tratado de amizade e cooperação. brasil e portugal

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  • 7/22/2019 Tratado de Amizade e Cooperao. Brasil e Portugal

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    Resoluo da Assembleia da Repblica n. 83/2000Tratado de Amizade, Cooperao e Consulta entre a Repblica

    Portuguesa e a Repblica Federativa do Brasil, assinado emPorto Seguro em 22 de Abril de 2000

    Aprova, para ratificao, o Tratado de Amizade, Cooperao eConsulta entre a Repblica Portuguesa e a Repblica Federativa doBrasil, assinado em Porto Seguro em 22 de Abril de 2000.A Assembleia da Repblica resolve, nos termos da alnea i) do artigo161. e do n. 5 do artigo 166. da Constituio, aprovar, pararatificao, o Tratado de Amizade, Cooperao e Consulta entre a

    Repblica Portuguesa e a Repblica Federativa do Brasil, assinado emPorto Seguro em 22 de Abril de 2000, cujas duas verses em lnguaportuguesa seguem em anexo.Aprovada em 28 de Setembro de 2000.O Presidente da Assembleia da Repblica, Antnio de Almeida Santos.

    TRATADO DE AMIZADE, COOPERAO E CONSULTA ENTREA REPBLICA PORTUGUESA E A REPBLICA

    FEDERATIVA DO BRASIL

    O Governo da Repblica Portuguesa e o Governo da RepblicaFederativa do Brasil, adiante denominadas Partes Contratantes:Representados pelo Ministro dos Negcios Estrangeiros de Portugal epelo Ministro de Estado das Relaes Exteriores do Brasil, reunidosem Porto Seguro, aos 22 de Abril de 2000;Considerando que nesse dia se comemora o 5. centenrio do factohistrico do descobrimento do Brasil;Conscientes do amplo campo de convergncia de objectivos e danecessidade de reafirmar, consolidar e desenvolver os particulares e

    fortes laos que unem os dois povos, fruto de uma histria partilhadapor mais de trs sculos e que exprimem uma profunda comunidadede interesses morais, polticos, culturais, sociais e econmicos;Reconhecendo a importncia de instrumentos similares queprecederam o presente Tratado;acordam no seguinte:

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    TTULO I

    Princpios fundamentais

    1Fundamentos e objectivos do Tratado

    Artigo 1.

    As Partes Contratantes, tendo em mente a secular amizade queexiste entre os dois pases, concordam em que suas relaes teropor base os seguintes princpios e objectivos:

    1) O desenvolvimento econmico, social e cultural alicerado norespeito dos direitos e liberdades fundamentais, enunciados naDeclarao Universal dos Direitos do Homem, no princpio daorganizao democrtica da sociedade e do Estado, e na busca deuma maior e mais ampla justia social;2) O estreitamento dos vnculos entre os dois povos com vista garantia da paz e do progresso nas relaes internacionais, luz dosobjectivos e princpios consagrados na Carta das Naes Unidas;3) A consolidao da comunidade dos pases de lngua portuguesa,em que Portugal e Brasil se integram, instrumento fundamental na

    prossecuo de interesses comuns;4) A participao de Portugal e do Brasil em processos de integraoregional, como a Unio Europeia e o Mercosul, almejando permitir aaproximao entre a Europa e a Amrica Latina para a intensificaodas suas relaes.

    Artigo 2.

    1 - O presente Tratado de Amizade, Cooperao e Consulta define osprincpios gerais que ho-de reger as relaes entre os dois pases,

    luz dos princpios e objectivos atrs enunciados.2 - No quadro por ele traado, outros instrumentos jurdicosbilaterais, j concludos ou a concluir, so ou podero ser chamados adesenvolver ou regulamentar reas sectoriais determinadas.

    2Cooperao poltica e estruturas bsicas de consulta e cooperao

    Artigo 3.

    Em ordem a consolidar os laos de amizade e de cooperao entre asPartes Contratantes, sero intensificadas a consulta e a cooperaopoltica sobre questes bilaterais e multilaterais de interesse comum.

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    Artigo 4.

    A consulta e a cooperao poltica entre as Partes Contratantes terocomo instrumento:a) Visitas regulares dos Presidentes dos dois pases;b) Cimeiras anuais dos dois Governos, presididas pelos chefes dosrespectivos Executivos;c) Reunies dos responsveis pela poltica externa de ambos ospases, a realizar, em cada ano, alternadamente, em Portugal e noBrasil, bem como, sempre que recomendvel, no quadro deorganizaes internacionais, de carcter universal ou regional, em

    que os dois Estados participem;d) Visitas recprocas dos membros dos poderes constitudos de ambosos pases, para alm das referidas nas alneas anteriores, comespecial incidncia naquelas que contribuam para o reforo dacooperao interparlamentar;e) Reunies de consulta poltica entre altos funcionrios do Ministriodos Negcios Estrangeiros de Portugal e do Ministrio das RelaesExteriores do Brasil;f) Reunies da Comisso Permanente criada por este Tratado aoabrigo do artigo 69.

    Artigo 5.

    A consulta e a cooperao nos domnios cultural e cientfico,econmico e financeiro e em outros domnios especficos processar-se-o atravs dos mecanismos para tanto previstos no presenteTratado e nos acordos sectoriais relativos a essas reas.

    TTULO IIDos portugueses no Brasil e dos brasileiros em Portugal

    1Entrada e permanncia de portugueses no Brasil e de brasileiros em

    Portugal

    Artigo 6.

    Os titulares de passaportes diplomticos, especiais, oficiais ou deservio, vlidos de Portugal ou do Brasil, podero entrar no territrioda outra Parte Contratante ou dela sair sem necessidade de qualquervisto.

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    Artigo 7.

    1 - Os titulares de passaportes comuns vlidos de Portugal ou doBrasil que desejem entrar no territrio da outra Parte Contratantepara fins culturais, empresariais, jornalsticos ou tursticos, porperodo de at 90 dias, so isentos de visto.2 - O prazo referido no n. 1 poder ser prorrogado segundo alegislao imigratria de cada um dos pases, por um perodo mximode 90 dias.

    Artigo 8.

    A iseno de vistos estabelecida no artigo anterior no exime os seusbeneficirios da observncia das leis e regulamentos em vigor,concernentes entrada e permanncia de estrangeiros no pas deingresso.

    Artigo 9.

    vedado aos beneficirios do regime de iseno de vistosestabelecido no artigo 6. o exerccio de actividades profissionais cuja

    remunerao provenha de fonte pagadora situada no pas deingresso.

    Artigo 10.

    As Partes Contratantes trocaro exemplares dos seus passaportes emcaso de mudana dos referidos modelos.

    Artigo 11.

    Em regime de reciprocidade, so isentos de toda e qualquer taxa deresidncia os nacionais de uma das Partes Contratantes residentes noterritrio da outra Parte Contratante.

    2Estatuto de igualdade entre portugueses e brasileiros

    Artigo 12.

    Os portugueses no Brasil e os brasileiros em Portugal, beneficiriosdo estatuto de igualdade, gozaro dos mesmos direitos e estarosujeitos aos mesmos deveres dos nacionais desses Estados, nostermos e condies dos artigos seguintes.

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    Artigo 13.

    1 - A titularidade do estatuto de igualdade por portugueses no Brasile por brasileiros em Portugal no implicar em perda das respectivasnacionalidades.2 - Com ressalva do disposto no n. 3 do artigo 17., os portuguesese brasileiros referidos no n. 1 continuaro no exerccio de todos osdireitos e deveres inerentes s respectivas nacionalidades, comexcluso daqueles que ofenderem a soberania nacional e a ordempblica do Estado de residncia.

    Artigo 14.

    Exceptuam-se do regime de equiparao previsto no artigo 12. osdireitos expressamente reservados pela Constituio de cada umadas Partes Contratantes aos seus nacionais.

    Artigo 15.

    O estatuto de igualdade ser atribudo mediante deciso do Ministrioda Administrao Interna, em Portugal, e do Ministrio da Justia, no

    Brasil, aos brasileiros e portugueses que o requeiram, desde quecivilmente capazes e com residncia habitual no pas em que ele requerido.

    Artigo 16.

    O estatuto de igualdade extinguir-se- com a perda, pelo beneficirio,da sua nacionalidade ou com a cessao da autorizao depermanncia no territrio do Estado de residncia.

    Artigo 17.1 - O gozo de direitos polticos por portugueses no Brasil e porbrasileiros em Portugal s ser reconhecido aos que tiverem trs anosde residncia habitual e depende de requerimento autoridadecompetente.2 - A igualdade quanto aos direitos polticos no abrange as pessoasque, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de direitosequivalentes.3 - O gozo de direitos polticos no Estado de residncia importa nasuspenso do exerccio dos mesmos direitos no Estado danacionalidade.

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    Artigo 18.

    Os portugueses e brasileiros beneficirios do estatuto de igualdadeficam submetidos lei penal do Estado de residncia nas mesmascondies em que os respectivos nacionais e no esto sujeitos extradio, salvo se requerida pelo Governo do Estado danacionalidade.

    Artigo 19.

    No podero prestar servio militar no Estado de residncia osportugueses e brasileiros nas condies do artigo 12. A lei interna de

    cada Estado regular, para esse efeito, a situao dos respectivosnacionais.

    Artigo 20.

    O portugus ou brasileiro, beneficirio do estatuto de igualdade, quese ausentar do territrio do Estado de residncia ter direito proteco diplomtica apenas do Estado da nacionalidade.

    Artigo 21.

    Os Governos de Portugal e do Brasil comunicaro reciprocamente, porvia diplomtica, a aquisio e perda do estatuto de igualdaderegulado no presente Tratado.

    Artigo 22.

    Aos portugueses no Brasil e aos brasileiros em Portugal, beneficiriosdo estatuto de igualdade, sero fornecidos, para uso interno,documentos de identidade de modelos iguais aos dos respectivos

    nacionais, com a meno da nacionalidade do portador e refernciaao presente Tratado.

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    TTULO III

    Cooperao cultural, cientfica e tecnolgica

    1Princpios gerais

    Artigo 23.

    1 - Cada Parte Contratante favorecer a criao e a manuteno, emseu territrio, de centros e institutos destinados ao estudo, pesquisae difuso da cultura literria, artstica, cientfica e da tecnologia da

    outra Parte.2 - Os centros e institutos referidos compreendero, designadamente,bibliotecas, ncleos de bibliografia e documentao, cinematecas,videotecas e outros meios de informao.

    Artigo 24.

    1 - Cada Parte Contratante esforar-se- por promover no territrioda outra o conhecimento do seu patrimnio cultural, nomeadamenteatravs de livros, peridicos e outras publicaes, meios udio-visuais

    e electrnicos, conferncias, concertos, exposies, exibiescinematogrficas e teatrais e manifestaes artsticas semelhantes eprogramas radiofnicos e de televiso.2 - Parte promotora das actividades mencionadas no nmero oupargrafo anterior caber o encargo das despesas delas decorrentes,devendo a Parte em cujo territrio se realizem as manifestaesassegurar toda a assistncia e a concesso das facilidades ao seualcance.3 - A todo o material que fizer parte das referidas manifestaes serconcedida, para efeito de desembarao alfandegrio, iseno de

    direitos e demais imposies.Artigo 25.

    Com o fim de promover a realizao de conferncias, estgios, cursosou pesquisas no territrio da outra Parte, cada Parte Contratantefavorecer e estimular o intercmbio de professores, estudantes,escritores, artistas, cientistas, pesquisadores, tcnicos e demaisrepresentantes de outras actividades culturais.

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    Artigo 26.

    1 - Cada Parte Contratante atribuir anualmente bolsas de estudo anacionais da outra Parte possuidores de diploma universitrio,profissionais liberais, tcnicos, cientistas, pesquisadores, escritores eartistas, a fim de aperfeioarem os seus conhecimentos ou realizarempesquisas no campo das suas especialidades.2 - As bolsas de estudo devero ser utilizadas no territrio da Parteque as tiver concedido.

    Artigo 27.

    1 - Cada Parte Contratante promover, atravs de instituiespblicas ou privadas, especialmente institutos cientficos, sociedadesde escritores e artistas, cmaras e institutos de livros, o envio regulardas suas publicaes e demais meios de difuso cultural com destinos instituies referidas no n. 2 do artigo 23.2 - Cada Parte Contratante estimular a edio, a co-edio e aimportao das obras literrias, artsticas, cientficas e tcnicas deautores nacionais da outra Parte.3 - As Partes Contratantes estimularo entendimentos entre as

    instituies representativas da indstria do livro, com vista realizao de acordos sobre a traduo de obras estrangeiras para alngua portuguesa e sua edio.4 - As Partes Contratantes organizaro, atravs dos seus servioscompetentes, a distribuio coordenada das reedies de obrasclssicas e das edies de obras originais feitas em seu territrio, emnmero suficiente para a divulgao regular das respectivas culturasentre instituies e pessoas interessadas da outra Parte.

    Artigo 28.

    1 - As Partes Contratantes comprometem-se a estimular acooperao nos campos da cincia e da tecnologia.2 - Essa cooperao poder assumir, nomeadamente, a forma deintercmbio de informaes e de documentao cientfica, tcnica etecnolgica; de intercmbio de professores, estudantes, cientistas,pesquisadores, peritos e tcnicos; de organizao de visitas e viagensde estudo de delegaes cientficas e tecnolgicas; de estudo,preparao e realizao conjunta ou coordenada de programas ouprojectos de pesquisa cientfica e de desenvolvimento tecnolgico; deapoio realizao, no territrio de uma das Partes, de exposies decarcter cientfico, tecnolgico e industrial, organizadas pela outraParte Contratante.

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    Artigo 29.

    Os conhecimentos tecnolgicos adquiridos em conjunto, em virtudeda cooperao nos campos da cincia e da tecnologia, concretizadosem produtos ou processos que representem invenes, seroconsiderados propriedade comum e podero ser patenteados emqualquer das Partes Contratantes, conforme a legislao aplicvel.

    Artigo 30.

    As Partes Contratantes propem-se levar a cabo a microfilmagem ou

    a incluso em outros suportes electrnicos de documentos deinteresse para a memria nacional de Portugal e do Brasil existentesnos respectivos arquivos e examinaro em conjunto, quandosolicitadas, a possibilidade de participao nesse projecto de pasesde tradio cultural comum.

    Artigo 31.

    1 - Cada Parte Contratante, com o objectivo de desenvolver ointercmbio entre os dois pases no domnio da cinematografia e

    outros meios udio-visuais, favorecer a co-produo de filmes,vdeos e outros meios udio-visuais, nos termos dos nmeros oupargrafos seguintes.2 - Os filmes cinematogrficos de longa ou curta metragem realizadosem regime de co-produo sero considerados nacionais pelasautoridades competentes dos dois pases e gozaro dos benefcios evantagens que a legislao de cada Parte Contratante assegurar srespectivas produes.3 - Sero definidas em acordo complementar as condies em que seconsidera co-produo, para os efeitos do nmero ou pargrafo

    anterior, a produo conjunta de filmes cinematogrficos pororganizaes ou empresas dos dois pases, bem como osprocedimentos a observar na apresentao e realizao dosrespectivos projectos.4 - Outras co-produes udio-visuais podero ser consideradasnacionais pelas autoridades competentes dos dois pases e gozar dosbenefcios e vantagens que a legislao de cada Parte Contratanteassegurar s respectivas produes, em termos a definir em acordocomplementar.

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    Cooperao no domnio da lngua portuguesa

    Artigo 32.

    As Partes Contratantes, reconhecendo o seu interesse comum nadefesa, no enriquecimento e na difuso da lngua portuguesa,promovero, bilateral ou multilateralmente, em especial no quadro dacomunidade dos pases de lngua portuguesa, a criao de centrosconjuntos para a pesquisa da lngua comum e colaborao na suadivulgao internacional, e nesse sentido apoiaro as actividades do

    Instituto Internacional de Lngua Portuguesa, bem como iniciativasprivadas similares.

    3Cooperao no domnio do ensino e da pesquisa

    Artigo 33.

    As Partes Contratantes favorecero e estimularo a cooperao entreas respectivas universidades, instituies de ensino superior, museus,

    bibliotecas, arquivos, cinematecas, instituies cientficas etecnolgicas e demais entidades culturais.

    Artigo 34.

    Cada Parte Contratante promover a criao, nas respectivasuniversidades, de ctedras dedicadas ao estudo da histria, literaturae demais reas culturais da outra Parte.

    Artigo 35.

    Cada Parte Contratante promover a incluso nos seus programasnacionais, nos vrios graus e ramos de ensino, do estudo daliteratura, da histria, da geografia e das demais reas culturais daoutra Parte.

    Artigo 36.

    As Partes Contratantes procuraro coordenar as actividades dosleitorados de Portugal e do Brasil em outros pases.

    Artigo 37.

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    Artigo 42.

    1 - Podem as universidades e demais instituies de ensino superiorem Portugal e as universidades no Brasil celebrar convniostendentes a assegurar o reconhecimento automtico dos graus ettulos acadmicos por elas emitidos em favor dos nacionais de uma eoutra Parte Contratante, tendo em vista os currculos dos diferentescursos por elas ministrados.2 - Tais convnios devero ser homologados pelas autoridadescompetentes em cada uma das Partes Contratantes, se a legislaolocal o exigir.

    Artigo 43.

    Sem prejuzo do que se achar eventualmente disposto quanto anumerus clausus, o acesso a cursos de ps-graduao emuniversidades e demais instituies de ensino superior em Portugal eem universidades no Brasil facultado aos nacionais da outra ParteContratante em condies idnticas s exigidas aos nacionais do pasda instituio em causa.

    Artigo 44.

    Com as adaptaes necessrias, aplica-se por analogia, aoreconhecimento de ttulos de especializao, o disposto nos artigos39. a 41.

    Artigo 45.

    1 - As universidades e demais instituies de ensino superior emPortugal e as universidades do Brasil, as associaes profissionaispara tal legalmente habilitadas ou suas federaes, bem como as

    entidades pblicas para tanto competentes, de cada uma das PartesContratantes podero celebrar convnios que assegurem oreconhecimento de ttulos de especializao por elas emitidos, emfavor de nacionais de uma e outra Parte.2 - Tais convnios devero ser homologados pelas autoridadescompetentes de ambas as Partes se no tiverem sido por elassubscritos.

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    Acesso a profisses e seu exerccio

    Artigo 46.

    Os nacionais de uma das Partes Contratantes podero aceder a umaprofisso e exerc-la, no territrio da outra Parte Contratante, emcondies idnticas s exigidas aos nacionais desta ltima.

    Artigo 47.

    Se o acesso a uma profisso ou o seu exerccio se acharemregulamentados no territrio de uma das Partes Contratantes pordisposies decorrentes da participao desta em um processo deintegrao regional, podero os nacionais da outra Parte Contratanteaceder naquele territrio a essa profisso e exerc-la em condiesidnticas s prescritas para os nacionais dos outros Estadosparticipantes nesse processo de integrao regional.

    6Direitos de autor e direitos conexos

    Artigo 48.

    1 - Cada Parte Contratante, em harmonia com os compromissosinternacionais a que tenha aderido, reconhece e assegura aproteco, no seu territrio, dos direitos de autor e direitos conexosdos nacionais da outra Parte.2 - Nos mesmos termos e sempre que verificada a reciprocidade,sero reconhecidos e assegurados os direitos sobre bensinformticos.

    3 - Ser estudada a melhor forma de conceder aos beneficirios doregime definido nos dois nmeros ou pargrafos anteriorestratamento idntico ao dos nacionais, no que toca ao recebimentodos seus direitos.

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    TTULO IV

    Cooperao econmica e financeira

    1Princpios gerais

    Artigo 49.

    As Partes Contratantes encorajaro e esforar-se-o por promover odesenvolvimento e a diversificao das suas relaes econmicas efinanceiras, mediante uma crescente cooperao, tendente a

    assegurar a dinamizao e a modernizao das respectivaseconomias, sem prejuzo dos compromissos internacionais por elasassumidos.

    Artigo 50.

    Tendo em vista o disposto no artigo anterior, as Partes Contratantesprocuraro definir, relativamente aos diversos sectores de actividade,regimes legais que permitam o acesso das pessoas singulares ecolectivas ou pessoas fsicas e jurdicas nacionais de cada uma delas

    a um tratamento tendencialmente unitrio.Artigo 51.

    Reconhecem as Partes que a realizao dos objectivos referidos noartigo 49. requer:a) A difuso adequada, sistemtica e actualizada de informaessobre a capacidade de oferta de bens e de servios e de tecnologia,bem como de oportunidade de investimentos nos dois pases;b) O acrscimo de colaborao entre empresas portuguesas e

    brasileiras, atravs de acordos de cooperao, de associao e outrosque concorram para o seu crescimento e progresso tcnico e facilitemo aumento e a valorizao do fluxo de trocas entre os dois pases;c) A promoo e realizao de projectos comuns de investimentos, deco-investimento e de transferncia de tecnologia com vista adesenvolver e modernizar as estruturas empresariais em Portugal eno Brasil e facilitar o acesso a novas actividades em termoscompetitivos no plano internacional.

    Artigo 52.

    Para alcanar os objectivos assinalados nos artigos anteriores,propem-se as Partes, designadamente:

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    Artigo 55.

    As Partes Contratantes concedero entre si todas as facilidadesnecessrias para a realizao de exposies, feiras ou certamessemelhantes, comerciais, industriais, agrcolas e artesanais,nomeadamente o benefcio de importao temporria, a dispensa dopagamento dos direitos de importao para mostrurios e material depropaganda e, de um modo geral, a simplificao das formalidadesaduaneiras, nos termos e condies previstos nas respectivaslegislaes internas.

    3Cooperao no domnio dos investimentos

    Artigo 56.

    1 - Cada Parte Contratante promover a realizao no seu territriode investimentos de pessoas singulares e colectivas ou pessoasfsicas e jurdicas da outra Parte Contratante.2 - Os investimentos sero autorizados pelas Partes Contratantes deacordo com a sua lei interna.

    Artigo 57.

    1 - Cada Parte Contratante garantir, em seu territrio, tratamentono discriminatrio, justo e equitativo aos investimentos realizadospor pessoas singulares e colectivas ou pessoas fsicas e jurdicas daoutra Parte Contratante, bem como livre transferncia dasimportncias com eles relacionadas.2 - O tratamento referido no n. 1 deste artigo no ser menosfavorvel do que o outorgado por uma Parte Contratante aos

    investimentos realizados em seu territrio, em condiessemelhantes, por investidores de um terceiro pas, salvo aqueleconcedido em virtude de participao em processos de integraoregional, de acordos para evitar a dupla tributao ou de qualqueroutro ajuste em matria tributria.3 - Cada Parte Contratante conceder aos investimentos de pessoassingulares e colectivas ou pessoas fsicas e jurdicas da outra Partetratamento no menos favorvel que o dado aos investimentos deseus nacionais, excepto nos casos previstos pelas respectivaslegislaes nacionais.

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    Cooperao no domnio financeiro e fiscal

    Artigo 58.

    As Partes Contratantes podero estimular as instituies eorganizaes financeiras sediadas nos seus territrios a concluremacordos interbancrios e concederem crditos preferenciais, tendo emconta a legislao vigente nos dois pases e os respectivoscompromissos internacionais, com vista a facilitar a implementaode projectos de cooperao econmica bilateral.

    Artigo 59.

    1 - Cada Parte Contratante actuar com base no princpio da nodiscriminao em matria fiscal relativamente aos nacionais da outraParte.2 - As Partes Contratantes desenvolvero laos de cooperao nodomnio fiscal, designadamente atravs da adopo de instrumentosadequados para evitar a dupla tributao e a evaso fiscais.

    5Propriedade industrial e concorrncia desleal

    Artigo 60.

    Cada Parte Contratante, em harmonia com os compromissosinternacionais a que tenha aderido, reconhece e assegura aproteco, no seu territrio, dos direitos de propriedade industrial dosnacionais da outra Parte, garantindo a estes o recurso aos meios derepresso da concorrncia desleal.

    TTULO VCooperao em outras reas

    1Meio ambiente e ordenamento do territrio

    Artigo 61.

    As Partes Contratantes comprometem-se a cooperar no tratamentoadequado dos problemas relacionados com a defesa do meioambiente, no quadro do desenvolvimento sustentvel de ambos os

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    e experincias em temas de actualidade como, entre outros, asoperaes de paz das Naes Unidas.

    6Administrao Pblica

    Artigo 66.

    Atravs dos organismos competentes e com recurso, se necessrio, ainstituies e tcnicos especializados, as Partes Contratantesdesenvolvero a cooperao no mbito da reforma e modernizaoadministrativa, em temas e reas entre elas previamente definidos.

    7Aco consular

    Artigo 67.

    As Partes Contratantes favorecero contactos geis e directos entreas respectivas administraes na rea consular.

    Artigo 68.

    A partir dos acordos sectoriais vigentes, as Partes Contratantesdesenvolvero os mecanismos de cooperao baseados nacomplementaridade das redes consulares dos dois pases, de modo aestender a proteco consular aos nacionais de cada uma delas, noslocais, a serem previamente especificados entre ambas, onde noexista posto consular portugus ou representao consular brasileira.

    TTULO VI

    Execuo do TratadoArtigo 69.

    Ser criada uma Comisso Permanente luso-brasileira paraacompanhar a execuo do presente Tratado.

    Artigo 70.

    A Comisso Permanente ser composta por altos funcionriosdesignados pelo Ministro dos Negcios Estrangeiros de Portugal epelo Ministro de Estado das Relaes Exteriores do Brasil, em nmerono superior a cinco por cada Parte Contratante.

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    Artigo 71.

    A presidncia da Comisso ser assumida, em cada ano,alternadamente, pelo chefe da delegao de Portugal e pelo chefe dadelegao do Brasil.

    Artigo 72.

    A Comisso reunir-se- obrigatoriamente, uma vez por ano, no pasdo presidente em exerccio e poder ser convocada por iniciativadeste ou a pedido do chefe da delegao da outra Parte, sempre que

    as circunstncias o aconselharem.

    Artigo 73.

    Compete Comisso Permanente acompanhar a execuo dopresente Tratado, analisar as dificuldades ou divergncias surgidas nasua interpretao ou aplicao, propor as medidas adequadas para asoluo dessas dificuldades, bem como sugerir as modificaestendentes a aperfeioar a realizao dos objectivos desteinstrumento.

    Artigo 74.

    1 - A Comisso poder funcionar em pleno ou em subcomisses paraa anlise de questes relativas a reas especficas.2 - As propostas das subcomisses sero submetidas ao plenrio daComisso Permanente.

    Artigo 75.

    As dificuldades ou divergncias surgidas na interpretao ouaplicao do Tratado sero resolvidas atravs de consultas, pornegociao directa ou por qualquer outro meio diplomtico acordadopor ambas as Partes.

    Artigo 76.

    A composio das delegaes que participam nas reunies daComisso Permanente, ou das suas subcomisses, bem como a data,o local e a respectiva ordem de trabalhos sero estabelecidos por viadiplomtica.

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    TTULO VIIDisposies finais

    Artigo 77.

    1 - O presente Tratado entrar em vigor 30 dias aps a data darecepo da segunda das notas pelas quais as Partes comunicaremreciprocamente a aprovao do mesmo, em conformidade com osrespectivos processos constitucionais.2 - O presente Tratado poder, de comum acordo entre as PartesContratantes, ser emendado. As emendas entraro em vigor nostermos do n. 1.

    3 - Qualquer das Partes Contratantes poder denunciar o presenteTratado, cessando os seus efeitos seis meses aps o recebimento danotificao de denncia.

    Artigo 78.

    O presente Tratado revoga ou ab-roga os seguintes instrumentosjurdicos bilaterais:a) Acordo entre Portugal e os Estados Unidos do Brasil para aSupresso de Vistos em Passaportes Diplomticos e Especiais,

    celebrado em Lisboa aos 15 dias do ms de Outubro de 1951, portroca de notas;b) Tratado de Amizade e Consulta entre Portugal e o Brasil, celebradono Rio de Janeiro aos 16 dias do ms de Novembro de 1953;c) Acordo sobre Vistos em Passaportes Comuns entre Portugal e oBrasil, concludo em Lisboa, por troca de notas, aos 9 dias do ms deAgosto de 1960;d) Acordo Cultural entre Portugal e o Brasil, celebrado em Lisboa aos7 dias do ms de Setembro de 1966;e) Protocolo Adicional ao Acordo Cultural de 7 de Setembro de 1996,

    celebrado em Lisboa aos 22 dias do ms de Abril de 1971;f) Conveno sobre Igualdade de Direitos e Deveres entrePortugueses e Brasileiros, celebrada em Braslia aos 7 dias do ms deSetembro de 1971;g) Acordo, por troca de notas, entre Portugal e o Brasil para aAbolio do Pagamento da Taxa de Residncia pelos Nacionais deCada Um dos Pases Residentes no Territrio do Outro, celebrado emBraslia aos 17 dias do ms de Julho de 1979;h) Acordo Quadro de Cooperao entre o Governo da RepblicaPortuguesa e o Governo da Repblica Federativa do Brasil, celebradoem Braslia aos 7 dias do ms de Maio de 1991;

  • 7/22/2019 Tratado de Amizade e Cooperao. Brasil e Portugal

    22/22

    i) Acordo entre o Governo da Repblica Portuguesa e o Governo daRepblica Federativa do Brasil Relativo Iseno de Vistos, celebrado

    em Braslia aos 15 dias do ms de Abril de 1996.

    Artigo 79.

    Os instrumentos jurdicos bilaterais no expressamente referidos noartigo anterior permanecero em vigor em tudo o que no forcontrariado pelo presente Tratado.

    Feito em Porto Seguro, aos 22 dias do ms de Abril do ano 2000, emdois exemplares originais em lngua portuguesa, sendo ambos

    igualmente autnticos.

    Pelo Governo da Repblica Portuguesa, Jaime Jos Matos da Gama.Pelo Governo da Repblica Federativa do Brasil, Luiz Felipe Lampreia.