tratamento inseticida para controle de pragas...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES TRATAMENTO INSETICIDA PARA CONTROLE DE PRAGAS DO ARMAZENAMENTO E A QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE TRIGO CAIRO CEZAR FERREIRA Pelotas, 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES

TRATAMENTO INSETICIDA PARA CONTROLE DE PRAGAS DO ARMAZENAMENTO E A QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES

DE TRIGO

CAIRO CEZAR FERREIRA

Pelotas, 2012

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CAIRO CEZAR FERREIRA

TRATAMENTO INSETICIDA PARA CONTROLE DE PRAGAS DO ARMAZENAMENTO E A QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES

DE TRIGO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes da Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Professor Dr. Francisco Amaral Villela como requisito parcial à obtenção do título de Mestre Profissional.

Pelotas, 2012

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F383t Ferreira, Cairo Cezar

Tratamento inseticida para controle de pragas do

armazenamento e a qualidade fisiológica de sementes

de trigo / Cairo Cezar Ferreira ; orientador Francisco

Amaral Villela - Pelotas,2012.-32f. : il..- Dissertação

(Mestrado Profissionalizante ) –Programa de Pós-

Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes.

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel . Universidade

Federal de Pelotas. Pelotas, 2012.

1.Triticum aestivum 2.Expurgo 3.Conservação

4.Qualidade de sementes I.Villela, Francisco

Amaral(orientador) II.Título.

CDD 633.11

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CAIRO CEZAR FERREIRA

TRATAMENTO INSETICIDA PARA CONTROLE DE PRAGAS DO ARMAZENAMENTO E A QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES

DE TRIGO

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Professor Dr. Francisco Amaral Villela

Orientador

________________________________________ Engenheiro Agrônomo Dr. Géri Eduardo Meneghello

________________________________________ Professor Dr. Nilson Lemos de Menezes

________________________________________ Professor Dr. Demócrito Amorim Chiesa Freitas

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho em especial para minha esposa Deyse, meus filhos

Lívia, Luciano e Laís. Para minha nora, Mirian e para meus netos Matheus e

Amanda.

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AGRADECIMENTOS

À minha família

Aos amigos

Professor Dr. Francisco Amaral Villela

Dr. Irineu Lorini

Dr. Luiz Carlos Miranda

Dr. Ronaldo Pereira de Andrade

Dr. José Roberto Rodrigues Peres

Sr. Anderson Alves da Fonseca

Ao Deivide Rodrigues Fernandes

Ao Paulo Henrique Zempulski Maranha

À Kelly Catharin

À Vilma Cardoso Luiz Stroka

Aos colegas de turma

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TRATAMENTO INSETICIDA PARA CONTROLE DE PRAGAS DO

ARMAZENAMENTO E A QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE TRIGO

Autor: Cairo Cezar Ferreira Orientador: Prof. Dr. Francisco Amaral Villela Co-orientador: Eng. Agr. Dr. Irineu Lorini RESUMO - Os insetos-pragas de armazenamento são limitadores da conservação

de sementes de trigo, pois danificam o produto dificultando ou inviabilizando sua utilização, causando perdas qualitativas e quantitativas. As sementes requerem o uso de medidas preventivas, caso não estejam infestadas e curativas se infestadas por insetos-pragas, para garantir a preservação da qualidade fisiológica e sanitária durante o período de armazenamento. Visando determinar o efeito do tratamento inseticida durante o armazenamento, sobre a qualidade fisiológica das sementes de trigo, foram segregados quatro lotes de sementes de trigo, cultivar BRS 210. Os tratamentos consistiram em: a) testemunha sem aplicação de inseticida; b) expurgo com fosfina na dose de 2,0 g de i.a. /m3; c) tratamento químico líquido, usando pirimiphos-methyl a 6 g de i.a./t (12 mL de Actellic 500 EC/t) + bifenthrin a 0,4 g de i.a./t (16 mL de ProStore 25 CE/t); e d) pó inerte, usando terra de diatomáceas a 860 g.i.a./t (Keepdry a 1000 g/t). Para o expurgo foi monitorada a concentração de fosfina, usando o medidor de concentração Silo Chek. Quinzenalmente, foi monitorada a presença de insetos-pragas de sementes armazenadas. Mensalmente, foram realizados os testes de germinação em laboratório, emergência em areia em casa de vegetação e de envelhecimento acelerado em laboratório. Os tratamentos com inseticidas foram eficazes na prevenção e controle dos insetos-pragas de sementes. O monitoramento do gás fosfina durante o expurgo demonstrou a manutenção da concentração mínima necessária para eliminar todas as fases de vida dos insetos-pragas. Os inseticidas químicos e a terra de diatomáceas não permitiram o desenvolvimento de insetos-pragas e os tratamentos com inseticidas não afetaram negativamente a qualidade fisiológica das sementes de trigo durante o armazenamento das sementes. Termos para indexação: Triticum aestivum, expurgo, conservação, qualidade de sementes

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INSECTICIDE TREATMENT FOR CONTROL OF STORAGE PESTS AND PHYSIOLOGICAL QUALITY OF SEEDS WHEAT

Author: Cairo Cezar Ferreira Advisor: Dr. Francisco Amaral Villela

ABSTRACT - The pest-insects of storage are limiters the conservation of wheat

seeds, because damage the product or invalidate their use, causing qualitative and quantitative losses. The seeds require the use of preventive measures if they are not infested and curatives when infested by pest-insects to ensure the preservation of physiological and sanitary quality during storage. In order to determine the effect of insecticide treatment on the physiological quality of wheat seeds during storage, were segregated four lots, BRS 210. Treatments consisted: a) control without insecticide application b) expurgation with phosphine at a dose of 2.0 g i.a/m3; c) liquid chemical treatment, using Pirimiphos-methyl to 6 g i.a/t (12 mL Actellic of 500 EC/t) Bifenthrin 0.4 g i.a/t (16 ml ProStore 25 EC / t); d) inert powder using diatomaceous earth to 860 gy/t (Keepdry to 1000 g/t). Expurgation was monitored by concentration of phosphine using the concentration meter Silo Chek. Fortnightly, was monitored the presence of pests-insects in stored seeds. Monthly, were conducted in laboratory germination test, emergence in sand at greenhouse and laboratory accelerated aging. The treatments with insecticides were effective in the prevention and control of pest-insects in seeds. The monitoring of phosphine gas during expurgation demonstrated the maintenance of minimum concentration required to supress life stages of the pest-insects. The chemical insecticides and diatomaceous earth did not allow the development of pest-insects and insecticide treatments did not affect the physiological quality of wheat seeds during storage. Index terms: Triticum aestivum, expurgation, conservation, seed quality

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SUMÁRIO

Página

RESUMO .......................................................................................................... vi

ABSTRACT ...................................................................................................... vii

SUMÁRIO ......................................................................................................... viii

1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................... 09

2 – REVISÂO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 10

2.1 – Pragas de Armazenamento ................................................................ 10

2.2 – Métodos de Controle de Insetos-pragas de armazenamento ............. 16

3 – MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 21

4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 24

5 – CONCLUSÃO ............................................................................................. 28

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 29

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1 – INTRODUÇÃO

O trigo constitui-se num dos mais importantes cereais cultivados,

representando cerca de 30% da produção mundial de cereais. O cultivo de trigo

contribui para a viabilização econômica da propriedade produtora de milho e soja e

auxilia a melhoria do solo, pela incorporação de restos culturais.

Pesquisas na área de sementes permitiram aumentar a área cultivada e o

rendimento da cultura de trigo. Hoje, o Brasil produz cerca de seis milhões de

toneladas, importando mais quatro milhões para atender ao consumo interno

(ABITRIGO, 2012).

O trigo semeado na região meridional do Brasil (Norte e Oeste do Paraná, Sul

e Sudoeste de São Paulo e Mato Grosso do Sul) tem apresentado problemas de

qualidade de sementes, especialmente em razão de ocorrência de chuvas no

período de pré-colheita e de danos mecânicos causados na colheita, secagem e

armazenamento, uma vez que o armazenamento ocorre no verão, recebendo

interferência de fatores como temperatura, umidade relativa do ar e insetos-pragas

de armazenamento (OHLSON et al., 2010).

Dentre os insetos-pragas de armazenamento, em especial Sitophilus zeamais,

S. oryzae, Rhyzopertha dominica, Ephestia kuehniella e Ephestia elutella podem ser

responsáveis pela deterioração física, fisiológica e sanitária do lote de sementes no

armazenamento (LORINI, 2008).

Dependendo das condições ambientais de armazenamento, especialmente em

sementes de trigo, ocorre incremento da incidência de insetos-pragas, o que exige a

adoção de medidas preventivas e corretivas de controle de insetos-pragas para

evitar ou minimizar danos causados às sementes armazenadas.

O emprego de expurgo, o tratamento de sementes com inseticidas e o uso de

terra de diatomáceas, podem constituir-se em técnicas eficientes no controle de

insetos-pragas durante o armazenamento de sementes de trigo.

Desta forma o presente trabalho teve como objetivo determinar o efeito dos

tratamentos inseticidas, aplicados para controle de insetos-pragas durante o

armazenamento, na qualidade fisiológica das sementes de trigo.

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2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O trigo está presente na alimentação humana há cerca de 10 mil anos. Em sua

trajetória, na história da humanidade, o trigo tem papel decisivo também na invenção

da escrita: segundo a história, a escrita foi criada pelos sumérios como forma de

registrar e controlar o comércio dos excedentes de alimentos, entre estes, o trigo.

Da região da Mesopotâmia, o trigo distribui-se pelo mundo. Os chineses já

conheciam o trigo cerca de dois mil anos antes de Cristo. Produziam farinha,

macarrões e pastéis. No século XIII, Marco Pólo esteve na China e levou o macarrão

para a Itália.

Na Europa, o cultivo do trigo expandiu-se nas regiões mais frias, como Rússia

e Polônia. Pelas mãos dos europeus, no século XV, o trigo alcançou as Américas

(ABITRIGO, 2012).

No Brasil, o trigo chegou em 1534, trazido por Martim Afonso de Souza, que

desembarcou na capitania de São Vicente. Todavia, o clima quente dificultou a

expansão da cultura. Cartas dos colonizadores registraram a falta do trigo e

reclamaram dos pães preparados com farinha de mandioca.

Somente na segunda metade do século XVIII, a cultura do trigo começou a

desenvolver-se no Rio Grande do Sul. Mas, no começo do século XIX, a ferrugem

dizimou os trigais. O cultivo só foi retomado na década de 1920.

A partir da década de 1940, as áreas de cultivo de trigo começaram a se

expandir no Rio Grande do Sul e no Paraná, que se transformou no principal Estado

produtor no Brasil.

O trigo é um dos principais cultivos produzidos no mundo, com

aproximadamente 30% da produção mundial de cereais. O principal produtor é a

China com participação aproximada de 17,7% na safra 2011, já a participação do

Brasil foi de apenas 0,9% (ABITRIGO, 2012).

2.1 - PRAGAS DE ARMAZENAMENTO

Dentre os insetos-pragas de armazenamento, em especial Sitophilus zeamais,

S. oryzae, Rhyzopertha dominica, Ephestia kuehniella e Ephestia elutella podem ser

responsáveis pela deterioração física do lote de sementes no armazenamento

(LORINI, 2008).

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O conhecimento dos hábitos alimentares de cada inseto-praga constitui fator

importante para definir o manejo a ser aplicado durante o período de

armazenamento. Segundo esse hábito, os insetos-pragas podem ser classificados

em primários ou secundários.

Os insetos-pragas primários atacam sementes e grãos inteiros e sadios e

dependendo da parte que atacam podem ser denominados insetos-pragas primários

internos ou externos. Os primários internos perfuram as sementes e nestas

penetram para completar seu desenvolvimento. Alimentam-se de todo o tecido de

reserva da semente e possibilitam a instalação de outros agentes de deterioração.

Exemplos desses insetos-pragas são as espécies Rhyzopertha dominica, Sitophilus

oryzae e Sitophilus zeamais. Os insetos-pragas primários externos destroem a parte

exterior da semente (cobertura protetora) e, posteriormente, alimentam-se da parte

interna sem, no entanto, se desenvolverem no interior. Há destruição da semente

apenas para fins de alimentação. Como exemplo cita-se a Plodia interpunctella

(LORINI, 2008).

Os insetos-pragas secundários não conseguem atacar sementes e grãos

inteiros, pois dependem que estes estejam danificados ou quebrados para que

possam alimentar-se. Esses insetos-pragas encontram-se nas sementes trincadas,

quebradas ou mesmo danificadas por insetos-pragas primários e, geralmente,

ocorrem desde o período de recebimento até o de beneficiamento dos lotes de

sementes. Multiplicam-se rapidamente e causam prejuízos elevados. Como

exemplos citam-se as espécies Cryptolestes ferrugineus, Oryzaephilus surinamensis

e Tribolium castaneum (LORINI, 2008).

Além de insetos-pragas, há roedores e pássaros causadores de perdas,

principalmente qualitativas, pela sujeira que deixam no produto final, que também

devem ser considerados no manejo integrado de pragas (MIP).

A descrição, a biologia e os danos de cada inseto-praga devem ser

conhecidos, para que seja adotada a melhor estratégia para evitar os respectivos

prejuízos. Tais informações encontram-se detalhadas no trabalho de Lorini et al

(2009), como descrito a seguir: existem dois principais grupos de insetos-pragas que

atacam as sementes de trigo armazenadas, besouros e traças. Entre os besouros

encontram-se as espécies: R. dominica, Sitophilus oryzae, S. zeamais. As espécies

de traças mais importantes são Sitotroga cerealella, Ephestia kuehniella e Ephestia

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elutella. Entre esses insetos-pragas, R. dominica, S. oryzae e S. zeamais são os

mais preocupantes economicamente e justificam a maior parte do controle químico

praticado nos armazéns de sementes.

A seguir, serão apresentadas descrições, biologias e danos causados pelos

principais insetos-pragas de armazenamento de sementes de trigo:

Rhyzopertha dominica (Coleoptera, Bostrichidae) - besourinho dos cereais

a) Descrição e biologia

Os adultos são besouros de 2,3 mm a 2,8 mm de comprimento, de cor

castanho-escura, corpo cilíndrico e cabeça globular, normalmente escondida pelo

protórax (Figura 1). A cor das pupas varia de branca, inicialmente, a castanha,

próximo à emergência dos adultos; possuem 3,9 mm de comprimento e 1,0 mm de

largura do corpo, aproximadamente. As larvas são de cor branca, com cabeça

escura, e medem cerca de 2,8 mm se completamente desenvolvidas. Os ovos são

cilíndricos, embora variáveis na forma, inicialmente brancos e posteriormente

rosados e opacos, com 0,59 mm de comprimento e 0,2 mm de diâmetro (POTTER,

1935).

O período de incubação, variável em função da temperatura, é de 15,5 dias a

26 °C (POTTER, 1935) e de 4,5 dias a 36 °C (BIRCH e SNOWBALL, 1945). Os ovos

podem ser colocados em grupos ou isolados, em fendas ou rachaduras das

sementes ou mesmo na própria massa de sementes (POY, 1991). A duração do

período larval é de aproximadamente 22 dias, o período de pupa é de 5 dias e a

longevidade dos adultos atinge 29 dias a 30 °C e 70% de umidade relativa. O ciclo

de vida do inseto-praga é de aproximadamente 60 dias. A fêmea tem fecundidade

média de até 250 ovos (ALMEIDA e POY, 1994; POY, 1991), a qual depende da

qualidade do alimento e das condições de temperatura e de umidade.

b) Danos

Esse inseto-praga primário interno possui elevado potencial de destruição em

sementes e grãos de trigo, arroz, milho, cevada, aveia, centeio e triticale, sendo

capaz de destruir de 5 a 6 vezes seu próprio peso em uma semana (POY, 1991). É

o principal inseto-praga na armazenagem no Brasil, em razão da incidência e da

grande dificuldade de se evitar os prejuízos que causa aos produtos.

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Deixa as sementes perfuradas e com grande quantidade de resíduos na forma

de farinha, decorrentes do hábito alimentar. Tanto adultos como larvas causam

danos às sementes armazenadas. Possui grande número de hospedeiros, e

adaptam-se rapidamente às mais diversas condições climáticas, sobrevivendo

mesmo em extremos de temperatura.

Figura 1. Inseto adulto de Rhyzopertha dominica (Coleoptera, Bostrichidae)

Sitophilus oryzae e S. zeamais (Coleoptera, Curculionidae) - gorgulhos dos cereais

a) Descrição e biologia

Essas duas espécies são muito semelhantes em caracteres morfológicos e

podem ser distinguidas somente pelo estudo da genitália. Ambas podem ocorrer

juntas no mesmo lote de sementes, independentemente da espécie de semente.

Os adultos são gorgulhos de 2,0 a 3,5 mm de comprimento, de cor castanho-

escura, com manchas mais claras nos élitros (asas anteriores), visíveis logo após a

emergência. Têm a cabeça projetada à frente, na forma de face curvada (Figura 2).

Nos machos, a face é mais curta e grossa, e nas fêmeas, mais longa e afilada. As

larvas são de cor amarelo-clara, com a cabeça de cor marrom-escura, e as pupas

são brancas (MOUND, 1989; BOOTH et al., 1990). O período de oviposição é de

104 dias e o número médio de ovos por fêmea é de 282. A longevidade das fêmeas

é de 140 dias. O período de incubação oscila entre 3 e 6 dias e o ciclo de ovo até a

emergência de adultos é de 34 dias (LORINI e SCHNEIDER, 1994; LORINI, 2008).

b) Danos

Inseto-praga primário interno de grande importância que pode apresentar

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infestação cruzada, ou seja, infestar sementes no campo e também no armazém,

onde penetra profundamente na massa de sementes. Apresenta elevado potencial

de reprodução, possui muitos hospedeiros, como trigo, milho, arroz, cevada, triticale

e aveia. Tanto larvas como adultos são prejudiciais e atacam sementes inteiras. A

postura é feita dentro da semente; as larvas, após o desenvolvimento, tornam-se

pupa e transformam em adultos. Os danos decorrem da redução de peso e de

qualidade física e fisiológica da semente (LORINI, 2008).

Figura 2. Inseto adulto de Sitophilus oryzae (Coleoptera, Curculionidae)

Sitotroga cerealella (Lepidoptera, Gelechiidae) - traça dos cereais

a) Descrição e biologia

Os adultos (Figura 3) são mariposas com 10 mm a 15 mm de envergadura e 6

a 8 mm de comprimento. As asas anteriores são cor de palha, com franjas, e as

posteriores são mais claras, com franjas maiores. Vivem de 6 a 10 dias. Os ovos são

colocados sobre as sementes, preferencialmente naquelas danificadas e/ou

fendidas. A fêmea pode ovipositar de 40 a 280 ovos, dependendo do substrato.

Após a eclosão, as larvas penetram no interior das sementes, onde se alimentam e

completam a fase larval, que se estende por, aproximadamente, 15 dias. As larvas

podem atingir 6 mm de comprimento e possuem cor branca com as mandíbulas

escuras. A pupa varia de cor desde branca, no início, a marrom-escura, próximo à

emergência do adulto. O período de ovo a adulto dura, em média, 30 dias (LORINI,

2008).

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b) Danos

Inseto-praga que ataca sementes intactas (primária), porém afeta mais a

superfície do lote de sementes. As larvas destroem a semente, alterando o peso e a

qualidade. Também atacam as farinhas, nas quais se desenvolvem, causando

deterioração de produto pronto para consumo.

Figura 3. Inseto adulto de Sitotroga cerealella (Lepidoptera, Gelechiidae)

Ephestia kuehniella e E. elutella (Lepidoptera, Pyralidae) - traças

a) Descrição e biologia

As duas espécies são muito semelhantes. Os adultos (Figuras 4 e 5) são

mariposas de cor parda, com 20 mm de envergadura, com asas anteriores longas e

estreitas, de cor acinzentada, com manchas transversais cinza-escuras. As asas

posteriores são mais claras. A fêmea oviposita de 200 a 300 ovos. As larvas atingem

até 15 mm de comprimento; possuem cor rosada e pernas e cabeça castanhas;

tecem um casulo de seda, em cujo interior desenvolve-se a pupa. O período de ovo

a adulto estende-se por aproximadamente 40 dias. O período de incubação dura

cerca de 3 dias, a fase larval 32 dias, a fase de pupa 7 dias e a longevidade de

adultos é de aproximadamente 15 dias (LORINI e SCHNEIDER, 1994; LORINI,

2008).

b) Danos

Insetos-pragas secundários cujas larvas desenvolvem-se sobre resíduos de

grãos e de farinhas deixados pela ação de outros insetos-pragas. Seu ataque

prejudica a qualidade das sementes armazenadas, devido à formação de uma teia

sobre a massa de sementes ou mesmo nas sacarias durante o armazenamento.

Penetra no interior dos lotes de sementes, fazendo a postura nas costuras da

sacaria ou “bags”. Este inseto-praga é responsável pela grande quantidade de

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tratamentos em termonebulização nas UBS, durante o período de armazenamento

dos lotes de semente.

Figura 4. Inseto adulto de Ephestia kuehniella (Lepidoptera, Pyralidae)

Figura 5. Inseto adulto de Ephestia elutella (Lepidoptera, Pyralidae)

2.2 - MÉTODOS DE CONTROLE DE INSETOS-PRAGAS DE ARMAZENAMENTO

Os insetos-pragas que comumente infestam unidades de beneficiamento de

sementes precisam ser controlados para evitar os prejuízos à qualidade e à

comercialização das sementes. Para isto, é necessário medidas e métodos de

controle para evitar o ataque de insetos-pragas. Uma descrição destas medidas e

métodos de controle são encontrados nas publicações de Lorini (2008) e Lorini et al.

(2009). Entre estes é possível sintetizar o seguinte:

Limpeza das instalações

Uma das medidas mais antigas, eficientes e imprescindíveis ao combate dos

insetos-pragas que atacam as sementes armazenadas – embora muitas vezes não é

levada a sério por grande maioria de unidades armazenadoras – é,

indiscutivelmente, a adequada e permanente limpeza e higienização das instalações

de armazenamento.

Assim, antes de iniciar uma nova safra ou o recebimento de novos produtos,

deve-se efetuar uma adequada limpeza de todas as instalações de armazenamento,

ou seja, dos silos, armazéns, depósitos e moegas, assim como de todas as

máquinas, equipamentos, correias transportadoras, elevadores (incluindo os poços),

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passarelas, dutos e túneis. Alem disso, a varredura e, se possível lavagem, de pisos,

escadas, pátios e áreas de estacionamento, escovadas as paredes internas e

externas e removidos todos os resíduos de grãos, incrustações, poeiras, detritos e

restos de safras anteriores. O uso de ar comprimido e de aspiradores pneumáticos

pode contribuir bastante para o bom êxito das operações de limpeza.

Esses detritos nunca devem ser simplesmente amontoados nas proximidades e

sim, queimados ou enterrados. Do contrário, constituir-se-ão inevitavelmente, no

principal foco de infestação dos novos produtos estocados, pois os insetos-pragas

existentes, em sua grande maioria, têm capacidade de voo (STRESSER, 2012).

Limpeza e secagem das sementes

É sabido, que de um modo geral o trigo pode ser atacado por insetos-pragas

ainda nas próprias lavouras. Por isso, na amostragem que se procede na recepção

do produto, especial atenção deve ser dada à eventual presença de insetos-pragas.

As cargas infestadas devem ser preferentemente separadas e desinfestadas.

Redobrado cuidado deve ser tomado no caso de recebimento de produtos que estão

sendo transferidos de outros locais de armazenamento, em especial, os de safras

anteriores.

Jamais devem ser recolhidos nos armazéns, produtos que não estejam

perfeitamente secos. Uma única carga de grãos com umidade superior a 15%, que

seja recolhida num armazém graneleiro ou silo, certamente irá formar um "bolsão"

de calor, favorável ao desenvolvimento de insetos-pragas e fungos.

A mesma prática aplica-se também à limpeza das sementes, visto que as

impurezas também favorecem as infestações e a multiplicação de insetos-pragas.

Em resumo, deve sempre prevalecer a regra básica para um adequado

armazenamento: o produto tem que estar seco, isento de insetos-pragas e limpo

(STRESSER, 2012).

Inseticidas químicos líquidos (tratamento preventivo)

O controle químico de insetos-pragas de grãos armazenados é realizado,

normalmente, com inseticidas protetores, que apesar de eficazes podem causar

intoxicações aos aplicadores, presença de resíduos tóxicos nos grãos e o

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desenvolvimento de populações de insetos-pragas resistentes (BENHALIMA et al.,

2004).

Um dos problemas que tem aumentado no Brasil refere-se à resistência de

pragas ao pequeno número de inseticidas registrados no país. Já foram detectadas

raças resistentes aos inseticidas químicos utilizados para controle. Torna-se,

portanto, urgente a necessidade de se fazer o manejo integrado de pragas, para que

se possa preservar estes inseticidas por maior tempo, devido à dificuldade de

substituição (LORINI, 2008).

Inseticida natural à base de terra de diatomáceas (tratamento preventivo)

Dentre os pós-inertes, os mais utilizados para o controle de insetos-pragas são

as argilas e areias, terra de diatomáceas, sílica aerogel (silicato de sódio) e não

derivados de sílica (rochas fosfatadas) (KLJAJIC et al., 2009). Dentre estes, a terra

de diatomáceas destaca-se no controle de insetos-pragas de grãos e sementes

armazenadas (LORINI et al., 2009).

A terra de diatomáceas é obtida de depósitos de carapaças de algas

diatomáceas oriundas da era Cenozóica, constituídas predominantemente de sílica

amorfa (dióxido de sílica). Existem aproximadamente 250 gêneros e 8.000 espécies

de algas diatomáceas, cujas carapaças ricas em sílica foram sendo depositadas há

mais ou menos 20 a 80 milhões de anos no fundo dos oceanos e lagos, formando

camadas que podem ter de poucos centímetros a centenas de metros. As camadas

depositadas principalmente em águas marinhas são extraídas e trituradas formando

um pó fino, semelhante a talco, que é utilizado no controle de insetos-pragas

(SUBRAMANYAM e ROESLI, 2000). Segundo os autores, a morte dos insetos-

pragas ocorre por dessecação provocada pela adsorção e abrasividade do pó inerte

que rompe a camada de cera da epicutícula dos insetos-pragas, fazendo com que

haja perda de água por desidratação.

Expurgo das sementes (tratamento curativo)

Para evitar o desenvolvimento ou eliminar insetos-pragas presentes na massa

de grãos e sementes, torna-se necessária a adoção de medidas de controle que

podem ser preventivas ou curativas. O tratamento curativo deve ser realizado

somente se houver a infestação de insetos-pragas, através de expurgos com fosfina,

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cujos efeitos na qualidade fisiológica das sementes ainda não estão totalmente

elucidados (BRIDI et al., 2010).

Para que o expurgo seja eficaz na mortalidade de todas as fases de vida dos

insetos-pragas de sementes armazenadas é necessária uma concentração mínima

de 400 mg/dcm-3 de fosfina, por período mínimo de 120 horas (DAGLISH et al.,

2002). A liberação da fosfina proveniente da formulação comercial em pastilhas,

única com registro no país, é dependente da temperatura e umidade relativa do ar

no local de aplicação.

Quanto maior a temperatura e umidade relativa do ar, mais rapidamente a

concentração mínima necessária é atingida. Assim, a taxa de liberação do gás

fosfina proveniente das pastilhas fumigantes, determinarão o tempo necessário de

duração do expurgo para a mortalidade total dos insetos-pragas, uma vez que a

exigência anterior seja atendida (LORINI et al., 2011).

A distribuição do gás deve ser uniforme em todos os pontos da massa de

sementes a serem tratadas, controlando assim todos os insetos-pragas, nas suas

diferentes formas do ciclo de vida (LORINI et al., 2002).

A hermeticidade do local a ser expurgado, no caso lotes de sementes, deve ser

considerada para que se consiga esta concentração pelo tempo necessário para

garantir a eficácia do processo (LORINI et al., 2009).

Sumarizando os métodos de controle de insetos-pragas de sementes

armazenadas, verifica-se a necessidade e o uso adequado dos inseticidas

registrados para controle dos insetos-pragas. Detalhes sobre estes inseticidas, como

doses, nomes comerciais, intervalo de segurança, formulações, classe toxicológica e

empresa registrante, podem ser buscados no trabalho de LORINI et al. (2009),

apresentados na Tabela 1.

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TABELA 1. Inseticidas indicados para tratamento preventivo e/ou curativo de insetos-pragas de sementes armazenadas. LORINI et al. (2009).

Nome Dose (i.a.) Nome comercial Dose

comercial/t

Formulação1 Concentração

(g i.a./l,kg)

Intervalo de

segurança2

Classe

toxicológica

Registrante

Fosfina3 2,0 g/m3 Gastoxin 6g PF 570 4 dias I Bernardo Química

2,0 g/m3 Phostek 6g PF 570 4 dias I Bernardo Química

2,0 g/m3 Gastoxin B-57 6g PF 570 4 dias I Bernardo Química

2,0 g/m3 Degesch Aluphos 6g PF 560 4 dias I Degesch do Brasil

2,0 g/m3 Degesch Fumicel 6g PF 560 4 dias I Degesch do Brasil

2,0 g/m3 Phostoxin 6g PF 560 4 dias I Detia Degesch

2,0 g/m3 Fertox 6g PF 560 4 dias I Fersol

2,0 g/m3 Fermag 6g PF 660 4 dias I Fersol

Terra de diatomácea 0,9-1,7kg/t Insecto 1-2kg/t Pó 867 - IV Bernardo Química

Terra de diatomácea 0,9-1,7kg/t Keepdry 1-2kg/t Pó 860 - IV Irrigação Dias Cruz

Deltamethrin 0,35-0,50 mg/dcm-3

K-Obiol 14-20 ml CE 25 30 dias III Bayer

Bifenthrin 0,40 mg/dcm-3 ProStore 16 ml CE 25 30 dias III FMC

Bifenthrin 0,40 mg/dcm-3 Starion 16 ml CE 25 30 dias III FMC

Fenitrothion 5,0-10,0 mg/dcm-3 Sumigran 10-20 ml CE 500 120 dias II Iharabras

Pirimiphos-methyl 4,0-8,0 mg/dcm-3 Actellic 8-16 ml CE 500 30 dias II Syngenta

1 CE = Concentrado emulsionável; PF = Pastilha fumigante; Pó = Pó seco. 2 Período entre a última aplicação e o consumo. 3 O período de exposição da fosfina é de, no mínimo, 168 horas, dependendo da temperatura e da umidade relativa do ar no armazém.

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3 - MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado na Unidade de Beneficiamento de Sementes

(UBS) da Embrapa Produtos e Mercado do Escritório de Londrina, em casa de

vegetação e no laboratório de Análise de Sementes da Embrapa Soja, localizados

no município de Londrina, PR. O período de duração do trabalho estendeu-se de

setembro de 2010 a agosto de 2011.

As sementes foram colhidas em setembro de 2010, com umidade média de

13%. Na UBS, foram pré-limpas e armazenadas em silos ventiláveis até serem

beneficiadas e tratadas em dezembro de 2010.

Após o beneficiamento, foram segregados quatro lotes de sementes de trigo,

cultivar BRS 210, produzidos na safra 2010/2010 e aplicados os tratamentos

inseticidas em três, cada um com 1.850 kg, acondicionados em sacaria de papel

multifoliado com capacidade para 25 kg, deixando o quarto lote, de 25 kg, como

testemunha sem aplicação de inseticida.

Os tratamentos consistiram em:

a) Expurgo com fosfina na dose de 2,0 g de i.a. /m3 (2 pastilhas de 3 g cada de

Fertox/ m3). Depois de beneficiadas e ensacadas, as sementes foram cobertas com

lona de expurgo e colocados pesos do tipo “cobras de areia” ao redor do lote

garantindo a hermeticidade. As pastilhas foram colocadas em caixinhas medindo

10X10X10 cm nos dois lados do lote, no piso do armazém. Durante o expurgo de

216 horas foi monitorada a concentração do gás fosfina, diariamente, medindo a

quantidade de gás liberado pelas pastilhas fumigantes. Para medição foi usado o

medidor de concentração Silo Chek, cuja leitura máxima é de 2.000 mg/dcm-3.

b) Tratamento químico líquido aplicado logo após o beneficiamento das

sementes, usando pirimiphos-methyl a 6 g de i.a./t (12 mL de Actellic 500 EC/t) +

bifenthrin a 0,4 g de i.a./t (16 mL de ProStore 25 CE/t). Para aplicação dos

inseticidas nas sementes foi usado o tratador modelo Grazmec, de modo que as

sementes receberam a calda inseticida, no volume de 2,0 l/t, à medida que eram

homogeneizadas no tratador e, posteriormente, embaladas em sacarias valvuladas

de papel multifoliado e formados os blocos;

c) Pó inerte aplicado logo após o beneficiamento das sementes, usando terra

de diatomáceas a 860 g.i.a./t (Keepdry a 1000 g/t). Para aplicação da terra de

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diatomáceas nas sementes foi usado o tratador modelo Grazmec, de forma que as

sementes receberam o pó inerte dentro de um duto com helicóide, na quantidade de

1000 g de Keepdry/t de sementes. Depois de homogeneizadas no tratador foram

embaladas em sacarias valvuladas de papel multifoliado e formados os blocos.

Após o tratamento e a formação dos blocos, as sementes foram armazenadas

sob condições ambientais não controladas de temperatura e umidade relativa do ar,

por um período de seis meses, de dezembro de 2010 a julho de 2011.

Foi monitorada a presença de insetos-pragas de sementes armazenadas,

através da ficha de monitoramento de pragas, realizada quinzenalmente durante

todo o período experimental.

Para avaliação da germinação, emergência e vigor (envelhecimento

acelerado), mensalmente foram coletadas amostras nos quatro lotes de sementes e

levadas ao Laboratório de Análise de Sementes e à casa de vegetação. As amostras

de cada lote de sementes foram provenientes de 15 subamostras, retiradas com

calador simples, formando uma amostra representativa do lote.

Nos lotes de sementes tratados com inseticidas, as amostras foram retiradas

mensalmente no período de janeiro a julho de 2011. Todavia, no lote testemunha, as

amostras foram retiradas mensalmente no período de janeiro a abril de 2011, uma

vez que o lote encontrava-se com elevada infestação por insetos-pragas, correndo-

se o risco de contaminação de toda a UBS e, por isto, foi descartado.

As amostras de sementes foram submetidas às seguintes avaliações:

Germinação – foram realizadas utilizando-se rolos de papel, com quatro

subamostras de 50 sementes cada, semeadas entre quatro folhas de papel

substrato, umedecidas com quantidade de água, equivalente a duas vezes e meia o

peso do substrato seco, e colocadas em germinador a 20°C, em regime constante

de luz. As avaliações foram realizadas no oitavo dia após a semeadura, conforme as

Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). Os resultados foram expressos

em porcentagem de plântulas normais.

Emergência em areia - foram empregadas quatro subamostras de 50

sementes, em caixas plásticas contendo uma camada de areia lavada esterilizada.

Foram efetuadas irrigações periódicas e as avaliações, realizadas em casa de

vegetação na Embrapa Soja em Londrina, após 10 dias da semeadura, por meio de

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contagem das plântulas emergidas, sendo os resultados expressos em porcentagem

de plântulas emergidas.

Teste de envelhecimento acelerado - foi realizado com quatro subamostras

de 50 sementes cada, utilizando gerbox – caixa plástica (11,0 x 11,0 x 3,5 cm) com

uma bandeja de tela de aço inoxidável em seu interior - como compartimento

individual. Foram adicionados 40 ml de água no interior de cada caixa. Cada

subamostra foi colocada em câmara jaquetada, por 60 horas a 42°C. Decorrido esse

tempo, foi conduzido o teste de germinação, com avaliação no quinto dia após a

semeadura, sendo os resultados expressos em porcentagem (KRZYZANOWSKI et

al., 1999).

Os resultados da medição da concentração de fosfina durante o expurgo das

sementes foram representados graficamente e os dados de germinação e vigor

(envelhecimento acelerado) foram submetidos à análise de variância. Para análise

estatística os dados foram transformados em raiz quadrada de x+1. Para as análises

estatísticas, foi utilizado o software SASM - Agri (CANTERI et al., 2001).

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4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados mostraram que os tratamentos com inseticidas foram eficazes na

prevenção e controle dos insetos-pragas de sementes de trigo, deixando-as isentas

de infestação. O monitoramento do gás fosfina durante o expurgo demonstrou a

manutenção da concentração mínima necessária para eliminar todas as fases de

vida dos insetos- pragas, garantindo a eficácia do tratamento (Tabela 2 e Figura 6).

Em menos de 24h, a concentração da fosfina já ultrapassava 1.000 mg/dcm-3 e

manteve-se acima desse nível, até sete dias (168h) após a aplicação. Estes

resultados evidenciam o período de ação e a capacidade de difusão da fosfina na

pilha e no interior dos sacos de sementes. Além disso, vale destacar o cuidado

necessário devido à persistência do produto.

Os resultados das avaliações de germinação das sementes em laboratório e

avaliações de emergências em casa de vegetação, não diferiram entre os

tratamentos empregando fosfina, inseticidas líquidos e terra de diatomáceas

(Tabelas 3, 4 e 5), nas sete épocas de avaliação. Todavia, as sementes não

submetidas aos tratamentos inseticidas apresentaram germinação nula aos 90 dias

e emergência em areia aos 120 dias de armazenamento. Entre março e abril

(30dias) ocorreu uma redução de 40 pontos percentuais na emergência em areia

das sementes não tratadas.

As sementes submetidas aos três tratamentos inseticidas apresentaram ao

final de sete meses de armazenamento, em condições ambientais, uma redução

média de germinação e emergência de oito pontos percentuais relativamente ao

início do período de armazenamento. Esta ocorrência pode ser atribuída às

condições ambientais prevalecentes durante o período de armazenamento, que

embora favoráveis, sempre há redução de qualidade, conforme destacam Baudet e

Villela (2012). Armazenando sementes de trigo, cultivares IAC-24 e IAC-362, durante

12 meses com aplicação trimestral de fosfina com exposição por 120h, Rocha Junior

e Usberti (2007) verificaram que a fosfina foi eficiente no controle da infestação por

insetos-pragas e a qualidade fisiológica das sementes não tratadas decresceu mais

rápida e acentuadamente do que a das sementes expurgadas.

O teste de envelhecimento acelerado (Tabela 5) indicou redução de vigor nas

sementes não tratadas em março (90 dias) em relação às sementes tratadas com

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inseticidas. Esta ocorrência evidencia a redução antecipada de vigor (Tabela 5)

relativamente à germinação (Tabela 3), concordando com as afirmações de Marcos

Filho (2005). Vale destacar que mesmo as sementes tratadas com inseticidas

apresentaram, de maneira geral, redução de vigor a partir de quatro meses de

armazenamento. No final do período, o vigor das sementes de trigo, avaliado pelo

teste de envelhecimento acelerado, apresentou redução de 26 pontos percentuais

nas sementes tratadas com fosfina e 20 pontos percentuais nas sementes que

receberam terra de diatomáceas, em comparação ao início do período de

armazenamento.

A utilização de 42°C, por 60h, no teste de envelhecimento acelerado permitiu

estimar os efeitos de tratamento, a semelhança do verificado por Ohlson et al

(2010), ao concluírem que o teste de envelhecimento acelerado, utilizando

temperatura de 43oC, por 48 h, forneceu informações consistentes que permitiram a

diferenciação de lotes de sementes de trigo.

O custo dos inseticidas, tomando-se como base os preços em Londrina-PR, no

mês de setembro de 2012, atinge: expurgo com fosfina R$ 0,54 por tonelada,

tratamento químico líquido R$ 1,96 por tonelada e tratamento com terra de

diatomáceas R$ 9,30 por tonelada. Verifica-se que o tratamento químico líquido

equivale a 3,6 vezes o valor da fosfina e a terra de diatomáceas corresponde a 17,2

vezes o custo da fosfina e 4,7 vezes o do tratamento químico líquido. Embora a

diferença acentuada de valor, a terra de diatomáceas apresenta vantagens pelo fato

de não constituir-se em fonte potencial de contaminação ambiental, tampouco deixar

resíduos com efeitos prejudiciais às sementes e à saúde das pessoas,

comparativamente ao tratamento com inseticidas químicos.

Uma análise geral dos resultados obtidos permite verificar que os tratamentos

com fosfina, inseticidas líquidos e terra de diatomáceas permitiram um eficiente

controle de insetos-pragas durante os sete meses de armazenamento das sementes

de trigo, sob condições ambientais não controladas, mantendo a qualidade

fisiológica elevada até o final do período de armazenamento.

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TABELA 2 – Concentração de fosfina em diferentes partes do lote de sementes de trigo no período de 216 horas - (mg/dcm-3) de fosfina.

Unidade: Embrapa Produtos e Mercado - Escritório de Londrina

Data do início do expurgo: 15-12-2010 Data do final do expurgo: 24-12-2010

Responsável pela medição: Cairo Cezar Ferreira

Início da avaliação: 3 horas após a colocação das pastilhas

Pontos de medição da fosfina

Concentração de fosfina (mg/dcm-3

)/Tempo após a liberação da fosfina 03 horas

24 horas

48 horas

72 horas

96 horas

120 horas

144 horas

168 horas

192 horas

216 horas

1 Parte inferior esquerda do lote 333 1940 ≥2000 ≥2000 ≥2000 1745 1403 1041 805 653

2 Parte superior esquerda do lote 238 1913 ≥2000 ≥2000 ≥2000 1785 1344 1027 661 660

3 Parte inferior direita do lote 339 1880 ≥2000 ≥2000 ≥2000 1708 1322 1018 823 653

4 Parte superior direita do lote 340 1894 ≥2000 1944 ≥2000 1720 1321 1022 673 656

5 Centro do lote 330 1975 ≥2000 ≥2000 ≥2000 1741 1365 1070 678 671

6 Dentro do saco de sementes 282 1883 ≥2000 1615 1776 1737 1310 1023 741 595

Média 310 1914 ≥2000 1926 1963

1739 1344 1034 730

648

Fosfina a 2 g/m

3 de PH3( = 6 g/m

3 de Fertox = 2 pastilhas por m

3)

Figura 6. Concentração de fosfina (PH3) durante o período de expurgo de sementes

de trigo cultivar BRS 210. Embrapa Produtos e Mercado - Escritório de Londrina, 2010.

0

400

800

1200

1600

2000

2400

3 horas 24 horas 48 horas 72 horas 96 horas 120 horas 144 horas 168 horas 192 horas 216 horas

Tempo de exposição das sementes ao PH3 (horas)

Co

nc

en

tra

çã

o d

e P

H3

(p

pm

)

Parte inferior esquerda do lote Parte superior esquerda do lote Parte inferior direita do lote

Parte superior direita do lote Centro do lote Dentro do saco de sementes

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TABELA 3 - Germinação de sementes de trigo submetidas aos tratamentos para controle de insetos-pragas durante o armazenamento. Londrina, PR,

2011.

Tratamentos Meses

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho

Testemunha (sem controle) 89 a 94 a 90 a - b - b - b - b

Expurgo com fosfina 93 a 93 a 90 a 87 a 94 a 90 a 89 a

Tratamento químico 96 a 96 a 96 a 92 a 90 a 92 a 88 a

Terra de diatomáceas 91 a 91 a 94 a 90 a 90 a 87 a 85 a

CV (%) 2,02 1,74 1,59 2,56 2,00 2,91 1,88

Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.

TABELA 4. Emergência de sementes de trigo, em areia, submetidas a tratamentos para controle de insetos-pragas durante o armazenamento. Londrina,

PR, 2011.

Tratamentos Meses

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho

Testemunha (sem controle) 91 a 90 a 89 a 49 b - b - b - b

Expurgo com fosfina 94 a 91 a 88 a 89 a 90 a 89 a 86 a

Tratamento químico 93 a 92 a 93 a 91 a 88 a 92 a 86 a

Terra de diatomáceas 96 a 90 a 91 a 92 a 88 a 88 a 86 a

CV(%) 1,38 1,37 1,98 1,61 1,77 2,27 1,35

Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.

TABELA 5 – Vigor (envelhecimento acelerado) em sementes de trigo submetidas aos tratamentos para controle de insetos-pragas durante o

armazenamento. Londrina, PR, 2011.

Tratamentos Meses

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho

Testemunha (sem controle) 62 a 61 a 50 b - b - b - b - c

Expurgo com fosfina 70 a 64 a 68 a 36 a 43 a 39 a 44 a

Tratamento químico 58 a 61 a 68 a 46 a 35 a 33 a 35 b

Terra de diatomáceas 56 a 59 a 67 a 38 a 45 a 38 a 36 b

CV (%) 4,94 4,70 5,56 11,00 9,03 13,29 6,07

Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.

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5 - CONCLUSÃO

Os inseticidas químicos e a terra de diatomáceas não permitiram o

desenvolvimento de insetos-pragas e não afetaram negativamente a qualidade

fisiológica das sementes de trigo durante o armazenamento das sementes pelo

período de sete meses.

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6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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abril de 2012.

BAUDET, L.; VILLELA, F. A. Armazenamento de sementes. In: PESKE, S.T.;

VILLELA, F.A.; MENEGHELLO, G.E. SEMENTES: fundamentos científicos e

tecnológicos. Pelotas, 2012. p. 482 – 528.

BENHALIMA, H.; CHAUDRY, M.Q.; MILLS, K.A.; PRICE, N.R. Phosphine resistance

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