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ENTREVISTA Prof. Gil Vicente Reis de Figueiredo Pág. 4 Pág. 3 Transformação do Proifes em federação Evento reuniu docentes das Ifes de todo o País e reafirmou o caráter sindical do Proifes Fórum. JORNAL DO Proifes Nº 01 ANO I NOVEMBRO DE 2009

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ENTREVISTAProf. Gil Vicente Reis de FigueiredoPág. 4

P á g . 3

Transformação do Proifes em

federação

Evento reuniu docentes das Ifes de todo o País e reafirmou o caráter sindical do Proifes Fórum.

JORNAL DO Proifes Nº 01 ANO I NOVEMBRO DE 2009

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E D I T O R I A L

JORNAL DO Proifes | Nº01 | NOVEMBRO 2009

Há exatos 5 anos, nascia o Proifes, o Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior. Depois de um desgastan-te esforço para tentar transformar a Andes “por dentro”, um grupo expressivo de professores, dirigentes de várias Associações Docentes de importantes universidades brasileiras, além de diversos colegas espalhados por todo o país, resolveram finalmente criar o Proifes.

Tratava-se, antes de tudo, de uma reação ao aparelhamento parti-dário e aprofundamento das tendências autoritárias e cupulistas que corroíam aquela entidade, e cada vez mais impediam o livre debate de ideias e de estratégias. Os fundadores do Proifes viram na funda-ção de uma nova entidade a única maneira de expressar as reivindica-ções e as demandas específicas dos professores das Federais, cada vez mais esquecidas por uma prática que via os interesses dos professores subordinados aos objetivos partidários.

Mais do que isso, a fundação do Proifes representou um afasta-mento de formas autoritárias e antidemocráticas do fazer sindical, a busca constante da pluralidade e do ilimitado debate de ideias, a cria-ção de novos MECanismos de aferição da vontade e do pensamento dos professores, cada vez mais indignados com o assembleísmo que tornava as maiorias escravas de minorias. Com o Proifes, um canal de negociação composto por representativas e capacitadas lideranças foi criado e os professores, finalmente, se viram livres da prisão manique-ísta, autoritária e partidarizada que representava a outra entidade.

Desde então, o Proifes tem participado ativamente não apenas das negociações que envolvem salários, mas de tudo que diga respeito aos interesses dos docentes e da universidade pública. Ao invés da greve como um dogma, sentamos à mesa com o governo federal de espírito aberto para o debate, para a crítica; ao invés da reafirmação

das pautas de reivindicação, apresentamos análises e diagnósticos; em alguns casos, a partir de um debate sério, demonstramos os equí-vocos, apresentamos as inconsistências das propostas do governo, sem medo de qualquer falsificação da verdade, porque o que sempre guiou o Proifes foram os interesses da maioria e a busca constante de conter as perdas salariais que se acumulavam ano a ano.

Por isso, o balanço de vitórias políticas durante esses 5 anos con-firma o acerto que foi a criação do Proifes e o dado a demonstrar isso é o crescimento permanente da nossa influência em todo o Brasil. À bandeira da criação do Novo Movimento Docente continuam a se incorporar importantes lideranças.

Expressão disso, foi a vitoriosa assembleia que criou o Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Federal, o Proifes Sindica-to, em setembro do ano passado, só faltando hoje a concessão do Re-gistro Sindical para consolidar sua personalidade jurídica; a transfor-mação de diversas Associações Docentes em Sindicatos Locais, como a Adufgrs Sindical, Apufsc Sindicato, Apubh Sindicato (MG), Adufscar Sindicato e Apub Sindicato (BA); além da ampliação da influência do Proifes com a vitória de chapas composta por filiados e dirigentes do Proifes em importantes universidade como Ufpe, Ufrn, Ufc, Ufrr, Ifpr, Cefet-RJ e a constituição de núcleos em quase todas as Ifes.

O lançamento desse primeiro número do Jornal do Proifes conso-lida esse esforço de divulgar o Proifes através de suas próprias pala-vras e, principalmente, de suas ações. Temos muito ainda a avançar, e continuaremos a oferecer o nosso esforço para fazer com que isso aconteça. Cada vez mais.

Diretoria do Proifes

E X P E D I E N T EProifes – Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior SCS Quadra 01 Bloco I Sala 803/804 / Edifício Central / CEP 70301-000 / Brasília/DF / Telefone/Fax (61)3322-4162 / www.proifes.org.br

Presidente Gil Vicente Reis de Figueiredo - UFSCARVice-Presidente Eduardo Rolim de Oliveira - UFRGS Diretora Administrativa Eliane Leão - UFG Vice-Diretora Administrativa Elenize Cristina Oliveira da Silva - UFRR Diretor de Finanças José Maria de Sales Andrade Neto - UFC Vice-Diretor de Finanças João Eduardo Silva Pereira - UFSM Diretor de Aposentados Hélio Hipólito Simiema - UFPR Diretor de Imprensa e ComunicaçãoFlávio Lúcio Rodrigues Vieira - UFPB

Diretor do Ensino Básico José Eduardo Borges Moreira - UFMG Diretor de Políticas Educacionais Paulo Roberto Haidamus de Oliveira Bastos - UFMS Diretor de Políticas Sociais Elizabeth Aparecida Bittencourt - UFBA Diretor de Políticas Públicas Fernando Antônio Sampaio de Amorim - UFRJ Diretor de Relações InstitucionaisFrancisco Jaime B. Mendonça - UFPE Diretor de Relações Sindicais José Lopes de Siqueira Neto - UFMG Diretor de Assuntos JurídicosRicardo Ferreira Pinheiro - UFRN Diretor de Relações InternacionaisFernando Artur F. Neves - UFPA

Jornalista Responsável Rui Jorge C. T. N. Sintra Projeto Gráfico e editoração eletrônicaMarcos Guimarães

Colaboração Maricélia Pinheiro

Editora Verdeperto Ltda

Tel.: 51 - 3228.8369

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N O T Í C I A S

JORNAL DO Proifes | Nº 01 | NOVEMBRO 2009

Cumprindo o que determina a Portaria 186 (que disciplina a criação de Sindicatos), o Minis-tério do Trabalho e Emprego convocou Proifes e Andes para uma reunião de “auto-composição” na tentativa de um acordo que resolva o con-flito de representação estabelecido. A reunião ocorreu no dia 28 de outubro, na sede do MTE, em Brasília, e pelo Proifes estiveram presente à reunião 38 docentes de todos o país. Pela Andes, participaram 3 representantes.

Na ocasião, Luiz Antônio de Medeiros, Se-cretário de Relações de Trabalho, afirmou que o MTE julgava que era necessário construir uma solução negociada, pois entende que a CLT não tem como ser aplicada aos servidores públicos, por suas especificidades de formas de orga-nização sindical. Afirmando ainda que o MTE considera que tanto o PROIFES como a Andes são entidades representativas dos professores e que ambas, por sua história, devem ter Registro

Sindical. “Temos que encontrar uma solução para isso, solução essa que seja inovadora e que crie padrões novos para a concessão de Registro Sindical para os servidores – isso é bom para a sociedade”, afirmou Medeiros.

A seguir, PROIFES e Andes tiveram a possibilidade de apresentar suas posições.

A Andes afirmou que acredita ser a única entidade representativa dos docentes, que não tem nenhuma proposta de negociação e que não reconhece o PROIFES. Já o PROIFES, depois de de-monstrar sua representatividade, apresentou uma proposta para solução do impasse, que prevê três pontos para um acordo, fundados nos princípios da democracia e da representatividade:

1) o PROIFES e a Andes reconheçam imedia-tamente o direito à existência dos Sindicatos Locais já fundados (ADUFSCar, Sindicato, na

APUBH, Sindicato, na ADUFRGS-Sindical, na APUB, Sindicato e na APUFSC-Sindical).

2) Ambas as entidades se comprometem a reconhecer futuramente todos os Sindicatos Lo-cais que venham a ser fundados por decisão das respectivas categoria, devendo ter seus Registros Sindicais outorgados pelo MTE.

3) Realização de plebiscitos nas demais bases geográficas, em urnas eletrônicas cedidas pelo TSE, plebiscitos esses supervisionados pelo MTE e acompanhados, de forma paritária, pelas duas entidades, para que os professores decidam democraticamente qual sindicato querem que os represente.

Na ocasião, o representante do MTE achou que a proposta do Proifes pode viabilizar a solu-ção do impasse, pois remete aos professores a decisão de quem deve representá-los. Vamos ver se a Andes é coerente com o discurso de respeito às bases.

V Encontro Nacional do Proifes

Resultado dos acordos assinados em dezembro de 2007 entre Proifes e Governo Federal, que além dos reajustes salariais previstos até 2010, obteve importantes conquistas para os professores das IFES, também foi pactuada a instalação de mesas de negociação para reestruturar as Carreiras dos Professores de 1° e 2° Graus e do Ensino Superior.

Proifes propõe que docentes das Ifes resolvam quem deve representá-los

O processo começou em 2008, com as mudanças na Carreira do EBTT. A negociação da Carreira de Ensino Superior, entretanto, não avançou. Apesar das pressões do Proifes para instalação da Mesa de negociação, o MPOG adiou o quanto pode o início desse processo.

Só em maio deste ano foi apresentada uma proposta verbal que tinha dois pontos fun-damentais: extinção do regime de Dedicação Exclusiva, com a criação de uma Gratificação de Dedicação Exclusiva, e equiparação salarial dos docentes do ensino superior com a Carreira de Ciência e Tecnologia.

O Proifes imediatamente se manifestou contra o fim da DE. As negociações novamen-te empacaram, com poucas reuniões que não produziram nenhum avanço. Até que em 10 de

agosto, retomando as negociações, o governo apresentou uma nova proposta: 1. Criação da Classe de Professor Sênior, acima da classe de Professor Associado, com quatro níveis, sendo os rendimento do Professor Sênior 4 equivalentes ao do Professor Titular; 2. Criação de Adicional de Remuneração para cursos de Pós-Graduação Lato Sensu; 3. Criação de Adicional de Precepto-ria; 4. Regulamentação do Regime de Dedicação Exclusiva.

O Proifes considera que a proposta apresen-tada tem graves problemas, entre os quais des-tacamos: 1) o enquadramento na nova carreira deixa os professores mais antigos, excluindo os Titulares, pelo menos quatro níveis mais dis-tantes do topo da carreira; 2) Os docentes que ingressam depois de implantada a nova carreira

o fazem, mesmo que com o título de doutor, como Auxiliar 1, e estes terão um salário inferior aos que ingressam atualmente como Adjunto 1; 3) consideramos inaceitável a discriminação que sofrerão os aposentados e os docentes mais antigos que serão impedidos do acesso à Classe de Professor Sênior.

A Comissão de Carreira do Proifes vai analisar alternativas à proposta apresentada pela enti-dade como contribuição à mesa de negociação (quem não conhece pode acessá-la em http://www.proifes.org.br/noticia/arquivos/562.pdf ), para, se for o caso, apresentar uma contra-pro-posta, como é da nossa tradição negociadora. Mas, desde já, informa aos professores das IFES que, como está, a proposta do Governo Federal não terá a concordância do Proifes.

Proifes considera inaceitável proposta do governo

Mesa de negociação sobre carreira

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E N T R E V I S T A

Na conversa que mantivemos com ele, fizemos questão de abordar três temas que nos pareceram importantes, até como forma de atualizar as informações aos nossos associados e quiçá recordar um pouco o caminho que o Proifes percorreu até ao momento atual.

De fato, poucos movimentos sindicais lo-graram, num curto espaço de tempo, construir uma história tão recheada de lutas, sacrifícios e de vitórias. O “Proifes – Fórum” conseguiu essa proeza em apenas cinco anos, tendo nascido recentemente o “Proifes Sindicato”. Nesse sen-tido, solicitamos a Gil Reis de Figueiredo que resumisse essa trajetória, esse histórico.

Gil Vicente: “Em primeiro lugar, é preciso entender a razão do surgimento do Proifes. O movimento docente se consolidou nos anos 80, do século passado, e obteve nessa época importantes conquistas, como a democratiza-ção da Universidade, parte do processo de luta pelas liberdades perdidas durante o período da Ditadura Militar e, também, a Carreira Única para os docentes do ensino superior (1987).

Há cerca de uma década, contudo, ocorreu um aparelhamento progressivo da entidade na-cional então existente, que passou a responder muito mais aos ditames dos partidos políticos de alguns de seus dirigentes do que às reivindi-cações concretas dos professores. As demandas específicas dos docentes eram ignoradas ou relegadas a um plano e as pautas apresentadas continham exigências fora da realidade, decor-rendo, em consequência, greves constantes, frágeis, longas, desgastantes e com resultados pífios, conduzidas com o objetivo principal de desgastar os sucessivos governos, em vez de visar a melhoria de salários e de condições de trabalho dos professores.

Essa situação intolerável levou um conjunto significativo de docentes a fundar o “Proifes – fó-rum”, em 15 de setembro de 2004, com o objeti-vo de criar um canal de interlocução que permi-tisse a negociação efetiva das nossas demandas – o que de fato aconteceu, a partir de 2005, com a conquista de muitas reivindicações históricas da categoria. Hoje, o Proifes tem associados em 34 Ifes. A filiação de novas ADs tem se dado em ritmo acelerado: só nos últimos três meses, por exemplo, duas novas entidades entraram para o Proifes: a Apub, representando professores de Ifes da Bahia, e a Assifepar, do Instituto Federal do Paraná.

A trajetória da nossa entidade, nestes cinco anos, foi repleta de êxitos. Conseguimos o reco-nhecimento dos professores pelo nosso trabalho, bem como de outras entidades sindicais, quer em termos nacionais, quer em nível internacio-nal. O Proifes tem tido presença constante nas Mesas de Negociação, em que atua de forma responsável e propositiva, representando de fato os docentes das Ifes. Assim, assinamos em 2007 e 2008 Termos de Acordo que representaram avanços importantes para os docentes das Ifes, em termos de salários, condições de trabalho e perspectivas de Carreira. O Proifes, além disso, participa de um Grupo de Trabalho (GT), junto

ao Ministério do Planejamento, integrado pelas entidades da chamada Bancada Sindical, que congrega representantes da maioria das cate-gorias de funcionários públicos federais. Esse GT tem o objetivo de negociar com o governo a construção das bases legais para definir a obriga-ção do Estado de negociar com seus servidores, e está no momento em fase conclusiva.

É importante esclarecer a forma de relacio-namento do Proifes com os professores de Ifes associados que representa, de maneira que seus posicionamentos e decisões sejam de fato repre-sentativos e democráticos. Há várias inovações, em relação às práticas tradicionais anteriores. Os Encontros Nacionais do Proifes são anuais. Cada Associação Docente (AD) / Sindicato filiado tem direito de indicar um delegado. Os demais dele-gados aos Encontros são eleitos por seus pares, sejam aqueles filiados diretamente, sejam aque-les pertencentes às ADs / Sindicatos associadas ao Proifes. A novidade é que esses delegados não são indicados em assembleias esvaziadas, mas sim em pleitos específicos, precisando apre-sentar, por escrito e de antemão, propostas em que defendam teses sobre os temas em debate. Essas propostas são votadas eletronicamente; cada grupo de 50 votantes, ou fração, elege um delegado. Garante-se, assim, a transparência das propostas que serão discutidas, e a representati-vidade dos eleitos para os Encontros.

Um ponto importante é que, no Proifes, os Encontros Nacionais são instâncias intermediá-rias. A instância máxima é a Consulta Eletrônica. Isto significa que todas as deliberações apro-vadas nos Encontros têm que ser submetidas, após o evento, a uma ‘Consulta Eletrônica’, que as referendará – ou não. Em outras palavras, os sindicalizados ao Proifes, através do voto direto, podem manter ou derrubar uma decisão tomada num Encontro Nacional, a seu juízo. Registre-se que as propostas derrotadas nos Encontros também são remetidas a essa votação eletrônica posterior, que pode, inclusive, aprová-las. No Proifes, portanto, não é possível aos delegados ou à Diretoria da entidade impingir ao conjunto dos representados propostas com as quais não concordem.

Não há como manipular o plenário, votan-do propostas quando a ‘mesa’ sabe que serão vitoriosas – todos nós conhecemos a ‘técnica’ de esperar que os opositores se retirem, por cansa-ço, e então se vota... Ao contrário, nas Consultas

Neste primeiro número do “Jornal Proifes” – e como seria de esperar – o entrevistado escolhido foi o Presidente do Proifes, Prof. Gil Vicente Reis de Figueiredo, que obviamente dispensa qualquer apresentação.Por Rui Sintra Jornalista da Adufscar

Prof. Gil Vicente Reis de Figueiredo

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“Não há como manipular o plenário,

votando propostas quando a ‘mesa’ sabe que serão

vitoriosas – todos nós conhecemos a

‘técnica’ de esperar que os opositores se retirem, por cansaço,

e então se vota... “

do Proifes há prazo definido para os debates, para o envio de propostas e para as votações. Mais do que isso: os docentes participam mesmo estando em suas casas ou laboratórios, na hora que quiserem. Foi assim que, nas Consultas das Campanhas Salariais (2005 e 2007/08), votaram milhares de professores, manifestando-se sobre o que deveria ser feito nas mesas de negocia-ção. Em suma, o Proifes é federativo, em suas instâncias intermediárias, como os Encontros Nacionais; as decisões aí tomadas, contudo, vão a plebiscito em que podem votar todos os sindicalizados. A democracia no Proifes, pois, é direta em sua instância máxima e amplamente participativa nas demais, sem cerceamentos nem manipulações”.

Face a esse novo rumo, a essa nova postu-ra, quisemos saber quais foram as principais conquistas alcançadas pelo Proifes ao longo destes cinco anos de luta, ao que Gil Vicente respondeu:

Gil Vicente: “O Proifes participou ativamente das duas campanhas salariais ocorridas desde a sua fundação. A campanha de 2005 se deu a partir da constituição, pelo MEC, em 9 de dezembro de 2004, do Grupo de Trabalho (GT) integrado por representantes daquele Ministé-rio, da Andifes, da SBPC, do Proifes e da Andes, com a finalidade de “apresentar propostas para o aperfeiçoamento da estrutura salarial dos docentes, a paridade entre ativos, aposentados e instituidores de pensão, bem como novo siste-ma de avaliação”. O Proifes baseou sua atuação no GT em Consultas Eletrônicas que fez aos seus associados, a primeira delas já no início do ano de 2005 (janeiro de fevereiro).

Assim, foram definidas as seguintes rei-vindicações:

1) Ampliação dos incentivos à titulação em 50% para os docentes do ensino superior e básico;

2) Concessão da GED plena a aposentados e pensionistas;

3) Criação imediata das categorias de profes-sor associado e especial;

4) Reajuste salarial para repor a inflação de 2004 para todos os docentes: 7,69% (Dieese);

5) Tratamento isonômico de docentes do ensino superior e do ensino básico;

6) Criação de um GT para discutir Carreira Docente.

Depois de um longo processo de negociação, em que o Proifes foi o principal e mais atuante ator político, o Mec acatou os pontos 1, 3, 4 e 6 da pauta da nossa entidade. Em relação aos aposentados, conseguimos apenas a correção parcial da Ged dos aposentados. O Mec decidiu não dar aos docentes do ensino básico trata-mento isonômico, pois resolveu negociar unica-mente com o Sinasefe as reivindicações desses professores. Assim, não foram ampliados em

50% os incentivos à titulação para esses colegas, que obtiveram, em vez disso, aumento linear de 12%, aplicável apenas sobre o vencimento base. Vale destacar que, em 2006, o Proifes trabalhou arduamente para que o resultado das negocia-ções fosse implementado, organizando, inclusi-ve, junto com ADs parceiras, manifestações no Congresso Nacional e pressões junto ao governo, em diversos momentos.

Em 2007 e 2008 o Proifes participou de forma ativa nas Mesas de Negociação instaladas pelo Ministério do Planejamento, com a presença do Ministério da Educação, tendo conseguido avan-ços muito expressivos, com a obtenção de de-mandas de longa data da categoria, dentre elas: isonomia remuneratória entre ensino básico, técnico e tecnológico (EBTT) e ensino superior (ES), com equiparação entre as duas respectivas Carreiras; incorporação da Gae (gratificação) e VPI (um valor fixo de R$ 59,85) ao Vencimento Básico (VB); aumento do percentual do VB na re-

muneração total, com a correspondente redução do percentual das gratificações; extinção da Ged (gratificação), do que resultou paridade entre os ativos e os atuais aposentados e pensionistas; elevação significativa do teto salarial; reposição da inflação para todos os docentes, com reajus-tes bem acima da inflação para muitos professo-res – com tabelas a serem implantadas em 2008, 2009 e 2010.

Essas conquistas foram consolidadas em dois Termos de Acordo, um para o ES, assinado pelo Proifes e pela CUT, em 5 de dezembro de 2007, e outro para o EBTT, firmado pelo Proifes e pela CUT, em 20 de março de 2008 e referendado duas semanas depois pelo Sinasefe. Os itens pactuados nos documentos em questão foram posteriormente incluídos na MP 431, embora com diversos erros, que o Proifes logrou, com muito esforço, fazer corrigir. Finalmente foi apro-

vada e publicada a Lei 11.784/08, que consagrou as vitórias alcançadas.

O Proifes conseguiu também muitos ganhos pontuais para os professores de Ifes. Obtivemos – em resposta a consulta feita pela nossa entida-de à assessoria jurídica do MEC – parecer sobre progressão dos docentes do ensino básico das Ifes que beneficiou inúmeros professores que ha-viam sido prejudicados em diversas instituições, e que tiveram sua progressão revista. Consegui-mos junto ao MEC que um expressivo conjunto de professores titulares, que havia sido aprovado em concurso, pudesse tomar posse. Tivemos êxito na luta para que os professores substitutos recebessem as mesmas parcelas de seus colegas, docentes efetivos: vencimento básico, gratifica-ções e incentivos por titulação. Temos insistido no cálculo correto do Art.192 para os professo-res aposentados – e, recentemente, acabamos de alcançar um êxito parcial em relação a essa questão.

Além disso, temos acompanhado atenta-mente diversas questões. Assim foi e está sendo em relação ao Reuni. Apoiamos a destinação de dinheiro público para ampliar vagas nas universi-dades federais e para contratar mais professores e funcionários, além de expandir o sistema de Ifes como um todo. Simultaneamente, apresen-tamos uma série de críticas construtivas, em cuja implementação temos insistido - e continuare-mos a insistir -, entre as quais apontamos as seguintes:

1) Incluir indicador de qualidade dos cursos de graduação, fundamental para garantir expan-são com qualidade;

2) Considerar o histórico e fatores específi-cos de cada Universidade, essencial para não prejudicar instituições que por diversas razões estejam mais distantes das metas propostas;

3) Alterar o cálculo da ‘dedução de pós-graduação’, que prejudica as Universidades com pós-graduações hoje pouco estruturadas, tendendo a incentivar o modelo dos ‘Centros de Excelência’;

4) Criar uma ‘dedução de extensão’, sem o que o trinômio ensino / pesquisa / extensão, previsto legalmente, não tem existência real;

5) Considerar, nas fórmulas do Reuni, o perfil dos cursos oferecidos pelas várias instituições, de forma a que o tratamento dado ao conjunto das Ifes seja de fato isonômico.

Participamos também do processo de discussão proposto pelo MEC sobre a Reforma Universitária, juntamente com inúmeras outras entidades; com algumas delas (Contee, Fasubra e UNE, entre outras) o Proifes buscou articular-se de forma a pressionar o governo em relação a pontos considerados essenciais (como financia-mento e autonomia das Ifes, controle do sistema privado, etc.). No momento, estamos acompa-nhamento atentamente o trâmite corresponden-te, no Congresso Nacional. O Proifes tem igual-mente se feito presente nas etapas municipais

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e estaduais da Conae e irá atuar ativamente na etapa nacional dessa Conferência, por considerar fundamental contribuir e influir no debate das matérias que aí se discutem.

O Proifes, como já mencionado acima, parti-cipa, com a Bancada Sindical, do GT de Negocia-ção Coletiva, que objetiva estabelecer as bases para que seja obrigatório, no Brasil, o Estado (esferas federal, estadual e municipal) negociar com seus servidores. O Proifes, também junto com a Bancada Sindical, participou de negocia-ção envolvendo o Ministério do Planejamento e o Congresso Nacional, no que diz respeito ao PLP 01/07. O principal resultado alcançado (e que foi importantíssimo) foi o de transformar o limitador anual do orçamento de pessoal e encargos por Poder da União, conforme anteriormente estabe-lecido (IPCA + 1,5%), de teto dos gastos em piso, o que viabilizou todas as negociações ocorridas com os SPFs em 2007/2008”.

Embora se tenham conquistado importan-tes vitórias, que vieram beneficiar as carrei-ras e o nível salarial dos docentes das Ifes, existem ainda muitos pontos que deverão ser discutidos com o governo. Por isso questio-namos Gil Vicente sobre quais são os desafios futuros e que solução o Proifes dá para eles, sabendo, de antemão, que a Carreira Docente é um desses desafios.

Gil Vicente: “Sem dúvida, existem muitas questões para serem discutidas e uma delas é, como destacou, a Carreira Docente, atualmente objeto de debate de Mesas de Negociação, das quais a nossa entidade faz parte. Já aprovamos uma proposta de Carreira no V Encontro do Proi-fes – proposta essa que já vem sendo discutida há vários anos, e que, no momento, está sendo votada pelos professores de Ifes filiados ao Proi-fes em Consulta Eletrônica em andamento, na página da entidade, cujo resultado, como sem-pre, orientará os posicionamentos da entidade.

Os principais eixos da nossa proposta são os seguintes: adequar a Carreira aos tempos atuais, criando mais uma classe; reconhecer e conside-rar, ao mesmo tempo, as contribuições e direitos dos professores mais antigos, em especial os aposentados, estabelecendo regras de transição e enquadramento que os contemplem; permi-tir que cada docente, independentemente de sua titulação, possa chegar ao nível mais alto da Carreira; garantir a convergência e isonomia remuneratória entre a Carreira do ES e a do EBTT; manter o regime de dedicação exclusiva; elimi-nar as gratificações; elevar teto e piso da nova Carreira, equiparando-os aos dos servidores mais bem remunerados do poder executivo federal; reduzir o tempo de progressão do ES para 18 meses; instituir MECanismos que possibilitem a um docente que venha a ser contratado por uma Ifes ter considerado seu histórico, para fins de posicionamento na Carreira, possibilitando, na

prática, o ingresso de professores qualificados e o conseqüente (saudável) intercâmbio – nacional e internacional.

Outro ponto de extrema importância refere-se à regulamentação da Previdência Complementar. Hoje os docentes que ingressaram nas Ifes, após 1º de janeiro de 2004, não têm direito à aposen-tadoria integral, conforme determinado pela Re-forma da Previdência, e sua aposentadoria futura carece de definições que precisam ser debatidas. O Proifes está organizando um Seminário sobre Previdência Complementar, que deverá ocorrer em novembro deste ano, na Ufrgs.

É de grande importância e oportunidade, igualmente, organizar uma Agenda Jurídica Na-cional. Nesse sentido, o Proifes e AD’s parceiras estão organizaram, entre 8 e 10 de outubro de 2009, um Seminário Jurídico Nacional, na UFC, com o objetivo de socializar informações e pos-

sibilitar a construção coletiva de caminhos que promovam uma maior eficácia das lutas sindicais de natureza jurídica.

Outro desafio é o de acompanhar, no Con-gresso Nacional, diversos projetos de lei de inte-resse do funcionalismo público federal, em geral, e dos docentes das Ifes, em particular. Como exemplos, damos os seguintes: a Mensagem Presidencial 58/08, que propõe a adoção, pelo Brasil, da Convenção 151 da OIT; a PEC 129/03, que dispõe sobre a negociação coletiva no serviço público; o PL 4.497/01 e o PL 84/07, que disciplinam o direito de greve no serviço público; o PLP 01/07, que limita gastos com o funcionalis-mo público; a PEC 12/06, que desobriga o Estado de pagar a seus funcionários dívidas já definidas pelo poder judiciário (o ‘Perdão dos Precatórios’); e, naturalmente, o Projeto de Lei 7.200/06, que trata da Reforma Universitária.

O V Encontro do Proifes decidiu elaborar um

Projeto de Lei Orgânica para as Ifes, que é uma outra questão que a entidade reputa como cen-tral. Por mais importantes que sejam o Reuni e outros programas de governo, a expansão, com qualidade, do sistema de Ifes (e da Universidade Pública, em geral) só será assegurada por leis que obriguem o Estado a seguir políticas públi-cas que garantam essa expansão. O fato é que a Reforma Universitária se move com excessivo vagar no Congresso Nacional, por pressão do setor privado. Assim, é importante discutir uma Lei que trate exclusivamente das questões afetas às Ifes, pois pode ser que, nesse caso, encontre menos resistência naquela Casa.

O Proifes realizará, em dezembro deste ano, um Seminário sobre ‘Acesso e inclusão’, em que debateremos os sistemas de cotas, em suas múltiplas facetas. Essa é uma questão de muito interesse, dado o fato óbvio de que, no presente momento, as classes menos privilegiadas têm, em nosso país, muito mais dificuldade em con-seguir que lhes seja disponibilizada educação superior com qualidade. O ano de 2010, em que ocorre o processo sucessório para Presidente da República, demandará a construção, entrega e cobrança de posicionamento dos futuros can-didatos, de Proposta para a Educação Superior. Cabe ao Proifes, pois, debater tal documento, a ser elaborado pelos professores das Ifes e, depois, aperfeiçoado mediante articulação com os demais setores interessados em educação superior no Brasil, com o objetivo de potenciali-zar nossa capacidade de influenciar as propostas na área de educação que serão adotadas pelos candidatos presidenciais.

No campo da organização sindical, o Proifes deverá debater sua eventual filiação a uma Cen-tral Sindical e também a uma entidade interna-cional na área de educação. A razão para isso é que, do ponto de vista político, é muito impor-tante discutir possíveis articulações em âmbito nacional e internacional, e também aprender a partir das experiências e realidades existentes em outros países. O Proifes já vem participan-do das reuniões da Internacional de Educação (encontros na América Latina) e considera que um ponto central de sua atuação futura deve ser o de estimular e organizar o debate sobre o papel da educação superior em um projeto de desenvolvimento econômico e social da Améri-ca Latina. Há muitas questões que teremos que abordar, dentre elas uma de muito interesse nas Ifes: que caráter indutor devem ter as agências financiadoras, do ponto de vista da definição de eixos estratégicos para a produção de conheci-mento na nossa região?

São esses alguns dos temas que reputamos relevantes e que, juntamente com outros que venham a ser sugeridos, farão parte da agenda de debates que pretendemos organizar.

“Sem dúvida, exis-tem muitas questões

para serem discutidas e uma delas é, como, destacou, a Carreira

Docente, atualmente objeto de debate de

Mesas de Negociação, das quais a nossa en-

tidade faz parte. “

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JORNAL DO Proifes | Nº 01 | NOVEMBRO 2009

A cerimônia de abertura do 5º Encontro do Proifes Fórum e 1º Encontro do Proifes Sindicato contou com as participações de Quintino Severo, representante da CUT, Celina Areias, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Juçara Dutra Vieira, da Confederação Na-cional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e José Carlos Arêas, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee). Compuseram a mesa também o presi-dente do Proifes, Gil Vicente Reis de Figueiredo, o vice-presidente, Eduardo Rolim de Oliveira e a diretora-administrativa, Eliane Leão.

Em sua fala, Quintino Severo, da CUT, abor-dou em particular as lutas trabalhistas, a preca-riedade do serviço público, a crise mundial e o emprego no Brasil, que, segundo ele, retorna com 25% de déficit para os trabalhadores. O sin-dicalista manifestou total apoio ao fortalecimen-to das Ifes “em prol de uma verdadeira política de Estado e não de uma política de governo”. Celina Areias, da CTB, que acompanhou de perto toda a trajetória do Proifes, afirmou que a entidade está no caminho certo para resolver algumas dificul-dades nacionais e classificou o encontro como um espaço importante para discutir a Educação, a valorização do serviço público de qualidade e dos professores.

Juçara Dutra Vieira, da CNTE, ressaltou que os fundadores do Proifes tiveram a coragem de enxergar outro rumo e outra postura sindical, principalmente em época de crise mundial, não só em termos econômicos, como, também, em termos sociais e culturais. A sindicalista chamou a atenção para o cuidado que se deve ter de não repetir os mesmos erros, em uma referência

implícita ao antigo modelo de política sindical, ainda adotado por algumas entidades. A educa-ção como mercadoria, principalmente no que diz respeito ao ensino superior, deu tom ao discurso de José Carlos Áreas, que defendeu a valorização da universidade, tema em destaque no próximo congresso da Contee.

Presidente da Associação dos Professores Universitários da Bahia (Apub), o professor Israel Pinheiro deu seu depoimento sobre a recente decisão dos docentes da Apub de se desligar da Andes e fundar um sindicato local. “Os profes-sores não esquecem o que vêem, o que sentem, o que ouvem: houve muitas ações perpetradas pela Andes que não acolheram o apoio dos professores da Apub e aí surgiu a necessidade de mudança. Temos um novo rumo, um rumo que coincide com o do Proifes”, disse.

O vice-presidente do Proifes, Eduardo Ro-lim de Oliveira, lembrou aos presentes que em setembro de 2008, um grupo de professores de Ifes de todo o País saiu do mesmo hotel onde estava sendo realizado o Encontro, para fundar o Sindicato Nacional, em histórica assembleia na sede da CUT. “Se o Proifes Sindicato é tido como uma nova luz no Movimento Docente e Sindical Nacional, isso não se deve ao Eduardo ou ao Gil, ou mesmo à Diretoria: isso se deve aos profes-sores universitários federais que acreditaram na instituição”, ressaltou.

Depois de traçar um breve histórico do Proifes, Gil Vicente Reis de Figueiredo enfatizou o trabalho que vem sendo feito pela entidade junto ao governo federal no que diz respeito às conquistas salariais. “Em 20 anos esse foi o melhor acordo feito em prol dos professores,

em termos de carreira e de reposição salarial, elevando o teto: e isso é para ser comemorado”. Para o presidente do Proifes, a luta agora é pela implementação de uma Política de Estado para o Ensino Superior, tendo como desafios a discus-são da Carreira e a constituição de uma federa-ção nacional da classe.

Outra decisão importante do evento foi a filiação do Proifes-Sindicato ao Proifes-Fórum. As muitas colocações deixaram claro que o desejo da maioria é de que cada AD se transforme em um sindicato próprio, independente, autônomo e soberano, que tenha um forte peso político nas relações e negociações com o governo. Depois, cada AD poderá ingressar no Proifes-Fórum e este se transformar em uma federação. Para a diretoria do Proifes-Fórum este resultado abre as portas para que os sindicatos locais e o Proifes-Sindicato reforcem uma maior defesa da classe dos Professores Universitários Federais. O en-contro aprovou também a constituição de uma comissão para analisar a proposta de Previdência Complementar.

O pontapé inicial no debate sobre a filiação do Proifes-Sindicato a uma central sindical foi dado durante o evento. O tema gerou uma certa inquietação, pois uma parte dos professores de-fendia não apenas a filiação, mas já apontava no-mes, enquanto outro grupo pedia que o assunto fosse mais amplamente debatido. Na verdade, apesar da consolidação nacional do chamado Novo Movimento Docente, a ruptura com o antigo modelo ainda sofre algumas resistências em ADs que tem papel fundamental na evolução desse processo.

V Encontro Nacional do Proifes

Professores aprovam transformação da entidade em federação

Evento realizado entre 19 e 22 de agosto, em São Paulo, reuniu docentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) de todo o País. A afirmação do caráter sindical do Proifes Fórum e sua futura transformação em federação foi, sem dúvida, a principal decisão do encontro, que debateu ainda Plano de Carreira e várias outras questões pertinentes na vida laboral dos professores. por Maricélia Pinheiro enviada especial pela Adufrgs para o Jornal do Proifes

FOTOS MARICÉLIA PINHEIRO

Nos dias 05 e 06 de junho, na UFMG, sob a promoção da Apubh-Sindicato e do Proifes, realizou-se o I Seminário Nacional sobre o Reu-ni. O evento, que contou com a participação de professores, técnico-administrativos e estu-dantes da UFMG, além de professores de várias partes do país. O Seminário abriu a possibilida-de de dar uma resposta ao governo federal e aos gestores das Ifes sobre a realidade do Reuni na visão da comunidade universitária e avaliar o impacto da implantação do programa em 52 das 55 universidades federais que apostaram na expansão de vagas e na ampliação de recursos financeiros até 2012.

O evento foi aberto na manhã do dia 5 com

a Conferência “Atualidade do Reuni nas Ifes: a atuação do governo, das Ifes e das entidades representativas dos servidores públicos federais”. Participaram da conferência o representante do MEC, professor Rodrigo Araújo Ramalho, do reitor da UFMG, professor Ronaldo Pena, do vice-presidente do Proifes, professor Eduardo Rolim; da presidente do Sindifes/BH (servidores), Cristina Del Papa, do representante do DCE da UFMG, Diego Alves, e do presidente da Apubh, professor José de Siqueira.

À tarde, o evento prosseguiu com a realização de duas sessões de mesa-redonda com o mesmo tema “O processo de implantação do Reuni nas Ifes: uma reflexão sobre os primeiros meses do

Programa”. Durante quatro horas de discussão foi possível aos participantes conhecer as expe-riências do Reuni nas Universidades de Goiás, Bahia, Roraima, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Brasília, cujos representantes das Associações e Sindicatos Docentes fizeram parte da composi-ção das mesas.

O evento foi encerrado, na manhã do dia 06, com a mesa-redonda “o futuro do Reuni nas Ins-tituições Federais de Ensino”. A discussão esteve sob a responsabilidade do presidente do Proi-fes, Gil Vicente Reis Figueiredo e os professores Márcia Pontes da UFBA e João Augusto de Lima Rocha da Associação dos Professores da Bahia.

REUNI foi tema de Seminário Nacional promovido pela APUBH e Proifes

Seminário debate a segurança jurídica dos direitos dos servidores públicos federais

A constante perda de direitos adquiridos, pela via judicial, por parte dos Servidores Públi-cos Federais tem sido um motivo de crescente preocupação de Associações de Docentes, de advogados das mesmas e motivo de revolta por parte dos milhares de servidores prejudicados, no nosso caso, os docentes.

O proifes, em 05 de março de 2009 realizou a primeira reunião do intitulado Fórum Jurídi-co do Proifes, do qual participam diretores e advogados do Proifes, assim como de muitas das Associações de Docentes.

A criação do Fórum foi considerada muito

importante pelos participantes e vários proble-mas jurídicos que afetam aos docentes das Ifes foram pautados para discussão. Estratégias de luta foram propostas, sendo que, as afrontas aos direitos adquiridos destacadas como o mais grave dos problemas, foi colocada como priori-dade e, para tanto, o Proifes está organizaram o Seminário Sobre Segurança Jurídica e os Direitos dos Servidores Públicos Federais, Em Fortaleza, Ceará, Nos dias 8 e 9 de outubro de 2009.

Inserem-se nessa preocupação a perda de autonomia das Universidades Federais perante determinações de órgãos como o Tribunal de

Contas da União, Advocacia Geral da União, Controladoria Geral da União e outros. Determi-nações de tais órgãos passaram a ser tratadas acima das decisões judiciais, o que tem signifi-cado, no entender dos participantes do Fórum, uma grave insegurança jurídica e afetado o estado democrático de direito.

Os participantes do Fórum entendem que é importante dialogar com todos esses órgãos, visando buscar um entendimento, considerando ainda que é fundamental que esse entendi-mento também ocorra com o poder judiciário, principal guardião da democracia no país.

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JORNAL DO Proifes | Nº01 | NOVEMBRO 2009

Bem antes de se desligar da Andes e aprovar a transformação da entidade em Sindi-cato independente, no final de 2008, filiados à Adufrgs já haviam dito “sim” à filiação ao Fórum de Professores das Ifes (Proifes). A decisão se deu depois de ampla discussão, por meios eletrôni-cos e em assembleias presenciais, onde para a maioria ficou claro que o Proifes vinha trabalhan-do com mais objetividade as questões especí-ficas dos docentes das universidades federais e por isso tornara-se o melhor representante da categoria junto ao governo federal.

Em agosto de 2009 foi a vez dos professo-res filiados à Associação dos Professores Univer-sitários da Bahia (Apub) aprovarem a entrada oficial no Proifes. O plebiscito apontou ainda

para a desfiliação da entidade da Andes e apoiou a transformação da Apub em Sindicato dos Pro-fessores das Instituições Federais de Ensino Su-perior da Bahia. Em setembro, docentes filiados à Associação dos Professores da Universidade Federal de Santa Catarina (Apufsc), em votação histórica, decidiram pela desfiliação da Andes e transformação da entidade em Sindicato local.

Cresce adesão de ADs ao Proifes AposentadosO Proifes realizou nos dias 29 e 30 de abril,

em João Pessoa, o I Seminário Nacional sobre questões da Aposentadoria. O evento foi en-cerrado com o lançamento da “Carta de João Pessoa”. Temas como ‘Sistema da proteção social no Brasil: Reforma Tributária e Previdência Complementar’,‘Carreira Docente e aposentadoria, além de ‘Questões jurídicas e direitos adquiridos dos aposentados’ foram objeto de debate.

No dia 27 de agosto, ocorreu o I Encontro dos Professores Aposentados da UFRN, promovido pela Adurn. Os temas debatidos foram: “A realida-de dos aposentados no enquadramento na atual carreira: a visão das universidades da Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte” e “A atuação da PRH junto aos docentes aposentados”.