transportes & negócios

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Director Fernando Gonçalves • 19 Janeiro de 2009 • Semanal • Ano 10 • Nº115 Ingleses Ingleses Ingleses Ingleses Ingleses rendidos aos camiões eléctricos Pág. 11 Fabricantes Fabricantes Fabricantes Fabricantes Fabricantes nacionais param e despedem Pág. 11 Fiat Fiat Fiat Fiat Fiat cresce 5% nos comerciais ligeiros em Portugal Pág. 11 DREWRY SHIPPING NADA ANIMADORA O ano de 2009 será o mais difícil da história do trans- porte marítimo de conten- tores, e 2010 não será ain- da o ano da recuperação, prevêem a Drewry Ship- ping, outros analistas e os líderes dos maiores arma- dores mundiais. Crise no transporte de contentores poderá manter-se para lá de 2010 A crescente imobilização de navios não está a con- seguir contrariar a que- bra nas cargas para trans- portar, alargando o fosso entre a oferta de capaci- dade e a procura de trans- porte. Com menos cargas para transportar, os fre- tes não param de descer, até a um ponto em que mal chegam para cobrir as taxas de combustível e os custos da operação portuária. Na prática, o frete é zero. Em 2010, o cenário deve- rá permanecer pouco al- terado. Porque a produ- ção industrial e o comér- cio internacional não da- rão mostras de uma ver- dadeira recuperação, e porque a oferta de capa- cidade tenderá ainda a aumentar com a entrega de novos navios, de maio- res dimensões. “Se alguma melhoria acontecer até ao final de 2010, ficaremos surpre- endidos muito favoravel- mente”, resume o CEO da AP Moller-Maersk. Pág. 2 Investidores tentam baixar preço da Hapag-Lloyd Pág. 2 Naviera Armas impedida de transportar trailers para o Funchal Pág. 4 MARÍTIMO Riscar a Alta Velocidade do mapa Poucos quererão, afinal, “riscar o TGV do mapa”, como se propõe fazer Manuela Ferreira Leite, a líder do PSD e candi- data a primeira ministra. Abandonar agora o pro- jecto implicaria perder milhões de euros de fi- nanciamentos comunitá- rios, que não poderiam ser alocados a outros projectos, e devolver até alguns milhões já gastos em estudos e projectos. E nem a crise será justi- ficação para uma medida tão drástica. Pelo contrá- rio, face à crise, outros países estão a acelerar os seus investimentos na Alta Velocidade ferroviá- ria. Manter o projecto tal como está também não é con- sensual. Às críticas inter- nas juntam-se, aqui e ali, os avisos de peritos inter- nacionais. É o caso do coordenador europeu do “nossso” projecto de AV, que sugeriu a reanálise FERROVIÁRIO dos traçados à luz da relocalização do Novo Aeroporto de Lisboa. Contra o “radicalismo” de uns e o “autismo” de outros, a Adfer volta a apelar ao “consenso em torno de um projecto essencial para o futuro de Portugal, como aca- bou por acontecer com o NAL e, na prática, há duas décadas acontece em Espanha”. Pág. 5 Norte renova apelo a Sócrates pela autonomia do aeroporto AÉREO Luís Valente de Oliveira e Luís Braga da Cruz juntaram as suas vozes autorizadas ao coro dos que defendem a autono- mização do aeroporto Francisco Sá Carneiro. Os dois ex-ministros e ex-presidentes da CCDRN participaram na reunião do Conselho Regional do Norte, de onde saiu, aprovada por unanimidade, mais uma carta para o primeiro ministro pedindo a sua intervenção no caso. O Norte respondeu ao repto de José Sócrates e apareceram interes- sados em gerir o aero- porto do Porto, lembrou Rui Rio. A sua integração na privatização da ANA prefiguraria um “cená- rio terrível”, nas pala- vras do actual presiden- te da Comissão de Co- ordenação, o socialista Carlos Lage. Pág. 10 RODOVIÁRIO Imobilizada um terço da frota espanhola São cerca de 130 mil os veículos de transporte de mercadorias que estarão parados no país vizinho, por falta de cargas, ou por o valor dos fretes não chegar para cobrir as despesas. A Fenadismer pede um plano de salvação do sec- tor, mas no imediato re- clama a possibilidade dos transportadores suspen- derem as licenças, para não pagarem nem segu- ros, nem impostos. Num semestre, seis mil empresas desaparece- ram dos registos de acti- vidade espanhóis. Autarcas de Lisboa recusam AMT Pág. 8 MOVIMENTO PORTUÁRIO Págs. 6/7

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Edição de 19 de Janeiro de 2009

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TRANSPORTES & NEGÓCIOS 11111

19 Janeiro 2009

Director Fernando Gonçalves • 19 Janeiro de 2009 • Semanal • Ano 10 • Nº115

InglesesInglesesInglesesInglesesInglesesrendidosaos camiõeseléctricos

Pág. 11

FabricantesFabricantesFabricantesFabricantesFabricantesnacionaisparam edespedem

Pág. 11

Fiat Fiat Fiat Fiat Fiat cresce 5%nos comerciaisligeirosem Portugal

Pág. 11

DREWRY SHIPPING NADA ANIMADORA

O ano de 2009 será o maisdifícil da história do trans-porte marítimo de conten-tores, e 2010 não será ain-da o ano da recuperação,prevêem a Drewry Ship-ping, outros analistas e oslíderes dos maiores arma-dores mundiais.

Crise no transporte de contentorespoderá manter-se para lá de 2010

A crescente imobilizaçãode navios não está a con-seguir contrariar a que-bra nas cargas para trans-portar, alargando o fossoentre a oferta de capaci-dade e a procura de trans-porte. Com menos cargaspara transportar, os fre-

tes não param de descer,até a um ponto em quemal chegam para cobriras taxas de combustível eos custos da operaçãoportuária. Na prática, ofrete é zero.Em 2010, o cenário deve-rá permanecer pouco al-

terado. Porque a produ-ção industrial e o comér-cio internacional não da-rão mostras de uma ver-dadeira recuperação, eporque a oferta de capa-cidade tenderá ainda aaumentar com a entregade novos navios, de maio-

res dimensões.“Se alguma melhoriaacontecer até ao final de2010, ficaremos surpre-endidos muito favoravel-mente”, resume o CEO daAP Moller-Maersk.

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Investidorestentam baixarpreço daHapag-Lloyd

Pág. 2

Naviera Armasimpedidade transportartrailers parao Funchal

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MARÍTIMO

Riscar a Alta Velocidade do mapaPoucos quererão, afinal,“riscar o TGV do mapa”,como se propõe fazerManuela Ferreira Leite,a líder do PSD e candi-data a primeira ministra.Abandonar agora o pro-jecto implicaria perdermilhões de euros de fi-nanciamentos comunitá-rios, que não poderiamser alocados a outrosprojectos, e devolver atéalguns milhões já gastosem estudos e projectos.E nem a crise será justi-

ficação para uma medidatão drástica. Pelo contrá-rio, face à crise, outrospaíses estão a aceleraros seus investimentos naAlta Velocidade ferroviá-ria.Manter o projecto tal comoestá também não é con-sensual. Às críticas inter-nas juntam-se, aqui e ali,os avisos de peritos inter-nacionais. É o caso docoordenador europeu do“nossso” projecto de AV,que sugeriu a reanálise

FERROVIÁRIO

dos traçados à luz darelocalização do NovoAeroporto de Lisboa.Contra o “radicalismo”de uns e o “autismo” deoutros, a Adfer volta aapelar ao “consenso emtorno de um projectoessencial para o futurode Portugal, como aca-bou por acontecer como NAL e, na prática, háduas décadas aconteceem Espanha”.

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Norte renova apelo a Sócratespela autonomia do aeroporto

AÉREO

Luís Valente de Oliveirae Luís Braga da Cruzjuntaram as suas vozesautorizadas ao coro dosque defendem a autono-mização do aeroportoFrancisco Sá Carneiro.Os dois ex-ministros eex-presidentes daCCDRN participaram nareunião do ConselhoRegional do Norte, deonde saiu, aprovada porunanimidade, mais umacarta para o primeiroministro pedindo a sua

intervenção no caso.O Norte respondeu aorepto de José Sócratese apareceram interes-sados em gerir o aero-porto do Porto, lembrouRui Rio. A sua integraçãona privatização da ANAprefiguraria um “cená-rio terrível”, nas pala-vras do actual presiden-te da Comissão de Co-ordenação, o socialistaCarlos Lage.

Pág. 10

RODOVIÁRIO

Imobilizadaum terço dafrota espanhola

São cerca de 130 mil osveículos de transporte demercadorias que estarãoparados no país vizinho, porfalta de cargas, ou por ovalor dos fretes não chegarpara cobrir as despesas.A Fenadismer pede umplano de salvação do sec-tor, mas no imediato re-clama a possibilidade dostransportadores suspen-derem as licenças, paranão pagarem nem segu-ros, nem impostos.Num semestre, seis milempresas desaparece-ram dos registos de acti-vidade espanhóis.

Autarcasde Lisboarecusam AMT

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MOVIMENTOPORTUÁRIO

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19 Janeiro 2009

Fretes próximo do zeroFretes próximo do zeroFretes próximo do zeroFretes próximo do zeroFretes próximo do zero

Por cada TEU transportado entre a Ásia e a Europaos armadores estão a perder em média 524 dólares.No caso do Ásia-Costa Leste dos EUA, as perdasmédias são de 184 dólres/TEU.As contas são feitas por quem sabe. Nas ligaçõesentre a Ásia e a Europa, os custos variáveis asuportar pelo armador estão calculados em dólares/TEU. Os fretes “tudo incluído” estão na casa dos 400dólares/TEU, ou seja, praticamente zero depois dedescontados os custos do combustível e daoperação portuária. Neste cenário, o melhor mesmoé imobilizar os navios.Os analistas internacionais são cautelosos, e poucoencorajadores, nas suas previsões. A situação jánão deverá piorar muito, dizem, mas também nãodeverá melhorar substancialmente nos tempos maispróximos.A travar a degradação da conjuntura estará,precisamente, a redução da oferta (com a paragemde navios), a baixa dos custos do combustível e dosfretes dos navios e, espera-se, o já se ter passadopelo momento de maior contracção na procura.A impedir melhorias no curto prazo está o“afundanço” da indústria europeia e norte-americana e o deslizamento para 2009 das entregasde vários navios que deveriam ter iniciadooperações no último trimestre do ano findo.Um relatório da JP Morgan prevê, em conclusão,que a conjuntura difícil poderá manter-se em 2010,até que um aumento significativo da procura reduzao desequilíbrio para a oferta de capacidade.

Maersk: melhorias só em 20Maersk: melhorias só em 20Maersk: melhorias só em 20Maersk: melhorias só em 20Maersk: melhorias só em 201111111111“2009 será um ano muito difícil. Sealguma melhoria acontecer até ao finalde 2010, ficaremos surpreendidosmuito positivamente”, afirmou aosjornalistas, em Singapura, o CEO daAP Moller-Maersk, citado pela“Reuters”. Por outras palavras, arecuperação só deverá acontecer em2011.Nils Andersen acrescentou ser suaconvicção que os fretes estarão muitopróximo de “bater no fundo”, depoisdas fortes descidas recentes, e que,provavelmente, os maiores operadorescontinuarão a imobilizar navios para

reduzirem capacidade.Inquirido sobre a possibilidade de ogrupo dinamarquês aproveitar aconjuntura para promover uma maiorconsolidação do sector, Andersondescartou-a. “De momento – afirmou –não estamos a ponderar aquisições”.O grupo AP Moller espera apresentarbons resultados no ano de 2008,adiantou o CEO, sem especificar. Nosprimeiros nove meses, o grupodinamarquês informou um aumento de39% nos resultados líquidos,para 3,6mil milhões de dólares, mas avisousobre as perspectivas futuras.

Marítimo

A venda da HapagLloyd,que deveria ficar fechadaem Fevereiro, poderá com-plicar-se por causa da cri-se que assola o sector e osistema financeiro.O consórcio de investi-

dores alemães, que emOutubro acordou a com-pra da empresa por 4,5 milmilhões de euros, estará atentar renegociar o preçocom a Tui, avança a im-prensa económica germâ-nica.Face ao declínio da activi-

dade do transporte maríti-mo de contentores, que seprecipitou nos últimos me-ses, o consórcio de inves-tidores e autoridades pú-blicas estará a escrutinaros termos do contrato as-sinado tentando descobrirelementos que suportemuma revisão em baixa dopreço.A iniciativa é também jus-

tificada pelo facto de o Royal

Bank of Scotland, um dosfinanciadores da operação,se ter entretanto retiradodo negócio, depois de tersido nacionalizado. O ban-co britânico já foi um dosfinanciadores do emprés-timo de 750 milhões dedólares concedido em Ou-tubro à Hapag-Lloyd paracomprar 29 navios à Tui.Do lado da Tui, um porta-

-voz já veio dizer que nãohá disponibilidade para re-ver o preço e que o contra-to assinado em Outubronão dá margem para quetal aconteça.De acordo com os ter-

mos do acordo, o consór-cio alemão pagará 4,5 milmilhões de euros pela Ha-pag-Lloyd, incluindo a dívi-da, e subsequentemente aTui recomprará uma posi-ção de 25% na estruturaaccionista do armador,pagando por ela 750 mi-lhões de euros.

Investidores alemães querembaixar preço da Hapag-Lloyd

A DSV acaba de anunciara compra de 25% da DFDS,operador de short sea shi-pping. A intenção é combi-nar as operações rodoviá-rias do transitário e opera-dor logístico dinamarquêscom o network de serviçosro-ro da companhia escan-dinava.O negócio foi feito medi-

ante uma troca de acçõesentre a DSV e a JL-Fondet.Juntas criaram a socieda-de instrumental Vesterha-vet – DSV Holding A/S, quecontrola 56% da DFDS, eonde a DSV passou a de-ter 45% do capital, dandoem troca à JL-Fondet ac-ções próprias representa-tivas de 5,5% do seu capi-tal social.Num comunicado emiti-

do a propósito, a DSV, queé já o maior cliente da DFDS,mostrou-se confiante emconseguir desenvolver eutilizar melhor o networkro-ro da companhia escan-

dinava, com isso aumen-tando os volumes trans-portados.Esta tentativa de integra-

ção vertical da actividadeda DSV na Europa do Nortepoderá ter reflexos negati-vos nos outros operadoresno Mar do Norte e no Bálti-co, caso a DSV opte porconcentrar todas as suascargas nos navios da DFDS.O armador escandinavo,

um dos principais playersno short sea shipping noNorte da Europa, realizaum volume de negócios daordem dos 1,1 mil milhõesde euros: 40% no ro-ro,19% nos contentores, e12% nos trailers.Como todos os operado-

res do sector, também aDFDS sofreu com a fortequebra de cargas paratransportar, tendo anuncia-do a possibilidade de re-duzir o número de traba-lhadores, nomeadamenteno Reino Unido.

DSV compra 25% da DFDS

O ano de 2009constituirá omais duro algu-

ma vez enfrentado pelaindústria do transportemarítimo de contentores.O desaparecimento demais operadores não éde excluir. O desequilí-brio entre oferta e procu-ra de capacidade deverámanter-se ainda em 2010.As previsões, negras

quanto baste, são de con-ceituada Drewry Ship-ping. E são confirmadaspelas declarações públi-cas de líderes dos maio-res players mundiais(desde logo, o maior detodos, a Maersk Line),pelos números mais re-centes dos portos, e pe-las notícias sobre os ní-veis sem precedentesdos fretes.No ano findo, o trans-

porte mundial de conten-tores deverá ter atingidoos 152,8 milhões de TEU,estima a Drewry. Em ter-mos homólogos, o cres-cimento face a 2007 terá

Crise nos contentores veio para ficar

sido de 7,2%, e não já de8,6%, como havia sidoprevisto ainda em Setem-bro último. Para este ano,os analistas apontampara uns magros 2,9% decrescimento.A oferta, ao invés, deve-

rá aumentar uns 12,7%,considerando a capaci-dade dos navios que de-verão entrar de novo nomercado.No último trimestre de

2008, os operadores fize-ram de tudo um poucopara reduzirem a capaci-dade nos tráfegos Este-Oeste. Mas não foi sufici-ente. O desequilíbrio en-tre a oferta e a procuramantém-se, o que está amotivar a paragem de umnúmero crescente de na-vios, ou a prática de fre-tes “zero” entre a Ásia e aEuropa, com os carrega-dores a pagarem apenasas sobretaxas.O cancelamento de al-

gumas encomendas juntodos estaleiros, ou o desli-zamento de alguns pra-

zos de entregas poderáaliviar alguma pressão daoferta de capacidade so-bre o mercado, nos anos

2010-2012, admite aDrewry Consultants. Ain-da assim o máximo queos transportadores po-derão esperar do curto/médio prazo será a es-tabilização dos fretes.A única boa notícia

para o sector nos últi-mos tempos foi a conti-nuada baixa do preçodo combustível. Masmesmo essa melhoriateve um efeito perverso,porque colocou em xe-que a estratégia dosoperadores de reduzi-rem a velocidade de na-vegação compensando-a com mais navios.

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19 Janeiro 2009

A ligação entre Porti-mão e o Funchal assegu-rada pela espanhola Na-viera Armas corre o ris-co de ser vítima do seusucesso, no que ao trans-porte de mercadorias dizrespeito. No sábado, asautoridades madeiren-ses chegaram a impediro embarque de cargas,por não estar a ser feito,justificaram, conforme olicenciamento concedidoao operador. A situaçãofoi no entretanto provi-soriamente desbloquea-da.A Administração dos

Portos da Madeira alegaque o licenciamento con-cedido pelo IPTM ao ar-mador estipula que a car-ga tenha meios própriosde propulsão (camiões)e que seja movimentadaem porto pelo tempo es-

tritamente necessário aoseu embarque e desem-barque”. Mas o que setem verificado é o trans-porte de trailers, sendo atracção de/para o naviofeita com o recurso a trac-tores contratados aostransportadores madei-renses.A situação não é nova,

mas estará a tornar-semais evidente dada a cres-cente adesão dos carre-gadores madeirenses aeste serviço, que garanteligações mais rápidas ebaratas com o Continen-te, dizem operadores lo-cais. O resultado da mai-or procura é um maiortrânsito de camiões a en-trar e a sair do porto doFunchal, e compassos deespera na movimentaçãodas mercadorias.A operação da Naviera

Armas entre Portimão e oFunchal, com passagempelas Canárias, foi lança-da no início do Verão doano passado, e o seu su-cesso ditou o prolonga-mento do serviço do “Vól-can de Tijarafe”. Ouvidopela imprensa local, o re-presentante do armadorespanhol lembrou que acomponente carga é es-sencial para garantir aviabilidade das opera-ções, mormente na épocabaixa do turismo.Porque se trata de um

ferry de passageiros, onavio da Naviera Armasescala o porto do Fun-chal, ao passo que todoo movimento de naviosde mercadorias é feitono porto do Caniçal, maisdistante da capital da re-gião autónoma e dos cen-tros de consumo.

Naviera Armas impedidade transportar trailersentre Portimão e o Funchal

Dificuldades de agendade última hora impedirama anunciada assinatura doprotocolo de constituiçãodo Centro Ibérico de Ex-celência Marítima (CIEM).Um percalço menor numprojecto que se pretendemaior, nas áreas da for-mação e da promoção doshipping, em particular dotransporte marítimo decurta distância.O Centro, que ficará se-

deado no Porto de Aveiro,congregará as experiên-cias e os saberes de en-tidades espanholas e por-tuguesas. De Espanha,juntam-se o Instituto Ma-rítimo Espanhol (IME) e aEscola Europeia de Short

Aveiro acolhe Centro Ibéricode Excelência Marítima

Sea Shipping (2E3S), alémda associação espanholade promoção do shortsea. De Portugal, estão aAdministração do Porto deAveiro, o ISCIA – InstitutoSuperior de Ciências daInformação e da Adminis-tração, e também a APT-MCD.O CIEM propõe-se fun-

cionar como centro deestudos de âmbito ibéri-co, vocacionado para odesenvolvimento de boaspráticas, reflexões e cur-sos na área da gestão edas tecnologias dos por-tos e dos transportesmultimodais.Entre as muitas acções

previstas contam-se a

criação para Portugal deum Mestrado em Direito eNegócios Marítimos (ten-do por base os cursos queo IME já possui em parce-ria com a UniversidadePontifícia de Comillas deMadrid), a realização decursos da 2E3S especifi-camente para os membrosdo CIEM, e o alargamentoda acção formativa aospaíses da CPLP, partindode Portugal.Além de disponibilizar

as instalações para asede do CIEM, o Porto deAveiro, que actualmentedetém a vice-presidênciada Direcção da APTMCD,concederá anualmenteduas bolsas de estudo.

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19 Janeiro 2009

Ferroviário

“Riscar do mapa” o pro-jecto; prosseguir com o queestá delineado; ou apro-veitar o momento para re-pensar/renegociar algunsaspectos? As palavras deManuela Ferreira Leite so-bre a Alta Velocidade tive-ram pelo menos o dom derelançar o debate.Infelizmente para a líder

do PSD e candidata a fu-tura primeira ministra, asua proposta de abando-nar o projecto parece sera única sem “pernas paraandar”. Nem os sociais--democratas estão unidosem torno da ideia, além doincómodo que causa o fac-to de ter sido um governoPSD, com Cavaco Silvacomo primeiro ministro eFerreira Leite como minis-tra das Finanças e de Es-tado, a rubricar o acordocom Espanha.Abandonar, pura e sim-

plesmente, o projecto daAlta Velocidade implicará,desde logo, ter de dar ex-plicações a Madrid e aBruxelas. E pressuporátambém perder cerca de1,3 mil milhões de eurosde fundos comunitários,destinados ao País entre2007-2013. Fundos queestão destinados à novarede ferroviária, e que nãopoderão ser alocados aoutros projectos.Num tal cenário, o mais

provável é que o dinheiroque Portugal não aprovei-te acabe nos cofres deoutros países mais reali-zadores, e que, perante acrise, estão precisamentea optar por acelerar assuas redes ferroviárias deelevadas prestações.Ao riscar do mapa a Alta

Velocidade, o País conse-guirá poupar os 8,2 milmilhões de euros de in-

vestimento previsto paraa rede, e os muitos mi-lhões mais que a opera-ção poderá custar. Masterá ainda assim de resol-ver a modernização da fer-roviária nacional, tanto maisurgente quanto do lado delá da fronteira, Espanhaestá a avançar depressacom a Alta Velocidade ese propõe converter todaa rede convencional paraa bitola europeia.Manter o projecto tal

como está delineado con-tinua a ser a opção doGoverno de José Sócra-tes. Uma posição que tam-bém merece críticas a ní-vel interno e levanta dúvi-das no exterior. A TerceiraTravessia do Tejo, o traça-do do Lisboa-Porto naaproximação a Lisboa, a(não) passagem do Porto-Vigo no aeroporto Fran-cisco Sá Carneiro são ape-

nas algumas das ques-tões que continuam a mo-tivar polémica.Do exterior também che-

gam alguns avisos e reco-mendações para que al-guns aspectos sejam re-pensados. Opiniões quevalem tanto mais quantoos seus autores são diri-gentes destacados ao ní-vel europeu, e porque es-ses protagonistas sãoalheios às questiúnculasda política caseira. O co-ordenador europeu para oprojecto ibérico da AltaVelocidade, por exemplo,defende uma reanálise darede, considerando a mu-dança de localização doNovo Aeroporto de Lisboa,da Ota para Alcochete. Etem dúvidas sobre a viabi-lidade da ligação para trá-fego misto entre as duascapitais ibéricas. Nesteparticular é acompanha-do pelo responsável pelaAlta Velocidade na UIC, umespanhol, que já por maisde uma vez sustentou queas mercadorias não pre-

cisam de Alta Velocidade,e que coloca sérias reti-cências à utilização da li-nha Lisboa-Madrid para otráfego de mercadorias,pelos elevados custos deexploração que implica.Parte do percurso da

nova linha de AV será feitolado-a-lado com a novalinha dedicada para mer-cadorias, em bitola ibéri-ca, que ligará o porto deSines à fronteira, e daí aMadrid.Nem o autismo do Go-

verno, nem o radicalismoda Oposição. Adjectivos àparte, o título do comuni-cado emitido pela Adfersobre mais esta polémicada Alta Velocidade apontapara uma “terceira via”possível: a de avançar, sim,mas mais devagar, e intro-duzindo algumas correc-ções.“Riscar o TGV” seria

“condenar-nos [Portugal]a ser definitivamente a re-gião menos competitiva emais atrasada da Penín-sula Ibérica”, critica a

Adfer, que apela ao bomsenso dos governantes.E o bom senso aconse-

lha, sustenta a associaçãoliderada por Arménio Ma-tias, a que “a concretiza-ção do novo eixo de altavelocidade Lisboa – Ma-drid tenha um timing coin-cidente com o do novoaeroporto para que estebeneficie, desde o início,da complementaridade deuma excelente acessibili-dade ferroviária” e que “osinvestimentos já feitos nocorredor atlântico Braga –Faro sejam rentabilizados,e que o novo eixo Norte –Sul seja construído fasea-damente em função dasaturação de troços dositinerários actuais”, é ditono comunicado.A Adfer apela, por isso, à

construção de “um con-senso em torno de um pro-jecto essencial para o fu-turo de Portugal, comoacabou por acontecer como NAL e, na prática, háduas décadas aconteceem Espanha”.

Riscar ou manter aAlta Velocidade no mapa

Brisa e Mota-Engil apuradasBrisa e Mota-Engil apuradasBrisa e Mota-Engil apuradasBrisa e Mota-Engil apuradasBrisa e Mota-Engil apuradasOs consórcios liderados pela Brisa epela Mota-Engil foram os seleccionadospara a fase final de negociações daconstrução e exploração do troço deAlta Velocidade Poceirão-Caia. Fora dacorrida ficaram os consórciosEurolinhas, liderado pela Eiffage, e oagrupamento, sem designaçãoespecífica, liderado pela espanholaCintra.As negociações com os doisconcorrentes terá início em Fevereiro,terminando com a apresentação damelhor oferta final de cada um. Segundoa Rave, a avaliação das propostas finais

tem início previsto para Abril, prevendo--se a assinatura do contrato deconcessão em Setembro próximo.A construção será iniciada em 2010,para que o início das operações ocorraem 2013.Em causa está a concessão para oprojecto, construção e financiamento,manutenção e disponibilização, por 40anos, das infra-estruturas ferroviáriasque integram o troço Poceirão-Caia,numa extensão de 170 quilómetros,compreendendo também a exploraçãoda estação de Évora e a construção departe da linha dedicada de mercadorias.

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19 Janeiro 2009

Movimento PortuárioLEIXÕES

19.01 PORT DOURO CT PortlineFunchal

19.01 MSC LEANNE CT MSC PortugalSines (Canárias, USA – Costa Atlântico Norte, USA – Atlântico Sul, USA –Costa Oeste, México, América Central, Caraíbas, América do Sul – Atlântico,América do Sul – Pacífico, África Ocidental, Angola, África do Sul, Grécia,Turquia), Valência (Norte de África, África Oriental, Índico, MediterrâneoOcidental, Golfo Pérsico, Extremo Oriente e Austrália, Mar Vermelho)

19.01 GRACECHURCH JUPITER CT MarmedsaCastellon, Salerno, Piraeus, Limassol, Haifa, Ashdod, Mersin

19.01 GRACECHURCH VENUS CT MarmedsaCardiff, Dublin, Liverpool

20.01 MSC MEE MAY CT MSC PortugalAntuérpia (Norte da Europa, Reino Unido, Irlanda, Escandinávia, PaísesBálticos, Canadá, Mediterrâneo Oriental, Grécia, Turquia, Mar Nego,Paquistão) Dublin

20.01 EURO SQUALL CT K Line PortugalFelixtowe, Teesport, Gotemburgo, Aarhus, Hamburgo, Roterdão

22.01 RBD ESPERANZA CT DelphisVigo, Antuérpia, Roterdão

22.01 ILHA DA MADEIRA CT NavexFunchal

23.01 OPDR LISBOA CT Burmester & StüveRoterdão, Antuérpia, Hamburgo, Bremen, Felixtowe, Gdynia, Cork, Dublin,Helsínquia, Hamina, Kotka, Oslo, Larvik, Kristiansand, Trondheim,Gotemburgo, Estocolmo, Klaipeda, Tallin, Riga, S. Petersburgo

23.01 CALA PALMA CT Garland NavegaçãoLa Guaira, Puerto Cabello, Barranquilla, Cartagena, Puerto Limon,Cristóbal, S. Salvador, Puerto Cortes, S. Pedro Sula, Puerto Quetzal, Guanta,Rio de Janeiro, Santos, Buenos Aires, Montevideu, Assuncion, Rio Grande, S.Francisco do Sul, Fortaleza, Argel, Oran, Mersin, Lattakia, Tartous, Beirute,Alexandria

23.01 CMA-CGM NEWTON CT MacAndrewsAdelaide, Bell Bay, Brisbane, Freemantle, Melbourne, Sidney, TasmanianPorts, Auckland, Littelton, Nelson, Port Chalmers, Tauranga, Wellington

23.01 REGGEBORG CT OreyVigo, Antuérpia

23.01 CALA PANAMÁ CT Garland NavegaçãoHalifax, Montreal, Toronto, Havana, St. Thomas Castilla, Veracruz,Altamira, Kingston, Rio Haina

24.01 VELASQUEZ CT MacAndrewsHamburgo, Aarhus, Copenhaga, Tallin, Roterdão, Dublin, Reijkavic, Riga,Klaipeda, Aalesund, Bergen, Bodo, Brevik, Egersund, Floroe, Fredrikstad,Karvik, Oslo, Gdynia, Belfast, Felixtowe, Greenock, Liverpool, Archangelsk,Kaliningrad, Kronstadt, Moscovo, S. Petersburgo, Gotemburgo, Helsingborg

24.01 CMA-CGM TOSCA CT MacAndrewsDamman, Riade, Barhein, Chiwan, Dalian, Hong Kong, Xingang, Tianjin,Yantian, Zhaoqing, Zhuhai, Abu Dabi, Ajeman, Dubai, Qhor Fakkan, Sharjah,Bandar Abbas, Kuwait, Mina Qaboos, Doha

24.01 CMA-CGM VERLAINE CT MacAndrewsJeddah, Chittagong, Kompong Soam, Qingdao, Weihai, Xiamen, Busan,Calcutá, Chennai, Cochim, Haldia, Bangalore, Tutticorin, Visakhapatnam,Belawan, Jacarta, Semarang, Surabaya, Bintulu, Kota Kinabalu, Kuantan,Kuching, Miri-Sarawak, Pasir Gudang, Penang, Port Kelang, Sadakan, Sibu,Tawau, Yanfone, Singapura, Colombo, Papeete, Banguecoque, LaemChabang, Kaoshiung, Keelung, Haiphong, Ho-Chi-Minh, Kuinhon

24.01 CMA-CGM TURKEY CT MacAndrewsMumbai, Mundra, Nava Sheva, Carachi, Port Qasin

24.01 CSCL PUSAN CT MacAndrewsNingbo, Shangai

24.01 CMA-CGM NILGAY CT MacAndrewsJebel Ali

24.01 VEGA STOCKHOLM CT Green IbéricaVigo, Roterdão

24.01 S. GABRIEL CT NavexPonta Delgada, Praia da Vitória, Horta, Pico, Velas

LISBOA

19.01 AQUARIUS J CT Green IbéricaVigo, Roterdão

19.01 VICTORY CT Hapag-LloydMontreal

19.01 GREEN CAPE CT NavexWalvis Bay, Cape Town, Joanesburgo, Port Elizabeth, East London, Durban(portos interiores), Richards Bay, Maputo, Beira, Nacala

19.01 DIANE A CT MarmedsaPointe Noire, Luanda

19.01 XCL PT FEEDER CT MaerskAntuérpia, Roterdão

20.01 PORT DOURO CT PortlineFunchal

21.01 EURO SQUALL CT K Line PortugalFelixtowe, Teesport, Gotemburgo, Aarhus, Hamburgo, Roterdão

22.01 REGGEBORG CT OreyVigo, Antuérpia

22.01 S. GABRIEL CT NavexPonta Delgada, Praia da Vitória, Horta, Pico, Velas

23.01 VELASQUEZ CT MacAndrewsHamburgo, Aarhus, Copenhaga, Tallin, Roterdão, Dublin, Reijkavic, Riga,Klaipeda, Aalesund, Bergen, Bodo, Brevik, Egersund, Floroe, Fredrikstad,Karvik, Oslo, Gdynia, Belfast, Felixtowe, Greenock, Liverpool, Archangelsk,Kaliningrad, Kronstadt, Moscovo, S. Petersburgo, Gotemburgo, Helsingborg

23.01 RBD ESPERANZA CT DelphisAntuérpia, Roterdão

24.01 CALA PALMA CT Garland NavegaçãoLa Guaira, Puerto Cabello, Barranquilla, Cartagena, Puerto Limon,Cristóbal, S. Salvador, Puerto Cortes, S. Pedro Sula, Puerto Quetzal, Guanta,Rio de Janeiro, Santos, Buenos Aires, Montevideu, Assuncion, Rio Grande, S.

TRANSPORTES & NEGÓCIOS 77777

19 Janeiro 2009

Francisco do Sul, Fortaleza, Argel, Oran, Mersin, Lattakia, Tartous, Beirute,Alexandria

24.01 CMA-CGM NEWTON CT MacAndrewsAdelaide, Bell Bay, Brisbane, Freemantle, Melbourne, Sidney, TasmanianPorts, Auckland, Littelton, Nelson, Port Chalmers, Tauranga, Wellington

24.01 XCL LIS VCI CT MaerskValência

25.01 CMA-CGM TOSCA CT MacAndrewsDamman, Riade, Barhein, Chiwan, Dalian, Hong Kong, Xingang, Tianjin,Yantian, Zhaoqing, Zhuhai, Abu Dabi, Ajeman, Dubai, Qhor Fakkan, Sharjah,Bandar Abbas, Kuwait, Mina Qaboos, Doha

25.01 CMA-CGM VERLAINE CT MacAndrewsJeddah, Chittagong, Kompong Soam, Qingdao, Weihai, Xiamen, Busan,Calcutá, Chennai, Cochim, Haldia, Bangalore, Tutticorin, Visakhapatnam,Belawan, Jacarta, Semarang, Surabaya, Bintulu, Kota Kinabalu, Kuantan,Kuching, Miri-Sarawak, Pasir Gudang, Penang, Port Kelang, Sadakan, Sibu,Tawau, Yanfone, Singapura, Colombo, Papeete, Banguecoque, LaemChabang, Kaoshiung, Keelung, Haiphong, Ho-Chi-Minh, Kuinhon

25.01 CMA-CGM TURKEY CT MacAndrewsMumbai, Mundra, Nava Sheva, Carachi, Port Qasin

25.01 CSCL PUSAN CT MacAndrewsNingbo, Shangai

25.01 CMA-CGM NILGAY CT MacAndrewsJebel Ali

25.01 DALHEM CT OreyCasablanca

25.01 CALA PANAMÁ CT Garland NavegaçãoHalifax, Montreal, Toronto, Havana, St. Thomas Castilla, Veracruz,

Altamira, Kingston, Rio Haina

SETÚBAL

20.01 MANX LION CT PortlineLas Palmas, S. Vicente, Praia, Bissau, Banjul, Conakry, Bissau

22.01 Bouzas Ro NavigomesSheerness

23.01 La Surprise Ro NavigomesSheerness

23.01 AUSTRALIAN HIGHWAY Ro NavigomesEmden, Santander

23.01 TBN CT NavigomesPuerto Moin, Puerto Limon

24.01 TBN CT NavigomesVado

SINES

20.01 WEC VELASQUEZ CT IberolinhasLas Palmas, Tenerife

21.01 MSC VENEZUELA CT MSC PortugalFreeport, Veracruz, Altamira, Houston, Port Everglades, Savannah, NewOrleans, Long Beach

22.01 MSC SEINE CT MSC PortugalPiraeus, Izmir

MSC SEINE CT Hapag-LloydPiraeus, Izmir

25.01 WEC GOYA CT IberolinhasLas Palmas, Tenerife

25.01 WEC VELASQUEZ CT IberolinhasVigo, Gijon, Bilbau

VIANA DO CASTELO

22.01 SAFMARINE ANDISA CT OreyAberdeen, Vlissingen, Antuérpia

TRANSPORTES & NEGÓCIOS88888

19 Janeiro 2009

Rodoviário

A Junta Metropolitana deLisboa (JML) considera“inoportuna” a entrada emfuncionamento das Auto-ridades Metropolitanas deTransportes (AMT) de Lis-boa e Porto antes das pró-ximas eleições autárqui-cas, por estas implicarem“ónus” para os futuros elei-tos locais.“Entendemos que seria

inoportuno por estas au-toridades implicarem, du-rante quatro anos, encar-gos financeiros para osautarcas que venham a ser

Autarcas de Lisboa não querem AMT jáeleitos”, disse à “Lusa”Carlos Teixeira, presiden-te da Câmara de Loures evice-presidente da JML. Osentimento será unânimeentre os 18 autarcas.O modelo de financia-

mento das AMT foi sem-pre alvo de críticas dosautarcas que, embora ad-mitam a importância da-quelas autoridades en-quanto órgãos de planea-mento e gestão de trans-portes, se mostraram re-ceosos com a possibilida-de de as taxas de mobili-

dade virem a implicar maisencargos para as autar-quias.Outro dos alvos de dis-

cordância reside no factode a AM Lisboa integrar 18municípios e apenas oitoirem estar representadosnos órgãos da AMT. OGoverno terá a maioria noConselho Geral e no Con-selho Executivo, o que levaCarlos Humberto, presi-dente da JMT e da Câma-ra do Barreiro, a falar em“governamentalização”das AMT.

Um terço da frota es-panhola de transporterodoviário de mercado-rias estará actualmenteimobilizado, por falta decargas, ou por os pre-ços dos fretes não com-pensaram os custosoperacionais.Em causa estarão cer-

ca de 130 mil veículos,de acordo com a Fena-dismer (Federação Na-cional das Associaçõesde Transporte de Espa-

nha). Aquela entidade in-siste em exigir ao gover-no de José Luís Zapate-ro um plano de salva-mento do sector, e des-de logo que seja possí-vel a suspensão tempo-rária das licenças detransporte dos veículosimobilizados, para que osseus proprietários fi-quem desobrigados depagar os seguros e cor-respondentes obriga-ções fiscais.

No segundo semestredo ano passado, maisde seis mil empresasdesapareceram do Re-gisto de Empresas deTransportes do Minis-tério de Fomento espa-nhol, de acordo comdados divulgados pelo“Cinco Dias”, o que re-presenta uma taxa demortalidade de 2% en-tre as empresas do sec-tor no país vizinho, de-vido à crise económica.

Um terço da frota espanhola está parada

O transporte rodo-viário de enco-mendas na Euro-

pa pode ser cinco vezesmais barato e oito vezesmenos poluente do que aalternativa do transporteaéreo. Quem o diz é aChronopost Portugal, na di-vulgação de um novo por-tal informativo destinado,precisamente a compararos custos destes doismodos de transporte.A iniciativa é do grupo

Geopost, e visa conven-cer os responsáveis delogística das empresas eos clientes em geral dasvantagens em utilizar asvias rodoviárias europei-as quando se trata de

Transporte rodoviário é a melhoropção nas encomendas europeias

transporte expresso deencomendas.Segundo os seus pro-

motores, o portal demons-tra em detalhe, do pontode vista ecológico mastambém económico, queo transporte aéreo é maisrápido, mas também maiscaro e mais poluente doque um transporte maislento e mais “verde”, comoé o rodoviário.A “Calculadora ECO” é

uma ferramenta desenvol-vida por especialistasambientais que calcula aquantidade de emissõesde CO2 que podem serpoupadas numa rota es-pecífica, na Europa, de-pois de inseridos alguns

parâmetros, tais como aorigem e o destino, rotasalternativas, prazos, etc.Dependendo da rota es-colhida, as encomendasenviadas por estrada po-dem gerar até oito vezesmenos emissões de ga-ses de efeito de estufa.Segundo Olivier Esta-

blet, administrador-dele-gado da Chronopost Por-tugal, o transporte rodo-viário revela-se, assim, a“opção mais ecológica eacertada para o transporteda maioria das encomen-das na Europa, que namaior parte das vezes nãonecessitam de ser entre-gues no dia imediatamen-te a seguir à sua recolha”

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19 Janeiro 2009

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19 Janeiro 2009

Aéreo

Tal como se previa,o Conselho Regio-nal do Norte apro-

vou por unanimidade umadeliberação que defendea autonomização da ges-tão do Aeroporto Sá Car-neiro. Uma nova carta foienviada ao primeiro mi-nistro, pedindo-lhe a in-tervenção pessoal no as-sunto. A causa dos diri-gentes nortenhos ganhouo apoio de Valente deOliveira e Luís Braga daCruz.Luís Valente de Oliveira,

ex-ministro do Planea-mento e das Obras Pú-blicas Transportes e Co-municações em governosPSD, e ex-presidente daComissão de Coordena-ção da Região do Norte(CCDRN), defendeu a apli-cação no Aeroporto SáCarneiro do modelo degestão autónoma queestá em vigor no Porto deLeixões, que considerouser uma estrutura “muitobem gerida”.“O que se propõe para

o Aeroporto Francisco SáCarneiro não é mais doque transpôr um modeloque já existe no Porto deLeixões”, afirmou, na suaintervenção no ConselhoRegional do Norte. ParaValente de Oliveira, a re-gião “tem que tratar ra-pidamente da sua baseeconómica”, consideran-do “indispensável” o re-forço das exportaçõesde bens e de serviços.Nesse contexto, consi-

derou que os transpor-tes “são vitais”, e salien-tou que a região possui“um bom porto, bem ge-rido”, mas também ne-cessita de um aeroporto

que satisfaça as suas ne-cessidades.No mesmo sentido pro-

nunciou-se Luís Braga daCruz, ex-ministro da Eco-nomia num governo so-cialista e também ele ex--presidente da CCDRN.Defendeu que o que estáem causa na discussãosobre o modelo de gestãodo Aeroporto Sá Carneiro“é um problema de com-petitividade territorial”. “Oque é bom para o Norte ébom para o País, mas nemsempre o que é bom parao País, também é bompara o Norte”, afirmou.Nesse sentido, “uma so-

lução colectiva [de gestãodos aeroportos nacionais]não é favorável aos desíg-nios regionais, logo não éboa para o País”, rematou.O Conselho Regional do

Norte integra representan-tes dos 86 municípios ede cerca de duas deze-nas de organizações so-ciais, económicas, ambi-entais e científicas, alémde individualidades de re-levo da Região Norte.Na deliberação aprova-

da na reunião na Exponor,Matosinhos, o Conselhopede o “empenhamento”de José Sócrates naquestão do aeroporto, emanifesta a intenção de“promover todas as dili-gências que apelem paraa imperiosa necessidadede garantir a autonomiade gestão do AeroportoFrancisco Sá Carneiro”.A intenção é “proteger [o

aeroporto] dos riscosinerentes a uma lógicade exploração que o su-bordine e subalternize ainteresses exógenos,comprometendo a ma-ximização do seu po-tencial, enquanto plata-forma de conectividadee internacionalização daregião e do País”.Antes de votarem a de-

liberação, os membrosdo Conselho Regional doNorte tomaram conhe-cimento dos resultadosdo estudo encomenda-do pela Junta Metropo-litana do Porto à Facul-dade de Economia doPorto e pela Deloittesobre o melhor modelode gestão do aeroportonortenho.Rui Rio, presidente da

Câmara do Porto e daJunta Metropolitana, re-cordou que “existem in-teressados” em concor-rer a uma futura gestãodo Aeroporto Sá Carnei-ro, considerando, porisso, que a região res-pondeu positivamente aodesafio lançado em tem-pos por José Sócrates.Carlos Lage, socialis-

ta, presidente daCCDRN, também aler-tou para os perigos deuma gestão conjunta dosaeroportos portugue-ses. “Uma privatizaçãosem cuidar dos interes-ses legítimos do Aero-porto Sá Carneiro podelevar à tentação de des-vio de tráfego para re-forçar outros aeropor-tos”, frisou. Este “cená-rio terrível” poderia re-duzir o aeroporto norte-nho “à situação de saté-lite” de Lisboa.

Luís Valentede Oliveira

propõe replicarmodelo da APDL

Em 2008, o aeroporto doPorto acolheu mais 548mil passageiros do queno ano anterior, divulgou aANA. Um crescimento ho-mólogo de 13,7%, para os4,53 milhões de utilizado-res, que destaca o “SáCarneiro” no universo dosaeroportos geridos pelaANA.O tráfego de passagei-

ros nos aeroportos na-cionais (Continente e Re-gião Autónoma dos Aço-res) atingiu os 24,85 mi-lhões no ano findo, o querepresenta uma subidade 3% relativamente a2007.O aeroporto de Lisboa

cresceu 1,6% em termoshomólogos, atingindo os13,6 milhões de passa-geiros, mais 211 mil doque há um ano. Faro man-teve o segundo lugar noranking aeroportuário na-cional, praticamente como mesmo número de pas-sageiros de 2007: 5,45milhões (uma quebra de0,4). Nos Açores, os ae-roportos de Santa Maria

e de Ponta Delgada con-tabilizaram 1,26 milhõesde passageiros, menos1,3%.No último triénio, o Aero-

porto Sá Carneiro foi, delonge, o que cresceu demodo mais acelerado,entre os portos geridospela ANA, mas não foi oque mais aumentou o nú-mero de passageiros ser-vidos.De acordo com os da-

dos da gestora aeropor-tuária, o “Sá Carneiro”cresceu a uma média anu-al de 15,4%, tendo soma-do mais 1,1 milhões depassageiros desde 2006.Lisboa ficou muito longe,em termos relativos, comum avanço médio de 5,1%/ano, mas ganhou mais 1,3milhões de passageirosno mesmo período. Faroprogrediu 3,5% a cada anoque passou, tendo rece-bido mais 358 mil passa-geiros entre 2006 e 2008.E nos Açores a variaçãofica-se pelos 0,9% anu-ais, ou 50 mil passageirosem três anos.

Tráfego de passageirosaumentou 14% no Porto

Dez mil milhões de eurosé quanto custará construira terceira pista e o sextoterminal do aeroporto deHeathrow. Apesar da fortecontestação, o governobritânico deu, finalmente,luz verde ao projecto daBAA/Ferrovial.Se tudo correr pelo me-

lhor, a primeira pedra doprojecto poderá ser colo-cada em 2015 e a pistaentrará em funcionamen-to em 2019. Em 2020, oprincipal aeroporto londri-no poderá receber cercade 720 mil voos, contra os480 mil actuais.“A decisão [do governo]

permite que Heathrowvolte a ser um dos maio-res aeroportos do mun-do”, comentou o adminis-

trador-delegado da BAA.O projecto definitivo ten-

tará satisfazer as reivin-dicações dos contestatá-rios da iniciativa, entreecologistas, habitanteslocais e o mayor de Lon-dres. O projecto governa-mental prevê a constru-ção de uma linha férreade Alta Velocidade a ligaro aeroporto ao centro dacapital, para tentar evitaro aumento do tráfego ro-doviário.A boa notícia para a Fer-

rovial pode também servista como um contrapon-to à decisão da Autorida-de da Concorrência queobrigará a empresa es-panhola a vender dois dostrês aeroportos londrinosque controla.

Londres autoriza construçãoda terceira pista de Heathrow

A Airbus recuperou em2008 a liderança do merca-do mundial da aviação co-mercial, ultrapassando aBoeing nas encomendasanuais e totais e nas entre-gas.O construtor europeu fir-

mou 777 encomendas (deum total bruto de 900), oque representa uma quedade 42% face ao recorde de2007. O A320 foi o modelomais vendido (472 enco-mendas), seguido do A350XWB (163) e dos A330/A340(138). O A380 recebeu maisnove encomendas.Estes negócios, que lhe

garantiram uma quota demercado de 56%, elevam acarteira de encomendas daAirbus para os 3715 apare-lhos.No ano findo, a Airbus

conseguiu entregar 483 avi-ões, um recorde (mais 30do que em 2007), com des-taque para os 386 A320 epara os 12 A380, como pla-neado.Os analistas prevêem que

este ano o fabricante euro-peu conseguirá aumentarainda mais as entregas, paraa casa dos 500 aparelhos,mas nos anos seguintesdecairá bastante, com oabaixamento continuadodas novas encomendas e ocancelamento ou adiamen-to de outras já contratadas.O programa Power 8, de

redução de custos, conti-nua a dar bons resultados,de acordo com os respon-sáveis da Airbus, tendo su-perado pelo segundo anoos objectivos. As poupan-ças atingiram os 1,3 milmilhões de euros, ficando--se a meio caminho dasmetas fixadas para 2010. OPower 8+ deverá gerar mais650 milhões de poupançasaté 2012.Há uma semana, a Boeing

anunciou vendas de 662aparelhos (menos 53%),uma carteira de encomen-das de 3714 unidades eentregas de 375 aviões (me-nos 15%).

Norte insiste na gestão autónomaAirbus recuperaliderançamundial

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VeículosComerciais

A Fiat Profissional foi amarca que mais cresceuno Top 10 do ranking dasvendas de veículos co-merciais ligeiros em Por-tugal no ano passado.O construtor italiano ocu-

pou a sexta posição nosegmento VCL, tendo su-bido um lugar em relaçãoa 2007 e ultrapassado aFord. Com 4 670 unida-des vendidas, a marca ita-liana obteve um cresci-mento homólogo de 5%,que contrasta com a que-da média de 20,4% domercado.No Top 10 de 2008, para

além da Fiat, apenas aMercedes registou umavariação homóloga decrescimento (+2,6%).José Carreira, country

manager da Fiat Profes-sional em Portugal, disseao TRANSPORTES & NE-

GÓCIOS que este suces-so “assenta num serviçode consultadoria de ven-das e não no “hard-se-lling”, num conjunto deofertas inovadoras comocomplemento à estraté-gia comercial da marca, eno facto de termos sido aprimeira marca europeiaa oferecer cinco anos degarantia. Além de termossido também pioneiros naoferta dos sensores deestacionamento de sérieem toda a gama de veícu-los”.Numa altura em que está

a preparar os resultadosdetalhados de 2008, JoséCarreira pretende conso-lidar as vendas VCL daFiat este ano e, “com umapolítica estruturada queassenta no desenvolvi-mento sustentado”, atacaro quinto lugar do ranking.

Fiat destaca-se no Top Tendos comerciais ligeiros

Apenas três meses de-pois de ter sido anuncia-da a expansão da activi-dade, a Mitsubishi do Tra-magal prepara-se paraparar até 20 dias no pri-meiro trimestre, poden-do chegar aos 30 a 45dias de inactividade emtodo o semestre.A razão é a quebra das

vendas, que o directorda unidade que produzas Canter para 33 paísesestima poder chegar esteano aos 40% a 45%.Despedimentos entre

os cerca de 350 traba-lhadores não estão porora previstos, depois daredução do pessoal rea-lizada no último trimes-tre de 2008.

Despedimentos aconte-cerão, isso sim, na uni-dade de Mangualde dogrupo PSA Peugeot-Ci-troen. Também para alise falou muito, no anopassado, em expansão,mas agora o cenário é dedespedimento de 400 a600 trabalhadores, tem-porários, com contrato eefectivos, num total decerca de 1400.Também a AutoEuropa

se prepara para reduziro pessoal, cortando nostrabalhadores temporá-rios, que não estão sal-vaguardados pelo acor-do firmado entre a em-presa e a Comissão deTrabalhadores.

Mitsubishi pára e PSA despede

O fabricante inglês decamiões eléctricos BritishModec, Lda. comercia-lizou em 2008 cerca de200 unidades, o que cons-titui um recorde absolutoa nível europeu no que dizrespeito a veículos de“emissões zero”.A Modec comercializa o

seu modelo de camião li-geiro de 5,5 ton. de pesobruto em versões de cai-xa fechada (van), caixaaberta e chassis-cabinana Grã-Bretanha, Holan-da, Irlanda e EUA. Trata--se dum veículo de pro-pulsão a baterias eléctri-cas montadas no chas-sis, recarregáveis em to-mada, com autonomiapara 150 km. As bateriasdesenvolvem uma forçaequivalente a 102 cv e o

Camiões eléctricos conquistam ingleses

veículo atinge uma veloci-dade máxima de 80 km/h.A capacidade de cargaronda as duas toneladas,e o volume útil nas ver-sões de caixa fechada os14 m3.O diâmetro de viragem é

de 10,8 metros, o que fazdo Modec um citadino, eem matéria de segurançaintegra os sistemas ABS/EBD, chassis em aço dealta resistência e bateriascolocadas no centro doveículo com uma estrutu-ra de protecção à volta.Os Modec são construí-

dos em Coventry, depoisde confirmadas as res-pectivas encomendas, oque permite configurardiferentes comprimentosde chassis base, e mon-tar vários tipos de equi-pamento no chassis. Ofinanciamento da aquisi-ção de veículos é assegu-rado pela GE Capital So-lutions.

Apesar do sucesso co-mercial de 2008, a em-presa só para este anoespera que o mercadoarranque definitivamente.Entre os clientes da mar-ca contam-se as multina-cionais de serviços detransporte expresso UPS(que já tem algumas uni-dades a operar e enco-mendou em Novembro 12novos veículos, para assuas operações de distri-buição citadina) e Fedex(que encomendou dezunidades em meados deDezembro).O gigante britânico da

área da distribuição Tes-co, grandes companhiascomo a Center Parks (tu-rismo) e a At Hildon (águasminerais), e até a empre-sa camarária londrina derecolha de lixo integramtambém a já vasta lista declientes Modec.O rápido sucesso co-

mercial em Inglaterra

duma marca com apenasquatro anos de activida-de, deve-se também mui-to à criação em Londresdas chamadas “LowEmission Zone”, que veiofavorecer a procura des-te modelo de camião dedistribuição que não emi-te gases nem ruído.”As exigências ambien-

tais sobre os nossos veí-culos não se limitam àsemissões”, explica ColinSmith, director técnico eum dos fundadores daempresa. “O nível de ruí-do nas cidades está atornar-se cada vez maisperturbador. O nosso veí-culo eléctrico é inteira-mente silencioso e podeser utilizado, basicamen-te, 24 horas por dia, semperturbar os residentes.Por isso, pode ser utiliza-do para entregar merca-dorias em zonas urba-nas, mesmo durante anoite”.

Modec vendeu200 unidades

em 2008

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