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Transcrição de aula do CERS - Direito Administrativo

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CURSO CERS XVI EXAME DE ORDEM DIREITO CIVILLUCIANO FIGUEIREDOPARTE GERAL

PERSONALIDADE JURDICA a aptido genrica de titularizar direitos e contrair deveres na ordem civil. Aquele que dotado de personalidade jurdica chamado de sujeito de direitos. No Brasil, temos dois principais sujeitos de direito: a pessoa fsica e a pessoa jurdica.ADI 3510 A personalidade um atributo/qualidade inerente pessoa.Animais no so dotados de personalidade jurdicas, so bens mveis semoventes, art. 82, II CC.A pessoa fsica tambm chamada de pessoa natural ou de pessoa de existncia visvel.O art. 2 do CC afirma que a personalidade jurdica da pessoa fsica se inicia do nascimento com vida. Nascer com vida, no Brasil, respirar, ou seja, quando o ar adentra os pulmes, com o incio do funcionamento do aparelho cardiorrespiratrio. 1- No necessrio um prazo mnimo de vida.2 - No necessrio ter uma vida vivel.3 - No se apresenta necessrio que tenha forma humana.4- No necessrio realizar o corte do cordo umbilical.O Nascituro aquele que j foi concebido, ainda no nascido e dotado de vida intra-uterina. O nascituro est em perodo gestacional. A lei ressalva, desde a concepo, os direitos do nascituro, art. 2 CC.De acordo com a doutrina, possvel falar em personalidade formal e personalidade material. A personalidade formal adquirida com a concepo e est relacionada a direitos extrapatrimoniais, enquanto a personalidade material fica sob condio suspensiva, aguardando o nascimento com vida e diz respeito a direitos de contedo patrimonial. O exemplo clssico da personalidade formal o direito vida, lembrar que o aborto tipo penal. Direitos de fundo patrimonial, como a propriedade, dependem do nascimento com vida. No possvel registrar uma propriedade em nome de um nascituro.A capacidade civil a medida jurdica da personalidade. A capacidade se subdivide em duas espcies: capacidade jurdica/direito/gozo e a capacidade de fato/exerccio/atividade.Art. 1 CC Toda pessoa capaz de direitos e deveres na ordem civil. Apesar de todos terem capacidade de direito, nem todos possuem capacidade de fato, pois capacidade de fato consiste na possibilidade/prerrogativa de pessoalmente praticar/exercitar os atos da vida civil. Nem todos possuem tal capacidade, pois existem os incapazes, podendo ser a incapacidade absoluta ou relativa.O cidado que possuir as duas capacidades, ou seja, a soma da capacidade de direito e a capacidade de fato, ter a capacidade jurdica geral ou plena.Apesar de a pessoa possuir a capacidade jurdica geral ou plena, em alguns casos ela no pode praticar todos os atos da vida civil, dependendo de legitimao, autorizao, capacidade negocial ou privada. So hipteses nas quais mesmo o cidado sendo dotada de capacidade geral ou plena, ser necessria a legitimao para a prtica de alguns atos da vida civil, o caso clssico a outorga ou vnia conjugal (art. 1647 e ss). Essa se divide em uxria (dada pela esposa) ou a marital (data pelo marido).S h duas excees em que no ser necessria a vnia conjugal para a prtica dos atos do art. 1647 CC, o regime da separao absoluta de bens e se isto for previsto no pacto antenupcial que estabelea o regime da participao final nos aquestos, em relao aos imveis. Quando um dos cnjuges no puder efeituar a outorga ou se negar a efetu-la sem justa causa, o juiz poder supri-la, atravs da ao de suprimento.Se o ato for praticado sem a respectiva vnia conjugal,69 o ato ser anulvel no prazo decadencial de at dois anos contado do trmino do casamento ou do dissoluo da sociedade conjugal, art. 1649 CC. plenamente possvel que o ato seja convalidado.O STJ tem o entendimento de que a fiana prestada sem a autorizao de um dos cnjuges implica na ineficcia total da garantia, Smula 332 STJ.Incapacidade um gnero, que embarca a incapacidade absoluta e a relativa. Essas duas espcies representam um grau na incapacidade da pessoa, sendo a mais branda a relativa. Um exemplo diz respeito a idade: o menor de 16 anos absolutamente incapaz, enquanto aquele que tem entre 16 e 18 anos, goza de incapacidade relativa.Art. 3 do CC traz os absolutamente incapazes.1- Menores de 16 anos, chamados menores impberes2- Aquele que mesmo transitoriamente, no puder exprimir sua vontade.3 XXXO surdo-mudo, a princpio, capaz! S ser incapaz se no puder exprimir sua vontade.A senilidade (idosos) no significa a incapacidade. O CC no atrela a incapacidade idade, a nica disposio neste sentido a obrigatoriedade do regime da separao obrigatria de bens ao maior de 70 anos.Art. 4 CC traz os relativamente incapazes.1- Maior de 16 e menores de 18 anos, menores pberes.2- brios habituais (alcolatra), viciados em txicos (drogados) e os que, por deficincia mental, tenham o discernimento reduzido.3- os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.4-os prdigos.*Prdigo aquele que se desfaz do prprio patrimnio sem uma causa justificadora. Ex: o viciado em jogo.A interdio do prdigo s o impedir de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitao, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que no sejam de mera administrao, art. 1782 CC.O relativamente capaz assistido e o absolutamente incapaz representado.O pargrafo nico do art. 4 do CC afirma que ao ndio se aplica a lei especial (LEI 6001/73 Estatuto do ndio) Tal Estatuto afirma que os silvcolas so absolutamente incapazes. O silvcola o ndio sem hbito urbano, o ndio que vive em uma tribo encravada no meio da floresta. O silvcola no conhece nossas regras de convivncia, ele no sabe o que permitido e o que no . A incapacidade finda junto de seu fato gerador, por exemplo: com a idade ou com o fim da patologia. Uma terceira espcie de cessao da incapacidade a emancipao, que a antecipao da capacidade plena. A emancipao ato irrevogvel e irretratvel. O art. 5, 3 traz trs espcies de emancipao: a voluntria, a judicial e a legal.A emancipao voluntria aquela concedida por ambos os pais ou por um deles na falta do outro a menor com ao menos 16 anos completos, independente de autorizao ou homologao judicial. Se apenas um dos pai tiver a guarda unilateral do menor no poder unilateralmente conceder a emancipao ao menor, ou seja, o outro pai dever concordar, pois a guarda no extingue o poder familiar, art. 1583 e 1584 CC.Se houver conflito entre os pais na emancipao voluntria, o juiz ser responsvel por dirimir o conflito, art. 1631 CC. Esta uma regra padro do poder familiar, o juiz decidir de acordo com o princpio da proteo integral do menor.A emancipao voluntria no possibilita o fim da responsabilidade civil dos pais em razo dos atos do menor -RESP 122573/PR. Neste caso, os pais iro responder solidariamente com o menor, Enunciado 41 do CJF.A emancipao judicial aquela conferida pelo tutor a seu pupilo ou tutelado que tenha 16 anos completos. Neste caso necessria deciso judicial e isto decorre do fato de a tutela ser um encargo pblico. Ser inclusive ouvido o Ministrio Pblico.A emancipao legal ocorre automaticamente, quando a pessoa atinge uma condio que se torna incompatvel com a incapacidade. O casamento uma das causas de emancipao legal.O divrcio posterior no faz retornar a situao de incapacidade, pois a emancipao ato irrevogvel e irretratvel.Outro caso de emancipao legal o exerccio de emprego pblico efetivo. No a mera aprovao em concurso pblico. No o desempenho de emprego pblico temporrio.A terceira hiptese a colao de grau em ensino superior. No a aprovao em vestibular.O ltimo caso o estabelecimento civil ou comercial, ou a existncia de relao de emprego, desde que, em funo deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia prpria.No caso de emancipao judicial ou legal, os pais esto livres da responsabilidade civil em relao aos atos praticados pelo filho emancipado. Isto se deve ao fato de na emancipao judicial, o juiz ter participado do ato e na legal, o legislador ter optado por tal emancipao.Extino da Pessoa FsicaA extino da pessoa fsica ou natural se d com a extino da sua personalidade, essa ocorre com a sua morte.A morte pode ser real ou ficta/presumida. A morte ficta/ presumida pode ocorrer sem procedimento ou declarao de ausncia ou com procedimento ou declarao de ausncia.A morte real aquela na qual h um cadver, h um corpo. Basta que um profissional de medicina ateste a morte. No brasil, a morte se d no momento que houver a morte enceflica, o que nos diz a lei 9434/97 (a lei de transplante de rgos).A morte ficta ou presumida se denomina desta forma pelo fato de no haver um corpo/cadver. Neste caso, quem atesta o bito o juiz. S h duas hipteses nas quais o legislador civilista dispensa o procedimento de ausncia (art. 7 CC):1- Se for extremamente provvel a morte de quem estava em perigo de vida.2- se algum, desparecido em campanha ou feito prisioneiro, no for encontrado at dois aps o trmino da guerra.O juiz s dever declarar a morte aps encerradas as buscas e fixar uma data provvel de morte. A doutrina vem chamando este procedimento de justificativa.O procedimento de ausncia um procedimento lento e burocrtico e dividido em trs fases: 1 curadoria ou arrecadao de bens; 2 sucesso provisria e 3 sucesso definitiva.Art. 22 CC Qualquer interessado ou o Ministrio Pblico fara a requisio ao juiz para o incio do procedimento de ausncia. Aps o juiz declarar a ausncia, este nomear um curador que ir administrar os bens do ausente. (O curador no para a pessoa do ausente e sim para os seus bens, no possvel haver um curador para uma pessoa que est ausente.O art.25 CC traz uma ordem de preferncias acerca deste curador: 1- cnjuge que no esteja separado de fato h mais de dois anos;2 os pais;3 os descendentes, preferindo os mais prximos em relao aos mais remotos;4 algum da confiana do juiz, que o curador dativo;A curadoria ou arrecadao de bens durar 1 ano, sendo dilatado para 3 anos (art. 26 CC), caso o ausente tenha deixado procurador que aceitou o encargo.Vencido o prazo, os legitimados do art. 27 CC podero pleitear a converso da curadoria de bens em sucesso provisria. A deciso que ordena a publicao apenas ir produzir seus efeitos 180 dias aps a publicao.Os imveis do ausente, em regra, no podero ser alienados, salvo com autorizao judicial, por desapropriao ou para lhes evitar a runa.O curador dever prestar garantia/cauo para assumir tal encargo.Sendo a sucesso provisria, ser necessria guardar 50% dos frutos dos bens deixados pelo ausente. Os cnjuges, descendentes e ascendentes esto liberados da prestao da cauo e da guarda de 50% dos frutos.A sucesso provisria dura 10 anos. Passados os 10 anos sem o retorno do ausente, ser iniciada a sucesso definitiva, com a transferncia dos bens.*Se o ausente tiver mais de 80 anos e se as suas ltimas notcias datarem de mais de 5 anos, poder iniciar o procedimento pela sucesso definitiva (art. 38 CC).Se o ausente retornar na primeira fase do procedimento de ausncia, nada acontecer, pois no houve alterao patrimonial. Se o ausente retornar na segunda fase do procedimento, o ausente receber o patrimnio da forma que o deixou. Se tiver ocorrido depreciao acima da mdia, o ausente levantar a cauo e o ausente ter direito a 50% dos frutos que ficaram guardados. Sendo a ausncia voluntria e injustificada, o ausente perder os frutos. Retornando o ausente na terceira fase, ter direito ao patrimnio no estado em que se encontra ou aquilo que se substituiu (sub-rogou no lugar).Regressando 10 anos aps a sucesso definitiva, o ausente no ter direito a patrimnio algum. O art. 1571 CC afirma que na hiptese de ausncia, o casamento findar. A lei no afirma quando cessar o casamento. A doutrina afirma que o casamento ser extinta desde o momento em que for requerida tal dissoluo. Retornando o ausente, no haver restaurao da situao patrimonial.A comorincia (morincia = morte; co = conjunta) uma presuno relativa de morte simultnea. Ela aplicvel quando duas ou mais pessoas falecerem na mesma ocasio, no sendo possvel precisar quem faleceu primeiro (art. 8 CC). O poder judicirio as declarar comorientes. A consequncia abertura de duas cadeias sucessrias distintas. Outra caracterstica que um comoriente no herda do outro.A comorincia necessita que as duas mortes se dem no mesmo local e mesmo horrio? A doutrina entende que no, que possvel que os dois tenham falecido em locais diferentes, mas este um caso rarssimo.Pessoa Jurdica

Pessoa Jurdica a soma de esforos humanos, uma corporao, ou a destinao de um patrimnio (fundao) constituda na forma da lei, visando uma finalidade lcita e de acordo com a sua funo social.A pessoa jurdica adquire personalidade jurdica no momento em que houver o registro de seus atos constitutivos (art. 45 CC). Este registro ter eficcia ex nunc, diferentemente do que ocorre com a pessoa fsica.Em alguns casos, antes do registro, ser necessria uma autorizao ou aprovao do poder executivo, sob pena de inexistncia (doutrina). Dois exemplos: instituies financeiras e Seguradoras.Em outras situaes, aps o registro civil, ser necessria o registro em outro rgo, como o caso dos partidos polticos, art. 17 CF. Ele dever ser registrado tambm no TSE.Se houver algum tipo de defeito no registro dos atos constitutivos da pessoa jurdica, o direito de requerer a anulao do mesmo decai em trs anos.A partir do momento em que houver o registro dos atos constitutivos, passar a valer o princpio da separao, independncia ou autonomia. A pessoa jurdica ser sujeito de direitos. Haver distino entre o patrimnio dos scios e o da pessoa jurdica.Desconsiderao da personalidade da pessoa jurdica da pessoa jurdica (disregand doutrine). a mitigao do princpio da separao patrimonial, somente em casos excepcionais, atingindo o patrimnio dos scios. A desconsiderao uma medida excepcional e episdica atravs da qual o patrimnio dos integrantes de uma determinada pessoa jurdica, responder por dividas da respectiva pessoa jurdica.O art. 50 CC traz os requisitos: 1- Pedido expresso, pela parte ou pelo MP.2- abuso da personalidade jurdica, mediante desvio de finalidade ou confuso patrimonial.No Cdigo Civil no possvel que o juiz aplique a desconsiderao de ofcio! Para que a desconsiderao ocorra no Cdigo Civil no necessria a insolvncia ou o encerramento das atividades da pessoa jurdica. O Cdigo Civil adota a teoria maior e objetiva. Adota a teoria maior, pois o Cdigo Civil exige um nmero maior de requisitos. Adota a teoria objetiva pelo fato de no exigir a presena da culpa e nem do dolo.No art. 28, 5 do CDC, aplica-se a teoria menor. O nico requisito que a pessoa jurdica seja um obstculo ao recebimento de valores e possvel que o juiz desconsidere de ofcio.*No Cdigo Civil, a desconsiderao poder atingir at mesmo a figura do administrador, mesmo que ele no seja scio.A Doutrina e o STJ clamam pela aplicao da desconsiderao inversa ou indireta. Esta desconsiderao se d de forma contrria, atingido o patrimnio da pessoa jurdica. Esta teoria foi criada pela doutrina e aceita pelo STJ.Classificao da pessoa jurdica.Em relao atividade, a pessoa jurdica pode ser de: direito pblico e direito privado. As pessoas jurdicas de direito pblico podem ser de direito pblico interno ou de direito pblico externo. As pessoas jurdicas de direito pblico externo so os estados estrangeiros e as demais entidades reguladas pelo direito internacional.No art.44 CC encontramos um rol exemplificativo de pessoas jurdicas de direito privado. Ressaltar organizaes religiosas, partidos polticos e EIRELI.Se a fundao for pblico, ser necessria vir acompanhada do adjetivo, se vier desacompanhada, ser necessariamente fundao pblica. Sociedade de Economia Mista e Empresa Pblica so pessoas jurdicas de direito privado.Em relao estrutura, as pessoas jurdicas se subdividem em corporaes e as fundaes. A corporao a soma de esforos humanos, posto isto, podemos denomina-la como uma universalidade de pessoas (universitas personarum). As fundaes consistem na destinao de um patrimnio, desta forma, so uma universalidade de bens (universitas bonurum). As corporaes se subdividem em associaes e sociedades, que podem ser simples ou empresrias.A sociedade a unio de scios organizados, em regra, segundo um contrato social (exceo da SA que tem estatuto) objetivando a partilha de lucros ao final de um exerccio financeiro. As sociedades se dividem em simples (comuns) e empresrias (mercantis).Uma diferenciao que a sociedade empresria pratica atos de empresa, art. 966 CC. A sociedade simples pratica prestao de servios (profisso intelectual, de natureza cientfica, literria, artstica, etc).A sociedade empresria registrada no Registro Pblico de Empresas (JUNTA COMERCIAL), enquanto a sociedade simples registrada no Cartrio de Registro de Pessoas Jurdicas.A associao a unio de associados organizados atravs de um estatuto que tenha uma finalidade ideal, a lei chama de fins no-econmicos/no-lucrativas. A associao, em tese, no objetiva a partilha de lucros ao final do exerccio. Isto no significa que a associao no pode dar lucros. Exemplo de associao: associao de moradores.Na associao, os associados no possuem direitos e deveres entre si, mas sim possuem direitos e deveres com a pessoa jurdica. Os associados, em regra, devem ter direitos iguais, mas possvel que se tenham categorias com vantagens especiais.Para a excluso do associado, necessrio que haja justa causa e tambm direito de defesa e recurso.As fundao (universidade de bens) somente podero constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistncia. A destinao patrimonial poder ser realizada atravs de escritura pblica, quando o objetivo por destinao de patrimnio entre ato inter vivos, e testamento, quando a destinao se der atravs de ato mortis causa.Se a fundao for instituda por ato inter vivos, a escritura irretratvel, mesmo que o patrimnio no tenha sido transferido. O MP poder ajuizar ao para a transferncia dos bens.O testamento revogvel!Se o patrimnio destinado for insuficiente, o patrimnio ser incorporado outra fundao de fim igual ou semelhante, se o institudos no tiver disposto de forma diferente.A alterao do estatuto possvel atravs do qurum de 2/3, no poder contrair a finalidade ou desvirtu-la e depender de autorizao do Ministrio Pblico. O art. 66 do CC confere ao MP o zelo das fundaes. Refere-se ao Ministrio Pblico Estadual. A minoria vencida ter o prazo de 10 dias para recorrer da mudana do estatuto.Se a fundao estiver presente em diversos estados, o MP de cada estado ser responsvel por fiscalizar a parcela da fundao que se encontrar no estado da sua atuao.

DIREITOS DA PERSONALIDADEOs direitos da personalidade so garantias elementares/fundamentais deferidas pessoa para o pleno exerccio da sua personalidade jurdica.Os direitos da personalidade so intransmissveis e irrenunciveis, no podendo sofrer o seu exerccio limitao voluntria, ou seja, so indisponveis (art. 11 CC).A referida indisponibilidade relativa, pois em algumas situaes a lei permite a disposio do direito da personalidade. Enunciado 4 CJF O exerccio dos direitos da personalidade pode sofrer limitao voluntria, desde que no seja permanente e nem geral. A disposio transitria e especfica admitida pelo direito. Os direitos da personalidade so absolutos, no sentido de que possui oponibilidade contra todos, ou seja, erga omnes. Os direitos da personalidade so imprescritveis, ou seja, ausncia do exerccio no gera a sua perda. O que imprescritvel o direito e no a pretenso de reparao civil se este direito for lesado, esta prescreve em 3 anos.Os direitos da personalidade so vitalcios, pois o seu objetivo a proteo da personalidade, logo, vai at a morte. *Leso indireta/ricochete/reflexa ocorre quando na tentativa de lesar a personalidade do morto, acaba-se por atingir a personalidade de algum que encontra-se vivo. Neste caso, ter legitimao: 1- cnjuge sobrevivente; 2- parente em linha reta; 3 - colateral at o quarto grau (art.12 CC).Se a leso indireta estiver correlacionada com a imagem, utiliza-se o rol do art. 20 PU: 1- cnjuge, ascendentes e descendentes (Enunciado n 5 CJF). Resp 521597/RJ Caso Garrincha.Classificao do Cdigo Civil dos direitos da personalidade. Pilar da integridade fsica Proteo do corpo vivo, proteo do corpo morto e a autonomia do paciente.Pilar da integridade psquica/moral imagem, privacidade e o nome.A tutela do corpo vivo art. 13 CC salvo por exigncia mdica, defeso o ato de disposio do prprio corpo, quando importar diminuio permanente da integridade fsica, ou contrariar os bons costumes. Ser admitido para fins de transplante, na forma estabelecida na lei especial (Lei de transplante 9437/97).Enunciado n 6 CJF O termo exigncia mdica dever ser significado de forma ampla, para que venha a abranger tanto as exigncia fsicas quanto as psquicas.A tutela do corpo morto art. 14 CC vlida, com objetivo cientfico ou altrustico, a disposio gratuita do prprio corpo, no todo ou em parte. Poder ser revogada a qualquer tempo. Autonomia do paciente art.15 CC Ningum pode ser constrangido (obrigado) a submeter-se, com risco de vida, a tratamento mdico ou interveno cirrgica. *Majoritariamente no Brasil, entende-se pela necessidade de interveno do mdico pela manuteno da vida em hipteses emergenciais, mesmo no caos de pessoas que no desejam (testemunha de jeov).Integridade psquica Direito imagem So as caractersticas identificadoras da pessoa. A imagem se subdivide em: imagem-retrato; imagem-atributo e imagem-voz.A imagem-retrato a fotografia, so as caractersticas fisionmicas. A imagem-atributo um qualitativo social que no necessariamente caminha ao lado da imagem-retrato. A imagem-atributo pode ser exemplificada como gente boa, mala, chata. A imagem-voz o timbre sonoro identificador. Tanto a CF (art. 5 V e X), quanto o CC (art. 20) regulam o direito imagem.A imagem tem que ser autorizada, expressa ou tacitamente, salvo nos casos necessrios administrao da justia ou manuteno da ordem pblica (art. ). A jurisprudncia consigna que pessoas pblicas em locais pblicos podem ser fotografadas/filmadas, pois sobre a pessoa pblica, reside o direito informao. O mesmo pensamento se aplica quele que estiver com a pessoa pblica no local pblico.Caso a veiculao da imagem tiver fins comerciais, exige-se a autorizao independentemente de ser pessoa pblica ou no, sob pena de dano moral puro (Smula 403 STJ). A prova pode chamar tambm de dano moral in re ipsa, significa o dano em si mesmo, ou seja, a simples veiculao gera o dano moral. Independe se a propaganda negativa ou positiva.Vida privada ou privacidade (CF art. 5, XII) a vida privada da pessoa natural inviolvel, e o juiz, a requerimento do interessado, adotar as providncias necessrias para impedir ou fazer cessar ato contrrio a esta norma.Nome uma etiqueta social. Em tese, a escolha do nome livre. (Toda liberdade em direito uma liberdade assistida). O art. 55 da LRP informa que o nome no poder expor o cidado ao ridculo, pois no estar promovendo a personalidade da pessoa e sim o depreciando.O nome dever ser em lngua portuguesa (art. 13 CF/88). O nome tem elementos essenciais: o prenome e o sobrenome, tambm chamado de patronmico ou apelido de famlia. possvel que haja tambm um elemento acessrio/acidental, o chamado agnome. O agnome existir para evitar a homonmia na mesma famlia. Exemplo: filho; primeiro; neto; junior.O nome da pessoa no poder ser empregada por outrem em publicaes ou representaes que a exponham ao desprezo ainda que no haja inteno difamatria (art. 17 CC).Sem autorizao, no se pode usar nome alheio em propaganda comercial (art. 18 CC). So hipteses de dano moral in re ipsa.O pseudnimo adotado para atividades lcitas goza da proteo que se d o nome. Este apelido pode ser acrescido ao nome (art. 17 LRP).Aplica-se s pessoas jurdicas, no que couber, a proteo dos direitos da personalidade (art. 52 CC). Smula 227 STJ A pessoa jurdica pode inclusive sofrer dano moral.Smula 385 STJ Se a segunda inscrio no SPC/SERASA for indevida, mas se a primeira for inscrita devidamente, no haver dano moral in re ipsa.NEGCIO JURDICONegcio jurdico a manifestao da vontade humana objetivando criar, modificar, conservar ou extinguir relaes jurdicas. O negcio jurdico para ser vlido necessita observar alguns requisitos. Exemplo de negcios: testamento e contrato.Os requisitos do negcio jurdico vlido (art. 104 CC): 1 - agente capaz (+legitimado); 2 - objeto lcito, possvel, determinado, ou determinvel; 3 - forma prescrita ou no defesa em lei ;4 - consentimento vlido (vontade exteriorizada).Objeto lcito a possibilidade jurdico, aquilo que possvel para o direito. O possvel diz respeito a uma possibilidade material. Determinado ou determinvel depende do nvel de individualizao do objeto.Forma a regra a forma livre (art. 107 CC). A validade da declarao de vontade no depender de forma legal, salvo expressamente previsto. A vinculao pode ser por fora da lei ou manifestao de vontade.Negcios que dizem respeito a imvel cujo valor ultrapasse 30 vezes o maior salrio mnimo vigente no pas dever ser celebrado por escritura pblica (art. 108 CC). H uma exceo: o contrato preliminar no necessita da forma do contrato principal, o contrato preliminar tem forma livre (art. 462 CC). Ex: compra de imvel na planta realizada no prprio estande de vendas, pois apenas uma promessa de compra e venda.Consentimento vlido, livre e desembaraado. Ele deve ser desprovido de qualquer dolo, erro, coao, etc. Pode ser externado de qualquer maneiro, instrumento pblico, particular, etc. possvel externar o consentimento atravs do silncio? Sim! O art. 111 do CC permite, mas exceo. Necessita dois requisitos que as circunstncias ou os usos autorizem e no seja necessria declarao de vontade expressa. Exemplo: art. 539 CC Na doao pura em que seja fixado prazo para o donatrio aceite, se o donatrio se mantiver em silncio, presume-se aceitao. Neste caso, o silncio importar em consentimento, ou seja, anuncia em relao doao.Teoria das Invalidades do Negcio JurdicoInvalidade = inadequao. As invalidades tambm so chamadas de nulidades, se subdividem em duas espcies: absolutas e relativas. As nulidades absolutas podem ser chamadas de nulidades e as relativas podem ser chamadas de anulabilidade. Os dois tipos de nulidade representam nveis de inadequao. Inadequao grave = nulidade absoluta ou nulidade apenas.AS hipteses de nulidades absolutas (art. 167 e 166 CC): nulo o negcio simulado.Art. 166: 1- pessoa absolutamente incapaz.2- motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilcito;3- no revestir a forma prescrita em lei;4- for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;5- tiver por objeto fraudar lei imperativa;6- a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prtica, sem cominar sano;7- for ilcito, impossvel ou indeterminvel o seu objeto;Caractersticas - o ato nulo atinge o interesse pblico superior. Ela pode ser arguida por qualquer pessoa, o MP ou at mesmo o juiz de ofcio. No admite confirmao (ratificao convalidao - saneamento), mas pode ser convertido (art. 169 e 170 CC).A ao declaratria de nulidade decidida por sentena de natureza declaratria de efeitos ex tunc. A nulidade absoluta pode ser reconhecida a qualquer, ou seja, no se submete a nenhum prazo prescricional ou decadencial. O juiz pode apontar a nulidade absoluta, mas no pode supri-la de ofcio. Para arguir a matria no STJ ou no STF, ser necessria o prequestionamento.Hipteses de anulabilidade: 1- incapacidade relativa do agente; 2- por vcio resultante de erro, dolo, coao, estado de perigo, leso ou fraude contra credores.Defeitos/vcios do negcio jurdico no consentimento = erro, dolo, coao, leso ou estado de perigo. Defeitos sociais = fraude contra credores e a simulao (nulidade absoluta).Caractersticas do ato anulvel atinge interesse particular; s poder ser arguida a anulabilidade pelos legtimos interessados; admite confirmao expressa ou tcita (ratificao convalidao saneamento); a anulabilidade tem o prazo de quatro anos para ser arguida, em regra, pois squando a lei dispuser que determinado ato anulvel sem estabelecer prazo para a arguio, o prazo ser de dois anos.Prazo de 4 anos: do dia em que cessar a coao, do dia em que cessar a incapacidade, do dia de celebrao do negcio quando houver fraude contra credores, erro, dolo, etc.Exemplo: art. 496 CC a venda de ascendente para descendente anulvel se no for consentida pelos demais descendentes. No estabelece prazo, logo, o prazo de dois anos.Eficcia est relacionada aos efeitos do negcio jurdico. Elementos acessrios/acidentais/secundrios condio, termo e modo ou encargo. Condio o evento futuro e incerto aposto no negcio pela vontade das partes e que venha a subordinar os efeitos do negcio jurdico. A condio pode ser suspensiva ou resolutiva. A condio suspensiva aquela que quando no implementada deixa em suspenso os efeitos do negcio (art. 125 CC). A condio suspensiva impede a aquisio e o exerccio do direito. A condio resolutiva (arts. 127 e 128 CC) o oposto da condio suspensiva, pois o negcio j produz seus efeitos automaticamente e quando implementada a condio, ele se extingue, ele se resolve.O CC ainda classifica as condies em lcitas e ilcitas. So lcitas todas as condies no contrrias lei , ordem pblica ou aos bons costumes. ilcita as condies que privarem de todo efeito o negcio jurdico, ou o sujeitarem ao puro arbtrio de uma das partes. So defesas tambm as condies fsica ou juridicamente impossveis, quando suspensivas, as condies ilcitas, ou de fazer coisa ilcita; as incompreensveis ou condies impossveis. So inexistentes tambm as condies impossveis, quando resolutivas, e as de no fazer coisa impossvel.O termo um evento futuro e certo. H a certeza sobre a sua ocorrncia. Termo inicial ou termo a quo aquele que marca o incio do exerccio de um direito. O termo a quo no impede a aquisio do direito, mas apenas o seu exerccio (art. 132 CC). O termo tambm pode ser final ou ad quem, ele marca o trmino do exerccio do direito. Modo ou encargo no suspende nem a aquisio e nem o exerccio do direito, pois a pessoa precisa estar exercendo o direito para cumprir o modo ou encargo. Considera-se no escrito o encargo impossvel ou ilcito, salvo se for o motivo determinante da liberdade do negcio jurdico, o que invalidar todo o negcio jurdico. Todo negcio que tem modo ou encargo negcio jurdico oneroso.Defeitos/vcio do negcio jurdico geram nulidade relativa, com exceo da simulao que gera nulidade absoluta. So divididos em vcios do consentimento e vcios sociais.Erro (ignorncia) vcio do consentimento. uma percepo equivocada da realidade. O erro gera a anulabilidade quando o erro for substancial/principal/essencial/causa determinante quando pudesse ser constatado por pessoa de diligncia normal, em face das circunstncias do negcio.Erro acidental/acessrio aquele erro que no o fato gerador do negcio, pois o erro principal aquele que o fato gerador do negcio. Este erro relaciona-se a indicao da pessoa ou da coisa, mas que pelas circunstncias possvel verificar a pessoa ou a coisa cogitada. O erro acessrio no tem consequncia para o direito civil.Hipteses/modalidades de erro: error in negotio (sobre o negcio; error in corpore (sobre o objeto); error in persona (sobre a pessoa) e error in iures (sobre o direito). O erro sobre o negcio quando se equivoca acerca do negcio jurdico pactuado. O erro sobre o objeto pode ser em relao qualidade ou quantidade. Erro sobre a pessoa o erro relativo identidade ou qualidade essencial da pessoa. O erro de direito no negativa aplicao da lei, mas sim equvoco sobre o seu alcance.O falso motivo s vicia a declarao de vontade quando expresso como razo determinante. A transmisso errnea da vontade por meios interpostos anulvel nos mesmos casos em que o a declarao direta. Exemplo: procurador que toma deciso diferente da ordenada pelo mandatrio.O erro de clculo gera apenas a retificao da manifestao de vontade.O dolo o induzimento malicioso para que algum pratique um ato contra a sua prpria vontade. Lembrar da expresso ardio. O negcio jurdico anulvel quando o dolo for a causa determinante do negcio jurdico. O dolo acessrio gera perdas e danos, mas no anula o negcio.O dolo principal negativo/por omisso o silncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado. Dolo de terceiro quando o dolo decorre da conduta de terceiro. A consequncia do dolo decorrente da conduta de terceiro se a parte a quem aproveita souber ou devesse saber, o ato anulvel; caso a parte no souber ou no devesse saber, o terceiro responder a ttulo de perdas e danos em face do lesado.O dolo do representante legal de uma das partes s obriga o representante a responder civilmente at a medida do seu proveito econmico. O dolo praticado pelo representante convencional, o representado responder solidariamente.O dolo recproco ocorre quando ambas as partes agirem com dolo. Neste caso, nenhuma das partes poder requerer anulao do NJ, tampouco poder pleitear perdas e danos.A coao moral a presso ou ameaa/terror psicolgico para que algum pratique um ato contra a sua prpria vontade. A coao moral apenas gera a anulao do ato se esta for substancial, ou seja, causa determinante do ato. Ela tambm dever ser grave, deve imputar verdadeiro temor de dano srio. A coao tem que ser injusta (ilcita, contrria lei). A coao deve ser atual ou iminente. A coao deve constituir ameaa de prejuzo pessoa ou bens da vtima, ou pessoas da sua famlia ou seus bens ou at mesmo a terceiros e seu patrimnio. Se a coao for sobre terceiro, o magistrado dever analisar as circunstncias do caso (art. 151 CC).Na anlise da coao, o juiz deve levar em considerao caractersticas especficas da vtima, a fim de saber o grau de interferncia da coao sobre a tranquilidade psquica do coagido.As perdas e danos na coao de terceiro de responsabilidade solidria.Exerccio regular de um direito ou temor referencial no gera coao.