transformação de conflitos

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    S r i e D a R e f l e x o A o

    TEORIAEPRTICA

    TRANSFORMAODECONFLITOS

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    John Paul Lederach

    Traduo de

    Tnia Van Acker

    TEORIAEPRTICA

    TRANSFORMAODECONFLITOS

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    Ttulo original: The Little Book of Conict Transformation

    Copyright 2012

    Coordenao editorial: Lia Diskin

    Capa e projeto grco: Vera Rosenthal

    Produo e Diagramao: Tony Rodrigues

    Preparao de originais: Lidia Angela La Marck

    Reviso: Lia Diskin

    1aedio, outubro de 2012

    Todos os direitos reservados e protegidos

    pela Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998.

    proibida a reproduo total ou parcial, por quaisquer meios,

    sem a autorizao prvia, por escrito, da Editora.

    Direitos adquiridos para a lngua portuguesa por Palas Athena Editora

    Alameda Lorena, 355 Jardim Paulista

    01424-001 So Paulo, SP Brasil

    Fone (11) 3266-6188

    www.palasathena.org.br

    [email protected]

    ndices para catlogo sistemtico:

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Lederach, John Paul

    Transformao de conflitos / Howard Zehr ; traduo de Tnia Van Acker.

    - So Paulo : Palas Athena, 2012.

    Ttulo original: The Little Book of Conflict Transformation

    1. Administrao de conflitos 2. Conflito social 3. Soluo de problemas

    I. Ttulo.

    12-08101 CDD-303.69

    1. Administrao de conflitos : Sociologia 303.69

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    Agradecimentos

    Escrever um livro para esta coleo mais difcil do que

    pode parecer. Muitas pessoas me ajudaram nessa empreita-

    da. Gostaria de expressar minha gratido a Howard Zehr,

    que criou o conceito desta srie e me incentivou a partici-

    par. Principalmente, foi dele o primeiro empurro que me

    auxiliou a transformar um texto abundante em palavras

    num outro, bem objetivo. Sou grato ao excelente trabalho

    de Phyllis Pellman Good, que o editou e o tornou mais cla-

    ro. Sem seus conselhos e sugestes, no seria uma leitura

    to fluente. Meus bons amigos do Consortium on Conflict

    Resolution da Universidade do Colorado, de modo especial

    Heidi e Guy Burgess, me ajudaram muito com os grficos

    computadorizados. Merece registro a maravilhosa oportu-

    nidade de os originais terem sido lidos pelos meus alunos

    do mestrado do Kroc Institute (Notre Dame), turma de 2002-

    2003, quando passaram um dia inteiro de aula aprimorandoe elucidando os conceitos. Suas ideias e sugestes pontuam

    toda a obra.

    Gostaria de estender tambm meu efusivo agradecimento

    a John e Gina Martin-Smith por me emprestarem sua casa em

    Nederland, Colorado, onde vi os lamos verdes se tingirem de

    amarelo a 2 590 metros de altitude enquanto redigia esse texto.

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    JOHNPAULLEDERACH TRA NSFORMAODECONFLITOS

    Por fim, reconheo que no teria conseguido escrever sem

    o paciente apoio e estmulo da minha faml ia, especialmente

    de Wendy, com quem partilhei muitos cafs enquanto discutia

    as ideias contidas aqui e a melhor maneira de apresent-las.

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    CONTEDO

    Prefcio de Cssio Filgueiras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11

    1. TRANSFORMAODECONFLITOS? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15

    2. A LENTEDATRANSFORMAODECONFLITOS . . . . . . . . . . . 19

    3. DEFINIODATRANSFORMAODECONFLITOS . . . . . . . 27

    4. CONFLITOEMUDANA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37

    5. LIGARRESOLUOETRANSFORMAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43

    6. CRIARUMMAPADOCONFLITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49

    7. ESTRUTURAS-PROCESSOCOMOPLATAFORMASPARAMUDANA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55

    8. DESENVOLVERNOSSASCAPACIDADES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63

    9. APLICARAESTRUTURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77

    10.CONCLUSES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85

    Notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .89

    Leituras selecionadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .91

    Outros livros de John Paul Lederach sobre o tema . . . . . 93

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    PREFCIO

    Nos ltimos anos temos visto o amadurecimento de pr-ticas de tratamento aos conflitos sociais que incluem amediao como valioso aliado. H alguns anos essas prticas

    vm sendo testadas com sucesso no Brasil, e agora comea-

    mos a perceber os benefcios dessas abordagens e seus efeitos

    positivos nas histrias conflitivas das pessoas.

    O pacificador John Paul Lederach apresenta nesta obra

    uma viso privilegiada do conflito, a teoria e os resultados

    de uma aplicao prtica, adquirida ao longo de sua vida de

    militncia pela cultura de paz.

    Aqui, Lederach inicia seu trabalho reconhecendo que suas

    ideias foram influenciadas por uma viso religiosa anabatista

    menonita, que compreende a paz como um processo estrita-

    mente ligado justia.

    Para ele, o conflito o elemento propulsor de mudanas

    pessoais e sociais; isso signif ica visualiz-lo como catalisador

    do desenvolvimento humano. Ao invs de ver o conflito comoameaa, ele prope entend-lo como uma oportunidade para

    crescer e aumentar a compreenso sobre ns mesmos, sobre

    os outros e sobre nossa estrutura social.

    Ao definir a transformao de conflito e distingui-la da

    resoluo, Lederach expressa de forma simples e criativa as

    diferenas dessas abordagens e nos apresenta uma viso que

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    JOHNPAULLEDERACH TRA NSFORMAODECONFLITOS

    amplia o espectro da soluo do problema. A opo de util izar

    apenas mtodos negociais para a resoluo rpida do confl ito

    alivia a nossa dor e d cabo dos problemas mais prementes,

    porm, em certos casos, a falta de uma abordagem transfor-

    mativa inibe o amadurecimento de novas decises, limita

    nosso poder de ao e diminui a capacidade de crescer com

    as dificuldades.

    Enxergar o conflito com as amplas lentes da transfor-

    mao expande nossa compreenso do processo, favorece atomada de deciso, levando em conta os aspectos prementes

    e a possibil idade de construir algo novo, que nos satisfaa e

    se adapte melhor nossa realidade.

    O mtodo da transformao intervm de forma a produ-

    zir abordagens que minimizem os efeitos disfuncionais da

    comunicao e valorizem a compreenso mtua, trabalhando

    o contexto e os padres dos relacionamentos que geraram o

    problema. Isso nos torna conscientes de nossas capacidades

    e nos prepara positivamente para lidarmos melhor com os

    problemas futuros.

    Ao se definir como um transformador de conflitos,

    Lederach no deixa de legitimar a resoluo como soluo

    rpida e definitiva para problemas nos quais os relaciona-

    mentos no esto envolvidos. Nestes casos, em que as relaes

    passadas e futuras esto presentes, fica evidente a necessidade

    de uma abordagem mais ampla.

    Atravs da aplicao da metodologia de transformaodos conflitos, permitimos a observao do resultado das nos-

    sas aes e de como elas so percebidas pelos outros e em

    que medida precisamos reposicion-las para criarmos um

    ambiente mais cooperativo e pacfico.

    Ao concluir, Lederach insiste que a abordagem resolu-

    tiva do conflito tem seu lugar, desde que no haja relao

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    PREFCIO

    continuada nem necessidade de se manter os vnculos. E o

    mediador deve pesar e escolher a abordagem a ser uti lizada

    em cada conflito. Optando-se pela transformao, opta-se pelo

    aprofundamento da anlise da questo, rumo ao epicentro

    do problema, trabalhando questes pessoais, estruturais e

    os padres que geraram esse conflito.

    Que a postura de respeito e cooperao concebida por

    Lederach e compartilhada por tantos profissionais e comu-

    nidades propague-se no ambiente social atravs das necess-rias mudanas transformativas de padres, apontando para

    o aumento da capacidade de dilogo, da escuta efetiva, per-

    mitindo o acolhimento das reaes sensveis e de todas as

    solues criativas, no violentas, to importantes neste mundo

    repleto de oposio de valores e interesses.

    Cssio Filgueiras

    Mediador de Conflitos

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    TRANSFORMAODECONFLITOS?

    Resoluode conflitos... gerenciamentode conflitos... mas,

    transformaode conflitos?

    Comecei a util izar a expresso transformao de confli-

    tos nos anos 80 quando, em funo de minha prolongada e

    intensa experincia na Amrica Central, fui levado a reexa-

    minar a linguagem desse campo de atuao.

    Quando l cheguei, meu vocabulrio estava repleto da

    terminologia corrente para os profissionais de resoluo e

    gerenciamento de conflitos. Mas logo percebi que os colegas

    de origem latina tinham dvidas, suspeitas at, em relao ao

    significado desses conceitos. Para eles o termo resoluo

    insinuava o perigo de cooptao, uma tentativa de se livrar do

    conflito enquanto as pessoas ainda estavam levantando ques-

    tes importantes e legtimas a respeito do mesmo. A palavra

    resoluo no deixava claro se haveria espao para cada

    um defender a sua posio. Na experincia deles, as soluesrpidas para problemas sociopolticos arraigados, em geral,

    levam a muito discurso e poucas mudanas concretas. Os

    conflitos acontecem por um motivo, eles me diziam. Ser

    que essa tal resoluo no s uma ideia que vai preencher

    o lugar que deveria ser ocupado por mudanas realmente

    necessrias?.

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    JOHNPAULLEDERACH TRA NSFORMAODECONFLITOS

    Suas preocupaes eram coerentes com minha prpria

    experincia e viso. Meu sentido vocacional mais profundo

    e tambm a estrutura que d forma a boa parte deste livro

    surgiram de um contexto de f, que se alicera num arcabouo

    tico-religioso anabaptista menonita. Segundo esta perspecti-

    va, entende-se que a paz est fundada na justia. Ela enfatiza a

    importncia de construir relacionamentos e estruturas sociais

    corretos, incluindo o respeito radical aos direitos humanos e

    vida, e advoga a no violncia como modo de vida e trabalho.E, assim, as preocupaes de meus colegas latinos ca-

    ram em terra frtil. No decorrer do meu trabalho, ajudan-

    do a buscar reaes construtivas

    aos violentos conflitos na Amrica

    Central e alhures, fui me conven-

    cendo cada vez mais de que boa

    parte dessa tarefa consistia em

    procurar maneiras de promover

    mudanas construtivas. Portanto,

    transformao de conflitos pare-

    cia expressar melhor esse signifi-

    cado do que os termos resoluo

    ou gerenciamento de conflitos.

    Nos anos 90, quando participei da fundao do Programa

    de Transformao de Conflitos da Eastern Mennonite

    University (EMU), discutimos de modo exaustivo os ttulos

    e termos a serem adotados. Resoluo era mais conhecidoe aceito pelos crculos acadmicos e polticos dominantes.

    Transformao parecia muito carregado de sentido axiol-

    gico para alguns, muito idealista para outros, e muito utpico

    e nova era para outros ainda. No final, ficamos com o termo

    transformao. Entendemos que era acurado, cientificamen-

    te correto e que passava uma imagem clara.

    O conflito normal nosrelacionamentos

    humanos e ele o motor demudanas.

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    TRA NSFORM AODECONFLITOS?

    Considero transformao de conflitos uma expresso

    precisa porque estou engajado em esforos de mudana cons-

    trutiva que incluem e vo alm da resoluo de problemas

    especf icos e pontuais. Trata-se de uma linguagem correta do

    ponto de vista cientfico porque se baseia em duas realida-

    des verificveis: o conflito algo normal nos relacionamentos

    humanos, e o conflito um motor de mudanas. A palavra

    transformao oferece uma imagem clara e importante, pois

    dirige nosso olhar para o horizonte em direo ao qual esta-mos caminhando: a construo de relacionamentos e comu-

    nidades saudveis, tanto local como globalmente. Um objetivo

    assim demanda mudanas verdadeiras no modo como nos

    relacionamos hoje.

    Mas fica a questo: qual , de fato, o signif icado de

    transformao?

    Na ltima dcada a palavra transformao vem se tor-

    nando cada vez mais comum, tanto para os profissionais como

    no meio acadmico. H abordagens transformativas no cam-

    po da mediao e tambm na rea mais ampla da discipli-

    na de Estudos da Paz e dos Conflitos. Alis, hoje leciono em

    dois cursos de graduao que empregam essa terminologia

    no Joan B. Kroc Institute for International Peace Studies

    da Notre Dame e no Conflict Transformation Program da

    Eastern Mennonite University. Apesar disso, a transformao

    de conflitos ainda no se tornou uma escola de pensamen-

    to. Acredito que a transformao de conflitos constitui umaestrutura ou orientao abrangente que, por fim, exigir de

    ns uma mudana fundamental em nosso modo de pensar.

    O texto que se segue retrato da minha compreenso

    dessa estrutura, compreenso esta baseada em leituras, na

    aplicao prtica que fiz em campo e na minha experin-

    cia de ensino ao longo dos ltimos 15 anos. Este livro no

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    JOHNPAULLEDERACH TRA NSFORMAODECONFLITOS

    expresso de uma posio imutvel, j que minha compreen-

    so evolui constantemente, movida por experincias prticas

    e pedaggicas.

    Alis, meu entendimento dessa questo corre em paralelo

    e converge com a obra de outros autores, embora no seja

    possvel explorar todas essas ligaes aqui. Quero deixar claro

    que no considero a minha viso particular da transformao

    como sendo superior viso daqueles que usam outra termi-

    nologia ou que preferem a palavra resoluo. Neste textopretendo articular a tenso criativa entre os termos resolu-

    o e transformao para aguar nossa compreenso, e

    no para desqualificar a obra daqueles que preferem outra

    nomenclatura.

    Meu objetivo somar uma voz ao dilogo que vem sendo

    mantido em torno do tema para buscar uma melhor compre-

    enso dos relacionamentos humanos.