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REVISTA Publicação mensal da construção civil - ano 3 - nº 25 - março de 2006 Condomínios investem cada vez mais em segurança, espaço e lazer Tranqüilidade e conforto Condomínio resort Belvedere Top Green, consórcio Alicerce Castor

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Page 1: Tranqüilidade e conforto - BBC ENGENHARIA · usadas as normas NBR 14323:1999 – Di - ... esqueça de que, como toda norma da ABNT, em caso descumprimento, há risco de futura punição

REVISTA

P u b l i c a ç ã o m e n s a l d a c o n s t r u ç ã o c i v i l - a n o 3 - n º 2 5 - m a r ç o d e 2 0 0 6

Condomínios investem cada vez mais em segurança, espaço e lazerTranqüilidade e conforto

Condomínio resort Belvedere Top Green, consórcio Alicerce Castor

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20Março de 2006 Revista Obras on Line

Artigo técnico

Só neste último mês, em Belo Hori-zonte, ocorreram quatro incêndios com grande potencial de risco: pré-

dio da Telemar, na avenida Afonso Pena; um edifício de salas, no bairro Luxembur-go; sede da Asmare, na avenida dos Andra-das; e supermercado Champion, no bair-ro Coração Eucarístico. Neste artigo será abordado um assunto de muita impor-tância: a proteção passiva de estruturas de aço em situação de incêndio. Incêndios não ocorrem ao acaso, mas sim por diversos fatores, como o uso de ma-teriais de baixa qualidade (cabos e fios fora de normalização vistos na matéria de capa da última edição da revista Obras on Line) e falta de manutenção preventiva. E prevenção é uma palavra que não pode ser relegada a segundo plano, especialmente porque as edificações que construímos serão utilizadas por pessoas e, se formos displicentes, elas poderão perder suas vi-das em um incêndio. Projeto Ao se projetar uma construção, a estrutu-ra, além de ser dimensionada à tempera-tura ambiente, também deve ser pensada em situação de incêndio, que consiste, resumidamente, na verificação da capaci-dade de resistência dos elementos estru-turais (lajes, vigas, pilares) e suas ligações em temperaturas elevadas. Mas por que essa verifica-ção? Porque as proprieda-des mecânicas (resistência à compressão e tração, módu-lo de elasticidade e outras) dos materiais que com-põem a estrutura, como o concreto e o aço, debilitam-se progressivamente com o aumento da temperatura, podendo causar colapso prematuro da edificação (veja detalhes no gráfico).

Proteção passiva de estruturas

em situação de incêndio Normas No caso das estruturas de aço, deverão ser usadas as normas NBR 14323:1999 – Di-mensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio – e NBR 14432:2000 – Exigências de Resistência ao Fogo de Elementos Construtivos de Edifi-cações. Essas normas estabelecem várias diretrizes e, ainda, para os vários tipos de edificações, o tempo requerido de resistên-cia ao fogo (TRRF). No caso das estruturas de concreto, deverá ser utilizada a norma NBR 15200:2004 – Projeto de Estruturas de Concreto em Situação de Incêndio. Não se esqueça de que, como toda norma da ABNT, em caso descumprimento, há risco de futura punição. Em convívio no meio jurídico, como perito em engenharia civil, tenho observado inú-meros casos de condenação de engenheiros que realizaram obras fora das especificações das normas da ABNT, em que são aplicados o Cap. V, Seção IV, Parag. VIII, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, versão de 1998, que reproduzo abaixo: “É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofi-ciais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de

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21 Março de 2006 Revista Obras on Line

Clémenceau Chiabi Saliba Jr.Professor de Engenharia Civil da PUC Minas

Diretor técnico adjunto do Instituto Mineiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-MG)

E-mail: [email protected]

Normas Técnicas ou outra entidade creden-ciada pelo Conselho Nacional de Metrolo-gia, Normalização e Qualidade Industrial – Conmetro.” O dimensionamento de uma estrutura em situação de incêndio visa possibilitar:- o tempo necessário para fuga dos ocupan-tes da edificação;- o planejamento das operações de combate ao incêndio; - a minimização dos danos a edificações vi-zinhas e à infra-estrutura pública.

Tempo Requerido deResistência ao Fogo Para atingir os objetivos citados acima, as edificações devem ser projetadas para re-sistirem, antes de entrar em colapso, a um determinado tempo: o tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF). O TRRF é avaliado subjetivamente, levando em consideração os riscos e as conseqüências do incêndio, sendo fornecido normalmente em função de fatores como tipo de ocupa-ção, altura e área da edificação; existência e

profundidade de subsolos; e medidas ligadas à prevenção e à extinção do incêndio, à com-partimentação do edifício e à facilidade ou não do escoamento de pessoas. A grosso modo, estruturas de porte redu-zido estão isentas de atender quaisquer re-quisitos de resistência ao fogo, como obras com área total menor ou igual a 750m2, a maioria das térreas, a maioria daquelas de dois pavimentos com área total inferior a 1.500m2, centros esportivos, terminais de passageiros com até 23m de altura, depósi-tos de materiais incombustíveis e garagens com até 30m de altura. As demais deverão atender tempos de 30, 60, 90 e 120 minu-tos, conforme cada caso. Uma tabela com-pleta dos TRRF para cada tipo de edifica-ção poderá ser encontrada na norma NBR 14423:2000. No caso da proteção das estruturas de aço em situação de incêndio, apesar de assunto normalizado há mais de cinco anos, por enquanto apenas no estado de São Paulo é exigida, para obtenção do “Habite-se”, a ART junto ao Crea, do ser-viço de aplicação de proteção passiva e

laudo técnico do material aplicado, com-provando sua eficiência. No próximo mês falaremos dos materiais e técnicas de aplicação utilizados na proteção passiva das estruturas.