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C A P I T U L O
1 1T r a n s u i ~ a o eP r o c e s s a m e n t o d o R N A
T o p i c o sIII 0 Controle Genetico do
Metabolismo: Uma Visao Geral
• Transfereneia da mformacae
Genetica: 0 Dogma Central
• 0 Processo de Expressao Genica
• Transcrlcao em Procariontes
• Transcricao e Processamento de
RNAem Eucariontes
II Genes Interrompidos em
Eucariontes: Excmse introns
II Remor;a.o de int.rons por
Recomposic;ao do RNA
Spliceossomo processando um transcrito genico,
E s t o c a g e m e T r a n s m i s s a o d a I n fo r m a \a o
c o m C 6 d ig o s S im p le sVivemos na era do computador. Ele tem um impacto em praticamente todos
os aspectos de nossas vidas, desde dirigir ate 0 trabalho de observer naves
espaciais pousando na lua, Estas rnagicaseletronicas podem estocar, recupe-
rar e analisar dados com a velocidade da luz. a "cerebro" do computadore urn pequeno chip de sllicio, 0 microprocessador, que contern urnarranjo
sofisticado e integrado de circuitos eletronicos capazes de responder quase
instantaneamente a impulses codlficados de energia eletrica. Efetuando coi-
sas incriveis, 0cornputador usa urn ccdigo binario, uma linguagem baseada
em 0 e 1 . Assim, a alfabeto usado pelos computadores e como 0do codigoMorse (pontos e traces) usado na telegrafia. Ambos consistem emapenas
dais sirnbolos, em marcante contraste com as 26 tetras do alfabeto Ingles.
2 8 9
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1 9 0 I I T R A N S C R I ~ A O E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
Obviamente, se 0 computador pode fazer suas magicas com um alfabeto binario,
grandes quantidades de informac;:6es podem ser estocadas e recuperadas sem usar
c6digos complexos ou alfabetos extensos. Neste e no capitulo seguinte, exarninare-
mos (1) como a inforrnacao genetica dos seres vivos e escrita em um alfabeto com
apenas quatro letras, os quatro pares de bases no DNA, e (2) como essa inforrnacao
genetica e expressa durante 0 crescimento e 0 desenvolvimento de um organismo.
Veremos que 0 RNA tem um papel central no processo da expressao genica.
o C O N T R O l E G E N E T I C O D O M E T A B O L I S M O :U M A V I S A O G E R A lOs genes codificam enzimas, e as enzimas catalisam os
processos rnetabollcos em organismos vivos.
A capacidade dos organismos vivos de crescer e se re-
produzir depende de urn grande mirnero de reacoes quimi-
cas. Os organismos devem sintetizar muitos tip os diferen-
tes de rnoleculas das quais sao compostos e degradar outras
molecules para obter energia utilizada no crescimento. As
plantas tern a capacidade de usar energia da luz do sol para
a sintese de macromolecules, mas os animais devem obter
energia dos alimentos que ingerem. Essa energia e obtidapor quebra de moleculas grandes em moleculas menores e
conversao da energiaderivada deste processo em energia
quirnica estocada. Todas as reacoes que ocorrem em orga-
nismos vivos coletivamente sao chamadas de metabolismo,
e uma molecula organics que e sintetizada ou degradada edenominada metabolite. Nos quatro capitulos seguintes, exa-
minaremos urn quadro detalhado do controle genetico do
metabolismo e apresentaremos evidencias que documentam
as caracteristioas mais irnporrantes deste guadro. Cornecare-
mos com uma breve revisao do controle genetico do meta-
bolismo, que deve ajudar-nos a integrar as varias partes do
quadro a rnedida que cada componente e adicionado.
Nos anos 1850, Louis Pasteur estudou a conversao de
acucar em alcool por "fermentos" em Ieveduras, Os ferrnen-
tos de Pasteur foram depois chamados de enzimas, e, em
1897, Eduard Buchner extraiu enzimas de celulas de leve-
dura, permitindo que tais "catalisadores" sejam estudados
in vitro.
Um catalisador e uma substancia que perrnire que uma
reacao ocorra sem ser modificada no processo. As enzimas
catalisam reacoes metab6licas ligando-se fortemente a mo-
leculas especfficas, chamadas substratos, e as mantem em jus-
taposicao, de modo que a energia necessaria para a reacao,
a e ne rg i» d e a ti va [i io , seja reduzida. 0 resuitado final e queligacoes covalentes podem ser rearranjadas em temperaturas
biologicas, as temperaturas do corpo de organismos vivos.
Embora lisados celulares fossem amplarnente usados para
estudar reacoes catalisadas por enzirnas durante a primeira
quarts parte do seculo vinre, a natureza quimica das enzimaspermaneceu aberta a debates. Entao, em 1926,]ames Sum-
J
ner extraiu a enzima urease de carocos de jaca, purificou-a na
forma cristalina e demonstrou que ela consistia inteiramente
em urn tipo de. macromolecula chamada proteina, Sabe-se
que proteinas contern constituintes chamados aminodcidos
desde 0 inicio dos anos 1900, mas somente nos anos 1950,
quando a estrutura da pequena proteina insulina foi deter-minada, e que a cornplexidade de cada protefna foi avaliada.
Aminoacidos sao pequenas moleculas organicas com uma
gama de estruturas quimicas, mas todos contern um grupo
amino (-J\THz) e urn grupo carboxila (-COOH). Os 20 ami-
noacidos diferentes presentes em proteinas fornecem-Ihes
uma grande diversidade estrurural, Uma proteina pode con-
ter uma unica cadeia de aminoacidos, chamada polipeptideo,
ou duas ou rnais cadeias (Cap. 12).
Milhares de enzimas ja forarn purificadas. A maioria ede proteinas com atividade catalitica, mas algumas sao mais
complexes, com cornponentes adicionais, As enzimas exibem
especificidade marcante - cada enzima catalisa uma reacao
ou algumas reacoes muito similares, Elas variam de tamanho
de cerca de 12.000 a mais de 1rnilhao de daltons. A especifi-
cidade de cada enzima resulta de sua sequencia {mica dos 20
arninoacidos. De fato, foi essa variabilidade essencialmente
ilimitada de estruturas de proteina que Ievou muitos geneti-
cistas a acreditar que as proteinas, e nao os acidos nucleicos,
estocavarn a inforrnacao genetica.
A sequencia de arninoacidos de cada polipeptideo e C011-
trolada por urn gene, e cada polipeptideo tern um papel es-
trutural, regulat6rio ou enzimatico na celula. Alem disso,
cada enzima catalisa uma reacao metab61ica especifica. E11-
tretanto, 0 quadro fica mais complexo neste ponto porque
os processos metabolicos raramente envolvem apenas uma
reacao catalisada por enzima. Em vez disso, a sintese ou a
degradacao de um metabolito especifico em geral ocorre par
uma sene de reacoes catalisadas por enzimas, 0 conjunto
completo de reacoes catalisadas por enzimas necessarias para
sintetizar on degradar um deterrninado rnetabolito e cha-mado uma via metabolica. Por exemplo, considere a biossm-
tese da arginina, um dos 20 arninoacidos presentes na maio-
ria das proteinas. Em E. coli, a sintese de arginina ocorre em
oito etapas, cada uma catalisada pot uma enzima especifica
(Fig. 11.1). As oito enzimas sao compostas de nove produtos
genicos; uma enzima, a ornitina-carbamoiltransferase, con-
tern dois produtos genicos diferentes (ArgF e ArgI).
Em geral, cada etapa de uma via metabolica requera ati-vidade de nma enzirna, e cada enzima con tern um ou mais
{
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T R A N S F E R E N C I A D A I N F O R M A \ A O G E N E T I C A : 0 D O G M A C E N T R A L a 2 9 1
Gene
Glu tamato
COOH - CH - ICHz )z - COOHINH 2
0 G ' ~Enzimar argA ~ N-Acei i lgluiamai t rs in tase
J
Acetilglutariato
COOH - CH - (CH2h -COOHI
CH ,.- C - NH~ II
o . IargB ~ N-Acet i lglutamato-Cinase 'i't
A c et il gl ut am i lf o s fa to
COOH - CH - (CH2 i2- C - 0-0I II
CH3-C -NH 0IIo
"\AP'I
t\L Ac etlig IU ia mllto sfa tC 1'- re ou ta se ~' •
Acetaglutarnato-seraie lce lco
COOH - CH - (CH 'iz - e - HI i II
CH , - e - NH ao II
o
argO c : : : : > N-Acet i lorn i t lna.t ransamin i lSP " 0 7+Acetilornitina
eOOH - CH -ICH 2h - NH2I '
eH 3 - C - NHIIo
lJ'~rgE ~. N-Acet l lDrl l i l lnase
Orni t ina
eOOH - CH - (C H 2 )3 - NH 2 '
I
NH 2
argF +Orn rnne -carbamcut rans t e -ase "'~-Y
arg i V
Citruhna
COOH - CH - (CH 2 )3 - NHI . . I
NH z NHrC=O
J"\Apl
argG c:8> Argln inDsSUCClnatO'5ln tetase ~-y ,
Argin inos.5ucc inato
COOH - CH - (CHz )r NH COOHI I INH2 NH2 - C~N - CH
ICHzICOOH
argH c : : : : 3 > Argtn inossuCCInase
Arginma
COOH - CH - (CHz )r NHI INH2 NHz - C ~NH
Fig .11 .1 _ 0 controle genetico da via biossinterica dearginina em
E. coli. Nove genes codifitam oito enzirnas que catalisam as oito
etapas desta via metabolica.
polipeptfdeos, Como cada polipepndec eespecificado por
urn gene, cada uma das etapas em uma via metabolica preci-
sad. do produto de pelo menos urn gene. Urn quadro geral
de controle das vias metabolicas e apresentado na Fig. 1L2.Embora a maioria dos genes codifiquern proteinas, os pro-
dntos finais de alguns genes sao rnoleculas de RNA. Vanas
destas molccnlas de RNA tern papeisessenciais na sintese
de proteinas. Consideraremos suas funcoes em detalhes no
Cap. 12. Como as genes control am as estruturas dosRNA
e.de proteinas, devernos perguntar em seguida como as se-
quencias de pares de nucleotideos nas moleculas de DNA
especificarn as seqiiencias de nucleotfdeos no RNA e de ami-
noacidos nas rnoleculas de protefna.
_ P O N T O S I M P O R I A N T E S
I l!i 0 metabolisrno ocorre por sequencias de reac;6es catalisadas
par enzimas, com cada enzima especificada por urn ou rnais
genes,
T R A N S F E R E N C I A D A I N F O R M A ~ A O
G E N E T I C A : 0 D O G M A C E N T R A L
o dogma central da biologia e que a informacaoestocada no DNA etransferida para molecules de
RNA durante a transcricao e para proteinas durante a
traducao.
De acordo com 0 dogma central da biologia molecular,
a informacao genetica geralmente flui (1) de DNA para DNA
durante sua transmissaode gera~ao a gera~ao e (2) do DNA
para proteina durante a expressao fenotipica em urn orga-
nisrno (Fig. 11.3). Durante a replicacao de virus com RNA,
a informacao tambem e transmitida de RNA para RNA, A
transferencia de inforrnacao genetica do DNA para prote-
ina envolve duas etapas: (1) rranscricao, a transfereneia de
informacao genetica do DNA para 0 RNA, e (2) tradueao,
a transferencia de informacao do RNA para proteina. Alem
disso, a inforrnacaogenetica flui do RNA par(l 0 DNA du-
rante a conversao dos genomas dosvirus mmorais com RNApara suas formas pro-virais com DNA (Cap. 18). Assim, a
transferencia de informacao genetics do DNA para 0 RNA
a s vezes e reversfvel, enquanto a transterencia da informacso
do RNA para proteina e sempre irreversivel.
Transcri~i l)e Tr adu~ao
Como jii discutido, a expressao da inforrnacao genetics ocorre
em duas etapas: transcricso e traducao (Fig, U.3), Durante
a transcricao, urn filamento de DNA de urn genee usado
como urn molde para sintetizar urn filamento complemen-
tar de RNA, denorninado transcrito genico. Par exemplo,
na Fig, 11.3,0 filamento de DNA contendo a sequencia de
nucleondeos AAA e usado como urn molde para produzir a
- - - ~ ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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1 9 2 ill T R A N S C R I~ A o E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
I G en e A
tE nzim a A
Gen e B
+Enz ima B
Gen e C,Enz ima C
Gen e D
VEnz ima D
Fig . 112 • 0 controle genetico
do metabolisrno. A via rnetabolica
mostrada contern quatro eta pas;
algumas vias sao rnais curtas e outras
sao muito majores. Alern disso,
algumas enzimas contern os produtos
de dois ou rnais genesdiferentes.
Su bs tr a to - -- -- -- .. ln te rrn ed ia rio I ~ ln te rm eo ia rlo II ____ .... ln te rrn ed ia rio III ___ ..... Produto f ina l
R e a < ;a o 1 Real;3o 2 Reacao 3
o dogma centralF lu xo d e i n l o rmacao gene t i ca :
1. P e rp etu ac ao d e in to rrn ae ao g en etic a d e gera~ao a g e ra ca o
2.Contro le
do
fenotipo:
Pol ipeptideo I./\J\.I\f\_fV Fen
Repticacao
DNA-polimerJse
dependente de DNA
Fxpressao
gen i ca
Transcricao reversa
DNA-po l imerase dependen te
de RNA ( tr an s c ri pt as e r ev e rs a l
TraducaoP t oc e s so c o rn p te x o
envolvendo r ibossornos,
tRNA e outras
molecu les
sequencia complementar UU1J no RNA transcrito. Durante
a traducao, a sequencia de nucleotideos no RNA transcrito
e convertida na sequencia de aminoacidos do polipeptideo
produzido pelo gene. Essa conversao e governada pelo co-
digo genetico, a especificacao de arninoacidos por trincas
de nucleotideos chamadas codons no transcrito genico. POl'
exemplo, a trinca UUD no RNA transcrito mostrado na Fig.
11.3 especifica 0 arninoacido fenilalanina (Fen) no polipep-
tfdeo produzido pelo gene. A traducao ocorre em maquinas
macromoleculares complexas chamadas ribossomos, que
sao compostas de tres a cinco moleculas de RNA e 50 a
90 proteinas diferentes. Entretanto, 0processo de traducao
tarnbem requer a participacao de rnuitas outras rnacromole-
culas. Este capitulo enfoca transcricao; traducaoe0 assunto
do Cap. 12.
Reacao 4
Fig . 11 .3 • 0 fluxo da inforrnacao genetica de
acordo com 0 dogma central da biologia molecular.
Replicacao, transcricao e traducao ocorrem em
todos os organismos; ocorre transcricao reversa em
celulas infectadas por alguns virus com RNA. Nao e
mostrada a transferencia de inforrnacao de RNA para
RNA durante a replicacao de virus com RNA.
As moleculas de RNA que sao traduzidas nos ribossomos
sao chamadas RNA mensageiros (mRNA). Em procarion-
tes, 0 produto de transcricao, 0 transcrito primario, em
geral e equivalente a rnolecula de mRNA (Fig. 11.4,1) . Em
eucariontes, os transcritos primaries geralmente devem ser
processados pela excisao de seqiiencias especificas e pela mo-
dificacao de ambas as pontas antes que sejam traduzidos (Fig.
ll.4b). Assim, em eucariontes, transcritos primaries geral-
mente sao precursores de mRNA e, como tal, sao chamados
de pre-mRNA. A maior parte dos genes nucleares em eu-
cariontes superiores e alguns eucariontes inferiores contem
seqiiencias nao codificantes chamadas introns gue separam as
seqiiencias expressas ou exons destes genes. Seqiiencias in-
teiras destes genes divididos sao transcritas em pre-mRNA, e
as seqiienoias Intron 11aO codificantes sao subsequentemente
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(aj Procariontes.
m R N A f W 1 G ~ ( A ) n
VTradur.;:~o
(b ) Eucar ion tes .
fig.11.4 • A sintese. de proteinas envolve duas eta pas: transcricao
e traducao, tanto em procariontes (a ) quanto em eucariontes ( b ) .
Alern disso, em eucariontes, os transcritos primaries ou pre-mRNA
em geral devern ser processados pela rernocao de intronse a adicao
em 5' de Cap. 7-metilguanosina (MG)e caudas poli(A) [ (A}n] em 3'.
removidas por r ea qoe s d e r ecompo siq iio Coplic in g) feitas em estru-
turas macromoleculares chamadas spliceossomos.
C i n c o T i p O S d e M o l e c u l e s d e R N A
Cinco classes diferentes de rnoleculas de RNA desempe-
nharn papeisessenciais na cxpressiio genica. J a discutimos as
RNA mensageiros, os intermediaries que levam inforrnacao
genetics do DNA para.os ribossornos onde sao sintetizadas
as proteinas. Os RNA transportadores (tRNA) Sao peque-
nas moleculas de RNA que funcionam como adaptadores
entre aminoacidos e os c6dons no mRNA durante a tra-
ducao. Os RNA ribossflmicos (rRNA) sao componentesestruturais e cataliticos dos ribossomos, rnaquinas complexas
que traduzem as sequenciasde nucleotideos dos mRNA em
seqtiencias de aminoacidos de polipepndeos. Os pequenos
RNA nueleares (snRNA) sao componentesestrururais dos
spliceossornos, estruturas nucleares que rernovem intronsde. geues nucleares. Os micro-RNA (niiRNA) sao RNA
unifilamentares curtos, com 20 a 22 nucleotideos, que sa o
corrades de precursores peqllenos em forma de grampo e
bloqueiam aexpressao de mR.c~A cornplernentares on par~
cialmente cornplementares causando sua degradacao ou re-
primindo sua traducao, Os papers dos mRNA e snRNA sao
discutidos neste capitulo. As esrruturas e funcoes dos tRNA
.e rRNA serao discutidas em detalhe no Cap. 12. Os rneca-
nisrnos pelos quais os rniRNA regulam a expressao genica
sao discutidos no Cap. 21.
Todos os cinco tipos de RNA - mRNA, tRNA, rRNA,
snRNA e rniRNA - san produzidos pOl' transcricao, Ao con-
trario dos mRNA, que especificam polipeptideos, os produ-tos finais dotRNA, do rRNA, do snRNA e do miRNA sao
rnoleculas de RJ."\TA.s molecula« de RNA transportador, do
RNA ribossomioo, do snRNA e do miRNA nao sao tradu-
zidas. A Fig. 11.5 rnostra uma visao geral da sintese de pro-
tefnas em eucariontes, destacando a origem transcricional e
funcoes dos cinco tipos de rnoleculas de RNA. Q prQcesso
e similar em procariontes. Entretanto, em procariontes, 0
DNA naoe separado dos ribossomos por urn envoltorio
nuclear. Alern disso, genes procarioticos raramente contem
sequencias nfio codificantes que sao rernovidas durante. 0
processamento do RNA transcrito.
_ P O tH O S I M P O R T A N T E S
• 0 dogma central da biologia molecular e que a informacao
genetica flui de DNA para DNA durante a replicacao crornosso-
mica, do DNA para 0RNA durante a transcricao e do RNA para
proteina durante a traducao.
II A rranscricao envolve a sintese de um RNA transcrito comple-
mentar a um filarnento de DNA de um gene.
• Traducao e a conversao de lnforrnacao estocada na sequencia
de nudeotideos no RNA transcrito para a sequencia de amino-
acidos no polipeptfdeo produzido pelo gene, de acordo com
as especificacoes do codigo genetico.
o P R O C E S S O D E E X P R E S S A O G E N I C A
A inforrnacao estocada nas sequenclas de nucleotideos
dos genes e traduzida em sequencias de arninoacidos de
prcteinas par interrnediarios instaveis charnados.Rblx
mensageiros.
De gue modo os genes controlam 0 fenotipo de urn
organismo? Como as sequencias de nucleotideos dos genes
dirigem 0 crescimento e 0 desenvolvimento de uma celula,
urn tecido, urn orgao ou todo urn ser vivo? Os geneticistas
sabem que 0 fen6tipo de urn organismo e produzido pelosefeitos combinados de todos os seus genes queagem dentro
- - . ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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I
1 9 4 T R A N S C R I t ; : A O E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
l)
I snRNA I s >o u
rRNA
O U
tRNA
(a) T ra n sc ri ca o e p ro ce s sam e nt o d o RNA o co rre m n o ru icleo,
T R A D U < ; A O
C I T O P L A S M A
Ribossomo
I
Cade i a /Ja
po li pep t fd i ca - c.@(,=v~
.G)-v
8"
~~G f /
~r.::::Iw.0Y
Reserva tor fos
c it op la smat ic o s d eam in o ac id o s, t RNA,
subun idades r ibosso rn ice«
~~
@ ) ~
~ C i 0~(i)8
Am in oacldos+- ~
Subunidades nboss6micas
~
We
________ ~ m iRNA
/~ /ou""
- - e ~Clivagem
do mRfIlA
mRNA - Q-AAAA~
R e p - r e s s a o
da t r a d u c ; a o
(b) T r ad uc ao o co rre n o c it op la sm a .
F ig .1 1..5 • Uma visao geral da sintese de proteinas, destacando a origem transcrlcional de miRNA, snRNA, tRNA, rRNA e mRNA, a funcao
de recornposicao de snRNA, a regulacao da expressao genica par miRNA e as papers traducionais de tRNA, rRNA, mRNA e r ibossomos, Dicere urna nuclease que process-a 0precursor de miRNA em miRNA, e RiSe e 0camplexo s ilenciador induzido par RNA.
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o P R O C E S S O D E E X P R E S S A O G E N I C A I I I 2 9 S
h W m
[ N ' F o g u t T E t N I C O : I v i d e n c i a d e u r n R N A M e n s a g e i r o I n s t a v e lA prirneira evidencia da existenciade um RNA .interrnediarto na
Ifritese de pretefnasvelo de estudos de Elliot Yolkin e Lawrence
Astrachan ern bacterias infectedas por virus bacterlanos, Seus re-
s,ult<\.dos"publi,cados em 1956, sugeriram que.a sintese de protei-
nas virais ernbacterlas infectadas envolvia molecules instaveis de
RN',4.especificadas por ciNAviral ..Yoikin e Astrachan observararn
urnsilrto de sintesede RNA apos infsccao de bacterias E . coli com
o~bactenofago Tl..Ma:rcando 0 RNA com 0 isotcpo radioativo
32p, eles dernonsrrararn que as rnoleculas de RNA recern-sinte-
tiz~as erarn instaveis, renovando-se com rneia-vida de apenas
aLguns.minl:I.tQS,Alk'm pisso, 'eies mostraram que a cornposicac de
nl-!clegtideos.dcisRNAinstaveis era similar a cornpesicao do DNA.de'T2 e diferente da do DNA de E . coli. Seus resultados logo foram
arnpliadnspor estudos em outros laboratories.
Em 1961, Sol Spiegelman e colaboradores relataram que os
RNA instaveis strtretizados em celulas infectadas pelo fago T4 po-
derlarn formar dupJices RNA-DNA com DNA de T4 desnaturado,
mas nao com DNA de E. coli desnaturado, Eles fizeram pulses de
marcacao das bacteriascom 3H-uridina em varies momentos apos
infecc;1io com fago T4, isolaram 0 RNA total destascelulas e de-
terminaram se as molecules de RNA radieativo hlbridlzavarn com
o DNA'de E. coli ou do fago T4; Seu experimento esta diagrarnado
na Fig..1.
Seus resultados (Fig. 2) demonstraram que a rrraiorla das rno-
leculas de RNA de vida curta. sintetizadas ap6s infeccao eramcomplementares a filarnerrtosunicos do DNA do fago T4 e nao
coml?lerIJentares a filarnentos unicos do DNA de E . coli,.indicando
Cfueelas foram produzidas a partir de moldes do DNA do fago T4,
e nao de moldes do DNA de f.coli.
Na mesmo ano em que Spiegelman e colaboradores publica-
ram seus resultados, Sydney Brenner, Franc;ois Jacob e Matthew
Meseisqn demcnstraram que as proteinas do fago T4 erarn sinte-
tizadaserrr ribossornos de E. coli. Assirn, as sequencias de amino-
acidos das proteinas T4nao foram centroladas par componentes
dos rlbossomos. Em vez dissc os rtbossornos eram as bancadas de
-trabalhonas quais ocorria asintese.de proteinas, mas naoderarn
as especificacoes para proteinas individuais. Estes resultados for-
taleceram a ideia, primeiro formalmente proposta por Francois
Jacob ~Jacques Monod em 1961, de que molecules instaveis de
RNA levavam as especiflcacoes para sequencias de amtnoacidos
de produtos genicos individuals dos gene.s <lOS ribossomos. Pes-
quisas subsequentes estabeleceram firmemente 0 papel desses
RNA instaveis, hoje chamados de RNA mensagelros oumRNA, na
transferencta de inforrnacao genetica de genes para ossitios de
sinte~e·de proteinas no citoplasrna.
r : i g . J IIllI0 €xperimento deSpiegelman,
\?d> ,
"Q"lnfectarbacterias f. c olie om b ac te rio fa go T 4,
" , , - pIt'' A dic io na r 3 H·u rid in aa o m e io e m v arie s
tem pos - 2, 4, 6 , 8 e 10 m inutos-a p6 s in fe cc ao e in cu ba r c elu la s.m fe ct ad as p er u m m in ute .
RNA rad.iQatiitoe s irr te tiz ad o .na bac te ria . ~ . _
.... , "~." ' :".3H·uridinan o m eio4. :'.:~';.·.:.~·,'o ••..
e nas ce lu las .. ' . ..?: .~:....:.c,
"AI'
~-y Rompe r a b a cte ri ae is o la r 0 RNA .
,\Ap
l)7 D ete rm in e q ue p rp po rcfie s doRNA r ad io a tiv o h ib ri dz ar n c omD NA de ·f. co l i e com DNA do fago T4 .
- ,
T od o D N A e d e sn a tu ra do p e lo calor.
Membwnas de DNA den i t roce lu lose contendo: fa go T 4
8ernD N A
DNA de
E . col i
/\f\./, /'\./'V
/\/V /\.f\J.'
-\ ~(-
So lu c ao d e h ib ri di za ( :a oc on te n do R N A radioauvo
"AI'
l!f ln cuba r a 6 5°C de u rn d ia p arao utre , R em ov er e la va r b ern o s
f il tr os . D o sa r r ad io a tiv id ad e emcada filtro.
RNA rao ioanvohibr id izado com DNAdo fago T4
)C(}O()C ..
xxxxx :'~'W
j/\/V~~~.
<.»>Rad ioa t iv i dade a r nb ien ta l
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I
1 9 6 • T R A N S C R I ( ; : A O E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
E N F O Q U E T E C N I ( O : E v i d e n c i a d e u r n R N A M e n s a g e i r o I n s t a v e l ( ( G n t i n H a ~ a o )
RNA rad ioa t iv o
h ib r id iz a do c om
D NA do fago T4
RNA rad ioa t iv o
h ib r id iz a d o c omD N A de E . co li
de lirnitacoes impostas pelo ambiente, Eles tambem sabemque 0 nurnero de genes em urn organismo varia em uma
ampla gama, a mirnero.de genes aumentando de acordo com
a complexidade relacionada ao desenvolvimel~to da especie.
Os genomas de RNA dos menores VIruS tais como 0 fago
MS2 concern apenas quatro genes, enquanto virus maiores
tais como 0 fago T4 tern cerca de 200 genes, Bacterias tais
como E. c o l i tern aproximadamente 4.000 genes, e mamife-
ros, incluindo seres humanos, tern cerca de 25.000 genes.
Neste capitulo enos seguintes, enfocaremos os mecanismos
pelos quais os genes dirigem a sintese de seus produtos, os
RNA e protefnas. Os mecanismos pelos quais estes produtos
genicos coletivamente controlam os fen6tipos de organis-
mos adultos sao discutidos em capitulos subsequences, espe-cialmente 0 Cap. 22.
U r n m R N A I n t e rm e d i a r i o
Se a maioria dos genes de urn eucarionte estao situados no
nticleo e se as proteinas sao sintetizadas no citoplasma, como
estes genes controlam as seqiiencias de aminoacidos de seus
produtos protei cos? A informacao genetica estocada nas se-
qiiencias de pares de nucleotideos nos genes deve de algum
modo ser transferida para os locais de sintese de proteinas no
citoplasrna. Mensageiros sao necessaries para transferencia
de informacso genetics do niicleo para 0 citoplasma. Em-
bora a necessidade de tais mensageiros seja mais 6bvia em
fig. 2 • Mudan9a rapida da transcricao de genes de E coli para genes
do fago T4 em bacteria infectatla pelo T4 .
eucariontes, a primeira evideneia de sua existencia veio deestudos de procariontes (veja Enfoque Tecnico: Evidencia
de urn RNA Mensageiro Instavel).
A sintese de RNA mensageiros on precursores de mRNA
nos nucleos de eucariontes e seu subsequente transporte
para 0 citoplasma pode ser documentada por experimentos
de marcacao de pulso, experimentos de pulso-caca e auto-
radiografia. Se uma celula que cresce em cultura e expostaa urn precursor de RNA radioativo tal como 3H-uridina ou
3H-citidina pOl' alguns minutos e a localizacao intracelular
da radioatividade incorporada e deterrninada por anto-ra-
diografia, 0 RNA marcado esta presente quase que exclu-
sivamente no nucleo (Fig. 11.6a). Entretanto, se a curta ex-
posicao ao precursor radioativo for seguida de urn periodode crescimento em meio niio radioativo, a maioria da radio-
atividade incorporada estara presente no citoplasma (Fig.
1l.6b). Assim, os RNA intermediaries insraveis sao sinteti-
zados no micleo e sao transporrados para 0 citoplasma, onde
dirigem a sintese de proteinas. Neste capitulo, enfocaremos
a sintese, 0 processamentb e 0 transporte destas moleculas
de RNA mensageiro.
C a r a c t e r i s t i c a s G e r a i s d a S in te s e d e R N A
A sintese de RNA ocorre por urn mecanisme que e similarao da sintese de DNA (Cap. 10) excero que (1) os precurso-
res sao trifosfatos de ribonucleosideos e nao trifosfatos de
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o P R O m S O D E E X P R E S S A O G E N 1 (A ~ 2 9 7
(a)
(b)
Fig .11 .6 • Auto-radiografias demonstrando a sintese de RNAno
nucleo e seu subsequente transporte para 0citoplasma. Cadaauto-radlografla e superposta sabre uma fotode um corte fino
da celu]a. Os pontos pretos representam gr2lnulos de prata na
ernulsao auro-radiografice que reagiram com eletrons emitidos
pelo decaimento dos atom os de 3H . (a) Uma ce lu la de Tetrahymena
marcada com 3H-citidina par 15minutes. ( b ) Uma celula de
Tetrahymena que foi cultivada em meio nao radioativo par 88
minutes ap6s exposicao a 3H-citidina par 12 minutos.
DNA 3 ' "\!l';\rA'i I'X\ rA'irA'\ r l\\~ /liI \ll\·J ila llle n to m ulde.5'.l!I \W '-'1/ \;IV '-'1/ \XI "",~o,w \.IV" F i lamen t o n a o -mo ld e
S in t ese
de R NA
B 3'
\
\
\
\ P ilam en to rn o lde
3 '-CGTATGCTAGTCC(;A T IGCO-5 '
: ,GCATACGATCAGGCTAACGC3 '
F i lamen to nao - rno lds
m R N A 5'
\
\
5 -GCAUACGAUCAGGCUAACGC-3 '
F ilam en tn de R NA com se ntido
Fig . 11.7 II A sintese de RNAusa urnfiilamento de DNA de urngene como molde .
desoxirribonucleosideos, (2) apenas urn filamento de DNA
e usado como rnolde para a sintese de uma cadeia de RNA
complernentar em determinada regiao e (3) as cadeias de
RNA podem ser iniciadas de novo, sem nenhuma necessi-dade de umfilamento primer preexistente. A molecule de
RNA produzidnsera cornplementar -ao.filamento molde, de
DNi!> . e identica, exceto que as uri din as sao substitnidas por
timidinas, ao filarnenro nao-molde de DNA (Fig. 11.7). Se
a molecula de RNA e um lIiRt"'lA, ela ira especificar aminoa-
cidos no produto genico proteico, Portanto, asmoleculas de
mRt"\fA sao filamentos codificantes de RNA. Elas tambem
sao chamadas filamentos com senrido, de RNA, pois suas
seqiiencias de nuclcotideos "fazem sentido' em especificar
sequencias de arninoacidos nos produtos genicos proteicos.
Uma molecula de RNA que e cornplementar a urn mRNA
e chamada RNA anti-sentido. Esta terminologia a s vezes
e estendida aos dois filamentos de DNA. Entretanto, 0 usados termos com sentido e arui-sentida para indicar os filarnen-
tos de DNA e inconsistente, Ass i rn , usaremosfilamento malde
e [ilamento ndo-moldc para referir-nos aos filamentos trans-
crito e nao transcrito, respectivarnente, de urn gene.
A sintese de cadeias de RNA, como a das cadeias de DNA,
ocorre no sentido 5' ~ 3', com a adicao de ribonucleotideos
ao grupo 3'-hidroxila 110 final da cadeia (Fig. 11.8). A reacao
envolve urn ataque nucleofilico pela 3' -OR ao atomo de
fosforo nucleotidil (interior) do precursor de trifosfato de
S e gm e n to t er mi na l
3 ' de filam en to de
R N A nascen te
I ponta 5'o
I
~O-P=O
I
oI
H 2C
Fi lamento
m olde de
o 0 ~OH
II II \~ ~~O-P-O-P-O-P-O-
I I Io 0_ 0
Trifosfatoe rib on uc le osld co q ue c he ga\
.S en tid o 5 ' ·3 ' d e
crescrnertc dacadeia. . 5'
fig.11.8 IllIA reacao de alongamento de cadeia do RNAcatalisada pela RNAcpolimerase,
. . . ~ . = - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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29 8 III T R A N S C R I \A O E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
ribonucleosideo com a eliminacao de pirofosfato, como na
sintese de DNA. Esta reacao e catalisada par enzimas cha-
madas RNA-polimerases. A reacao geral e a seguinte:
moldede DNA
n(RTP) (RMP)n + i l . (PP)
RNA-polimerase
onde n e 0rnimero de moles de trifosfato de ribonucleotideo
(RTP) consumido, monofosfato de ribonucleotideo (RMP)
incorporado ao RNA e pirofosfato (PP) produzido.
As RNA-polimerases iniciarn a transcricao em seqiiencias
especfficas de nucleotideos chamadas promotores, que sao
diferentes em procariontes e eucariontes. Uma iinica RNA-
polirnerase faz toda a transcricao na maioria dos procarion-
tes, enquanto tres RNA-polimerases diferentes esrao pre-
sentes em eucariontes, sendo cada polimerase responsavelpela sintese de uma classe distinta de RNA. A sintese de
RNA ocorre dentro de urn segmento de DNA localmente
desenrolado, as vezes chamado bolha de transcricao, que
e produzido pelaRNA-polimerase (Fig. 11.9). A sequencia
de nucleotideos de uma molecula de RNA e complementara de seu filamento rnolde de DNA, e a sintese de RNA egovernada pelas mesrnas regras de parearnento de bases que
a sintese de DNA, mas uracil substitui tirnina.
P O N T O S I M P O R T A N T E S
• Em eucariontes, os genes estao presentes no nucleo, enquanto
as poHpeptideos sao sintetizados no citoplasma.
• As molecules de RNA mensageiro funcionam como intermedi-aries que levam lnforrnacao gcnettca do DNA para os ribosso-
mos, on de as protefnas sao sintetizadas.
A sintese de RNA, catalisada pelas RNA-polimerases, e similara sfntese de DNA em muitos aspectos.
A sintese de RNA ocorre dentro de uma regiao localizada de
separacao dos filamentos, e apenas um filamento do DNA fun-
ciona como molde para sfntese de RNA.
S eg me nto de D NAloca lm en te dese li c oi d iz ado
Fig.11.9 II Sintese de RNAocorre dentro de um segmento
localmente deselicoidizado de DNA.Esta bolha de transcricao
permite que alguns nucleotideos no filamento molde facarn pares de
bases com a ponta crescente da cadeia de RNA.A deselicoidlzacao e
a reelicoidizacao da rnolecula de DNA sao catalisadas pela
RNA-polimerase.
T R A N S C R I ~ A O E M P R O C A R I O N T E S
A transcricao, a primeira etapa na expressao genica,transfere a informacao genetics estacada no DNA, nos
genes, para rnoleculas de RNA mensageira que levam a
inforrnacao para os ribossornos - os sftios de sintese de
protein as - no citoplasma.
As caracteristicas basicas da transcri-
cao sao as rnesmas em procariontes e
eucariontes, mas rnuitos dos detalhes,
tais como as seqiiencias prornotoras,
sao diferentes. A RNA-polimerase de
E.co l i foi estudada em grande detalhe e sera discutida aqui.
EJa catalisa toda a sintese de R-NA nesta especie. As Rl~A-
polimerases de archaea tern estrururas bem diferentes; elasnao serao discutidas aqui.
Urn segmentode DNA que e transcrito para produzir uma
molecula de RNA e chamado de unidade de transcricao.
A s unidades de transcricao podem ser equivalentes a genes
individuais ou podem incluir varies genes conriguos. Grandes
transcritos que levam as sequencias codificantes de varios ge-
nes sao comuns em bacterias, 0 processo de transcricao pode
ser dividido em tresestagios: (1) iniciacao de uma nova cadeia
de RNA, (2) aIongamento da cadeia e (3) termino da trans-
cricao e liberacao da molecula nascente de RNA (Fig. 11.10).
:;'A~'Y
o Inicia'tao da cadeia de RNA
RNA·po l imerase
DNA :
pon ta 5 ' do R NA
"AI'"'1ft! .V' Alongamento da cadeia de RNA
DNA :
5
Cad ei a c re s ce n te d e RNA",AI'
~'Y Termine da cadeia de RNA
DNA :
M o le cu le n as ce n te d e R N A
Fig. 11.10 III Os tres estagios da transcricao: iniciacao, alongamento
e termino.
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T R A N S C R I \ A O tM P R O C A R IO N T E S I I I 1 9 9
Ao discutir a transcricao, os bi61ogosgeralmente usam
os term os upSN'eam (amecedente) e down.ltream (posterior)
para se referir .as regioes que estao para a ponta 5' e ponta
3', respectivamente, do transcrito de urn ponto na mole-
cula de mRNA. Estes rermos sao baseados no faro de que a
sintese de RNA sempre ocorre no sentido de 5' para 3I.A~
regioes antecedente e posterior dosgenes sao as seqiiencias
de DNA que especificam os segmentos correspondentes 5'e 31 de seus transcritos em relacao a um ponto especifico de
referencia,
R N A - p o l i m e r a s e s : E n z im a s ( o m p l e x a s
A s RNA-polimerases que catalisam a transcricao Sao pro-
teinas complexas, rnultimericas. A RNA-polimerase de E.
coli tern peso molecular de cerca de 480.000 e consiste em
cinco polipeptfdeos. Dois deles sao identicos; portamo, a
enzima contern quatro polipeptideos distintos. A rnolecula
completa de RNA-polimerase, a holoenzima, tern a com-
posicao a2~WCi.As subunidades a estao envolvidas na mort-
tagem do cerne tetramerico (a2~W) da RNA-polimerase.
Asubunidade ~ con tern 0 sitio de ligacao d€::trifosfato de
ribonucleosfdeo e.a subunidade W abriga a regiao de ligac;:ao
ao rnolde de DNA.
Vma subunidade, 0 fator sigma (0), esta envolvido ape~
nas no inicio da transcricao. Ele nao desernpenha papel no
alongamento da cadeia. Ap6s tel' ocorrido inicio da cadeia de
RNA, 0fator o e liberado,e 0 alongamento da cadeia (veja
Fig, 11 . 8 ) e catalisado pela enzima cerne «((2 ~W). A funcaode sigma e reconhecer eligar a RNA-polimerase ao inicio da
transcricao OU sitios promotores no DNA. A enzima cerne
(sern c) ira catalisar a sintese deRNA a partir de moldes de
DNA i n v it ro , mas, ao fazer isto, ira iniciar cadeias de RNA
ern sitios aleat6rios ern ambos os filamentos de DNA. Em
contraste, a holoenzima (0 presente) inicia cadeias de RL'fA
in vitro apenas em sftiosusados i n v iv o.
I n i c ia ( a o d a s ( a d e i a s d e R N A
A iniciacao das cadeias de R_NA envnlve tres etapas: (1)
ligacao da holoenzima RNA-polimerase a uma regiao pro-
motora no DNA; (2) a deselicoidizacao localizada dos dois
filamentos de DNA pela RNA-polimerase, fornecendo
um filamento molde livre para fazer pares de bases com
nucleotideos que cheguem; e (3) a formacao de Iigacoes
fosfodiester entre os primeiros ribonucleotideos na cadeia
nascente de RNA. A holoenzima permanece ligada a regiaopromotora durant€:: a sintese das primeiras oito ou nove
Iigar;:oes. Entao, 0 fator sigma e liberado, e 0 cerne da en-
zima corneca a fase de alongamento dasmtese de RNA.
Durante a iniciacao, cadeias curtas de dais a nove ribonu-
cleotideos sao sintetizadas e Iiberadas, Essa sintese abortiva
cessa quando tiverem sido sintetizadas cadeias com 10 au
.mais ribonucleotideos e a RNA-polimerase tiver cornecadoa se afastar do promotor.
Porconvencao, os pares de nacleotideos dentro de unida-
des de transcricao .e adjacentes a elas sao numerados em re-
lac;:aoaoinicio da transcricao (designada como +1) ~ 0pat de
nuclectideos corresporrdente ao primeiro nucleotideo (5')
do RNA transcrito. Os pares de bases que precedem 0 sitio
de inicia<;ao recebem prefixes menos (-); os seguintes (em
relacao ao sentido da transcricao) ao sitio de inicio recebem
o sinalmais (+ ) . As sequencias de nucleotideos que precedem
o sitio de iniciacao sao chamadas seqiiencias antecedentes;
as que vern depois do sitio de iniciacao saochamadas seqiien-
cbs posteriores.
Como j:i foi mencionado, a subunidade sigma da RNA-
polimerase medeia sua liga<;ao a promotores.l1o DNA Cen-
renas de promotores de E. coli forarn seqiienciados e tern Sllr-
preendentemente ponco em comum. Duas seqiiencias curtas
dentro desses promotores sao suficientemente conservadns
para serern reconhecidas, mas mesmo estas raramente saoidenticas em dois promotores diferentes. a s POlltOS medics
das duas seqiiencias conservadas ocorrem a cerca de 10 e
35 pares de nudeotideos, respectivamente, antes do sitio de
.inicio da transcricao (Fig. 11.11). Assim, elas sao chamadas
sequencia ~1Oe sequencia -35, respectivamente. Embora
tais seqiiencias variem urn pouco de gene para gene, alglln·s
nucleotideos sao alrarnente conservados. A s seqiiencias de
nucleotfdeos qu e estao presentes em tais e l emen tos geneti-
cos conservados sao mais frequentemente chamadas de se-
qiiencias de consenso, A sequencia de consenso ~1O no fi-
lamento nao-molde, e TATAAT; a sequencia de consenso -35
e TrGACA. A subunidade sigma inicialmente .reconhece a
sequencia -35 e se liga .aela; assim, esta sequencia a s vezes echamada sequencia de reconhecimento. A sequencia -10
rica em A-T facilita a deselicoidizacao localizada de DNA,
que e urn pre-requisite essencial pan a sfntese de uma nova
cadeia de RNA. A distancia entre as sequencias ~35 e-10 ealtamente conservada em prornotores de E . coli, nunca sendo
menor que 15 ou maior que 20 pares de nucleotfdeos de
tarnanho, Alem disso, a primeira base, ou 5 1 , nos RNA de E.
coli geralmente (>90%) e uma purina.
IranscricaoSequencia -10 .
F r lam en to mo ld e G r · ~ . .. TTA - - T
S eque n c ia -35 .'~ 5 p-;~ " ,,....-A---, A
3' C;; : : : ; ; , : : :~ : : : :s : : : :E"~.m m --\6-l9,pb-
5'
F il am en t o n a o -r n ol de
Dese l ic o i di z acao loca l iz ada
F ig . 1 1, 11 Estrutura de umpromotor tipico em E c.oli. A
RNA-polimerase riga-58 Ii sequencia -35 do promotor e inicia a
desel lcoldizacao dos fl larnentos de DNA nl sequencia -10 rica em
A-T. A transcricao corneca dentro da bolha de transcricao em urnsitio de cinco a nove pares de bases alern da sequencia -10.
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3 0 0 ill T R A N S (R I ~ A O E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
A t o l 1 g a m e n t o d a s C a d e i a s d e R N A
o alongarnento das cadeias de RNA e catalisado pelo cerne
da enzirna RNA-polimerase, apos a liberacao da subunidade0. A ampliacao covalente das cadeias de RNA (veja Fig.
11.8) ocorre dentro da bolha de transcricao, urn segmento
localmente desenrolado do DNA. A molecula de RNA-po-
Iimerase contern atividades tanto de desenrolamento quanto
de reelicoidizaeao do DNA. A RNA-polimerase desenrola
continuamente a dupla helice de DNA a frente do sitio de
polimerizacao e reenrola os filamentos complementares de
DNA arras do sitio de polimerizacao a medida que se mo-
virnenta ao lange da dupla helice (Fig. 11.12). Em E. coli, o
tamanho medic de uma bolha de transcricao e de 18 paresde nucleotideos, e cerca de 40 ribonucleotideos sao incor-
porados na cadeia crescente de RNA por segundo. A cadeia
nascente de RNA e deslocada do filamento molde de DNAa medida que a RNA-polimerase se move ao lange da mo-
lecula de DNA. A regiao de parearnento transitorio de ba-
ses entre a cadeia crescente e 0 filamento molde de DNA emuito curta, talvez apenas tres pares de bases de tamanho. A
estabilidade do complexo de transcricao e mantida prirnaria-
Sltio de chegada de
t rif os fa to d e n b on u cl eo s fd e o
5'
S it io d edese l i co id izacao
(a) RNA-po l imerase e l igada a o D N A e c ov ale n te m en te a m pliaa ca de ia de R NA .
Mov imen to da RNA·po l imerase
\)
C ad eia cre sc en ts de R NA
(b) R N A·p olim e ra se m o ve u-s e p ara a le rn d e s ua p os ic ao e m (a),
a rn p lia nd o p ro ce ss iv am e nte a c ad eia d e R N A n a sc en te .
F ig . 1 1.1 2 I I Alongamento de uma cadeia de RNA catalisadapela RNA-polimerase em E . coli.
mente pela liga~ao do DNA e da cadeia crescente de RNA
a RNA-polimerase, e nao pelo parcarnento de bases entre 0
filamento molde de DNA e 0RNA nascente.
T e rm i n o d a s C a d e i a s d e R N A
o terrnino das cadeias de RNA ocorre quando a RNA-poli-
merase encontra um sinal de termino, Quando isto ocorre,o complexo de.transcricao se dissocia, liberando a molecula
nascente de RNA. Existem dois tipos de finalizadores de
transcricao em E. coli. Um tipo resulta em termino apenas na
presen~a de uma protein a chamada rii (p). Portanto, tais se-
qiiencias finalizadoras sao chamadas [ ina ii zador e s dependen te s
d e ro. 0 outro tipo resulta no termino da transcricao sem 0
envolvimento de ro. Tais sequencias sao chamadas Jina!iza-
d or es in dc pe nd cn te s d e r o .Os finalizadores independentes de r6 contem uma regiao
rica em G-C seguida de seis ournais pares de bases A-T, com
os A presentes no filamento molde (Fig. 11.13, em cima). A
sequencia de nudeotideos da regiao rica em G-C e tal queregioes nnifilamentares do RNA podem fazer pares de bases
e forrnar estruturas em grampo (Fig. 11.13, embaixo). As
estrururas em grampo do RNA formam-se, imediatamente
apes a sintese das regioes participantes cia cadeia de RNA e
retard am 0 movirnento das moleculas de RNA-polimerase
ao longo do DNA, causando pausas na arnpliacao da cadeia.
Como 0 parcarnento de bases A-U e fraco, precisando de
menos energiapara separar as bases que qualquer outro par
de bases padrao, a serie de U apes a regiao do grampo prova-
velmente facilita a liberacao das cadeias de RNA recern-sin-
tetizadas a partir do molde de DNA quando a estrutura em
grampo faz com que a RNA-polimerase pare neste sitio.
o mecanisme pelo quai. oeorre 0 terrnino da transcricao
dependente de 1'6ainda e incerto, As sequencias de termino
dependentes de rotern de 50 a 90 pares de bases de com-
primento e especificam RNA transcritos que sao ricos em
C e muito desprovidas de G. Alem disso, sinais de termino
diferentes depcndentes de 1'6tern POllCO em cornum, A pl'O-
teina r o liga-se a cadeia crescente de RNA e se move de 5'
para 3' ao lange do RNA, parecendo seguir a molecule de
RNA-polimerase que catalisa a sintese da cadeia, Quando a
RNA-polimerase diminui ou para na sequencia de terrnino
dependente de 1'0, r6 junta-se a polimerase e tira a cadeia
nascente de RNA da bolha de transcricao,
T r a n $ ( r i ~ a o , T r a d u ~ a o e D e g ra d a ( a o C o n c o m i t a n t e s
d o m R N A
Em procariontes, a traducao e a degradar,;ao de uma mo-
lecula de mRNA em gera} comecarn antes que sua sintese
(transcricao) esteja completa, Como as mokiculas de mRNA
sao sintetizadas, traduzidas e degradadas nci sentido 5' para
3', todos as tres processos podem ocorrer sirnultaneamente
na mesma molecula de RNA. Em procariontes, a rnaquinaria
.de sintese de polipeptideos nao e separada pOl' um envolto-
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T R A N S C R It ; A O E M P R O C A R I O N T E S iii 3 0 1
5 'CCCACA&CCG CCAG TTCCGG T~ 'GCG GCA lllJAACTTTCTTTAATGA - 3 '
D NA : 3 ' G G G TG TC GG C G GTC AAG GC GAC CG C C GT AAAAT TG AAAG AAATTAC T -5 '
/.F ila me nlo m old e de D NA
RNA : 5 ' CCCACAGC 'CGOGAGUUCCGCUG GCG8CAUUUJ ,J OH-3 '
! D ob ra rn e nto ra pid o d o R N A
CU C
U G
RNA transc r ito
G 1 1 1 1 1 1 CA 1 1 1 1 1 1 UC 1 1 I 1 1 1 G
. C 1 1 1 1 1 1 GG I II II I CC 1 1 1 1 1 1 GC 1 1 1 1 1 1 G
-G 1 1 1 1 1 1 C
A A
5 '-CCCAC UUUU OH-3 '
RNA dobr ad o :
C ade i» de R NA
d ob ra da a ju da ate rr nn o d a c a da ia ,
Fig. n.B iii Estrutura de um finalizador de transcrlcao independente de r6. Assequencias finalizadoras independentes de r:6corrtern uma
regiao rica em G-C seguida de pelo rnenos seis pares de bases A-T. A transcricao de tal seque-ncia finalizadora produz uma cadeia de RNA
com segmentos r ices em G -C que fazem pares de bases un s com o s o u tro s imediatamente apo s a sintese pa ra fo rm ar um a estrutura em
grampo. Esta estrutura retarda 0movimento da RNA-pollmeraseao longo da rnolecula de DNA, 0que resulta.no terrnino da transcricao na
via A-Tadjacente e na l i bera cao da cadeia nascente de RNA.
rio nuclear do local de sfnrese do mRNA. Portanto, urna
vez que renha sido sintetizada a ponta 5' de urn mRNA, ele
pode ser imediatarnente usado como molde para a sintese de
polipeptfdeos. De fato, a transcricao e a traducao em geral
sao muito acopladas em procariontes. Oscar Miller, Barbara
Hamkalo e colaboradores desenvolveram tecnicas que lhes
permitern visualizar este acoplamcnto entre. transcricao e
traducao em bacterias pm rnicroscopia eletr6nica. Urna de
suas fotos mostrando a transcricao acoplada de UID gene e a
traducao de seu mRNA produzido em E. coli e mostrada na
Fig. 11.14.
_ P O N T O S I M P O R T A N U S
II As intese de RNA ocorre em tres estagios: (1 ) iniciacao, (2) alon-
gamento e (3) terrnino.
• RNA-polimerases, as enzimas que catalisarn a transcricao, SaO
proteinas rnultirnericas eomplexas.
• A ampliacao covalente das cadeias de RNA oeorre dentro de
segmehtos de DNA desenrolados localmente.
III 0 alongamento da cadeia para quando a RNA-polimerase en-
contra um sinal de termino de transcricao.
• Transcricao, traducao e degradacao de moleculas de mRNAem
geral oeorrem simultaneamente em proeariontes.
F ig .1 1.1 4 • Micrografia eletr6nica preparada por Oscar Miller e Barbara Hamkalo mostrando a transcricao e a traducao acoplada de um
gene em E . coli. Sao visfveis 0DNA,os mRNAe.os ribossornos que traduzem moleculas individuais de mRNA. As cadeias polipeptidicas
nascentes que estao sendo sintetizadas nos ribossomos nao sao visiveis a medida que se dobram em sua configuracao tridimensional durante
a sintese.
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3 0 1 1 1 T R A N S ( R I~ A O [ P R O C E S S A M E N T O D O R N A
IT R A N S C R I ~ A O E P R O C E S S A M E N T O D E R N A
E M E U C A R I O N T E STres enzimas diferentes catalisam a transcricao em
eucariontes, e os transcritos de RNA resultantes
sofrem tres rnodificacoes importantes, incluindo a
excisao de sequencias nao codificantes chamadas
fntrons. As sequencias de nucleotfdeos de alguns RNA
transcritos sao modificadas p6s-transcricionalmente
par edicac do RNA.
Embora 0 processo geral de sintese de
RNA seja similar em procariontes e
eucariontes, 0processo e eonsideravel-mente mais eomplexo em eucariontes,
Em eucariontes, 0 RNA e produzidono micleo, e a maioria dos RNA que codificarn proteinas
devern ser transportados para 0 citoplasma para serem tra-
C ap 5 '
duzidos nos ribossornos, Entretanto, existern evidencias in-
dicando que algumas traducdes emeucariontes podem ocor-
rer no micleo. Os mRNA procari6tieos em geral contern as
regioes eodificantes de dois au rnais genes. Tais mRNA saoditos multigenicos. Em contraste, muitos dos transeritos eu-
cari6tieos que foram caracterizados con tern a regiao codifi-
cante de urn unico gene (sao monogenicos). Entretanto, ate
urn quarto das unidades de transcricao no pequeno verme
Ca e no rb ab di ti s e le ga ns podem ser rnultigenicas. Claramente,
os mRNA eucari6ticos podem ser rnonogenicos ou multige-
nicos. Estao presentes tres RNA-polimerases diferentes em
eucariontes, Cada enzima catalisa a transcricao de uma classe
especifica de genes. Alem disso, em eucariontes, a rnaioria
dos transcritos primaries dos genes que codificam polipep-
tideos sofrern tres modificacoes importantes antes de serem
transportados ate 0 citoplasma para traducao (Fig. 11.15).
1. Acrescimos ( raps) de 7-metilguanosina sao adicionados as
pontas 5' dos transcritos primarios.
,jAP
0" Cap 7·MG e adicionadoa p on ta 5 '.
,
•
,jAP
Ifa u da p o li {A )e adic ionada .
Cap 5' - - - - -- - - -- - - -- - - - Cauda 3 ' -p o li (AJ
•
,jAP-Y
o In tron ere rnov ido .
Cap 5' - - - - - - . - - o - v - - - - c a u d a 3"pol i (A)Fig. l1.1S. Em eucariontes,
a maioria dos transcritos
genicos sofre tres tipos
diferentes de processamentopos-tra nscrici ona I.R NA Cap5------------- Cauda 3 "po l i( A )
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T R A N S C R I \ A O E P R O m S A M E N T O D E R N A E M E U C A R IO N T E S I I 3 0 3
2. Caudaspoli(A) sao adicionadas a s pontas 3' dos transcri-
t05, que sao geradas por clivagern e nao por termino da
ampliacao da cadeia.
3. Quando presentes, as seqiiencias Intron sao rernovidasdos transcritos.
Oeap de S' na maioria dos mRl'JA eucari6ticos e uma 7-
metilguanosina unida ao nucleosideo inicialdo transcrito
por uma.Iigaciio 5' - 5' fosfato. A cauda poli(A) e uma serie
de adenosinas com 20a 200 rrucleotideos de tamanho,
Em eucariontes, a populacao de transcritos primaries
em urn nucleoe chamada RNA heterogeneo nuclear
(hnRNA) devido it grande variacao de tamanhos das mole-
culas de Rl'JA pl'esentes. As principais partes desses hnRNA
sao seqiiencias intron nao codificantes, que sao removidas
dos transcritos primaries e degradadas no nticleo, Assim,
grande parte do hnRNA 11averdade consiste em moleculas
de pre-mRNA que passam par varies eventos de processa-
menta antes de deixar a micleo. Tambem, em eucariontes,
os RNA transcritos sao revestidos de proteinas de Iigacao
ao RNA durante ou imediatamente apos sua sintese, Estas
proteinas protegem ostranscritos genicos da degradacao por
ribonucleases, enzimas que degradam moleculas de MTA,
durante processamento e transporte para 0 citoplasma. A
vida media de urn transcrito de um gene em eucariontes e decerca de cinco horas, em contraste com a vida media de me-
nos de cinco minutos em E. coli. Esta estabilidade acentuada
de transcritos genicos em eucariontes e dada, pelo menos
em pane, por sua presenr;:a em complexes com protefnas de
ligacao ao RNA.
T r e s R N A - p o l i m e r a s e s /T r e s ( o n j u n t o s d e G e n e s
Enquanto uma unica RNA-polimerasecatalisa toda a trans-
cricao em E . c oli, as eucariontes, que variam em complexi-
dade de uma 56 ceiula em leveduras ate humanos, contern
tres RNA-polimerases diferentes. Todas as tres enzimas eu-
carioticas, chamadas RNA-poliIllerases I, IT e ill, sao mais
complexas, com 10 ou mais subunidades, que a RNA-poli-
merase de E. coli. Ale11ldisso, .:10 contrarinda enzima de E.
coli, todas as tres RNA-polimerases eucarioticas precisam da
ajuda de outras protefnas chamadas fatores de transcricaopara iniciar a sintese de cadeias de RNA.
As principais caracteristicas das tres RNA-polimerases
eucarioticas estao resurnidas no Quadro 11.1. A RNA-po-
limerase I esta situada no nucleolo, uma regiao distinta do
QUADRO 11.1
micleo onde as rRNA sao sintetizados e combinados com
proteinas ribossomicas, A RNA-polimerase I catalisa a sin-
tese de todos os RNA riboss6micos exceto 0pequeno rRNA
5S. A RNA-polimerase II transcreve genes nucleates quecodificam proteinase talvez outros genes que especificam
hnRNA. A RNA-polimel'ase m caralisa a sintese das 1110-
leculas de RNA transportador, as moleculas de rRNA 5S e
pequenos RNA nucleares,
As tres RNA-pohmerases apresentam sensibilidades
muito diferentes a inibicao por o-amanirina, urn veneno
metabolico produzido pelo cogumelo Amanita phalloides.
Enquanto a arividade da RNA-polimerase I e insensfvel ao.-amanitina, a atividade da RNA-polimerase II e totalmenteinibida por haixas concentracoes de ce-amunitina, e a RNA-
polimerase III exibe um nivel interrnediario de sensibilidade
a esta droga. Assirnv rx-amanitina pode ser usada para de-
terminal' qual RNA-polimerase catalisa atranscricao de urndeterminado gene.
I n i c ia ~ a o d a s ( a d e i a s d e R N A
Ao contrario de suas contrapartes procarioticas, as RNA-
polimerases eucarioticas nao podem iniciar a transcricao
par si mesmas. Todas as tres RNA-polimerases eucarioticas
precis am cia ajuda de fatores de transcricao proteicos para
cornecar a sintese de uma cadeia de RNA Estes fatores de
transcricao devem Iigar-se a uma regiao promotora no DNA
e formar urn complexo de iniciacao apropriado antes que a
RNA-polimerase se Iigue e inicie a transcricao. Sao usadospromotores e fatores de transcricao diferentes pelas RNA-
polirnerases I, II e III. Nesta sel,{ao,enfocaremos a inicia-
c ; ; a o da sintese de pre-mRNA p e l a RNA-polimerase II, que
transcreve a maioria dos genes eucarioticos,
Em todos as casos, a iniciacao da transcricao envolve a
formacao de urn segmento localmente deselicoidizado de
DNA, fornecendo um filarnento de DNA livre para funcio-
nar como urn mol de para a sfntese de urn filamento comple-
merrtar de RNA (veja Fig. 11.9). A forma<;:iio do segmento
localmente deselicoidizado de DNA requerido para iniciar a·
transcricao cnvolve a interacao de varies fatores de transcri' ..
<;20 com seqiiencias especfficas no promotor para a unidade
de transcricao. Os promotores reconhecidos pela RNA-po-limerase II consistem em curtos elementos conservados.xru
modules, situados antecedentes ao ponto inicia] de trans-
cricao. Os componentes do promotor do gene de timidina-
cinase de camundongo sao mostrados na Fig. 11.16. Outros
Enzima Localiza"ao
Caracteri$ticas dal Tres RNA-polimerases de Eu<:ariontes :: ':, ~
Produtos Sensibilidade a a;-Amanitina
ill\IA-polimerase I
RNA-polimerase IIRNA-polimerase III
Nucleolo
NiiclcoNiicleo
RNA ribossomicos, exduindo 0 55 rRNA
Pre-mRNA nucleatestRNA, 55 rRNA e outros RNA pequenos nucleares
Sem sensibilidade
Sensibilidade completa
Sensibilidade inrerrnediaria
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3 0 4 I I T R A N S C R I < ; A O E P R O C E S S A M E N T O 0 0 R N A
Boxe
octarnero
GC
boxeC M T
bcxe
G C
b o x e
T A T A
b o x eP o n t o d e i n i c i o
da transcricao~
~120
.~ )C o n s e n s o C o n s e n s o
ATTIGCAT GGGCGG
+1
C on se n so Con sen so
GG GCGG TATAAAA
Fig.1116 • Estrutura de um promotor reconhecido pela RNA-polimerase II.Os TATAe CAATboxes estao situados mais ou menos nas
mesmas posicoes nos promotores da maioria dos genes nucleates que codificam proteinas. Os GC boxes e octarneros podem estar presentes
ou ausentes. Quando presentes, eles ocorrem em muitos locals diferentes, seja isoladamente ou em varlas copias. Assequencias mostradas
aqui sao as sequencias de consenso para cada urn dos elementos promotores. Os elementos promotores conservados sao mostrados em seus
locals no gene de timidina-cinase de camundongo.
promotores que sao reconhecidos pela RNA-polimerase II
contern parte desses componentes mas niio todos eles, a
elernento conservado mais proximo do sitio de inicio da
transcricao (posicao +1) e chama do TATA boxe. Ele tern
a sequencia de consenso TATAAAA (lendo de 5' para 3'
no filamento nao-molde) e e centra do na posicao -30. a
TATA boxe tern urn papel irnportante em posicionar 0ponto
de inicio da transcricao, 0 segundo elemento conservado
e chama do CAAT boxe. Ele geralmente ocorre perro daposicao -80 e tern a sequencia de consenso GGCCMTCT.
Dois outros elementos conservados, 0 GC boxe, consenso
GGGCGG, e 0 boxe octamero, consenso ATITGCAT,
geralmente estao presentes nos prornotores da RNA-poli-
merase U. Eles influenciam a eficiencia de urn promotor em
iniciar a transcricao.
o inicio da transcricao pela RNA-polimerase II requer a
assistencia de varios fatores basais de transcricao, Outros
fatores de transcricao e seqiiencias regulat6rias charnados de
acentuadores e silenciadores modulam a eficiencia da iniciacao
(Cap. 21). Os fatores basais de transcricao devern interagir
corn promotores na sequencia correta para iniciar efetiva-
mente a transcricao (Fig. 11.17). Cada fator basal de trans-
cricao e indicado como TFIIX (fator de transcricao para
a polirnerase I1), em que X e a letra que identifica 0 tator
individual).
As posicoes nas quais cada urn desses fatores de transcri-
c;:aose liga ao DNA do promotor foram estabelecidas em
parte deterrninando-se que segmentos de DNA estao prote-
gidos da degradacao por nucleases quando um fator especi-
fico foi adicionado ao complexo de iniciacao. As seqtiencias
de DNA que estfio protegidas por fatores de transcricao au
outras proteinas de ligacao ao DNA podem ser identificadas
par experimentos de foot printing de DNase. Pequenas mo-
leculas hornogeneas de DNA que contern 0 sitio potencial
de ligac;:aosao isoladas e marcadas em uma ponta com um
isotope radioativo ou corante fluorescente ..Metade das 010-
leculas sao incubadas com a proteina de ligacao ao DNA de
interesse e metade e mantida livre de proteinas. Ambas as
amostras de DNA sao entao rapidarnente tratadas - apenas
o suficiente para que a maioria das rnoleculas de DNA sejam
clivadas uma vez - com DNase I pancrearica, uma enzima
que faz cortes internos aleatorios no DNA. as produtos re-
sultantes de clivagem sao enrao separados com base no ta-
manho por eletroforese em gel (veja Cap. 9). A arnostra livre
de proteina content fragmentos de DNA de todos os tama-
nhos possfveis produzidos por clivagem entre todos os pares
de nucleotideos adjacentes na molecula. as produtos de eli-
vagem produzidos a partir do DNA ao qual a proteina es-
tava ligada exibirao urna "pegada" ( j O o t p T i l 1 t ) onde nao existir
ponta de fragmento de DNA. A sequencia a qual a proteinae ligada sed protegida de divagem pela DNase 1 . Compa-
rando as bandas de DNA radioativo produzidas nas duas
amostras, com e sem proteina de Iigal;,:aoao DNA, um pes-
quisador pode definir com precisao a sequencia de nucleo-
tideos a qual a proteina se liga.
TFIID e 0primeiro fator basal de transcricao a intera-
gir com 0 promotor. Ele contern uma proteina de ligac;:aoa
TATA (TBP) e varias pequenas proteinas associadas a TBP
(Fig. 11.17). Em se6ruida, TFIIA junta-se ao complexo, se-
gllido por TFIIB. TFIIF primeiro associa-sea RNA-poli-
me rase II, e enrao TFIIF e RNA-polimerase II juntarn-se ao
cornplexo de iniciacao da transcricao. TFIIF contem duas
subunidades, uma das quais tem atividade de deselicoidizar 0
DNA. Portanto, TFIIF provavelmente catalisa 0 deselicoi-
dizar localizado da dupla helice de DNA necessario para ini-
ciar a transcricao. TFIIE entao se junta ao complexo de ini-
ciacao, Iigando-se ao DNA posterior (downstrerrm) do ponto
de inicio da transcricao. Dois Olmos fatores, TFIIH e TFIIJ,
juntam-se ao complexc apes TFIIE, mas suas localizacoes
no cornplexo sao desconhecidas.
As RNA-polimerases I e III iniciarn a transcricao por pro-
cessos que sao similares, mas um POllCO mais simples, que
o usado pela polirnerase II. Entretanto, os promorores dos
genes transcritos pelas polimerases I e III sao bem diferen-
tes dos usados pela polimerase II, muito embora a s vezescontenham alg·uns dos mesmos elementos de acao cis. Os
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T R A N S C R I t ; A o E P R O C E S S A M E N T O D E R N A E M E U C A R I O N T E S I I 3 0 5
r ln lc io d a
+1 t ranscr icao
'I I I I 1 '1 I I I I II I I I II I I I1I I I r nl I I I 1'1I r r l I iilllill)
J I I 1.11.111.1111I j I I I 111.11III II II I I I I I I) II II) II I J I)
,;;.At;• TFIID liga-se ao
TATAboxe.
: ~ : : : : : : : : & : . : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :
o
;;.At;o TFIIAju nta -s e a Dcomplexo de iniciacao.
, ; ; . A P "o TFIIBliga-se ao
complexo de in ic iacao,
o.,~ TFIIF,qu e tem atividade
V de de se lic oidiza ca o, lig a-seao c om p le xo : p olim e ra se II
tarnbernse liga aqui.
D
' ;; 'A~ 0FIIEliga-se ao
complexo de inlclacao.
F ig . 1 1.1 7 0 inicio da transcricao pela RNA-polimerase II requer
a formacao de um complexo basal de inicio de transcricao na regiao
promotora. A montagem deste complexo corneca quando TFIID, que
contern a proteina de l igacao a TATA (TBP), l iga-se ao TATA boxe. Os
outros fatores de transcricao e a RNA-polimerase II juntam-se aocomplexo na sequencia mostrada.
prornotores daRNA-polimerase I sao bipartidos, com uma
sequencia cerne que se estende cle cerca de -45 a.+20 e um
elemento antecedente de controle que vai de -180 a cerca de
-105. As duns regi6es tern sequencias similares, e arnbas saoricas cleG-c. A sequencia cerne e suficiente para a iniciacao,
Entretanto, a eficiencia da iniciacao e forternente aumentada
pela present;a do elernento de controle anteccdcntc.
Curiosamente, os promotores cia maioria clos genes
transcritos pela RNA-polimerase I I I estao situados dentro
das unidades de transcricao, posteriores aos pontos de inf-
cio da transcricao, e nao antecedentes como nas unidades
transcritas pelas RNA-polimerases I e II. Os prornotores de
outros genes transcritos pela polimerase II I estfio situados
antecedentes ao ponto de inicio da transcricao, como para
as polimerases I e I I . De faro, os promotores da polimerase
III podem ser divididos em tres classes, duas das quais tern
promotores situados dentro da unidade de transcricao,
A lo n g a m e n t o d a C a d e i a d e R N A e a Adi~ao d e
5 ' M e t il g u a n o s i n a
Quando as RNA-polimerases eucari6ticas sao liberadas de
seus complexes de iniciacao, elas catalisarn 0 alongamento
da cadeia de RNA pelo rnesrno mecanismo utilizado pelas
RNA-polimerases de procariontes (veja Figs. l lS e 11.9).
F ig .11 .18 I II Modelo da estrutura da RNA-pol imeras€ IIna levedura
S. cerevisiae. Os sulcos na superfic ie da enzima parecem ser si tios de
ligacao para 0DNA ea cadeia crescente de RNA. Um sulco com cerca
de 2,5 nm de largura e 1nm de profundidade e 0 si tio.hipotetico de
liga<;ao para0DNA (a cadeia com 10 contas de tamanho); outro sulco
com cerca de 1,5nm de largura e 2 nm de profundidade liga-se acadeia crescente de RNA (a cadeia com 4 contas de tamanho).
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3 0 6 a T R A N S C R I \A o E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
A analise estrutural da RNA-polimerase II de S. ceretnstae
revela a presenca de sulcos de superficie tidos como sendo
sitios de ligacao de DNA e RNA (Fig. 11.18).
No inicio do processo de alongamento, as pontas S' dospre-mRNA eucarioticos sao modificadas pela adicao de
"revestirnentos" (caps) de 7-metilguanosina (7-MG). Estes
"revestimentos" 7-MG sao adicionados quando as cadeias
crescentes de RNA tern apenas cerca de 30 nucleotideos de
tamanho (Fig. 11.19).0 7-MG contern uma liga,>=aonco-
mum 5'-5'-trifosfato (veja Fig. 11.15) e dois oumais gn~pos
metila. Esses revestimentos de S' sao adicionados co-trans-
cricionalmente pela via biossintetica mostrada na Fig. 11.19.
Os caps 7-MG sao reconhecidos por fatores proteicos envol-
vidos na iniciacao da transcricao (Cap. 12) e tambem ajudam
a proteger as cadeias crescentes de RNA de degradacao pOl'
nucleases.
Lembre que genes eucarioticos estao presentes na croma-tina organizada em nucleossomos (Cap. 9). Como a RNA-
polimerase trans creve DNA acondicionado em nucleosso-
mos? Os nucleossomos tern que ser desmontados antes que
o DNA dentro dele possa ser transcrito? Surpreendente-
mente, a RNA-polimerase II e capaz de mover-se atraves
dos nucleossomos com a ajuda de urn complexo proteico
chamado FACT (facilitador de transcricao da cromatina),
que remove dimeros de ruston as H2NH2B dos nucleosso-
lllOS deixando "hexassornos" de histona, Ap6s a polirnerase
5, "
(a) E sta gi,o in ic ia f n a tra ns cric ao d e u m g en e p ela R N A·p olim e ra se II.
,
\, C ap 5' "
, C H3-G pppN pN p ~I
CH3
t 2'-O-meti l t ransferase
CH3-GpppNpNp 'ffi
t Guanina-Zrnet i l t ransferase
GpppNpNp'ffi
PP i + Pi
i l i l t ransferase
G T P
pon ta 5 ' do , tr an s c ri to p p pNpNp =pnmano t t
(b) V ia d e b io ss in te se d o cap 7 -MG .
Fig . 11.19 • Os revestimentos de 7-metilguanosina (7-MG)sao
adicionados as pontas s' des pre-mRNA logo apos comecar 0
processo de alongamento.
II mover-se atraves do nucleossomo, FACT e outras prote-
inas acessoriasajudam a redepositar os dimeros de histona,
restaurando a estrurura do nucleossorno. Devemos notar
tambem que a cromatina que contern genes que estao sendotranscritos tern uma estrutura menos compacta do que a
crornatina que contem genes inativos, A cromatina na qual
genes ativos estao compactados tende a conter histonas com
muitos gmpos acetiIa (Cap. 9), enquanto a cromatina com
genes inativos contem histonas COlD menos gmpos acetila.
Estas diferencas sao mais discutidas no Cap. 21.
T e r m i n o P o r C l i v a g e m d a (a dela e a A di~ io d e
C a u d a ! 3 ' P o li ( A }
As pontas 3 ' dos RNA transcritos sintetizados pela RNA-
polirnerase II sao produzidas por clivagem endonucleoliticados transcritos primaries, e nao peIo terrnino da transcricao
(Fig. 11.20). Os eventos de termino de transcricao em ge-
ral ocorrem em varies sitios que estao localizados l.000 a
2,000 nucleotideos posteriores ao sitio que ira tornar-se a
ponta 3' do transcrito final. Isto e , a transcricao continua
alern do sitio que ira tornar-se a ponta 3', e 0 segmento
distal e removido por clivagem endonucleolitica. 0 evento
de clivagem que produz a ponta 3' de um transcrito geral-
mente ocorre no sitio de 11 a 30 nucleotideos posteriores asequencia conservada de consenso AAUAAAe antecedente asequencia rica em G-U siruada perto da poma da unidade de
transcricao. Ap6s a clivagem, a enzima poli(A)-polimerase
RNA - p al im e r as e I I
----I5'
3'
0A~ ~C liv ag em p ar e n do n uc le a se V
Cl i vagemendonucleol i t ica
5'7·MG======~~~=A"i'iFi"T""=A A U A A A
3'
\Ap \)
" 8 " A di~ ao d e c au da p oli(A )p e l a po IHA )' p ol ime r a se
5' 7·MG=~======~~=,rr,T. PT,T, ==N1AAAAI'953'
A A U A A A ~
Cauda po li (A )
Fig . 11 .20 • Caudas poli(A) sao adicionadas as pontas 3'
dos transcritos pela enzima poli(A)-polimerase. As pontas 3',
substratos para a poli(A)-polimerase, sao produzidas par clivagem
endonudeolitica do transcrito posterior ao sinal de poliadenllacao,que tem a sequencia de consenso AAUAAA,
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T R A N S C R I \ A O E P R O C E S S A M E N T O D E R N A E M E U C A R I O N T E S m 3 0 7
adiciona candas poli(A), trechos de adenosina-monofosfato
com cerca de 200 nudeotideos de tamanho, a s pontas 3' dos
transcritos (Fig. 11.20). A adicao de caudas poli(A) a mRNA
eucarioticos e chamada poliadenilacao.A formacao de candas poli(A) em transcritos requer um
componente especifico que reconhece e se liga a sequencia
AAUAAA, um fator estimularorio que se liga a sequencia
rica em G-U, uma endonuclease, e a polimerase poli(A). Es-
tas proteinas formam urn complexo multimerico que efetua
tanto a clivagem quanto a poliadenilacao em reacoes muito
acopladas. As caudas poli(A) de mRNA eucari6ticos acen-
tuam su.a estabilidade e tern urn papel importante em seu
trans porte do micleo para 0 citoplasma.
Em contraste corn a RNA-polimerase II, tanto a RNA-
polimerase I quanto a III respondem a discretos sinais de
termino. A RNA-polimerase Itermina a transcricao em
resposta a uma sequencia de 18 nucleotfdeos de tamanho
que e reconhecida por uma proteina de terrnino associada.
A RNA-polimerase III responde a urn sinal de termino que
e similar ao finalizador independente de ro em E . c o l i (veja
Fig. 11.13).
E d i ~ a o d o R N A : A l t e r a n d o 0 ( o n t e u d o d a I n f o r m a ~ a o
de M o l e c u l a s d e m R N A
De acordo com 0 dogma central da biologia molecular, a in-
formacao genetica flui do DNA para 0RNA para a protein a
durante a expressiio genica. Normalmente, a informacao ge-
netica nao e alterada no mRNA interrnediario. Entretanto,
a descoberta da edicao do RNA mostrou que ocorrem ex-
cecoes. Os processos de edicao do RNA alterarn 0 conteiido
da informacao dos transcritos genicos de dais modos: (1 )
mudando as estruturas de bases individuais e (2) inserindo
ou deletando monofosfatos de uridina,
o primeiro tipo de edicdo de RNA, que resulta na subs-
tiruicao de uma base pOl' outra, e raro, Este tipo de edicao
foi descoberto em estudos dos genes da apolipoproteina B
(apo-B) e mRNA em coelhos e humanos, As apolipoprote-
fnas sao protefnas sanguineas que transportam alguns tipos
de rnoleculas de gordura no sistema circulatorio. No figado,
o mRNA da apo-B codifies lima grande proteina com 4.563arninoacidos de tamanho. No intestino, 0 mRNA da apo-
B dirige a sintese de uma proteina com apenas 2.153 ami-
noacidos de tamanho. Aqui, uma citosina no pre-mRNA e
convertida em U, gerando urn codon interno UAA de ter-
mino de traducao, que resulta na apolipoproteina truncada
(Fig. 11.21). UAA e um dostres codons que terminam as ca-
deias polipeptidicas durante a rraducao. Se urn codon UAA
e produzido dentro da regiaocodificante de urn mRNA, ele
prematuramente termina 0polipepndeo durante a traducao,
gerando um produto genico incompleto. A conversao C -+
U e catalisada por uma proteina de ligacao ao RNA espe-
effiea de sequencia com uma atividade que remove grupos
amino das citosinas, Urn exemplo similar de edicao de RNAfoi documentado para urn mRNA que especifica urna prote-
5' .. CAA 5'DNA 3'~GH~0\_3'
F fg ;0dO . Transer. i~aO~lntest inoe l im inacao de
se que n c ia s in tron .m R NA n ao
editado ~ s,:"
5'=CAA= 3' 5.'. CAA·'" 3
Desaminase de
ligaelio a RNA ~
Edcao de RNA:
d e sa r nn a c a o o x td a ti vad e e i to s in a
mRNA
editad~
5'~3'
Traducao0
H2N~COOH
Apo li po p ro t ei n a c om
2 .1 5 3 am in o a ci do s
ta n()_ rCOOHH2N~-a-(S..... -
Apolipoproteina co m4 .5 6 3 am in o ac id os
F ig . 1 1.2 1 • Edicao do mRNA daapolipoproteina-B no intestino de
rnarniferos.
ina (0 receptor de glutamato) presente em celulas do cerebra
de rato, A edi~ao mais ampla do mRNA do tipo C -+ U
ocorre nas mirocondrias das plantas, enquanto a maioria dos
transcritos genicos sao editados em algum grau. As mito-
condrias tern seus proprios genomas de DNA e maquina-
ria de sintese de prorefnas (Cap. 19). Em alguns transcritos
presentes em mitocondrias de plantas, a maioria das C sao
convertidas em U.
Urn segundo tipo, mais complexo, de edicao de RNA
ocorre nas mitoc6ndrias de tripanossomas (urn grupo de
protozoarios flagelados que causam a doenca do sana ern'
humanos), Neste caso, monofosfatos de uridina sao inseri-
dos em (e ocasionalmente deletados de) transcritos gerucos,
causando grandes mudancas nos polipepndeos especificadospelas rnoleculas de mRNA. 0 tipo de edi\rao mitocondrial de
tripanossoma e ilustrado na Fig. 11.22, que mostra asseqiien-
cias do filamento codificante de DNA, 0RNA transcrito pre-
edicao e a mRNA editado do gene de cirocrorno b de Leish-
mania tarentolae. (Citocromo b e uma proteina envolvida na
producao de energia qufmica.) Este processo de edicao de
RNA e mediado por RNA guias transcritos de diferentes
genes mitocondriais. Os RNA guias contem sequencias que
sao parcialmente eomplementares aos pre-mRNA a serern
editados, 0 pareamento entre os RNA guias e os pre-mRNA
resulta em espa~os com unidades A nao pareadas nos RNA
guias. Os RNA guias servem como moldes para edicao, e as
U sao inseridas nos espa\ros nas moleculas de pre-mRNAemoposicao as A nos RNA guias (Fig. 11.22).
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3 0 8 1 1 1 T R A N S (R I ~ A O E P R O C E S S A M £ N T O D O R N A
F ilam en to m ol d e de D NA
3'TT TCG CC TCT CTT TTC TTT T C C G AAATT GAAG TC CAACAAATAATG CTC ATATAC C -5 '
{}
'\/>.I>
"'0'Transcr i cao
Pre-mRNA
5 '-A AAG CG G AG AG AA AA GA AA A G G C U UU AA CU UC AG G UU GU UU AU UA CG AG UA UA UG G-3'
P re-mRNA n "''!:amento com RNA guia G-3 '
5' A A \7 parcialmen te complemen tar J> ..G uf:> ,.\lf',\.lG
- A G C G G A G A G Gu\.l\. lJ>..\l\l f\CG
A A A ! l G AAA A G G C UUUAACUUCAGG \l1 jI I I I I I I I 1 1 1 I 1 I 1 1 1 1
1 jJ>. . f' ,f ', \ lUUAAAUAUAAUAGAAAAUUG AAGU U C A G U A
~~~ ~~~3' - f \ \. lf '. 1 j . '\AI> IIU A A U A A U '
RNA guia D " ' O ' N A U S
l nse rcao de mono fos fa t os de u ri di naPre -mRNA GG 3 '
5' -A A A G c G G A G A G G\l\l\. lf ' ,\ l \ lJ>..CGf',G\l\\lf ' . \. l
A A A A G AAAUUUAUGUUGUCUUUUAACUUCA GG \ j1 jIII11I11II I 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
f '. f '. f' .\ l UUUAAAUAUAAUAGAAAAUU GAAGU U C A G U
,\~IJ\.lCf\f' ,\. lJ>..f' .\. l D '\AI> A U L j C A C U A U ~3'- f \vC ' " ' 0 : 7 r j A U A A U
RN A u ia A A U _ 5g L ib era (:a o d e R NA guia do m RN A
mRNA ed rt ad o
5 '·AAAGCGGAGAGAAAAGAAAUUUAUGUUGUCUUUUAACUU CAGGUUGUUUUAUUACGAGUAUAUGG3 '
F ig . 1 1.22 • Edicao do pre-mRNA do citocrorno b mitocondrial no tripanossoma Leishmania torentolae. As uridina-monofosfato (U ) que
foram inseridas nos espacos no pre-mRNA durante a processo de edicao estao destacadas em l aranja, Pareamento de bases entre 0
pre-mRNA eo RNAguia e representado por linhas verticais entre as duas moleculas.
Em alguns casos, dois ou mais RNA guias diferentes par-
ticiparn da edicao de um unico pre-rnlcNa. Os RNA guias
nao so fornecem os rnoldes para os processos de edicao, mas
tambern doarn monofosfatos de uridina que sao inseridos nos
pre~lllRNA. Os RNA guias tern caudas oligo(lJ) em 3', com
5a 24 nucleotideos de tamanho. Estas U sao insericlas nos
pre-mRNA durante 0 processo de edicao par urn complexo
mecanisme de duas etapas (Fig. 11.23), Na primeira etapa,a 3' -OH livre no RNA guia ataca e rompe lima ligas;ao es-
ter interna no pre-mRNA, formando lima Iigas;ao covalente
com a parte 3' do pre-mRNA clivado, Na segunda etapa, a
3' -OH livre na parte 5' do pre-mRi'\fA c1ivado ataca lima
Iiga<;aoester entre duas Unas pontas cia cauda oligo(U) do
RNA guia, reestruturando a rnolecula de pre-mRNA, mas
agora com uma U inserida no sitio do ataque inicial,
Por que ocorrem estes processos de edicao de RNA? Par
que as sequencias finais de nucleotideos destes mRNA nao
sao especificadas pelas sequencias dos genes mitocondriais
como sao na maioria dos genes nucleares? As respostas a es-
tas interessanres perguntas sao purarnente especulativas. Os
tripanossomas sao eucariontes unicelulares primitivos que
divergiram de outros eucariontes bem cedo na evolucao. Al-
guns evolucionistas especulam que a ecli<;aodo RNA era co-
mum em celulas ancestrais, em que muitas reacoes parecem
ser catalisadas par moleculas de RNA em vez de proteinas,
Outra posicao e que a edicao do RNA e um mecanisme pri-
mitivo para alterar os padroes de expressao genica. Por qual-
quer motivo, a edi<;ao do RNA tem urn papel importante
na expressao de genes nas mitocondrias de tripanossomas eplantas.
_ P O N T O S IM P O R T A N T E S
• Tres RNA-polimerases diferentes estao presentes em euca-
riontes, e cada polimerase transcreve um conjunto distinto
de genes.
• Os transcritos genicos eucari6ticos geralmente sofrem tres
rnodificacoes importantes: (1 ) a adf~ao de caps de 7-metilgua-
nosina as pontas 5', (2) a adrcao de caudas poli(A) na ponta 3' e
(3) a ramocao de sequencias intron nao codificantes.
• 0 conteudo de inforrnacoes de alguns transcritos eucari6ticos
e alterado pela edicao do RNA, que muda a sequencia de nu-
deotideos dos transcritos antes de sua traducao.
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G E N E S I N T E R R O M P I D O S E M E U C A R IO N T E S ; E X O N S E I N T R O N S ill 3 0 9
: ; ' A ; Yo C liv ag em d e lig a( :a o e st er em p re -mRNA e f or ma ca ci d e um a
l iga (: ao es te r en t re 0 R NA g u ia e a p arte 3 ' do p re -m RN A,
Pre·mRNA
5 O ~P ~O e=r=r+r=r=r=r= 3 '
ataque~~U-OH 5'
Uu RNA g uia
5----0H •
:;'AP"
U C liv ag em d a lig ar ;: ao e ste r e n tr e d ua s U te rm in ais d o R N A g uia ,reconst i tuindo 0pre- rnRNA, mas com uma U i ns e ri da n o s it io
de c li vagem In ic ia l na e tapa L
5----OH
5 '
ore·mRNAparcialmente editado
5------U------ 3
HO -U U 5 'R N A guia
fig. 11.23 II 0mecanismo de duas etapas pelo qual
ur idina-rnonofosfato sao inseridas em rnoleculas de pre-mRNA
durante sua edicao em mitoc6ndrias de tripanossomas.
' I G E N E S I N T E R R O M P I D O S E M E U C A R I O N T E S :, -E X O N S E I N T R O N SAmaioria dos genes eucari6ticos contsm sequencias
nao codificantes charnadas fntrons que interrompem
as sequencias codiflcarrtes, os exons, Os introns sao
removidos dos RNAtranscritos antes de seu transporte
para 0 citoplasma.
A maioria dos genes bern caracterizados de procarion-
tes consistem em sequencias continuas de pares de nucleoti-
deos, que especificam sequencias co-lineares de aminoacidos
nos produtos gen.icos polipeptidicos. Entretanto, em 1977, a
analise molecular de tres genes eucarioticos produziu umagrande surpresa. Estudos de genes de ~-globina (urna das
duas proteinas diferenrcs na hemoglobins) de camundon-
gos e~coelhos e do gene de ovalburnina de galinhas (uma
protefna de estocagem no ovo) revelaram que eles contem
seqiiencias nao codificantes intercalares entre seqiienciascodificantes, Eras foram subsequenternente encontradas em
regioes nao traduzidas de alguns genes. Eras sao ehamadas
Introns (de seqiiencias intercalates). As,seqiiencias que per-
manecern presentes em moleculas finais de mRNA (tanto
seqiiencias codificantes guanto HaO codificantes) sao chama-
das de exons (para seqiiencias express as). A descoberta de
fntrons e 0 tema do Marco deste capitulo (veja Um Marco
na Genetics: Introns). Os geneticistas hoje sabem que os
introns interrornpem a maio ria dos genes eucarioticos mas
nao todos eles,
A l g u n s G e n e s E u c a r i o t i c o s M u i t o G r a n d e sSubseqiiente aos estudos pioneiros sobre os genes de glo-
bina de mamiferos e 0 gene de ovalbumina de galinhas (veja
Marco), Introns nao codificantes forarn demonstrados em
grande mimero de genes eucarioticos. De fato, g·enes in-
rerrompidos sao muito mais comuns gue genes nfio inter-
rompidos em animais e plantas superiores. Por exemplo, 0
gene de X e l l O p u s larois g i le codifica a vitelogenina A2 (que
gera a proteins da gema do 01'0) contem 3 3 . introns, e 0
gene do colag-eno leQ de galinha contem pelo menos 50
introns, 0 ge11e do colageno tem 37.000 pares de nucleon-
deos, mas origina uma molecule de mRNA com apenas cerca
de 4.600 nucleotideos de tamanho. Outros genes conternrelativamente poucos fntrons, mas alguns dos introns sao
muito grandes. Por exemplo, 0 gene Ultrabitbora« (Ubx) de
Drosophila contem um intron que possui aproximadamente
70.000 pares de nucleutideo, de tamanho. 0 maior gene
caracterizado hoje em dia e o gene hurnano DMD, que causa
a distrofia muscular Duchenne quando tornado nao funcio-
naI por rmrtacao. 0 gene nMD tem 2,5 milhoes de pares de
nucleotideos e contern 78 introns.
Embora os inrrons estejarn presentes 1 1 < 1 maioria dos ge-
nes de anitnais e plantas superiores, eles nao sao essenciais
porque nem todos estes genes contem Inrrous. Os genes de
histona do ourico do mar e quatro genes h eat sh ock (cho-
que de calor) de Drosophila estavarn entre os prirneiros genes
animais que nao tinham introns, Hoje sabemos que rnuitos
genes de animais e plantas superiores nan tern introns.
i n t r o n s : S i g n i f ic a d o 8 . i o l o g i c o ?
No memento, os cientistas sabem relativamente pouco
sobre 0 significado biologico da estrutura exon-Intron de
genes eucarioticos, Os introns sao altamente variaveis em
tamanho, indo de cerca de 50 pares de nudeotideos ate mi-
lhares de pares de nucleotideos de tamanho. Este fato levou
a especulacao de que os introns possam ter um papel na re-
gulacao da expressao genica. A transcricao de genes comgrandes introns leva mais tempo do que a transcricao de
5/10/2018 Trascri o - slidepdf.com
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3 1 0 !II T R A N S C R I ( A O E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
Ge n eenes com pequenos Introns ou sern introns. Assim, seria
esperado que a presen~a de grandes introns em genes re-
duziria a taxa de aciimulo de transcritos ern uma celula. 0
fato de que as introns acurnularn novas mutacoes muito maisrapidamente que os exons indica que as seqiiencias de pares
de nucleotideos especificas dos fntrons, excluindo as pontas,
nao sao muito importantes.
Ern alguns casos, os exons diferentes dos genes codificam
dominies funcionais diferentes dos produtos genicos pro-
teicos, Isto e rnaisaparente no caso de genes que codificarn
cadeias pesadas e leves de anticorpos (Cap. 23). No caso de
genes de globina de mamiferos, 0 exon do meio codifica 0
dominio de Iigacao de hemo cia proteina, Tem havido urna
consideravel especulacao de que a estrutura exon-Intron de
genes eucari6ticos tenha resultado da evolucao de novos ge-
nes pela fusao de genes ancestrais nso interrompidos (iinico
exon), Se esta hipotese estiver correta, os introns podem serrneramente reliquias do processo evolutivo.
Altemativamente, os Introns podern fornecer urna van-
tagem seletiva aumentando as taxas em que as seqiiencias
codificantes em exons diferentes de urn gene podem rees-
trururarse por recornbinacao, acelerando assim 0 processo
de evolucao. Em alguns casos, vias alternativas de recompo-
sicao de urn transcrito produzern uma familia de proteinas
correlatas (veja Fig. 14.27). Nesses cases, os introns resultam
em varios produtos de urn iinico gene. A recornposicao alter-
nativa do transcrito troponina T de rato e ilustrada na Fig.
21.4. No caso do gene mitocondrial de Ievedura que codifica
o citocrorno b , os introns contem exons de genes que codi-
£learn enzimas envolvidas no processamento do transcritoprimario do gene. Assim, introns diferentes podem de fato
tel' papeis diferentes, e muitos introns podem nao tel' signi-
ficado biol6gico. Como muitos genes eucarioticos nao tern
introns, estas regioes nao codificantes nao sao necessarias
para a expressao genica normal.
P O N T O S I M P O R T A N T E S
II A maioria dos genes eucari6ticos, mas nao todos eles, sao divi-
didos em sequencias codiflcantes cham adas exons e nao codi-
ficantes chamadas introns.
• Alguns genes contcrn Introns muito grandes; outros abrigam
grandes nurneros de pequenos introns.
II 0 significado biologico dos mtrons ainda esta aberto a debates.
R E M O ~ A O D E i N T R O N S P O RR E C O M P O S I ~ A O D O R N AOs lntrons nao codificantes sao removidos de
transcritos genicos por varies mecanismos diferentes.
A maioria dos genes nucleares que codificam protei-
nas em eucariontes multicelulares contem introns. Menos,
mas ainda muitos, dos genes de eucariontes unicelulares tais
E xon 1 i n t t o n A E x o n 2 lntron B b o n 3
D N A
~ T ra ns cric ao
T ran scr ito 5 ' E xo n 1 E xon 2 ln tro n B E x o n 3 3'n t ron A
or i rnano " V,' C6don n
h)C6don n +1
m R N A
, , ,
" \ " l { } ~ ro c e~ )am e~ ~ ? d e R N A
", .....~ I I ~~ ~
\,.E xo n'l ' E xo n 2'E;on 3./
VVCodon n n + 1
{} T ra du ca o
~olipeptldeo
F ig . 11 .24 • A rernocao de sequencias intron de transcritos
primaries por recomposicao do R N A . 0 mecanisme de
recornposicao deve ser preciso para 0unico nucleotideo garantlr
que os cedens nos exonsseguintes sejam traduzidos corretamente
para produzir a sequencia correta de aminoacidos no produto
polipeptidico.
como leveduras contern introns. Genes raros de archaea e
de alguns virus de procariontes tambern contern introns. No
caso destes genes "divididos", 0 transcrito primario contern
toda a sequencia do gene, e as seqiiencias intron sao excisa-
das durante 0 processamento do RNA (veja Fig. 11.15).
Para genes que codificam proteinas, 0mecanismo de re-composicao deve ser preciso. Ele deve unir seqiiencias exon
com precisao de cada nucleotideo para garantir que c6dons
em exons distais a introns sejam corretamente lidos (Fig.
11.24). A precisao a este grau parece requerer sinais precisos
de recomposicao, supostamente sequencias de nucleotfdeos
dentro de introns e nas juncoes exon-Intron, Entretanto, nos
transcritos primaries de genes nucleates, as {micas seqiien-
cias cornpletamente conservadas de introns diferentes sao
seqiiencias de dinucleotfdeos nas pontas dos Introns, como
por exernplo,
intron
(~
exon-G'T' AG-exon
As seqiiencias mostradas aquisao para 0 filamento de DNA
nao-molde (equivalente ao RNA transcrito, mas com T em
Iugar de U). Alem disso, existem curtas sequencias de con-
sense nas juncoes exon-intron. Para genes nucleares, as jun-
coes de consenso sao
eXOl1xon Intron
~~.------~'\;4G73 G IOO T 1OOA6sA"RG S4 T 63 6Pi74_S7N C65AIOOG[oo N
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R E M O ~ A o D E I N T R O N S P O R R E C O M P O S I ~ A O D O R N A 1 1 . 1 3 1 1
Os subscritos numericos indicam as porcentagens defreqtien-
cias das bases de consenso em cada posicao. Assim, urn subs-
crito 100 indica que uma base sempre esta presente nesta posi-
r,;ao.N e Pi indicam que qualquer urn dos quatro nucleotideospadroes ou pirimidinas, respectivamente, podem estar presen-
tes na posicao indicada. A s juncoes exon-intron sao diferen-
tes para genes de tRNA e genes estruturais em mitoc6ndrias
e cloroplastos, que usam mecanismos diterentes de recompo-
sir;ao do RNA (veja a secao seguinte). H a apenas urna sequen-cia curta conservada, 0TACTAAC hoxe, situada a cerca de
30 nucleotideos antecedentes ao sftio de corte 3 I dos introns
em genes nucleares, 0 TACTAAC boxe e bern conservado nalevedura do pao, mas 11aO em eucariontes rnulticelulares. 0
'L'\.CTAA.C boxe exihe uma forte preferencia para Ulnapurina
ou uma pirimidina em cada sitio, Como 0 seguinte:
Pigo N Piso P iS7 Pu? 5 A 100 Pi95
A adenina na sexta posicao do TACTAAC boxe e completa-menteconservada e se sabe que desempenha urn papel im-
portante na reacao de recornposicao. Com a excecao dos
dinucleotide os terrninais e do TACTAAC boxe, as seqiien-
cias de fntron dos genes nucleares sao sequencias altarnenre
divergentes aparentemente aleat6rias. Os introns de genes
de mitoc6ndrias e cloroplastos tambern contern seqiiencias
conservadas, mas elas sao diferentes das de genes nucleares.
A natureza altamente conservada dos sitios de corte 5'
e 3' e 0 TACTAAC boxe indicam que eles tern urn papel
importance no processo de expressao genica. Evidencia di-
reta de sua importancia foi dada por muracoes nesses sitiosque causarn fen6tipos mutantes em muitos eucariontes dife-
rentes. De fato, tais mutacoes as vezes sao responsaveis por
doencas hereditarias em humanos, tais como disnirbios da
hemoglobina.
A descoberta de introns nao codificantes em genes esti-
mulou 0 interesse nos mecanismos pelos quais seqiiencias
Intron sao removidas durante a expressao genica. A demons-
tracao inicial de que as seqiiencias intron em genes eucari-
oticos erarn transcritas juntamente com as sequencias exon
enfocou pesquisas no processamento de transcritos genicos
primaries. Do mesmo modo que os sistemas in vitro deram
P re cu rso r de tR N A
3'OH
5 ' E n don u c le a se
P de rec o rnpo s ic a o
I
inforrnacoes importantes sobre os mecanismos de transcri-
cao e traducao, a chave para a cornpreensao de eventos de
recomposican do RNA foi 0desenvolvirnento de sistemas de
recomposicao in vitro. Usando estes sistemas, pesquisadoresmostraram que existern tres tipos distintos de rernocao de
introns dos Rl'\fA transcritos.
1. Os Introns de precursores de tRNA sao rernovidos por
clivagem endonucleolftica precisa e reacoes de Iigacao
catalisadas pot endonuclease especial de recomposicao e
atividades de ligase.
2. Os introns de alguns precursores de rRNA sao rernovidos
autocataliticamente em uma unica reacao mediada pela
propria rnolecula de RNA. (Nao esta envolvida nenhuma
ativ:idade enzimatica proteica.)
3. Os inrrons de transcritos nucleares pre-niRNA (hnRNA)
sao removidos em reacoes de duas etapas efetuadas porcomplexas partfculas de ribonucleoproteinas chamadas
spliceossomos.
Estes tres mecanismos de remocao de fntrons sao discutidos
nas tres secoes seguintes. Existem outros mec:mismos de re-
mocao de inrron, mas por questao de simplificacao eles nao
serao discutidos aqui,
R e c o m p o s i ~ a o d e P r e c u r s o r d e t R N A : A t iv i d a d e s
U n i c a s d e N u c l e a s e e L i g a s e
A reacao de recomposicao do precursor de tRNA foi es-clarecida em detalhes na levedura Saccha r omyces ce reu is ia e .
Tanto os sistemas de recomposicao in vitro quanto os mutan-
tes de recornposicao sensiveis a temperatura foram usados
para dissecar 0mecanismo de recomposicao de tRNA em S.cereuisiae. A remocao de introns de precursores de tRNA em
leveduras ocorre em dois estagios (Fig. 11.25). No estagio
I, uma endonuclease de recomposicao nuclear ligada amembrana faz dois cortes exatamente nas pontas do intron.
Entao, no estagio II, uma ligase de recomposicao junta as •
duas metades do tRNA para produair a forma final da mo-
lecula de tRNA. A especificidade destas reacoes reside nas
tR N A fin a l
3'OH
fig. 1 1 .25 • A rernocao de
introns dos precursores de tRNA
e urn processo de do is estagios:
(I ) c1ivagens endonucleoliticas
n a s extremidades do intron e (II)
ligacao das pontas recern-forrnadas
dos dois exons, 0 processo de.
ligacao envolve tres reacoss
distintas, todas catalisadas pela
ligase de recornposicao. Esta
e nz im a u nica contem a t i v idades de
fosfodiesterase, cinase e lig as e.
3' 3'
OH OH
~ ' ~ . _ ~ · b _ L i g a s e d eecomposicao
rJ~ II
OH b~Hp
HO- -p
5 ' ln tro n 3 '
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1 1 2 I I T R A N S C R I ( ;A O E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
caracterfsticas tridirnensionais conserv:adas dos precursores
de tRNA, e nao nas seqtiencias de nucleotideos em si.
R e (o m p o s i~ a o A l it o c a t a l i t i c a
Um tema geril na biologi.a e que 0metabolismo ocorre me-
diante seqiiencias de reacoes catalisadas por enzimas. Essas
enzirnas muiro importantes ern geral sao proteinas, as vezes
polipeptfdeos iinicos e as vezes complexes heteromultirne-
ros. Ocasionalmente, as enzirnas precisam de co-fatores nao
proteicos para desernpenhar suas funcoes. Quando Iiga-
<;:oescovalentes estao sendo alteradas, geralmente e supostoque a reacao esta sendo catalisada por uma enzima. Assim,
a descoberta em Tetrahymena tbermopbila de que 0 fntron
no precursor de rRNA foi removido sem a envolvimentode nenhuma arividade catalitica proteica surpreendeu. En-
tretanto, hoje esta claramente estabelecido que a atividadede recomposicao que remove 0 intron deste precursor de
rRNA e intrinsica a propria molecula cle RNA. Alem disso,
foi dernonstrado que tal auto-recornposicao ou atividade
autocatalitica ocorre em precursores de rRNA de varies eu-
cariontes inferiores e em grande mimero cle precursores de
rRNA, tRNA e mRNA em mitocondrias e cloroplastos cle
muitas especies difercntes, No caso de muitos destes introns,
o mecanisme de auto-recornposicao e 0 meSl110 claquele
usaclo pelos precursores de rRNA de Tetrahymena ou muito
semelhante a ele (veja Fig. 11.26). Para outros, 0mecanisme
de auto-recomposicao e similar ao mecanismo de recompo-
sicao observado com precursores nucleates de mRNA, mas
sem 0 envolvimento do spliceossomo (veja Fig. 11.27).A excisao autocatalftica do intron no precursor de rRNA
de Tetrahymena e de alguns outros lritrOl1S nao requer uma
Fonte de energia extern a e nenhuma atividade catalftica pro-
teica. Em vez disso, 0 mecanisrno de recornposicao envolve
uma serie de transferencias de ligacoes fosfoester, sem liga-
coes perdidas ou ganhas no processo. A reacao requer um
nucleosideo on nucleotideo guanina com urn grupo 3' -OR
livre (GTP, GDP, GMP ou guanosina funcionais) como co-
fator mais urn cation monovalente e um cation clivalente. A
necessidade de G- 3' -OE e absoluta. N enhuma outra base
pode ser substituida no co-fator nucleosideo ou nucleotideo.
o Intron e removido por meio de duas transferencias de liga-
<;aofosfoester, e 0 intron removido pode subsequenternente
ser circularizado por meio de outra transferencia de ligacao
fosfoester, Estas reacoes estao diagramadas na Fig. 11.26.
A circularizacao autocatalitica do Intron removido sugere
que a auto-recomposicao destes precursores de rRNA reside
primariamente, ou totalrnente, dentro da propria estrutura do
Intron. Supostamente, a atividade autocatalitica e dependenteda estrutura secundaria do Intron ou pelo menos da estrurura
secundaria da molecula precursora cle RNA. A s estruturas
secundarias desses RNA auto-recompostos deve colocar os
gropos reativos em justaposicao para perrnitir que a trans-
ferencia da liga<;:aofosfoester ocorra, Como as transferen-
cias das ligacoes fosfoester de auto-recomposicao sao reacoes
potencialmente reversiveis, a rapida degradacao dos Introns
removidos, ou 0 envio de rRNA recomposros para 0 cito-
plasma, pode ativar a recomposicao no sentido para diante.
Note que as reacoes de recomposicao autocataliticas sao
cle natureza intramolecular e portanto nan sao dependentesde concentracao. Alem disso, os precursores de RNA sao
capazes de formar tim centro ativo ao qual se liga 0 co-fa-
tor guanosina-3' -OB. A recomposicao-autocatalitica des-
ses precursores de rRNA demonstra que os sitios cataliticos
nao sao restritos a protefnas. Entretanto, nao h a atividade
trans catalitica como para enzimas, mas apenas atividade cis
catalftica. Alguns cientistas acreditam que a recomposicao
Precursor de rRNA:
E xon 2
, : ;. A p ,o L iga< ;ao fos foeste r
na i u n ~ a o exon
l-fntron e t r ans fenda
para G - O H, c or ta n do
a l igat;:ao ex o n l-Jntron.
Exon 1 E x o n 2
5P-C=~ OH 3'
,\Ap
"'ft.'V. ig a ca o f os fo e st er na
j un c a o i nt ro n -e x o n 2 etran sfe nda pa ra a p on ta
3 ' do e xon 1 , jun tan do
exons 1 e 2.
Exon 1
;E xon 2
-0-P -OH 3 '
' :; 'AP"
o Circular izacso defntron po r t ra n s fe r e n ci a
d e l ig ac a o I os to es te r
in terna.
i n t ron
r emovido
Fig.11.26 III Dagrama do mecanisme de auto-recornposicao do
precursor de rRNA de Tetrahymena thermophila e a subsequente
circularizacao do intron removido.
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R E M O ~ A O D E iN T R O N S P O R R t : C O M P O S I \A O D O R N A I I I m
Fig.11.27 • Fotos de microscopia eletronica de spliceossomos
purificados. Note a marcante subestrutura das particulas, que tern
dimens6es de 40 a 60 nan6metros. 0detalhe (acima a esquerda)mostra urna particula com um filamento fino e uma particula menor
no final do fHamento.
autocatalitica do RNA possa ser Ulna relfquia de urn mundo
inicialmente baseado em Rt"'\fA.
Recomposi~aod e P re -m R N A : s n R N A , s n R N P e 0
S p l i c e o s s o m o
Os Introns em pre-mRNAs nucleates sao removidos em duas
etapas, como as fntrons nos precursores de tRNA de levedu-
rase precursores de rRNA de Tctrabvmen» que foram discu-
tidos nas duas secoes precedentes. Entretanto, os introns nao
sao removidos par simples nucleases e ligases de recornposi-
«ao ouautocataliticamente, e nao e necessaria nenhum co-Ea-
tor guanosina. Em vez disso, a recomposicao de pre-mRt"'\fA
nuclear e feita por estruturas complexas de Rt"'\fA/proteina
chamadas spliceossomos (Fig. 11.27). Estas esrruturas sao
de muitos modos como pequenos ribossomos, Elas contern
um corrjunto de pequenas moleculas de RNA denorninadas
snRNA (RNA pequenos nucleates) e cerca de 40 proteinas
diferentes. As duas estapas na recornposicao do pre-mRNA
nuclear sao conhecidas (Fig. 11.28). Entretanto, alguns deta-
lhes do processo de recornposicao ainda s a o . incertos,Cinco snRNA, chamados UI, U2, U4, US e U6, estao
envolvidos na recornposicao do pre-mRNA nuclear como
cornponentes do spliceossomo. (snRNA U3 esta localizado
no nucleolo e provavelmente esta envolvido 1 1 a formacao
de ribossomos.) Em rnamiferos, estes snRNA variarn de
tamanho de 100 nucleotideos (U6) a 215 nucleotide os
(U3). Alguns dos snRNA 1 1 a levedura S. cereuisiae sao.mnito
maiores. Esses snRNA nao existern como moleculas livres
de RNA. Em vez disso, eles estao presentes em comple-
xos de pequeno RNA nuclear - protefna chamados snRNP
(pequenas rihonucleoproreinas nucleares), Os spliceosso-
mas sao compostos de quatro snRNP diferentes e fato-
res de recomposicao de protefnas durante 0 processo derecomposicao. A caracterizacao dos snRNP foi facilitada
pela descoberta de que alguns pacientes com uma doenca
auto-imune a s vezes fatal chamada lupus eriternatoso sis-
ternico produzem anticorpos que rea gem com rnuitos de
seus proprios companentes celulares incluindo proteinassnRNP. Tais anticorpos sao chamados auto-anticorpos por-
que des reagem com as proteinas do proprio padente.
Normalmente, 0 sistema imune humano produziraape-
nas anticorpos que reagem com proteinas ex6genas (Cap.
23). Em pacientes com lupus, os auto-anticorpos causarn
inflarnacoes de tecidos e 6rgaos que podem resulrar em
funcionamento anormal do coracao, dos rins ou do figado
e ate. mesmo na morte. Os auto-anticorpos de pacienres
com lupus eritematoso sistemico podem ser usados para
precipitar snRNP. Assim, eles facilitam rnuito a purificacao
dos snRNP paraesrudos estruturais e funcionais,
5
~A .p
"'. 0 sp lic e o ss om n com p le topa rtic ipa n a c l i vagem da
ligacao I os 'o es te r n o s it iode co rte do in tro n em 5 ' e
n afo rm a ca o d e u ma lig ac aofo sfo die ste r e ntre 5 ' G d oin tron e A c on se rv ad a p er to
da pon ta 3 ' do in tro n . sn RN A
U4 e l iberado.
Exon 2
l i l i i i i . . . . l 1 l i ' ~I '-P
" '0" 0 s i t io de c orte d o in tr0 l2 3e c liva do e do is e xo ns sao
u o id o s p o r u m a li ga ~ aof a sf o di e s te r .
E xo n 2xon 1_____ 3'
mRNA r e compos to
Fig. 11.28 II Os papeis postuladosdos snRNP contendo snRNA narecomposicao nuclear do pre-mRNA
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3 1 4 I I T R A N S C R I \A O E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
U M M A R £ O N A G E N E T l C A : I n t r o n sDuranteos anos 1960 e 0 inicio dos anos 1970, surgiu urna visao
eJegantemente simples do gene. 0gene era uma sequencia linear
de pares de bases codtficando uma sequencia co-linear de amino-
acidos em seus produtos pofipeptfdicos. Esta visao do gene foi de-
senvolvida quase que exclusivamente mediante estudos de proca-
riontese seus virus. Lcgicarnente, nos tarrrbernsabemos que apenas
1a 2 por cento do DNA em mamiferos especificou as ssquencias de
arn lnoacldos em prote jnas. Entretanto, todos foram surpreendidos
em 19 7 7 quando sequencias nao codificantes foram descobertas
entre as sequenclas codificantes de genes eucarioticos.
A prime ira evidencla de que algo inesperado estava ocorrendo
veio deestudcs
em adenovirus, um virus com DNA queinfecte hu-manes. Quandb Susan Berget e Claire Moore, trabalhando no labo-
ratorio de Philip Sharp no MIT, hibridizaram mRNA purificado de
adenovirus com DNA adenoviral uriifilamentar , eles descobriram
que 0mRNA nao se hibridizava com uma regiao do DNA como
esperado, Em vez disso, 0 mRNA se hibridizava com tres regi6es
diferentes no fi larnento de DNA (Fig. 1}.1De algum modo, segmen-
tos diferentes do mRNA transcrito haviam sido recompostos. Os
mesrnos resultados foram obtidos independentemente por Louise
Chow e colaboradores no grupo de Richard Roberts no Cold Spring
Harbor Laboratory/ Nessa epoca, muitos cierrtistas pensaram que
lBerget. S. M., C Moore e P.A.Sharp, 1977.Spiked segments at the 5' terminus
of adenovirus 2 late RNA ProeNatl. Acad. Sci. U.S.A. 74: 3171-3175.
2Chow, L . \ " R. E. Gelinas, T . R.Broker e R.J. Roberts, 1977.An amazing sequence
arrangement at the 5 ' ends of adenovirus 2 mRNA Cell 12:1-9.
tal estranha recomposir;ao de segrnerr tos do mRNA podla,se: a]$q
u n'iGo de virus. Eritretanto, essa vis~o logose rnostrou er~ad~. .'. " ..
Pesquises em quatro laboratories diferenres'demenstrafarn q~~
sequencias intercalates estavarn presentee- em genes ~¢djfi2frrl~
tes de tipos diferentes de protefnas em vertebrados; 9traQalh6
sobre 0 gene de ~-globjna de coelho no [ i; lboratdrio deR'iChard
Flavell,3 0 gene de ~-globina de comundongo no laboratorto de
Philip Leder4 e 0 gene de ovalbumina de galinha nos labotatorlos
de Pierre Charnborr' e de Bert W. O'Mallel docurnentaram inde-
pendentemente a presence de sequencias intercalares hao cadi-
ficantes, hoje charnadas [ntrons, nestes genes estruturais, Todos
o s quatro es tudos depende ram dodesenvo ! vimen to d e n ; r e t o d o spelos quais genes individuais puderam ser isolados fclQnad6s") e
caracterizados (Cap. 15).Quando os genes forarn oornparadoscorn
seus produtos de mRNA, foi visto que etes continham sequencias
de nucleotldeos que na9 estayam presentesnos mRNA .
' Jeffreys, A )., e R.A. Flavell , 1977, The rabbit ~-globin gene contains a lar:ge
insert inthe coding sequence. Cell 12 : 1097-~108.
"Tllghman, $,M, D. C . Tiemeier, F . Polsky, M. H.Edgell.], G.Seidman, A Leder, L
W . Enquist, R . Norman e P . Leder, 1977. Cloning specific segments of the mam-
malian genome: Bacteriophage J c containing mouse globin and surr6undrng
gene sequences. Proc. Natl. Acad. Sci. U.SA 74: 4406-4410.
SSreathnack, R., C . Benoist, K. O'Hare, F.Gannon e P.Chambon,.1978. Ovalbu-
min gene: Evidence for a leader sequence in mRNA and DN A sequences at theexon-intron boundaries. Proc. Natt. Acad. Sci. USA 75: 485~-4857.
6W OO , S . L C , A . D ug a ic zyk, M -J Tsa l , E. C . La i, J F . Ca t tera l l e B . W , O'MaIlO!y,
1978. The ovalbumin gene: Cloning of the natural gene. Proe. Nat!. Acad. SCi.
US.A 75 : 3688-3691.
(a ) Microg r9f ia e le tr on ic a (b ) Diagrama in te rp re ta tiv e d e (a J,
F ig . 1 • A prirneira evidencia de
intronse recornposicao.do RNA. (a )
Micrografia eletronica mostrando
a estrutura do heteroduplice
forrnado por-hibridizacao do
mRNA final de adenovirus com 0
filamento complementar de DNA
no cromossomo de adenovirus
(reproduzida com perrnissac de S:
M. Berget, C . Moore e: P . A . Sharp.
1 977 . P roc . N at!. A cad . Sc i. U .s.A . 7 4:
3171-3175), (b ) Desenlio interpretativo
daestrutura mostrada em (a). ( . e )
Diagrama rnostrandoas localizacces
dos introns [sequencias intercalates] e
exons na ponta 5' docromossomo-de
adenovirus.
5 ' ~ I - - - - - - ' U. .f f r L : L · r u r : : : ' - - - ' B : _ _ _ _ _ L L_ f n _ t r c = - ? n _ s _ ! _ r - - " " - ~~ JL___ - - I 7 1 3 '1.----------EcoR A--------~ r-rtb
(e l l .ocal izacoas d a s seq i i enc i as e x o n e i n t r o n n o genoma de adenovirus.
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R [M O ~ A o D E i N T R O N S P O R R [C O M P O S I \ A o D O R N A III m
U M M A R C ON A
G E N E T I C A ( c o n t i m i a ( a o ).....Algumas das prirneiras evidenoias de introns em genes de
B-globinade mamlferos resultaram da vlsuallzacao de hibridos
. genomicos de DNA-mRNA por rnicroscopla eletronica. Os du-
pUces DNA-RNA sao mais estaveis que a dupla helice de DNA.
Assirn, se as duplas helices de DNA parcialmente desnaturadas
sao incubadas com molecules hom6logas de RNA em condi-
coes aprcpriadas, os filamentos de RNA irao hibridizar com fi-
larnentos complementares de DNA, deslotando os filamentos
equivalentes de DNA (Fig. 2). As estruturas hibridas DNA-RNA
resultantes conterao regioes unifilamentares de DNA chamadas
aleas R , onde as molsculas de RNA deslocaram filamentas de
DNA para formar regloes duplices DNA-RNA. Essas alcas R po-dem ser visualizadas diretamente por microscopia eletr6nica.
Assima hibridizacao de alca Rea rnicroscopia eletr6nica pro-
porctonaram um poderoso instrumento para estudos da estru-
tura genica,
Quando Shirley Tilghman, Philip Leder e colaboradores hibridiza-
ram mRNA purificado de ~-globina de camundongo com uma rno-
l e cu la de DNA que continha a gene de ~-globina de camundongo,
eles observaram duas a lc as R separadas pe r uma a ka de DNA bif i la -
Mais
RNA5 ' 3'
~
nD es na tura ca o p arc ia l d o D NA e mcon dicoes que perm item ao R NAdes locar 0 f il ame n to h om61o gode D NA
o R NA faz pa r com 0 fila me nto c om ple me ntar de D NA ,fo rm an do u m d up lic e D N A-R N A, d eix an do u ma re gia ou nifi la rn en ta r d e D N A c ha ma da a lc a R .
A h ;: a R
5' I5'
Du p li ce DNA - DNA
DupliceDNA-RNA
Fig. 1 • A tecnica de hibridizacao de alca R.
mentar [F ig , 3aj? Seusresultadcsdernonstrararrr a presence de uma
sequencia de pares de nucleondeos no meio do gene de ~-globiJ1a
que nao esta presente no mRNA de ~-globina e, portanto, nao codi-
fica aminoacidcsno polipeptfdeo de~-globina, Quando Tilghmali
e colaboradores repetiram osexperimentos corn.alca $ .. usancro,
transcrito.s do gene purificado de ~-globina isolados de nucleos
e tides como sendo transcritosgenicos primaries ou molecules de
pre-mRNA, em lugar do mRNA citoplasmatlco de ~·cglobinai cites
observaram apenas urna alca R (Fig, 3b), Este resultado indicou que
o transcrito prirnaric contern a sequencia completa do gene estru-
tural, incluindo tanto exons quanta introns. Juntos, os resultados
de a l c a s R : obtidos com mRNAdtoplasmatico e pre-mRNA nucleardemonstram que as sequencias intron sao removidas e as sequen-
cias exon sao recompostas durante 0, processamento que converte
o transcrito prirnario no mRNA final.
Tilghman e colaboradores logo verificaram sua interpretacao
dos resultados de alca R sequenciando ur n segmento do gene de
~-globina de camundongo que envolve a juncaoentre este grande
lntron e a excn precedente:8 Quando eles usararn os cedens es-
tabelecidos para comparar a sequencia de n!;lcieotfdeos do-gene
de j)-globina de camundongo com a sequencia conheclda de ami-
noacidos da ~-globina de carnundorigo, apresenea da sequencia
nao codificante ficou clara (Fig, 4 ). Se nao houver fntron nesta
pcsicao no gene de ~-globina de camundongo; a sequencia de
nucleotldeos preve que os arninoacidos. 105 ate 110 seriam Val-Ser-Leu-Met-Gli-Tre, Entretanto, a sequencia de amlnoacldos.de
~-globina de camundongo foi determinada experlmentalmente, e
os arninoacidos 105 ate 110 sao l.eu-Leu-Gli-Asn-Met-lle. Em uma
publlcacao posterior, Tilghman, Leder e colaboradcres sequen-
ciaram 0 resto do gene de ~-globina de camundongo e rnostra-
ram que os arninoacidos 105 a 110sao codificados pelosprimeiros
seis pares de trincas de nuclectideos no exon distal a este. lntron,
o grande fntran do gene de ~-globina caracterizado nestes pri-
meirosestudos tern 653 pares de nucleotldeos de tamanho. Logo·.
apes a descoberta do grande fntron,Tilghman, Leder e colabora-
dores descobrirarn que 0gene de ~-globina de camundongo Con"
tinha um segundo fntron menor, com 116 pares de nudeotideos
de tamanho (Fig. 4). Os resultados de Richard Flavell e colabora-
dares mostraram que a estrutura do gene de ~~globina de.coelhe
e muito similar a de camundongo.
Est:udos de Tom Maniatis, Richard Flavell e outros rnostraram
que a estrutura do gene humano de ~-globina tarnberne multo s i-
rnilara do gene de ~-globina dscamundengo. Amboscontern oo is
lntrons que separam tres exons. Cada urn.dos dois genes humanos
de a-globina tarnbern contern dais Introrrs. De fate, os genes hu-
7Tilgfl l 'nao, s.M., D.C . Tiemeier, J. G. Seidman, B.M . Peterlin, M.Sullivan,). v .Maizel e P.leder, 1978. Intervening sequence of DNA identifledih the structu-
ral portion of a rnousef-globin gene. Proe.Nat/.Acad. Sci.(j,S.A 75: 7.25.729,
8lbid.
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~ 1 6 T R A N S C R I ~ A O E P R O C E S S A M E N T O D O . R N A
Micmgraf laeletronica D i a g ra r n a i n te r p re t a ti v e
DNA bi f il a rnentarde fa go :\
(Ii) A I~ as R fo rm ada s p or m R NA de ~ -g lo bin a.
f\ ' \ ic:rograflC!elet r6nica D iag rama in terpretat ive
DNA bi ti la rnentarde fago' ic
(b) AI<;a R fo rm a da p elo tra ns cr ito p rim a rio (p re -m R NA ) d e ~ -g lo bin a.
G en e de B-globinae c amundongo
653
[; In tron
Fig. 3 • Evidencia de alca R para um intron no-gene
de ~-g[obina de carnundongo. (a ) Quando os genes
de ~-g[obina de camundongo e os mRNAforam
hibridizados em condicoes de al<;.aR,duas alcas R
foram observadas nos hibridos RNA-DNAresultantes.
(b ) Quando transcritos primaries de prtHnRNA de
genes de P:globina de camundongo forarn usados nos
experimentos de alca R,.observou-se urna unica alca R.
Estes resultados demonstram que a sequencia irrtron
esta presente no transcrito prirnario mas e removidadurante 0processamento do transcrito prima rio para
produzir 0mRNAfinal.
260
S eq ue ncia de n ucle otide os : T GT G AC A AG C TG C AT G T G G AT C C T G AG A AC T IC A GG G TG ;~ Gl' C iQ AT G G G C A Ce
( nao t raduz idos )
F ig. 4 • Estrutura do .gene principal dep-globina de camundongo. Os tres exons
[sequencias codificantes] sao rnostrados
em purpura, e os dois Introns (seqnenclas
nao codificantes) sao mostrados em
verrnelho, A correlacao das sequencias
exon no gene com as sequencias de
mRNA e indicada pelas linhas diagonals
tracejadas. As sequencias de nucleotideos
do filamento de DNA nao transcrito sao
mostradas para asduas jun<;O'es
exon-Intron. Essas sequencias de
nucleotideos sao as mesmas das
sequencias de mRNA, mas T substitul U.
iO-globina:
S e qu e nc ia d e a rn in o ac id os : C i s- A $p - Li s- Le u -H i s- V ai -A s p -P r o, G lu -A s n -F e n - Ar g
95 100 104105 110
S eq ue n6 ia o re vis te d e a rn in oa cid os se i nt ro n f os se codi f i cante:, ,
Val;~erle u - M e t -G II-Tre, ,-~--_ - - - - --
Sequenc i a d e n u c te o tl de o s :
S eq ue nc ia d e a ru no a ci do s :
~-glob' ina:
S eq u~ nc ia p re vis ta d e aminoec idos se
o l nt ro n f o s se c od if ic a n t e :
(nao haduzido.sl
TCT TCe A lA TIe eCA CAG eTC CTG G Ge AAT ATG ATC
100 104 105
Leu -Le u- G I i -Asn-M et-Il e
110
S e r - S e r - T ie - F en - P ro - G in
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R E M O f ;A O D E I N T R O N S P O R R E C O M PO S I f ; A O D O R N A II:m
j ItM't'.
U M M A R C O N A G E N t m A ( c o n f m u ~ a o )manes codificantesdascadeias de glcbina embtionariasimilares
a C(l ; (~le Sirtlil\lres,a: S (E l, da cadeia de globina fetal tipo.!3 (y ) e da
cadeiade globina adulta tipo ~ (0),todos contern dois intronse
t l e :~~xo .ns , Ar~m dtsso, todos os gene's hurnanas quecedificam
glpbinas tipe a tem Irrtrons nas rnesrnas P9sk;6es [separande 0.
codon 31 do 32 eo codon 99 do 100), como todos os genes hu-
rnanos que codificarn globinas tipo ~. [separandoo codon 30 do
31e 0 codon 104 de 105). Portanto, as posieoes dos introns foram
altamente conservadas durante a evolucso des genes de globina
humana.
Enquantc Philip Leder, Richard Flavell e colaboradores esta-
yam dernenstrarrdo a presen<;a de dois introns em genes de 1 3 -globinade rnarmferos, Pierre Chamben, Bert W . O'Malley e seus
colaboradores estavam fazendo experimentos simi lares no . gene
de ovalbumlna de galinha. Quando. 0. filamento transcrito do gene
de.ovalburnina de galmha foi hibridizadorom 0.mRNA de ovalbu-
mina e visuallzade por rnicrescopia eletronica, sete alcas unifila-
mentares de DNA forarn observadas (Fig, 5), sugerindo que 0gene
de ovalbumina contern sete mtrons. Experimentos posteriores,
(n) M i c; ro g ra fi a e l et r6 n ic a d o h e te ro dOp li ce DNA -mRNA
d e o v al bum iH a.
induindo comparacces diretas das sequ~l1dasdogel1ee~'ci;,i1t~~Ai, .
rnostrararn concluslvamente que ogene de()valbutniha'd~gclqh~~'
contern sete intr()ns separando oito exons.E:stl,Jd6ssl,lbseq(jl'!~t¢g,;
mostraram que os Intrens-sao uma caractenstica comljro'(jt(nal}:i~
ria dos genes eucarloticos. Entretanto, amda ternos muito; o gqe .
aprender sobre suas funcoes,
QUES TO ES P A RA D IS CU SS O ES
1 . Os mtronscorrespondem a quase um quarto. do DNA no .g~-
noma humane. Os introns sap apenas sequeneias "sucata':?Ou
eles tern papeis irnportantes errrorganisrrros eucari6ticos? Que
funcoes voce pode pensar que tenham as sequsnclas de DNA
situadas em Introns?
2. Poucos genes procarloticos contern mtrons, enquantoa maio-
ria dos genes eucari6ticos contern Introns. V o . r , ; ; e pode pensar
em possiveis expllcacoes paraestadiferenca? Qual desuas
explicacoes voce acha que e mais provavelrrrente a·corrlilta"?
Por que?
(b) D ia g ram a in te rp re ta tiv o d o h e te ro du ph ce DNA-mRNA
Fig, 5 II Evidencia de sete introns no gene de ovalbumina de galinha. A molecula de mRNAe representada poruma linha vermefha·.
tracejada; 0f ilamento de DNA e mostrado como uma linhaverde. As sequencias tntron sao alcas de DNA unifilarnentar rnarcadas-de.A-ate-G,
Csda urn dos snRNA U1, U2 e U5 esta presente em uma
partfcula espedfica de snRNP. Os snRl~A U4 e U6 estao
prcsentcsjuntoscrn urnquarto SnRNP; os snRNA U4 e U6
contem duas regi5es de complernentariedade intermolecular
que fazem pares de bases no snRNP U4/U6. Cada um dos
quatro tipos de partfculas de snRNP contern urn subgrupo
de sete proreinas snRNP bern caracterizadas mais uma ou
mais proteinas tinicas para 0 tipo particular de partfcula de
snRNP. Todos os quattO complexes de snRNPestao presen-tes nos spliceossomos isolados mostrados na Fig. 11.27.
A primeira etapa na recornposicao nuclear de pre-mRNA
envolve clivagem no sitio de clivagem do intron em 5 ' ( . j , .
GU-lhtron) e a formacao de uma Iigacao fosfodiester intra-
molecular entre 0 carbono 5' cia G no sftin de clivagem e 0
carbone 2' de uma Aconservada perto da ponta 3' do Intron.
Esta etapa ocorre em spliceossomos completes (Fig. 11.28) e
requer a hidrolise de KfP. Evidencias indicam que 0 snRNP
U1 deve ligar-se.ao sitio de corte 5' antes da reacao inicial de
divagem. 0 .reconhecimento do sitio de clivagem na ponta5' do in tron provavelmente envolve parearnento de bases
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3 1 8 I I T R A N S (R I ~ A O E P R O C E S S A M E N T O D O R N A
entre a sequencia de consenso neste sitio e uma sequencia
complementar petta da ponta 5' do snRNA VI. Entretanto,
a especificidade cialigacao de pelo menos alguns dos snRNP
a s seqiiencias de consenso do intron envolve tanto os snRNAquanto proteinas snRNP especfficas,
A segunda snRNP a ser adicionada ao complexo de re-
composicao parece ser a snRNP V2. Ela se liga a sequencia
de consenso que contern a A conservada que forma o ponto
de ramificacao na estrutura em laco do intron recomposto.
Portanto, 0 snRNP V5 liga-se ao sitio 3' de recomposieao,
e 0 snRNP V4IU6 e adicionado ao complexo para produzir
urn spliceossomocompleto (Figs. 11.27 e 11.28). Quando 0
sitio de recomposicao do intron 5 ' e cortado na etapa 1, 0
snRNA V4 e liberado do spliceossorno. Na etapa 2 da reacao
de recomposicao, 0 sitio de recomposicao em 3' do intron ecortado, e os dois exons sao unidos por uma ligacao fosfodi-
ester normalS' com 3' (Fig. 11.28). 0mRNA recomposto
esta agora pronto para ser mandado para 0 citoplasma e tra-
duzido em ribos501110S.
. . . ! 'O N T O S I M P O R T A N T E S
III Sequencias fntron nao codificantes sao removidas dos RNA
transcritos no nucleo antes de seu transporte para 0cito-
plasma.
• Os introns em precursores de tRNA sao removidos pela acao
conjunta de uma endonuclease e uma ligase de recornposicao
enquanto os fntrons em alguns precursores de rRNA sao rerno-
vidos autocataliticamente, sem proteina catalitica envolvida.
I I I i I Os fntrons em pre-mRNA nucleares sao removidos em estrutu-
ras ribonucleoproteicas complexes chamadas spliceossomos.
• 0processo de rernocao de introns deve ser precise, com exa-
tidao no nivel de nucleotideo, para garantir que cedens em
exons distais a introns sejam lidos corretamente durante a tra-
ducao.
f x e r c f c i o s B a s i c o s lIustram a analise genetica basica,
1. Se 0 f ilamento molde de urn segmento de urn gene tern a sequen-
cia de nucleotide os 3' -GCTAAGC-5', que seqi:iencia de nucle-
otideos esrara presente no RNA transcrito especificaclo por estesegmento genico?
Resposta: 0RNA transcrito S e r a complemental' ao filamento
molcle e terri polaridade quimica oposta, como na ilustracao se-
guinte:
filamento molde de DNA:
RNA transcrito:
3 '-GCTAAGC-5'..................
S '-CGAUUCG-3'
2. Se 0filamento nao-molde de urn gene em E . coli tern a sequencia:
5'-TIGACA-(18 bases)-TATAAT-(8 bases)-GCCTICCAGTG-3'
que sequencia de nucleotfcleos estaria presente no RNA trans-crito deste gene?
Resposta: 0 gene contern seqiiencias promotoras perfeiras -35
e -10. A transcricao cleve ser iniciada em um sitio de cinco a
nove bases posteriores it sequencia -10 TATA!\T, e 0 termino
5' do transcrito cleve conter uma purina. 0 filame~J.to molde na
ponta 5' clo transcrito deve ter a seguinte estrutura:
Filamento molde de DNA:
(sequencia -35) (sequencia -10)
3'-AACTGT-(18 bases)-ATATTA-(8bases)-CGGAAGGTCAC-5'
RNA transcrito: 5'-GCCUUCCAGUG-3'
3. Se 0 filamento nao-rnolde mostraclo no exercicio 2 fosse parte
de ll111 gene em Drosophila no lugar de E . coli, seria produzido 0
mesmo transcrito?
Resposta: Nao, pois a s sequencias promotoras que controlam
a transcricao em eucariontes tais como Drosophila sao cliferentes
dos prornotores em procariontes tais como E . coli. Portanto, 0
gene de E. coli provavelmente nao seria transcrito se presente
em Drosophila.
4. Uma cientista esta estudando a transcricao de urn gene em celu-
las de camundongo em culrura. Como ela pode determinar se 0
gene e transcrito por RNA-polimerase I, RNA-polimerase II ouRNA-polimerase III?
Resposta: Ela deve dererrninar que efeito 0 tratamento das
celulas com cc-amanitina rem na transcricao do gene. Se a 0:-
amanirina nao river efeito na transcricao, ogene e transcritopela RNA-polimerase I; se a cc-amanitina bloqueia a transcricao,
ogene e transcrito pela RNA-polimerase II; se a o:-amanitina
diminui mas nao bloqueia totalrnente a transcricao, a gene etranscrito pela RNA-polimerase III.
5.0 transcrito primario au pre-mRNA de urn gene nuclear em
urn chimpanze rem a sequencia:
5' -G--exon l-AGGUAAGC-intron-CAGUC---exon 2-A-J'
Apos 0fntron ter sido rernovido, qual a sequencia mais provavel
domRNA?
Resposta: Os introns contem pontas dinucleotidicas altarnente
conservadas: 5'-GT-AG-3' no filamento molde do DNA ou
5'-GU-AG-3" no RNA transcrito. Assim, a sequencia Intron
e quase certarnente 5' -GUUAAGC-intron--CAG- 3'. Com a
precisa remocao do intron, a sequencia do mRNA sera:
5'-G-exon l-AGUC---exon 2-A-3'
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Q U E ST O E S E P R O B L E M A S II s
T e s t a r ~ e u s ( o n h e c i m e n t o s Integra eeneeitos e tecnicas diferentes.
1. Algumas proteinas humanas de importancia medica tais como
a insulina e 0hormonio de crescimento hoje estao sendo pro-
duzidas em bacterias. Usando-se as ferramentas de engenharia
generica, seqiiencias de DNA que codificam estas proteinas fo-
ram introduzidas em bacterias, Voce quer introduzir urn gene
humano em E . c o l i e. fazer com que este gene produza grandes
quantidades do prcduto genico humano nas celulas bacterianas,
Supondo-se que 0 gene humano de interesse possa ser isolado
e introduzido em E . c oli, que problemas voce reria em tentar
atingir sua meta?
Resposta: As sequencias promotoras necessarias para iniciar
a transcricao sao muito diferentes em rnamiferos e bacterias.
Portanto, seu gene nao sera expresso em E . coli a menos que
voce primeiro junte sua regiao codificante a uma promotor bac-
teriano. Alem disso, seu gene humano provavelmente contera
introns. Como E . coli nao contern spliceossomos ou maquinaria
equivalente que remova introns dos RNA transcritos, seu gene
humano nao sera expresso corretamente se contiver introns.
Como voce pode ver, a expressao de genes eucarioticos em celu-
las procarioticas nao e uma tarefa trivial.
2. Um gene humane de ~-globina foi purificado e inserido em
urn cromossomo linear de bacteri6fago lambda, produzindo a
seguirtte molecula de DNA:
A . DNA Exon 1 in tron 1 Exon 2 In tron 2 Exon 3 A , DN A
I I I I
Se esta molecula de DNA e hibridizada com um mRNA hu-
mana de l3-g1obina usando-se condicoes que favorecem duplices
DNA-Rl"JA em relacao a duplices DNA-DNA (condicoes de
mapeamento de alca R) e 0 produto e visualizado por micros-
copia eletronir:a, que estrutura de acido nucleico voce esperaria
ver?
Resposta, 0 transcrito prirnario deste gene humane de l3-g1o-
bina contera ambos os Introns e todos as tres exons. Entretanto,
antes de manda-lo para 0 citoplasma, as sequencias de Intron
serao rernovidas do transcrito, Assim, a molecula de mRNA fi-
nal con ted as tres sequencias exon reunidas sem a presen\;a de
seqiiencias Intron. Em condicoes de 31\;aR, 0mRNA ira helicoi-
dizar-se com 0 filamento complcmentar de DNA, deslocando
o filamento equivalente de DNA_ Fntreranto, como 0mRNA
nao contem sequencias intron, os Introns permanecerao como
regioes de DNA bifilamentar como mostrado no diagrama se-
guinte.
DNA u n if rl am e n ta r d e e x o n d e sl oc a do
L.1. D N A
m R N A
I
E xon 1
Q u e s t o e s e P r o b l e m a s Acentuam a compreensae e desenvolvem as habilidades analitieas.
11.1. Distinga 0DNA do RNA (a) quimicamente, (b) funcional-
mente e (c) pela localizacao na celula.
11.2. Que bases no mRNA transcrito represenrariam a seguinte
sequencia molde de DNA: 5'-TGCAGACA-3'~
113. Que bases no filarnento transcrito cle DNA dariam origem
a seguinte sequencia de bases do mRNA: 5'-CUGAU-3'?
11.4. Com base em que evidencia foi estabelecida a hip6tese do
RNA mensageiro?
11.5. Em que locais cia celula eucari6tica ocorre a sintese de pro-
tefnas?
11.6. Cite tres rnodos pelos quais os mRNA de eucariontes dife-
rem dos mRNA de procariontes.
11.7. Que tipos diferentes de moleculas de RNA estao presen-
tes em celulas procari6ticas? em celulas eucari6ticas? Que
papeis estas classes diferentes de molecnlas de RNA ternna celula>
11.8. Muitos genes eucari6ticos contem introns nao codificantes
que separam as seqiiencias codificantes ou exons destes g-e-
nes. Em que esragio durante a expressao destes genes divi-
didos sao removidas as sequencias Intron nao codificantes?
11.9. Por varias decadas, 0dogma na biologia tem sido que as rea-
coes moleculares em celulas vivas sao catalisadas por enzimas
compostas de polipeptideos. Sabernos hoje que os Introns de
algumas moleculas precursoras de RNA tais como os precur-
sores derRNA em Tetrahymena sao removidos autocatalitica-
mente ("auto-recompostos") sern envolvimento de nenhuma
proteina catalftica. 0 que a dernonstracao da recornposicao
autocatalftica indica sobre 0 dogma de que as reacoes biolo-
gicas sao sempre catalisadas por enzimas proreinaceas?
11.10. Que papel(eis) tern os spliceossomos na expressao genica?
Qual a Sua estrutura macromolecular?
11.11. Que componentes dos introns de genes nucleates codifi-
cantes de proteinas em eucariontes superiores sao conser-
vades e necessaries para a remocao correta de sequenciasintron de transcritos primariospor spliceossomos?
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3 1 0 I I T R A N S C R I \ A O E P R .O C E S S A M E N T O D O R N A
11.12. Faca a correspondencia entre os seguintes termos comcada
uma das d es cri< ;:Q es d ad as a ba ix o ..Termos: (1 ) fatorsigrna (0);
(2) cauda poh(A); (3) TATA~T: (4) exons; (5) TATAAAA;
(6) RNA-polimerase III: (7) intron; (8) RNA-polirl1erase II:
(9) RNA heterogeneo nuclear (hnRNA); (10) snRNA; (11)
RNA-polimerase I; (12) TTGACA: (13) GGCCAATCT
(CAAT boxe).
Descridics:
(a) Sequencia intercalar encontrada em muitos genes eu-
cari6ticos.
(b) Sequencia conservada de nucleotfdeos (-3d) ern promo-
tores eucari6ticos envolvida no inicio da transcricao.
(c) Pequenas moleculas de RNA que estao localizadas nos
rnicleos de celu.as eucarioticas, na maioria como com-
ponentesdo spliceossomo, que participam na remocao
dos introns de transcritos de genes nucleares.
(d) Uma sequencia (-10) no filamento nao-moltle do pro-
motor de E. mlique facilitaa deselicoidizncao locali-
zada de DNA quando em conjunto com a RNA-poli-
rnerase.
(e) A RNA-polimerase no micleo que cataiisa a smtese de
todos os rRNA exceto 0 pequeno 5S TRNA.
(f) A subunidade c ia RNA-polimerase procari6tica que eresponsive! pela iniciacao da transcricao em ptomo-
tores,
(g) Uma sequencia promotora de E . coli situada 35 nu-
c1eotfdeos antecedentes ao sitio de inicio da transcri-
c;ao. Serve COmo U1Il 51ti 'O de reconhecimento do fator
slgma.
(h) A RNA-polimerase no nucleo que catalisa a sintese das
moleculas de RNA transporrador e p equ en' O s RNA nu -
cleares.
(i) Uma serie de poliadenosinas com 20 a 20.0 nucleoti-
deos de tarnanho que e adicionada a ponta 3' da maio-
ria dos RNA mensageiros eucarioticos,
(j) A RNA-polimerase que transcreve genes nucleares que
corlificarn proteinas.
(k) Uma sequencia conservada no filarnento nao-molde
de prornotores eucari6ticos que esni Iocalizada a cerca
de 80 nucleotideos antecedentes ao sftio de inicio de
transcricao,
(I) Segmentos de urn gene eucari6tico que corresponrlem
a s sequencias no RNAttanscrita e processado no final
do gene.
(m) A populacao de transcritos primarios no micleo de.urnacelulueucariotica.
11.13. (a') Quais das seguintes seqiiencias de nucleotfdeos de pre-
mRNA nuclear potencialmente contern urn Inrron?
(1) 5'- UGACCAUGGCGCU_A.A.CACUGCCAlI.UUG-
GCAAUACUGACCUGAUAGCAUCAGCCA.A.-:l'
(2) 5' -UAGUCUCAUCUGUCCAUUGACUUCGAAACU-
GMl.[CGl)MC1JCC1JACGUCUAUGGA- 3'
(3) 5' -UAGCUGOUUGUCAUGACUGACUGGUCAC-
UAUCGUACUAACCl.[GUCAUGCAAVGUC- 3'
(4) 5' -UAGCAGUUCUGUCGCCDCGUGGUGCU-
GCUGGCCCl]1}CGUCGCUCGGGCUUAGCUA-3'
(5) 5'-UAGGUOCGCAUUGACGUACUUCUGAAAC-
UACUAACUACUAACGCt'tUCGAGUCUCM-3'
(b) Urn dos cinco pre- mRNA rnostrados em (a) pode sofrer
recornposicao de Rl"JA para remover uma sequencia In-
tron. Que sequencia de nucleotideos do mRNA resulta-
ria deste evento de recomposicao?
11.14. Qual a funcao dos fntrons em genes eucari6ticos?
11.15. Um determinado gene e inserido no crornossorno do fago
lambda, e ressaltado que contem tres introns. C a) 0 transcrito
primario deste gene e purificado de micleos isolados, Quando
este transcrito primario e hibridizado em condicoes de alca R
com 0 crornossomo lambda recombinanre que leva 0 gen'e,
qual sera 0 aspectodas estruturas em alcaR?Marque sen dia-
grama. (b ) 0mRNA produzido pelo transcrito primario destc
gene e entao isobdo de polirribossomos citoplasmaticos e si-
milarmente examnado pelo procedimento de hihridivacao
de alp R que usa 0 crornossorno lambda recornhinanre que
leva '0 gene. Faca unr diagrama de como sera 0 aspecto das es-
truturas ernalca R quando e usado 0mRNA citoplasmatico.
Novamente, marque os componentes de.seu diagrams.
11.16. Urn segmento de DNA em E. coli tern a seguinte sequencia
de pares de nucleotideos:
3' - ATGCTACTGCTA TTCGCTGT ATCG- 5'
I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I5'-IACGATGACGATAAGCGACATAGC-3'
Quandoeste segmentc deDNA e transcrito pela RNA-poli-
merase, qual sera a sequencia de nucleotideos no RNA trans
crito se 0 promotor estiver siruado a esquerda da sequen-
cia mostrada?
1LI 7. Urn segmento de DNA ern E. coli tern a seguinte sequencia
de pares de nucleotideos:
3'-AT ATTACTGCA ATC'..GGCTGT ATCG-
I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I5'-TATAATGACGTTACCCGACATAGC-
ATGCTACTGCT ATTCGCTGT.ATCG- 5'
I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I ITACGATGACGATAAGCGACATAGC-3'
Quando este segmento deDNA e transcrito pela RNA-polime-rase, qual sera a sequencia de nucleotideos no R.NA transcrito]
11.18. Um segmento i:leDNA em E. coli tern a seguinte seqiiencia
de pares de nucicotidcos:
3'-AACTGTACGTGCTACCTfGCTGATATfACT-
. I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 1 .1 1 I 1 I I I5'-TTGACATGCACGATGGAACGACTATAATGA-
GCAATGGGCTGTATCGATGCTACTGCTAT-5'
I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I ICGTTACCCGACATAGCTACGATGACGATA-3'
Quando este segmento de DNA e transcrito peJa RNA-
polimerase, qual sera a sequencia de nucleotideos no RNAtranscrito?
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Q U E S T O E S E P R O B L E M A S !II J 1 l
11.19. Umsegmento de.DNA humane tern a seguinte sequencia
de pares de nucleotideos:
3'-ATA TTT ACGTGCTACC1TGCTGATAGGACT-
I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I5 '-1'ATAAATGCACGATGGAACGACTATCCTGA-
GCi\A'r'GGGCTGTATCGATGCTACTGCTAT-5'
I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I ICGTTACCCGACATAGCTACGATGACGATA-3 '
Quandoeste segmento de DNA e transcrito pela RNA-palime-rase, .qual sera a sequencia de nucleorideos no R_l\fAtranscrito?
11.20. 0g'enama de urn humano cleve estocar uma imensa quan-
tidade de inforrnacoes usando os quatrD pares de nucleo-
tideos presentes no. DNA. 0 que 0. c6digo Morse e a lin-
guagem dos cornputadores nos dizem sabre a possibilidade
'de estocar grandes quantidades de informacoes usando um
alfabeto composto de apenas quatro letras?
11.21. A biossfnrese do metabolite X ocorre mediante seis etapas
catalisadas por seis enzimas difererrres, Qual 0numero mf-
nimo de genes nccessario para 0 controle genetico desra via
metab61ica? Mais genes podem estar envolvidos? Por que?
11.22. Qual 0dogma central da genetic amolecular? Que impacto teve
a descoberta dos virus tumorais com RNA no dogmacentl"al?
B.23. 0 que os processos de smrese de DNA, sintese de RNA e
sfntese de polipeptideos tern em comum?
11.24. Quais sao os dois escigios cia expressao genica? Onde eles ocor-rem em lima ce lu la eucari6tica? em u ma c el ula procari6tica?
11.25. Compare as estruturas dos transcritos primaries com as dos
mRNA em procariorites e eucariontes, Em media, em que
gmpos de organismos eles diferem mais?
11.26. Que cinco tipos de moleculas de R._l\fAparticipam do pro-
cesso de expressao genica? Quais sao as funcoes de cada
tipo de RNA? Que tipos de RNA desernpenham suas fun-
90es no (a) nuclco e (b) no ci toplasma?
11.27. Dois genes eucarioticos codificam dois polipepndeos di-
Ierentes, cada lim dos quais com B 5 aminoacidos de ta-
manho. Um gene contern 11Ill unico exon; 0 outre gene
contem umIntron com 41.324 pares de nucleotidcos de
tarnanho. Que gene voce esperaria que· fosse transcriro no
menor tempo? Por que? Quando os rnRNA especificados
por estes genes sao traduzidos, que mRNA voceesperaria
que Fo s s e traduzido no menor tempo? P o r que?
11.28. Por que a necessidade de um RNA iruennedi-irio nasfntese
de proteina» e mais 6bvia em eucariontes? CDInOos pesquisa-
dores primeiro demonsrrararn que a sintese de RNA OCor1"eU
no nucleo e a sintese de proteins ocorreu no citoplasrna?
11.29. Crie urn experimento para demonstrar que os RNA trans-
critos sao sintetizados no micleo de eucariontes e sao subse-quentemente transportados para 0citoplasma,
1130. RNA total foi isolado de celnlas hurnanas crescidasern cnl-
tura, Este RNA foi misrurado com filamentos nao-moldes
(unifilamenrarcs) do gene humano que codifiGl a enzima
rimidina-cinase, e 3 mismra Rt"JA-DNA foi incubada por
12 horas em condicoes de renaturacao, Voce esperaria que
alguIn rhiplice RNA- DNAfosse formado durante a incuba-
t;ao? Caso sim, por que.? Caso niio, por quenao? 0 mesmo
experimento for entao feito usando-se 0 filarnento molde do
gene de timidina-cinase, Voce esperaria que algum diiplice
RNA-DNA fosse forrnarlo neste segundo experirnento?
Caso sim, por que? Casonao, por que nao?
1l.3l. Duas preparacoes de RNA-polimerase>de E. coli foram usa-
das em experirnentos separados para catalisar a sintese de
RNA in vitro usando-se urn fragmento purifieado de DNA
que leva 0 gene a 1 " g H (Fig. 1L 1) como molde de DNA.
Uma preparacao catalisa a sfntesc de cadeias de R_NAque
sao altamente heterogeneas em tamanho, A outra prepara-
;;:aocatalisa a sintese de cadeias de RNA que sa o todas do
mesmo tamanho. Qual a diferenca rnais provavel na COITI-
posicao das RNA-polirnerases nas duas preparacoes?
11.32. Transcricao e traducao sao acopladas em procariontes. Pot
que isto nao ocorre.ern eucariontes?
11.33. Que dois elementos estao quase sempre presences nos pro-
motorcs de genes eucarioricos que s a o transcritos pela RNA-
pol imerase II?Onde estes elernentosesrao situados com rela
cao ao sitio de inicio da transcricao? Quais saosuas fi.mt;6es-
11.34. De que modos a maioria des transcritos de genes eucarioti-
cos sao modificados? Quais sao as funcoes destas modi fica-
<;6espostranscricionais?
11.35. De que modo a edi;;:aodo RNA contribui para a diversidade
de protemas ern eucariontes? Que papeis os RNAguias tern
na cdicao db RNA?
11.36. Como diferem os mecanismos de remocao dos introns de
precursores de tRNA, precursores do rRNA de Tetrahy-
mena e.pre-mRNA nucleares? Em quais processos estao
envolvidos os snRNA? Quepapeis tern os snRNA?
11.37, Que papel 0gene da doenca hurnana lupus eritematoso siste-
micodesempenham na caracterizacaodos snRNP humanos?
11.38. Umamuta9ao em um genehurnano essencial muda 0sitio decorte em 5' de urn grande intronde GT para CC. Preveja 0
fenoripo de uma pessoa homozigota para esta mutacao,
11.39. RNA total foi isolado de micleos de celulas humanas que cres-
cern em culrura. Este Rt'JA foi misturado com urn fragmento
desnaturado e purificado de DNA que leva l1IUgrande fntron
de um gene de manutencao (urn gene expresso ernguase
todas as eelu.as), e a rnistura RNAcDNA foi incubada pot
12 horas em condicoes de renaturacao, Voce esperaria que
Fosse formado algum duplice RNA-DNA durante a incuba-
" , a o ? Caso sim, pOl' que? Caso nao, por qlle ! l a o ? 0 mesmo
experimento foi entao feito usando-se 0RNA citoplasrnatico
total destas celulas. V q c e i esperaria que Fosse formado algum
duplice RNA-DNA neste segundo experirnento? Caso sirn,par que) Caso nao, por que nao?
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