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Curso: Neuroanatomia Descritiva e Funcional – Prof. Norberto Coimbra 1 Aula II – Envoltórios do Neuroeixo, Anatomia de Superfície da Medula Espinhal, Formação do Nervo Espinhal (Transcrição da aula – vídeo) Bem! Benvindos a esta segunda parte da primeira aula ou seja, o módulo 2 da aula 1, do curso de neuroanatomia. Nós vamos observar como o SN se apresenta protegido por três meninges muito especiais e vamos abordar também a medula espinhal, para complementar o estudo das divisões anatómicas do SN. Aqui vos apresento a medula espinhal em corte, a nível cervical. Nós observamos que no interior da medula espinhal apresentam-se a organização, ou bem organizadas estruturas que se comportam como feixes entrelaçados ou próximos uns dos outros, como se fossem os fios de uma corda. Por isso essas estruturas que em corte da frente têm uma característica branca , recebem o nome de funículos. Nós estamos vendo aqui o funículo lateral da medula espinhal (em Latim, "funículum" significa "cornos"). Na região anterior nós estamos vendo o funículo anterior, na região posterior o

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Curso: Neuroanatomia Descritiva e Funcional – Prof. Norberto Coimbra

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Aula II – Envoltórios do Neuroeixo, Anatomia de Superfície da Medula Espinhal, Formação do Nervo Espinhal

(Transcrição da aula – vídeo)

Bem! Benvindos a esta segunda parte da primeira aula ou seja, o módulo 2 da

aula 1, do curso de neuroanatomia.

Nós vamos observar como o SN se apresenta protegido por três meninges muito

especiais e vamos abordar também a medula espinhal, para complementar o estudo das

divisões anatómicas do SN.

Aqui vos apresento a medula espinhal em corte, a nível cervical. Nós

observamos que no interior da medula espinhal apresentam-se a organização, ou bem

organizadas estruturas que se comportam como feixes entrelaçados ou próximos uns dos

outros, como se fossem os fios de uma corda. Por isso essas estruturas que em corte da

frente têm uma característica branca, recebem o nome de funículos. Nós estamos vendo

aqui o funículo lateral da medula espinhal (em Latim, "funículum" significa "cornos").

Na região anterior nós estamos vendo o funículo anterior, na região posterior o

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funículo posterior da medula espinhal. Bom, são conjuntos de feixes de conexões

nervosas.

No interior da medula espinhal apresentam-se aglomerados de corpos

neuroneais.

Esses corpos neuroneais formam a via de saída, localizada ventralmente na

medula espinhal, do sistema motor, a via motora final comum. Na região posterior a

localização dos neurónios sensoriais, onde estão chegando conexões de algumas vias

sensoriais como aquelas pelas quais se transfere o impulso de dor.

Observem que nós estamos abordando a medula espinhal no nível cervical.

Expondo o corno anterior da medula espinhal ... ele apresenta-se bastante espessado.

Aqui existe o maior contingente de neurónios motores do tipo alfa.

No nível mais caudal, no nível torácico, a medula espinhal ... ela adquire uma

característica peculiar: o corno anterior, ele se torna menor. Isso porque a quantidade de

neurónios motores alfa é menor do que no nível cervical.

Em contrapartida, a quantidade de substância branca (não nos vamos preocupar

agora com a nomeação desses vasos, tratos e fascículos)... a substância branca ela

continua sendo bastante significante!...

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Num nível ainda mais caudal, o nível lombar, num corte transversal da medula

espinhal humana a nível lombar, nós vemos que novamente o corno da medula espinhal

se apresenta bastante espessado.

E já agora, a quantidade de substância branca diminui. Porque será?

Do nível cervical e do nível lombar, lombo sacral – vamos ver novamente...

nível cervical, observem a espessura do corno anterior ... Agora no nível do lombo

sacral ... também o corno anterior é bastante proeminente. Porque será? O que será que

inervam esses neurónios localizados no nível cervical e no nível lombo sacral

(...comparados com neurónios que se apresentam em secções do corno anterior da

medula espinhal, em secções do nível torácico)? Para isso nós temos que ter uma noção

dos grandes plexos que a medula espinhal forma através de suas projecções motoras. E

para tanto, nós vamos então abordar a medula espinhal numa visão superficial.

A medula espinhal, ela apresenta dois abaulamentos bastante significativos e

a formação de plexos para a inervação da musculatura dos membros superiores e

inferiores.

Vejamos como se apresenta a medula espinhal in situ, numa visão esquemática.

Então, aqui vos apresento uma visão posterior da medula espinhal humana.

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Então, observem que a partir do forame magno termina o tronco encefálico e

começa a medula espinhal (numa visão posterior). Vocês estão vendo aqui o primeiro

nervo cervical e o plexo cervical ... e aqui o plexo braquial. O plexo cervico-

braquial vai inervar as musculaturas do pescoço e membros superiores. Vejamos

porquê, então, nessa região, o corno anterior da medula espinhal se apresenta tão

espessado!

Qual é o neurónio que vai fazer a interface entre o corno anterior das medula

espinhal (no neuro-eixo) e a musculatura axial e, no caso que nos interessa, a

musculatura apendicular localizada no membro superior?... Lembrem-se que no

membro superior nós temos as mãos que permitem, pela sua musculatura, movimentos

muito delicados ... e a representação cortical dos neurónios que inervam o neurónio

motor inferior, o qual se dirige ... faz contacto sináptico com a musculatura que vai

mover o membro superior e que vai permitir, por exemplo, a escrita, a pintura e as artes

plásticas, de maneira geral, eles permitem movimentos muito delicados... Por isso, a

interface entre SNC e músculo ela é bastante minuciosa. Por isso nós temos uma grande

representação de neurónios situados no corno anterior da medula espinhal.

A nível cervical!... E quanto a níveis mais caudais da medula espinhal? O que há

para ser inervado que nos chama tanto a atenção?

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Vejamos: considerando a região lombo-sacral da medula espinhal, nós temos a

formação do plexo lombar e do plexo sacral. Esse plexo vai formar os nervos, por

exemplo o nervo ciático, que vão inervar a musculatura do membro inferior. Nós

temos, no membro inferior, grandes massas musculares e, por isso, seria razoável que na

região lombo-sacral da medula espinhal, nós encontremos maior quantidade de

neurónios no corno anterior.

Então, nós temos aqui a formação de nervos espinhais: são 8 pares de nervos

cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 2 a 4 coccígeos.

A medula espinhal, ela apresenta-se, portanto, com dois abaulamentos bastante

significativos: um abaulamento a nível cervical, representado pela grande quantidade de

neurónios no corno anterior, e um abaulamento a nível lombar, que vai formar os

neurónios que, por sua vez, formarão o plexo lombo-sacral.

A partir da L2 até L3 (L1, L2 e podemos estender até L3...) o cone medular

chega ao seu fim ... Porquê? O sistema nervoso ele tem um período de

desenvolvimento que não é similar aos desenvolvimento da coluna vertebral... Com

isso, os nervos espinhais ... eles continuam saindo nos forames intervertebrais ... Só que,

como o cone medular, o neuro-eixo, pára o seu desenvolvimento, surge a chamada

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cauda equina, um espaço da cavidade subaracnóide onde nós vamos ter a cisterna

lombar... Nessa cisterna lombar, preenchida por líquor, estão presentes os nervos da

cauda equina, que estão buscando os seus forames interverterbrais correspondentes para

a formação dos plexos lombo-sacrais dos nervos periféricos.

Aqui vos apresento um corte transversal da medula espinhal humana, uma visão

... esquemática. Então nós estamos vendo aqui que a substância branca ... ela envolve

uma estrutura cinzenta central que se apresenta de uma forma colunar, com os cornos

anteriores e os cornos posteriores. Aqui [cornos anteriores] situam-se os neurónios

motores e aqui [cornos posteriores] os sensitivos... Em alguns níveis nós vamos

encontrar mais duas posições, que são os cornos intermédios laterais. Nós vamos

abordar isso numa outra aula...

Na região ventral da medula espinhal surge um sulco chamado fissura, na

verdade, mediana longitudinal anterior... e um pequeno sulco, quase imperceptível,

na região posterior, que é o sulco longitudinal mediano posterior... Lateralmente à

fissura longitudinal mediana anterior apresentam-se os dois sulcos longitudinais

laterais anteriores e posteriormente existem os sulcos longitudinais laterais

posteriores...

Como no funículo posterior surgem dois fascículos (feixes menores...), os

fascículos grácil e cuneiforme, o funículo anterior é dividido então por uma outra

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fissura nesses dois fascículos ... Nós temos então a fissura longitudinal intermédia, a

dividir, então, o fascículo grácil e o cuneiforme... Isso só na parte posterior da medula

espinhal...

Notem que a medula espinhal ela possui, tanto na região anterior como na região

posterior, a emergência de várias radículas neurais. Aqui estão as radículas

anteriores que convergem para formar a raíz anterior do nervo espinhal.

Posteriormente... nós não estamos vendo com grande nitidez, devido às meninges (a pia

e a epipia), as radículas posteriores que estão, na verdade, divergindo a partir da raíz

posterior para entrar no neuro-eixo.

Da fusão da raíz ventral com a raíz dorsal, ou raíz anterior e raíz posterior,

forma-se então o tronco do nervo espinhal. Existe um gânglio, um gânglio localizado

na raíz dorsal do nervo espinhal. Posteriormente, o tronco do nervo espinhal é

dividido em um ramo ventral e um ramo dorsal do nervo espinhal.

Ao ramo ventral e ao tronco do nervo espinhal estão conectados alguns ramos e

alguns pontos da medula espinhal: são os chamados ramos comunicantes cinzento e

branco, que conectam o nervo periférico à cadeia paravertebral, que é um

componente de uma outra divisão do sistema nervoso que vamos conhecer numa outra

aula.

Mas... toda essa maravilha que representa o neuro-eixo tem que ser protegida...

intimamente, através de células muito especiais, chamadas células da glia, mas também

superficialmente, através de meninges muito especiais: três "mães" que o nosso cérebro

tem... o nosso cérebro, a nossa medula espinhal, o nosso neuro-eixo...

Essas meninges envolvem o sistema nervoso como um todo...

Vejamos como se apresenta o neuroeixo dentro da cavidade craniana, dentro da

caixa craniana.

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Então nós estamos vendo aqui uma visão esquemática de uma abertura da caixa

craniana, onde a calota craniana foi removida, e a primeira visão do sistema nervoso se

antecede aos nossos olhos... e nós estamos vendo então a dura-máter ... e aqui presente

a artéria meníngea média. A artéria meníngea média está nutrindo essa meninge

formada por tecido fibroso denso e de muita resistência.

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A dura-máter, como assim ela é chamada, envolve o sistema nervoso e também

forra as fossas do crâneo: fossa anterior, média e posterior...

Em alguns pontos ela forma uma espécie de tenda. Aqui nós estamos vendo a

cavidade ocupada por um dos hemisférios cerebelares e aqui, por cima desses

hemisférios, estaria a "tenda" do cerebelo.

Nós temos aqui a cavidade ocupada por um hemisfério cerebral e no tecto dessa

cavidade (também não dá para ver com muita nitidez... porque nós estamos tendo a

visão de um corte sagital mediano...) nós teríamos a "tenda" do cérebro...

Observem que a dura-máter, ela faz um avanço entre os dois hemisférios,

formando uma espécie de foice... Essa é a "foice" do cérebro... Nós temos, entre os dois

hemisférios cerebelares, também nesse nível, a "foice" do cerebelo. Aqui nós estamos

vendo o lado inferior da "tenda" do cerebelo.

Em alguns pontos, a dura-máter ela sofre uma deslaminação, formando

seios... verdadeiros lagos preenchidos por sangue venoso.

Nós estamos vendo aqui a confluente do seio: aqui o seio reto, o seio

transverso, o seio sigmóide... aqui o seio esfenoparietal, o seio cavernoso... aqui ele

foi dissecado e estamos vendo parte do percurso intercavernoso da artéria cerebral

carótida interna e que vai formar parte da artéria cerebral média, artéria cerebral

anterior, etc... e aqui os seios intercavernosos, o seio intercavernoso anterior e o seio

intercavernoso posterior.

E aqui... nós estamos vendo o seio petroso superior e aqui o seio petroso

inferior, que estão contornando a parte petrosa do osso temporal que está aqui,

recoberta pela dura-máter.

Nesta visão, nós estamos vendo o seio sagital superior e aqui, inferiormente, o

seio sagital inferior.

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Se cortarmos, se seccionarmos a dura-máter e a rebatermos, nós observamos

uma outra meninge. Agora já observamos detalhes das características do sistema

nervoso, embora um pouco veladas. Nós estamos vendo, contemplando a aracnóide

mater, a "mãe aranha"... Observem os vasos sangüineos que estão confluindo para o

seio sagital superior da dura-máter. Então, eles estão recebendo a drenagem do sangue

do encéfalo...

Porque será que essas meninges, elas são tão importantes? Porque elas

protegem o sistema nervoso e elas vão delimitar certas cavidades. A dura-máter ainda

forma os seios da dura-máter, que estão recebendo então o sangue da drenagem do

SNC, do encéfalo. E a aracnóide máter, ela possui esse nome porque lembra uma

aranha... Entre ela e a próxima meninge, a que está em íntimo contacto com o neuro-

eixo, existe uma cavidade preenchida por líquor e cruzada por várias trabéculas,

chamadas trabéculas aracnóideas, onde.. por entre as quais, transita o líquor.

Observem que em corte transversal, aqui está o couro cabeludo, a calota

craniana... e aqui está a dura-máter. A dura-máter se deslaminando, formando o folheto

externo e o folheto visceral; entre os dois hemisférios forma a foice do cérebro. Esta

linha vermelha representa a aracnóide-mater. Entre ela e a pia-máter, essa linha

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verde em íntimo contacto com o neuroeixo, encontra-se uma cavidade preenchida por

líquor e cruzada por trabéculas, as trabéculas aracnóideas.

Nos seios venosos, principalmente considerando o seio sagital superior, a

aracnóide sai de uma evaginação, na verdade mais de uma, várias evaginações que

levam líquor para o interior dos seios venosos da dura-máter. Dessa forma o

líquor... ele se difunde para o sangue venoso e com isso ele volta então para a

circulação.

As meninges, elas também acompanham o neuro-eixo quando ele invade o canal

vertebral. Então nós estamos vendo aqui, parte da medula espinhal envolvida pelos três

folhetos. Aqui está a dura-máter, aqui está a arcnóide-máter e aqui a pia-máter. A pia-

máter, na medula espinhal, é formada por dois folhetos, a íntima da pia, que nós quase

não enchergamos, e a epipia, que forma 21 pares de ligamentos, chamados ligamentos

denticulados, que lembram os dentes de uma serra e vão ajudar a fixar a medula

espinhal no seu local.

O espaço epidural, ele se apresenta de uma maneira inexistente na caixa

craniana. Na medula espinhal ele é real e é preenchido por vasos e gordura.

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Observem... aqui está o espaço epidural. No canal vertebral ele é preenchido por

gordura e por vasos. Contudo, na caixa craniana ele é inexistente.

O espaço subdural é virtual, tanto na caixa craniana quanto no canal

vertebral.

O espaço subaracnóide é real, tanto na caixa craniana quanto no canal

vertebral e é preenchido por líquor, ou líquido encefaloraquidiano. O espaço

subaracnóide é muito importante porque em acidentes vasculares cerebrais vai-se tingir

de sangue o conteúdo do espaço subaracnóide e nós vamos poder fazer vários

diagnósticos. E também nós podemos administrar drogas, como anestésicos, no espaço

subaracnóide, que vão-se difundir para permitir cirurgias; e também podemos colher o

líquor para avaliar as características de celularidade e outras ... para estudar a presença

de possíveis infecções na ocasião de alguns casos clínicos específicos.

Então, observem que o nosso sistema nervoso ele tem as suas protecções,

tanto externas, como vocês verão adiante, como internas. Tem as barreiras, como a

barreira hematoencefálica, o líquor encefálico. São barreiras importantes que vão

proteger o sistema nervoso de injúrias do meio externo; vai proteger da invasão de

germes, etc. E nós temos também essas meninges, que vão fortalecer o sistema nervoso

de maneira a impedir que ocorram traumatismos, como por exemplo a secção das

radículas, ou das próprias raízes dos nervos espinhais, durante a movimentação da

medula espinhal no sentido crâneo-caudal. Como isso pode ser impedido? Através, por

exemplo, dos ligamentos denticulados.

Claro que a própria emergência dos nervos espinhais dos forames intervertebrais

já ajuda a fixar a medula espinhal. E no final da medula espinhal ligamentos...

ligamentos especiais, vão fixar o cone medular mais ou menos no centro do canal

vertebral, no espaço subaracnóide. Nós vamos ver isso um pouco adiante.

(Transcrição do vídeo apresentado pelo Prof. Coimbra, na aula II, realizada por

Celso Oliveira).