualquer lei – (artigo 84,
inciso IV, da Constituição da República Federativa do Brasil) quanto
o Tribunal Superior Eleitoral (artigo 23, inciso IX, do Código
Eleitoral) podem expedir as instruções que julgarem convenientes à
boa execução das leis eleitorais; poder regulamentar que
excepcionalmente pode ser exercido também pelos Tribunais
Regionais Eleitorais nas suas respectivas circunscrições (inciso XVII
do artigo 30 do Código Eleitoral).
A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
da sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano
da data de sua vigência (artigo 16 da Constituição da República
Federativa do Brasil).
O alistamento eleitoral (integrado pela qualificação e pela
inscrição) e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos.
Contudo, são facultativos para o analfabeto, para os maiores de
dezesseis anos (até a data do pleito, conforme prevê o artigo 14 da
Resolução nº 21.538/2003) e menores de dezoito, bem como para os
maiores de setenta anos.
Art. 14. CRFB
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
Em seu artigo 6.º, o Código Eleitoral (Lei n. 4.737/65)
também faculta o alistamento do inválido e dos que se encontram
fora do país. Faculta, ainda, o voto dos enfermos, dos que se
encontram fora de seu domicílio e dos servidores públicos em
serviço que os impeça de votar.
Código Eleitoral. Lei 4737/65
Art. 6o O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, salvo:
I - quanto ao alistamento:
a) os inválidos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os que se encontrem fora do País;
II - quanto ao voto:
a) os enfermos;
b) os que se encontrem fora do seu domicílio;
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.
Conforme sustenta Joel José Cândido, “o indígena, capaz de
exprimir-se na língua nacional, pode se alistar, desde que portador de
documento, ainda que mero registro administrativo na FUNAI” 1.
O artigo 7.º do Código Eleitoral especifica as sanções para
quem não observar a obrigatoriedade de se alistar e votar. Sem a
prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou
justificou-se devidamente, o eleitor não:
•I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública,
investir-se ou empossar-se neles;
1 CÂNDIDO, Joel José. Direito Eleitoral Brasileiro. 8.ª ed. São Paulo: Edipro, 2000. p. 93.
•II – receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função
ou emprego público, autárquico ou paraestatal, bem como fundações
governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza,
mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço
público delegado, correspondentes ao segundo mês subseqüente ao da
eleição;
•III - participar de concorrência pública ou administrativa da União,
dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou
das respectivas autarquias;
•IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista,
caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de
previdência social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito
mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com
essas entidades celebrar contratos;
•V - obter passaporte ou carteira de identidade;
•VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou
fiscalizado pelo governo;
•VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço
militar ou imposto de renda;
O título eleitoral prova a quitação do eleitor para com a
Justiça Eleitoral até a data de sua emissão (artigo 26 da Resolução n.
21.538/2003).
O requerimento de inscrição é submetido à apreciação do juiz
eleitoral, que em 48 horas poderá deferi-lo, indeferi-lo ou convertê-
lo em diligências.
Quinzenalmente, o juiz eleitoral fará publicar pela imprensa,
onde houver, ou por edital os pedidos de inscrição e a sua decisão.
Da decisão indeferida pode recorrer o eleitor. Da deferida
pode recorrer qualquer delegado de partido. Na qualidade de
defensor da ordem jurídica e do regime democrático (artigo 127 da
Constituição da República Federativa do Brasil), o Ministério
Público pode recorrer da decisão deferida ou da decisão indeferida.
Em se tratando de alistamento eletrônico, hipótese usada
atualmente, os recursos devem ser interpostos no prazo de:
•Cinco dias para o eleitor e o MP(contra decisão indeferitória);
•Dez dias para o delegado e o MP (contra decisão deferitória), nos
termos da Lei n. 6.996/82.
OS RECURSOS SÃO JULGADOS PELO T.R.E NO PRAZO DE 5 DIAS
(RESOLUÇÃO 21.538/2004)
Art. 17. Despachado o requerimento de inscrição pelo juiz
eleitoral e processado pelo cartório, o setor da Secretaria do Tribunal
Regional Eleitoral responsável pelos serviços de processamento
eletrônico de dados enviará ao cartório eleitoral, que as colocará à
disposição dos partidos políticos, relações de inscrições incluídas no
cadastro, com os respectivos endereços.
§ 1º Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição,
caberá recurso interposto pelo alistando no prazo de cinco dias e, do que
o deferir, poderá recorrer qualquer delegado de partido político no prazo
de dez dias, contados da colocação da respectiva listagem à disposição
dos partidos, o que deverá ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no
primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao alistando
antes dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem (Lei nº
6.996/82, art. 7º).
§ 2º O cartório eleitoral providenciará, para o fim do disposto no
§ 1º, relações contendo os pedidos indeferidos.
(Código Eleitoral. Lei no 4.737, de 15 de Julho de 1965)
Art. 45, § 6o Quinzenalmente, o Juiz Eleitoral fará publicar pela
imprensa, onde houver, ou por editais, a lista dos pedidos de inscrição,
mencionando os deferidos, os indeferidos e os convertidos em diligência,
contando-se dessa publicação o prazo para os recursos a que se referem
os parágrafos do texto acima.
De acordo com o artigo 42 do Código Eleitoral, o alistamento
é feito no lugar da residência ou da moradia do requerente e,
verificado ter este mais de uma, será considerado domicílio qualquer
uma delas. Prevalece, por isso, que o domicílio eleitoral não é
necessariamente o local onde o cidadão estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
Ao contrário da legislação eleitoral de 1945, que previa a
inscrição ex officio, hoje o alistamento somente é efetivado a
requerimento do interessado.
O artigo 91 da Lei n. 9.504/97 estabelece que nenhum
requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será
recebido dentro dos 150 dias anteriores à data da eleição. Portanto,
está revogado o artigo 67 do Código Eleitoral (que fixava o prazo
em 100 dias).
Os procedimentos pertinentes ao alistamento e à transferência
estão previstos nos artigos 43 e seguintes do Código Eleitoral, e na
Resolução 21.538/2004* do Tribunal Superior Eleitoral. Exige-se, em
síntese, prova de identidade e do cumprimento das exigências
relativas ao serviço militar obrigatório.
DO ALISTAMENTO (Resolução 21.538/2004)
Art. 9º No cartório eleitoral ou no posto de alistamento, o servidor da Justiça Eleitoral preencherá o RAE ou digitará as informações no sistema de acordo com os dados constantes do documento apresentado pelo eleitor, complementados com suas informações pessoais, de conformidade com as exigências do processamento de dados, destas instruções e das orientações específicas.
§ 1º O RAE deverá ser preenchido ou digitado e impresso na presença do requerente.
§ 2º No momento da formalização do pedido, o requerente manifestará sua preferência sobre local de votação, entre os estabelecidos para a zona eleitoral.
§ 3º Para os fins do § 2º deste artigo, será colocada à disposição, no cartório ou posto de alistamento, a relação de todos os locais de votação da zona, com os respectivos endereços.
§ 4º A assinatura do requerimento ou a aposição da impressão digital do polegar será feita na presença do servidor da Justiça Eleitoral, que deverá atestar, de imediato, a satisfação dessa exigência.
Art. 10. Antes de submeter o pedido a despacho do juiz eleitoral, o servidor providenciará o preenchimento ou a digitação no sistema dos espaços que lhe são reservados no RAE.
Parágrafo único. Para efeito de preenchimento do requerimento ou de digitação no sistema, será mantida em cada zona eleitoral relação de servidores, identificados pelo número do título eleitoral, habilitados a praticar os atos reservados ao cartório.
Art. 11. Atribuído número de inscrição, o servidor, após assinar o formulário, destacará o protocolo de solicitação, numerado de idêntica forma, e o entregará ao requerente, caso a emissão do título não seja imediata.
Art. 12. Os tribunais regionais eleitorais farão distribuir, observada a seqüência numérica fornecida pela Secretaria de Informática, às zonas eleitorais da respectiva circunscrição, séries de números de inscrição eleitoral, a serem utilizados na forma deste artigo.
Parágrafo único. O número de inscrição compor-se-á de até 12 algarismos, por unidade da Federação, assim discriminados:
a) os oito primeiros algarismos serão seqüenciados, desprezando-se, na emissão, os zeros à esquerda;
b) os dois algarismos seguintes serão representativos da unidade da Federação de origem da inscrição, conforme códigos constantes da seguinte tabela: Rio de Janeiro nº 03
c) os dois últimos algarismos constituirão dígitos verificadores, determinados com base no módulo 11, sendo o primeiro calculado sobre o número seqüencial e o último sobre o código da unidade da Federação seguido do primeiro dígito verificador.
Ex: 12345678_03_73
Art. 13. Para o alistamento, o requerente apresentará um dos seguintes documentos do qual se infira a nacionalidade brasileira (Lei nº 7.444/85, art. 5º, § 2º):
a) carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do exercício profissional;
b) certificado de quitação do serviço militar; Obrigatório para os maiores de 18 anos
c) certidão de nascimento ou casamento, extraída do Registro Civil;
d) instrumento público do qual se infira, por direito, ter o requerente a idade mínima de 16 anos e do qual constem, também, os demais elementos necessários à sua qualificação.
Parágrafo único. A apresentação do documento a que se refere a alínea b (certificado de quitação do serviço militar) é obrigatória para maiores de 18 anos, do sexo masculino.
No momento da formalização do pedido de inscrição, o
alistando manifestará sua preferência pelo local de votação entre
aqueles relativos à sua zona eleitoral e assinará sob observação do
servidor do cartório, sob as penas da lei, formulário padrão que,
entre outras informações, destacará seu endereço.
Art. 14. É facultado o alistamento, no ano em que se realizarem
eleições, do menor que completar 16 anos até a data do pleito, inclusive.
§ 1º O alistamento de que trata o caput poderá ser solicitado até o
encerramento do prazo fixado para requerimento de inscrição eleitoral
ou transferência. 150 dias
§ 2º O título emitido nas condições deste artigo somente surtirá
efeitos com o implemento da idade de 16 anos (Res./TSE nº 19.465, de
12.3.96).
Art. 15. O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o
naturalizado que não se alistar até um ano depois de adquirida a
nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e
cobrada no ato da inscrição.
Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não-alistado que
requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo qüinquagésimo primeiro
(151º ANTERIOR) dia anterior à eleição subseqüente à data em que
completar 19 anos (Código Eleitoral, art. 8º c.c. a Lei nº 9.504/97, art.
91).
Portanto o prazo de alistamento para o brasileiro nato vai até
os dezenove anos, e para o naturalizado é de até um ano após a
aquisição da nacionalidade brasileira. Entretanto há de se levar em
conta a ressalva do parágrafo único.
Art. 16. O alistamento eleitoral do analfabeto é facultativo
(Constituição da República Federativa do Brasil, art. 14, § 1º, II, a).
Parágrafo único. Se o analfabeto deixar de sê-lo, deverá requerer
sua inscrição eleitoral, não ficando sujeito à multa prevista no art. 15
(Código Eleitoral, art. 8º).
O prazo de alistamento para o brasileiro nato vai até os
dezenove anos, e para o naturalizado é de até um ano após a
aquisição da nacionalidade brasileira.
DA TRANSFERÊNCIA
Art. 18. A transferência do eleitor só será admitida se satisfeitas as seguintes exigências:
I - recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente; (151 dias antes do pleito)
II - transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência;
III - residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor (Lei nº 6.996/82, art. 8º);
IV - prova de quitação com a Justiça Eleitoral.
As exigências temporais específicas não se aplicam aos
servidores públicos removidos ou transferidos e aos familiares que
os acompanham.
§ 2º Ao requerer a transferência, o eleitor entregará ao servidor do cartório o título eleitoral e a prova de quitação com a Justiça Eleitoral.
§ 3º Não comprovada a condição de eleitor ou a quitação para com a Justiça Eleitoral, o juiz eleitoral arbitrará, desde logo, o valor da multa a ser paga.
§ 4º Despachado o requerimento de transferência pelo juiz eleitoral e processado pelo cartório, o setor da Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral responsável pelos serviços de processamento de dados
enviará ao cartório eleitoral, que as colocará à disposição dos partidos políticos, relações de inscrições atualizadas no cadastro, com os respectivos endereços.
§ 5º Do despacho que indeferir o requerimento de transferência, caberá recurso interposto pelo eleitor no prazo de cinco dias e, do que o deferir, poderá recorrer qualquer delegado de partido político no prazo de dez dias, contados da colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao requerente antes dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem (Lei nº 6.996/82, art. 8º).
§ 6º O cartório eleitoral providenciará, para o fim do disposto no § 5º, relações contendo os pedidos indeferidos.
Em síntese: Para fins de transferência, o eleitor deverá
comprovar estar quite com a Justiça Eleitoral, o transcurso de
pelo menos um ano da última inscrição e declarar residência
mínima de três meses no novo domicílio. Não comprovada a
quitação para com a Justiça Eleitoral, desde logo o juiz eleitoral
fixará a multa devida.
O requerimento de transferência de domicílio eleitoral será
imediatamente publicado na imprensa oficial (na capital) ou em
cartório (nas demais localidades), podendo os interessados impugná-
lo em 10 dias. Da decisão cabe recurso para o Tribunal Regional
Eleitoral nas mesmas condições do alistamento deferido ou
indeferido.
Inscrever-se fraudulentamente como eleitor caracteriza crime
(artigo 289 do Código Eleitoral).
Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,
durante o serviço militar obrigatório, o conscrito (aquele que,
regularmente convocado, presta o serviço militar obrigatório ou
serviço alternativo, incluindo-se no conceito os médicos, dentistas,
farmacêuticos e veterinários que prestam o serviço militar
obrigatório após o encerramento da faculdade – artigo 7.º da Lei n.
5.292, de 8.6.1967). O conscrito que se alistou e adquiriu o direito
de voto antes da conscrição tem sua inscrição mantida, mas não
pode exercer o direito de voto até que o serviço militar ou
alternativo esteja cumprido (Resolução n. 15.072/89 do Tribunal
Superior Eleitoral).
Aos portugueses com residência permanente no Brasil
(independentemente de naturalização), se houver reciprocidade em
favor dos brasileiros, são atribuídos os direitos inerentes aos
brasileiros, salvo os casos previstos na própria Constituição da
República Federativa do Brasil (artigo 12, § 1.º, da Constituição da
República Federativa do Brasil/88, nos termos da Emenda
Constitucional de revisão n. 3/94). Restringe-se, assim, a tese pela
qual a nacionalidade é pressuposto de cidadania.
Encerrando o tema, Walter Ceneviva (Direito Constitucional
Brasileiro. 2.ª ed. São Paulo: Saraiva, 1991. p. 25) leciona que,
observados os requisitos da Constituição da República Federativa do
Brasil (residência permanente no Brasil e reciprocidade), o cidadão
português, além de eleitor, pode ser Governador de Estado, Senador
ou Deputado (mas não Presidente de alguma das Casas do
Congresso, já que, entre outras, tal função é reservada aos brasileiros
natos – artigo 12, § 3.º, da Constituição da República Federativa do
Brasil). Preenchidos os requisitos constitucionais e legais, pode
também ser vereador.
Observe-se, conforme analisaremos no estudo da
nacionalidade, que a quase nacionalidade pode ser restrita (não dá
direitos políticos) ou ampla (concede direitos políticos no limite da
reciprocidade).
Atualmente, o artigo 15 da Constituição portuguesa veda a
qualquer estrangeiro (inclusive aos provenientes de países de língua
portuguesa) o acesso à titularidade dos órgãos de soberania e dos
órgãos de governo próprio das regiões autônomas, o serviço das
forças armadas e a carreira diplomática.
A outorga de direitos políticos em Portugal aos brasileiros
importará suspensão dos mesmos no Brasil, com a suspensão das
inscrições eleitorais eventualmente existentes (§ 4.º do artigo 51 da
Resolução n. 21.538/2003) do Tribunal Superior Eleitoral).
O eleitor obrigado a votar, que se encontra no exterior no
dia da votação, tem o prazo de 30 dias contados de seu ingresso no
país para justificar sua falta perante o juiz de sua zona eleitoral.
No caso de estar no país, o eleitor, que tinha obrigação de
votar e não o fez, tem o prazo de 60 dias para justificar sua
ausência.
Indeferida a justificação ou decorrido o prazo sem
justificativa, será aplicada multa pelo não exercício do voto, a qual
será fixada entre 3% e 10% sobre o valor correspondente a 33,02
UFIRs (base de cálculo) e destinada ao Fundo Especial de
Assistência Financeira aos Partidos Políticos. O pagamento poderá
ser efetuado na agência arrecadadora de qualquer zona eleitoral, nos
termos do artigo 11 do Código Eleitoral e da Resolução n. 20.405/98
do Tribunal Superior Eleitoral.
Nos termos dos §§ 2.º e 3.º do artigo 367 do Código Eleitoral,
o eleitor pobre poderá ser isentado do pagamento da multa. Por outro
lado, se mesmo aplicada ao máximo se mostrar ineficaz em razão da
situação econômica do infrator, a multa poderá ser aumentada em até
dez vezes.
Certificado nos autos que a multa não foi satisfeita no prazo
de trinta dias contados do trânsito em julgado da decisão que a fixar
(decisão que deve ser publicada ou notificada ao eleitor), a dívida
será inscrita em livro próprio do Juízo Eleitoral ou do Tribunal (caso
os autos lá se encontrem) e assim considerada líquida e certa para
efeitos de cobrança, mediante execução fiscal.
No caso de imposição de multa pelo juiz eleitoral, este deverá
providenciar para que, em até cinco dias do decurso do prazo para
pagamento, os autos (com a certidão da dívida inscrita) sejam
encaminhados ao Tribunal Eleitoral competente, o qual se reportará
diretamente à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Comunicada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional a
liquidação da dívida, a ocorrência será anotada nos autos e registrada
no Livro de Inscrição de Multas Eleitorais (Resolução n. 20.405/98
do Tribunal Superior Eleitoral e Portaria n. 94/99 do Tribunal
Superior Eleitoral).
1.1. Revisão do Eleitorado
Quando houver denúncia fundamentada de fraude no
alistamento junto a uma zona ou Município, o Tribunal Regional
Eleitoral, observadas as regras determinadas pelo Tribunal Superior
Eleitoral, poderá determinar correção e, provada a fraude em
proporção comprometedora, ordenará a revisão do eleitorado com o
cancelamento dos títulos que não foram apresentados à revisão (§ 4.º
do artigo 71 do Código Eleitoral).
O Tribunal Superior Eleitoral determinará de ofício a revisão
sempre que:
•O total de transferências ocorridas no ano em curso for 10%
superior ao do ano anterior,
•Quando o eleitorado for superior ao dobro da população entre 10 e
15 anos somada à de idade superior a 70 anos do território daquele
Município, E_2x_10a15_+>70
•Ou ainda, na hipótese de o eleitorado ser superior a 65% da
população projetada pelo IBGE para aquele ano (artigo 92 da Lei
n. 9.504/97 e artigo 57 da Resolução n. 21.538/2003 do Tribunal
Superior Eleitoral).
1.2. Cancelamento da Inscrição Eleitoral
As causas de cancelamento da inscrição eleitoral (o
alistamento eleitoral é uma das condições de elegibilidade) estão
explicitadas no artigo 71 do Código Eleitoral. São elas:
I – infração do artigo 5.º do Código Eleitoral, que veda o
alistamento como eleitores dos que não saibam exprimir-se na
língua nacional (conceito que não restringe o alistamento e o voto
dos deficientes que têm capacidade de expressar sua vontade) ou que
estejam privados dos seus direitos políticos;
II – infração do artigo 42 do Código Eleitoral, que veda o
alistamento dos que estão privados temporária ou definitivamente
dos direitos políticos;
III – a suspensão ou perda dos direitos políticos; Lembrete -> Não
existe Cassação
IV – a pluralidade de inscrições;
V – o falecimento do eleitor, devendo o cartório de registro civil,
até o dia 15 de cada mês, enviar ao Juiz eleitoral a comunicação dos
óbitos dos cidadãos alistados;
VI – deixar de votar em três eleições consecutivas. Conforme
estabelece o § 3.º do artigo 7.º do Código Eleitoral, regulamentado
pelo § 3.º do artigo 78 da Resolução n. 21.538/2003do Tribunal
Superior Eleitoral, será cancelada a inscrição do eleitor que se
abstiver de votar em três eleições consecutivas, salvo se houver
apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento da
multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por
prerrogativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício
do voto e cuja idade não ultrapasse 80 anos.
Havendo segundo turno, cada um deles será considerado uma
eleição para os efeitos de cancelamento ou imposição de multa
(inciso V do artigo 82 da Resolução n. 20.292/98).
A exclusão do eleitor poderá ser promovida ex officio pelo juiz
eleitoral ou a requerimento do Ministério Público, de delegado de
partido ou de qualquer eleitor.
Durante o processo de exclusão, o eleitor poderá votar
normalmente. Os votos, se em número suficiente para alterar a
representação proporcional ou a classificação dos eleitos pelo
princípio majoritário, poderão ser considerados nulos se ao final a
decisão excludente se tornar definitiva.
Autuada a informação, o juiz eleitoral determinará a
publicação de edital no prazo de dez dias. O edital é dispensável no
caso de falecimento. Os interessados (inclusive outro eleitor ou
delegado de partido – artigo 73 do código eleitoral) poderão
contestar dentro de cinco dias. Se requerida, o Juiz poderá
conceder de 5 a 10 dias para produção de provas (dilação
probatória). O julgamento se dará em cinco dias, podendo o
excluendo, o ministério público ou o delegado de partido recorrer
para o tribunal regional eleitoral em três dias.
MÓDULO III
DIREITO ELEITORAL
Capacidade Eleitoral Passiva
DIREITO ELEITORAL
Capacidade Eleitoral Passiva
1. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
São condições de elegibilidade (capacidade eleitoral passiva),
na forma da lei:
•nacionalidade brasileira (observada a questão da reciprocidade
quanto aos portugueses e que apenas alguns cargos são
privativos de brasileiros natos);
CRFB – ART. 12; § 1º Aos portugueses com residência permanente no
País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de revisão nº 3, de 1994).
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; Só STF
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
•pleno exercício dos direitos políticos (veremos oportunamente as
inelegibilidades);
Presidente das casas do
congresso
•alistamento eleitoral (só pode ser votado quem pode votar, embora
nem todos que votam podem ser votados – como o analfabeto e o
menor de 18 e maior de 16 anos);
•domicílio eleitoral na circunscrição (pelo prazo que a lei ordinária
federal fixar; hoje é de um ano antes do pleito, nos termos do
artigo 9.º da Lei n. 9.504/97);
•a filiação partidária (pelo menos um ano antes das eleições, nos
termos do artigo 18 da Lei n. 9.096/95 e artigo 9.º da Lei n.
9.504/97); (podendo os estatutos dos partidos fixarem tempo maior)
•Legislação, Complementar: Lei no 9.096/95, art. 18, e Lei no 9.504/97,
art. 9o: prazo mínimo de um ano de filiação para eleições proporcionais e
majoritárias. Lei no 9.096/95, art. 20: possibilidade de o partido
estabelecer no estatuto prazo mínimo superior a um ano.
•Acórdão-TSE no 11.314/90, de 30.8.90: inexigibilidade de filiação
partidária prévia para registro de candidatura do militar.
•A idade mínima de:
35 anos para Presidente da República, Vice-Presidente da
República e Senador:
30 anos para Governador e Vice-Governador;
21 anos para Deputado (Federal, Distrital ou Estadual), Prefeito,
Vice-Prefeito e Juiz de Paz (mandato de quatro anos – artigo 98,
inciso II, da Constituição da República Federativa do Brasil);
18 anos para Vereador.
A aquisição da elegibilidade, portanto, ocorre gradativamente.
De acordo com o § 2.º do artigo 11 da Lei n. 9.504/97, a idade
mínima deve estar preenchida até a data da posse. Há, contudo,
entendimento jurisprudencial no sentido de que o requisito da idade mínima deve estar
satisfeito na data do pleito.
Não há idade máxima limitando o acesso aos cargos eletivos.
2. O REGISTRO DOS CANDIDATOS
A escolha dos candidatos (até então são candidatos a
candidatos) se faz mediante convenção daqueles que são filiados ao
partido, entre os dias 10 e 30 de junho do ano em que haverá
eleições,
Observadas as regras estatutárias (artigo 7.º da Lei n.
9.504/97 – Lei Geral das Eleições). Cada candidato concorre para
um único cargo, conforme estabelece o artigo 88 do Código
Eleitoral.
DAS CONVENÇÕES PARA A ESCOLHA DE CANDIDATOS
Art. 7o As normas para a escolha e substituição dos candidatos e para a formação de coligações serão estabelecidas no estatuto do partido, observada sas disposições desta Lei.
§ 1o Em caso de omissão do estatuto, caberá ao órgão de direção nacional do partido estabelecer as normas a que se refere este artigo, publicando-as no Diário Oficial da União até cento e oitenta dias antes das eleições.
§ 2o Se a Convenção partidária de nível inferior se opuser, na deliberação sobre coligações, às diretrizes legitimamente estabelecidas pela Convenção nacional, os órgãos superiores do partido poderão, nos termos do respectivo estatuto, anular a deliberação e os atos dela decorrentes.
§ 3o Se, da anulação de que trata o parágrafo anterior, surgir necessidade de registro de novos candidatos, observar-se-ão, para os
respectivos requerimentos, os prazos constantes dos §§ 1o e 3o do art. 13. 10 dias após o acontecimento e até 60 dias antes do pleito.
Para a realização das Convenções de escolha de candidatos,
os partidos políticos poderão usar gratuitamente prédios públicos,
responsabilizando-se por danos causados com a realização do
evento.
Se a Convenção partidária de nível inferior se opuser, na
deliberação sobre coligações, às diretrizes legitimamente
estabelecidas pela Convenção nacional, os órgãos superiores do
partido poderão, nos termos do respectivo estatuto, anular a
deliberação e os atos dela decorrentes.
A Constituição da República Federativa do Brasil, no § 1.º do
seu artigo 17, dá aos partidos políticos ampla liberdade para
definirem suas regras de organização e funcionamento (princípio
da não-intervenção ou da autonomia partidária).
CAPÍTULO V - DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional; Portanto só há partidos à nível nacional.
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º - É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias.
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no TSE.
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
Somente pode ser candidato aquele que está filiado a um
partido político pelo menos um ano antes do pleito (podendo o
estatuto do partido fixar prazo maior) e residente na circunscrição
da eleição pela qual concorre, pelo mesmo prazo. Há exceções ao
prazo de filiação, que poderá ser menor em relação aos militares e
aos membros dos Tribunais de Contas (Resoluções do Tribunal
Superior Eleitoral n. 19.978/97 e n.20.100/98).
As filiações são comunicadas à Justiça Eleitoral na segunda
semana dos meses de abril e outubro de cada ano, permitindo assim
um maior controle sobre seus prazos.
" Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e outubro de
cada ano, o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou
nacional, deverá remeter, aos Juízes Eleitorais, para arquivamento,
publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito
de candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus
filiados, da qual constará a data de filiação, o número dos títulos
eleitorais e das Seções em que estão inscritos." (A lei 9504/97 alterou o
parágrafo 19 da lei dos partidos políticos dando nova redação ao
artigo 19)
Cumpre observar que o benefício da candidatura nata foi
liminarmente suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (ADIn MC n.
2530, de 24.04.02).
Cada partido poderá registrar candidatos para as eleições
proporcionais (Deputado e Vereador) até 150% do número de
lugares a preencher. As coligações podem registrar candidatos até o
dobro dos lugares a preencher.
Nas unidades da Federação em que a população elege até
vinte Deputados Federais, cada partido poderá registrar candidatos a
Deputado Federal e Estadual (ou Distrital) até o dobro das vagas a
preencher; havendo coligação, esses números podem ser acrescidos
de até mais 50%.
Proporcionais __Partido 150%__Coligação 200%___e Mais 50%
DEDF se até 20DF
Cada partido ou coligação deverá reservar o mínimo* de 30%
e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. *Em todos os
cálculos, será sempre desprezada a fração, se inferior a meio, e igualada a um, se igual
ou superior.
O pedido de registro deverá ser formalizado até as 19 horas
do dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições e, entre
outros documentos, deverá incluir a declaração de bens assinada
pelo candidato.
Lei no 9.504/97 (Lei das Eleições) Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições.
§ 1o O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - cópia da ata a que se refere o art. 8o; (Refere-se à ata das convenções de escolha que se dão entre 10 e 30 de junho do ano da eleição. A ata deve estar em livro aberto e rubricado pela justiça eleitoral.)
II - autorização do candidato, por escrito;
III - prova de filiação partidária;
IV - declaração de bens, assinada pelo candidato;
V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo Cartório Eleitoral, de que o candidato é eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo previsto no art. 9o; (prazo de um ano)
VI - certidão de quitação eleitoral;
VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e Estadual;
VIII - fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral, para efeito do disposto no § 1o do art. 59.
Cada candidato poderá indicar, além do seu nome completo,
até três variações pelas quais é mais conhecido. Não havendo
preferência entre os candidatos que pretendem o registro da mesma
variação nominal (§ 1.º do artigo 12 da Lei n. 9.504/97), defere-se o
pedido do primeiro que o tenha requerido (Súmula n. 4 do TSE).
Lei nº 9504/97:
Art. 12. O candidato às eleições proporcionais indicará, no pedido de registro, além de seu nome completo, as variações nominais com que deseja ser registrado, até o máximo de três opções, que poderão ser o prenome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido ou nome pelo qual é mais conhecido, desde que não se estabeleça dúvida quanto à sua identidade, não atente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente, mencionando em que ordem de preferência deseja registrar-se.
§ 1o Verificada a ocorrência de homonímia, a Justiça Eleitoral procederá atendendo ao seguinte:
I - havendo dúvida, poderá exigir do candidato prova de que é conhecido por dada opção de nome, indicada no pedido de registro;
II - ao candidato que, na data máxima prevista para o registro, esteja exercendo mandato eletivo ou o tenha exercido nos últimos quatro anos, ou que nesse mesmo prazo se tenha candidatado com um dos nomes que indicou, será deferido o seu uso no registro, ficando outros candidatos impedidos de fazer propaganda com esse mesmo nome;
III - ao candidato que, pela sua vida política, social ou profissional, seja identificado por um dado nome que tenha indicado, será deferido o registro com esse nome, observado o disposto na parte final do inciso anterior;
IV - tratando-se de candidatos cuja homonímia não se resolva pelas regras dos dois incisos anteriores, a Justiça Eleitoral deverá notificá-los para que, em dois dias, cheguem a acordo sobre os respectivos nomes a serem usados;
V - não havendo acordo no caso do inciso anterior, a Justiça Eleitoral registrará cada candidato com o nome e sobrenome constantes do pedido de registro, observada a ordem de preferência ali definida.
§ 2o A Justiça Eleitoral poderá exigir do candidato prova de que é conhecido por determinada opção de nome por ele indicado, quando seu uso puder confundir o eleitor.
§ 3o A Justiça Eleitoral indeferirá todo pedido de variação de nome coincidente com nome de candidato a eleição majoritária , salvo para candidato que esteja exercendo mandato eletivo ou o tenha exercido nos últimos quatro anos, ou que, nesse mesmo prazo, tenha concorrido em eleição com o nome coincidente.
§ 4o Ao decidir sobre os pedidos de registro, a Justiça Eleitoral publicará as variações de nome deferidas aos candidatos.
COMPETÊNCIA PARA REGISTRO:
Código Eleitoral; Art. 86.
Nas eleições presidenciais, a circunscrição será o País; nas eleições federais e estaduais, o Estado; e nas municipais, o respectivo Município.
•Os candidatos a Presidente e Vice-Presidente da República são registrados no Tribunal Superior Eleitoral.
•Candidatos a Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual são registrados no Tribunal Regional Eleitoral do Estado pelo qual concorrem.
•Candidatos a Prefeito, Vice-Prefeito, Vereador e Juiz de Paz são registrados junto ao Juiz Eleitoral da respectiva circunscrição.
Nos termos do artigo 13 da Lei n. 9.504/97, o partido ou
coligação poderá substituir o candidato que for declarado inelegível,
renunciar ou falecer após o encerramento do prazo para registro. O
pedido de substituição deve ser formalizado até dez dias após o fato
que lhe deu origem, sendo que, nas eleições proporcionais, deve ser
apresentado até sessenta dias antes do pleito.
Também é previsto Prazo de registro de 60 dias antes do
pleito quando houver vagas remanescentes no caso de as
Convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número
máximo de candidatos previsto.
2.1. Impugnação ao Pedido de Registro (anterior ao pleito)
De acordo com o artigo 97 do Código Eleitoral, protocolado o
pedido de registro, a Justiça Eleitoral providenciará a imediata
expedição de edital, o qual será publicado na imprensa oficial (na
capital) ou afixado no Cartório Eleitoral (no interior).
Da publicidade do pedido de registro começa a correr o prazo
de 5 dias para a impugnação (artigo 3.º da Lei Complementar n.
64/90), que será apresentada ao juiz ou tribunal competente para o
registro e terá por base fatos verificados até aquele momento, e que
poderá ser formalizada pelo Ministério Público, partidos,
coligações e candidatos já indicados nas convenções*. Caso não
atue como parte, o Ministério Público participará do processo na
condição de fiscal da lei. *Portanto somente os citados acima
podem impor impugnação, assim excluiu-se o eleitor.
Não poderá impugnar o pedido de registro o membro do
Ministério Público que nos dois anos anteriores à impugnação tenha
disputado cargo eletivo, integrado Diretório de Partido ou exercido
atividade político-partidária. A regra do artigo 3.º, § 2º, da Lei
Complementar n. 64/90, que previa o prazo de quatro anos, foi
derrogada pelo artigo 80 da Lei Complementar n. 75/93, conforme
explicita o § 2.º do artigo 36 da Resolução do Tribunal Superior
Eleitoral.
O impugnante, desde logo, deve especificar suas provas e
arrolar até seis testemunhas.
O prazo para contestar é de sete dias, contados da notificação
do candidato, partido ou coligação.
Superada a fase instrutória, será aberto o prazo comum de
cinco dias para as partes apresentarem suas alegações finais e para o
Ministério Público apresentar o seu parecer. Em seguida, os autos
seguem para o juiz ou para o tribunal decidir, em três dias.
O prazo para recurso será de três dias. As contra-razões
também devem ser protocoladas em três dias, contados do protocolo
da petição do recurso.
O recurso contra a decisão do juiz eleitoral é o inominado
previsto no artigo 265 do Código Eleitoral, admitindo inclusive a
retratação (artigo 267, § 7.º). Contra a decisão do Tribunal Regional
Eleitoral, o recurso é denominado ordinário, nos termos dos incisos
III e IV do § 4.º do artigo 121 da Constituição da República
Federativa do Brasil combinados com os artigos 276, incisos I e II, e
277 do Código Eleitoral. Pode ser cabível* mandado de segurança
contra decisão originária do Tribunal Superior Eleitoral.
*TSE:
§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.
*TREs:
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de injunção.
Os prazos correm em cartório (independentemente de
intimação), são peremptórios, contínuos e não se suspendem aos
sábados, domingos e feriados, nos termos do artigo 16 da Lei
Complementar n. 64/90.
Nos termos da Súmula n. 10 do Tribunal Superior Eleitoral,
caso a sentença seja entregue em cartório antes dos três dias
disponibilizados para o juiz decidir e não haja intimação pessoal do
interessado, o prazo para o recurso (três dias) contra decisão só
começa a correr do termo final daquele tríduo.
A declaração de inelegibilidade do candidato a chefe do Poder
Executivo não afeta o candidato a vice, e a declaração de
inelegibilidade do vice não afeta o candidato à chefia do Executivo,
nos termos do artigo 18 da Lei das Inelegibilidades (Lei
Complementar n. 64/90).
De acordo com a Súmula n. 11 do Tribunal Superior Eleitoral, “no
processo de registro de candidato, o partido que não o impugnou não tem
legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se cuidar de
matéria constitucional”.
DIREITO ELEITORAL
1. São requisitos da capacidade política ativa obrigatória, além da nacionalidade brasileira:
a)a idade de 21 anos;
b)a alfabetização e a idade de 18 a 70 anos;
c)a idade de 18 a 70 anos;
d)a idade entre 18 e 65 anos para mulher e 18 a 70 para homem.
2. A capacidade política ativa é facultativa para:
a)menores de 16 e maiores de 70 anos de idade, alfabetizados ou não;
b)menores entre 16 a 18 anos, e maiores de 70 anos, alfabetizados ou não;
c)menores de 16 anos e maiores de 70 anos de idade;
d)menores de 18 anos e analfabetos.
3. Será concedida a transferência de domicílio eleitoral ao eleitor que provar:
a) que tem 1 ano de inscrição anterior e que está residindo no novo endereço há 3 meses;
b) que tem 3 meses de inscrição anterior e que está residindo no novo endereço há 1 ano;
c) que tem novo endereço residencial;
d) que está residindo no novo endereço há 1 ano.
4. Assinale a alternativa incorreta:
a) quem não tiver em dia com as obrigações eleitorais não pode participar de concursos públicos;
b) todos os brasileiros maiores de 18 anos são obrigados a votar;
c) o estrangeiro não pode votar, nem que tenha residência ininterrupta no Brasil por mais de 30 anos;
d) o soldado das forças armadas tem capacidade política ativa e passiva.
5. A legislação sobre matéria eleitoral é de competência:
a) privativa da União;
b) dos Estados;
c) comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
d) concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal.
D. Eleitoral B B A B A
MÓDULO IV
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos Negativos
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos Negativos
1. INTRODUÇÃO
Direitos políticos negativos são as circunstâncias que
acarretam a perda ou a suspensão dos direitos políticos, bem como
aquelas que implicam na inalistabilidade ou na inelegibilidade,
restringindo ou mesmo impedindo que uma pessoa participe dos
negócios jurídicos de uma nação. São hipóteses que, por
restringirem direitos, devem ser interpretadas restritivamente.
2. INELEGIBILIDADE
Inelegibilidade é a incapacidade eleitoral passiva
(impossibilidade de se eleger).
Inalistabilidade é a incapacidade eleitoral ativa
(impossibilidade de ser eleitor).
A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece
vários casos de inelegibilidade no artigo 14, §§ 4.º a 7.º, bem como
permite que lei complementar estabeleça outros casos (Lei
Complementar n. 64/90).
(Constituição da República Federativa do Brasil artigo 14, §§ 4.º a 8.º)
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os
Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. (Desincompatibilização)
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
A DOUTRINA COSTUMA CLASSIFICAR A
INELEGIBILIDADE EM ABSOLUTA E RELATIVA.
2.1. Inelegibilidade Absoluta
É a inelegibilidade para qualquer cargo eletivo, em todo
território nacional. É excepcional e somente pode ser estabelecida
pela Constituição da República Federativa do Brasil. O artigo 14,
§ 4.º, dispõe que são inelegíveis os inalistáveis (inclusive os
conscritos e os estrangeiros) e os analfabetos.
De acordo com a Súmula n. 15 do Tribunal Superior Eleitoral:
“O exercício de cargo eletivo não é circunstância suficiente para, em
recurso especial, determinar-se a reforma da decisão, mediante a
qual o candidato foi considerado analfabeto”.
2.2. Inelegibilidade Relativa
As inelegibilidades relativas são restrições à elegibilidade
para alguns cargos específicos, em razão de situações em que se
encontra o cidadão, no momento da eleição.
As hipóteses de inelegibilidade relativa são as seguintes:
Para o mesmo cargo (reeleição), Para outros cargos
(desincompatibilização), Por motivo de parentesco e outros
casos especiais como o dos Militares.
2.2.1. Para o mesmo cargo (reeleição)
Não vige mais o impedimento de reeleição (mesmo cargo) do
Presidente da República e outros Chefes de Poder Executivo.
Nos termos da Emenda Constitucional n. 16/97, que deu nova
redação ao § 5.º do artigo 14 da Constituição da República
Federativa do Brasil, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido
ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos por um
único período imediatamente subseqüente.
Mesmo com a renúncia antes do término do segundo
mandato, o Chefe do Poder Executivo não poderá concorrer a um
terceiro mandato imediatamente subseqüente. Também não pode
concorrer ao cargo de Vice, já que, potencialmente, poderá ocupar o
lugar do titular e assim exercer um terceiro mandato imediatamente
consecutivo.
Por fim, caso no período imediatamente subseqüente ocorra
vacância do cargo de Chefe do Executivo e seu Vice, aquele que
exerceu aquela chefia nos dois períodos imediatamente antecedentes
não poderá ser candidato ao “mandato tampão”.
A Constituição brasileira não impede que alguém que cumpra
dois mandatos presidenciais (consecutivos ou não) permaneça fora
da Presidência da República por quatro anos e volte a ser eleito,
admitida novamente a reeleição.
2.2.2. Para outros cargos (desincompatibilização)
Para concorrerem a cargo diverso dos que ocupam, os Chefes
do Executivo devem renunciar aos respectivos mandatos seis meses
antes do pleito. Este ato chama-se desincompatibilização. Para a
reeleição (mesmo cargo) não se exige a desincompatibilização (Ação
Direta de Inconstitucionalidade n. 1.805 - DF).
Quanto aos vices, há que se observar que, desde a sua
elaboração, a Emenda Constitucional n. 16/97 foi criticada por sua
péssima redação.
Em primeiro lugar, é necessário relembrar que vice substitui o
titular no caso de impedimento e sucede-lhe no caso de vaga. São
hipóteses diversas. Enquanto substituto, é vice. Quando sucede, é
titular do mandato.
Nos termos da Emenda Constitucional n. 16/97, o vice que
substitui o Chefe do Executivo poderá ser reeleito (presume-se, para
o mesmo cargo de Vice) para um único período subseqüente. Caso
seja reeleito vice e novamente venha a substituir o Chefe no segundo
mandato, não poderá ser reeleito vice para um terceiro mandato
subseqüente.
O vice que sucede o titular também poderá ser reeleito para
um único período subseqüente. Aqui, há que se observar que, a partir
da sucessão, o vice passa a ser o titular da Chefia do Executivo e
para este cargo (de chefe) poderá se reeleger para um único período
subseqüente, conforme deliberou o Tribunal Superior Eleitoral na
Consulta n. 689, apreciada em 9.10.2001.
A exceção é o caso do vice que sucede o titular em um
primeiro mandato e novamente em um segundo mandato (no qual
também era vice), exercendo por duas vezes, de forma consecutiva e
permanente, a Chefia do Executivo. Nesta hipótese, não poderá
concorrer a um terceiro mandato consecutivo de Chefe do
Executivo.
Assim, ainda que tenha sido eleito e reeleito vice, desde que
não tenha sucedido o Chefe do Poder Executivo por duas vezes
subseqüentes, o vice que assume a Chefia do Executivo poderá ser
candidato à reeleição (à Chefia do Poder Executivo). Note-se que
nesse caso, o cidadão não poderá concorrer ao cargo de vice, mas
poderá concorrer à titularidade do mandato. Tal conseqüência é
absurda, mas não é a única conseqüência absurda da Emenda
Constitucional, pois não podemos esquecer que ela impõe a
desincompatibilização a um Presidente da República que deseja
concorrer ao cargo de Vereador de um pequeno Município, mas não
a exige caso este mesmo Presidente da República queira ser
candidato à reeleição.
2.2.3. Por motivo de parentesco
São inelegíveis no território da jurisdição do titular o
cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins (parentes do cônjuge),
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador, de Prefeito ou de quem os haja substituído nos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se o candidato já for titular de
mandato eletivo e concorrer à reeleição (continuidade do mesmo
cargo).
Os parentes e o cônjuge, porém, são elegíveis para quaisquer
cargos fora da jurisdição do respectivo titular do mandato e mesmo
para cargo de jurisdição mais ampla. Exemplo: O marido da Prefeita
não pode ser candidato a Prefeito ou a Vereador na circunscrição em
que ela exerça o cargo. Pode, porém, ser candidato a Governador,
Deputado, Senador, Presidente da República, ainda que não haja
desincompatibilização de sua esposa (Tribunal Superior Eleitoral,
Consulta n. 6.328 - Classe 10. ª, DF).
Eleito Governador, sua esposa poderá concorrer à reeleição
para o cargo de Prefeita.
A Súmula n. 12 do Tribunal Superior Eleitoral estabelece que
“são inelegíveis, no Município desmembrado, e ainda não instalado,
o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau
ou por adoção, do Prefeito do Município-mãe, ou de quem o tenha
substituído, dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo”.
A hipótese de inelegibilidade, em razão de parentesco ou
casamento, é conhecida por inelegibilidade reflexa. A Súmula n. 6
do Tribunal Superior Eleitoral vedava candidatura ao mesmo cargo
de Chefe do Executivo ainda que houvesse desincompatibilização do
titular seis meses antes do pleito. O Tribunal, abrandando essa regra,
assentou que o cônjuge e os parentes do Chefe do Executivo são
elegíveis para o mesmo cargo do titular, quando este for reelegível e
tiver se afastado definitivamente até seis meses antes do pleito
(Acórdão n.º 19.442, de 21/08/2001, Resolução n.º 20.931, de
20/11/2001 e Acórdão n.º 3.043 de 27/11/2001).
É possível a eleição de cônjuge ou parente até segundo grau
do Chefe do Executivo para cargo eletivo diverso, no mesmo
território, desde que haja a desincompatibilização definitiva do
Chefe do Executivo seis meses antes do pleito.
A viúva de Chefe do Poder Executivo pode candidatar-se ao
mesmo cargo do falecido, pois, com a morte, cessa a sociedade
conjugal.
Aos membros do Legislativo (exceto se exercerem a Chefia
do Executivo) ou seus parentes não se impõe qualquer
desincompatibilização para que concorram a cargos do Legislativo
ou do Executivo.
2.2.4. Outras hipóteses legais de inelegibilidade
A Lei Complementar n. 64/90 e a Lei Complementar n. 81/94,
autorizadas pelo § 9.º do artigo 14 da Constituição da República
Federativa do Brasil, estabelecem outros casos de inelegibilidade a
fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o
exercício do mandato e a normalidade e legitimidade das eleições
contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de
função, cargo ou emprego na Administração direta ou indireta.
Nos termos da alínea “g” do inciso I do artigo 1.º da Lei
Complementar n. 64/90 (Lei das Inelegibilidades), por exemplo,
aquele que tiver suas contas rejeitadas por irregularidade insanável e
por decisão irrecorrível de órgão competente, fica inelegível pelos
cinco anos seguintes à data da decisão, salvo se a questão houver
sido ou estiver sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário.
Outra hipótese de inelegibilidade que pode ser lembrada é a
do Presidente da República que sofre condenação por crime de
responsabilidade e assim fica inelegível por oito anos a contar da
condenação (parágrafo único do artigo 52 da Constituição da
República Federativa do Brasil)
2.2.5. Militares
O militar alistável (excluído o conscrito) é elegível nos
seguintes termos:
• Se contar com menos de dez anos de serviço militar, deve
afastar-se da atividade (passa automaticamente para a reserva –
totalidade das pessoas que se conservam à disposição não
remunerada das Forças Armadas).
• Se contar com mais de dez anos de atividade, o militar será
temporariamente agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade (artigo 14, § 8.º, da Constituição da República
Federativa do Brasil), que será remunerada caso o militar eleito
preencha os requisitos para ser reformado (espécie de
aposentadoria do militar). Caso não seja eleito, o militar, que
tinha mais de dez anos de serviço ao lançar sua candidatura,
voltará a exercer suas funções militares.
Agregação é a inatividade provisória de um militar sem que
ele deixe de pertencer aos quadros dos efetivos das Forças Armadas.
O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a
partidos políticos (inciso V do § 3.º do artigo 142 da Constituição da
República Federativa do Brasil, acrescentado pela Emenda
Constitucional n. 18/98). Assim, para poder candidatar-se, deve ser
agregado (suspender o exercício do serviço ativo) desde o registro da
candidatura até a diplomação (Resolução do Tribunal Superior
Eleitoral n. 19.978/97 e artigo 82, inciso XIV, da Lei n. 6.880/80).
Conforme consta do Recurso Especial n. 112.477/RS (não
conhecido), julgado em 3.6.1997, 6.ª Turma do Superior Tribunal
de Justiça, “o militar que conta com mais de dez anos de efetivo
serviço, candidato a cargo eletivo, será agregado pela autoridade
superior, pelo que tem direito à remuneração pertinente até a sua
diplomação” (Juis Saraiva 21). O entendimento, que segundo
pensamos é correto, e apenas garante tratamento igualitário aos
servidores militares e civis, não é pacífico, pois o artigo 98 do
Código Eleitoral (parcialmente revogado pelo § 8.º do artigo 14 da
Constituição da República Federativa do Brasil) equipara a
agregação às licenças não remuneradas daqueles que se afastam do
serviço para tratar de assuntos particulares.
O prazo de filiação partidária exigível do militar candidato é o
mesmo da desincompatibilização, ou seja, a partir do registro de sua
candidatura seis meses antes do pleito (Resolução do Tribunal
Superior Eleitoral n. 19.978/97).
As mesmas regras são aplicáveis aos militares dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios (§ 1.º do artigo 42 da
Constituição da República Federativa do Brasil/88).
DIREITO ELEITORAL
1. São inelegíveis, por motivos de parentesco com o Chefe do Executivo, no próximo pleito:
a) tio, avô e sobrinho;
b) tio, sogro e irmão;
c) primo, sobrinho e irmão;
d) cunhado, cônjuge, pai e mãe.
2. O irmão da concubina do Prefeito municipal:
a) é inelegível para Vereador no mesmo Município;
b) não tem impedimento para disputar eleição municipal, vez que não é considerado parente do Prefeito;
c) só poderá disputar eleição no Município se for em busca de reeleição;
d) não poderá participar de nenhuma eleição no Estado, salvo em busca de reeleição.
3. O militar que pretenda disputar mandato eletivo deverá:
a) afastar-se da atividade, se tiver menos de 10 anos de serviço;
b) ir para a reserva, não sendo oficial;
c) pedir licença à sua unidade pelo tempo do mandato;
d) pedir licença à sua unidade pelo tempo do mandato, desde que tenha mais de 10 anos de serviço e seja oficial.
4. A lei que cuida das demais hipóteses de inelegibilidades, conforme o § 9.º do art. 14 da CRFB, é:
a) a Lei n. 05/70, que foi recepcionada pela CRFB e continua em vigor;
b) uma que ainda não foi editada;
c) a Lei n. 64/90, de 18.5.1990;
d) uma lei ordinária.
5. As causas de inelegibilidades e as de suspensão ou perda dos direitos políticos constituem:
a) direito do Estado;
b) princípios constitucionais;
c) direitos políticos negativos;
d) limitações à capacidade política.
D. Eleitoral D B A C C
MÓDULO V
DIREITO ELEITORAL
DIREITO ELEITORAL
1. PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
Nos termos do art. 15 da CRFB, é vedada a cassação de
direitos políticos (a cassação tem implícito um gesto de
arbitrariedade), cuja perda (privação definitiva) ou suspensão
(privação temporária) se dará nos casos de:
a) Cancelamento da naturalização por sentença transitada
em julgado
Somente os nacionais (natos ou naturalizados) e os
portugueses com residência permanente no Brasil (preenchido o
requisito da reciprocidade) podem alistar-se como eleitores e
candidatos.
O cancelamento da naturalização é hipótese de perda dos
direitos políticos, e a Lei n. 818/49 prevê sua incidência em caso de
atividades nocivas ao interesse nacional. A reaquisição da
naturalização é medida excepcional que depende da procedência de
ação rescisória contra o julgado.
b) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa
A recusa de cumprir obrigações a todos imposta ou prestação
alternativa (a exemplo daquela prevista no inc. VIII do art. 5.º da
CRFB), segundo prevalece na doutrina, implica na suspensão dos
direitos políticos, pois não há hipótese de restabelecimento
automático.
A Lei n. 8.239/91 incluiu a hipótese como sendo de suspensão
dos direitos políticos, pois a qualquer tempo o interessado pode
cumprir as obrigações devidas e regularizar a sua situação, posição
defendida também por JOEL JOSÉ CÂNDIDO e por UADI LAMMÊGO BULOS.
Considero mais correta essa segunda posição, pois, na hipótese, a
sanção não tem presunção de definitividade.
c) Incapacidade civil absoluta
São as hipóteses previstas na lei civil, em especial no artigo
5.º do CC (ausente, louco de todo gênero etc.), e supervenientes à
aquisição dos direitos políticos. Desde a CRFB de 1946, a
incapacidade civil absoluta está incluída como causa de suspensão
dos direitos políticos.
d) Condenação criminal transitada em julgado
A condenação criminal transitada em julgado, enquanto
durarem seus efeitos, é causa de suspensão dos direitos políticos.
Nos termos do § 2.º do art. 71 do CE, a autoridade que
impuser a um cidadão maior de dezoito anos a privação dos direitos
políticos providenciará para que o fato seja comunicado ao juiz
eleitoral competente ou ao TRE da circunscrição em que residir o
réu. Observado o art. 51 da Resolução TSE n. 20.132/98, o juiz
eleitoral tomará as providências necessárias para a inclusão dos
dados nos cadastros eleitorais.
Conforme bem leciona SUZANA DE CAMARGO GOMES2, “ para que
se dê essa espécie de suspensão dos direitos políticos, não há
necessidade de menção expressa na sentença penal condenatória.
2 A Justiça Eleitoral e sua Competência. São Paulo: RT, 1998. p. 145
Trata-se, na verdade, de um efeito automático, decorrente do próprio
preceito constitucional”.
Cumprida ou extinta a pena, em regra cessa a suspensão,
independentemente de reabilitação ou da reparação dos danos
(Súmula n. 9 do TSE). O interessado precisa tão-somente comprovar
a cessação do impedimento, nos termos do art. 52 da Resolução TSE
n. 20.132/98.
Quanto aos direitos políticos passivos (elegibilidade), há que
se observar que os condenados criminalmente, com sentença
transitada em julgado, pela prática de crimes contra a economia
popular, a fé pública, a administração pública, o patrimônio público,
o mercado financeiro, por crimes eleitorais e por tráfico de
entorpecentes, permanecerão inelegíveis por três anos, após o
cumprimento da pena (alínea “e” do inc. I do art. 1.º da LC n.
64/90 ).
Para o TSE e para o STF (RE n. 179.502-6/SP), a suspensão
dos direitos políticos se dá em decorrência de crime doloso,
culposo ou contravenção.
O TRE/SP já decidiu que a norma é auto-aplicável e que os
direitos políticos permanecem suspensos durante o cumprimento do
sursis (suspensão condicional da pena) e de outros benefícios
posteriores à sentença condenatória definitiva (art. 80 do CP).
A suspensão condicional do processo (“sursis processual”),
prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/95, dá-se antes da condenação
definitiva. Por isso, não acarreta a suspensão dos direitos políticos.
Caso seja verificada a absolvição imprópria (sentença que
impõe medida de segurança nos termos do art. 97 do CP e art. 386,
inc. V, CPP), deve ser aplicada a suspensão dos direitos, pois a
medida tem por pressuposto um fato típico e antijurídico.
Aquele que, enquanto estava sendo processado, elegeu-se,
poderá perder o mandato caso seja definitivamente condenado por
crime doloso.
Na hipótese de condenação criminal de deputado ou senador,
a perda do mandato decorrente de condenação criminal dependerá de
manifestação da casa legislativa respectiva, pela maioria absoluta de
seus membros, em votação secreta (§ 2.º do art. 55 da CRFB). A
inelegibilidade, porém, é imediata.
e) Improbidade administrativa (art. 15, inc. V, da CRFB)
A improbidade administrativa , prevista no art. 37, § 4.º, da
CRFB, é uma imoralidade caracterizada pelo uso indevido da
Administração Pública em benefício do autor da improbidade ou de
terceiros, não dependendo da produção de danos ao patrimônio
público material. Seu reconhecimento gera a suspensão dos direitos
políticos do ímprobo.
A Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/92) dita
que, além das sanções penais, civis e administrativas, o responsável
pela improbidade fica sujeito à perda dos bens ou valores
acrescidos ao seu patrimônio, reparação dos danos, perda da
função pública e suspensão dos direitos políticos de 3 a 10 anos,
de acordo com o tipo do ato praticado .3
DIREITO ELEITORAL
1. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará em certos casos, exceto:
3 Boletim IBCCrim 54, de abril de 1997
a) cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
b) incapacidade civil absoluta;
c) condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
d) prestação de contas à Justiça Eleitoral.
2. Podem alistar-se como eleitores e candidatos:
a) somente os nacionais natos;
b) somente os nacionais natos ou naturalizados e os portugueses com residência permanente no Brasil (preenchido o requisito da reciprocidade);
c) somente os nacionais naturalizados;
d) somente os que estiverem a serviço do Brasil.
3. É causa de suspensão dos direitos políticos:
a) condenação criminal transitada em julgado;
b) condenação criminal não transitada em julgado;
c) depende do crime praticado;
d) ação penal pública incondicionada.
4. As causas de inelegibilidades e as de suspensão ou perda dos direitos políticos constituem:
a) direito do Estado;
b) princípios constitucionais;
c) direitos políticos negativos;
d) limitações à capacidade política.
5. Por direito político passivo se entende:
a) o direito de presidir partido político;
b) o direito de comandar eleições, como juiz eleitoral;
c) o direito de ser votado;
d) o direito de votar em qualquer eleição.
D. Eleitoral D B A C C
MÓDULO VI
DIREITO ELEITORAL
DIREITO ELEITORAL
1. PARTIDOS POLÍTICOS
A Constituição da República Federativa do Brasil garante o
pluralismo político e o pluripartidarismo, ou seja, observadas as
regras do artigo 17 da Constituição da República Federativa do
Brasil, é livre a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos
políticos, qualquer que seja a sua ideologia. Tal liberdade, porém,
não é irrestrita, pois todos os partidos devem ter caráter nacional,
devem resguardar a soberania nacional, o regime democrático, o
próprio pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa
humana.
Desde a Lei n. 9.096/95, os partidos políticos estão
expressamente classificados entre as pessoas jurídicas de Direito
Privado (artigo 16, inciso III, do Código Civil). Para a sua
constituição, inicialmente são registrados no Cartório de Registros
Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal (artigo 114, inciso III,
da Lei dos Registros Públicos – Lei n. 6.015/73, combinado com os
artigos 7.º e 8.º da Lei Orgânica dos Partidos Políticos – Lei n.
9.096/95) e, após adquirirem personalidade jurídica, registrarão
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (artigo 17, § 2.º, da
Constituição da República Federativa do Brasil).
Para ter seu estatuto registrado junto ao Tribunal Superior
Eleitoral, e assim desfrutar dos recursos do fundo partidário e do
acesso gratuito ao rádio e à televisão, o partido deve ter caráter
nacional, ou seja, o apoio de eleitores em número correspondente a
0,5% dos votos dados na última eleição para a Câmara dos
Deputados (não computados os votos nulos e os votos em branco),
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com o mínimo de
um décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um
desses Estados.
As principais proibições impostas aos partidos políticos são:
Receber recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros, ou manter subordinação a esses; e a proibição de
utilização de organização paramilitar.
Os partidos têm direito a recursos do fundo partidário
(constituído pelas multas aplicadas com base na legislação eleitoral,
doações e dotações orçamentárias da União fundadas no número de
eleitores – artigo 38 da Lei n. 9.096/95) e acesso gratuito ao rádio e à
televisão, nos termos da Lei n. 9.504/97. De acordo com a alínea “c” do
inciso VI do artigo 150 da Constituição da República Federativa do
Brasil, atendidos os requisitos da lei, não incidem impostos (imunidade)
sobre patrimônio, rendas e serviços dos partidos políticos.
O parágrafo único do artigo 52 da Lei n. 9.096/95 estabelece
que as emissoras de rádio e televisão têm direito a compensação
fiscal pela cedência do horário gratuito previsto naquela norma.
Ao contrário da Constituição da República Federativa do
Brasil anterior, que até a Emenda Constitucional n. 25/85 exigia a
fidelidade partidária e previa a perda do mandato para o parlamentar
que abandonasse o partido pelo qual fora eleito (artigo 152, § 5.º), a
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 remete a
questão da fidelidade partidária ao estatuto de cada partido (artigo
17, § 1.º).
Mestres do porte de WALTER CENEVIVA sustentam ser de bom
direito admitir que o estatuto do partido possa prever, mediante
processo que assegure plena defesa, a perda de mandato do
parlamentar, eleito sob a sua legenda, que:
• deixar o partido;
• votar contra diretriz partidária legítima.
Outros estudiosos do tema, porém, sustentam que, para os
casos de infidelidade e indisciplina partidária, os estatutos
partidários podem prever sanções que vão da advertência até a
exclusão, mas acrescentam que a Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 não permite a perda do mandato por
infidelidade partidária.
Diante do sistema adotado pela legislação eleitoral, que
demonstra ser o partido político veículo indispensável para alguém
obter um mandato (acolhendo inclusive o sistema proporcional e o
quociente partidário para a eleição de deputados e vereadores –
artigo 45 da Constituição da República Federativa do Brasil),
entendo que a razão está com WALTER CENEVIVA, exceto quanto à
hipótese de perda do mandato por votar contra as diretrizes
partidárias, já que os parlamentares são invioláveis por suas
opiniões, palavras e votos.
Nem mesmo a regra geral de que ninguém é obrigado a
associar-se ou a permanecer associado se aplica na hipótese, pois, no
caso específico, a filiação a partido político é obrigatória (pela
Constituição da República Federativa do Brasil) para que alguém
dispute um mandato eletivo.
Observa-se, contudo, que a questão é bastante polêmica e que
o TRE/SP já deliberou que os estatutos, no máximo, podem impor ao
faltoso a expulsão, sem a perda do mandato (Acórdão 123.930,
publicado no DOJ de 1.º.3.1996, p. 41).
No mesmo sentido, merece destaque a seguinte decisão do Paraná :
“ACÓRDÃO: 16121
DESCRIÇÃO: Apelação Cível
RELATOR: Des. Pacheco Rocha
COMARCA: Foz do Iguaçu – 4.ª Vara Cível
ÓRGÃO JULGADOR: Primeira Câmara Cível
PUBLICAÇÃO: 12.4.1999
Ementa
Decisão: acordam os desembargadores integrantes da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em negar provimento à apelação.
Ementa: Vereador – mudança de partido político – infidelidade – compromisso anterior – impossibilidade jurídica do pedido – a mudança de partido político, ainda que rotulada de infidelidade partidária, não acarreta a perda do mandato conferido ao eleito Vereador – por força do ordenamento jurídico, o mandato conferido pela eleição proporcional é pertinente única e exclusivamente ao eleito e constitui um bem indisponível, do que se segue que pedir em Juízo acerca do mandato e dos seus consectários, como a percepção de subsídios, contra esse mesmo ordenamento, caracteriza uma impossibilidade jurídica do pedido.”
Os artigos 25 e 26 da Lei n. 9.096/95, de péssimas redações,
estabelecem que o parlamentar que deixar o partido pelo qual se
elegeu, ou votar contra as diretrizes partidárias, perderá o cargo e a
função que exerce na respectiva Casa Legislativa em virtude da
proporção partidária. Prevalece, porém, que os dispositivos atingem
os cargos internos (secretário da Mesa Diretora, por exemplo), mas
não o mandato parlamentar.
O mestre FÁVILA RIBEIRO esclarece que “a matéria não pode
escapar do disciplinamento estatutário, por ser terreno defeso à
ingerência da lei, caracterizando-se abuso de poder normativo, por
usurpação da competência reservada pela Constituição da República
Federativa do Brasil aos partidos políticos...”. 4
Em síntese, entende-se que somente os estatutos partidários
podem prever as hipóteses de infidelidade partidária e suas
conseqüências (cláusula de reserva estatutária), ainda assim,
respeitando a inviolabilidade dos parlamentares quanto às suas
opiniões, palavras e votos.
Acredito, por isso, ser legítima a perda do mandato pelo
parlamentar que, voluntariamente, abandona o partido pelo qual foi
eleito, desde que a sanção esteja prevista no estatuto do partido; mas
incabível a sanção na hipótese de voto contrário às orientações
partidárias (pela inviolabilidade que o parlamentar desfruta quanto
às suas opiniões, palavras e votos). Ou seja, as hipóteses de perda do
mandato previstas no artigo 55 da Constituição da República
Federativa do Brasil não são taxativas (essa posição é minoritária,
pois prevalece que as hipóteses do artigo 55 são taxativas e que
infidelidade partidária pode, no máximo, implicar a expulsão do
partido, sem que isso acarrete a perda do mandato).
De acordo com o Conflito de Competência 3.024-8/SC – STJ, j.
de março de 1993, compete à Justiça Comum (e não à Justiça Eleitoral)
julgar ação declaratória de perda do mandato por infidelidade
4 Direito Eleitoral. 5.ª ed. Rio de Janeiro: 1999. p. 331.
partidária. Em regra, a competência da Justiça Eleitoral se esgota com a
diplomação definitiva do eleito.
DIREITO ELEITORAL
1. A criação de partidos políticos, de modo originário ou derivado:
a) está condicionada ao cumprimento de princípios constitucionais;
b) é livre, bastando a vontade dos idealizadores;
c) depende apenas das regras previstas na LOPP;
d) estão corretas as alternativas a) e b).
2. A criação de partido político deve, entre outros requisitos, observar:
a) o caráter nacional;
b) o número mínimo de 1% dos eleitores do país como seus filiados;
c) o caráter, pelo menos, estadual;
d) atuação no âmbito municipal quando o município concentre pelo menos 3% do eleitorado nacional.
3. Os partidos políticos registrarão seus Estatutos:
a) após adquirir personalidade jurídica, no TRE do Estado onde nasceram;
b) no TSE, se nasceram simultaneamente em mais de 1 Estado;
c) no TSE, após adquirir personalidade jurídica;
d) no TSE, embora partido político não tenha personalidade jurídica.
4. Os partidos políticos:
a) são livremente criados, observada apenas a liberdade de associação para fins lícitos, sendo-lhes assegurada plena autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento;
b) ao adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, estão desde logo habilitados a registrar candidaturas e a participar de eleições;
c) têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, mesmo se não registrados os seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral;
d) devem estabelecer, nos seus estatutos, normas de fidelidade e disciplina partidárias e gozam de autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento.
5. São órgãos de deliberação dos partidos políticos:
a) as convenções nacional, regionais e municipal;
b) os diretórios de todos os níveis;
c) a comissão de ética e o conselho disciplinar;
d) o conselho fiscal e o conselho consultivo.
D. Eleitoral A A C D A
MÓDULO VII
DIREITO ELEITORAL
DIREITO ELEITORAL
1. SISTEMA PROPORCIONAL E SISTEMA
MAJORITÁRIO
No sistema majoritário, adotados nas eleições para Prefeitos,
Governadores, Presidente da República e Senadores, ganha o
candidato mais votado, independentemente dos votos de seu
partido.
Pelo sistema proporcional, adotado nas eleições para
deputado federal, deputado estadual e vereador e disciplinado
nos arts. 105 a 113 do Código Eleitoral, inicialmente mais vale a
votação do partido que a do candidato, circunstância que deu ao
critério a denominação de colorido partidário.
Nesse sistema proporcional, inicialmente se somam os votos
válidos (votos dados para os partidos e seus candidatos) e divide-se
o resultado pelo número de cadeiras a preencher, obtendo-se assim o
quociente eleitoral. Atualmente, de acordo com o art. 5.º da Lei n.
9.504/97 (que alterou a regra do art. 106 do Código Eleitoral), os
votos brancos e os votos nulos não são considerados nos cálculos.
Em seguida, dividem-se os votos de cada partido ou coligação pelo
quociente eleitoral, obtendo-se assim o número de eleitos de cada agremiação
(quociente partidário).
Partido que não atinge o quociente eleitoral não elege
qualquer deputado ou vereador (salvo se nenhum partido atingir o
quociente eleitoral, quando as vagas serão preenchidas pelos
candidatos mais votados independentemente do partido).
As sobras também serão destinadas aos partidos que
obtiverem as maiores médias. Essa técnica da maior média
determina que os votos do partido ou coligação sejam divididos pelo
número de cadeiras por ele obtidas mais um, atingindo-se assim a
média de cada um dos concorrentes e o número final de cadeiras a
que cada partido ou coligação terá direito.
Obtido o número final de cadeiras de cada um, estarão
eleitos os candidatos mais votados de cada partido ou coligação, em
número capaz de preencher as vagas destinadas à agremiação.
Exemplo: município no qual sejam apurados dez mil votos válidos (votos dados para as legendas ou para os candidatos) e que tenha dez cadeiras de vereador a preencher:
O quociente eleitoral é 1.000, ou seja, 10.000 votos divididos por dez cadeiras a preencher.
O Partido A e seus candidatos somam 5.500 votos. Dividido esse número pelo quociente eleitoral (5.500 : 1.000 = 5,5), desde logo o partido A terá 5 cadeiras.
A Coligação B/C e seus candidatos somam 3.800 votos, garantindo desde logo 3 cadeiras (3.800 : 1.000 = 3,8).
O Partido D e seus candidatos somam 700 votos e assim não atingem o quociente eleitoral (1.000). Com isso, o Partido D não elege nenhum candidato.
Por ora, foram preenchidas oito vagas e restam duas. Essas sobras (duas cadeiras) serão divididas da seguinte forma:
•divide-se o número de votos do Partido A (5.500) pelo número de cadeiras por ele obtidas (5) + 1, ou seja, 5.500 : 6, atingindo-se a média 916;
•divide-se o número de votos da coligação B/C (3.800) pelo número de cadeiras por ela obtidas (3) + 1, ou seja, 3.800 : 4, atingindo-se a média 950.
A maior média foi obtida pela Coligação B/C, que assim ganha mais uma cadeira (a 4.ª).
Resta, porém, a 10.ª cadeira. Por isso, os cálculos são repetidos, agora considerando a nova cadeira obtida pela Coligação B/C, nos seguintes termos:
•divide-se o número de votos do Partido A (5.500) pelo número de cadeiras por ele obtidas (5) + 1, ou seja, 5.500 : 6, atingindo-se a média 916;
•divide-se o número de votos da coligação B/C (3.800) pelo número de cadeiras por ela obtidas (agora 4) + 1, ou seja, 3.800 : 5, atingindo-se a média 760.
A maior média foi obtida pelo Partido A, que assim ganha mais uma cadeira (a 6.ª).
No final, o Partido A preencherá 6 cadeiras e a coligação B/C preencherá 4, sendo esses seus quocientes partidários.
Nas eleições proporcionais, somente após a apuração dos
números finais de cada partido ou coligação é que interessará a
ordem interna de votação individual, ou seja, o número de votos
obtidos por cada candidato. Os lugares que cada partido ou
coligação obtiver serão distribuídos aos seus candidatos mais
votados (os 6 mais votados do Partido A e os 4 mais votados da
Coligação B/C ganharão uma cadeira).
DIREITO ELEITORAL
1. O voto em branco, na representação proporcional, segundo as regras previstas na legislação eleitoral:
a) conta-se como voto válido para determinar o quociente partidário;
b) não é contado como voto válido para determinar o quociente eleitoral;
c) não tem significado algum, salvo a favor de legendas;
d) conta-se apenas para apurar o número de votantes e a partir dele definir a quantidade de vagas a serem preenchidas.
2. Nas eleições para governador de estado, as impugnações de votos serão decididas:
a) pelo juiz eleitoral;
b) pela turma apuradora;
c) pela Junta apuradora;
d) pelo Tribunal Regional Eleitoral.
3. As eleições:
a) para o Senado Federal e para a Câmara dos Deputados realizam-se, respectivamente, segundo o princípio majoritário e pelo sistema proporcional;
b) para Presidente da República e governadores de estados realizadas pelo sistema majoritário terão segundo turno se nenhum candidato obtiver a maioria absoluta dos votos válidos no primeiro, computados os votos em branco e os nulos, legítima expressão da vontade popular;
c) para a Câmara dos Deputados e para as Assembléias Legislativas realizam-se pelo voto distrital misto, sendo majoritárias relativamente à metade das vagas e proporcionais quanto às demais, mediante lista fechada elaborada pelos partidos políticos;
d) pelo sistema proporcional, para deputados federais e estaduais, não admitem coligações partidárias, considerando-se a desfiguração delas resultante para os votos de legenda.
4. Nas eleições para a Câmara de Vereadores de dado município, o PMDB obteve 3596 votos; o PTB obteve 4518 votos; a coligação “Corre Brasil” obteve 1682 votos; foram dados 200 votos em branco. Sendo sete o número de cadeiras naquela casa, qual partido obteve o maior número?
a) PMDB.
b) PTB.
c) Coligação “Corre Brasil”.
d) Nenhuma das alternativas anteriores é correta.
5. Quando o eleitor escrever o nome de um candidato, o número de outro de legenda diferente e, ainda, uma legenda que não seja de qualquer dos candidatos:
a) conta-se o voto para o candidato cujo nome foi escrito, bem como para a legenda a que pertence;
b) o voto será contado para o candidato cujo número foi escrito, bem como para a legenda que foi escrita;
c) o voto será contado apenas para a legenda escrita;
d) o voto será considerado nulo.
D. Eleitoral B C A D A
MÓDULO VIII
DIREITO ELEITORAL
PROPAGANDA PARTIDÁRIA
DIREITO ELEITORAL
Propaganda Partidária e Eleitoral
1. A PROPAGANDA PARTIDÁRIA
Em primeiro lugar há que se observar que a própria CRFB,
em seu art. 17, § 3.º, garante aos partidos políticos acesso gratuito ao
rádio e à televisão.
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
A Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei n. 9.096/95), em
seus arts. 45/49 e 56/5, estabelece que aos partidos é assegurada a
propaganda partidária gratuita, no período entre às 19:30 e às 22:00
horas (transmissão em bloco pelas emissoras). Para elaborar a
propaganda o partido pode utilizar recursos do fundo partidário, que
é formado pelas multas eleitorais, dotações orçamentárias da União,
doações e outros recursos que lhe forem destinados por lei (arts. 38 e
41, II, da Lei n. 9.096/95).
De acordo com o número de votos obtidos e o número de
parlamentares que elege, cada agremiação contará com tempo de
propaganda que varia de dois minutos por semestre (em cadeia
nacional) a um programa em cadeia nacional e um programa em
cadeia estadual em cada semestre, com duração de vinte minutos
cada, mais 40 minutos em cadeira nacional e 40 minutos em cadeia
estadual para inserções de trinta segundos a um minuto cada.
No segundo semestre do ano em que há eleição, não será
veiculada a propaganda partidária no rádio e na TV.
As emissoras de rádio e televisão têm direito a compensação
fiscal pela cedência do horário gratuito para a propaganda
partidária, conforme consta do par. único. do art. 52 da Lei n.
9.096/95.
2. A PROPAGANDA ELEITORAL
A propaganda eleitoral está disciplinada basicamente nos arts.
36 a 57 da Lei n. 9.504/97.
A propaganda intrapartidária (realizada pelo candidato a
candidato a cargo eletivo), vedado o uso de rádio, televisão e
outdoor, é permitida na quinzena anterior à convenção de
escolha dos candidatos. A escolha dos candidatos pelos partidos,
dentre aqueles que estão filiados pelo prazo de, pelo menos (estatuto
pode prever prazo maior), um ano antes do pleito, deve se dar entre
os dias 10 e 30 de junho do ano em que são realizadas as eleições.
A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 5 de
julho do ano da eleição, que é a data fatal para o pedido de registro
da candidatura perante a justiça eleitoral.
A violação das regras temporais por propaganda eleitoral fora
dos prazos, sujeita o infrator à multa.
No rádio e televisão é vedada a propaganda eleitoral paga,
sendo que os horários gratuitos (blocos de 25 minutos, quatro vezes
por dia, nos termos do § 1.º do art. 47 da Lei n. 9.504/97) são
garantidos aos partidos e coligações com candidato e representação
na Câmara dos Deputados. 1/3 do tempo será dividido
igualitariamente. Os 2/3 restantes serão divididos proporcionalmente
ao número de representantes do partido ou coligação na Câmara dos
Deputados na data do início da legislatura em curso.
Havendo segundo turno (possível para a chefia do executivo),
as emissoras de rádio e televisão reservarão dois períodos diários de
vinte minutos para cada eleição. O tempo de cada período será
igualitariamente dividido entre os candidatos.
Independentemente da propaganda eleitoral gratuita, é
facultada a transmissão, por emissora de rádio ou televisão, de
debates sobre as eleições majoritária ou proporcional. Nas eleições
majoritárias a apresentação do debate poderá ser feita com todos os
candidatos ou com grupos de pelo menos três. É admitida a
realização do debate sem a presença de um ou mais candidatos,
desde que a emissora comprove tê-los convidado com a
antecedência mínima de 72 horas.
É vedado às emissoras de rádio e televisão dar tratamento
privilegiado ou discriminatório a qualquer candidato, partido ou
coligação, bem como divulgar nome de programa que se refira a
candidato escolhido em convenção. A partir de 1.º de agosto do ano
de eleição é vedado às emissoras transmitir programa de candidato
escolhido em convenção.
Cidadão não filiado a outra agremiação partidária pode
participar da propaganda eleitoral em apoio a candidatos de qualquer
partido. Veda-se, porém, a participação de qualquer pessoa mediante
remuneração.
O descumprimento das normas sujeita a emissora infratora a
sanções que podem chegar à suspensão da programação por 24
horas, com duplicação da sanção caso seja verificada reiteração da
conduta. A sanção será aplicada a pedido de partido, coligação ou
candidato.
É vedada a censura prévia ou cortes instantâneos nos
programas eleitorais gratuitos, mas o infrator das normas de
propaganda fica sujeito à perda do dobro do tempo usado na prática
do ilícito, dobrada a sanção em caso de reincidência. Também fica
sujeito a responder por crime de divulgação de fatos inverídicos,
calúnia, injúria ou difamação (arts. 323 a 326 do Código Eleitoral).
Também pela cessão de horário para a propaganda eleitoral
gratuita há direito à compensação fiscal pelas emissoras de rádio e
TV (art. 99 da Lei n. 9.504/97).
A propaganda eleitoral na imprensa escrita é paga e permitida
até o dia das eleições, nos limites de 1/8 de página de jornal
padrão ou ¼ de página de revista ou tablóide.
Mediante outdoors a propaganda somente é permitida após a
realização de sorteio dos espaços pela Justiça eleitoral.
Nos bens particulares, a veiculação de propaganda por meio
de faixas, cartazes, placas, pinturas ou inscrições independe de
licença municipal. Também independe de licença municipal e de
autorização da justiça eleitoral a distribuição de folhetos, volantes e
outros impressos que identifiquem o partido, coligação ou candidato
responsável.
O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou
imagens associadas ou semelhantes às utilizadas por órgãos da
administração pública direta ou indireta também caracteriza crime.
À exceção das condutas previstas no art. 26 da Lei n.
9.504/97 (que autoriza a distribuição de chaveiros, camisetas e
outros brindes), desde o registro da candidatura até o dia da eleição
constitui captação de sufrágio, vedada em lei, o candidato doar,
oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal
de qualquer natureza , com o fim de obter-lhe o voto. A pena é a de
multa e de cassação do registro ou do diploma. As sanções
administrativas podem ser impostas sem prejuízo da tipificação do
crime de corrupção eleitoral previsto no art. 299 do Código Eleitoral.
Não se admite a realização de propaganda eleitoral em língua
estrangeira (art. 335 do Código Eleitoral).
A propaganda exercida nos termos da lei eleitoral não poderá
ser objeto de multa nem cerceada sob alegação do exercício do
poder de polícia.
No dia da eleição, a distribuição de material de propaganda
política, inclusive volantes e outros impressos, ou a prática de
aliciamento, coação ou manifestação tendente a influir na vontade do
leitor, constitui crime. Admite-se a manifestação individual e
silenciosa, a exemplo do uso de camiseta ou flâmula, conforme
esclarece o art. 63 da Instrução n. 46 do TSE.
Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder
Público e nos bens públicos é vedada qualquer espécie de
publicação, exceto a fixação de faixas e placas nos postes de
iluminação pública, viadutos e passarelas (desde que sem danos ou
prejuízo quanto às suas utilizações).
A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou
eleitoral não depende de licença da polícia .
Lei nº 9.504/97; Art. 39. A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou fechado, não depende de licença da polícia.
§ 1o O candidato, partido ou coligação promotora do ato fará a devida comunicação à autoridade policial em, no mínimo, vinte e quatro horas antes de sua realização, a fim de que esta lhe garanta, segundo a prioridade do aviso, o direito contra quem tencione usar o local no mesmo dia e horário.
§ 2o A autoridade policial tomará as providências necessárias à garantia da realização do ato e ao funcionamento do tráfego e dos serviços públicos que o evento possa afetar.
3. O DIREITO DE RESPOSTA
A partir da escolha de candidatos em convenção assegura-se o
direito de resposta àquele candidato, partido ou coligação atingidos,
ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação
caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica,
difundidos por qualquer veículo de comunicação.
O exercício do direito de resposta poderá ser solicitado à
justiça eleitoral nos prazos de 24 horas (quando de tratar de horário
eleitoral gratuito), 48 horas (quando se tratar de programação normal
do rádio ou TV) ou 72 horas (quando se tratar de imprensa escrita), a
contar da veiculação da ofensa.
O pedido contra a imprensa escrita deverá ser instruído com
exemplar da publicação e o texto da resposta.
Recebido o requerimento do direito de resposta, a Justiça
Eleitoral providenciará a imediata notificação do órgão ofensor, para
que se defenda em 24 horas. A decisão deverá ser prolatada no prazo
máximo de 72 horas.
Na imprensa escrita a resposta deverá ser publicada no
mesmo local, página, tamanho e caracteres usados na ofensa, em 48
horas ou no dia da semana em que a ofensa foi publicada (ou ainda
na primeira edição que circular se veículo de periodicidade superior
a 48 horas), garantindo-se assim que a defesa seja proporcional ao
agravo.
Se a ofensa for produzida em dia e hora que inviabilizem sua
reparação dentro dos prazos estabelecidos nas alíneas anteriores, a
Justiça Eleitoral determinará a imediata divulgação da resposta.
Caso a ofensa seja praticada em programação normal do rádio
ou pela TV, a resposta será dada em até 48 horas da decisão, em
tempo igual ao da ofensa, mas nunca inferior a um minuto.
Se a ofensa for perpetrada no horário eleitoral gratuito o
ofendido terá tempo igual ao da ofensa (mas nunca inferior a um
minuto) e a resposta será veiculada no tempo destinado ao partido
ou coligação responsável pela ofensa.
Caso seja necessário, a resposta será divulgada até mesmo nas
48 horas anteriores à eleição, de modo a não ensejar tréplica.
Das decisões sobre o exercício do direito de resposta cabe
recurso em 24 horas da data de sua publicação em cartório ou sessão
de julgamento, asseguradas contra-razões no mesmo prazo e decisão
nas 24 horas seguintes.
Há precedente do TSE (Resolução n. 15.796, Representação
n. 10.480) no sentido de que somente ofensa individualizada às
qualidades éticas da pessoa é que autoriza o direito de resposta,
sendo insuficiente para tanto críticas à administração ou às
atividades políticas do candidato ou acusações impessoais.
DIREITO ELEITORAL
1. É correto afirmar sobre a propaganda partidária:
a)As emissoras de rádio e televisão têm direito à compensação fiscal pela cessão do horário gratuito para a propaganda partidária.
b)No segundo semestre do ano em que há eleição, é veiculada propaganda partidária no rádio e na TV.
c)O partido não pode utilizar os recursos do fundo partidário para elaborar a propaganda.
d)As emissoras de rádio e televisão não têm direito à compensação fiscal pela cessão do horário gratuito para a propaganda partidária.
2. Sobre a propaganda eleitoral, é incorreto afirmar:
a)A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 5 (cinco) de julho do ano da eleição.
b)Havendo segundo turno, as emissoras de rádio e televisão reservarão dois períodos diários de 20 minutos, para cada eleição.
c)A propaganda eleitoral não será permitida após o dia 5 (cinco) de julho do ano da eleição.
d)É facultada a transmissão, independentemente da propaganda eleitoral gratuita, por emissora de rádio ou televisão, de debates sobre as eleições majoritária ou proporcional.
3. Assinale a alternativa correta:
a)Cidadão, filiado à outra agremiação partidária, pode participar da propaganda eleitoral em apoio a candidatos de qualquer partido.
b)Mediante outdoors a propaganda somente é permitida após a realização de sorteio dos espaços pela Justiça Eleitoral.
c)O descumprimento das normas sujeita a emissora infratora a sanções que podem chegar à suspensão da programação por 48 horas, com duplicação da sanção caso seja verificada reiteração da conduta.
d)A realização de propaganda nos termos da lei eleitoral poderá ser objeto de multa e também cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia.
4. Sobre o direito de resposta pode-se afirmar:
a)Seu exercício poderá ser solicitado à Justiça Eleitoral nos prazos de 24 horas (quando se tratar de imprensa escrita), 48 horas (quando se tratar de programação normal do rádio ou TV) ou 72 horas (quando se tratar de horário eleitoral gratuito), a contar da veiculação da ofensa.
b)O pedido contra imprensa escrita deverá ser instruído somente com exemplar da publicação.
c)Na imprensa escrita a resposta deverá ser publicada no mesmo local, página, com o mesmo tamanho e caracteres usados na ofensa, em 72 horas.
d)O pedido contra imprensa escrita deverá ser instruído com exemplar da publicação e com o texto da resposta.
5. Assinale a alternativa incorreta:
a)A partir da escolha de candidatos, em convenção, assegura-se o direito de resposta àquele candidato, partido ou coligação atingidos por qualquer veículo de comunicação.
b)Das decisões sobre o exercício do direito de resposta cabe recurso em 24 horas, a partir da data de sua publicação em cartório ou sessão de julgamento, asseguradas contra-razões no mesmo prazo e decisão nas 24 horas seguintes.
c)Se a ofensa for perpetrada no horário eleitoral gratuito, o ofendido terá tempo igual ao da ofensa, e a resposta será veiculada no tempo destinado ao partido ou coligação responsável pela ofensa.
d ) A Justiça Eleitoral não poderá determinar a imediata publicação
da resposta para a reparação da ofensa.
D. Eleitoral A C B D D
MÓDULO IX
DIREITO ELEITORAL
Votação – Apuração – Impugnações – Recurso
Contra a Diplomação – Impugnação de
Mandato Eletivo
DIREITO ELEITORAL
Votação – Apuração – Impugnações – Recurso Contra
a Diplomação – Impugnação de Mandato Eletivo
1. VOTO
O sufrágio (do latim sufragium, apoio) representa o direito de
votar e ser votado e é considerado universal quando se outorga o
direito de votar a todos que preencham os requisitos básicos
previstos na Constituição, sem restrições derivadas de condição de
raça, de fortuna, de instrução, de sexo ou de convicção religiosa.
O sufrágio restrito (qualificativo) é aquele conferido apenas a
pessoas que preencham determinadas condições de nascimento, de
fortuna etc. Pode ser restrito censitário (quando impõe restrições
vinculadas à capacidade econômica do eleitor – as Constituições
Federais de 1891 e 1934 vedavam o voto dos mendigos) ou restrito
capacitário (pela Constituição de 1967 e até a Emenda
Constitucional n. 25/85 o analfabeto não podia votar).
O sufrágio identifica um sistema do qual o voto é um dos
instrumentos; um dos veículos de deliberação.
O voto, que é personalíssimo (não pode ser exercido por
procuração), pode ser direto (como determina a atual Constituição
da República Federativa do Brasil) ou indireto. É direto quando os
eleitores escolhem seus representantes e governantes sem
intermediários. É indireto quando os eleitores (denominados de
primeiro grau) escolhem seus representantes ou governantes por
intermédio de delegados (eleitores de segundo grau) que participarão
de um Colégio Eleitoral ou órgão semelhante.
Observe-se que há exceção ao voto direto no § 1.º do artigo
81 da Constituição da República Federativa do Brasil, que prevê
eleição indireta para o cargo de Presidente da República se houver
impedimento do presidente e do vice-presidente nos dois últimos
anos do mandato.
O voto é secreto para garantir a lisura das votações, inibindo a
intimidação e o suborno.
O voto, com valor igual para todos, é a aplicação no direito
político da garantia de que todos são iguais perante a lei (cada eleitor
vale um único voto – one man, one vote).
Não se confunde voto direto com democracia direta. Na
verdade, a democracia direta, em que os cidadãos se reúnem e
exercem sem intermediários os poderes governamentais,
administrando e julgando, hoje pode ser classificada como
reminiscência histórica. Afinal, o tamanho dos Estados modernos e a
complexidade de suas administrações já não permitem tal forma de
participação.
Os principais institutos da democracia representativa
(indireta) são o voto (direto ou indireto) e o mandato político que
recebe o representante.
Os principais institutos da democracia direta (participativa)
no Brasil são a iniciativa popular, o referendo popular e o
plebiscito.
2. VOTAÇÃO E IMPUGNAÇÕES
Os atos relacionados à votação e sua fiscalização estão
disciplinados nos artigos 104 e 114 a 156 do Código Eleitoral. A
apuração, as impugnações e os recursos estão disciplinados pelos
artigos 158-195 do mesmo diploma legal.
Compete ao Tribunal Superior Eleitoral, com base no artigo
23, inciso IX, do Código Eleitoral, combinado com o artigo 105 da
Lei n. 9.504/97, regulamentar, até o dia 5 de março do ano das
eleições, os procedimentos relativos à votação e à apuração das
eleições.
São legitimados para fiscalizar a votação e a apuração: o
Ministério Público, os fiscais e os delegados dos partidos (desde que
devidamente credenciados) e os candidatos (fiscais natos).
As impugnações devem ser formalizadas verbalmente no ato
da apuração do voto e dirigidas para a Junta eleitoral Apuradora,
órgão colegiado presidido por um Juiz de Direito e composto por
mais dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade (artigo 36 do
Código Eleitoral). As decisões das juntas são tomadas por maioria de
votos.
A impugnação no ato da apuração é requisito indispensável
para que se possa recorrer da decisão da Junta Apuradora (artigo 171
do Código Eleitoral). O recurso deve ser interposto de forma
imediata, por escrito ou verbalmente, iniciando-se então o prazo de
48 horas para a apresentação das razões (artigos 169 e 265 do
Código Eleitoral).
3. RECURSO CONTRA A DIPLOMAÇÃO
O recurso contra a diplomação está previsto no artigo 262 do
Código Eleitoral e pode ser interposto pelo Ministério Público,
partido político, coligações ou candidatos. No pólo passivo, além
do eleito, figurará na condição de litisconsorte passivo necessário o
seu partido político.
O prazo para a interposição do recurso é de três dias,
contados da diplomação, devendo o pedido inicial ser instruído com
prova pré-constituída (obtida na investigação judicial prevista nos
artigos 19 e 24 da Lei Complementar n. 64/90 na hipótese do inciso
IV do artigo 262 do Código Eleitoral).
O recurso é interposto perante o órgão diplomador (juiz
eleitoral ou Tribunal Regional Eleitoral) para remessa ao órgão
imediatamente superior (Tribunal Regional Eleitoral ou Tribunal
Superior Eleitoral).
Caso a diplomação seja efetivada pelo Tribunal Superior
Eleitoral (Presidente e Vice-Presidente da República), à falta de
recurso específico, poderá se mostrar cabível a impetração de
mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal, por
interpretação a contrário senso da Súmula n. 267 do Supremo
Tribunal Federal5.
Enquanto pendente o recurso, o diplomado exerce seu
mandato, nos termos do artigo 216 do Código Eleitoral.
Contra a decisão originária do Tribunal Regional Eleitoral
cabe recurso ordinário para o Tribunal Superior Eleitoral (incisos III
e IV do § 4.º do artigo 121 da CRFB). Contra a decisão originária do
Tribunal Superior Eleitoral poderá ser cabível o mandado de
segurança (Súmula n. 267 do STF) ou o Recurso Extraordinário para
o Supremo Tribunal Federal.
5 COSTA, Tito. Recursos em Matéria Eleitoral. 7.ª ed. São Paulo: RT. p. 190.
4. IMPUGNAÇÃO DO MANDATO ELETIVO (§ 10 do
artigo 14 da Constituição da República Federativa do
Brasil)
4.1. Auto-aplicabilidade da Norma
Segundo o § 10 do artigo 14 da Constituição da República
Federativa do Brasil: “O mandato eletivo poderá ser impugnado ante
a Justiça Eleitoral no prazo de 15 dias contados da diplomação,
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude”.
Conforme consta dos Acórdãos ns. 108.451 e 111.129, ambos
do Tribunal Regional Eleitoral/SP, e do Recurso n. 8.714 do Tribunal
Superior Eleitoral (DJU de 30.4.1990), o § 10 do artigo 14 da
Constituição da República Federativa do Brasil é auto-aplicável. De
qualquer forma, ainda que se definisse pela sua eficácia limitada, a
solução estaria na recepção da legislação infraconstitucional anterior
à Constituição da República Federativa do Brasil e que já previa a
ação de impugnação do mandato eletivo, conforme artigo 23 da Lei
n. 7.493/86 e Lei n. 7.664, de 29.6.1988.
4.2. Fundamento e Objeto da Ação
O comprometimento objetivo de uma eleição, capaz de
justificar a impugnação do mandato eletivo, ocorre com a
constatação de vícios, especificados pelo constituinte, que deformem
ou comprometam a legitimidade do mandato popular.
Conforme leciona o Ministro Sepúlveda Pertence, no Acórdão
n. 11.951 do Tribunal Superior Eleitoral, de 14.5.1991, a perda do
mandato eletivo é “conseqüência do comprometimento objetivo da
eleição por vícios de abuso de poder econômico, corrupção ou
fraude”.
O primeiro dos vícios é o abuso do poder econômico.
Poder é a capacidade de afetar o comportamento dos outros.
Muitas vezes, até mesmo promessas de pequenos benefícios
podem caracterizar o dolo de aproveitamento, capaz de viciar o
consentimento de um eleitor, de afetar seu comportamento e,
ilicitamente, de definir o seu voto.
Talvez por perceber que a legitimidade de cada eleição exige
a análise do caso concreto, o legislador não definiu o que é a
corrupção, a fraude, ou o abuso do poder econômico, político ou de
autoridade, garantindo uma fluidez de conceito capaz de dotar de
eficácia e operacionalidade o sistema jurídico eleitoral. Sobre o
tema, merece destaque a seguinte exposição de Antonio Carlos
Mendes:6 “É contrário à noção de operacionalidade estabelecer um
rol de proibições, um rol conceitualmente estabelecido de situações
de ordem fática configuradoras do abuso de poder econômico. Por
quê? Porque essa não é a melhor abordagem da teoria do abuso do
poder econômico; porque com isso, ao se estabelecer em numerus
clausulus as hipóteses de abuso de poder econômico, estar-se-ia, é
certo, excluindo outras situações fáticas, juridicamente relevantes à
configuração desse mesmo abuso”.
4.3. Legitimidade Ativa
6 I Seminário Brasileiro de Direito Eleitoral. Anais do TRE do Rio Grande do Sul. 1990. p. 68.
Conforme leciona Joel José Cândido,7 “são partes legítimas
para propô-la o Ministério Público, os Partidos Políticos, as
coligações e os candidatos, eleitos ou não”.
Tito Costa8 dá maior amplitude a esse rol e aceita também que
eleitor, associação de classe e sindicatos figurem no pólo ativo da ação de
impugnação de mandato eletivo.
A análise da evolução legislativa quanto à legitimidade ativa
para a impugnação de registro de candidatura, instituto da mesma
natureza jurídica da impugnação de mandato eletivo, mas que visa
impedir que o impugnado participe do próprio certame (artigo 97 do
Código Eleitoral e artigos 3.º e 22 da Lei Complementar n. 64/90),
indica que neste caso a razão está com o Professor Joel José
Cândido.
4.4. Produção Antecipada de Provas
A interpretação gramatical da parte final do § 10 do artigo 14
da Constituição da República Federativa do Brasil pode levar à
conclusão de que a petição inicial da ação de impugnação de
mandato eletivo necessariamente deve ser instruída com provas pré-
constituídas. O entendimento, aliás, teria respaldo em precedentes
relacionados ao recurso contra a expedição do diploma (previsto nas
hipóteses do artigo 262 do Código Eleitoral), já que em relação a
este o Tribunal Superior Eleitoral reiteradas vezes exigiu a prova
pré-constituída (BE-TSE ns. 422/555 e 434/508).
Contudo, ao contrário do recurso contra a expedição do
diploma, a ação de impugnação de mandato eletivo comporta dilação
probatória, tudo a indicar a suficiência da inicial que não esteja
7 Direito Eleitoral Brasileiro. 8.ª ed.São Paulo: Edipro, 2000. p. 264.8 Ação de impugnação de mandato eletivo, Revista dos Tribunais, São Paulo, vol. 639, p.17-21.
totalmente despida de elementos probatórios (deve demonstrar o
fumus boni juris eleitoral). Portanto, não se veda a produção de
provas no curso da ação, sendo facultativa a investigação prévia
prevista na Lei Complementar n. 64/90.
4.5. Foro Competente e Rito da Ação
A ação de impugnação de mandato eletivo, tratando-se de
mandatos de natureza municipal, deve ser processada e julgada pelo
juiz eleitoral de primeiro grau, não se aplicando o disposto no artigo
29, inciso X, da Constituição da República Federativa do Brasil
(CRFB. Recurso TSE n. 9.453).
Cuidando-se de mandatos obtidos com base em votos de
circunscrição estadual ou distrital (governador e vice, senador,
deputado federal, estadual e distrital), a competência é do Tribunal
Regional Eleitoral. Quanto aos mandatos dos eleitos nas eleições
presidenciais (Presidente da República e seu Vice), a competência é
do Tribunal Superior Eleitoral. Nesse sentido as lições de Roberto
Amaral e Sérgio Sérvulo da Cunha9, bem como de Joel José
Cândido.10
Tito Costa11 sustenta que a impugnação de mandatos de
senadores e deputados federais é de competência originária do
Tribunal Superior Eleitoral.
Quanto ao rito inicial da ação, prevaleceu a tese de aplicação
do procedimento ordinário do Código de Processo Civil até que lei
específica discipline a matéria. Para os recursos, porém, o prazo é o
de três dias do artigo 258 do Código Eleitoral.
9 Manual das Eleições. Rio de Janeiro: Forense, 1998. p. 53.10 Op. cit. p. 226.11 Recursos em matéria eleitoral. 7.ª ed. São Paulo: RT.p. 190.
O recurso contra a decisão do juiz eleitoral é o inominado
previsto no artigo 265 do Código Eleitoral, admitindo inclusive a
retratação (artigo 267, § 7.º, do Código Eleitoral). Caso ocorra a
retratação, o recorrido poderá, em três dias, pedir que suba o recurso,
como se por ele interposto.
Contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral o recurso é
denominado ordinário, nos termos dos incisos III e IV do § 4.º do
artigo 121 da Constituição da República Federativa do Brasil,
combinados com os artigos 276, inciso II, alíneas “a” e “b”, e 277 do
Código Eleitoral.
Contra a decisão originária do Tribunal Superior Eleitoral
poderá ser cabível o recurso extraordinário (observado o § 3.º do
artigo 121 da Constituição da República Federativa do Brasil) ou o
mandado de segurança (interpretação a contrário senso da Súmula n.
267 do Supremo Tribunal Federal). O recurso extraordinário e o
mandado de segurança serão apreciados pelo Supremo Tribunal
Federal.
Quando a natureza do vício constatado permitir um cálculo
preciso dos votos viciados, a sentença poderá determinar o
recolhimento do diploma impugnado e a posse do segundo colocado
no pleito. Inviabilizada a hipótese, novas eleições devem ser
convocadas, sendo o Executivo comandado provisoriamente pelo
Presidente da Câmara dos Deputados, da Assembléia Legislativa ou
da Câmara Municipal.
A ação corre em segredo de justiça, é gratuita (excetuadas as
hipóteses de lide temerária ou de má-fé – Lei n. 9.507/97). Nas
hipóteses de captação irregular de sufrágio, prevista no artigo 41-A
da Lei n. 9.504/97 (dispositivo decorrente de lei de iniciativa
popular, apoiada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) e por isso chamada Lei dos Bispos – Lei n. 9.840/99), a
cassação do registro ou do diploma daquele que obtém voto em troca
de vantagem é decorrente da decisão judicial, ou seja, independe do
trânsito em julgado da decisão, não se submetendo às regras dos
artigos 216 do Código Eleitoral ou 15 da Lei Complementar n.
64/90. Neste sentido o mandado de segurança 2125, TRE/SP, j. de
26/09/02 e a Questão de Ordem no Recurso Especial Eleitoral
19.528, TSE, j. de 13/12/01.
Antonio Araldo F. Dal Pozzo, Eduardo Domingos Bottallo e
Pedro Paulo de Rezende Poerto12 aceitam a possibilidade da
tramitação conjunta do recurso contra a diplomação e da
impugnação de mandato eletivo quando as medidas estiverem
baseadas em fundamentos não coincidentes, conforme, aliás, já foi
decidido pelo Tribunal Superior Eleitoral (Acórdão TSE n. 10.873).
A Lei Complementar n. 86/96 acrescentou a alínea “j” ao
inciso I do artigo 22 do Código Eleitoral e assim instituiu a ação
rescisória contra decisões que reconhecem a inelegibilidade.
Observo, porém, que referida alínea foi suspensa na parte que
permitia o exercício do mandato até o julgamento definitivo da ação
rescisória, pois o critério violava os princípios da coisa julgada
(ADIn - STF n. 1.459).
Por fim há que se observar que a condenação definitiva por
abuso do poder econômico ou político gera a inelegibilidade também
para as eleições que se realizarem nos três anos seguintes, ao da data
da eleição em que se verificou (Súmula 19 do TSE e alínea “d” do
inciso I do artigo 1.º da Lei Complementar n. 64/90).
12 Lei Eleitoral. 2.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000. p. 166.
DIREITO ELEITORAL
1. O prazo para impugnação de mandato eletivo perante a Justiça Eleitoral é de:
a)15 dias, contados da diplomação;
b)15 dias, contados da eleição;
c)10 dias, contados da causa que autoriza a impugnação;
d)10 dias, contados da diplomação.
2. Predomina no Processo Civil brasileiro o sistema publicístico dos atos processuais, admitindo, por exceção, o segredo de justiça. A ação de impugnação de mandato eletivo tramitará:
a)abertamente, dada a relevância da matéria e o interesse público em jogo;
b)em segredo de justiça, por disposição legal;
c)em segredo de justiça, por disposição constitucional;
d)não há regras especiais, por se tratar de uma ação como qualquer outra.
3. A votação iniciar-se-á às__horas e encerrar-se-á às___horas, só podendo se prolongar para atender aos eleitores presentes e que portem uma senha entregue pelo presidente da mesa receptora, recolhendo os respectivos títulos.
a)7:00 e 18:00; correta a parte final;
b)8:00 e 17:00; correta a parte final;
c)8:00 e 18:00; correta a parte final;
d)8:00 e 17:00; errada a parte final, já que se prolongará enquanto houver eleitores para votar.
4. No ato de votação poderá ser impugnada a identidade do eleitor. É parte legítima para oferecer a impugnação:
a)fiscal do partido;
b)delegado do partido;
c)candidato;
d)todas estão corretas.
5. As impugnações oferecidas serão resolvidas _____ por maioria dos votos _____. O oferecimento da impugnação é pressuposto ____ para que se possa recorrer no prazo de 48 horas:
a)pelo TRE – dos membros da Câmara Eleitoral – da apelação;
b)de plano – da Junta Eleitoral – absoluto;
c)pela junta – dos membros da mesa – relativo;
d)de plano – da Junta Eleitoral – relativo.
D. Eleitoral A C B D B
MÓDULO X
DIREITO ELEITORAL
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL
DIREITO ELEITORAL
1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL
A Justiça Eleitoral, de natureza federal, é composta pelo
Tribunal Superior Eleitoral, pelos Tribunais Regionais Eleitorais,
pelos juízes eleitorais e pelas juntas eleitorais. A competência da
Justiça Eleitoral não foi apresentada pela Constituição da República
Federativa do Brasil; porém, o Código Eleitoral foi recepcionado
como lei complementar.
CRFB; Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
A Justiça Eleitoral tem como órgãos:
· Juízes Eleitorais (primeiro grau);
· Tribunais Regionais Eleitorais (segundo grau);
· Tribunal Superior Eleitoral (terceiro grau).
Salvo motivo justificado, os juízes dos Tribunais Eleitorais
servirão por no mínimo dois anos, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos (quatro anos).
a) Tribunal Superior Eleitoral
Tribunal Superior Eleitoral é órgão máximo da Justiça
Eleitoral, com sede no Distrito Federal. É composto por, no mínimo
sete ministros (previsão inexistente em relação aos Tribunais
Regionais Eleitorais), Três são escolhidos entre os ministros do
Supremo Tribunal Federal (mediante eleição secreta entre os
próprios ministros do Supremo Tribunal Federal), dois entre os
ministros do Superior Tribunal de Justiça (por meio de eleição
secreta entre os ministros do próprio Superior Tribunal de Justiça) e
os últimos dois são nomeados pelo Presidente da República dentre
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados
pelo Supremo Tribunal Federal em lista sêxtupla.
CRFB; Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no
mínimo, de sete membros, escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
b) Tribunais Regionais Eleitorais
Cada Tribunal Regional Eleitoral é composto por sete
membros. Dois são escolhidos entre desembargadores do Tribunal
de Justiça do Estado, dois entre Juízes de Direito, um será escolhido
entre juízes ou desembargadores federais da região (artigos 119 e
120 da Constituição da República Federativa do Brasil)
respectivamente e os últimos dois são advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral indicados pelo Tribunal de Justiça dos
Estados-membros ou do Distrito Federal em lista sêxtupla e
nomeados pelo Presidente da República. Cada tribunal tem
competência originária e recursal.
Art. 120. Haverá* um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. *Não há previsão na constituição de 88 da existência de TRE nos territórios.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores .
c) Juízes Eleitorais
Os juízes eleitorais são juízes de direito estaduais vitalícios
que exercem jurisdição nas zonas eleitorais. Têm competência
eleitoral, civil e penal, além do encargo administrativo.
As funções de juiz eleitoral são exercidas pelos Juízes de
Direito da Justiça Estadual Comum, conforme designação do
Tribunal Regional Eleitoral respectivo (artigos 32 a 35 do Código
Eleitoral – Lei n. 4.737/65).
d) Juntas Eleitorais
A Junta Eleitoral é formada no período de eleição pelo juiz
eleitoral e mais dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade,
nomeados pelo Presidente do Tribunal Regional Eleitoral. Está
limitada a decidir questões administrativas no período eleitoral.
As juntas eleitorais são presididas por um Juiz de Direito
(seja ou não Juiz Eleitoral) e compostas por dois ou quatro cidadãos
de notória idoneidade.
À junta eleitoral compete apurar as eleições, resolver as
impugnações e incidentes verificados durante a apuração de votos,
expedir os boletins respectivos e o diploma aos eleitos para cargos
municipais.
Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Tribunal
Superior Eleitoral, somente cabe recurso nas hipóteses especificadas
na Constituição da República Federativa do Brasil.
2. O MINISTÉRIO PÚBLICO EM MATÉRIA
ELEITORAL
Não há um Ministério Público eleitoral.
Em primeiro grau, as funções (de parte ou custos legis) do
Ministério Público eleitoral são exercidas pelos membros do
Ministério Público estadual, designados pelo Procurador-Geral da
Justiça no Estado (artigo 73 da Lei n. 8.625/93 e artigo 72 da Lei
Complementar n. 75/93).
Junto aos Tribunais Regionais Eleitorais atuam os
Procuradores da República designados pelo Procurador-Geral da
República. Junto ao Tribunal Superior Eleitoral atua o Procurador-
Geral da República ou seus substitutos legais.
As limitações impostas aos chefes do Ministério Público (no
âmbito federal ou estadual) caracterizam o Princípio do Promotor
Natural, conforme já foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal
(RT 705/412).
Nelson Nery Jr. esclarece: “No âmbito interno do Ministério
Público, o princípio do Promotor Natural incide para restringir os
poderes do Procurador-Geral de Justiça de efetuar substituições,
designações e delegações, que devem circunscrever-se aos casos
taxativamente enumerados na lei, sendo vedado ao chefe do parquet,
em qualquer hipótese, a avocação do caso afeto ao Promotor
Natural”. As designações excepcionais devem ser submetidas à
prévia apreciação do Conselho Superior do Ministério Público, nos
termos do artigo 10 da Lei n. 8.625/93.
Ante a forma federativa de Estado adotada pelo Brasil, há na
verdade um parquet em cada Estado, além do Ministério Público
Federal e daquele que atua junto ao Tribunal de Contas. A unidade e
a indivisibilidade devem ser compreendidas dentro de cada um
deles.
As principais vedações impostas aos membros do Ministério
Público são:
• receber, a qualquer título, ou sob qualquer pretexto, honorários, percentagens e custas processuais;
• exercer a advocacia;
• participar de sociedade comercial (na forma da lei);
• exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer função pública, exceto uma de magistério;
• exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas em lei.
A participação político-partidária dos membros do Ministério Público é aceita. Nesse sentido:
“Supremo Tribunal Federal
Recurso Extraordinário número: 127.246
Julgamento: 10.4.1991
EMENTA
Recurso contra diplomação de Prefeito sob alegação de ocorrência de vedação constitucional (arts. 128, § 5.º, II, ‘e’, e 130 da Carta Magna) por ser o candidato eleito membro do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Interpretação do art. 29, § 3.º, do ADCT da Constituição da República Federativa do Brasil.
Ao contrário do que ocorre com os Juízes em geral, cujo
exercício da atividade político-partidária é vedada absolutamente,
por incapacidade ínsita à função mesma de Juiz, o mesmo não
sucede com os membros do Ministério Público, certo como é que a
vedação que o art. 128, § 5, II, ‘e’, lhes impõe, admite, por força
mesma do texto constitucional, que a lei ordinária lhe abra exceções,
o que, evidentemente, só é admissível quando não há
incompatibilidade absoluta entre o exercício da função pública e o
da atividade político-partidária, mas, apenas, conveniência para o
desempenho daquela.
Em se tratando de membro do Ministério Público, a
relatividade dessa incompatibilidade é tão frágil que a Constituição
não se limitou a admitir uma vedação excepcionável por lei, mas a
tornou ainda mais tênue com o disposto no § 3.º do art. 29 do ADCT,
o qual reza: ‘Poderá optar pelo regime anterior no que diz respeito as
garantias e vantagens, o membro do Ministério Público admitido
antes da promulgação da Constituição, observando-se, quanto às
vedações, a situação jurídica na data desta’.
A única exegese admissível para dar sentido plausível à frase
final desse parágrafo será a de considerar que, independentemente da
opção, quanto às vantagens e às garantias a que alude a parte inicial
do dispositivo, as vedações ora criadas, mesmo com relação aos que
não optaram por vantagens e garantias anteriores que afastem
algumas delas ou todas elas, não se aplicam de imediato, mas se
deverá respeitar a situação jurídica existente no momento da
promulgação da Constituição, enquanto ela não se extinga por força
mesmo do ato inicial de que resultou.
Recurso extraordinário não conhecido.
Relator: Moreira Alves
(Juis Saraiva 21)
No mesmo sentido as ADIns n. 1.377-7/DF e n. 1.371-8/DF.
A filiação partidária do membro do Ministério Público
somente pode ser efetivada após seu afastamento da função,
mediante licença. Os prazos de afastamento são: a) seis meses antes
do pleito para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da
República, Senador, Governador e Vice-Governador, Deputado
Federal, Estadual ou Distrital e Vereador; b) quatro meses antes do
pleito para os candidatos a Prefeito e a Vice-Prefeito.
Essa filiação deve ser cancelada antes da reassunção do cargo
de Promotor ou Procurador. Não se impõe a desincompatibilização,
que implicaria a renúncia (definitiva) do cargo ocupado junto ao
Ministério Público.
Até dois anos após o cancelamento da filiação é vedado ao
ex-filiado exercer as funções relacionadas ao “Ministério Público
eleitoral”.
3. OS RECURSOS EM MATÉRIA ELEITORAL
Não havendo previsão legal em sentido contrário, os recursos
em matéria eleitoral devem ser interpostos no prazo de três dias,
conforme prevê o artigo 258 do Código Eleitoral. Para a apelação
criminal eleitoral o prazo é de dez dias, nos termos do artigo 362 do
Código Eleitoral. Da decisão sobre o exercício de direito de resposta
cabe recursos às instâncias superiores em 24 horas (§ 5.º do artigo
58 da Lei n. 9.504/97, a denominada Lei Geral das Eleições).
Os principais recursos estão previstos no artigo 102, inciso II,
alínea “a” e inciso III, alínea “a”, da Constituição da República
Federativa do Brasil; nos §§ 3.º e 4.º do artigo 121 da Constituição
da República Federativa do Brasil; nos artigos 257 a 282 do Código
Eleitoral, nos artigos 8.º e 11 da Lei Complementar n. 64/90 e no §
5.º do artigo 58 da Lei n. 9.504/97.
DIREITO ELEITORAL
1. O representante do Ministério Público junto ao Tribunal Regional Eleitoral será:
a) o Procurador-Geral da Justiça do Estado;
a) o Procurador-Geral da República;
b) um Promotor de Justiça designado;
c) um Procurador da República designado;
d) um Procurador de Justiça designado.
2. São funções do Ministério Público Eleitoral:
a) acompanhar os pedidos de alistamento de eleitores e os pedidos de transferência de títulos, bem como os cancelamentos de inscrição, obtendo ou pedindo vistas dos processos que apresentarem alguma particularidade;
b) acompanhar a nomeação dos membros das Juntas Eleitorais, exercendo o direito de representar à Procuradoria Regional Eleitoral, sempre que for o caso de impugnação dos nomeados;
c) fiscalizar a entrega das urnas, certificando-se que todas as seções encerram o recebimento de votos no horário legal,
observar eventual caso de violação e tomar as providências necessárias;
d) manifestar-se oralmente ou por escrito, de forma sumária, antes da decisão da Junta Eleitoral sobre as impugnações de votos formulados por terceiros, atuando como custos legis;
e) todas as afirmativas acima estão corretas.
3. Decisões do Tribunal Superior Eleitoral são irrecorríveis. São recorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral que contrariarem a Constituição da República Federativa do Brasil e as que denegarem habeas corpus ou mandado de segurança.
a) V e F;
b) F e V;
c) F e F;
d) V e V.
4. Além dos recursos de apelação, ordinário, especial e extraordinário, não são cabíveis no processo eleitoral:
a) a apelação quando a sentença for absolutória;
b) o agravo de instrumento;
c) os embargos de declaração, embora não sejam considerados recursos;
d) ação rescisória, salvo em versando sobre impugnação de mandato eletivo.
5. Versando sobre inelegibilidades ou expedição de diplomas nas eleições estaduais ou federais, ou denegando habeas corpus ou mandado de segurança, a decisão do Tribunal Regional Eleitoral desafia:
a) recurso especial, ao Tribunal Superior Eleitoral, no prazo de três dias;
b) recurso ordinário, ao Tribunal Superior Eleitoral, no prazo de três dias;
c) recurso ordinário, ao Tribunal Superior Eleitoral , no prazo de 15 dias;
d) apenas o recurso extraordinário, se ferir a Constituição.
D. Eleitoral C E D D B
MÓDULO XI
DIREITO ELEITORAL
Crimes Eleitorais
DIREITO ELEITORAL
Crimes Eleitorais
São considerados crimes eleitorais os que buscam atingir as
eleições em qualquer das suas fases (desde a inscrição do eleitor até
a diplomação). Por atingirem diretamente a ordem política do
Estado, os crimes eleitorais são classificados como espécie do
gênero crimes políticos (crimes dirigidos contra a ordem política e
social do Estado). Há crimes eleitorais previstos no Código Eleitoral
e na Lei Geral das Eleições (Lei Complementar n. 64/90).
A polícia das eleições é a Federal, embora, por solicitação
dessa ou por requisição da Justiça Eleitoral, a Polícia Civil e a
Polícia Militar possam atuar concomitantemente.
Os crimes eleitorais são apurados mediante ação penal
pública incondicionada (artigo 355 do CE). O prazo para o
oferecimento da denúncia é de dez dias (esteja o acusado preso ou
solto) e, em regra, a competência para o seu julgamento é do juiz
eleitoral.
Caso o autor do delito desfrute de prerrogativas funcionais, o
julgamento poderá ser deslocado para o Tribunal Regional Eleitoral
(exemplo: crime eleitoral praticado por um juiz eleitoral, um
promotor eleitoral ou um prefeito), para o Superior Tribunal de
Justiça (exemplo: crime eleitoral praticado por um governador) ou
para o Supremo Tribunal Federal (exemplo: crime eleitoral praticado
pelo Presidente da República, por Deputado Federal ou Senador).
Não há previsão de interrogatório, o qual poderá ser facultado
pelo juiz eleitoral ao acusado. Recebida a denúncia, o acusado é
citado para contestar em dez dias, seguindo-se com a colheita dos
depoimentos das testemunhas e com as alegações finais (arts. 355 a
364 do CE).
Não havendo pena expressamente prevista, aplicam-se os prazos
mínimos previstos no artigo 284 do Código Eleitoral (15 dias para
os crimes punidos com detenção, e um ano para os crimes
punidos com reclusão).
A execução da pena por crime eleitoral será realizada pelo
Juízo das Execuções Criminais, nos termos da Súmula n. 192 do
Superior Tribunal de Justiça. O acompanhamento de medidas
suspensivas decorrentes do artigo 89 da Lei n. 9.099/95 é feito pelo
próprio Juízo eleitoral (Juízo processante), conforme decidiu o
Superior Tribunal de Justiça no Conflito de Competência n. 18.673,
DJU de 19.5.1997. Durante os efeitos da condenação, o sentenciado
fica com seus direitos políticos suspensos (artigo15, inciso III, da
Constituição da República Federativa do Brasil).
Quanto aos direitos políticos passivos (elegibilidade), há que
se observar que os condenados criminalmente, com sentença
transitada em julgado, pela prática de crimes contra a economia
popular, a fé pública, a administração pública, o patrimônio público,
o mercado financeiro, por crimes eleitorais e por tráfico de
entorpecentes, permanecerão inelegíveis por três anos após o
cumprimento da pena (artigo 1.º , inciso I, alínea “e”, da Lei
Complementar n. 64/90).
Das sentenças condenatórias ou absolutórias cabe recurso
(normalmente denominado apelação criminal) no prazo de dez
dias (artigo 362 do CE). Esse recurso é o único com efeito
suspensivo.
Contra as decisões previstas no artigo 581 do Código de
Processo Penal cabe o recurso em sentido estrito, no prazo de
cinco dias.
Em face das decisões do Tribunal Regional Eleitoral cabem
recurso especial (artigo 121, § 4.º, incisos I e II, da Constituição
da República Federativa do Brasil) ou recurso ordinário (artigo
121, § 4.º, inciso V, da Constituição da República Federativa do
Brasil), no prazo de três dias. Contra decisão do Presidente do
Tribunal Regional Eleitoral que negue seguimento ao recurso
especial cabe agravo de instrumento, em três dias (artigo 279 do
CE).
Contra as decisões do Tribunal Superior Eleitoral cabem recurso
extraordinário ou recurso ordinário (se decisão denegatória de
habeas corpus ou mandado de segurança), em três dias.
No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos crimes
comuns que lhe forem conexos, assim como nos recursos e na
execução que lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária
ou supletiva, o Código de Processo Penal (artigo 364 do CE).
DIREITO ELEITORAL
1. Assinale a alternativa incorreta. São considerados crimes
eleitorais:
a) Valer-se o servidor público de sua autoridade para coagir alguém
a votar ou não votar em determinado candidato ou partido.
b) Votar em seção eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos
expressamente previstos, e permitir, o presidente da mesa
receptora, que o voto seja admitido.
c) Minorar os preços de utilidades e serviços necessários à
realização de eleições, tais como transporte e alimentação de
eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria
eleitoral.
d) Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de
propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação.
2. Assinale a alternativa que traz a correspondência certa:
I. Crime eleitoral praticado por juiz eleitoral, promotor eleitoral
ou prefeito.
II. Crime eleitoral praticado por governador.
III. Crime eleitoral praticado pelo Presidente da República,
deputado federal ou senador.
1. O julgamento poderá ser deslocado para o Superior Tribunal de
Justiça.
2. O julgamento poderá ser deslocado para o Supremo Tribunal
Federal.
3. O julgamento poderá ser deslocado para o Tribunal Regional
Eleitoral.
a) I – 1; II – 3; III – 2.
b) I – 1; II – 2; III – 3.
b) I – 3; II – 2; III – 1.
c) I – 3; II – 1; III – 2.
3. Assinale a alternativa correta:
a) O interrogatório encontra-se expressamente previsto pela
legislação eleitoral.
b) Os crimes eleitorais são apurados mediante ação penal pública
condicionada.
c) Os crimes eleitorais são apurados mediante ação penal pública
condicionada.
d) Recebida a denúncia, o acusado é citado para contestar em cinco
dias.
4. A respeito das afirmações abaixo:
I. Caso não haja pena expressamente prevista, aplicam-se os
prazos mínimos previstos no art. 284 do Código Eleitoral: 15
dias para os crimes punidos com detenção e um ano para os
crimes punidos com reclusão.
II. A execução da pena por crime eleitoral será realizada pelo
juízo das execuções criminais, nos termos da Súmula n. 192
do Superior Tribunal de Justiça.
III. Conforme dispõe o inciso III do art. 15 da Constituição da
República Federativa do Brasil, durante os efeitos da
condenação por crime eleitoral, o sentenciado fica com seus
direitos políticos suspensos.
a) As alternativas I e II estão corretas.
b) As alternativas II e III estão corretas.
c) Todas estão corretas.
d) Somente a alternativa II está correta.
5. Pode-se afirmar quanto aos crimes eleitorais e seu
procedimento:
a) quanto aos direitos políticos passivos (elegibilidade), há que se
observar que os condenados criminalmente, com sentença
transitada em julgado, pela prática de crimes contra a economia
popular, a fé pública, a administração pública, o patrimônio
público, o mercado financeiro, por crimes eleitorais e por tráfico
de entorpecentes, permanecerão inelegíveis por três anos após o
cumprimento da pena;
b) todos os recursos cabíveis em face das decisões têm efeito
suspensivo;
c) no processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que
lhe forem conexos, assim como nos recursos e na execução, que
lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou
supletiva, o Código de Processo Penal;
d) contra as decisões do Tribunal Superior Eleitoral cabe recurso
extraordinário ou ordinário, em seis dias.
D. Eleitoral C D B C C
MÓDULO XII
DIREITO ELEITORAL
O Processo Penal Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
O Processo Penal Eleitoral
1. A POLÍTICA ELEITORAL
A Polícia Judiciária das eleições é a Polícia Federal, mas
admite-se a atuação conjunta da Polícia Civil por solicitação da
Polícia Federal, requisição da Justiça Eleitoral ou até mesmo de
ofício (Dec.-lei n. 1.064/69, Decreto Federal n. 73.332/73 e
Resolução TSE n. 11.494/82 ).
Qualquer cidadão que tiver conhecimento de infração penal
eleitoral deverá comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma
se verificou, e esse remeterá a notícia ao Ministério Público (artigo
356 do Constituição Estadual).
Deferido o pedido de arquivamento do inquérito policial, não
cabe recurso, nos termos da Súmula n. 524 do Supremo Tribunal
Federal. Caso discorde do pedido de arquivamento, o juiz eleitoral
deverá remeter as peças ao Procurador Regional Eleitoral (e não ao
Procurador-Geral de Justiça), que poderá insistir no pedido de
arquivamento (caso em que o juiz deverá arquivar o expediente),
oferecer denúncia ou designar outro promotor para oferecê-la (artigo
357 do Código Eleitoral).
No entanto, possuindo desde logo elementos suficientes para
ofertar a denúncia, o Ministério Público poderá dispensar o inquérito
policial. O Ministério Público não está obrigado a informar a fonte
de suas informações.
2. A AÇÃO PENAL PÚBLICA
Conforme observamos anteriormente, os crimes eleitorais
são julgados mediante ação penal pública incondicionada (artigo 355
do Código Eleitoral), já que o Estado é o principal sujeito passivo
dos delitos de tal natureza. O prazo para o oferecimento da denúncia
é de dez dias (esteja o acusado preso ou solto) e, em regra, a
competência para o seu julgamento é do juiz eleitoral.
A denúncia ofertada pelo Ministério Público desde logo deve
especificar as testemunhas, em número de cinco (crimes punidos
com pena de multa e/ou detenção) ou oito (crimes punidos com pena
de reclusão).
2.1. A Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
Bem leciona Fávila Ribeiro13, que a regra do artigo 355 do
Código Eleitoral não mais prevalece em termos absolutos, diante do
que vem estipulado no artigo 5.º, inciso LIX, da Constituição da
República Federativa do Brasil, que admite ação privada nos crimes
eleitorais caso a ação pública não seja intentada no prazo legal.
De acordo com o inciso LIX do artigo 5.º da Constituição da
República Federativa do Brasil, será admitida ação penal privada nos
crimes de ação penal pública, se esta não for intentada no prazo
legal.
A ação penal, em regra, é pública incondicionada. Prevalece o
interesse do Estado e o Ministério Público oferece a denúncia,
independentemente do interesse da vítima.
Conforme estabelece o artigo 129, inciso I, da Constituição
da República Federativa do Brasil, compete privativamente ao
Ministério Público promover a ação penal pública, na forma da lei.
13RIBEIRO, Fávila. Direito Eleitoral. 5.ª ed.. Forense. p. 704
No entanto, o inciso LIX do artigo 5.º da Constituição da República
Federativa do Brasil e a lei infraconstitucional (artigo 29 do CPP e
artigo 100, § 3.º, do CP) admitem a ação penal privada nos crimes de
ação pública, se esta não for intentada pelo Ministério Público no
prazo legal.
O prazo do Ministério Público para o oferecimento de
denúncia ou promoção de arquivamento é de 5 dias se o acusado
estiver preso ou de 15 dias se estiver solto (artigo 46 do CPP),
excetuado o processo por crime eleitoral, ora analisado, que prevê o
prazo único de 10 dias.
No caso de réu solto, no prazo da denúncia o Ministério
Público pode requerer novas diligências ou requerer o arquivamento.
Prevalece o entendimento segundo o qual só cabe a ação
penal privada subsidiária da pública, a queixa subsidiária ofertada
pelo ofendido por seu advogado, e que deve conter os mesmos
elementos de uma denúncia, nos casos de inércia do Ministério
Público, ou seja, se o Ministério Público, no prazo que lhe é
concedido, não oferecer denúncia, não requerer diligências e não
pedir o arquivamento das peças de representação ou do inquérito
policial.
O Supremo Tribunal Federal já decidiu que cabe a ação penal
privada subsidiária da pública caso o Ministério Público só se
pronuncie pelo arquivamento após o prazo legal (RT 575/478 e
647/345).
O prazo para apresentação da queixa subsidiária, salvo
expressa disposição em contrário, é de seis meses, contados do dia
em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia, sob
pena de decadência (causa de extinção da punibilidade), nos termos
do artigos 103 do Código Penal e 38 do Código de Processo Penal.
Como o Ministério Público deve acompanhar todos os termos do
processo e retomá-lo caso o querelante seja negligente, não há que
falar em perempção (perda do direito de demandar em face da
inércia do querelante nas ações exclusivamente privadas – artigo 60
do CPP) nas ações decorrentes de queixa subsidiária.
3. ATOS PROCESSUAIS APÓS O RECEBIMENTO DA
DENÚNCIA OU DA QUEIXA SUBSIDIÁRIA POR
CRIME ELEITORAL
Recebida a denúncia, o acusado é citado para contestar em
dez dias, seguindo-se com a colheita dos depoimentos das
testemunhas e as alegações finais com prazo de cinco dias para cada
uma das partes (arts. 355/364 do Código Eleitoral). Não há previsão
de interrogatório, o qual poderá ser facultado pelo Juiz Eleitoral ao
acusado.
Em alguns crimes eleitorais admite-se a assistência do
particular especialmente prejudicado, a exemplo dos crimes contra a
honra praticados em propaganda eleitoral.
Havendo conexão entre crime comum e crime eleitoral a
competência para o julgamento de ambos será da Justiça Eleitoral
(Reclamação 69/89, TSE).
A sentença deverá ser prolatada em dez dias.
Não havendo pena expressamente prevista, aplicam-se os prazos
mínimos previstos no artigo 284 do Código Eleitoral (15 dias para
os crimes punidos com detenção e 1 ano para os crimes punidos
com reclusão).
4. O FORO COMPETENTE
Em regra a denúncia ou a queixa subsidiária pertinente a
crime eleitoral deverá ser apresentada ao juiz eleitoral do lugar do
crime, observadas as regras do artigo 6.º do Código Penal.
Caso o autor do delito desfrute de prerrogativas funcionais, o
processo e o julgamento será deslocado do Juiz Eleitoral para o
Tribunal Regional Eleitoral (a exemplo do crime eleitoral praticado
por um Juiz Eleitoral, um promotor eleitoral ou um prefeito), para o
Superior Tribunal Judiciário (a exemplo do crime eleitoral praticado
por um governador) ou para o Supremo Tribunal Federal (a exemplo
do crime eleitoral praticado pelo Presidente da República, Deputado
Federal ou Senador). O rito do processo nos tribunais, segundo
prevalece na jurisprudência, é o da Lei n. 8.038/90 (por força da Lei
n. 8.658/93).
De acordo com o artigo 53 da Constituição da República
Federativa do Brasil, na redação da Emenda Constitucional n. 35, de
20.12.2001, os Deputados Federais e os Senadores são invioláveis,
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões palavras e votos
(inviolabilidade denominada imunidade material ou real).
O § 3.º do artigo 53 da Constituição da República Federativa
do Brasil, por sua vez, alterou as regras da imunidade processual
(formal) e passou a estabelecer uma espécie de moratória processual.
Com isso, dispensou a prévia autorização da casa legislativa para o
recebimento de denúncia contra deputado (federal ou estadual) ou
senador.
Pelas novas regras, ao receber a denúncia contra deputado ou
senador, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal
Federal (ou o Tribunal de Justiça no caso de deputado estadual) dará
ciência à casa legislativa a que pertence o parlamentar, que, por
iniciativa de partido político nela representado (não necessariamente
o partido do parlamentar) e pelo voto (ostensivo e não mais secreto)
da maioria absoluta dos seus membros, poderá, até a decisão final,
sustar o andamento da ação.
Ao Tribunal Regional Eleitoral foi atribuída competência
originária para julgar habeas corpus, matéria eleitoral, impetrado
contra ato de juiz ou promotor eleitoral.
No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos crimes
comuns que lhe forem conexos, assim como nos recursos e na
execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei
subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal (artigo 364
do Constituição Estadual).
Durante os efeitos da condenação o sentenciado fica com seus
direitos políticos suspensos (artigo 15, inciso III, da Constituição da
República Federativa do Brasil).
Quanto aos direitos políticos passivos (elegibilidade), há que
se observar que os condenados criminalmente, com sentença
transitada em julgado, pela prática de crimes contra a economia
popular, a fé pública, a administração pública, o patrimônio público,
o mercado financeiro, por crimes eleitorais e por tráfico de
entorpecentes, permanecerão inelegíveis por três anos após o
cumprimento da pena (alínea “e”, inciso I, do artigo 1.º da Lei
Complementar n. 64/90).
DIREITO ELEITORAL
1. Assinale a alternativa incorreta:
a) O cidadão que tiver conhecimento de infração penal eleitoral
deverá comunicá-la ao Ministério Público.
b) O Ministério Público pode dispensar o inquérito policial desde
que possua elementos suficientes para ofertar a denúncia em
infração penal eleitoral.
c) Os crimes eleitorais são julgados mediante ação penal pública
incondicionada e, conforme determina a Constituição da
República Federativa do Brasil, também admite ação privada nos
crimes eleitorais caso a ação pública não seja intentada no prazo
legal.
d) Por solicitação da Polícia Federal a Polícia Civil poderá atuar
como Polícia Judiciária nas eleições.
2. Analise as afirmativas:
I. Não havendo pena expressamente prevista, aplicam-se os
prazos mínimos previstos no artigo 284 do Código Eleitoral.
II. Em crimes contra a honra, praticados em propaganda
eleitoral, admite-se a assistência do particular especialmente
prejudicado.
III. Recebida a denúncia, o acusado é citado para contestar em
dez dias.
a) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
b) As afirmativas I e III estão incorretas.
c) Todas as afirmativas estão corretas.
d) Somente a afirmativa III está incorreta.
3. É incorreto afirmar:
a) O prazo para oferecimento da denúncia por crimes eleitorais é de
dez dias para réu solto, e de cinco dias para réu preso.
b) Admite-se ação penal privada nos crimes de ação penal pública,
se esta não for proposta no prazo legal.
c) O prazo para apresentação da queixa subsidiária é de seis meses,
contados do término para oferecimento da denúncia.
d) A denúncia ou queixa subsidiária referente a crime eleitoral será
dirigida ao juiz eleitoral do lugar do crime.
4. Assinale as alternativas corretas:
a) Para acusados que desfrutem de prerrogativas funcionais, o
processo e o julgamento serão perante o juiz eleitoral do Tribunal
Superior Eleitoral.
b) É correto afirmar que para o recebimento da denúncia contra
Deputado Federal ou Estadual dispensa-se a prévia autorização
da casa legislativa.
c) Não cabe recurso contra o pedido de arquivamento deferido do
inquérito policial.
d) Os crimes eleitorais são julgados por ação penal pública
incondicionada, devido ao fato de o Estado ter o dever de zelar
pelo sujeito passivo dos delitos dessa natureza, qual seja, o povo.
5. Assinale a alternativa correta:
a) A ação penal é pública incondicionada, pois há uma junção de
interesses do Estado (interesse público) e o interesse da vítima.
b) Se houver conexão entre crime comum e crime eleitoral a
competência para o julgamento de ambos será da justiça eleitoral.
c) O recebimento da denúncia contra Deputado ou Senador, por
crime ocorrido após a diplomação é feito pelo Tribunal Regional
Eleitoral.
d) Na hipótese do juiz eleitoral discordar do arquivamento do
inquérito policial, deverá remeter as peças ao Procurador-Geral.
D. Eleitoral A C A B/C B
QUESTÕES
DIREITO ELEITORAL
1. (Conc. Mag./RN/98): Nos termos do Código Eleitoral e da legislação atual, o voto é obrigatório, salvo em relação aos:
a) enfermos e aos juízes eleitorais;
b) enfermos com menos de 70 anos e aos funcionários públicos em geral;
c) enfermos e aos que se encontrarem fora do seu domicilio;
d) que se encontrem fora do País com inscrição eleitoral no Brasil e aos inválidos;
e) inválidos e aos militares.
2. (Conc. Mag./RN/98): O registro de candidato inelegível será indeferido:
a) automaticamente, quando impugnada a candidatura por representante do Ministério Público Estadual;
b) pela autoridade judicial competente, ainda que não tenha havido impugnação;
c) pelo Supremo Tribunal Federal, quando se tratar de candidato à Presidência da República;
d) pelo Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do respectivo, em se tratando de candidato a Governador;
e) exclusivamente por intermédio de ação de impugnação de registro de candidatura.
3. (Conc. Mag./RN/98): É da competência da Justiça Eleitoral:
a) promover o registro de candidatos a cargos eletivos, quando solicitado por partido político ou coligação;
b) decidir sobre mandados de segurança interpostos por filiados contra ato de Presidente de partido político;
c) apreciar questões partidárias de natureza interna corporis;
d) fiscalizar, por intermédio de observador eleitoral, a realização das convenções partidárias;
e) apreciar e julgar a prestação de contas relativas a campanhas eleitorais, apresentada por órgãos públicas.
4. (173.º Conc. Mag./SP): O direito de resposta, rode ser solicitado por:
a) qualquer eleitor que se sinta atingida por afirmação caluniosa ou difamatória atribuída a candidato escolhido em convenção;
b) candidato ou por coligação, em virtude de afirmação sabidamente inverídica, difundida por candidato em qualquer veículo de comunicação;
c) filiado a partido político contra manifestação difamatória do respectivo dirigente, a qualquer tempo;
d) órgão público, quando o seu dirigente é candidato à reeleição;
e) agente político em se sentindo ofendido por afirmação caluniosa de candidato a cargo eletivo.
5. O alistamento eleitoral e o voto são:
a) obrigatórios para os maiores de dezesseis anos e menores de vinte e um anos.
b) facultativos para os maiores de dezoito anos.
c) obrigatórios para os conscritos durante o período do serviço militar obrigatório.
d) facultativos para os analfabetos e os maiores de setenta anos.
6. (Conc. Mag./RN/98): O processamento e o julgamento do registro de candidatura é da competência do:
a) Tribunal Regional Eleitoral, em cada Estado, em se tratando de eleição de Deputados Estaduais, Federais e de Vereadores do Município da Capital do Estado;
b) Tribunal Superior Eleitoral, quando se cuidar de candidatos ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados;
c) Juiz Eleitoral, em se tratando cargos eletivos estaduais;
d) Tribunal Superior Eleitoral, quando se cuidar de candidatos à Presidência, à Vice-Presidência da República e a Deputada Federal;
e) Tribunal Regional Eleitoral, em cada Estado, em se tratando de eleição de Deputados Federais.
7. (18º Conc. MPF): A Justiça Eleitoral:
a) é constituída pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelos Tribunais Regionais Eleitorais e pelos Juízes e Juntas Eleitorais em todo o País, compostos os Tribunais exclusivamente de Ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e de Juízes Federais;
b) tem competência para realizar o alistamento eleitoral, o registro de partidos políticos e respectivos diretórios, o processo e julgamento do registro de candidaturas e das impugnações por inelegibilidade, a fiscalização da propaganda eleitoral, o processo e julgamento de crimes eleitorais (ressalvada a competência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça), as representações por abuso de poder econômico e de autoridade em matéria eleitoral, os recursos contra a diplomação e a ação de impugnação de mandato eletivo, dentre outras;
c) deve decretar a perda do mandato do Deputado ou Senador, que sofrer a condenação criminal em sentença transitada em julgado;
d) somente realiza consulta prévia, mediante plebiscito, às populações diretamente interessada, para criação, incorporação, fusão ou desmembramento de Municípios, se devidamente autorizada pelo Governador do Estado e os Prefeitos Municipais.
8. (18º Conc. MPF): As inelegibilidades:
a) se não argüidas na impugnação do registro de candidatura, podem ser opostas a qualquer momento, mesmo as de natureza infraconstitucional;
b) estão previstas na própria Constituição e no Código Eleitoral;
c) são restrições impostas a pessoas que tiveram seus direitos políticos suspensos por decisão da Justiça Eleitoral;
d) estão previstas na Constituição da República Federativa do Brasil e em Lei Complementar, estabelecendo esta outros casos e os prazos de sua cessação.
9. (18º Conc. MPF): Os partidos políticos:
a) são livremente criados, observada apenas a liberdade de associação para fins lícitos, sendo-lhes assegurada plena autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento;
b) ao adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, estão desde logo habilitados a registrar candidaturas e participar de eleições;
c) têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, mesmo se não registrados os seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral;
d) devem estabelecer, nos seus estatutos, normas de fidelidade e disciplina partidárias e gozam de autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento.
10. (18º Conc. MPF): São condições de elegibilidade, na forma da lei:
a) a obtenção de votos válidos nas eleições e ter sido registrada a candidatura;
b) a filiação partidária e o domicílio eleitoral na circunscrição;
c) para Presidente da República, Governadores de Estados, Senadores e Deputados Federais, a condição de brasileiro nato, em pleno exercício dos direitos políticos, e a idade mínima prevista para os respectivos cargos eletivos;a não configuração de hipótese de inelegibilidade e o registro do candidato na Justiça Eleitoral.
D. Eleitoral 1d 2A 3A 4D 5D 6E 7B 8D 9D 10B
TESTES
01 - Além dos direitos individuais, o estrangeiro detém, no Brasil, os de:
a) votar e ser votado para qualquer cargo parlamentar;
b) ser votado apenas para os cargos estaduais;
c) apenas votar;
d) n.d.a.
02 - O brasileiro naturalizado não pode ser:
a) magistrado;
b) integrante das forças armadas;
c) deputado federal;
d) n.d.a.
03 - O sufrágio universal direto e o voto secreto foram consagrados no Brasil com:
a) a constituição de 1946;
b) a proclamação da república;
c) o código eleitoral de 1932;
d) o voto direto foi consagrado em 1932, e o sufrágio universal, em 1891 .
04 - A representação de partido político junto ao TRE é feita pelo:
a) corregedor eleitoral;
b) presidente da comissão executiva nacional;
c) delegado do partido registrado no TSE ou TRE;
d) secretário da comissão executiva regional.
05 - Os membros das juntas eleitorais são nomeados pelo:
a) presidente do Tribunal de Justiça;
b) juiz eleitoral mais antigo, se houver mais de um na comarca;
c) pleno do Tribunal Regional Eleitoral;
d) presidente do TRE.
06 - O voto em branco, na representação proporcional, segundo as regras previstas na legislação eleitoral:
a) conta-se como voto válido para determinar o quociente partidário;
b) não será contado como voto válido para determinar o quociente eleitoral;
c) não tem significado algum, salvo a favor de legendas;
d) conta-se apenas para apurar o número de votantes e a partir dele definir a quantidade de vagas a serem preenchidas.
07 – De acordo com o *sistema eletrônico de votação o juiz eleitoral pode votar:
a) em qualquer seção eleitoral do país;
b) em qualquer seção eleitoral do Estado;
c) em qualquer seção eleitoral de sua zona;
d) somente na seção eleitoral em que é eleitor.
* A lei 9504/97 alterou a regra que previa a possibilidade do juiz eleitoral votar em qualquer seção eleitoral de sua zona, QUANDO DA UTILIZAÇÃO DO VOTO ELETRÔNICO.
08 - Nas eleições para governador de Estado, as impugnações de votos serão decididas:
a) pelo juiz eleitoral;
b) pela turma apuradora;
c) pela Junta apuradora;
d) pelo TRE.
09 - Se o eleitor escrever o nome de um candidato e o número de outro, de partido diverso:
a) conta-se o voto para o candidato cujo nome foi escrito;
b) conta-se o voto para o candidato cujo número foi escrito;
c) conta-se o voto apenas para a legenda do candidato cujo nome foi escrito;
d) o voto é nulo.
10 - A denúncia por fato previsto como crime eleitoral é oferecida pelo:
a) procurador regional eleitoral;
b) procurador geral da república;
c) promotor de justiça em exercício na zona eleitoral;
d) procurador geral de justiça do estado.
11 - O filho de pai ou mãe brasileiro (a), nascido no estrangeiro, que vier a residir no Brasil, poderá optar pela nacionalidade brasileira ao completar:
a) 16 anos;
b) 18 anos;
c) 21 anos;
d) 14 anos.
12 - Se o eleitor escrever o nome ou o número de um candidato e legenda de partido diferente, contar-se-á o voto:
a) para o partido cuja legenda foi escrita;
b) para o candidato cujo nome ou número foi escrito;
c) para a legenda de candidato cujo nome ou número foi escrito;
d) como nulo.
13 - Quando o eleitor escrever o nome de um candidato, o número de outro de legenda diferente e, ainda, uma legenda que não seja de qualquer dos candidatos:
a) conta-se o voto para o candidato cujo nome foi escrito,
b) o voto será contado para o candidato cujo número foi escrito, bem como à legenda que foi escrita;
c) o voto será contado apenas para a legenda escrita;
d) o voto será considerado nulo.
14 - Um silvícola integrado, maior, não eleitor, impediu o voto de seu irmão nas eleições para presidente da República. É competente para conhecer do fato previsto como crime eleitoral:
a) a justiça federal;
b) a justiça estadual;
c) a justiça eleitoral;
d) o conselho superior da FUNAI.
15 - Nas eleições à Câmara de Vereadores de dado município, o PMDB obteve 3596 votos; o PTB obteve 4518 votos; a coligação "Corre Brasil" obteve 1682 votos; foram dados 200 votos em branco. Sendo 7 (sete) o número de cadeiras naquela casa, qual partido obteve o maior número?
a) PMDB;
b) PTB;
c) Coligação "Corre Brasil";
d) n.d.a.
16 - O eleitor maior de 16 e menor de 18 anos de idade, que comete fato previsto como crime eleitoral, será julgado pelo:
a) juiz eleitoral da zona onde é eleitor;
b) juiz eleitoral da zona onde praticou o fato;
c) conselho da magistratura eleitoral;
d) juiz da infância e da juventude.
17 - Em comício político-partidário o prefeito municipal matou o candidato de seu próprio partido. A competência para o processo e julgamento é do:
a) tribunal do júri;
b) juiz eleitoral da zona onde se deu o fato;
c) tribunal de justiça;
d) tribunal regional eleitoral.
18 - Embora o TSE tenha declarado inconstitucional, doutrinariamenteentende-se por prejulgado eleitoral a decisão:
a) atual do tribunal sobre questão de fato em um mesmo pleito;
b) anterior do tribunal sobre questão de direito em um mesmo pleito;
c) do TSE sobre questão de direito ou de fato em um mesmo pleito;
d) unânime do TRE sobre questões de direito em pelo menos dois pleitos eleitorais.
19 - O recurso cabível contra decisão do TRE, denegatória de mandado de segurança originário, com violação de dispositivo da constituição é:
a) especial para o TSE;
b) ordinário para o TSE;
c) extraordinário para o STF;
d) de ofício para o TSE.
20 - O prazo, com efeito ___________ condenatória, para recorrer de sentença por crime eleitoral, é de ___________ dias.
a)suspensivo; 3 dias;
b) devolutivo; 5 dias;
c) suspensivo; 10 dias;
d) devolutivo; 15 dias.
21 - Goiânia possui 8 (oito) zonas eleitorais, mais de 1.000.000 de habitantes e cerca de 400.000 eleitores. Quantos diretórios municipais os partidos podem constituir aqui?
a) 1 diretório, pois o limite é um para cada município;
b) 1 diretório para cada bairro ou vila com mais de 200.000 habitantes;
c) 1 diretório, pois o limite é de um para cada 500.000 habitantes;
d) 1 diretório para cada zona eleitoral.
22 - Quem aprecia o pedido de filiação partidária é:
a) o diretório do partido político;
b) o presidente do diretório do partido político;
c) a comissão executiva do partido político;
d) o juiz eleitoral da zona de filiação.
23 - O salvo-conduto expedido pelo presidente da mesa receptora de votos
a favor de eleitor terá validade:
a) nos 5 dias que antecederem ao pleito;
b) 72 horas antes, até o ato do voto;
c) 72 horas antes, 48 horas após o pleito;
d) 3 dias antes, até 24 horas depois do pleito.
ARI FERREIRA DE OUEIROZ 165
24 - A propaganda eleitoral só pode iniciar:
a) após a escolha do candidato pela convenção;
b) após o registro da candidatura;
c) 60 dias antes do pleito;
d) 100 dias antes do pleito.
25 - O diretório municipal do partido político será registrado:
a) na secretaria do diretório regional do respectivo;
b) no cartório eleitoral da zona do município;
c) no TRE;
d) no TSE.
26 - São fontes principais do direito eleitoral:
a) Constituição da República Federativa do Brasil e estadual;
b) Constituição da República Federativa do Brasil e lei complementar;
c) código eleitoral e resolução do TSE;
d) código eleitoral e lei orgânica dos partidos políticos.
27 - São fontes próprias do direito eleitoral:
a) o código eleitoral e a lei das inelegibilidades;
b) a lei orgânica dos partidos políticos e o código eleitoral;
c) código eleitoral e a Constituição da República Federativa do Brasil;
d) o código eleitoral e as resoluções do TSE.
28 - São exemplos de fontes subsidiárias do direito eleitoral:
a) resoluções do TSE e do STF;
b) resoluções do TSE e estatuto da magistratura eleitoral;
c) portarias do TRE e resoluções do TSE;
d) resoluções do TSE, Código Penal e Código Civil.
29 - O sufrágio é o meio previsto na Constituição para que o povo possa:
a) escolher seus dirigentes;
b) aprovar atos de seus dirigentes;
c) estão corretas alternativas A e B;
d) n.d.a.
30 - A soberania nacional será exercida pelo sufrágio:
universal e direto;
a) restrito, universal e direto;
b) irrestrito, direto, igual e universal;
c) proporcional, majoritário, direto e secreto;
d) universal, direto, secreto e igual.
166 DIREITO ELEITORAL
31 - Quanto à extensâo, o sufrágio se classifica em:
a) restrito e direto;
b) universal e periódico;
c) restrito e universal;
d) indireto e secreto.
32 - Quanto ao valor, o sufrágio se classifica em:
a) igual e plural;
b) direto e indireto;
c) circunscricional e distrital;
d) secreto e público.
33 - Quanto ao modo, o sufrágio se classifica em:
a) igual e plural;
b) direto e indireto;
c) direto e proporcional;
d) proporcional e majoritário.
34 - Quanto à forma, o sufrágio se classifica em:
a) universal e restrito;
b) secreto e fechado;
c) secreto e público;
d) não há classificação quanto à forma.
35 - Quanto à distribuição, o sufrágio se classifica em:
a) majoritário e distrital;
b) proporcional e igualitário;
c) circunscricional e público;
d) distrital e circunscricional.
36 - Quanto à representação, o sufrágio se classifica em:
a) majoritário e proporcional;
b) proporcional e da maior média;
c) majoritário, apenas;
d) proporcional, apenas.
ARI FERREIRA DE OUEIROZ 167
37 - Para a eleição do Senado Federal a legislação brasileira adota o
sistema:
a) majoritário simples, secreto, universal e igual;
b) majoritário absoluto, secreto, universal e igual;
c) proporcional simples, secreto, universal e plural;
d) proporcional, secreto, universal e plural.
38 - Na eleição para a Câmara Federal é adotado o seguinte sistema:
a) majoritário simples, secreto, universal e igual;
b) majoritário absoluto, secreto, universal e igual;
c) proporcional simples, secreto, universal e plural;
d) proporcional, secreto, universal e igual.
39 - Na eleição para presidente da República, governadores e prefeitos de
municípios com mais de 200.000 eleitores, o sistema adotado é:
a) majoritário;
b) maioria simples;
c) majoritário, porém de maioria absoluta;
d) n.d.a.
40 - Na eleição para deputados estaduais e vereadores, o sistema de voto é:
a) secreto e proporcional;
b) secreto e majoritário;
c) só proporcional;
d) só majoritário.
41 - Dentre os critérios conhecidos para se determinar a nacionalidade, o
Brasil adota:
a) jus gentiuns, sem exceções;
b) jus solis, com exceções;
c) jus sanguinis, com exceções;
d) jus solis, sem exceções.
42 - Pelo critério do jus solis, será nacional:
a) o filho de nacional, onde quer que ocorra o nascimento;
b) o que nascer no exterior, mas apenas eventualmente;
c) o que nascer no território;
d) o que escolher a nacionalidade.
168 DIREITO ELEITORAL
43 - Perante a lei brasileira o filho de um alemão que nascer no Brasil será
considerado:
a) brasileiro nato;
b) brasileiro naturalizado;
c) alemão, porque seu país adota o sistema jus sanguinis;
d) depende da opção que ele ou os pais fizerem no Brasil.
44 - O filho de brasileiro (a) nascido no estrangeiro, estando pelo menos um
dos seus pais a serviço do governo brasileiro, é considerado:
a) brasileiro naturalizado;
b) brasileiro nato;
c) depende do sistema adotado pelo país onde nascer;
d) só será brasileiro nato se for registrado em repartição competente do
governo brasileiro.
45 - Para que o filho de brasileiro (a) nascido no exterior, não estando qualquer dos pais a serviço oficial, seja considerado brasileiro nato é necessário:
a) que seja registrado em repartição brasileira competente;
b) que venha residir no Brasil e opte pela nacionalidade brasileira após completar 21 anos de idade;
c) que venha residir no Brasil e opte pela nacionalidade brasileira após completar 18 anos de idade, e o faça dentro do prazo de 4 anos;
d) estão corretas A e B.
46 - O estrangeiro que reside permanentemente e sem interrupção no Brasil
por mais de 15 anos é:
a) brasileiro nato;
b) brasileiro naturalizado;
c) estrangeiro;
d) brasileiro, se sua origem é portuguesa.
47 - Para a naturalização de pessoa originária de país que fale a língua
portuguesa como idioma oficial é necessário, além do requerimento:
a) domicílio ininterrupto por 1 ano no Brasil e idoneidade moral;
b) residência permanente por 1 ano no Brasil e idoneidade moral;
c) residência ininterrupta por 1 ano no Brasil e idoneidade moral;
d) residência ininterrupta por 1 ano no Brasil e não ter sofrido condenação
penal.
ARI FERREIRA DE OUEIROZ 169
48 - Não se tratando de estrangeiro originário de país que fale a língua
portuguesa como idioma oficial, requer-se, para se conceder a naturalização:
a) domicílio por 30 anos no Brasil e idoneidade moral;
b) residência por 15 anos ininterruptos no Brasil e sem condenação penal;
c) domicílio por 30 anos ininterruptos no Brasil e sem condenação penal;
d) 15 anos de residência e idoneidade moral, se tiver bens imóveis no Brasil.
49 - Supondo que as leis portuguesas sejam recíprocas aos brasileiros, os
lusitanos, no Brasil, que aqui tenham residência permanente, podem:
a) votar e ser votados como os brasileiros natos;
b) votar e ser votados como os brasileiros naturalizados;
c) votar apenas, porque são estrangeiros;
d) votar com autorização do juiz eleitoral.
50 - O brasileiro naturalizado tem os mesmos direitos que o nato, mas,
dentre os cargos públicos abaixo, não pode ser:
a) senador ou deputado federal;
b) sargento das forças armadas;
c) ministro do STF;
d) presidente do Banco Central.
51 - A perda da nacionalidade brasileira será:
a) compulsória, a critério do Poder Judiciário;
b) voluntária, em qualquer caso;
c) voluntária, por aquisição de outra nacionalidade, e compulsória, por
decisão judicial;
d) declarada de ofício pelo ministro da justiça em casos de perda da capacidade civil.
52 - São símbolos da República Federativa do Brasil:
a) a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais;
b) a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais e estaduais, porque
somos uma Federação;
c) a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais, estaduais e municipais,
porque a CRFB considera o Município como parte da federação;
d) apenas o Hino e a Bandeira Nacionais.
53 - Por direito político positivo se entende:
a) o conjunto de normas que regulam o direito de ser votado;
a) o conjunto de normas que regulam o poder de votar em candidatos ou em plebiscito;
17O DIREITO ELEITORAL
c) o conjunto de normas que regulam o direito de exercer cargos públicos
acessíveis aos brasileiros;
d) o conjunto de normas abstratas que regulam o direito de atuar no polo
ativo ou passivo do processo eleitoral.
54 - O direito político ativo consiste em poder participar do processo
democrático, votando:
a) em candidato e em plebiscito, mas não em referendo, porque não foi
regulamentado;
b) em plebiscito e referendo, porque o voto em candidato é indireto;
c) em eleições periódicas, mas não em plebiscito, que é forma de
democracia direta;
d) em eleições gerais, regionais ou locais e plebiscito ou referendo.
55 - A capacidade política ativa inicia-se com:
a) a idade de 16 anos;
b) o título de eleitor;
c) o alistamento eleitoral;
d) 18 anos para homem e 16 para mulher.
56 - São requisitos da capacidade política ativa obrigatória, além da
nacionalidade brasileira:
a) a idade de 21 anos;
b) a alfabetização e a idade de 18 a 70 anos;
c) a idade entre 18 e 70 anos;
d) a idade entre 18 e 65 anos para mulher e 18 a 70 para homem.
57 - A capacidade política ativa é facultativa para:
a) menores de 16 e maiores de 70 anos de idade, alfabetizados ou não;
b) menores entre 16 a 18 anos, e maiores de 70 anos, alfabetizados ou não;
c) menores de 16 e maiores de 70 anos, alfabetizados;
d) menores de 18 anos e analfabetos.
58 - Em termos de direitos políticos a obrigatoriedade ou facultatividade
alcançam:
a) o alistamento eleitoral ou o voto;
b) o voto e, por conseqüência, o alistamento eleitoral;
c) o alistamento eleitoral e o voto;
d) o título de eleitor e o alistamento eleitoral.
ARI FERREIRA DE QUEIROZ 171
59 - O status de cidadão é prerrogativa de:
a) eleitor brasileiro;
b) maior de idade, brasileiro;
c) brasileiro nato;
d) estrangeiro ou brasileiro, desde que eleitor.
60 - Não podem se alistar como eleitor:
a) os estrangeiros e os militares até o posto de sargento;
b) os estrangeiros, os naturalizados e os militares que estão prestando 0
serviço militar obrigatório;
c) os estrangeiros e os conscritos, durante o serviço militar obrigatório;
d) somente os estrangeiros, já que há a obrigatoriedade do voto e do
alistamento aos brasileiros.
61 - Assinale a alternativa incorreta:
a) quem não estiver em dia com as obrigações eleitorais não pode participar
de concursos públicos;
b) todos os brasileiros maiores de 18 anos são obrigados a votar;
c) o estrangeiro não pode votar, nem que tenha residência ininterrupta no
Brasil por mais de 30 anos;
d) o soldado das forças armadas tem capacidade política ativa e passiva.
62 - O eleitor que muda de endereço deve providenciar junto à justiça
eleitoral a transferência de domicílio, segundo as regras previstas no Código
eleitoral:
a) antes das eleições;
b) até 3 meses antes das eleições;
c) até 100 dias antes das eleições;
d) até 6 meses antes das eleições.
63 - Será concedida a transferência de domicílio eleitoral ao eleitor que
provar:
a) que tem 1 ano de inscrição anterior e que está residindo no novo
endereço há 3 meses;
b) que tem 3 meses de inscrição anterior e que está residindo no novo
endereço há 1 ano;
c) que tem novo endereço residencial;
d) que está residindo no novo endereço há 1 ano.
172 DIREITO ELEITORAL
64 - José da Silva, funcionário público, pretendendo mudar de domicílio
eleitoral depois que mudara de endereço há 6 meses, protocolou pedido na
Justiça Eleitoral 90 dias antes das eleições. Analise:
a) será concedida a transferência porque o funcionário público está
dispensado dos requisitos exigidos dos não funcionários?
b) o funcionário público pode requerer a transferência a menos de 100 dias
das eleições?
c) o juiz eleitoral analisará os requisitos, mesmo sabendo que o funcionário
público pode ser transferido a qualquer momento e por isso está
desobrigado de comprová-los?
d) não se concede mudança de domicílio eleitoral ao funcionário público.
65 - Por direito político passivo se entende:
a) o direito de presidir partido político;
b) o direito de comandar eleições, como juiz eleitoral;
c) o direito de ser votado;
d) o direito de votar em qualquer eleição.
66 - Como um dos requisitos à capacidade eleitoral passiva exige-se o
domicílio eleitoral na circunscrição. O tempo deste domicílio é:
a) de 10 anos, para cargo de presidente da República;
b) de 5 anos, para cargo de governador;
c) de 1 ano, para qualquer cargo;
d) fixado em lei para cada eleição.
67 - A filiação partidária é conditio sine qua non para eleger-se:
a) presidente da República, governador e prefeito, mas não os respectivos
vices;
b) vereador e prefeito municipal, exceto o respectivo vice;
c) senador, deputado federal e deputado estadual;
d) a qualquer cargo, exceto vereador, cujo candidato pode concorrer sem
partido.
68 - A idade mínima para disputar uma eleição é de:
a) 50 anos, para presidente da República;
b) 30 anos, para senador e governador;
c) 18 anos, para deputado federal e juiz de paz;
d) 21 anos, para prefeito ou vice-prefeito
ARI FERREIRA DE OUEIROZ 173
69 - J. Marcelo disputou a eleição para presidente da República,
regularmente filiado ao seu partido, e obteve a vitória no primeiro turno.
Antes da posse, porém, o registro de seu partido, que já era definitivo, foi
cassado pelo TSE. O eleito:
a) toma posse, vez que estava eleito e o registro era definitivo;
b) não toma posse, vez que é requisito à elegibilidade a filiação partidária;
c) toma posse desde que se filie, antes, a outro partido;
d) n.d.a.
70 - Aquele que não pode se alistar não pode se eleger. O analfabeto pode
eleger-se, já que pode se alistar. Sobre estas duas afirmativas, informar
verdadeiro (V) ou falso (F):
a) V e F;
b) V e V;
c) F e F;
d) F e V.
71 - Não são inelegíveis para um terceiro mandato subsequente:
a) os chefes do Poder Executivo, de todas as esferas, inclusive o vice;
b) os membros do Congresso Nacional, salvo se houverem se desincompatibilizado seis meses antes do pleito;
c) os membros das Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais;
d) os prefeitos de municípios com até 200.000 habitantes, salvo o caso de
desincompatibilização um ano antes do pleito.
72 - Suponha que o presidente do Brasil renuncie ao seu mandato 1 ano
antes da nova eleição. O vice assume o cargo como sucessor. Faltando 5
meses para a eleição, o presidente em exercício faz uma viagem ao
Paraguai, país fronteiriço, num domingo, voltando no mesmo dia. Pelas
regras constitucionais vigentes, o presidente da Câmara assume o Governo
como substituto do presidente, mas não assina nenhum ato durante o
mandato. Analise:
a) o presidente da Câmara poderá disputar a próxima eleição de presidente
da República porque só substituiu e não sucedeu ao presidente;
b) o presidente da Câmara é inelegível para qualquer cargo executivo no
próximo pleito;
c) o presidente da Câmara só poderá concorrer à reeleição de seu próprio
cargo;
d) o presidente da Câmara só é inelegível no próximo pleito ao cargo de
presidente ou vice-presidente da República.
174 DIREITO ELEITORAL
73 - Em sede de processo eleitoral:
a) cabe recurso extraordinário contra decisão do TRE que violar dispositivo
da Constituição da República Federativa do Brasil;
b) o recurso em matéria não criminal está sujeito a preparo;
c) a questão constitucional não fica preclusa, embora não ventilada no
momento próprio, podendo ser renovada em outra oportunidade;
d) não há possibilidade de se adotar o procedimento sumário do CPC em
nenhum caso.
74 - São inelegíveis, por motivos de parentesco com o chefe do Executivo,
no próximo pleito o:
a) tio, avô e sobrinho;
b) tio, sogro e irmão;
c) primo, sobrinho e irmão;
d) cunhado, cônjuge, pai e mãe.
75 - O irmão da concubina do prefeito municipal:
a) é inelegível para vereador no mesmo município;
b) não tem impedimento para disputar eleição municipal, vez que não é
considerado parente do prefeito;
c) só poderá disputar eleição no município se for em busca de reeleição;
d) não poderá participar de nenhuma eleição no Estado, salvo em busca de
reeleição.
76 - O militar que pretenda disputar mandato eletivo deverá:
a) afastar-se da atividade, se tiver menos de 10 anos de serviço;
b) ir para a reserva, não sendo oficial;
c) pedir licença à sua unidade pelo tempo do mandato;
d) pedir licença à sua unidade pelo tempo do mandato, desde que tenha
mais de 10 anos de serviço e seja oficial.
77 - A lei que cuida das demais hipóteses de inelegibilidades, conforme o §
9° do art. 14, CRFB é:
a) a lei n° 05/70, que foi recepcionada pela constituição e continua em vigor;
b) uma que ainda não foi editada;
c) a lei n° 64/90, de 18/05/90;
d) uma lei ordinária.
78 - As causas de inelegibilidades e as de suspensão ou perda dos direitos
políticos constituem:
a) direito do Estado;
b) princípios constitucionais;
c) direitos políticos negativos;
d) limitações à capacidade política.
ARI FERREIRA DE OUEIROZ 175
79 - Em 01/06/97 foi promulgada e publicada uma lei alterando as regras do
processo eleitoral sem fixar data para entrada em vigor. Pelas regras
constitucionais vigentes:
a) esta lei entrará em vigor 90 dias após a publicação;
b) um ano após a publicação a lei terá eficácia, embora entre em vigor
imediatamente;
c) a questão de vigência de lei é regulamentada pela LICC, que estabelece o
prazo de 45 dias, após a promulgação, em qualquer caso, salvo disposição
na própria lei em contrário;
d) seis meses após a lei terá plena eficácia.
80 - Predomina no Processo Civil Brasileiro o sistema publicístico dos atos
processuais, admitindo, por exceção, o segredo de justiça. A ação de
impugnação de mandato eletivo tramitará:
a) abertamente, dada a relevância da matéria e o interesse público em jogo;
b) em segredo de justiça, por disposição legal;
c) em segredo de justiça, por disposição constitucional;
d) não há regras especiais, vez que se trata de uma ação como qualquer
outra.
81 - O prazo para impugnação de mandato eletivo perante a Justiça Eleitoral
é de:
a) 15 dias, contados da diplomação;
b) 15 dias, contados da eleição;
c) 10 dias, contados do conhecimento da causa que autoriza a impugnação;
d) 10 dias, contados da diplomação.
82 - A criação de partidos políticos, de modo originário ou derivado:
a) está condicionada ao cumprimento de princípios constitucionais;
b) é livre, bastando a vontade dos idealizadores;
c) depende apenas das regras previstas na LOPP;
d) estão corretas as alternativas A e 8.
83 - A criação de partido político, entre outros requisitos, deve observar:
a) o caráter nacional;
b) o número mínimo de 1% dos eleitores do país como seus filiados;
a) o caráter, pelo menos, estadual;
a) atuação no âmbito municipal quando o município concentre pelo menos 3% do eleitorado nacional.
176 DIREITO ELEITORAL
84 - Os partidos políticos registrarão seus Estatutos:
a) após adquirir personalidade jurídica, no TRE do Estado onde nascer;
b) no TSE, se nascer simultaneamente em mais de 1 Estado;
c) no TSE, após adquirir personalidade jurídica;
d) partido político não tem personalidade jurídica, mas registrará seu
Estatuto no TSE.
85 - Desde a antiga lei orgânica dos partidos políticos tem-se que o registro
provisório é válido pelo prazo de 12 meses, findo o qual será cassado se
não tiver se organizado definitivamente. Por força da lei 8054/90, este prazo:
a) diminuiu para 6 meses;
b) mantém-se, e, todavia, pode ser prorrogado quando o vencimento se der
em ano eleitoral, nos 90 dias antes das eleições, e o partido tiver deputados
ou senadores;
c) foi prorrogado para 18 meses, todas as vezes que o vencimento coincidir
com ano eleitoral;
d) só se prorrogará se o partido comprovar que dentro de 12 meses terá se
organizado definitivamente e que já tem, inclusive, representantes na
Câmara e no Senado.
86 - São órgãos de deliberação dos partidos políticos:
a) as convenções nacional, regionais e municipal;
b) os diretórios de todos os níveis;
c) a comissão de ética e o conselho disciplinar;
d) o conselho fiscal e o conselho consultivo.
87 - São órgãos de direção e ação dos partidos políticos:
a) os diretórios e as convenções;
b) somente as convenções;
c) somente os diretórios;
d) somente a comissão executiva.
88 - O prazo mínimo para registro de candidatos a cargos eletivos é de ______
e será efetuado perante _______ :
a) 1 ano; comissão executiva;
b) 1 ano; junta eleitoral, nas eleições municipais;
c) 6 meses; justiça eleitoral local, para qualquer eleição, desde que o
candidato seja local;
d) 6 meses; TSE, TRE ou juiz eleitoral, conforme o cargo a ser preenchido.
ARI FERREIRA DE OUEIROZ 177
89 - Cada zona eleitoral nas capitais terá no máximo _______ seções eleitorais
e, no interior, terá ______ :
a) 10 e 5;
b) 20 e 10;
c) 8 e 4;
d) não há limites.
90 - Nas capitais, cada seção eleitoral terá ________ eleitores no mínimo e _______ no máximo; no interior estes números serão _____ e ______, respectivamente:
a) 100 e 500; 50 e 250;
b) 100 e 400; 50 e 300;
c) 50 e 400; 80 e 300;
d) 50 e 400; 50 e 500.
91 - A filiação partidária é feita perante:
a) a Comissão Executiva do Partido;
b) o Diretório do Partido;
c) o presidente do Partido;
d) o Conselho de Ética do Partido.
92 - A filiação partidária pode ser impugnada por _____ no prazo de ______
dias. Se a impugnação for contestada caberá à (ao) ______ decidir em _____
dias:
a) qualquer candidato; 3 dias; comissão executiva; 5 dias;
b) qualquer filiado; 3 dias; comissão executiva; 5 dias;
c) presidente do diretório; 5 dias; conselho de filiados; 3 dias;
d) presidente do diretório; 3 dias; comissão de ética; 5 dias;
93 - Dar-se-á o cancelamento automático da filiação partidária por:
a) morte, expulsão, perda de direito político e filiação a outro partido;
b) morte ou expulsão;
c) morte ou filiação a outro partido;
d) apenas por morte do filiado.
94 - O juiz eleitoral poderá cancelar a filiação partidária:
a) de ofício, quando verificar dupla filiação;
b) apenas a requerimento, quando for cancelada a inscrição;
c) por ordem do TRE, em caso de coincidência de nomes;
d) a requerimento, em qualquer hipótese, vez que, sendo ato judicial, não
pode ser tomado de ofício.
178 DIREITO ELEITORAL
95 - Se, de ofício, for cancelada a filiação partidária por decisão judicial, o
juiz deverá:
a) comunicar à comissão executiva;
b) comunicar ao presidente do Diretório;
c) recorrer de ofício ao TRE;
d) comunicar ao TRE, porque, em regra, o juiz não age de ofício.
96 - A votação iniciar-se-á às _____ horas e encerrar-se-á às ______ horas,
só podendo se prolongar para atender aos eleitores presentes e que portem
uma senha entregue pelo presidente da mesa receptora, recolhendo os
respectivos títulos.
a) 7:00 e 18:00; correta a parte final;
b) 8:00 e 17:00; correta a parte final;
c) 8:00 e 18:00; correta a parte final;
d) 8:00 e 17:00; errada a parte final, já que se prolongará enquanto houver
eleitores para votar.
97 - No ato de votação poderá ser impugnada a identidade do eleitor. É
parte legítima para oferecer a impugnação:
a) fiscal de partido;
b) delegado de partido;
c) candidato;
d) todas estão corretas.
98 - As impugnações oferecidas serão resolvidas _______ por maioria de
votos _______. O oferecimento da impugnação é pressuposto _______ para
que se possa recorrer no prazo de 48 horas:
a) pelo TRE - dos membros da câmara eleitoral - da apelação;
b) de plano - da Junta Eleitoral - absoluto;
c) pela Junta - dos membros da mesa - relativo;
d) de plano - da Junta Eleitoral - relativo.
99 - Sandoval Sardinha praticou homicídio doloso contra um eleitor 60 dias
antes da eleição. O delegado de polícia concluiu o inquérito 50 dias após o
evento e representou quanto à prisão preventiva, vez que não houve
flagrante. O Ministério Público também pediu a preventiva, junto com a
denúncia, faltando 4 dias para as eleições. O Juiz a decretou. A polícia
encontrou o criminoso no mesmo dia. Analisar:
a) a competência para decretar a preventiva é do juiz eleitoral e a polícia
poderá prender o criminoso;
b) a competência, como se trata de crime doloso contra a vida, é do tribunal
do júri, mas a polícia não poderá prender porque faltam menos de 5 dias para as eleições;
c) a competência é do juiz criminal singular, mas a polícia não poderá
prender porque faltam menos de 5 dias para as eleições;
d) a competência é do juiz criminal singular, mas a polícia poderá prender
porque faltam mais de 3 dias para as eleições.
ARI FERREIRA DE OUEIROZ 179
100 - Das decisões do TRE que forem proferidas contra expressa
disposição da CRFB, ou de lei, e das que divergirem de outro tribunal eleitoral,
caberá recurso:
a) especial para o TSE;
b) ordinário para o TSE;
c) extraordinário para o STF;
d) extraordinário, quanto à ofensa à CRFB, e especial nos demais casos.
101 - A decisão do TRE que anula diploma ou decreta a perda de mandato
eletivo federal ou estadual, desafia recurso:
a) especial, no prazo de 15 dias;
b) ordinário, no prazo de 3 dias;
c) de apelação, no prazo de 15 dias;
d) extraordinário para o STF em 3 dias.
102 - Versando sobre inelegibilidades ou expedição de diplomas nas
eleições estaduais ou federais, ou denegando habeas corpus ou mandado
de segurança, a decisão do TRE desafia:
a) recurso especial, ao TSE, no prazo de 3 dias;
b) recurso ordinário, ao TSE, no prazo de 3 dias;
c) recurso ordinário, ao TSE, no prazo de 15 dias;
d) apenas o recurso extraordinário, se ferir a Constituição.
103 - Nos pleitos municipais, a diplomação dos eleitos far-se-á _______
e se houver mais de um (a) _______ será feita pelo (a) que for presidida pelo _______. Se denegada a diplomação cabe recurso __________ no prazo de _____ ao TRE:
a) pelo juiz eleitoral; mais idoso; por ele, ordinário; 3 dias; .
b) pela junta eleitoral; junta eleitoral; juiz mais idoso; especial; 3 dias;
c) pela junta eleitoral; junta eleitoral; juiz mais antigo; de apelação; 3 dias;
d) pelo juiz eleitoral; juiz eleitoral; juiz mais antigo; de apelação; 3 dias.
104 - As decisões do TSE são irrecorríveis. São recorríveis as decisões do
TSE que contrariarem a CRFB e as que denegarem habeas corpus ou
mandado de segurança.
a) V e F;
b) F e V;
c) F e F;
d) V e V.
180 DIREITO ELEITORAL
105 - Sendo admitido recurso das decisões do TSE que contrariarem a CRFB e
das que denegarem habeas corpus ou mandado de segurança, estes
seriam:
a) extraordinário, mas no processo eleitoral não cabe esta espécie de
recurso;
b) extraordinário no primeiro caso e ordinário no segundo;
c) somente o recurso extraordinário;
d) simplesmente o recurso ordinário.
106 - Além dos recursos de apelação, ordinário, especial e extraordinário,
não são cabíveis no processo eleitoral:
a) a apelação quando a sentença for absolutória;
b) o agravo de instrumento;
c) os embargos de declaração, embora não sejam considerados recursos;
d) ação rescisória, salvo em versando sobre impugnação de mandato
eletivo.
107 - A ação penal nos crimes eleitorais é:
a) pública incondicionada;
b) pública condicionada;
c) privada;
d) depende do crime praticado.
108 - A denúncia por crime eleitoral deve ser oferecida no prazo de ____
dias. O réu, após a citação, terá o prazo de _____ dias para contestar.
a) 10 e 15;
b) 10 e 10;
c) 15 e 10;
d) 10 e 15.
109 - Salvo disposição em contrário em cada tipo penal eleitoral, a pena
mínima de detenção e de reclusão serão, respectivamente:
a) 30 dias e 6 meses;
b) 10 dias e 1 ano;
c) 2 meses e 8 meses;
d) 15 dias e 1 ano.
110 - Um crime comum e um crime doloso contra a vida praticados em
conexão com crime eleitoral, serão processados e julgados:
ARI FERREIRA DE OUEIROZ 181
a) pela justiça eleitoral;
b) pelo tribunal do júri;
c) o crime comum e o crime eleitoral serão julgados pela justiça eleitoral,
mas doloso contra a vida será por julgado pelo tribunal do júri,
desmembrando-se o processo;
d) o eleitoral será julgado pelo juiz eleitoral e os demais, conforme
determinar a lei de organização judiciária do Estado.
111 - O juiz de direito que pratica fato definido como crime eleitoral será julgado:
a) pelo Tribunal Regional Eleitoral;
b) pelo Tribunal de Justiça do Estado;
c) pela Junta eleitoral de sua Zona;
d) pelo Tribunal Superior Eleitoral.
112 - São órgãos da Justiça Eleitoral:
a) o TSE, TRE e juízes eleitorais;
b) o TSE e TRE;
c) os juízes eleitorais e juntas eleitorais;
d) o TSE, TRE, juízes eleitorais e juntas eleitorais.
113 - O número de membros do TSE e do TRE é, respectivamente:
a) 7 e 5, com o máximo de 7 para o primeiro e mínimo para o segundo;
b) 7 e 7, com número mínimo de 7 para o primeiro e fixo para o segundo;
c) 11 e 7, com número fixo de 7 para o primeiro e mínimo para o segundo;
d) 9 e 5, com número fixo de 5 para o primeiro e mínimo para o segundo;
114 - O presidente, vice-presidente e o Corregedor Eleitoral do TSE serão
escolhidos sempre, respectivamente, entre:
a) os Ministros do TSE;
b) os Ministros do STJ e do STF;
c) os Ministros do STF e do STJ;
d) não há regra fixa porque dependerá de eleição no TSE.
115 - O presidente e vice-presidente do TRE serão escolhidos sempre,
respectivamente, entre:
a) desembargadores que, ao lado dos demais membros, formam a corte;
b) desembargadores e juízes eleitorais;
c) juízes eleitorais;
d) seus próprios juízes, incluindo os representantes dos advogados e o da
justiça federal.
182 DIREITO ELEITORAL
116 - O mandato mínimo do juiz eleitoral é de _____ ano(s) e o máximo é de ______ mandatos consecutivos. O serviço eleitoral do juiz é _______:
a) 1; 2; obrigatório;
b) 2; 3; facultativo;
c) 3; 2; obrigatório;
d) 2; 2; obrigatório.
117 - A naturalização ______ permite ao estrangeiro a aquisição da
nacionalidade depois de ______ anos de _____ no Brasil:
a) extraordinária; 30 anos; residência;
b) ordinária; 30 anos; domicílio;
c) extraordinária; 15 anos; residência;
d) ordinária; 15 anos; residência.
118 - Segundo jurisprudência consolidada do TSE, o militar candidato a
qualquer cargo eletivo:
a) está dispensado da filiação partidária;
b) pode filiar-se ao partido de sua preferência até o dia das eleições;
c) independente de filiação partidária poderá registrar sua candidatura após
escolha pela convenção;
d) deve ir para a inatividade 6 meses antes do pleito e ato contínuo filiar-se a
partido político.
119 - Para as eleições de 1994 à Câmara Federal:
a) o número de candidatos por coligação é limitado à quantidade de vagas a
preencher;
b) cada candidato pode ser registrado com três nomes, além do nome oficial
completo;
c) o prazo para o presidente do diretório requerer o registro das candidaturas
de seu partido encerrará em 10 de junho, mas se não o fizer, o próprio
candidato poderá fazê-lo até o dia 12;
d) quem pretender impugnar o pedido de registro de candidatura deverá agir
em 5 dias, contados da publicação do edital, correndo, da intimação da
impugnação, igual prazo para o impugnado se defender e produzir provas.
120 - Dentre as inovações introduzidas nas eleições de 1994 está o
processamento eletrônico de dados da apuração. O Boletim de Urna:
a) será preenchido pela junta apuradora, exclusivamente, para remessa à
central de processamento;
b) será preenchido pela turma apuradora e remetido ao juiz eleitoral para agrupamento e remessa à central de processamento;
c) foi substituído pela planilha eletrônica que será preenchida pela própria turma apuradora;
d) preenchido pela turma apuradora, será assinado pelos membros da Junta
e pelo representante do Comitê Interpartidário de Fiscalização e remetido à
central de processamento;
DIREITO ELEITORAL
GABARITO
01-D 31-C 61-B 91-B
02-D 32-A 62-C 92-B
03-A 33-B 63-A 93-A
04-A 34-C 64-B 94-A
05-D 35-D 65-C 95-A
06-B 36-A 66-D 96-B
07-D 37-A 67-C 97-D
08-C 38-D 68-D 98-B
09-A 39-C 69-A 99-C
10-C 40-A 70-A 100-A
11-C 41-B 71-C 101-B
12-B 42-C 72-D 102-B
13-A 43-A 73-C 103-C
14-C 44-B 74-D 104-D
15-D 45-B 75-B 105-B
16-D 46-C 76-A 106-D
17-D 47-C 77-C 107-A
18-B 48-B 78-C 108-B
19-B 49-B 79-B 109-D
20-C 50-C 80-C 110-C
21-D 51-C 81-A 111-A
22-C 52-A 82-A 112-D
23-C 53-D 83-A 113-B
24-A 54-D 84-C 114-C
25-C 55-C 85-B 115-A
26-B 56-B 86-A 116-D
27-B 57-B 87-C 117-D
28-D 58-C 88-D 118-C
29-C 59-A 89-D 119-C
30-D 60-C 90-D 120-D