tratamento aeróbio com lodo ativado
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Tratamento Aeróbio com Lodo
Ativado
Introdução
Historicamente o desenvolvimento urbano e industrial, originou-se ao longo do tempo o
aumento do consumo e consequentemente o aumento na produção de resíduos, tais que
provocam uma grande alteração principalmente em corpos hídricos, assim utilizando
diretamente os rios como receptor dos degetos, causando a alteração da qualidade nos
corpos receptores e consequentemente a sua poluição (degradação).
O fato preocupante é o aumento tanto das populações quanto das atividades
industriais e o número de vezes que um mesmo rio recebe dejetos urbanos e industriais.
A poluição origina-se devido a perdas de energia, produtos e matérias primas, ou
seja, devido à ineficiência dos processos industriais,e utilização de produtos pela
população.
Com a necessidade de amenizar ou ao menos diminuir esse grande problema que
afetam praticamente todas as cidades mundiais principalmente os grandes centros
urbanos utilizam-se processos para o tratamento desses dejetos ,como por exemplo o
tratamento com o lodo ativado.
O processo de lodos ativados tem sido uma tecnologia bastante utilizada para o
tratamento de esgotos domésticos e industriais, apresentando elevada eficiência de
tratamento, flexibilidade operacional, possibilidade de remoção de nutrientes, entre
outras vantagens. Entretanto, lhe são atribuídas algumas desvantagens como: elevada
mecanização, alto custo de implantação e manutenção, operação mais sofisticada e
necessidade de tratamento de um grande volume de lodo gerado .
O sistema de lodos ativados é o mais utilizado no tratamento biológico aeróbio
de esgoto sanitário e também industrial no Brasil e no mundo. O princípio baseia-se na
oxidação bioquímica dos compostos orgânicos e inorgânicos presentes nos efluentes,
mediada por uma população microbiana diversificada e mantida em suspensão num
meio aeróbio.
Recentemente, os processos anaeróbios de alta taxa para tratamento de esgotos,
em especial o Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de Lodo (UASB), têm-se
apresentado como uma tecnologia capaz de suprir algumas desvantagens dos sistemas
aeróbios mecanizados, principalmente no que diz respeito ao consumo energético e à
menor geração de lodo. Porém, o efluente tratado por estes processos apresenta algumas
características insuficientes do ponto de vista legal e ambiental.
Com a finalidade de promover um equilíbrio entre as vantagens e desvantagens dos
sistemas aeróbios e anaeróbios, pesquisas recentes caminham no sentido de combinar
estes processos, em especial uma primeira etapa anaeróbia seguida de um pós
tratamento aeróbio.
Desenvolvimento
Os tratamentos baseados em processos biológicos permitem tratar grandes volumes de
efluente, apresentam menor custo de funcionamento e simplicidade operacional, sendo
que para efluentes complexos, o processo biológico mais amplamente usado é o
tratamento por lodos ativados, cujo nível de eficiência é bem elevado.
O processo de lodo ativado consiste em se provocar o desenvolvimento de uma cultura
microbiológica na forma de flocos (lodos ativados) em um tanque de aeração, que é
alimentada pelo efluente a tratar. Em condições naturais, a decomposição aeróbia
necessita três vezes menos tempo que a anaeróbia e dela resultam gás carbônico, água,
nitratos e sulfatos, substâncias inofensivas e úteis à vida vegetal.
O tratamento consiste em dois estágios o primário e secundário.
O Tratamento Primário retira os sólidos grosseiros como pedaços de madeira,
pedras areia grossa e fina que poderiam danificar os equipamentos da unidade e usa
métodos simples como degradagem e decantação.
No Tratamento Secundário, o efluente, já livre dos resíduos maiores, passa por
um tratamento biológico onde a carga orgânica entra em contato com micro-organismos
que a decompõem dentro de tanques.
Neste tanque, a aeração tem por finalidade proporcionar oxigênio aos micro-
organismos e evitar a deposição dos flocos bacterianos e os misturar homogeneamente
ao efluente. Esta mistura é denominada "licor".
.
O licor é enviado continuamente a um decantador (decantador secundário),
destinado a separar o efluente tratado do lodo. O lodo é recirculado ao tanque de
aeração a fim de manter a concentração de micro-organismos dentro de uma certa
proporção em relação à carga orgânica afluente. O sobrenadante do decantador é o
efluente tratado, pronto para descarte ao corpo receptor.
O excesso de lodo, decorrente do crescimento biológico, é extraído do sistema
sempre que a concentração do licor ultrapassa os valores de projeto. Este lodo pode ser
espessado e desidratado, tendo como aplicação o uso em agricultura.
Neste sistema, seus tanques e acessórios tem as seguintes funções:
- Tanque de Aeração: promover o desenvolvimento de uma colônia microbiológica
(biomassa), a qual consumirá a matéria orgânica do efluente; a quantidade de biomassa
é expressa como SSTA (sólidos em suspensão no tanque de aeração).
Sistema de aeração
•Ar difuso-
•Aeração superficial-
- Decantador Secundário: separar a biomassa que consumiu a matéria orgânica do
efluente, a qual sedimenta-se no fundo do decantador, permitindo que o sobrenadante
seja descartado como efluente tratado, já com sua carga orgânica reduzida e isento de
biomassa.
- Bombas de Recirculação: retornar a biomassa ao tanque de aeração, para que a mesma
continue sua ação depuradora; o crescimento da biomassa é contínuo, ocorrendo a
necessidade de um descarte periódico de quantidades definidas da mesma.
PARÂMETROS DO PROCESSO
Os valores normais para estes índices variam entre:
TO: ( Taxa de oxigenação) 1,0 a 2,2 kg O2/kg DBO
F/M: (Relação Alimento/Microorganismo (Food/Microorganism Ratio) 0,07 a 0,45 kg
DBO/d.kg SSTA
RS: (resíduo sedimentável no tanque de aeração) 300 a 500 ml/l (Cone Imhoff)
SSTA: 1,5 a 4,0 g/l
SSRL: (sólidos em suspensão no retorno de lodo) 4,0 a 8,0 g/l
O2D: (oxigênio dissolvido) 1,5 a 2,5 mg/l
IL: Idade do lodo- entre 10 e 30 dias
IVL: (índice volumétrico de lodo) entre 90 e 150 ml/g --> boa sedimentabilidade
Elementos atuantes
Biológicos – microrganismos: Cianobactérias, Algas, Bactérias, Levedos
,Protozoários ,Algas, Actinomicetes.
Físicos - sedimentação, fatores hidráulicos
Ambientais - Temperatura
Químicos - disponibilidade de substrato, nutrientes,
oxigênio, pH, etc.
FLOCOS BIOLÓGICOS
Os flocos biológicos são formados basicamente por bactérias filamentosas
formadoras de flocos no reator biológico, e a saúde destas influencia na boa formação
dos mesmos, e consequentemente na boa sedimentação dos flocos no decantador
secundário.
Os principais motivos para o aparecimento de filamentos em sistemas aeróbios são
escassez de nutrientes, baixa concentração de OD, baixa carga orgânica, presença de
compostos reduzidos de enxofre, etc, por isso a identificação desses organismos é de
suma importância para diagnosticar o desempenho e a operação de um tratamento.
Formação dos Flocos
Macroestrutura - bactérias filamentosas formando o
“esqueleto” do floco conferindo sustentação.
Microestrutura - bactérias não filamentosas produtoras de
exo-polímeros.
Floculação - Equilíbrio entre macro e micro estruturas
associado ao metabolismo bacteriano.
MICROFAUNA:
- Protozoários (5 - 1000 micros)
- Micrometazoários
- Fungos
Papel:
- Remoção de bactérias;
- Degradação da matéria orgânica;
- Contribuição na floculação;
- Manutenção do equilíbrio ecológico;
- Bioindicadores;
- Redução da produção de lodo.
No caso dos microrganismos protozoários e metazoários fazem o “polimento final” do
efluente, exercendo, portanto, um papel muito importante no tratamento biológico,
auxiliando na remoção de DBO, um pouco de DQO e principalmente turbidez do
efluente. Porém, para que esses organismos estejam presentes, e de forma ativa, é
necessário que o efluente a ser tratado possua condições ideais de temperatura, OD e pH
ao seu desenvolvimento, e que esteja livre de toxicidade.
Crescimento Bacteriano
Etapas:
– Fase de Aclimatação;
– Fase de Aceleração;
– Fase log ou exponencial;
– Fase de desaceleração;
– Fase Estacionária;
– Fase de Declínio.
VANTAGENS DO SISTEMA
Grande adaptação as transições hidráulicas e de carga;
Elevada eficiência na remoção de matéria orgânica e
nitrogênio;
Utilização de menores áreas para implantação;
Boa capacidade de mineralização do lodo;
Flexibilidade operacional, permitindo diferentes objetivos
de qualidade;
Possibilidade de uso do lodo na agricultura.
DESVANTAGENS DO SISTEMA
Elevados custos de investimento,operação e
manutenção;
Necessidade de operação 24 h por dia;
Alto consumo energético (aeração, recirculação,descarte e manutenção de
equipamentos);
Emissões de ruídos;
Menor eficiência de remoção de elementos
conservativos (metais pesados, pesticidas...);
Grande produção de lodo.
Conclusão
O tratamento e o monitoramento dos efluentes industriais são importantes
principalmente para a preservação ambiental. O tratamento pelo processo com lodo
Ativado é sem dúvidas um dos mais eficientes e usados atualmente, a pesar de
apresentar suas desvantagens seus resultados superam a eficiências de outros meios .
No entanto para obtenção de melhores resultados tanto em relação a eficiência quanto
tratando-se de um meio economicamente viável pesquisas recentes estão sendo
realizadas onde buscam combinar os dois processos aeróbios e anaeróbios , na qual
consistirá, em especial uma primeira etapa anaeróbia seguida de um pós tratamento
aeróbio. Visando uma melhor eficiência.