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E E QUIPE TÉCNICA QUIPE TÉCNICA Estagiário: Renato Wagner Daniel de S. Menezes Supervisor Técnico na Empresa: Rubem Gerônimo da Silva Supervisor no CEFET-PE Professor Ramon ii

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Page 1: Tratamento+de+Esgoto Compesa

EEQUIPE TÉCNICAQUIPE TÉCNICA

Estagiário:

Renato Wagner Daniel de S. Menezes

Supervisor Técnico na Empresa:

Rubem Gerônimo da Silva

Supervisor no CEFET-PE

Professor Ramon

ii

Page 2: Tratamento+de+Esgoto Compesa

SUMÁRIOSUMÁRIOSumárioSumário iii LISTA DE TABELASLISTA DE TABELAS IV LISTA DE FIGURASLISTA DE FIGURAS IV RESUMORESUMO V 1.INTRODUÇÃO1.INTRODUÇÃO 1 1.1 A EMPRESA1.1 A EMPRESA 11.1.1 MISSÃO 11.1.2 VISÃO 11.1.3 VALORES 21.2 ESGOTO1.2 ESGOTO 22. TRATAMENTO DE EFLUENTES2. TRATAMENTO DE EFLUENTES 3 3.PROCESSOS DE TRATAMENTO3.PROCESSOS DE TRATAMENTO 6 3.1 CAIXAS DE AREIA3.1 CAIXAS DE AREIA 73.2 DECANTADOR PRIMÁRIO3.2 DECANTADOR PRIMÁRIO 83.3 FILTROS BIOLÓGICOS3.3 FILTROS BIOLÓGICOS 83.4 DECANTADORES SECUNDÁRIOS3.4 DECANTADORES SECUNDÁRIOS 84. MÉTODOS DE ANÁLISES PARA OS EFLUENTES4. MÉTODOS DE ANÁLISES PARA OS EFLUENTES 9 4.1 OXIGÊNIO DISSOLVIDO – OD4.1 OXIGÊNIO DISSOLVIDO – OD 94.1.1 MÉTODO IODOMÉTRICO 104.1.2 COLETA DA AMOSTRA 104.1.3 PRESERVAÇÃO DA AMOSTRA 104.1.4 ESTOCAGEM DA AMOSTRA 114.1.5 MATERIAIS 114.1.6 PROCEDIMENTO 124.2 DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO)4.2 DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO) 134.2.1 MATERIAIS E METODOLOGIA 144.3 DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO) 164.3.1 MATERIAIS E METODOLOGIA 214.4 SÓLIDOS 234.4.1 DETERMINAÇÃO DE SÓLIDOS DISSOLVIDOS TOTAIS 274.4.2 SÓLIDOS SEDIMENTARES 285. CONCLUSÃO5. CONCLUSÃO 32 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 33

iii

Page 3: Tratamento+de+Esgoto Compesa

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros de análises do tratamento de efluentes.__________________________________4Tabela 2 Concentrações e contribuições unitárias típicas de DBO de efluentes._____________________19Tabela 3-Valores das amostras esperadas de DBO, respectivos volumes da amostra e fatores de multiplicação.________________________________________________________________________22Tabela 4- Quantidade de agente inibidor de nitrificação a ser adicionado a cada amostra.____________23

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Metabolismo de microorganismo heterotrófico______________________________________17Figura 2-Cone Inhoff___________________________________________________________________29

iv

Page 4: Tratamento+de+Esgoto Compesa

RESUMORESUMO

O estágio foi realizado na Companhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA, no período de 02 de Maio de 2007 a 02 de Fevereiro de 2008, com carga horária de 20 horas semanais. Foram realizadas análises físico-químicos no que diz respeito ao tratamento de esgoto proveniente das mediações de Olinda. O objetivo principal foi realizar atividades que abrangessem as técnicas analíticas utilizadas na rotina operacional do controle

v

Page 5: Tratamento+de+Esgoto Compesa

1.INTRODUÇÃO1.INTRODUÇÃO

1.1 A EMPRESA1.1 A EMPRESA

A estação de Tratamento de Esgoto de Peixinhos, ETE - Peixinhos, é parte

integrante o Sistema de Esgoto a cidade do Recife-PE, que pertence e é operada pela

Companhia Pernambucana de Saneamento - Compesa.

A ETE - Peixinhos está situada na Av. Jardim Brasil S/N° no bairro de peinhos,

Em Olinda-PE, a margem do Rio Beberibe, tendo sido construída no período e 1965 a

1967.

A ETE atende a uma população de 210.000 habitantes com contribuição orgânica

média de 40g D.B.O/ hab.dia,com carga orgânica total de 8400 KG D.B.O/ dia e 90% de

eficiência na remoção de D.B.O na ETE.

A ETE - Peixinhos recebe contribuições da Bacia Beberibe, com uma área de 2595

hectares, abrangendo os seguintes bairros: Encruzilhada,Arruda,Beberibe,Campo

Grande,Água Fria, Santo amaro,Casa Amarela,Casa Forte e Parnamirim.

1.1.1 Missão

A COMPESA tem como missão prestar, com efetividade serviços de abastecimento de

água e esgotamento sanitário, de forma sustentável, conservando o meio ambiente e

contribuindo para a qualidade de vida da população.

1.1.2 Visão

A longo prazo: Universalização sustentável dos serviços de abastecimento de água e

esgotamento sanitário no âmbito de sua atuação.

1

Page 6: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Para 2010: Consolidação como empresa econômica e financeiramente sustentável,

ampliando a prestação e a qualidade dos serviços.

1.1.3 Valores

ÉTICA E DISCIPLINA: Agir com integridade, disciplina, responsabilidade,

profissionalismo, proatividade e transparência.

COMPROMISSO: Desenvolver suas atividades de acordo com a missão e a visão da

Empresa e com foco em resultados.

INTEGRAÇÃO, PARTICIPAÇÃO E VALORIZAÇÃO: Valorizar o capital humano, num

ambiente cooperativo, harmônico e saudável.

SATISFAÇÃO DO CLIENTE E MODICIDADE TARIFÁRIA: Prestar  um serviço com

qualidade e com menor custo.

QUALIDADE E PRODUTIVIDADE: Promover a melhoria contínua e a modernização dos

serviços prestados.

RESPONSABILIDADE SOCIAL: Conscientização do valor social dos serviços prestados e

interação com a sociedade.

Fonte: COMPESA/APL

1.2 ESGOTO1.2 ESGOTO

A água é utilizada de diversas maneiras no dia-a-dia, para tomar banho, lavar louça,

na descarga do vaso sanitário. Depois de eliminada, ela passa a ser chamada de esgoto. A

origem do esgoto pode ser, além de doméstica, pluvial (água das chuvas) e industrial (água

utilizada nos processos industriais). Se não receber tratamento adequado, o esgoto pode

causar enormes prejuízos à saúde pública por meio de transmissão de doenças. Seja pelo

contato direto ou através de ratos, baratas e moscas. Ele pode ainda poluir rios e fontes,

2

Page 7: Tratamento+de+Esgoto Compesa

afetando os recursos hídricos e a vida vegetal e animal. Para evitar esses problemas, as

autoridades sanitárias instituíram padrões de qualidade de efluentes que são seguidos pela

COMPESA. Afinal, o planejamento de um sistema de esgoto tem dois objetivos

fundamentais: a saúde pública e a preservação ambiental.

O esgoto contém basicamente matéria orgânica e mineral, em solução e em suspensão,

assim como alta quantidade de bactérias e outros organismos patogênicos e não

patogênicos.

O esgoto em decomposição anaeróbica produz gases que, em espaços fechados, como

tubulações ou estações, podem estar concentrados a níveis perigosos, exigindo o uso de

material especial e equipes de resgate. O gás sulfídrico é o principal responsável pelo

cheiro característico do esgoto em decomposição anaeróbica.

O gás mais perigoso presente é o metano por ser explosivo.

Uma vez instalada a rede coletora e implantado o sistema de tratamento , é a vez de os

usuários fazerem a sua parte. É preciso que cada morador peça a ligação da sua residência à

rede coletora para contribuir com a saúde pública e a recuperação ambiental.

2. TRATAMENTO DE EFLUENTES2. TRATAMENTO DE EFLUENTES

Geralmente a própria natureza possui a capacidade de decompor a matéria orgânica

presente nos rios, lagos e no mar. No entanto, no caso dos efluentes essa matéria é em

grande quantidade exigindo um tratamento mais eficaz em uma Estação de Tratamento de

Esgoto (ETE) que, basicamente, reproduz a ação da natureza de maneira mais rápida.

É importante destacar que o tratamento dos efluentes pode variar muito dependendo do tipo

de efluente tratado e da classificação do corpo de água que irá receber esse efluente, de

3

Page 8: Tratamento+de+Esgoto Compesa

acordo com a Resolução CONAMA 20/86. Quanto ao tipo, o esgoto industrial costuma ser

mais difícil e caro de tratar devido à grande quantidade de produtos químicos presentes.

Padrões para qualidade do efluente tratado conforme – Resolução do CONAMA n°357, de

17 de março de 2005.

Tabela 1 - Parâmetros de análises do tratamento de efluentes.

Parâmetros de análises

Parâmetro Limite aceitável

Alumínio (mg/l) < 1,5

Amônia (mg/l) -

DBO (mg/l) < 50

DQO (mg/l) Mínimo 90% de eficiência de remoção

Cloro residual ou livre (ug/l) < 10

Cádmio (mg/l) < 0,02

Cromo (mg/l) < 2,0

Cor (Pt/Co unidades) 100

O2 dissolvido (mg/l) > 1,0

Variação de temperatura (°C) < 5ºC em relação à temperatura ambiente

Ferro (mg/l) < 1,0

Chumbo (mg/l) < 1,0

Nitrogênio total (mg/l) < 5,0

Óleos e graxas (mg/l) < 10,0

pH 6,0 – 9,0

Fósforo (mg/l) < 2,0

Sólidos totais dissolvidos (mg/l) < 2000

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Page 9: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Sólidos totais suspensos (mg/l) < 50

Sulfatos (mg/l) < 250

Sulfactantes (mg/l) < 0,5

Quanto à classificação, o efluente deve ser devolvido ao rio tão limpo ou mais limpo do que

ele próprio, de forma que não altere suas características físicas, químicas e biológicas. Em

alguns casos, como por exemplo, quando a bacia hidrográfica está classificada como sendo

de classe especial, nenhum tipo de efluente pode ser jogado ali, mesmo que tratado. Isso

porque esse tipo de classe se refere aos corpos de água usados para abastecimento.

Pode-se então, separar o tratamento de esgoto domiciliar em 4 níveis básicos: nível

preliminar, tratamento primário e tratamento secundário que tem quase a mesma

função, e tratamento terciário ou pós-tratamento. Cada um deles têm, respectivamente, o

objetivo de remover os sólidos suspensos (lixo, areia), remover os sólidos dissolvidos, a

matéria orgânica, e os nutrientes e organismos patogênicos (causadores de doenças).

No nível preliminar são utilizadas grades, peneiras ou caixas de areia para reter os resíduos

maiores e impedir que haja danos as próximas unidades de tratamento, ou até mesmo, para

facilitar o transporte do efluente.

No tratamento primário são sedimentados (decantação) os sólidos em suspensão que vão se

acumulando no fundo do decantador formando o lodo primário que depois é retirado para

dar continuidade ao processo.

Em seguida, no tratamento secundário, os microorganismos irão se alimentar da matéria

orgânica convertendo-a em gás carbônico e água. E no terceiro e último processo, também

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Page 10: Tratamento+de+Esgoto Compesa

chamado de fase de pós-tratamento, são removidos os poluentes específicos como os

micronutrientes (nitrogênio, fósforo...) e patogênicos (bactérias, fungos). Isso quando se

deseja que o efluente tenha qualidade superior, ou quando o tratamento não atingiu a

qualidade desejada.

Quando se trata de efluentes industriais a própria empresa que faz o tratamento de esgoto

exige que a indústria monitore a qualidade dos efluentes mandados para e estação. No caso

de haver substâncias muito tóxicas ou que não podem ser removidas pelo tratamento

oferecido pela ETE, a indústria é obrigada a construir a sua própria ETE para tratar seu

próprio efluente.

3.PROCESSOS DE TRATAMENTO3.PROCESSOS DE TRATAMENTO

  O Sistema de Esgotamento Sanitário Peixinhos é composto por uma rede coletora

com cerca de 191 km de extensão e 13 estações elevatórias de esgotos.

Os esgotos coletados são conduzidos para a ETE Peixinhos, que tem capacidade instalada

de tratamento de cerca de 395 l/s. Esta estação iniciou sua operação em 1972. O tratamento

realizado utiliza o processo de filtração biológica aeróbica, no grau secundário. O efluente

tratado da ETE Peixinhos é lançado no Rio Beberibe.

Quadro 1- As principais características da ETE Peixinhos são as seguintes:

Unidade Quantidade Tipo/Capacidade

Canal de Grades 1 unidade Grades finas com

espaçamento de 1”

Calha Parshall 1 unidade  

Caixa de Areia 2 unidades Forma Circular

6

Page 11: Tratamento+de+Esgoto Compesa

 Diâmetro: 6,5 m

Caixa de distribuição dos decantadores primários 2 unidades  

Decantadores Primários 2 unidades Forma Circular

 Diâmetro: 27,0 m

Filtros Biológicos 2 unidades Forma Circular

 Diâmetro: 39,0 m

Elevatória 6 grupos

motor-bombas

30 CV

Caixa de distribuição dos decantadores secundários 1 unidade  

Decantadores Secundários 2 unidades Forma Circular

Diâmetro: 27,0 m

Elevatória de Lodo 3 grupos

motor-bombas

5 CV

Digestores 2 unidades Diâmetro: 15,1 m

Leitos de Secagem 25 unidades  

Elevatória do efluente tratado 3 grupos

motor-bombas

7,5 CV

Fonte: COMPESA/GME/MAIO-2007

3.1 CAIXAS DE AREIA3.1 CAIXAS DE AREIA

As duas Caixas de Areia são iguais, tendo finalidade reter e remover detritos inertes

e pesados, que se encontram nos esgotos(areia, entulhos, seixos, partículas de mental, etc.)

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Page 12: Tratamento+de+Esgoto Compesa

de modo a evitar a abrasão nos equipamentos e nas tubulações, eliminando unidades de

tratamento subseqüentes.

3.2 DECANTADOR PRIMÁRIO3.2 DECANTADOR PRIMÁRIO

Os dois Decantadores Primários são iguais, têm como finalidades remava sólidos,

facilmente sedimentáveis, antes de qualquer tratamento biológico ou como tratamento

primário para evitar a formação de depósito de lodo no corpo receptor, quando não se

realiza nenhum tratamento posterior.

3.3 FILTROS BIOLÓGICOS3.3 FILTROS BIOLÓGICOS

Os dois filtros biológicos são iguais e de alta capacidade, construindo basicamente

de um tanque cilíndrico de concreto, de grande diâmetro, cheio de pedras (brita), formando

um meio filtrante. Os filtros possuem a finalidade de reduzir a matéria orgânica residual,

contida no efluente líquido dos Decantadores Primários. Vale ainda ressaltar que o meio

filtrante foi selecionado e arrumado no tanque , de modo a permitir que o esgoto e o ar

possam circular livremente mantendo o ambiente condições aeróbicas, favoráveis ao

equilíbrio da cultura biológica desenvolvida e agregada ás pedras que também é chamada

de zoogléia, a medida que os organismos crescem, a espessura da camada biológica

aumenta e o oxigênio não consegue atingir todas as camadas formadas, pois, é consumido

antes de atingir as camadas mais interiores, que se comportam de forma anaeróbica.

3.4 DECANTADORES SECUNDÁRIOS3.4 DECANTADORES SECUNDÁRIOS

Os dois Decantadores Secundários são iguais, têm como finalidade remaver os

sólidos facilmente sedimentáveis, em forma de flocos, arrastados juntos com o efluente dos

FILTROS BIOLÓGICOS, com o objetivo de:

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Page 13: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Reduzir a carga orgânica do efluente dos FILTROS BIOLÓGICOS,

Dotar o efluente líquido da ETE-PEIXINHOS com 90% (noventa por cento)

de influência na remoção total da D.B.D

Após passar por todas essas etapas de tratamentos, os efluentes são lançados no Rio

Beberibe. Esses efluentes são predominantemente de esgotos domésticos e sua população é

de nível médio.

4. MÉTODOS DE ANÁLISES PARA OS EFLUENTES4. MÉTODOS DE ANÁLISES PARA OS EFLUENTES

4.1 OXIGÊNIO DISSOLVIDO – OD4.1 OXIGÊNIO DISSOLVIDO – OD

O nível de oxigênio dissolvido em águas naturais e em despejos depende de

atividades físicas, químicas e bioquímicas de água. A análise de OD é um teste chave de

poluição de águas e controle de processo de tratamento de esgotos.

A presença de oxigênio dissolvido é de importância vital para os seres aquáticos aeróbios.

A introdução de OD no recurso hídrico ocorre através da fotossíntese da ação de aeradores

ou do próprio contato do ar atmosférico. O teor de O2 na água varia principalmente com a

temperatura e com a altitude. Quanto maior sua concentração, melhor a qualidade da água.

Este parâmetro é usado para verificar a qualidade das águas superficiais; o OD é um

critério mais importante na determinação das condições sanitárias das águas superficiais.

Avalia o efeito de despejos oxidáveis (de origem orgânica) no recurso hídrico, serve como

indicador das condições de vida na água e para avaliar o processo de autodepuração.

A redução da matéria orgânica pela ação das bactérias, se dá pela utilização do OD pelos

microorganismos, logicamente, a redução se dá através da fotossíntese ou do próprio

contato com o ar.

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Page 14: Tratamento+de+Esgoto Compesa

A ausência de O2, no corpo d’água, permite a vida dos microorganismos anaeróbios, que se

caracterizam por não possuírem a enzima superóxido dismutase, que degradam radicais

tóxicos que se originam com a presença de oxigênio.

4.1.1 Método Iodométrico

O método Iodométrico é o mais preciso e confiável método para OD. É baseado na

adição da solução de manganês divalente, seguido de forte álcali para a amostra e frasco de

vidro tamponado. OD rapidamente oxida quantidade equivalente de hidróxido manganoso

divalente transformando-os em precipitados de hidróxidos de Valencia mais alta. Na

presença de íons iodeto em solução acida, o manganês oxidado se reverte para o estado

divalente, com liberação de Iodo em quantidade equivalente ao conteúdo inicial de

oxigênio dissolvido. O iodo é então titulado com solução padrão de tiossulfato.

O ponto Inal da titulação pode ser detectado visualmente, com solução indicadora de amido

ou eletrometricamente com o ponteciômetro.

4.1.2 Coleta da Amostra

Coletam-se amostras muito cuidadosamente. Métodos de coleta são largamente

dependentes da fonte a ser mostrada e de certo modo, do método de analises. Não deixe a

amostra permanecer em contato com o ar ou ser agitada, porque estas condições causam

mudanças no seu conteúdo gasoso. Essa coleta é feita em frascos de vidro de 300 ml com

tampa,de boca estreita e selada para prevenir entrada e oxigênio da atmosfera.

4.1.3 Preservação da Amostra

Determina-se OD imediatamente em todas as amostras contendo apreciável de

oxigênio ou iodo. Amostras que não apresentam demanda do iodo podem ser estocadas por

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Page 15: Tratamento+de+Esgoto Compesa

poucas horas sem mudança após adição das soluções sulfato manganoso (MnSO4), iodeto -

azida e ácido sulfúrico (H2SO4),seguida de agitação, como usual. Proteje-se a amostra de

forte luz solar e titula-se o mais breve possível.

Para amostras com demanda de iodo, preserva-se por quatro a oito horas adicionando 0,7

mL de H2SO4 conc. e 1 ml de solução azida sódica (2g d3 NaN3/100mL de água destilada)

no frasco de DBO. Isto irá diminuir a atividade biológica e manter o OD se o frasco for

estocado na temperatura de coleta ou sela do com água e mantido de 10 a 20 °C. Assim que

possível completa-se o procedimento, usando 2 ml da solução de MnSO4, 3 mL solução

alcalina iodeto - azida e 2 ml de H2SO4 concentrado.

4.1.4 Estocagem da Amostra

Mantêm-se as amostras a 4°C ou abaixo durante o período de estocagem.O limite de

estocagem é de 24h. Estabelece-se tempo de estocagem e condições de estocagem como

parte dos recursos.

4.1.5 Materiais

-Fracos de rolha esmerilhada, com capacidade de 250 ml

-Erlenmeyer de 250 ml

-Provetas graduadas de 100 ml

-Pipetas graduadas de 5 ml

-bastões de vidro

-Bureta de 25 ml

-Béqueres de 100 ml

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Page 16: Tratamento+de+Esgoto Compesa

4.1.6 Procedimento

a) Preparação da água de diluição:colocar 500ml de água destilada em frascos 1ml das

soluções tampão de fosfato,MgSO4,CaCl2 e FeCl3.Ajusta-se o volume para 1000ml.Testar

e estocar a água de diluição de modo a garantir sempre a quantidade de água de diluição.

b) Verificação da água de diluição:

Se o consumo de oxigênio de uma determinada água excede 0,2mg/L, obtêm-se satisfatória

água de diluição melhorando a purificação da água ou traçando a fonte.Alternativamente se

inibidos de nitrificação forem usados, estocar a água de diluição semeada descrito abaixo

em sala escura a temperatura ambiente até o oxigênio ser suficiente reduzido.Verifica-se a

qualidade da água de diluição em uso e mistura-se água de diluição recém preparada com

restos de água de diluição estocada.A estocagem de água de diluição não é recomendada

quando DBO é determinada sem inibidores de nitrificação, por que organismos

nitrificadores podem se desenvolver durante a estocagem.

c) Verifica-se com solução glicose- ácido glutâmico: Como DBO é um bioensaio esses

resultados podem ser influenciados grandemente pela presença de substâncias tóxicas ou

pelo uso de matérias fracamente semeado. Periodicamente verifica -se a qualidade da água

de diluição e técnica analítica efetuando, medidas de DBO em amostras de concentração

conhecida. Usa-se padrão de glicose - ácido glutâmico como acima preparado como padrão

para verificação da água de diluição.

Glicose tem um excepcional e variável poder de oxidação, mas quando usada com ácido

glutâmico, a taxa de oxidação é estabilizada e é similar aquela abtida com esgotos

municipais.

Determina-se DBO incubando a 20°C em solução padrão de glicose – ácido glutâmico a

2% diluição.

12

Page 17: Tratamento+de+Esgoto Compesa

4.2 DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO)4.2 DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO)

É a quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria orgânica através de um

agente químico. Os valores da DQO normalmente são maiores que os da DBO, sendo o

teste realizado num prazo menor. O aumento da concentração de DQO num corpo d’água

se deve principalmente a despejos de origem industrial.

A DQO é um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e

de efluentes industriais. A DQO é muito útil quando utilizada conjuntamente com a DBO

para observar a biodegradabilidade de despejos. Sabe-se que o poder de oxidação do

dicromato de potássio é maior do que o que resulta mediante a ação de microrganismo,

exceto raríssimos casos como hidrocarbonetos aromáticos e piridina. Desta forma os

resultados da DQO de uma amostra são superiores aos de DBO. Como na DBO mede-se

apenas a fração biodegradável, quanto mais este valor se aproximar da DQO significa que

mais facilmente biodegradável será o efluente. É comum aplicar-se tratamentos biológicos

para efluentes com relações DQO/DBO de 3/1, por exemplo. Mas valores muito elevados

desta relação indicam grandes possibilidades de insucesso, uma vez que a fração

biodegradável torna-se pequena, tendo-se ainda o tratamento biológico prejudicado pelo

efeito tóxico sobre os microrganismos exercido pala fração não biodegradável.

A DQO tem se demonstrado um parâmetro bastante eficiente no controle de sistemas de

tratamentos anaeróbios de esgotos sanitários e de efluentes industriais. Após o impulso que

estes sistemas tiveram em seus desenvolvimentos a partir da década de 70, quando novos

modelos de reatores foram criados e muitos estudos foram conduzidos, observa-se o uso

prioritário da DQO para o controle de cargas aplicadas e das eficiências obtidas. A DBO

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Page 18: Tratamento+de+Esgoto Compesa

nestes casos tem sido apenas como parâmetro secundário, mais para se verificar o

atendimento à legislação, uma vez que tanto a legislação federal quanto a do Estado de São

Paulo não incluem a DQO. Parece que os sólidos carreados dos reatores anaeróbios devido

à ascensão das bolhas de gás produzidas ou devido ao escoamento, trazem maiores desvios

nos resultados de DBO do que nos de DQO.

Outro uso importante que se faz da DQO é para a previsão das diluições das amostras na

análise de DBO. Como o valor da DQO é superior, e pode ser obtido no mesmo dia da

coleta, poderá ser utilizado para balizar as diluições. No entanto, deve-se observar que as

relações DQO/DBO são diferentes para os diversos efluentes e que, para um mesmo

efluente, a relação se altera mediante tratamento, especialmente o biológico. Desta forma,

um efluente bruto que apresente relação DQO/DBO igual a 3/1, poderá, por exemplo,

apresentar relação da ordem de 10/1 após tratamento biológico, que atua em maior extensão

sobre a DBO.

4.2.1 Materiais e Metodologia

Equipamentos e Vidrarias:

- Balão de fundo chato 250 ml de boca esmerilhada;

- Proveta graduada de 50 ml;

- Condensador de refluxo de extremidade de boca esmerilhada;

- Pipeta volumétrica 2 ml, 5 ml, 10 ml e 20 ml;

- Conjunto de aquecimento;

- Bureta de 50 ml;

- Pérolas de vidro;

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Page 19: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Reagentes:

- Dicromato de potássio 0,250 N;

- Ácido sulfúrico – sulfato de prata;

- Sulfato ferroso Amoniacal 0,25 N;

- Indicador-ferroin;

- Sulfato de prata PA;

- Sulfato de mercúrio PA;

Procedimentos:

I) Coloca-se cerca de 0,4 g de sulfato de mercúrio em um balão de 250 ml de

fundo chato.

II) Coloca-se no balão 20 ml da amostra concentrada ou diluída, e 10 ml da

solução de dicromato de potássio 0,25N.

III) Vagarosamente adiciona-se ao balão 30ml da solução de acido

sulfúrico/sulfato de prata, agitando com cuidado (homogeneizar ate que

ocorra uma mistura completa de todos os reagentes).

IV) Adicionam-se algumas perolas de vidro e entao conecta-se com o

condensador de refluxo.

V) Repete-se as operações do itens I à IV, substituindo-se os 20 ml da amostra

por 20 ml de água destilada. Este será o branco.

VI) Refluxa-se a amostra e o branco por um período de 2h. se após o refluxo a

amostra apresentar coloração verde, significa que, a amostra estava muito

concentrada. Utiliza-se uma amostra mais diluída, anota-se o valor de

diluição.

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Page 20: Tratamento+de+Esgoto Compesa

VII) Titula-se as amostras e o branco com dissulfato amoniacal 0,25 N

padronizado.

VIII) Depois das 2h em reflexo, lava-se o interior do condensador com água

destilada. Deixa-se esfriar por completo e adiciona-se água destilada até

cerca de 140 ml.

IX) Titula-se a amostra e o branco com a solução de sulfato ferroso amoniacal,

de concentração “C” já conferida.

4.3 DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO)

A DBO é normalmente considerada como a quantidade de oxigênio consumido

durante um determinado período de tempo, numa temperatura de incubação específica. Um

período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação de 20°C é freqüentemente

usado e referido como DBO.

Na figura a seguir sintetiza-se o fenômeno da degradação biológica de compostos que

ocorre nas águas naturais, que também se procura reproduzir sob condições controladas nas

estações de tratamento de efluentes e, particularmente durante a análise da DBO.

16

Page 21: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Figura 1 Metabolismo de microorganismo heterotrófico

Neste esquema, apresenta-se o metabolismo dos microrganismos heterotróficos, em que os

compostos orgânicos biodegradáveis são transformados em produtos finais estáveis ou

mineralizados, tais como água, gás carbônico, sulfatos, fosfatos, amônia, nitratos, etc.

Nesse processo há consumo de oxigênio da água e liberação da energia contida nas ligações

químicas das moléculas decompostas. Os microrganismos desempenham este importante

papel no tratamento de esgotos, pois necessitam desta energia liberada, além de outros

nutrientes que por ventura não estejam em quantidades suficientes nos despejos, para

exercer suas funções celulares tais como reprodução e locomoção, o que genericamente se

denomina síntese celular. Quando passa a ocorrer insuficiência de nutrientes no meio, os

microrganismos sobreviventes passam a se alimentar do material das células que têm

membrana celular rompida. Este processo se denomina respiração endógena. Finalmente,

há neste circuito, compostos que os microrganismos são incapazes de produzir enzimas que

possam romper suas ligações químicas, permanecendo inalterados.

Ao conjunto destes compostos dá-se o nome de resíduo não biodegradável ou recalcitrante.

Produtos finais

Carbono orgânico

Síntese celular

Resíduo orgânico

Nutrientes

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Page 22: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Pelo fato de a DBO somente medir a quantidade de oxigênio consumido num teste

padronizado, não indica a presença de matéria não biodegradável, nem leva em

consideração o efeito tóxico ou inibidor de materiais sobre a atividade microbiana.

Os maiores aumentos em termos de DBO, num corpo d’água, são provocados por despejos

de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria orgânica

pode induzir à completa extinção do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de

peixes e outras formas de vida aquática.

Um elevado valor da DBO pode indicar um incremento da microflora presente e interferir

no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis e, ainda,

pode obstruir os filtros de areia utilizados nas estações de tratamento de água.

No campo do tratamento de esgotos, a DBO é um parâmetro importante no controle das

eficiências das estações, tanto de tratamentos biológicos aeróbios e anaeróbios, bem como

físico-químicos (embora de fato ocorra demanda de oxigênio apenas nos processos

aeróbios, a demanda “potencial” pode ser medida à entrada e à saída de qualquer tipo de

tratamento). Na legislação do Estado de São Paulo, o Decreto Estadual nº 8468, a DBO de

cinco dias é padrão de emissão de esgotos diretamente nos corpos d’água, sendo exigidos

ou uma DBO máxima de 60 mg/L ou uma eficiência global mínima do processo de

tratamento na remoção de DBO igual a 80%. Este último critério favorece aos efluentes

industriais concentrados, que podem ser lançados com valores de DBO ainda altos mesmo

removidos acima de 80%.

A carga de DBO expressa em kg/dia é um parâmetro fundamental no projeto das estações

de tratamento biológico. Dela resultam as principais características do sistema de

tratamento como áreas e volumes de tanques, potências de aeradores, etc. A carga de DBO

pode ser obtida do produto da vazão pela concentração de DBO. Por exemplo, em uma

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Page 23: Tratamento+de+Esgoto Compesa

indústria já existente que se pretenda instalar um sistema de tratamento, pode-se estabelecer

um programa de medições de vazão e de análises de DBO, obtendo-se a carga através do

produto dos valores médios. O mesmo pode ser feito em um sistema de esgotos sanitário já

implantado. Na impossibilidade, costuma-se recorrer a valores unitários estimados. No caso

de esgotos sanitários, é tradicional no Brasil a adoção de uma contribuição “per capitã” de

DBO de 54 g/hb dia. Porém, há a necessidade de melhor definição deste parâmetro através

de determinações de cargas de DBO em bacias de esgotamento com população conhecida.

No caso dos efluentes industriais, também se costuma estabelecer contribuições unitárias de

DBO em função de unidades de massa ou de volume de produto processado. Na tabela a

seguir são apresentados valores típicos de concentrações e contribuições unitárias de DBO.

Tabela 2 Concentrações e contribuições unitárias típicas de DBO de efluentes.

Concentrações e contribuições unitárias típicas de DBO de efluentes

Concentração DBO Contribuição unitária de DBOTipo de efluente (mg/l) kg/dia

Faixa Valor típico Faixa Valor típicoEsgoto sanitário 110-400 220 - 54 g/hab.diaCelulose branqueada (processo Kraft)

- 300 29,2 a 42,7 kg/t -

Têxtil 250-600 - - -Laticínio 1000-

1500- 1,5-1,8 kg/m³

leite-

Abatedouro bovino - 1125 - 6,3 kg/1000 kg peso vivo

Curtume (ao cromo) - 2500 - 88 kg/t pele salgadaCervejaria - 1718 - 10,4 kg/m³ cervejaRefrigerante - 1188 - 4,8 kg/m³ refrigeranteSuco cítrico concentrado

- - - 2,0 kg/1000 kg laranja

Petroquímica - - - -Açúcar e álcool - 25000 - -

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Page 24: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Como fatores físicos, químicos e biológicos que determinam a DBO, citamos;

1. Oxigênio dissolvido;

2. Microorganismos: deve existir um grupo de microorganismos (denominados de

semente), que seja capaz de oxidar a matéria orgânica em água e gás carbônico.

3. Nutrientes: como nitrogênio, fósforo, enxofre, magnésio, ferro e cálcio são

indispensáveis para a garantia de microorganismos vivos durante todo período de

incubação.

4. Temperatura: qualquer reação bioquímica tem como fator de importância à

temperatura, que aumenta ou diminui a velocidade de reação de oxidação.

5. pH: as reações que ocorrem na DBO para garantia de sobrevivência dos

microrganismos têm como faixa ideal de pH 0,5 à 8,5.

6. Tempo: para oxidação completa da meteria orgânica são necessários cerca de 20

dias, mas convencionou-se que, o período de incubação é de 5 dias, neste período,

aproximadamente 70 % da matéria orgânica é oxidada.

7. Tóxicos: a presença de mercúrio, cobre, zinco, cádmio, chumbo, cianetos,

formaldeído, influenciam no sistema enzimático dos microrganismos podendo levá-

los à morte. Em resumo, a DBO é a medida das necessidades respiratórias de uma

população microbiológica. A DBO é um excelente índice para indicar a eficiência

de uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), quando se compara a DBO do

esgoto bruto e do efluente final. A DBO determina a quantidade aproximada de

oxigênio que será necessária para oxidar biologicamente a matéria orgânica presente

na amostra. Por definição: é a quantidade de oxigênio necessário para que

microrganismos aeróbicos oxidem a matéria orgânica carbonada de uma amostra,

sob determinadas condições.

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Page 25: Tratamento+de+Esgoto Compesa

4.3.1 Materiais e Metodologia

Equipamentos e Vidrarias:

- Sistema de Medição Oxitop;

- Placa de agitação;

- Estufa de DBO regulada para 20°C ± 1;

- Frascos de incubação oxitop com capacidade de 510 ml;

- Bastões magnéticos;

- Vara para retirar bastões magnéticos;

- Balões volumétricos calibrados ou pipetas graduadas de capacidade adequada;

Reagentes:

- Inibidor de nitrificação (N-alkyl-Thioreia);

- Pastilha de hidróxido de sódio;

Procedimentos:

I) Seleciona-se o volume da amostra (para calcular o volume da amostra

necessário para ser incubada deve-se proceder da seguinte forma):

Verifica-se o valor da DQO – Demanda Quimica de Oxigênio da amostra;

Calcula-se 80% do valor da DQO - a DBO esperada 80% da DQO.

Procura-se na tabela 1 o volume mais próximo dos 80% da DQO

correspondente à amostra e selecionar o volume adequado.

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Page 26: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Tabela 3-Valores das amostras esperadas de DBO, respectivos volumes da amostra e fatores de multiplicação.

II) Registra-se o volume da amostra e a quantidade de inibidor de nitrificação a ser

adicionado na amostra.

III) Coloca-se os agitadores magnéticos em cada um dos frascos e adiciona-se o

volume correspondente da amostra.

IV) Insere-se o pescoço de borracha, no topo de cada frasco.

V) Coloca-se com a ajuda de uma espátula duas pastilhas de hidróxido de sódio

(NaOH) dentro do pescoço de cada frasco. Atenção: as pastilhas de NaOH, não

devem entrar em contato com a amostra.

VI) Coloca-se em cada frasco tampa de oxitop, tendo o cuidado de apertá-las muito

bem.

VII) Antes de processar a incubação apertar em simultâneo nas duas teclas S e M

que existem em cada uma das tampas até aparecer o valor zero.

VIII) Coloca-se o sistema oxitop na estufa à 20 °C ± 1 e deixar durante 5 dias.

IX) Leitura dos valores ao fim de 5 dias de incubação. Nas tampas de oxitop chamar

os valores armazenados pressionando a tecla S durante 1 segundo. 1° vez valor

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Page 27: Tratamento+de+Esgoto Compesa

do dia 1; 2° valor do segundo dia; ... 5° vez valor do quinto dia. Registra-se os

valores correspondentes a cada dia na folha de registro.

X) Faz-se os cálculos da DBO: Exemplo: Volume da amostra: 43,5 ml, Valor lido

ao fim de cinco dias: 23, Fator de multiplicação: 50, DBO = 23 x 50 = 1.150

(MgO2/L).

XI) Prepara-se as amostras.

XII) Rotula-se os frascos com etiquetas identificando a amostra com local e data de

coleta, tipo de amostra e data de realização da análise. Sempre que o n° de

frascos for disponível realizar a analise em duplicata.

XIII) Medir com auxilio do balão volumétrico ou com pipets graduadas o volume

correspondente de cada amostra e adiciona-se aos frascos.

XIV) Adiciona-se o inibidor de nitrificação a cada uma das amostras preparadas,

seguindo as quantidades descriminadas na tabela 4.

Tabela 4- Quantidade de agente inibidor de nitrificação a ser adicionado a cada amostra.

4.4 SÓLIDOS

Todos os materiais presentes na água, com exceção dos gases dissolvidos,

contribuem para a carga de sólidos presentes. São classificados em: sedimentáveis, em

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Page 28: Tratamento+de+Esgoto Compesa

suspensão, colóides e dissolvidos. Na prática considera-se como: ”os sólidos em suspensão

e os sólidos dissolvidos totais”.

Os sólidos em suspensão são os : sedimentáveis e os não sedimentáveis.Os sólidos

sedimentáveis são aqueles que se depositam quando se deixa a amostra em repouso por

uma hora.Logicamente com os não sedimentáveis, tal fato não ocorre.

Os sólidos dissolvidos totais incluem os colóides e os efetivamente dissolvidos. São as

partículas que passam por membrana filtrante com poro igual a 1,2 micra. Sendo

apresentados como:

-os voláteis que se volatilizam na temperatura inferior a 550°C tanto podem ser os sais

minerais como os sólidos orgânicos.

-os fixos que não se volatilizam a menos de 550°C

Em águas naturais os sólidos dissolvidos dão idéia da:

*taxa de desgaste das rochas por intemperismos;

*área com altos índices pluviométricos, com a presença dos sólidos dissolvidos totais;

*característica litológica(rochas) da região, através dos íons presentes na água; lembrar

que são os sedimentos(solo) que determinam as características físicas e químicas das águas.

* salinidade do meio(condutividade);

São os sólidos dissolvidos fixos.

a) alta concentração de Sólidos Dissolvidos Totais pode ocasionar alterações de sabor,

b) alta concentração de Sólidos em Suspensão significa maior turbidez, baixa produtividade

e menor transparência e menor capacidade de penetração da luz.

c) a quantidade de Sólidos Suspensos Voláteis no sistema aquático dá idéia da capacidade

de degradação anaeróbica e do conteúdo orgânico tanto das águas,como dos sedimentos.

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Page 29: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Os Sólidos Suspensos Totais; -SST são caracterizados através de amostras líquidas(mg/l)

ou sólidos, com a finalidade de se verificar a possibilidade de degradação

aeróbio/anaeróbio.

Sólidos Totais, Sólidos Totais Voláteis e Sólidos Totais fixos.

Sólidos totais – são os resíduos que permanecem na cápsula após evaporação de ua data

amostra e sua posterior secagem na uma temperatura definida.

Incluem os sólidos totais em um despejo é composto de material flutuante, material coloidal

e material em solução.

Sólidos totais voláteis - São os resíduos que se volatizaram após calcinação a 550ºC

( orgânicos )

Sólidos totais fixos – são os sólidos que após a calcinação ficam retidos na cápsula

( inorgânicos )

Considerações gerais

- Realizam-se as análises em duplicata

- Tratando-se de uma amostra contendo pouco resíduo, recomenda-se utilizar um volume

maior que 100mL; e vice-versa. Ex: amostra contendo muito resíduo utilize somente 50mL

da amostra para análise.

- Se necessário determinar sólidos totais voláteis e sólidos totais fixos a cápsula deve ser

tarada a 550ºC em mufla por 1 hora. ( Item 1 do procedimento )

Determinação de sólidos totais – ST (103-105)ºC

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Page 30: Tratamento+de+Esgoto Compesa

1- Aqueça uma cápsula de porcelana lavada a 105ºC em estufa por 1 hora (ou se

necessário em uma mufla a 550ºC ), esfrie em dessecador e pese ( P1 ) em

gramas, utilizando balança analítica com precisão de 0,1 mg.

2- Agite-se bastante o frasco contendo a amostra e meça 100mL em balão

volumétrico.

3- Coloque-se a cápsula no banho-maria e adicione gradativamente os 100mL da

amostra.

4- Lave-se o balão 3 vezes com água destilada, arrastando todos os resíduos de

amostra para a cápsula.

5- Deixa-se evaporar até a secura.

6- Retire a cápsula do banho-maria e a coloque na estufa a (103-105)ºC por 1 hora.

7- Retire a cápsula da estufa e esfrie em dessecador por 40 minutos e pese em

gramas até peso constante.

8- Retire o itens 6 e7 até peso constante.

Calcular o teor de sólidos totais, totais voláteis e totais fixos.

Cálculo:

5.1 – ST(mg/L) =

Observação: Para determinar os sólidos totais voláteis e os sólidos totais fixos após a

determinação dos sólidos totais, levar a cápsula a mufla a 550ºC por uma hora.

Retire a cápsula da mufla a esfrie em dessecador por 40 min e pese em gramas.

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Page 31: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Calculo do STV

STV(mg/L) =

P1 = Peso, em gramas, da cápsula limpa e seca em estufa a 105ºC ou em mufla a 550ºC.

P2 = Peso, em gramas, da cápsula mais o resíduo seco em estufa a (103-105)ºC até peso

constante.

P3 = Peso, em gramas, da cápsula após 1 na mufla a 550ºC

= Fator de transformação para mg/L.

4.4.1 Determinação de sólidos dissolvidos totais

1- Aqueça uma cápsula de porcelana lavada a 180ºC em estufa por 1 hora, transferir

para dessecador por 40 min e pese em gramas

2- Caso seja necessário medir os sólidos dissolvidos voláteis, transferir a cápsula para

uma mufla a 550ºC por 1 hora, esfriar em dessecador por 40 min e pesar em

gramas, utilizando balança analítica com precisão de 0,1(mg).

3- Filtra-se a amostra em papel de filtro faixa azul ( filtração Lenta ), recuperando

100mL em balão volumétrica.

4- Leve a cápsula ao banho-maria e adicione gradativamente a amostra.

5- Lave-se o balão 3 vezes com água destilada,arrastando todos os resíduos de

amostra e transfira para a cápsula.

6- Deixa-se evaporar até a secura.

7- Retira-se a cápsula do banho-maria e a colocar em estufa a 180ºC por 2horas.

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Page 32: Tratamento+de+Esgoto Compesa

8- Retira-se a cápsula da estufa, esfria-se no dessecador por 40 min e pesar em

gramas.

9- Retira-se os item 8 até peso constante.

10- Se necessário determinar o ter de sólidos dissolvidos voláteis e sólidos dissolvidos

fixos, levar a cápsula a mufla a 550ºC por uma hora, transferir para dessecador por

40 min e pesar em gramas.

11- Calcular o teor de sólidos dissolvidos totais voláteis e fixos

Cálculo:

Sólidos dissolvidos totais (mg/L de SDT) =

SDV ( mg/L de SDV ) =

SDF ( mg/L de SDF ) =

Onde:

P1 = Peso, em gramas, da cápsula limpa e seca em estufa a 180ºC ou em mufla a 550ºC.

P2 = Peso, em gramas, da cápsula mais o resíduo seco em estufa a (10)ºC até peo constante.

P3 = Peso, em gramas, da cápsula após 1 hora na mufla a 550ºC.

= Fator de transformação para mg/L

4.4.2 Sólidos sedimentares

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Page 33: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Em saneamento, sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece como

resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura pré-

estabelecida durante um tempo fixado. Sólidos sedimentáveis corresponde a porção dos

sólidos em suspensão que sedimenta sob a ação da gravidade durante um período de tempo,

a partir de um litro de amostra mantida em repouso.

Figura 2-Cone Inhoff

Materiais

Cone de Imhoff

Amostra

Bastão de vidro

Procedimento

Encher o cone de Imhoff até a marca de 1 litro, com amostra bem homogeneizada.

Deixa-se decantar por 45 minutos

Com o bastão de vidro, raspa-se delicadamente as paredes do cone

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Page 34: Tratamento+de+Esgoto Compesa

Decanta-se por 15 minutos.

Realiza-se a leitura do material sedimentado em mL/L

4.4.3 Determinação de sólidos suspensos totais e sólidos suspensos voláteis (103-105ºC)

Sólidos suspensos totais são todos os sólidos presentes no efluente, exceto os solúveis e

os sólidos em fino estado coloidal ( que tem partículas inferiores a 1,0 micron). Na pratica,

são aqueles passiveis de serem retidos por uma filtração, em análise de laboratório.

Realiza-se amostras em duplicatas;

Homogeneíza-se bem as amostras;

Tomam-se as alíquotas das amostras que contenham de 2,5 a 200 mg/l de sólidos

suspensos;

Filtra-se as amostras através de uma membrana filtrante tarada a (103 – 105 °C) e

levar para a estufa a membrana com a amostra até peso constante. O aumento do

peso da membrana representa o fim da analise para determinação dos sólidos

suspensos totais. Tempos prolongados de filtração resulta em entupimento da

membrana, pode ser necessário diminuir o volume da amostra.

Procedimento

I) Colocar a membrana no aparelho de filtração;

II) Aplicar o vácuo e lavar 3 vezes com 20 ml de água deionizada;

III) Continua-se a sucção até remoção de toda a água usada para cavar a membrana;

IV) Coloca-se a membrana dentro de uma cápsula de porcelana limpa e seca;

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Page 35: Tratamento+de+Esgoto Compesa

V) Leva-se a estufa por 1 hora a 103-105°C ou da mufla ( 550°C), coloca-se em

dessecador para esfriar;

VI) Pesa-se a capsula com a membrana em balança analítica, com quatro casas

decimais, anota-se o peso;

VII) Coloca-se novamente a membrana no aparelho de filtração, filtra-se uma

alíquota da amostra, se o volume de filtrado não apresentar teor de sólidos

suspensos entre (2,5 a 200 mg/l). De resíduo seco, filtra-se alíquotas maiores.

VIII) Retira-se a membrana, coloca-se na cápsula de porcelana com o auxilio de uma

pinça e leva-se a estufa ate peso constante. A diferença do penúltimo e ultimo

peso deve ser de 4% ou de 0,5 mg de sólidos suspensos totais.

Cálculo:

SST(mg SST/L) = (A-B) x 1000 x 1000/ volume da amostra em mL

A= Peso da membrana + resíduo seco em estufa a (103-105°C) até peso constanteB=Peso da membrana seco em estufa a (103-105°C)1000 = Transformar gramas em mg1000 = Transformar mL em litros.

Determinação de sólidos suspensos voláteis (550 °C)

Cálculo:

SSV(mg SSV/L) = (B1-B2) x 1000 x 1000/ volume da amostra em mL

B1= Peso da membrana + resíduo seco em estufa a (103-105°C) até peso constanteB2=Peso da membrana seco em estufa a (550°C)1000 = Transformar gramas em mg1000 = Transformar mL em litros.

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Page 36: Tratamento+de+Esgoto Compesa

5. CONCLUSÃO5. CONCLUSÃO

Durante o período de estágio foram solidificados conceitos importantes no dia a dia

profissional, não apenas os conhecimentos técnicos postos em prática, mas

principalmente a relação interpessoal vivenciada na empresa.

Não houve falta de acompanhamento do supervisor da empresa, que se fez

disponível em todos momentos de dúvidas, e de todos os outros funcionários serem bem

preparados e dispostos a ensinar as atividades rotineiras do laboratório.

O estágio foi bastante proveitoso e saio da empresa com a convicção de ter

completado o meu ciclo de profissionalização como técnica em química, que se iniciou

com os conhecimentos teóricos vistos no CEFET e se completa com a prática aplicada

no estágio.

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Page 37: Tratamento+de+Esgoto Compesa

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Princípios Básicos do Tratamento de Esgotos

Marcos Von Sperling

1ª ed. Belo Horizonte: Ufing, 1197.

Manual de Tratamento de Águas Residuárias

Karl e Klaus R. Imhoff

1ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998.

Manual de Procedimentos Operacionais Padrões da COMPESA.

Pesquisa na web:

www.anvisa.gov.br/reblas/bio/anali/analitico_031.htm

www.farmacia.ufg.br/revista/_pdf/vol2_2_supl/resumos/ref_v2_2_supl-2005_p9-12%20Andrade.pdf

www.ppgec.feis.unesp.br%2Fproducao2004

www.compesa.com.br

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