travessão coletivos em conversa - bh - 2012/13

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publicação final da segunda edição do projeto Travessão Coletivos em Conversa, realizada em Belo Horizonte, entre os anos 2012 e 2013.

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Esta publicação é um apanhado do que foi a segunda experiência do Travessão – Coletivos em Conversa, realizada em 2012 e 2013, em Belo Horizonte. Seguimos a proposta da primeira edição, de 2010, de conectar discursos sobre a cidade, a partir da ocupação de veículos que ligam pessoas e lugares: os ônibus.

As conversas foram promovidas de duas maneiras. Por um lado, formamos dois grupos de experimentação que durante três meses encontraram-se semanalmente nos centros culturais municipais Pampulha e Padre Eustáquio. As discussões e criações tornavam-se matéria para concepção de peças gráficas, que então eram afixadas em traseiras de ônibus, de linhas que conectam os dois bairros. As oficinas foram conduzidas pela artista plástica Lívia Arnaut, que trouxe novas perspectivas às propostas do projeto, com jogos entre artes gráficas e artes plásticas, intervenção urbana e poesia.

Paralelamente, fizemos uma chamada para propostas que articulassem ações pontuais em diferentes localidades de Belo Horizonte, a partir das quais fossem também criadas peças para circular em veículos de transporte público. Foram selecionados quatro trabalhos: Comedouro, de Karoline Melo; Concentração da estética no caos, de Marlon Penido; um exercício de criação tridimensional de João Maciel; uma convivência estendida com a comunidade Zilah Spósito, pelo coletivo 4e25.

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As propostas selecionadas multiplicaram ainda mais as conexões deste trabalho. O Comedouro criou um grupo de discussão e prática em torno da culinária, formado por mulheres que residem na comunidade Vila Nossa Senhora de Fátima, no Aglomerado da Serra. Marlon Penido juntou-se a um grupo de dança que ensaia no Centro Cultural Jardim Guanabara, para o desenvolvimento de uma coreografia apresentada em cruzamentos de avenidas. O coletivo 4e25, a partir de uma atitude de certa maneira etnográfica, conviveu com todo um modo particular de vida e moradia urbana. Já João Maciel teve na relação com a geografia e a arquitetura da cidade um impulso para criação de sua obra escultórica.

Formou-se, assim, o que chamamos de um Travessão de seis pontas, porque con-seguimos articular seis contextos diversos, que se materializavam em imagens e rodavam por toda a cidade. As oficinas aconteceram nas regionais Noroeste (bairro Padre Eustáquio) e Pampulha (bairro Urca); as propostas selecionadas pelo edital aconteceram nas regionais Centro-Sul (Vila Nossa Senhora de Fátima), Leste (bairro Floresta) e Norte (bairros Jardim Guanabara e Zilah Spósito). Ao todo 28 ônibus do sistema de transporte público da cidade circularam com peças do Travessão.

Esta é, portanto, uma publicação de relatos que trazem perspectivas múltiplas, tomando a arte como meio de perceber, problematizar e propor cidadanias possíveis.

Elisa Porto Marques e Nian Pissolati

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No Centro Cultural Pampulha o grupo foi formado por Maíra Oliveira, estudante de arquitetura, Manoel Higino, arte finalista, e Margarida Bedeschi, atriz, arte educadora e publicitária.

Com exceção de Margarida, os participantes eram todos estrangeiros ao bairro e assim a presença dela ofereceu um contraponto decisivo na dinâmica do grupo. Nossa prática envolveu a exploração do próprio Centro Cultural e sua relação com o entorno, os personagens e suas histórias, problematizando questões como encontro e desencontro, a relação das pessoas com o Centro e com o bairro, com suas potências e dificuldades, buscando ao mesmo tempo descobrir e revelar.

Grupo de criação do Centro CulturalPampulhapor Lívia Arnaut

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Vitrais

Na sala ocupada por nós no Centro Cultural Pampulha, a grande parede de vidro atrai nosso olhar todo o tempo. Um dentro e fora misturados. Um limite frágil o suficiente para ser atravessado pelo olhar e forte o bastante para separar e isolar esses espaços. Passamos a tarde toda trabalhando ali, mas não nos detemos de fato no fluxo que acontece lá fora, assim como as pessoas vem e vão durante toda a tarde e nem se dão conta da nossa presença.

Desse incômodo e atração surgiu a proposta de colorirmos o espaço. Mas como colorir por dentro e por fora? Iluminando?

A luz que ultrapassa o limite do vidro foi nossa matéria. Colorimos os vidros com papel de seda - técnica simples que de forma elegante interferiu nessa relação. Por dentro, a luz do sol, passando por nossos filtros, coloria nossa pele, a sala, a tarde. Por fora, os reflexos coloridos nos revelaram novas imagens se sobrepondo às ante-riores, modificando de maneira sutil essa fronteira entre o centro cultural e a rua.

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Córrego Sarandi

Sarandi é um tipo de mata ciliar, geralmente caracterizado por um arvoredo de folhagem baixa. Em Belo Horizonte o termo dá nome a um córrego, que atualmente é apontado como um dos principais poluidores da Lagoa da Pampulha.

Integrante da Bacia do Onça, o Córrego Sarandi nasce em Contagem e adentra Belo Horizonte na região norte, por onde segue seu curso até a lagoa. Em frente ao Parque Ecológico da Pampulha, encontra-se com o Córrego da Ressaca e, juntos, despejam ali cerca de 4 toneladas de lixo por mês.

A imagem do rio é muito marcante nos bairros por que passa, mesmo estando sepa-rado da rua por uma mureta de concreto.

Para as pessoas do grupo da Pampulha, no caminho para o Centro Cultural, uma das primeiras vistas do bairro Urca pela janela do ônibus é a longa avenida, cujo traçado é determinado pelo curso do rio.

Desenho de observação - experimentos para criação da primeira peça gráfica:

Desenhar é também uma forma de se aproximar das coisas, de entender os acon-tecimentos e estabelecer relações. No exercício de observar e desenhar criamos a marca de uma trajetória, uma narrativa das primeiras impressões do nosso movi-mento e da nossa presença no bairro.

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Birutas

Compreender a cidade a partir do que as crianças nos mostram por meio de seu olhar foi o objeto de estudo para a nossa terceira peça.

Que imagens as crianças tem a respeito do espaço do Centro Cultural? O que a arquitetura do prédio provoca? O que se espera que as crianças façam nesse espaço? Como gerar essa aproximação? - foram algumas das questões que mobilizaram nossas conversas.

Para transformar essas questões em uma ação, planejamos então uma oficina dentro da oficina. Margarida trouxe as crianças da escola onde trabalha, próxima ao Centro Cultural e, atraídas por cartazes que espalhamos, outras se juntaram ao grupo.

Mas como as coisas em si não tem um conteúdo determinado, foi a imaginação das crianças que inventou e reinventou as coisas naquele dia. Ao ser apropriado por elas, o espaço que já estava lá se materializou num novo espaço, que nos pareceu maior e com mais sentido. A área externa do Centro Cultural ficou colorida e viva, efeito produzido num movimento de dentro pra fora, propiciado pelo espaço, e de fora pra dentro, fruto da ação das crianças.

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Viver devagarinho

“Espaço e lugar são termos familiares que indicam experiências comuns. O lugar é segurança e o espaço é liberdade: estamos ligados ao primeiro e desejamos o outro” *

As ruas do bairro Urca, onde está situado o Centro Cultural Pampulha, estão cheias de palavras, principalmente na parte comercial. Palavras desenhadas e pintadas à mão nas placas e letreiros das lojas e em anúncios nos muros.

Durante uma primeira incursão pelas ruas do bairro, registramos nossas próprias palavras, algumas questões referentes a sensações e dúvidas que a experiência de caminhar por ali nos trazia: medo, solidão, isolamento, insegurança, tempo... O Sr. Manuel, que é arte finalista aposentado, nos deu uma aula sobre tipografia e, com curvas francesas, réguas e canetas coloridas, criamos nosso próprios tipos.Juntando essas duas atividades e inspirados por essa estética, produzimos uma série de pequenos cartazes.

Ao sairmos novamente pelas mesmas ruas espalhando os cartazes e fotografando, descobrimos que aquelas perguntas não se dirigiam mais para outros, mas sim para nós mesmos. A nossa sensação era outra: sossego, proximidade, simplicidade.

Ao criarmos a última peça da oficina foi que percebemos o quanto essa experiência foi constituída na fronteira entre sentimento e sentido. Depois do trabalho já não nos sentíamos mais tão estrangeiros assim. O que de início nos gerava uma sensação de medo, apreensão e insegurança, passou a mediar a nossa experiência no bairro - um espaço de diálogo e aproximação. Criarmos um vínculo com o espaço e seus códigos, aproximando-nos dele, nos permitiu gerar novos significados, nos tornando parte da história que estávamos propondo.

* Palavras anotadas no diário de bordo da oficina, desconheço a autoria.

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Formado por Carolina Fernandes, Henrique Duarte, Ofélia Torres, artistas plásticos, e Victória Arenque, estudante de Belas Artes, o grupo do Padre Eustáquio encontrou seu principal mote na investigação sobre a similaridade e a diferença entre as Artes Plásticas e as Artes Gráficas.

A religiosidade muito presente, o patrimônio histórico e o dia a dia do bairro foram as principais inspirações para o desenvolvimento de atividades e técnicas diversas, que posteriormente se desdobraram em imagens, que trazem mais perguntas e buscam comunicar as impressões de um processo de criação coletiva - nosso grande desafio.

Grupo de criação do Centro CulturalPadre Eustáquio por Lívia Arnaut

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Escala de cores

“Um olho vê, o outro sente.”Paul Klee

Para dialogar com um espaço é preciso estar implicado em conhecê-lo, estabelecer uma proximidade, uma familiaridade visual, tátil, sonora. Perceber sua arquitetura, sinalização e códigos cotidianos.

Ofélia foi nossa guia nas primeiras andanças pelo bairro, num passeio cheio de pequenas descobertas: a primeira capela do Padre Eustáquio, os jardins desordenados (e lindos), as praças silenciosas, as ruas barulhentas, a feira, os cheiros. Ela gosta de contar histórias e vai ilustrando cada canto com um caso, um fato, uma lembrança: “A gente fazia piquenique na lagoa da ressaca”, “Teve um crime passional famoso por aqui nos anos 70”, e conta em detalhes com seu vocabulário de pintora, também cheio de colorido.

Resolvemos fazer uma escala de cores do bairro, a partir de fotografias. Ofélia e Carolina, azuis; Henrique, discreto e observador, marrom; Victória, vermelho tranquilo.

O Centro Cultural por fora é verde, mas essa cor não o representa de fato. A feira é cheia de cores, algumas negadas para nós (um feirante se ofendeu por estarmos fotografando suas pimentas). A proposta era fotografar as coisas que dão nomes às cores ou fotografar cores que dão nomes às coisas. Azuis, amarelos, vermelhos, verdes, concreto, folhas, flores, muro, pedra.

Depois, ao rever as fotos impressas, novas sensações. Tudo parecendo tão bonito. Fizemos então as escalas de cor, primeiro manualmente, recortando e arranjando as fotos, e depois digitalizamos.

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O Padre

Foi Ofélia quem sugeriu que a nossa segunda peça deveria investigar a figura do Padre Eustáquio e a religiosidade do bairro.

Fizemos uma visita à primeira capela do Padre no bairro e também ao quarto onde ele faleceu no hospital – que é aberto à visitação e onde as pessoas deixam pedidos e fotos.

A presença do Padre Eustáquio nessa região significou, e ainda significa, um testemunho de fé. Atualmente o nome Padre Eustáquio está presente em todos ambientes do bairro, no nome de padarias, farmácias, oficinas mecânicas, colégios, espaços públicos, além da rua principal e do próprio nome do bairro. No entanto, essa presença transcende as placas e letreiros espalhados pela região, alcançando um modo de viver da comunidade e influenciando o imaginário de muitos moradores. O entendimento dessa presença, muitas vezes subvertida e incorporada a um cotidiano nada religioso, foi tema de muitas discussões dentro do grupo. Alguns defendiam uma imagem mais religiosa e histórica, outros algo mais abstrato e simbólico. Criar uma peça que representasse essa religiosidade no espaço urbano contemporâneo foi um desafio.

Belas imagens foram criadas individualmente e depois manipuladas coletivamente e a figura da Igreja do Padre Eustáquio atravessada e integrada à cidade acabou sendo escolhida como símbolo dessa ideia.

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Trajeto

A curiosidade sobre a outra ponta do Travessão foi o mote da nossa terceira peça. Numa das manhãs da oficina, o grupo do Padre Eustáquio pegou o ônibus 4410 e foi até o ponto final – ao lado do Centro Cultural Pampulha. Durante nossas conversas sobre o projeto, percebemos que existe um imaginário construído sobre os bairros. Uma conexão ora visível, ora invisível nos deslocamentos pela cidade. Se, de um lado, ao falarmos do bairro Padre Eustáquio a imagem da Igreja é a que sobressai, ao falarmos da Pampulha as referências que surgiam eram bem diferentes das que encontramos nesse trajeto.

Pegamos o ônibus na Rua Padre Eustáquio, bem vazio naquele horário. Ofélia sentou-se na frente fazendo valer o seu direito de passe livre. Os demais sentaram-se às janelas disponíveis, aproveitando a oportunidade de prestar atenção nesse caminho... onde não havia igrejas, nem lagoas, nem monumentos.

Ao chegarmos ao nosso destino conseguimos ver de perto a nossa primeira peça impressa no ônibus, assim como a peça do grupo da Pampulha - o que trouxe uma espécie de euforia em todos (a materialização do desejo na cidade) !

O trajeto de volta, preenchido com conversas, reforçou um sentimento nostálgico, mas positivo, em relação à cidade, lembrando que cada bairro é um espaço aberto, um lugar repleto de afetos e significados.

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Placas

A Rua Padre Eustáquio, antiga Rua Contagem, era a principal ligação entre Belo Horizonte e Contagem, juntamente com a Avenida Abílio Machado. Nos anos 1950, com a implantação da Cidade Industrial, a rua concentrou atividades comerciais e industriais. Essa via ainda hoje ocupa um lugar de importância no comércio da região.

Alguns estabelecimentos comerciais mais antigos resistem e são facilmente identificados pelas placas pintadas à mão, que conseguem manter uma estética que denota a história da rua.

Descendo por toda a rua, conversando com os proprietários desses estabelecimentos (que nos contaram como foi ser testemunha de tanta mudança), surgiu a ideia dessa homenagem como mote da nossa última peça, revelando e deslocando essas imagens que constituem o espaço urbano, no desejo de recuperar o seu impacto nos passantes e moradores.

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Neste trabalho propus uma criação em conjunto com a comunidade do bairro Jardim Guanabara e adjacências. O objetivo foi compor uma performance de dança para apresentação no espaço público – ruas, cruzamentos e canteiros centrais de avenidas - mesclando a concentração física e mental dos bailarinos com a estética a ser oferecida pelo trânsito local. Para isso convivi com o corpo de balé do Centro Cultural Jardim Guanabara por três meses. Depois de um longo período sem dançar (fui bailarino aos 9 anos) integrei o grupo, participando dos ensaios uma vez por semana.

O diálogo com o professor William Lima e os demais dançarinos geraram a montagem de nosso trabalho: uma coreografia composta em 90 dias, que apresentamos em vias movimentadas da região, como no encontro das avenidas Cristiano Machado e Waldomiro Lobo. A escolha por trabalhar nessa região se deu por ser este um lugar até então desconhecido para mim e por saber que o bairro está sendo invadido por uma série de construções, além de ter um trânsito cada dia mais caótico – o que, afinal, se estende a toda Belo Horizonte.

Erudito e popular, balé e trânsito. A estética da beleza, a estética do caos.

Concentraçãoda estéticano caospor Marlon Penido

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Entre os meses de maio e junho de 2012 tivemos a oportunidade de conviver com os moradores da comunidade Zilah Spósito. As mais de 100 famílias que coabitam o local desde o início de 2011 são vítimas de um processo de gentrificação, especulação imobiliária e reintegração de posse por parte da prefeitura, que omite direitos legais aos moradores, como o de assentá-los em outro local, caso sejam realmente despejados. Segue o nosso relato:

ComunidadeZilah Spósitopor 4e25

Dona Teresa, 82 anos, não suportaria outra mudança. >>

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ocupe a cidadeA peça gráfica criada acompanha o ônibus da linha 5534, que tem ponto de partida nas proximidades da comunidade, que foi vítima em outubro de 2011 de uma tentativa de despejo ilegal, efetuada por fiscais, guardas municipais e a polícia militar de minas gerais. Na ocasião, 24 barracos foram destruídos a marretadas e coibidas com spray de pimenta crianças, mulheres e idosos. Passado quase um ano a comunidade reconstrói seus barracos sob a bandeira de ocupar e resistir.

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não compre, planteA peça foi pensada em decorrência da economia que as hortas representam no orçamento

das famílias que vivem no local. Por mais que não sejam comunitárias, em nossa estadia foi possível notar a troca e a doação de hortaliças entre os moradores da comunidade.

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Nicole - 10 anos. Aprendeu a tocar a Nona Sinfonia de Beethoven na Escola

Municipal Professor Daniel Alvarenga. Uma vez em casa ensina as lições de flauta à amiga e vizinha Milena.

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O Comedouro foi um projeto que propôs diálogos com moradoras do Aglomerado da Serra sobre cultura, comida, comunicação e arte a partir de práticas cotidianas criadas em torno da alimentação. Um grupo foi formado e durante 3 mesesencontrou-se semanalmente no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Vila Fátima. Em nossos encontros conversamos, trocamos receitas, conhecimentos e compartilhamos uma boa comida. E a experiência não se resumiu a isso. Nos tornamos mais que um grupo,fomos uma família. Preocupávamo-nos umas com as outras, nos cuidávamos, compartilhávamos nossos cotidianos, dificuldades e anseios. O texto a seguir traz trechos do diário que mantive em www.travessao.net durante o projeto.

O ComedouroVila NS Fátima

por Karoline Melo

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<1> O primeiro contato com a comunidade Vila Fátima aconteceu no CRAS junto a uma atividade da oficina de mc’s ministrada por Kadu dos Anjos. Fizemos uma “banca-convite” para apresentar o projeto aos moradores e convidá-los a fazer parte do ciclo de encontros. Oferecemos uma mesa de café da tarde com chá mate, bolo de fubá e salada de frutas. As pessoas receberam bem a iniciativa mas poucos se mostraram interessados em participar. Já as crianças gostaram de tal forma que acabaram elas mesmos tomando a frente da banca, servindo as pessoas e nos indi-cando os momentos para repor a comida, os copos para o chá e os guardanapos.

<2> Formar um grupo é uma tarefa complicada, mobilizar as pessoas para que elas se inscrevam para uma oficina demanda disposição e bons argumentos. No Comedouro não é diferente, uma semana antes de começarmos os encontros e ainda não houve nenhum inscrito!

<3> Foi uma sorte a realização da Festa Junina no CRAS! Foi uma boa oportunidade para convidar pessoas. Tivemos mais de 20 inscrições, das quais somente 4 de fato se efetivaram. Mas formamos nosso grupo! Luzia, Paulinha, Lorena e Sabrina. Mulheres de diferentes gerações e ocupações, distintos históricos de vida, todas elas dispostas a compartilhar algumas horas de sua semana.

<4> A cada encontro nos conhecemos um pouco mais, ficando mais à vontade para falar de nossas relações com o alimento e conversar sobre o que moveu cada uma de nós a participar do projeto. Um ponto de interesse comum está ligado à capacitação e aos cursos técnicos de cozinha. Todas estão curiosas para aprender novas receitas, saber sobre as propriedades dos alimentos, reaproveitamento, reciclagem. Estão a fim de mudar um pouco o padrão alimentar em casa, além de criar uma oportunidade de trabalho e geração de renda complementar.Com o tema da geração de renda surgiu a ideia da criação de uma cooperativa que irá trabalhar com produtos alimentícios como massas, doces e até mesmo almoços. A intenção é ocupar a cozinha do CRAS e dar a esse espaço um novo uso.

<5> Questões importantes foram levantadas: o abastecimento de comida na comunidade e o acesso a supermercados e sacolões. A Vila Fátima e a Fazendinha são duas comunidades ainda pouco assistidas dentro do Aglomerado da Serra. A realidade ali é bem diferente da de suas vizinhas Cafezal e Vila Marçola, onde os moradores possuem pequenos centros comerciais, o transporte público é mais acessível, os centros de saúde já estão implementados e a presença de Ong’s é bem maior. Um morador da Vila Fátima ou da Fazendinha, para abastecer sua dispensa, tem que caminhar em média 40 minutos para chegar ao supermercado e ao sacolão mais próximo. E ao voltar para casa, carregado de sacolas, a opção de transporte público deixa a desejar pois não vai além da grande avenida que corta as duas comunidades. Luzia comentou que há alguns anos encabeçou uma solicitação junto à prefeitura para a criação de um sacolão ABC, mas até hoje seu pedido não foi atendido.

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Luzia Doroteia de Araújo Correia, 53 anos, dona de casa, nascida em Araponga-MG. Mora há 20 anos em Belo Horizonte na Vila Fátima, Aglomerado da Serra. É casada, tem 4 filhos e 5 netos. Busca qualificação em cozinha para conseguir uma renda financeira alternativa. Já participa de outras atividades no BH Cidadania, Grupo de Família Unida e Academia da Cidade.

Sabrina Martins Silva dos Santos, 13 anos, estudante do 8º ano. Vive com o pai, a mãe e duas irmãs. Quer aprender mais sobre cozinha, já que ajuda a mãe em casa no preparo da comida. Ainda não sabe o que vai fazer quando terminar a escola. Já fazia um curso técnico de cozinha oferecido por uma Ong na comunidade.

Lorena Santos de Oliveira, 15 anos, estudante do 9º ano. Vive com o pai, a mãe e mais cinco irmãos. Busca um

conhecimento introdutório em cozinha. Ainda não tem planos de que caminho seguir depois que terminar a

escola. Faz curso técnico de corte e costura numa Ong na Vila Fátima. No tempo livre cuida das crianças

de um vizinho.

Paulinha de Souza, 47, trabalha como faxineira e há 20 anos vive na Vila Fátima. Mora com seu companheiro em

um dos apartamentos na comunidade. Participa de outras atividades no BH Cidadania, Grupo de Família Unida e

Academia da Cidade. Busca qualificação em cozinha para conseguir uma renda financeira alternativa.

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<6> Surgiu o tema sobre o cultivo dos alimentos. Tanto Paulinha quanto Luzia vieram do interior, onde colhiam os alimentos frescos da horta para serem preparados. Na casa da Lorena o pai possui uma horta, com pouca popularidade entre os filhos. Foi levantada a possibilidade de utilização de uma área verde da comunidade que está sobre a administração da Secretaria de Parques e Jardins de Belo Horizonte para construção de uma horta comunitária. A área possui água corrente e é de fácil acesso.

<7> Almoçamos na casa da Luzia e tomamos um café da tarde na casa da Paulinha. Elas abriram as portas das suas casas e nos receberam com a maior satisfação! Esse foi um momento muito especial do trabalho, cheio de afeto e confiança, as fotografias desse encontro transpiram isso. Tanto é que as imagens escolhidas para as peças gráficas que circularão nos ônibus pela cidade são desse dia.

<8> O Comedouro foi um rico intercâmbio de experiências entre distintas gerações e durou mais que o programado, pois pediu mais. Criamos um vínculo que começou na cozinha, ao pé do fogão e transbordou, como o cheiro bom da comida saindo das panelas na casa da avó num almoço de domingo. E, na verdade, não existe lugar melhor que a cozinha para nos abrirmos para uma conversa sincera e cheia de afeto, que despretensiosa-mente nos conforta, muda o nosso humor e nesse caso traz uma nova perspectiva de trabalho e de vida para os envolvidos.Assim foi o nosso almoço de despedida. As meninas tomaram a frente do fogão, escolheram os pratos que íamos servir, trouxeram a família e escolheram a música. Eu era a assistente. O que fiz foi articular os interesses do grupo a mecanismos que podem prover de infraestrutura e a coletivos que apóiam esse tipo de iniciativa.

<9> Eu tive que partir mas as meninas estão lá. Agora com um grupo maior, com mais força e ânimo para seguir!

Karoline Melo, 28, idealizadora do Comedouro *, é graduada em Comunicação Social, estudou Design

de Imagem e Som e possui certificado em um curso de Cozinheiro Profissional. Hoje vive em Barcelona, onde faz

mestrado em Patrimônio Culinário e Gastronômico.

* Participaram também do trabalho as artistas Ana Bahia, designer das peças gráficas e Daniela Goulart, fotógrafa.

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Este projeto foi um exercício com a tridimensionalidade. Instalação e escultura, uma brincadeira de coleta e fusão de rejeitos,reorganizados em uma estrutura efêmera. Antimonumento. Beleza de caos.

Esculturas/intervençõesna Florestapor João Maciel

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Peça criada pelo artista gráfico Marcelo Batista (Wally), a partir de recortes de fotos de família e de revistas antigas.

A obra circulou no ônibus 60 - Venda Nova.

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Peça criada por Lívia Arnaut, inspirada no conto do escritor Marcílio França Castro, “Da dívida que temos para com os cães” (2011). A obra circulou no ônibus 60 - Venda Nova.

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Da dívida que temos para com os cãesMarcílio França Castro

Não é uma questão de amizade - nada que diga respeito à suposta aliança entre

eles e os homens. Talvez se trate apenas de mais um capricho da natureza.

O fato é que, se não fosse a obstinação desses animais, se não fosse o hábito tolo

com o qual atravessaram os séculos e espalharam sua fama, o de, abanando

o rabo, vasculhar e cheirar por aí, aparentemente sem propósito, os assoalhos

e os cantos, as ruas, as calçadas, os portões, os becos, os lotes e os tocos de pau,

as frestas, as grades e os ladrilhos, os postes e os bueiros, os entulhos e as poças,

e ainda, com a mesma displicência com que lambem o sapato de um desconhecido

ou cochilam à sombra, a margem fatal das rodovias; se não fosse o espírito tenaz

desses bichos, que farejam como se espera de sua raça o piso em que as pessoas

cospem e, dessa maneira, vão construindo lentamente em sua débil lembrança,

saturada de cheiros e vultos, o mapa das superfícies rasteiras, se não fosse, pois,

a memória dos cães, o mundo - não havendo mais quem o imaginasse

ao rés-do-chão - simplesmente desmoronaria.

>> originalmente publicado em Breve cartografia de lugares sem nenhum interesse,

pela Editora 7Letras, em 2011.

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As peças criadas por Elisa Porto Marques e Nian Pissolati são registros da intervenção Terracimento. As obras circularam nos ônibus 9250 - Caetano Furquim/Nova Cintra e 9410 - Sagrada Família/Coração Eucarístico.

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Em agosto de 2013 o Travessão realizou uma nova intervenção em traseiras de ônibus da cidade, em referência ao sistema de identificação empregado pela extinta Metrobel (Companhia de Transportes Urbanos da Região Metropolitana de Belo Horizonte), nos anos 1980. Os ônibus então carregavam em seus para-brisas dianteiros dois paralelogramos coloridos, designando as principais vias pelas quais cada linha passava (na página ao lado estão as relações entre as cores e as vias).

Acompanhando esta publicação lançamos também uma série de cartões postais, com estampas inspiradas nesses ícones. Sugerimos que mais uma linha de comu-nicação se faça, de casa para casa, de bairro para bairro, de avenida para avenida.

Nos recentes movimentos por reivindicações de direitos no Brasil, que parecem estar longe de um fim, pelo menos dois pontos cruciais se tornaram pautas contundentes no que tange a cidadania praticada no país: o direito ao espaço público e os meios e articulações de comunicação.

Estar na cidade e se comunicar.

A demanda pela gratuidade da passagem dos meios de transporte público parte de um ponto básico: o direito à cidade passa pela mobilidade. Ocupar a cidade é poder circular na cidade. Por outro lado, manifestações, transmissões ao vivo por celulares, produção de informação instantânea ressaltam aquilo que deveria ser óbvio: poder falar e querer ouvir nos faz viver em uma sociedade melhor.

Por uma vida com mais conversas e andanças,

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Av. Afonso Pena, Av. Cristóvão Colombo, Av. N. Sra. do Carmo

Av. Amazonas e Via Expressa Leste-Oeste

Av. Pres. Antônio Carlos e Av. Dom Pedro I

Av. Dom Pedro II e Av. Pres. Carlos Luz

Rua Padre Eustáquio e Av. Abílio Machado

Av. Cristiano Machado e Rua Jacuí

Rua Platina

Rua Niquelina

Av. Silviano Brandão e Av. dos Andradas

Av. Prudente de Morais, e Av. Raja Gabáglia

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This publication is an overview of what has been the second experience of the Travessão - Coletivos em Conversa Project, that took place in 2012 and 2013, in Belo Horizonte. Following the proposal of the first edition, made in 2010, we have connected and mixed different voices from the city, by the occupation of vehicles that connect people and places: the buses.

These conversations have been promoted on two ways. On one hand, we made two experimentation groups, that for three months met weekly at Pampulha and Padre Eustáquio cultural centers. Their discussions and creations became material for designing art pieces which were then posted on the backs of the buses that connect the two neighborhoods. The workshops were conducted by artist Livia Arnaut, who brought new perspectives to the creative proposals, playing between graphic arts and fine arts, poetry and urban intervention.

In parallel, we made a call for proposals of artistic actions in different locations in Belo Horizonte, which also produced interventions on city buses. Four works were selected: O Comedouro, by Karoline Melo; Concentração da estética no Caos, by Marlon Penido; a three-dimensional exercise, by João Maciel; an extended coexistence with the Zilah Sposito community, by the 4e25 Collective.

The selected proposals took even further the project´s possibilities of connections. O Comedouro created a discussion and practical group around cooking, with women living in Vila Nosssa Senhora de Fátima community, at Aglomerado da Serra. Marlon Penido joined a dance group that rehearses at Jardim Guanabara Cultural Center, with whom he created and presented choreographies on streets and avenues. The 4e25 Collective, from an ethnographic stand, focused on a particular way of urban living. João Maciel took the relation with the city’s geography and architecture as starting point for the creation of his sculptural work.

With all these experiments, we connected six different urban contexts, which have been materialized in images that drifted around the city. Altogether, 28 buses of the city’s public transportation system have circulated, posting the artistic work resulting from Travessão. This is, therefore, a publication that reports these multiple perspectives, taking art as a way to understand, discuss and propose possible ways of living our citizenship.

Elisa Porto Marques and Nian Pissolati

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In August 2013 the Travessão Project made new interventions posting art works on the back of city buses, taking as reference a color code adopted by the now extinct Metrobel (Urban public transportation company of the Belo Horizontemetropolitan area) in the 1980s. At the time each bus carried on its front windshield two color parallelograms, indicating the main roads it went through, so people could be oriented by these signs.

Along with this publication, we have also released a series of postcards, with prints inspired on these signs. We suggest that another line of communication be made from house to house, neighborhood to neighborhood, avenue to avenue.

In the recent manifestations demanding civil rights in Brazil, at least two crucial points became important agendas, regarding citizenship in Brazilian cities: the right to public space and to effective public communication.

Being in the city and being able to communicate. The demand for free access to public transportation comes from a basic idea: the right to the city through effective mobility. Occupying the city means, above all, be-ing able to move within it. On the other hand, manifestations, live broadcasts from cell phones and instant production of information enhance what should, otherwise, be obvious: being able to speak and to listen can effectively make our urban society better and more pleasurable to live. For real talking and wandering!

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SC60 – Circular Venda Nova - Lívia Arnaut e Marcelo Batista

1207 – Betânia Santa Mônica - O Comedouro

4108 – Pedro II / Mangabeiras - João Maciel

4403 – Zoológico Via Serrano - Grupo de Criação Pe. Eustáquio

4410 - Celso Machado / Urca - Grupo de Criação Pampulha

5507 – Jardim Guanabara - Marlon Penido

5534 – Conjunto Zilah Spósito - 4e25

8203 – Renascença /Buritis - O Comedouro

9250 – Caetano Furquim/Nova Cintra – Elisa Marques e Nian Pissolati

9405 – Instituto Agronômico/Monsenhor Messias - João Maciel

9410 – Sagrada Família / C. Eucarístico - Elisa Marques e Nian Pissolati

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TRAVESSÃO - COLETIVOS EM CONVERSA

Belo Horizonte, 2013www.travessao.net

Coordenação geral e projeto gráficoElisa Porto Marques e Nian Pissolati

Condução das oficinas Lívia Arnaut

Integrantes das oficinasCarolina Fernandes, Henrique Duarte, Maíra Oliveira, Manoel Higino, Margarida Bedeschi, Ofélia Torres e Victória Arenque.

Curadoria Prêmio TravessãoElisa Porto Marques, Lívia Arnaut, Nian Pissolati, Rodrigo Borges e Viviane Ferreira.

Artistas selecionados Prêmio Travessão4e25, João Maciel, Karoline Borges e Marlon Penido.

SiteAcuity Internet Marketing | Wly - We love you Design

Assessoria JurídicaDiana Gebrim - Diversidade Consultoria e Desenvolvimento de Projetos Culturais

AgradecimentosCentros culturais Jardim Guanabara, Padre Eustáquio e Pampulha; CRAS - Vila Nossa Senhora de Fátima; Patrícia Barros Gontijo (BHTrans); William Lima e bailarinos do Grupo de Dança do Centro Cultural Jardim Guanabara (Ana Paula, Arthur, Bruna, Mel e Pedro); Comunidade Zilah Spósito; Ana Bahia e Daniela Goulart; Maíra Buzelin; Marcílio França Castro e Lourenço Marques; Aruan Mattos, Flávia Regaldo e Davi Pantuzza.

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