transposição de diretivas da união europeia

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2014 NEGOCIAÇÃO, TRANSPOSIÇÃO E APLICAÇÃO DE LEGISLAÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA MANUAL DE BOAS PRÁTICAS

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Page 1: Transposição de diretivas da União Europeia

2014

NEGOCIAÇÃO, TRANSPOSIÇÃO E

APLICAÇÃO DE LEGISLAÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS

Page 2: Transposição de diretivas da União Europeia

FICHA TÉCNICA

Título: Manual de Boas Práticas para a Negociação, Transposição e Aplicação de Legislação da

União Europeia

Autoria: Direção-Geral dos Assuntos Europeus, Ministério dos Negócios Estrangeiros

Divulgação: Administração Pública e gabinetes dos membros do Governo

Aprovação: Deliberação do Conselho de Ministros de 31 de julho de 2014

Page 3: Transposição de diretivas da União Europeia

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

Direção-Geral dos Assuntos Europeus

3

Manual de Boas Práticas para a Negociação, Transposição e Aplicação de

Legislação da União Europeia

Introdução ................................................................................................... 4

I. Conceitos gerais sobre o processo de transposição .................................. 8

1. Diretiva ................................................................................................. 8

1.1. Definição ........................................................................................... 8

1.2. Distinção entre a diretiva e os outros atos jurídicos da União Europeia .. 9

1.3. Obrigação de transposição de diretivas .............................................. 10

2. Incumprimento do direito da União Europeia ......................................... 12

2.1. Fase pré-contenciosa informal (EU PILOT) ......................................... 13

2.2. Fase pré-contenciosa ........................................................................ 13

2.2.1. Notificação de incumprimento ........................................................... 14

2.2.2. Parecer fundamentado ...................................................................... 14

2.3. Fase contenciosa .............................................................................. 15

3. Sanções pecuniárias por falta de transposição de diretivas ..................... 17

II. Boas práticas de transposição ............................................................... 18

1. Negociação de diretivas: fase do processo legislativo da União Europeia . 18

1.1. Boas práticas na fase de negociação.................................................. 18

1.2. Princípios da atribuição, subsidiariedade e proporcionalidade .............. 19

1.3. Procedimentos para uma negociação e transposição eficientes ............ 21

2. Transposição de diretivas: fase do processo legislativo nacional ............. 28

2.1. Procedimentos de transposição - fase de planeamento ....................... 28

2.2. Procedimentos de transposição – fase de transposição ....................... 29

2.3. Procedimentos de transposição – monitorização ................................. 30

III. Anexos ................................................................................................ 32

Page 4: Transposição de diretivas da União Europeia

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

Direção-Geral dos Assuntos Europeus

4

Introdução

O presente manual propõe-se, num formato sintético e acessível, apoiar todos

os intervenientes no processo de negociação, transposição e aplicação de

legislação da União Europeia (UE), com particular enfoque no processo de

transposição de diretivas para a ordem jurídica interna, e contribuir para a boa

aplicação do direito da UE, proporcionando informações práticas e remetendo

para documentação de apoio e ligações úteis (websites).

O processo de transposição de legislação da UE não deve ser visto

isoladamente. O acompanhamento da fase negocial é essencial para garantir o

sucesso, material e atempado, da correta e efetiva aplicação em Portugal.

Neste sentido, o manual identifica boas práticas de negociação, a nível técnico,

que, a jusante, podem facilitar a transposição de diretivas.

O manual divide-se em duas partes. Na primeira, são definidos, sucintamente e

de forma não exaustiva, conceitos do direito da UE, procedimentos incluídos na

fase pré-contenciosa e contenciosa da UE, metodologias, linhas orientadoras de

boas práticas a adotar e sistemas de controlo da transposição e aplicação da

legislação da UE. Na segunda parte, são apresentadas práticas e procedimentos

a observar nas fases de negociação e de transposição.

O manual é um instrumento aberto a propostas que permitam melhorar e

enriquecer o seu conteúdo de acordo com as experiências e necessidades de

trabalho concretas dos seus destinatários e utilizadores.

Neste contexto, o manual será atualizado sempre que necessário, encorajando-

se, para o efeito, o envio de sugestões e propostas para o seguinte endereço:

[email protected].

Page 5: Transposição de diretivas da União Europeia

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

Direção-Geral dos Assuntos Europeus

5

A transposição de diretivas como instrumento jurídico e mecanismo de eficácia

das políticas europeias

Os Estados-Membros são responsáveis pela transposição correta e atempada de

diretivas adotadas pelas competentes instituições da UE.

Cabe à Comissão Europeia velar pela aplicação correta do direito da UE1. Neste

âmbito, a Comissão Europeia dispõe de poderes próprios para fiscalizar os

Estados-Membros e iniciar, contra estes, processos de infração com

fundamento na incorreta ou tardia transposição de diretivas ou na má aplicação

do direito da UE.

Para o efeito, a Comissão Europeia recorre ao Tribunal de Justiça da União

Europeia (TJUE), designadamente intentando ações por incumprimento, nos

termos previstos no artigo 258.º do Tratado sobre o Funcionamento da União

Europeia (TFUE)2.

A fase da transposição inicia-se, em termos formais, após a publicação da

diretiva no Jornal Oficial da União Europeia (JOUE)3. No entanto, é na fase da

negociação da proposta de diretiva que devem ser identificadas as dificuldades

existentes na adoção das medidas necessárias para atingir os resultados ou

objetivos por estas estabelecidos.

A não transposição de diretivas, ou uma incorreta ou incompleta transposição,

prejudicam a harmonização das legislações dos Estados-Membros, a garantia

das liberdades fundamentais e o bom funcionamento do Mercado Interno.

1 Para mais informação sobre a aplicação do direito da União Europeia consultar

http://ec.europa.eu/eu_law/infringements/infringements_pt.htm. 2 O texto do Tratado está disponível em http://europa.eu/pol/pdf/qc3209190ptc_002.pdf.

3 O JOUE pode ser consultado em http://eur-lex.europa.eu/homepage.html.

Page 6: Transposição de diretivas da União Europeia

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6

Implicações do incumprimento da obrigação de transposição de diretivas

A nível nacional, a não transposição de diretivas implica, nomeadamente,

encargos administrativos, económicos e financeiros adicionais decorrentes da

intervenção das autoridades nacionais nos processos pré-contenciosos e

contenciosos, bem como o risco de condenação no pagamento de sanções

pecuniárias de elevados montantes com o consequente impacto no aumento da

despesa pública. Estas situações de incumprimento comprometem, igualmente,

o posicionamento político de Portugal na UE.

Portugal tem realizado um esforço assinalável nesta matéria. Em fevereiro de

2014, o Painel de Avaliação do Mercado Interno (Scoreboard)4 mostrou o

melhor resultado de sempre em relação ao desempenho de Portugal com um

défice de apenas 0,5% no processo de transposição de diretivas face ao limite

máximo da meta europeia de 1%. É necessário manter esta tendência, sendo

desejável que o défice da transposição de Portugal se situe abaixo da referida

meta.

4 O Painel de Avaliação do Mercado Interno é um instrumento de avaliação semestral dos esforços realizados pelos Estados-Membros no que respeita à transposição das regras do Mercado Interno para as legislações nacionais. Informação pormenorizada disponível em http://ec.europa.eu/internal_market/score/index_en.html.

O incumprimento da obrigação de transposição de diretivas, de forma correta e atempada, constitui uma violação do TFUE e compromete a eficácia do direito da UE e a credibilidade do Estado português.

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7

Envolvimento de entidades e serviços públicos – avaliação por objetivos

Os bons resultados obtidos apenas poderão ser mantidos se todas as entidades

com responsabilidade na negociação, transposição e aplicação de diretivas

assumirem esse compromisso como uma meta estratégica. Neste contexto,

deve caminhar-se para um cenário em que os serviços diretamente

responsáveis pela transposição de diretivas incluam a definição de objetivos

operacionais e indicadores nos Quadros de Avaliação e Responsabilização

(QUAR) que permitam avaliar o cumprimento das referidas obrigações.

A negociação, transposição e aplicação de diretivas de maior complexidade ou

com impacto significativo na legislação ou nas práticas administrativas poderão

exigir o reforço de coordenação política a nível do membro do Governo

competente em função da matéria e dos restantes membros do Governo com

interesse na legislação, incluindo o membro do Governo responsável pela área

dos assuntos europeus, com vista a concertar os interesses e a posição

nacional, bem como a obter o apoio político de outros Estados-Membros.

O reforço da coordenação técnica e política das entidades envolvidas no processo de negociação e transposição de diretivas permite antecipar e ultrapassar as dificuldades não raras vezes

identificadas durante a fase de transposição.

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8

I. Conceitos gerais sobre o processo de transposição

Para aqueles que não estejam familiarizados com a terminologia do processo de

negociação e transposição de diretivas, o manual refere, de forma breve,

conceitos fundamentais e informação de apoio.

1. Diretiva

1.1. Definição

O TFUE define, no artigo 288.º, os atos jurídicos que as instituições da UE

adotam para exercer as suas competências e atribuições: regulamentos,

diretivas, decisões, recomendações e pareceres.

A diretiva é um ato obrigatório de âmbito geral e integral, no sentido de que

não pode ser aplicada de modo parcial ou incompleto e, tal como o

regulamento e a decisão, é vinculativa para os Estados-Membros seus

destinatários.

A diretiva não é de aplicação direta. Ela vincula o Estado-Membro destinatário

quanto ao resultado e objetivos a alcançar, deixando às instâncias nacionais a

competência quanto à forma e aos meios a utilizar (medidas nacionais de

execução).

A obrigação de transposição só abrange diretivas e é fundamental para garantir a eficácia do direito da UE.

Page 9: Transposição de diretivas da União Europeia

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1.2. Distinção entre a diretiva e os outros atos jurídicos da União

Europeia

a) Regulamento

O regulamento é um ato normativo vinculativo de alcance geral,

aplicável quanto a todos os seus elementos, em todos os Estados-

Membros da UE.

Ao contrário da diretiva, o regulamento é diretamente aplicável e

dispensa atos legislativos nacionais de transposição para as ordens

jurídicas nacionais. Pode porém exigir a atribuição de poderes a nível

nacional para assegurar a sua aplicação, incluindo a criação de um

regime sancionatório. Nesse sentido, podem vir a ser necessárias

medidas nacionais de adaptação da ordem jurídica interna a

determinado regulamento. Nesses casos, os procedimentos descritos

para a transposição de diretivas seriam aplicáveis, mutatis mutandis.

b) Decisão

Enquanto a diretiva tem um âmbito geral, dirigindo-se a todos os

Estados-Membros, sem exceção, a decisão vincula apenas os seus

destinatários específicos, sendo-lhes diretamente aplicável.

c) Recomendação

A recomendação não é vinculativa e permite às instituições dar a

conhecer os seus pontos de vista e propor uma linha de conduta sem,

todavia, impor uma obrigação legal aos seus destinatários.

Page 10: Transposição de diretivas da União Europeia

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d) Parecer

Por último, o parecer traduz-se numa declaração não vinculativa, ou

seja, sem impor qualquer obrigação legal aos seus destinatários.

1.3. Obrigação de transposição de diretivas

Para que os resultados ou objetivos estabelecidos nas diretivas produzam

efeitos ao nível dos seus destinatários, os legisladores nacionais adotam um ato

que proceda à sua transposição para o direito interno, como uma lei, decreto-lei

ou decreto legislativo regional.

As diretivas preveem uma data-limite para que esta transposição seja efetuada,

devendo os Estados-Membros adotar as disposições legislativas,

regulamentares e administrativas necessárias para garantir a conformidade com

as diretivas dentro do prazo nelas fixado.

Por outro lado, o prazo de transposição de diretivas não deve ser visto apenas

como um ato formal. O seu cumprimento significa que, a jusante, em

determinadas áreas, os Estados-Membros disporão de ordenamentos jurídicos

harmonizados, garantindo o funcionamento mais eficiente da UE e do Mercado

Interno.

O cumprimento dos prazos de transposição de diretivas garante o pleno funcionamento da UE e do Mercado Interno.

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11

Os diplomas adotados pelos Estados-Membros que integrem as disposições da

diretiva no ordenamento jurídico nacional designam-se «medidas nacionais de

execução»5. Estas medidas são obrigatoriamente notificadas à Comissão

Europeia, através da plataforma eletrónica criada para o efeito pela própria

Comissão Europeia. A notificação é assegurada pela Direção-Geral dos Assuntos

Europeus (DGAE) com base na informação prestada pelo(s) ministério(s)

competente(s) em razão da matéria, na sequência de prévia articulação com os

organismos responsáveis pela coordenação sectorial dos assuntos europeus, os

quais têm assento a nível técnico na Comissão Interministerial para os Assuntos

Europeus (CIAE).

A notificação das medidas nacionais de execução feita pela DGAE na referida

plataforma incluirá ainda as correspondentes tabelas de transposição sempre

que tal seja obrigatório e nos casos em que os organismos responsáveis pela

coordenação sectorial dos assuntos europeus em cada ministério considerem

oportuno.

Após a notificação, a Comissão Europeia avalia a compatibilidade da legislação

nacional com a diretiva e, se houver dúvidas, informa o Estado-Membro do

resultado de tal avaliação.

O processo de transposição implica para os Estados-Membros o cumprimento

de uma obrigação de resultado, o que significa que estes têm discricionariedade

para escolher a forma (isto é, o ato jurídico) através da qual procedem à

transposição da diretiva.

5 As medidas nacionais de execução adotadas pelos Estados-Membros podem ser consultadas em

http://ec.europa.eu/eu_law/directives/directives_pt.htm.

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A Constituição da República Portuguesa (CRP) estabelece, no n.º 8 do artigo

112.º (Atos normativos), que a transposição de diretivas é necessariamente

realizada por lei ou decreto-lei, de modo a garantir o princípio da prevalência da

Assembleia da República e o princípio da divisão de poderes.

Nos termos do disposto no n.º 4 do mesmo artigo, a transposição pode

igualmente ser efetuada por decreto legislativo regional, quando verse sobre

matérias enunciadas no estatuto político-administrativo da respetiva Região

Autónoma que não estejam reservadas aos órgãos de soberania.

Por força da CRP, as diretivas da UE só podem ser transpostas por lei,

decreto-lei ou decreto legislativo

2. Incumprimento do direito da União Europeia

A Comissão Europeia vela pela aplicação do direito da UE, designadamente pela

transposição dentro dos prazos, conformidade e execução correta do direito da

UE na ordem jurídica interna. Consequentemente, se Portugal não cumprir as

suas obrigações neste domínio, comete uma infração e a Comissão Europeia

poderá iniciar um processo pré-contencioso (artigo 258.º do TFUE). Se a

situação de incumprimento persistir, a Comissão Europeia pode avançar com

uma ação de incumprimento junto do TJUE com fundamento na falta ou

incorreta transposição (artigo 260.º do TFUE).

Por força da CRP, as diretivas da UE só podem ser transpostas por lei, decreto-lei ou decreto legislativo regional.

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2.1. Fase pré-contenciosa informal (EU PILOT)

O «EU PILOT» (projeto-piloto), procedimento informal prévio à fase

pré-contenciosa formal também designada fase de infração, permite à

Comissão Europeia, oficiosamente ou na sequência de queixas, informar-se ou

esclarecer aspetos da aplicação do direito da UE pelos Estados-Membros, sendo

os processos carregados numa base de dados eletrónica e sujeitos a prazos de

tramitação.

Este procedimento destina-se, assim, à resolução de problemas relacionados

com a má aplicação do direito da UE ou com a não conformidade da legislação

nacional à luz desse direito.

Este procedimento não se aplica à falta de transposição de diretivas – domínio

em que a Comissão Europeia, se e quando entender, passa logo à fase do pré-

contencioso ou de infração. O EU PILOT pode, contudo, ser aplicável a casos de

má transposição diretivas. Neste domínio, há registos de processos que

tramitam através do EU PILOT e que foram resolvidos exclusivamente por este

mecanismo sem o recurso a qualquer processo de infração iniciado pela

Comissão Europeia (ainda dentro da lógica pré-contenciosa).

No anexo E ao presente manual, encontra-se a indicação do site do EU PILOT.

2.2. Fase pré-contenciosa

A instauração de uma ação contenciosa com fundamento no incumprimento

resultante da não transposição de uma diretiva é necessariamente precedida

pela fase pré-contenciosa. Esta integra duas subfases:

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Notificação de incumprimento;

Parecer fundamentado.

2.2.1. Notificação de incumprimento

Se a Comissão Europeia considerar que existe uma infração ao direito da UE,

notifica o Estado-Membro, identificando os elementos de facto que constituem

o alegado incumprimento e enuncia as normas da UE desrespeitadas.

O Estado-Membro é convidado a apresentar as suas observações, tendo, em

regra, um prazo de dois meses para elaborar a resposta.

2.2.2. Parecer fundamentado

Caso não obtenha resposta ou obtenha uma resposta que considere

insatisfatória, a Comissão Europeia pode, nos termos do artigo 258.º do TFUE,

decidir enviar ao Estado-Membro um parecer fundamentado, no qual expõe em

pormenor a matéria de facto e de direito pela qual considera ter havido uma

infração e convida o Estado-Membro a corrigir a situação de incumprimento.

O Estado-Membro deverá responder, em regra, no prazo de dois meses,

indicando as medidas nacionais de execução, ou seja, a legislação que transpõe

para a ordem jurídica interna a diretiva em causa.

A fase pré-contenciosa pode ter origem na falta de transposição

A fase pré-contenciosa pode ter origem na não transposição da diretiva dentro do prazo, bem como na transposição parcial ou incorreta dos mesmos.

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2.3. Fase contenciosa

De acordo com a resposta recebida na fase de parecer fundamentado, a

Comissão Europeia decidirá se arquiva ou não o procedimento de infração. Tal

significa que, se o Estado-Membro não tomar as medidas consideradas

adequadas para adaptar a sua legislação ou se a Comissão Europeia entender

que essas medidas não são suficientes, esta pode dar início à fase contenciosa,

propondo uma ação por incumprimento contra o Estado-Membro junto do

TJUE.

Na ação por incumprimento, a Comissão Europeia pode propor ao TJUE que

imponha, a título de sanção, o pagamento de uma quantia fixa ou uma sanção

pecuniária compulsória (n.º 3 do artigo 260.º do TFUE)6.

A aplicação de sanções tem subjacente não só a salvaguarda dos princípios e

interesses gerais prosseguidos pela legislação da UE, que não tolera atrasos,

mas também e acima de tudo a proteção dos cidadãos da UE e empresas aí

estabelecidas, que não devem ser privados dos seus direitos. Em última

instância, é a credibilidade e eficácia da UE que estão em causa.

A fase contenciosa – ação por incumprimento – segue os termos previstos no

Estatuto do TJUE e do respetivo Regulamento de Processo7, tendo, em regra, a

duração mínima de cerca de 12 meses.

6 A aplicação de sanções é uma inovação do TFUE para incentivar e pressionar os Estados-Membros a

transporem as diretivas nos prazos estabelecidos e assegurar deste modo uma eficácia real da legislação da União. Vd. Comunicação da Comissão sobre a aplicação do artigo 260.º, n.º 3, do TFUE: SEC(2010) 1371 Final, de 11.11.2010, disponível em http://ec.europa.eu/eu_law/infringements/infringements_260_pt.htm. 7 Versão consolidada do Regulamento do TJUE (18.06.2013) e do Estatuto do TJUE (01.07.2013)

disponíveis em http://curia.europa.eu/jcms/jcms/Jo2_7031/.

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16

O diagrama seguinte sistematiza as fases do processo de transposição,

incluindo o procedimento de infração pré-contencioso e contencioso:

Data limite para a

transposição da diretiva

EM notifica COM medidas nacionais de

execução

COM aceita medidas

COM considera

transposição incompleta ou incorreta

Procedimento EU Pilot (facultativo)

- Transposição incorreta - Prazo resposta: 70 dias - COM não aceita resposta

COM inicia processo de

infração 1. Fase pré-contenciosa 2. Fase contenciosa (eventual)

EM não notifica medidas

nacionais de execução

COM inicia processo de

infração

Fase pré-contenciosa

1. Notificação de incumprimento (2 meses) 2. Parecer fundamentado (2 meses)

Fase contenciosa

1. Ação por incumprimento com pedido de condenação no pagamento de sanções pecuniárias (12 meses)

2. Acórdão de condenação TJUE pagamento das sanções + obrigação de transpor a diretiva

Page 17: Transposição de diretivas da União Europeia

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3. Sanções pecuniárias por falta de transposição de diretivas

O atual regime de sanções pecuniárias por falta de transposição de diretivas é

uma inovação do TFUE e pode resultar na obrigação de pagamento de quantias

de elevado montante por parte dos Estados-Membros que não cumpram as

suas obrigações de transposição. O início do cálculo das sanções pode ser

fixado logo a partir do primeiro dia da situação de incumprimento (por exemplo,

a partir do primeiro dia a contar do final do prazo de transposição determinado

na diretiva até integral execução).

A determinação das sanções assenta em três critérios fundamentais definidos

pela Comissão Europeia8:

- Gravidade da infração;

- Duração da infração; e

- Efeito dissuasivo da sanção.

A fórmula de cálculo das sanções aplicáveis a Portugal com fundamento na não

transposição, consta do anexo A ao presente manual.

8 Comunicação da Comissão sobre a atualização dos dados utilizados no cálculo das quantias fixas e das

sanções pecuniárias compulsórias que a Comissão proporá ao TJUE no âmbito dos processos por infração, COM (2013) 8101 FINAL, de 21.11.2013, disponível em

http://ec.europa.eu/eu_law/infringements/infringements_260_pt.htm.

Page 18: Transposição de diretivas da União Europeia

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II. Boas práticas de transposição

1. Negociação de diretivas: fase do processo legislativo da União

Europeia

O acompanhamento atento e rigoroso da fase negocial de uma proposta de

diretiva é essencial para identificar, preliminarmente, as eventuais dificuldades

e vicissitudes que o ulterior processo de transposição para o ordenamento

jurídico nacional poderá enfrentar.

Uma transposição correta e atempada pressupõe o acompanhamento dos atos

preparatórios que conduzem à apresentação inicial de uma proposta de

diretiva, bem como o acompanhamento de toda a fase de negociação, desde o

início até à sua conclusão. Este processo implica, nomeadamente, a análise da

proposta inicial apresentada pela Comissão Europeia face à base jurídica

escolhida e aos princípios da UE aplicáveis, bem como a avaliação do impacto

da diretiva na ordem jurídica nacional e nos setores e destinatários que serão

afetados com as medidas nacionais de execução.

1.1. Boas práticas na fase de negociação

A Comissão Europeia aconselha a que, sempre que possível, os funcionários ou

peritos nacionais responsáveis pela negociação da diretiva participem na sua

transposição para o direito nacional9. Caso não seja possível, deverão cooperar

estreitamente com os responsáveis por estas.

9 Recomendação da Comissão sobre a transposição para o direito nacional de diretivas relativas ao

Mercado Interno, SEC/2004/0918 FINAL, de 12.07.2004, disponível em http://www.europarl.europa.eu/RegData/docs_autres_institutions/commission_europeenne/sec/2004/0918/COM_SEC(2004)0918_PT.pdf.

Page 19: Transposição de diretivas da União Europeia

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19

Os funcionários ou peritos que negoceiem tais propostas, devem informar os

ministérios sectorialmente competentes sobre os eventuais problemas de

transposição, a fim de garantir a sua identificação e resolução numa fase

precoce e anterior à aprovação da proposta de diretiva.

1.2. Princípios da atribuição, subsidiariedade e proporcionalidade

De acordo com o princípio da atribuição, a Comissão Europeia apenas pode

apresentar propostas de diretivas nos domínios em que o Tratado lhe atribua

competência (artigos 3.º e 7.º do TFUE). A Comissão Europeia deve garantir

ainda o respeito pelo princípio da subsidiariedade e princípio da

proporcionalidade, corolários do princípio da atribuição (artigo 5.º do TFUE).

A verificação da aplicação destes princípios é, por norma, um elemento

importante ao longo do processo negocial da proposta da diretiva apresentada

pela Comissão Europeia10. Quando se conclua que estes princípios não são

respeitados devem ser introduzidas alterações no sentido de mitigar ou resolver

os problemas identificados11.

10

Quando surjam dúvidas quanto ao respeito pelos princípios enunciados, os Estados-Membros podem

pedir um parecer aos serviços jurídicos do Conselho.

11 A Comissão Europeia poderá inclusive rever a proposta apresentada.

Os funcionários ou peritos que participam no processo de negociação de diretivas devem igualmente acompanhar o processo de transposição para a ordem jurídica nacional.

Page 20: Transposição de diretivas da União Europeia

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20

O princípio da subsidiariedade determina que a UE intervém apenas se e na

medida em que os objetivos da ação que se pretende prosseguir não possam

ser suficientemente alcançados pelos Estados-Membros, sendo pelo contrário

melhor prosseguidos ao nível da UE devido às suas dimensões ou aos efeitos

pretendidos. Este princípio é, assim, fundamental para o funcionamento da UE

e dos próprios Estados-Membros dado que permite assegurar uma

(tendencialmente) clara repartição de competências12.

O princípio da proporcionalidade determina que os meios aplicados pela UE não

podem exceder o necessário para concretizar os objetivos fixados no Tratado

da União Europeia13. A lista de questões que se segue pretende ajudar na

análise e verificação dos princípios enunciados.

12 O TFUE reforçou significativamente a execução do princípio da subsidiariedade, instaurando vários

mecanismos de controlo destinados a verificar a sua correta aplicação, sendo de destacar o sistema de controlo criado pelo Protocolo, anexo ao Tratado de Lisboa, relativo à aplicação dos princípios da

subsidiariedade e da proporcionalidade, disponível em http://europa.eu/pol/pdf/qc3209190ptc_002.pdf. 13 O Tratado de Lisboa altera os dois principais Tratados da UE, o Tratado da União Europeia e o Tratado que institui a Comunidade Europeia. Este último passa a chamar-se Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia. Foram também anexados ao Tratado vários protocolos e declarações. Texto dos Tratados

disponíveis em http://europa.eu/eu-law/decision-making/treaties/index_pt.htm.

1. A diretiva faz parte das competências atribuídas à UE pelos Tratados (princípio da atribuição)?

2. No âmbito das competências partilhadas com os Estados-Membros, o nível de intervenção da UE é o mais adequado para alcançar os objetivos fixados nos Tratados (princípio da subsidiariedade)?

3. O conteúdo e a forma da ação não excedem o necessário para alcançar os objetivos fixados nos Tratados (princípio da proporcionalidade)?

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Direção-Geral dos Assuntos Europeus

21

1.3. Procedimentos para uma negociação e transposição eficientes

Na fase negocial da diretiva, deverá desenvolver-se uma análise pormenorizada

do seu impacto esperado na ordem jurídica nacional que terá em conta os

trabalhos e documentos preparatórios da Comissão Europeia e o resultado das

avaliações e consultas realizadas a nível da UE.

À medida que o processo de negociação for avançando, torna-se essencial que

os responsáveis pela mesma analisem matérias relacionadas com os impactos

estimados da diretiva na ordem jurídica nacional, nomeadamente, impacto para

o sector público, com especial relevo para a despesa pública, e impacto para as

empresas e cidadãos

O apuramento precoce dos impactos é da máxima importância para o

cumprimento dos requisitos em matéria orçamental plasmados no TFUE, no

protocolo e nos regulamentos que desenvolvem o Pacto de Estabilidade e

Crescimento e ainda no Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação

na União Económica e Monetária, que inclui, no título III, as disposições

relativas ao Pacto Orçamental, a que acrescem os compromissos de

sustentabilidade das finanças públicas incorporados na Lei de Enquadramento

Orçamental. Razão pela qual o apuramento precoce dos ulteriores impactos se

reveste de relevância acrescida, não só para Portugal.

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22

A elaboração de um plano indicativo por parte do serviço responsável pela

negociação consta do quadro previsto no anexo B ao presente manual. Este

quadro deverá incluir a definição de um calendário que identifique a duração

das várias etapas do processo negocial. Esta calendarização e o

acompanhamento permanente do processo de negociação permitirão ir

delineando opções, numa fase precoce, que poderão ajudar à futura elaboração

do diploma de transposição em conjugação com os interesses nacionais.

Sem prejuízo de ajustamentos decorrentes de consultas obrigatórias ou

facultativas e de contributos posteriormente recolhidos no âmbito do processo

legislativo, aquando da efetiva transposição, o procedimento aqui proposto

possibilitará:

(i) Agilizar a referida transposição, assegurando o cumprimento dos

prazos; e

(ii) Melhorar o processo de transposição, assegurando que o diploma

nacional respeita os resultados ou objetivos definidos na diretiva.

A qualidade do acompanhamento da fase de negociação está estreitamente

relacionada com a qualidade e eficácia da transposição.

A qualidade do acompanhamento da fase de negociação está estreitamente relacionada com a qualidade e eficácia da transposição, permitindo delinear a estratégia da mesma no momento da adoção da diretiva.

Page 23: Transposição de diretivas da União Europeia

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23

Ao longo do processo negocial de diretivas ou de outros atos jurídicos da UE,

em particular na fase final, deve ser feita uma análise rigorosa ao texto do

ponto de vista da sua conformidade jurídica e linguística, especialmente da

versão em português. A deteção precoce de lapsos, traduções incorretas ou

utilização de terminologia desadequada permite reagir atempadamente junto

dos competentes serviços da Comissão Europeia e do Conselho e garantir a

conformidade linguística dos textos, evitando problemas posteriores na sua

aplicação ao direito nacional.

A análise a realizar varia de diretiva para diretiva. Contudo, o plano de trabalho

seguinte permite construir um roteiro dos procedimentos geralmente aplicáveis

que, caso a caso, poderão ser adaptados:

1. Análise preliminar

(i) Entidades responsáveis – Identificar ministérios e entidades

competentes para acompanhar sectorialmente a proposta e intervir

a jusante no processo legislativo interno;

(ii) Forma do ato normativo de transposição – Identificar, quando

possível, se a transposição ocorrerá através de lei, decreto-lei ou

decreto-legislativo regional. Salienta-se que, se o decreto-lei tiver

por objeto matéria da competência relativa da Assembleia da

República, deverá ser precedido de lei de autorização legislativa e o

processo legislativo será mais complexo e demorado – estas

especificidades devem ser antecipadas e devidamente

calendarizadas;

Page 24: Transposição de diretivas da União Europeia

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24

(iii) Compatibilidade com a legislação em vigor – Verificar a

possibilidade e a oportunidade de manter legislação em vigor,

analisando eventuais alterações, revogação da legislação existente

ou adoção de nova legislação;

(iv) Caracterização das alterações legislativas, regulamentares ou

administrativas necessárias – Listar os atos normativos,

regulamentares ou administrativos necessários para uma melhor

compreensão e perceção da extensão, natureza e complexidade do

exercício;

(v) Aplicação dos princípios «Legislar melhor (better regulation)»14:

a) Identificar a oportunidade ou possibilidade de simplificar e

melhorar a legislação, a regulamentação e os processos

administrativos existentes;

b) Eliminar legislação desnecessária;

c) Evitar atrasos na transposição resultantes do excesso de

legislação ou regulamentação (gold plating);

d) Reduzir os encargos administrativos resultantes da

regulamentação, atendendo, especialmente, aos princípios da

desburocratização para pequenas e médias empresas.

14 A iniciativa da Comissão Europeia: “Legislar Melhor (better regulation)” define um conjunto de princípios e medidas destinadas a melhorar a legislação da União Europeia e dos Estados-Membros e reduzir os encargos com o excesso de regulamentação. A informação sobre esta iniciativa poderá ser consultada em

http://ec.europa.eu/smart-regulation/index_en.htm.

Durante a negociação de uma proposta de diretiva, a análise preliminar das entidades responsáveis pelo processo legislativo de transposição e pelas alterações legislativas necessárias permite identificar as dificuldades de transposição e atuar de forma precoce

na sua resolução.

Page 25: Transposição de diretivas da União Europeia

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25

(vi) Avaliação da conformidade dos resultados ou objetivos da diretiva

com orientações estratégicas: Programa do Governo, opções

orçamentais, prioridades da estratégia política nacional, regional e

local.

2. Análise do âmbito de aplicação e do impacto da transposição da diretiva:

(i) A nível sectorial;

(ii) A nível intersectorial (domínios transversais e coerência com as

prioridades sociais, económicas, financeiras, ambientais, etc.);

(iii) A nível regional ou local;

(iv) A nível do grupo ou grupos de cidadãos afetados;

(v) A nível da participação de Portugal na União Europeia e na área

do euro.

A análise do impacto de uma proposta de diretiva nos setores afetados e a consulta informal às entidades interessadas permitem divulgar os objetivos das diretivas, sensibilizar os seus destinatários e recolher contributos que melhorem, materialmente, o processo negocial e, consequentemente, o processo de transposição.

Page 26: Transposição de diretivas da União Europeia

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26

3. Consulta dos stakeholders afetados pela adoção da diretiva – Sem

prejuízo do respeito pelo caráter confidencial das discussões no seio do

Conselho, a realização de consultas numa fase precoce da negociação

permite sensibilizar as partes interessadas para as alterações a introduzir

e obter informação sobre as vantagens ou dificuldades da adoção dessa

diretiva.

4. Definição da coordenação técnica e política adequada – O reforço de

coordenação deverá ocorrer sempre que a negociação e a transposição

da diretiva sejam complexas e impliquem:

(i) A participação de mais do que um ministério com objetivos políticos

divergentes;

(ii) A existência de conflitos de competência negativa; ou

(iii) Alterações com impacto significativo na ordem jurídica nacional.

O reforço do processo de coordenação da negociação e transposição de

diretivas complexas pode concretizar-se através de procedimentos

especiais de coordenação técnica a nível da DGAE, em articulação com

os organismos responsáveis pela coordenação sectorial dos assuntos

europeus em cada ministério, ou de coordenação política ao nível do

membro do Governo competente em função da matéria e dos restantes

membros do Governo com interesse na legislação, incluindo o membro

do Governo responsável pela área dos assuntos europeus.

5. Processo de acompanhamento político reforçado – Este processo poderá

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27

ser desencadeado nas situações em que se identifique que a proposta

tem particular impacto ou dificuldade para Portugal e, como tal, o

processo de negociação deverá beneficiar de uma intervenção política

concertada entre o membro do Governo competente em função da

matéria e os restantes membros do Governo com interesse na legislação,

incluindo o membro do Governo responsável pela área dos assuntos

europeus.

6. Elaboração de um cronograma – Definição das várias etapas do processo

legislativo a nível da UE, permitindo verificar o cumprimento das

diligências necessárias nos prazos definidos (check list). A verificação do

cumprimento do cronograma deverá ser atribuída expressamente ao

serviço competente em função da matéria.

7. Participação nos processos do TJUE que tenham por objeto matérias

relacionadas com o conteúdo das diretivas – As observações escritas nos

processos de reenvio prejudicial deverão estar em linha com a posição

nacional defendida na fase da negociação.

O processo de acompanhamento técnico e político reforçado destina-se a ultrapassar as dificuldades resultantes de processos de negociação e transposição de diretivas que exijam adaptações legislativas complexas e com impactos significativos na situação nacional.

Page 28: Transposição de diretivas da União Europeia

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2. Transposição de diretivas: fase do processo legislativo nacional

O Regimento do Conselho de Ministros aprovado em anexo à Resolução do

Conselho de Ministros n.º 29/2011, de 11 de julho, alterada pela Resolução do

Conselho de Ministros n.º 51/2013, de 8 de agosto, consagra, no ponto 34, o

regime relativo à transposição do direito da UE, que seguidamente se descreve.

2.1. Procedimentos de transposição - fase de planeamento

No prazo de oito dias após a publicação da diretiva no JOUE, inicia-se a fase de

planeamento, criando a DGAE/MNE um registo na base de dados do Sistema de

Controlo dos Atos Normativos (SCAN) da Presidência do Conselho de Ministros

(PCM), no qual são inseridos o número, o título, o prazo de transposição da

diretiva e o ministério competente em razão da matéria.

O gabinete ministerial ao qual foi atribuída a competência para a transposição

da diretiva, denominado para este efeito como gabinete proponente, recebe um

alerta, tendo 10 dias para aceitar ou não esta competência.

Se o gabinete proponente aceita a responsabilidade pelo processo de

transposição, deverá preencher o plano de transposição, indicando o membro

do gabinete proponente responsável pelo acompanhamento do processo, o

serviço responsável pela transposição, a forma do ato normativo, as audições a

realizar no âmbito do processo legislativo e a data de envio da proposta de

diploma pelo serviço responsável ao gabinete ministerial proponente, podendo

ainda, antecipar o prazo limite definido pelo sistema para agendamento na

PCM.

Page 29: Transposição de diretivas da União Europeia

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29

O sistema define automaticamente o prazo limite para agendamento na PCM,

com base no prazo para a transposição da diretiva (introduzido com a criação

do registo pela DGAE/MNE), estabelecendo um prazo de dois meses ou seis

meses, consoante a forma do ato normativo seja um decreto-lei ou uma

proposta de lei, respetivamente.

Se o gabinete proponente não aceita a competência, deverá indicar no campo

das observações as razões para a não aceitação e sugerir o gabinete ministerial

que julga competente. A PCM e a DGAE/MNE recebem um alerta, procuram

solucionar o possível conflito negativo de competências e confirmam ou

reatribuem a titularidade do processo, iniciando-se novamente o procedimento

descrito concedendo um novo prazo de 10 dias para a aceitação ou não da

competência.

2.2. Procedimentos de transposição – fase de transposição

Após a fase de planeamento inicia-se a fase de transposição.

A fase de transposição visa a monitorização dos trabalhos tendentes à efetiva

transposição da diretiva dentro do respetivo prazo. Neste contexto, foi criado

um mecanismo de alertas que permite que a PCM e a DGAE/MNE tenham uma

visão integral e atualizada de todas as transposições em curso (de todos os

Ministérios) e, atendendo à matéria, os respetivos Gabinetes das diretivas que

lhe estão adstritas.

No âmbito do referido sistema, são enviados alertas aos gabinetes ministeriais

Page 30: Transposição de diretivas da União Europeia

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competentes em função da matéria e à PCM, com uma regularidade mensal

(dia 1 de cada mês), que passa a quinzenal (dia 1 e 15) nos três meses

anteriores ao termo do prazo limite para agendamento na PCM, e a semanal

(segunda-feira), uma vez ultrapassado este prazo-limite, como sistematizado no

anexo C ao presente manual.

2.3. Procedimentos de transposição – monitorização

Para além deste sistema de monitorização, a DGAE/MNE faz o

acompanhamento regular e sistemático do cumprimento do processo de

transposição, quer ao nível técnico, em articulação direta com os serviços

sectorialmente competentes, quer ao nível da CIAE, também a nível técnico.

Para o efeito, são distribuídas mensalmente (1.º dia de cada mês) listas das

diretivas publicadas no JOUE, nas quais são identificados os ministérios

competentes para a transposição. É, igualmente, dada informação relevante

sobre a transposição: quadros-síntese, quadros comparativos dos últimos seis

meses, quadro com as diretivas cujo prazo de transposição termine nos

sessenta dias seguintes à apresentação das listas.

Esta documentação é igualmente remetida à PCM para agendamento nas

reuniões de Secretários de Estado e de Conselho de Ministros. O referido

agendamento é mensal e tem por objetivo fazer o ponto de situação do

processo de transposição de diretivas. Nestas reuniões, são indicadas as

diretivas com processo de transposição mais atrasado e de maior

complexidade, assim como as que se encontrem nas fases de pré-contencioso,

junto da Comissão Europeia e contencioso, junto do TJUE.

São igualmente distribuídas listagens de propostas de diretivas em fase de

Page 31: Transposição de diretivas da União Europeia

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negociação, bem como de transposição, com previsão ou estimativa de

impactos elevados.

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III. Anexos Anexo A

Cálculo de sanções aplicáveis a Portugal por não comunicação das medidas de

transposição de uma diretiva (artigo 258.º e n.º 3 do artigo 260.º do TFUE) *

Sanções

Valor mínimo

por cada dia de atraso

Valor máximo

por cada dia de atraso

Observações

Quantia Fixa (QF) €772 €15.444 Montante Fixo Mínimo

€1.889.000

(calculada a partir

do dia seguinte ao

do termo do prazo de transposição e

até à data do acórdão que declare

o incumprimento)

QF = (220 x 1) x

3,51

(QF = Mbqf x Cg x n)

QF= (220 x 20) x

3,51

(QF = Mbqf x Cg X n)

(valor mínimo a pagar sempre que a quantia fixa

total calculada com base no valor diário seja

inferior)

Falta de transposição Sanção

Pecuniária Compulsória (SPC)

€2.281 €136.890

(calculada após a

data do acórdão e até à transposição

integral da diretiva)

SPC = (€650 x 1x1)

x 3,51 SPC = (Mbspc x Cg

x Cd) x n

SPC = (€650 x

20x3) x 3,51 SPC = (Mbspc x Cg

x Cd) x n

QF Quantia Fixa

Mbqf Montante base de quantia fixa (atualmente fixado em €220)

Cg Coeficiente de gravidade (entre 1 e 20 conforme valoração do incumprimento pela Comissão Europeia)

n Capacidade de pagamento do Estado (3,51)

SPC Sanção pecuniária compulsória

Mbspc Montante fixo de base da sanção pecuniária compulsória (€650)

Cd Coeficiente de duração (coeficiente multiplicador entre 1 e 3, calculado na razão de 0,10/mês a contar da data do acórdão)

* Tabela atualizada nos termos da Comunicação da Comissão [C (2013) 8101 final]. A tabela não

inclui o regime sancionatório aplicável no âmbito de ações por incumprimento por falta ou insuficientes medidas de execução do acórdão do TJUE (artigo 260.º, n.º 2, do TFUE).

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Anexo B

Procedimentos recomendados para a negociação e transposição eficientes de diretivas

Título da diretiva

Data da publicação da diretiva no JOUE

Data limite para a transposição da diretiva

Entidades que participam na fase negocial da diretiva

e/ou na fase de transposição

Análise dos princípios da EU

Base jurídica

A diretiva insere-se no âmbito das competências atribuídas à

UE pelos Tratados (princípio da atribuição)?

Sim:

Não:

Observações:

Page 34: Transposição de diretivas da União Europeia

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No âmbito das competências partilhadas com os Estados-

Membros, o nível europeu é o mais pertinente para alcançar

os objetivos fixados nos Tratados (princípio da

subsidiariedade)?

Sim:

Não:

Observações:

O conteúdo e a forma do ato não excedem o necessário para

alcançar os objetivos fixados nos Tratados (princípio da

proporcionalidade)?

Sim:

Não:

Observações:

1. Análise preliminar

Entidades responsáveis

Ministério:

Serviço:

Forma do ato normativo de transposição, se possível Lei:

Decreto-lei:

Decreto-legislativo regional:

Verificar se é necessária lei de autorização legislativa (aplicável se o diploma de

transposição tem por objeto matéria da competência legislativa relativa da Assembleia

da República, nos termos do artigo 165.º CRP):

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Compatibilidade com a legislação em vigor Manutenção de legislação em vigor:

Alteração ou revogação de legislação existente:

Adoção de nova legislação:

Caracterização e lista das alterações legislativas,

regulamentares ou administrativas necessárias

Verificação da aplicação dos princípios “Regular Melhor” à

legislação nacional

Simplificação e melhoria legislativa:

Eliminação de legislação desnecessária:

Mecanismo de combate ao excesso de legislação:

Redução de encargos administrativos:

2. Avaliação da conformidade com o Programa de Governo,

opções orçamentais, prioridades da estratégia política

Programa de Governo:

Opções Orçamentais:

Prioridades Políticas:

Outros:

Page 36: Transposição de diretivas da União Europeia

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3. Análise do âmbito de aplicação e impacto:

nível setorial

nível intersectorial

nível regional ou local

nível de grupo ou grupos de cidadãos afetados

Setor/es económico/s afetado/s:

Impacto a nível da investigação e desenvolvimento:

Impacto a nível do desenvolvimento regional:

Impacto a nível do governo das Regiões Autónomas:

Impacto a nível das políticas autárquicas:

Impacto a nível do emprego:

Impacto em grupos profissionais específicos:

Impacto em grupos sociais específicos:

Impactos para o sector público enquanto produtor de bens e serviços (e.g., estimativa

de despesa pública necessária à aquisição de material informático para a produção de

determinado bem/serviço novo):

Impactos para o sector público enquanto consumidor de bens e serviços (e.g.,

obrigação de dotação de bens e equipamentos públicos com determinadas

caraterísticas e especificações):

Impactos para o sector público enquanto regulador da sociedade e da economia (e.g.,

recursos materiais, humanos e financeiros necessários à adoção, aplicação e

fiscalização dos vários instrumentos de atuação pública):

Impactos para as empresas:

Impactos para os cidadãos:

Outros exemplos:

Page 37: Transposição de diretivas da União Europeia

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4. Consultas prévias e informais

Lista de entidades a consultar (temas/prazos):

Outras entidades

Lista de entidades a consultar (temas/prazos):

5. Coordenação técnica e política

Processo regular

Processo de acompanhamento técnico e político reforçado Identificar questões complexas:

Identificar impactos significativos:

Page 38: Transposição de diretivas da União Europeia

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Processo de Transposição de Atos UE

MPA

PDG

AE /

SEAE

Gabi

nete

Pr

opon

ente

Serv

iço

Resp

onsá

vel

Sist

ema

JOUE

/ DR

Linha

de

Tem

poAl

erta

s

Fase de TransposiçãoFase de Planeamento

Publicação do Ato no JOUE

Criação de Processo no SmartDocs· Data de Inicio do Processo· Prazo/data limite de

transposição· Gabinete Proponente

Inicio do

Processo de

Transposição

Prazo de

Transposição

Publicação DR

Assunção de Responsabilidade pelo Processo (político)· Serviço Responsável· Forma do Ato· Audições· Data de Envio ao Gab.

Proponente

Prazo para o carregamento do plano de transposição

Prazo para

carregamento

do Plano

Notificação

Prazo de Envio para Agendamento Gab. MPAP

Processo de Transposição (responsabilidade)

Limite para

Agendamento

Gab. MPAP

Limite para

Envio ao Gab.

Proponente

Projeto de Diploma

Proposta de Diploma

10 Dias

Decreto-Lei: 2 MesesLei: 6 Meses

Carregam. do Plano(diário)

Transp. da Diretiva

(semanal, 2.ª feira)

Transposição da Diretiva(quinzenal, dia 1 e 15 de cada mês)

Transposição da Diretiva(mensal, dia 1 de cada mês)

3 Meses

MPAP

Gabinete Responsável

MPAP

Gabinete Responsável

MPAP

Gabinete Responsável

Publicação do Diploma no

DR

Gabinete Responsável

antecipação

Aceitação Sim

Identificação do novo Gabinete Proponente

Não

Notificação

MPAP

SEAE / DGAE SEAE / DGAE

Notificação

Anexo C Quadro sobre prazos de agendamento dos diplomas de transposição

Page 39: Transposição de diretivas da União Europeia

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Anexo D

Índice de siglas

CEGER

CIAE

COM

CRP

DR

DGAE

EM

JOUE

PCM/MPAP

MNE

SCAN

TJUE

TFUE

UE

Centro de Gestão da Rede Informática do Governo

Comissão Interministerial para os Assuntos Europeus

Comissão Europeia

Constituição da República Portuguesa

Diário da República

Direção-Geral dos Assuntos Europeus

Estado-Membro

Jornal Oficial da União Europeia

Presidência do Conselho de Ministros/Gabinete do Ministro da

Presidência e dos Assuntos Parlamentares

Ministério dos Negócios Estrangeiros

Sistema de Controlo dos Atos Normativos

Tribunal de Justiça da União Europeia

Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia

União Europeia

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Anexo E

Ligações úteis (websites)

(Ordem alfabética)

1. Base de dados sobre a aplicação de legislação da UE

Aplicação do artigo 260.º, n.º 3, do Tratado relativo à aplicação de sanções nas ações de

incumprimento

http://ec.europa.eu/eu_law/infringements/infringements_260_pt.htm

Aplicação do direito da União Europeia

http://ec.europa.eu/eu_law/infringements/infringements_pt.htm

Base de dados dos dossiês legislativos sujeitos ao processo legislativo ordinário

http://consilium.europa.eu/documents/search-in-database?lang=pt

CIEJD - Centro de Informação Europeia Jacques Delors

http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwhom0.home?p_sub=1

EU Pilot

https://webgate.ec.europa.eu/pilotms/index.cfm?method=login.show&logged_out=true

EURO-LEX - Portal de acesso ao direito na União Europeia (Tratados, legislação, legislação

consolidada, documentos EFTA, atos preparatórios, jurisprudência da UE, perguntas

parlamentares, acordos internacionais e processos Legislativos)

http://eur-ex.europa.eu/homepage.html?locale=pt

Jornal Oficial da União Europeia

http://eur-lex.europa.eu/homepage.html

Jornais Oficiais e Portais Oficiais da União Europeia-Portugal

https://dre.pt/ue/portugal.html

Medidas nacionais de execução adotadas pelos Estados-Membros

http://ec.europa.eu/eu_law/directives/directives_pt.htm

Page 41: Transposição de diretivas da União Europeia

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N-Lex - Ponto de acesso comum ao direito nacional

http://eur-lex.europa.eu/n-lex/index_pt.html

OEIL - Observatório legislativo do Parlamento Europeu

www.europarl.europa.eu/oeil

Painel de Avaliação do Mercado Interno (Scoreboard)

http://ec.europa.eu/internal_market/score/index_en.html

Portal da União Europeia

http://europa.eu/index_pt.htm

Protocolo, anexo ao Tratado de Lisboa, relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade

e da proporcionalidade

http://europa.eu/pol/pdf/qc3209190ptc_002.pdf

Publicações da União Europeia

http://publications.europa.eu/index_pt.htm

Recomendação da Comissão sobre a transposição para o direito nacional de diretivas

relativas ao Mercado Interno, SEC/2004/0918 FINAL, de 12.07.2004

http://www.europarl.europa.eu/RegData/docs_autres_institutions/commission_europeenne/

sec/2004/0918/COM_SEC(2004)0918_PT.pdf

Sínteses da legislação da União Europeia – Tudo o que deseja saber sobre a legislação

europeia

http://europa.eu/legislation_summaries/index_pt.htm

Texto do Tratado da União Europeia

http://europa.eu/pol/pdf/qc3209190ptc_002.pdf

Tratados da União Europeia

http://europa.eu/eu-law/decision-making/treaties/index_pt.htm

Versão consolidada do Regulamento do Tribunal de Justiça da União Europeia

http://curia.europa.eu/jcms/jcms/Jo2_7031/

Page 42: Transposição de diretivas da União Europeia

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2. Instituições e órgãos nacionais e da UE

Assembleia da República - Comissão dos Assuntos Europeus

http://www.parlamento.pt/europa/Paginas/default.aspx

Comissão Europeia

http://ec.europa.eu/index_pt.htm

Conselho Europeu

http://www.european-council.europa.eu/home-page?lang=pt

Direção-Geral dos Assuntos Europeus

http://www.portugal.gov.pt/pt/os-ministerios/ministerio-dos-negocios-estrangeiros/quero-

saber-mais/sobre-o-ministerio/estrutura-organica/direcao-geral-dos-assuntos-europeus.aspx

Parlamento Europeu

http://www.europarl.europa.eu/aboutparliament/pt/00b3f21266/At-your-service.html

Tribunal de Justiça da União Europeia

http://curia.europa.eu/jcms/jcms/Jo2_6999/