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Armando A Oliveira A CONTA I–1 ARMANDO A OLIVEIRA SOLICITADOR TRAMITAÇÃO DO PROCESSO EXECUTIVO A CONTA EM DESENVOLVIMENTO (V2) 04/07/2010 [email protected]

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Page 1: TRAMITAÇÃO DO PROCESSO EXECUTIVO A CONTA · PDF fileArmando A Oliveira A CONTA I–3 Tabela 1 Regimes em vigor em função da data de entrada do processo 15 de Setembro de 2003 1

Armando A Oliveira A CONTA I–1

ARMANDO A OLIVEIRA

SOLICITADOR

TRAMITAÇÃO DO PROCESSO EXECUTIVO A CONTA

EM DESENVOLVIMENTO (V2)

04/07/2010

[email protected]

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Armando A Oliveira A CONTA I–2

I.

INTRODUÇÃO

O momento em que o AE deve proceder ao apuramento de responsabilidade do executado pode depender da vontade de alguma das partes ou de terceiro (quando seja requerido o apuramento de responsabilidade), ou quando é atingido valor suficiente para assegurar o pagamento da quantia exequenda, juros e custas (sejam estas devidas ao cofres ou ao exequente, a titulo de custas de parte), pela transacção, pela insolvência do executado ou ainda pela impossibilidade de encontrar bens penhoráveis.

O facto do Regulamento das Custas Processuais ter sido elaborado em momento anterior às mais recentes alterações ao Código do Processo Civil, levou a que o regime ali consagrado não esteja totalmente adaptado à realidade prática do processo executivo, mantendo-se um significativo afastamento dos intervenientes na aplicação deste normativo. Resulta pois alguma confusão quanto ao momento e a forma como o apuramento da responsabilidade do executado tem lugar.

Para analisar esta questão teremos que conjugar vários normativos, tento especial atenção ao alcance do artigo 26º do RCP, mais precisamente se este é ou não aplicável ao processo executivo.

Neste documento pretende-se abordar, sempre que possível, as normas em vigor e a aplicabilidade destas na prática processual, designadamente na aplicação informática GPESE.

Divide-se este trabalho em duas partes, a primeira relativa aos normativos que influem na elaboração da conta / liquidação de responsabilidade e a segunda parte com diversas matérias relacionadas com a conta, designadamente a utilização do GPESE.

Este trabalho versa exclusivamente sobre os processos executivos intentados após a 20 de Abril de 2009, ou seja, posteriores à data de entrada em vigor do Regulamento das Custas Processuais.

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Armando A Oliveira A CONTA I–3

Tabela 1 Regimes em vigor em função da data de entrada do processo

15 de Setembro de 2003

1 de Janeiro de 2004 31 de Março de 2009

20 de Abril de 2009

Reforma da acção executiva

Alterações ao Código das Custas Judicias introduzidas pelo Decreto Lei 324/2003

Nova reforma da acção executiva

Data da entrada em vigor do Regulamento das Custas Processuais

Foi reduzido o valor da taxa de justiça inicial no processo executivo, mantendo-se no entanto as custas finais

Fixa o valor das custas das execuções em valor igual ao da taxa de justiça inicial

Altera e esclarece (em parte) quais as responsabilidade do AE, do Juiz e da Secretaria.

Tabela 2 Resumo de factores que podem influenciar a contabilidade do processo

Apoio judiciário (do exequente ou executado);

Alteração da taxa de IVA (passa a ser de 5%); Influi na tramitação pois - em alguns casos – o

pagamento dos honorários e despesas passa a ser feito pelo IGFPJ.

Decaimento resultante de sentença de oposição;

Reduz o valor que o exequente tem direito a receber do executado a título de custas de parte.

Exequente sujeito passivo de iva com direito a dedução;

No apuramento de responsabilidade não deve ser incluído o IVA que o exequente suportou nos valores reclamados a título de custas de parte.

Natureza dos juros (contratual, civil ou comercial)

Taxa de juro aplicável;

Juros Compulsórios (sentença ou injunção);

Tem que ser liquidado juros à taxa de 5% que se destinam 50% ao exequente e 50% aos cofres (artigo ARTIGO 829º-A do Código Civil);

No pedido de balanço de custas terá que ser feita referência a tal facto;

Imposto de selo sobre juros;

Liquidação de imposto de selo de 4% quando se trate de Juros em operações realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito (conferir ponto 17.2.1 e 17.2.2 da TGIS)

Adiantamentos; Valores já entregues ao AE pelo exequente, pelo IGFPJ ou por credor reclamante.

Natureza e origem dos valores recuperados

Quando haja pagamento voluntário sem que haja bens penhorados;

Quando haja pagamento voluntário e existam bens penhorados sem créditos reclamados;

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Armando A Oliveira A CONTA I–4

Quando haja pagamento voluntário e existam bens penhorados com créditos reclamados;

Quando o pagamento resulte do produto da venda e existam créditos reclamados;

Quando o pagamento é feito por terceiro; Data da apresentação do processo

Influi no valor da taxa de justiça inicial; Regime legal aplicável;

Actos praticados pelo AE e despesas por este suportadas

Identificação dos actos praticados pelo AE; Honorários ou despesas que devam ser suportados

exclusivamente pelo exequente ou por algum das partes;

Actos a praticar pelo AE e despesas que vão ter que ser suportadas

Identificação dos actos que ainda vão ter que ser praticados com vista à extinção do processo e cancelamento das penhoras realizadas.

Motivo pelo qual é elaborado o apuramento de responsabilidade;

Pedido de extinção da instância pelo exequente por pagamento;

Insolvência; Falta de impulso processual; Pagamento voluntário; Produto da venda ou penhora; Oposição procedente; Pedido de adjudicação pelo exequente de créditos

pro-solvendo o que importa na projecção da divida futura.

Fase processual; Influi na determinação do valor de honorários do Agente de Execução;

Existência de oposição, reclamações ou outros excertos declarativos.

Pode haver lugar ao pagamento de valores ao IGFPJ;

Liquidação de prestações vencidas após ter sido instaurado o processo executivo

Terá que ser verificado periodicamente se o valor fixado como quantia exequenda ainda se mantém (por exemplo execução resultante de falta de pagamento de rendas em que terão ser calculadas as rendas vencidas até à entrega do arrendado)

Existência de créditos reclamados

Resultando o pagamento do produto da venda, terá que ser pagos os credores graduados em 1º lugar;

Valor foi recuperado de forma faseada

Terá que ser calculado o juro por período;

Alteração do regime de IVA

Influi na conta de honorários pois terão que ser tidas em conta as alterações que entretanto se tenham verificado.

Coligação de exequente e Havendo vários executados com responsabilidades

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Armando A Oliveira A CONTA I–5

/ ou executados; individualizadas, torna-se necessário manter contas correntes individualizadas, bem assim pode haver lugar a apuramentos parciais, em que uma parte pode ser responsabilizada por determinados actos ou despesas ou fracções desses mesmos actos ou despesas.

Pagamentos feito por depósito autónomo

Terá que ser requerida a transferência de saldos depositados à ordem do IGFPJ

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Armando A Oliveira A CONTA I–6

II. CONTA E APURAMENTO DE RESPONSABILIDADE

1. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DOS

HONORÁRIOS DO AGENTE DE EXECUÇÃO

Dispõem o artigo 13 da Portaria n.º 331-B/2009 que “a remuneração devida ao

agente de execução e o reembolso das despesas por ele efectuadas, bem como os

débitos a terceiros a que a venda executiva dê origem, são suportados pelo autor ou

exequente, mas integram as custas que ele tenha direito a receber do réu ou

executado”.

Resulta assim que é sempre do exequente a responsabilidade pelo pagamento dos honorários e despesas do AE. Importa realçar este facto pois é habitual que o exequente, após receber directamente do executado a quantia em divida, tente “empurrar” para o AE a responsabilidade de cobrar ao executado os honorários e despesas que resultam da conta final.

Deve aqui entender-se que tal responsabilidade deve ser imputada ao credor reclamante, sempre que este requeira o prosseguimento da execução. Nestes casos o credor reclamante passa a figurar como exequente, assim responsável pelo pagamento de todas as despesas e honorários que passem a ser devidos pela promoção dos actos de executivos (normalmente a venda).

É também habitual que o credor reclamante acabe por também suportar todas as despesas e honorários com o AE, sempre que este requer adjudicação de bens penhorados, com dispensa do depósito do preço1. Neste caso, por força do artigo 455º do CPC e do próprio artigo 13º da Portaria 331-B/2009, tais despesas “saem

precípuas do produto dos bens penhorados”, pelo que, antes de ser emitido titulo de transmissão, deverá o credor reclamante/proponente assegurar o pagamento de tais importâncias2.

1 Sempre que o seu crédito é graduado à frente do crédito exequendo. 2 O credor fará o depósito depois de notificado da nota discriminativa que o AE deverá elaborar para o

efeito, devendo desde logo fazer constar a taxa de justiça inicial suportada pelo exequente, honorários e despesas do AE, despesas que o exequente tenha suportado e sejam legalmente admissíveis (despesas com remoção de bens, emolumentos de registo, etc) e ainda custas que possam ser devidas aos cofres, resultantes de incidentes ou apensos. Neste caso o AE deverá solicitar á Secretaria quais os valores que devem ser assegurados (no que respeita a custas de incidentes ou apensos).

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Armando A Oliveira A CONTA I–7

2. CONTA DO AE E APURAMENTO DE RESPONSABILIDADE DO

EXECUTADO

Não existe norma expressa que determine o momento da elaboração da conta de honorários do AE, resultando assim da conjugação de algumas normas, a saber:

• Artigo 14º da Portaria n.º 331-B/2009, determina que qualquer interessado pode requerer a

revisão da nota de honorários (entenda-se aqui nota de honorários e despesas)

• Nos termos do artigo 25º do RCP, o exequente tem cinco dias, após a notificação de que foi

obtida a totalidade do pagamento3, para notificar a parte vencida a respectiva nota

discriminativa e justificativa da qual conste as despesas previamente suportadas pelo agente

de execução. Tal só poderá ser feito se o AE, simultaneamente com tal notificação, remeter

ao exequente a conta de honorários e despesas.

• Por força dos artigos 916º e 917º do CPC, uma vez que as custas integram a liquidação da

responsabilidade do executado e das custas fazem parte os honorários e despesas do AE.

Há pois que distinguir a conta do AE do apuramento/liquidação de

responsabilidade do executado, pois da primeira só se vai fazer constar os actos praticados e a praticar pelo AE e da segunda, para além da conta do AE, vai-se fazer constar todos os movimentos que importem na determinação do valor em divida.

3. CONTA DO AE

A conta do AE é habitualmente feita a pedido do exequente, quando este pretende celebrar acordo com o executado e, antecipadamente, pretende saber qual o valor que deve por ele ser assegurado.

Este tipo de conta só será feita se não existirem valores recuperados pelo AE, pois nesse caso terá sempre que ser feito um apuramento/liquidação de responsabilidade do executado.

A conta do AE deverá conter:

• Os actos praticados;

• Os actos a praticar com vista a por termo ao processo (incluindo os actos necessários ao

cancelamento de penhoras, notificações de conta e extinção)

• As despesas já suportadas

• As despesas a suportar (incluindo as necessária para o cancelamento de registos de

penhora4);

3 Notificação que será feita pelo AE. 4 O AE deverá sempre ter o cuidado de fazer constar da conta essas despesas, pois é sua obrigação

levar a cabo tais actos, obrigação essa expressa nos casos previstos nos artigos 888º e 900º, mas que também pode ser entendida face ao disposto nos artigos 820º, 827º, 828º, 842ºA, 847º, 863ºB, e ainda, decorrido que seja o prazo para a renovação da execução extinta (920º). A não ser feito o cancelamento dos registos de penhora tal poderá dar origem a prática de actos inúteis noutros processos (sustação ao abrigo do 871º), bem como poderá levar a quer terceiros tenham uma percepção errada sobre a realidade patrimonial do executado

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Armando A Oliveira A CONTA I–8

• Os honorários devidos nos termos do artigo 20º

4. LIQUIDAÇÃO DE RESPONSABILDADE

O apuramento/liquidação de responsabilidade do executado vai conter, para além da conta do AE, todos os movimentos gerados no processo, bem assim a contagem de juros, custas e demais encargos. A liquidação de responsabilidade deverá ocorrer:

• A pedido do exequente, com vista à celebração de acordo, quando existam valores

depositados e/ou quando haja lugar à aplicação da sanção pecuniária compulsória, uma vez

que deverá evidenciar-se quais os valores recuperados e os valores devidos aos cofres;

• A requerimento do executado ou de terceiro que pretenda pagar a divida (916º do CPC);

• Logo que obtida a totalidade do pagamento ou do produto da penhora (artigo 25º do RCP);

• Na sequência de requerimento de adjudicação (artigo 872º e 875º do CPC);

• Sempre que haja motivos para extinção da instância e existam valores depositados (pelo

executado ou por terceiro em nome deste, ou proveniente de penhora);

• Sempre que haja lugar à extinção por inexistência de bens e haja lugar à inscrição na lista

pública de execuções5;

4.1. CIRCUNSTÂNCIA QUE PODEM INFLUIR NA TRAMITAÇÃO

São principias factores que podem influenciar na tramitação e/ou no conteúdo das notificações às partes:

• Existência de bens penhorados e créditos reclamados;

• Existência de valores depositados e se estes valores são produto da penhora;

• A ocorrência de incidentes processuais tributados ou apensos declarativos (oposições,

reclamações de créditos), cujo pagamento deva ser assegurado;

Bens penhorados

A existência de bens penhorados é relevante: a) em primeiro lugar, porque o AE deverá - sempre que possível - incluir o custo dos cancelamento das penhoras; b) em segundo porque poderá importar num possível prosseguimento da execução por impulso do Ministério Público, sempre que haja custas em débito6.

Valores depositados

Caso existam valores depositados, muito particularmente se estes resultam da penhora, o AE deverá assegurar não só a inexistência de custas em débito, como só poderá proceder à restituição de valores ao executado, após cumprimento do artigo 81º do CPPT ou, caso entenda, perante certidão fiscal que comprove que o executado não tem dividas.

5 Quando o AE deva notificar o executado para inserção na lista pública, terá que previamente elaborar

um apuramento de responsabilidade, cujo saldo será notificado a este e posteriormente inserido na dita lista. 6 Assim o AE só poderá levantar a penhora após comprovada a inexistência de custas em divida.

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Armando A Oliveira A CONTA I–9

Créditos reclamados

Se existirem créditos reclamados: a) terão que ser asseguradas as custas devidas pelas reclamações; b) a extinção terá que ser notificada a todos os credores; c) as penhoras só poderão ser canceladas após o decurso do prazo para renovação da execução, nos termos do nº 2 do 920º do CPC.

4.2. PEDIDO DE BALANÇO DE CUSTAS

Dispõem o artigo 29º do RCP que o balanço das custas será feito, no prazo de 10 dias, após a após o pagamento voluntário ou a obtenção do produto da penhora, bem como nos demais casos de extinção da obrigação exequenda7.

Assim deverá sempre ser feito o pedido de balanço de custas, sendo certo que, salvaguardando as situações em que existe dinheiro depositado, a execução por impulso do Ministério Público deverá passar a ser tramitada por oficial de justiça.

Exemplo 1 Requerimento para Balanço de Custas pelo produto

da penhora c/ pagamento de Sanção Pecuniária Compulsória.

7 Não confundir casos de extinção com a extinção propriamente dita que será oportunamente

concretizada

XXX, Agente de Execução nos presentes autos, vem requerer a V.Exª digne ordenar a elaboração do balanço de custas nos termos da alínea b) do artigo 29º do RCP.

Mais informa que:

• Nesta data procedeu-se ao pagamento do DUC 000 000 000 000 000, no

valor de 234,00 Euros, respeitantes a 50% da Sanção Pecuniária

Compulsória;

• Foi obtido pagamento pelo produto da penhora;

• Verificada que seja a inexistência de custas em divida, será execução declara

extinta.

• O apuramento de responsabilidade já se encontra comunicado

telematicamente aos presentes autos.

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Armando A Oliveira A CONTA I–10

Exemplo 2 Requerimento para Balanço de Custas em

consequência de pagamento voluntário ao exequente.

Exemplo 3 Pedido de balanço das custas por pagamento voluntário ao AE

4.3. NOTIFICAÇÃO AO EXEQUENTE

O exequente é notificado do apuramento logo que obtida a totalidade do pagamento (artigo 25º), tendo então o prazo de 5 dias para reclamar ao executado as custas de parte, excepcionando evidentemente as que já foram antecipadamente consagradas na conta pelo AE.

Sempre que o AE tenha conhecimento antecipado de que o exequente suportou determinados custos com a execução (por exemplo meios de remoção, armazenagem, registos de penhora) deverá, sempre que possível, fazer constar tais despesas da nota discriminativa. Para tanto é importante que informe antecipadamente o exequente para juntar os respectivos comprovativos.

XXX, Agente de Execução nos presentes autos, vem requerer a V.Exª digne ordenar a elaboração do balanço de custas nos termos da alínea b) do artigo 29º do RCP.

Mais informa que:

- O apuramento da responsabilidade foi feito nos termos no 916º do CPC, tendo o executado efectuado o pagamento do valor resultante da liquidação já constante dos autos.

- Não existem bens penhorados;

XXX, Agente de Execução nos presentes autos, vem requerer a V.Exª digne ordenar a elaboração do balanço de custas nos termos da alínea b) do artigo 29º do RCP.

Mais informa que:

• O exequente requereu a extinção da instância pelo pagamento, pelo que não

é elaborado apuramento de responsabilidade;

• Não existem bens penhorados;

• Verificada que seja a inexistência de custas em divida, será execução declara

extinta.

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Armando A Oliveira A CONTA I–11

Exemplo 4 Notificação ao exequente do apuramento de responsabilidade pelo pagamento da divida

4.4. NOTIFICAÇÃO AO EXECUTADO

Sempre que haja valores a restituir ao executado e que esses mesmos montantes tenham resultado de valores penhorados (ou venda de bens penhorados), o AE terá que previamente dar cumprimento ao artigo 81º da CPPT, ou, em alternativa, ver comprovada a inexistência de dívidas.

Exemplo 5 Notificação ao executado do apuramento de

·responsabilidade com saldo credor

Fica pela presente notificado(a) do apuramento de responsabilidade do executado, no qual já se inclui a remuneração devida ao Agente de Execução e as despesas efectuadas;

A presente nota discriminativa poderá ser objecto de alteração no caso de virem a ser reclamadas outras custas de parte nos termos do 25º do RCP, sem prejuízo desta poder ser impugnada nos termos gerais (prazo 10 dias).

Uma vez que resulta da nota discriminativa valor a ser-lhe devolvido, deverá, no prazo de DEZ dias: a) Indicar o NIB para onde pretenda ver transferido o referido saldo; b) Juntar certidão comprovativa de inexistência de dividas à Fazenda Nacional (esta certidão poderá ser obtida de forma gratuita no portal www.portaldasfinancas.gov.pt utilizando a opção "Obter, Certidões, Efectuar Pedido, Divida e Não Divida".

Caso não seja apresentada a dita certidão, será dado cumprimento ao disposto no artigo 81º do Código do Procedimento ou Processo Tributário, ou seja, após a extinção da execução, será notificada a administração fiscal para reclamar o pagamento de qualquer dívida. Adverte-se que o cumprimento da citada norma

Fica pela presente notificado(a) do apuramento de responsabilidade do executado, no qual já se inclui a remuneração devida ao Agente de Execução e as despesas efectuadas (1);

Caso entenda que existem outros valores que devam integrar o apuramento de responsabilidade, deverá remeter, no prazo de CINCO DIAS (2), nota justificativa nos termos do artigo 25º do Regulamento das Custas Processuais, que deverá ser acompanhado do comprovativo de notificação à parte vencida.

Caso se verifique um saldo credor, deverá indicar, por escrito, o NIB da conta bancária do exequente.

(1) Nos termos do nº2 do artigo 13º da Portaria n.º 331-B/2009 de 30 de Março a referida nota integra custas de parte.

(2) Reclamação deverá ser feita através do portal CITIUS, por requerimento dirigido ao Agente de Execução.

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Armando A Oliveira A CONTA I–12

Exemplo 6 Notificação ao executado do apuramento de

responsabilidade com saldo devedor

4.5. APURAMENTO A PEDIDO DO EXEQUENTE COM VISTA A FORMALIZAR

ACORDO

Sendo certo que não será de impor um formalismo excessivo sempre que o exequente solicite a conta com vista à celebração de acordo (não deverá se imposto um pedido escrito), o AE deverá ter o cuidado de responsabilizar o exequente pelo impulso processual, evitando por um lado a prática de actos executivos inúteis, por outro que mais tarde lhe possam vir a apontar responsabilidades pelo facto de não ter prosseguido com as diligências.

Se o pedido do exequente é verbal, o AE deverá desde logo questionar se este pretende suspender as diligências executivas, fazendo constar da comunicação que irá remeter com o apuramento de responsabilidade, qual o resultado pretendido, conforme melhor se alcança pelo textos seguintes:

Exemplo 7 Notificação ao exequente da nota de honorários

Na sequência do solicitado telefonicamente, junto remeto nota de honorários e

despesas, com vista à celebração de acordo de pagamento.

Fico assim a aguardar impulso processual, seja pela junção de acordo de

pagamento, pedido de extinção ou pedido de prosseguimento das diligências

executivas.

No caso de vir a ser celebrado acordo de pagamento, o saldo resultando da nota

discriminativa deverá ser pago no prazo de 10 dias, por depósito na conta com o

Fica pelo presente notificado do apuramento provisório de responsabilidade de executado, incluindo juros e remuneração devida ao Agente de Execução e as despesas efectuadas, verificando-se que subsiste um saldo devedor de XXXXX EUROS, que deverá ser pago no prazo de DEZ DIAS, por depósito na conta com o NIB 003300004527631849105.

Nos termos do artigo 919º do CPC a execução só se extingue após integral pagamento da quantia em divida (incluindo juros e custas), pelo que, decorrido que seja o referido prazo sem que encontre pago o valor resultante do apuramento de responsabilidade, a execução prossegue, vendendo-se os bens já penhorados ou penhorando-se outros bens.

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Armando A Oliveira A CONTA I–13

Este apuramento só será notificado ao exequente, salvo se, da comunicação deste, resultar pedido expresso para que o executado seja notificado do apuramento.

São no entanto inúmeras as hipóteses com que o AE se depara, pois sendo certo que muitos exequente pedem antecipadamente o apuramento, certo é que também são muitos os que se limitam a requerer a extinção da instância, esquecendo-se que existem despesas que devem ser por este suportadas.

4.6. APURAMENTO EM RESULTADO DE REQUERIMENTO DO EXEQUENTE

PARA EXTINÇAO DA INSTÂNCIA POR JÁ TER RECEBIDO O VALOR EM

DIVIDA

É habitual que o exequente apresente um pedido de extinção com o seguinte teor:

“requer a extinção da instância executiva com custas pelo executado”8

Neste caso o AE deverá tão só elaborar a sua conta final de honorários e despesas, notificando desta o exequente para pagar no prazo de 10 dias o exequente.

Só haverá lugar à notificação da conta ao executado se existirem valores depositados provenientes de penhora, valores que deverão ser integralmente devolvidos a este, não podendo assim o AE efectuar qualquer retenção. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários é sempre do exequente, conforme resulta do nº 2 do artigo 13º da Portaria n.º 331-B/2009 de 30 de Março.

Não haverá assim neste caso lugar à notificação do exequente para os termos do 25º do RCP, ou seja, o AE não notifica o exequente para reclamar custas de parte, pois não foi por este “obtida a totalidade do pagamento ou do produto da

penhora”.

É fácil de perceber que este entendimento poderá trazer alguns diferendos, isto porque continua muito enraizada a ideia de que o executado é o responsável pelo pagamento dos honorários ao AE. É um facto que muitos dos

8 Esta formulação está ainda muito enraizada e resulta das antigas regras de custas, que importavam

sempre na liquidação de custas a final do processo.

Na sequência da s/ comunicação, junto remeto nota de honorários e despesas, com

vista à celebração de acordo de pagamento.

Conforme resulta da mesma – e salvo indicação expressa em contrário - vão

prosseguir as diligências executivas.

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Armando A Oliveira A CONTA I–14

exequente/mandatários, tentam empurrar para o AE a responsabilidade pela cobrança dos seus próprios honorários e despesas ao executado.

4.7. APURAMENTO DE RESPONSABILIDADE EM FACE DE REQUERIMENTO DO

EXEQUENTE PARA O EFEITO

Quando o exequente recebe do executado a quantia em divida, deverá sempre indicar qual o valor que recebeu, expressando de forma clara qual a imputação:

Exemplo 8 Requerimento do exequente a pedir apuramento

Desta forma o AE poderá fazer um apuramento claro e transparente da responsabilidade do executado. Deve pois o exequente dizer qual o valor efectivamente recebido, bem assim a data em que o pagamento ocorreu, para que o AE possa inserir correctamente os valores que determinarão a contagem dos juros.

Exemplo 9 Apuramento de responsabilidade

APURAMENTO PROVISÓRIO DE RESPONSABILIDADE 1 - Honorários e Despesas – Processo Honorários de actos 325,00 € Honorários por venda 0,00 € Despesas incluídas em honorários 25,00 € Despesas c/ documento autónomo 100,00 € Total de honorários e despesas imputáveis ao Executado 450,00 € Encargos do Exequente 0,00 € Adiantamentos -120,00 €

Valor a ser PAGO ao Agente de Execução pelo Exequente 330,00 €

2 - Custas de Parte (Artigo 454º, nº3 e 455º do CPC) Honorários e despesas imputáveis ao Executado (Quadro 1) 450,00 € Taxa de justiça auto-liquidada pelo Exequente 25,50 € Honorários e despesas com mandatário reclamadas os termos do 25º (limite de 50% da taxa justiça) 0,00 € Outras despesas suportadas pelo Exequente imputáveis ao Executado 0,00 €

Total de custas de parte 475,50 € Desistência do Exequente ou decaimento resultante de oposição 0,00 €

Total de custas de parte a cargo do Executado 475,50 €

3 - Devido ao Exequente Capital 1.530,00 € Outras despesas constantes do requerimento Executivo 0,00 € Data para liquidação 17.06.2010 Vencidos: 150,00 € Vincendos: 83,00 € 233,00 € Imposto de selo sobre juros 0.00 % 0,00 €

XXXX, exequente nos presentes, vem pela presente expor e requerer o seguinte:

1. Em 10/03/2010 recebeu do executado a quantia de 2000,00 Euros;

2. A referida quantia deverá ser imputada em primeiro lugar às custas de parte que

o exequente tem direito a receber, designadamente as despesas e honorários do

Agente de Execução, taxa de justiça inicial autoliquidada.

Requer assim que seja feito o apuramento de responsabilidade, prosseguindo a

execução para cobrança da quantia exequenda que se mostre ainda em divida.

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Armando A Oliveira A CONTA I–15

Juro compensatórios devidos ao Exequente (50%) Vencidos: 0,00 € Vincendos: 0,00 € 0,00 € Custas de parte a cargo do Executado (Quadro 2) 475,50 €

Total devido ao Exequente 2.238,50 € Pagamentos efectuados ao Exequente -2.000,00 € Valor a ser PAGO AO EXEQUENTE 238,50 € Valor disponível para entrega 0,00 €

4 - Devido aos cofres Despesas em regra de custas 0,00 € Custas pedidas pelo tribunal (art.455º do CPC) 0,00 € Total devido aos cofres 0,00 € Pagamentos aos cofres 0,00 €

Valor a ser DEVOLVIDO pelos cofres 0,00 € Valor disponível para entrega 0,00 €

5 - Responsabilidade do Executado Devido ao Exequente (Quadro 3) 238,50 € Devido aos cofres (Quadro 4) 0,00 €

Total a pagar pelo Executado 238,50 € Recebimentos do Executado ou por conta deste (incluindo produto venda) 0,00 €

Valor a ser PAGO pelo Executado 238,50 €

No caso em apreço resulta que subsiste ainda um valor em divida, pelo que o executado deverá, para além de notificado do apuramento, informado de que a falta do pagamento do valor em divida importa no prosseguimento da execução.

Exemplo 10 Notificação ao executado do apuramento de responsabilidade

4.8. APURAMENTO DE RESPONSABILIDADE A PEDIDO DO EXECUTADO OU

TERCEIRO

Nos termos do nº 1 do 916º do CPC, “em qualquer estado do processo pode o executado ou qualquer outra pessoa fazer cessar a execução, pagando as custas e a dívida”.

Consta da citada norma que quem pretender usar dessa faculdade deverá “solicitar verbalmente na secretaria guias “ e ainda que “feito o depósito, requererá ao juiz a liquidação de toda a responsabilidade do executado”. Esta norma está claramente desajustada com a realidade processual, só se compreendendo a sua manutenção por mero esquecimento do legislador. Fará algum sentido remeter ao Juiz a liquidação da responsabilidade quando esta, por força de todas as restantes

Fica pelo presente notificado do requerimento apresentado pelo exequente, bem assim do apuramento de responsabilidade, devendo proceder ao pagamento do saldo dela resultante (238,50 Euros) no prazo de 10 dias.

A execução só se extingue após pagamento do valor liquidado, pelo que, decorrido que seja o referido prazo, prosseguem os actos executivos, vendendo-se os bens já eventualmente penhorados ou penhorando-se outros bens para garantia do pagamento do referido valor, acrescidas de demais despesas prováveis.

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Armando A Oliveira A CONTA I–16

disposições cabe ao AE, muito em particular nos termos do nº 2 do artigo 808º do CPC9?

Deve pois entender-se que tal apuramento cabe ao AE.

Sempre que esta situação ocorra o AE poderá elaborar um cálculo provisório em que ai inclua a actualização de juros e ainda as custas prováveis nos termos do 821º, salvo se o valor resultante dessa norma for manifestamente insuficiente ou excessivo, caso em que deverá elaborar uma conta detalhada, elidindo assim aquela presunção, sustando-se de imediato a execução (nº 4 do 816º) e notificando o exequente e executado de tal facto, sendo que a notificação ao exequente deverá fazer alusão ao artigo 25º do RCP.

Na liquidação o AE deverá ainda prever:

• As custas que possam estar em débito a juízo (designadamente por incidentes ou apensos

declarativos);

• Se já tiverem sido vendidos ou adjudicados bens, a liquidação terá de abranger também os

créditos reclamados para serem pagos pelo produto desses bens, conforme a graduação e

até onde o produto obtido chegar.

Exemplo 11 Decisão proferida perante pagamento

9 “Compete ao agente de execução liquidar os créditos dos credores e efectuar imediatamente todos os

pagamentos nos termos do Regulamento das Custas Processuais

A pedido do executado XXX, foi elaborada a liquidação provisória da responsabilidade do executado conforme nota anexa, encontrando-se o valor desta resultante (1230,00 Euros) depositado na conta cliente.

Em consequência de tal pagamento susta-se a execução nos termos do nº 4 do 916º.

Vai o exequente ser notificado do presente apuramento bem assim para os termos do artigo 25º do RCP.

Vai ser ainda requerida o balanço das custas nos termos do artigo 29º do RCP

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Armando A Oliveira A CONTA I–17

Exemplo 12 Notificação do exequente c/ valor suficiente

Exemplo 13 Notificação ao executado / requerente, com valor suficiente

Exemplo 14 Notificação ao executado / requerente, SEM valor suficiente

Fica pela presente notificado(a) do apuramento de responsabilidade do executado, no qual já se inclui a remuneração devida ao Agente de Execução e as despesas efectuadas;

A presente nota discriminativa poderá ser objecto de alteração no caso de virem a ser reclamadas outras custas de parte nos termos do 25º do RCP, sem prejuízo desta poder ser impugnada nos termos gerais (prazo 10 dias).

Uma vez que se veria que o valor depositado não é suficiente para assegurar o pagamento da liquidação, fica pela presente notificado para no prazo de 10 dias depositar o saldo que for liquidado, sob pena de ser condenado nas custas a que deu causa e de a execução prosseguir os seus termos (nº 4 do artigo 917º do CPC)

Fica pela presente notificado(a) do apuramento de responsabilidade do executado, no qual já se inclui a remuneração devida ao Agente de Execução e as despesas efectuadas;

A presente nota discriminativa poderá ser objecto de alteração no caso de virem a ser reclamadas outras custas de parte nos termos do 25º do RCP, sem prejuízo desta poder ser impugnada nos termos gerais (prazo 10 dias).

Caso se verifique um saldo credor, deverá indicar, por escrito, o NIB da conta bancária do exequente.

Fica pela presente notificado(a) do apuramento de responsabilidade do executado, no qual já se inclui a remuneração devida ao Agente de Execução e as despesas efectuadas (1);

Caso entenda que existem outros valores que devam integrar o apuramento de responsabilidade, deverá remeter, no prazo de CINCO DIAS (2), nota justificativa nos termos do artigo 25º do Regulamento das Custas Processuais, que deverá ser acompanhado do comprovativo de notificação à parte vencida.

Caso se verifique um saldo credor, deverá indicar, por escrito, o NIB da conta bancária do exequente.

(1) Nos termos do nº2 do artigo 13º da Portaria n.º 331-B/2009 de 30 de Março a referida nota integra custas de parte.

(2) Reclamação deverá ser feita através do portal CITIUS, por requerimento dirigido ao Agente de Execução.

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Armando A Oliveira A CONTA I–18

Exemplo 15 Pedido de balanço das custas

Uma vez comunicada pela Secretaria que não existem mais custas em débito, o AE deverá notificar as partes da extinção da instância executiva

4.9. APURAMENTENTO DE RESPONSABILIDADE PELO PRODUTO DA

PENHORA.

Logo que se encontre assegurado o pagamento da divida (capital e juros), e ainda das custas prováveis, o AE deverá:

1. Verificar informalmente junto do tribunal se existem custas em divida, designadamente

por apensos ou incidentes;

2. Elaborar a conta / apuramento de responsabilidade;

e simultaneamente

3. Requerer o balanço de custas juntando desde logo DUC com o pagamento de custas que

informalmente confirmou estarem em débito e ainda com o pagamento da sanção

pecuniária compulsória devida aos cofres;

4. Notificar o exequente:

5. Notificar o executado

6. Decorrido que seja o prazo para reclamação da conta e depois de confirmada a

inexistência de custas em divida, dar pagamentos

7. Extinguir a execução

8. Decorrido o prazo para renovação da execução, concretizar os cancelamentos de

penhoras que hajam de ser feitos.

5. RESUMO DE NORMAS APLICÁVEIS

5.1. CÓDIGO PROCESSO CIVIL

ARTIGO 447.º CUSTAS PROCESSUAIS (CPC)

1 - As custas processuais abrangem a taxa de justiça, os encargos e as custas de parte. 2 - A taxa de justiça corresponde ao montante devido pelo impulso processual de cada interveniente e é fixado em função do valor e complexidade da causa, nos termos do Regulamento das Custas Processuais. 3 - São encargos do processo todas as despesas resultantes da condução do mesmo, requeridas pelas partes ou ordenadas pelo juiz da causa. 4 - As custas de parte compreendem o que cada parte haja despendido com o processo e tenha direito a ser compensada em virtude da condenação da parte contrária, nos termos do Regulamento das Custas Processuais.

XXX, Agente de Execução nos presentes autos, vem requerer a V.Exª digne ordenar a elaboração do balanço de custas nos termos e para efeito do disposto no artigo 29º do RCP.

Mais informa que:

- Nesta data procedeu-se ao pagamento do DUC 000 000 000 000 000, no valor de 234,00 Euros, respeitantes a 50% da Sanção Pecuniária Compulsória

- O apuramento da responsabilidade foi feito nos termos no 916º do CPC, tendo o executado efectuado o pagamento do valor resultante da liquidação já constante dos autos.

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Armando A Oliveira A CONTA I–19

ARTIGO 447.º-C ENCARGOS (CPC)

1 - Salvo o disposto na lei que regula o acesso ao direito, cada parte paga os encargos a que tenha dado origem e que se forem produzindo no processo. 2 - Os encargos são da responsabilidade da parte que requereu a diligência ou, quando tenha sido realizada oficiosamente, da parte que aproveita da mesma. 3 - Quando todas as partes tenham o mesmo interesse na diligência ou realização da despesa, tirem igual proveito da diligência ou despesa ou não se consiga determinar quem é a parte interessada, são os encargos repartidos de modo igual entre as partes. 4 - São exclusivamente suportados pela parte requerente, independentemente do vencimento ou da condenação em custas, os encargos com a realização de diligências manifestamente desnecessárias e de carácter dilatório. 5 - A aplicação da norma referida no número anterior depende sempre de determinação do juiz.

ARTIGO 447.º-D CUSTAS DE PARTE (CPC)

1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 4, as custas da parte vencedora são suportadas pela parte vencida, na proporção do seu decaimento e nos termos previsto no Regulamento das Custas Processuais. 2 - Compreendem-se nas custas de parte, designadamente, as seguintes despesas: a) As taxas de justiça pagas; b) Os encargos efectivamente suportados pela parte; c) As remunerações pagas ao agente de execução e as despesas por este efectuadas; d) Os honorários do mandatário e as despesas por este efectuadas. 3 - As quantias referidas no número anterior são objecto de nota discriminativa e justificativa, na qual deverão constar também todos os elementos essenciais relativos ao processo e às partes. 4 - O autor que podendo recorrer a estruturas de resolução alternativa de litígios, opte pelo recurso ao processo judicial, suporta as suas custas de parte independentemente do resultado da acção, salvo quando a parte contrária tenha inviabilizado a utilização desse meio de resolução alternativa do litígio. 5 - As estruturas de resolução alternativa de litígios referidos no número anterior constam de portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça.

ARTIGO 448.º ACTOS E DILIGÊNCIAS QUE NÃO ENTRAM NA REGRA GERAL DAS CUSTAS (CPC)

1 - A responsabilidade do vencido no tocante às custas não abrange os actos e incidentes supérfluos, nem as diligências e actos que houverem de repetir-se por culpa de algum funcionário judicial, nem as despesas a que der causa o adiamento de acto judicial por falta não justificada de pessoa que devia comparecer. 2 - Devem reputar-se supérfluos os actos e incidentes desnecessários para a declaração ou defesa do direito. As custas destes actos ficam à conta de quem os requereu, as custas dos outros actos a que se refere o n.º 1 são pagas pelo funcionário ou pela pessoa respectiva. 3 - O funcionário ou agente de execução que der causa à anulação de actos do processo responde pelo prejuízo que resulte da anulação, nos termos fixados pelo regime da responsabilidade civil extracontratual do Estado.

ARTIGO 451.º CUSTAS NO CASO DE CONFISSÃO, DESISTÊNCIA OU TRANSACÇÃO (CPC)

1 - Quando a causa termine por desistência ou confissão, as custas são pagas pela parte que desistir ou confessar; e, se a desistência ou confissão for parcial, a responsabilidade pelas custas é proporcional à parte de que se desistiu ou que se confessou. 2 - No caso de transacção, as custas são pagas a meio, salvo acordo em contrário, mas quando a transacção se faça entre uma parte isenta ou dispensada do pagamento de custas e outra não isenta nem dispensada, o juiz, ouvido o Ministério Público, determinará a proporção em que as custas devem ser pagas.

ARTIGO 454.º PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS PELAS CUSTAS (CPC)

1 - Os mandatários judiciais e técnicos da parte vencedora podem requerer que o seu crédito por honorários, despesas e adiantamentos seja, total ou parcialmente, satisfeito pelas custas que o seu constituinte tem direito a receber da parte vencida, sendo sempre ouvida a parte vencedora. 2 - (Revogado.) 3 - (Revogado.)

ARTIGO 455.º GARANTIA DE PAGAMENTO DAS CUSTAS (CPC)

As custas da execução, incluindo os honorários e despesas suportadas pelo agente de execução, apensos e respectiva acção declarativa saem precípuas do produto dos bens penhorados.

ARTIGO 805.º (LIQUIDAÇÃO) (CPC)

1 – Sempre que for ilíquida a quantia em dívida, o exequente deve especificar os valores que considera compreendidos na prestação devida e concluir o requerimento executivo com um pedido líquido. 2 - Quando a execução compreenda juros que continuem a vencer-se, a sua liquidação é feita a final, pelo agente de execução, em face do título executivo e dos documentos que o exequente ofereça em conformidade com ele ou, sendo caso disso, em função das taxas legais de juros de mora aplicáveis. 3 - Além do disposto no número anterior, o agente de execução liquida, ainda, mensalmente e no momento da cessação da aplicação da sanção pecuniária compulsória, as importâncias devidas em consequência da imposição de sanção pecuniária compulsória, notificando o executado da liquidação. 4 - Quando, não sendo o título executivo uma sentença judicial, a liquidação não dependa de simples cálculo aritmético, o agente de execução cita, de imediato, o executado para a contestar, em oposição à execução, com a advertência de que, na falta de contestação, a obrigação se considera fixada nos termos do requerimento executivo, salvo o disposto no artigo 485.º 5 - Nos casos previstos no número anterior, havendo contestação ou sendo a revelia inoperante, aplicam-se os n.os 3 e 4 do artigo 380.º 6 – A liquidação por árbitros, quando deva ter lugar para o efeito de execução fundada em título diverso de sentença, realiza-se, nos termos do artigo 380.º-A, antes de apresentado o requerimento executivo; a nomeação é feita nos termos aplicáveis à arbitragem voluntária, cabendo, porém, ao juiz presidente do tribunal da execução a competência supletiva aí atribuída ao presidente do tribunal da relação. 7 – Quando a iliquidez da obrigação resulte de esta ter por objecto mediato uma universalidade e o autor não possa concretizar os elementos que a compõem, a liquidação tem lugar em momento imediatamente posterior à apreensão, precedendo a entrega ao exequente.

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Armando A Oliveira A CONTA I–20

8 – Se uma parte da obrigação for ilíquida e outra líquida, pode esta executar-se imediatamente. 9 – Requerendo-se a execução imediata da parte líquida, a liquidação da outra parte pode ser feita na pendência da mesma execução, nos mesmos termos em que é possível a liquidação inicial.

ARTIGO 872.º (MODOS DE O EFECTUAR)

1 - O pagamento pode ser feito pela entrega de dinheiro, pela adjudicação dos bens penhorados, pela consignação dos seus rendimentos ou pelo produto da respectiva venda 2. É admitido o pagamento em prestações da dívida exequenda, nos termos previstos nos artigos 882.º a 885.º

ARTIGO 873.º (TERMOS EM QUE PODE SER EFECTUADO)

1 – As diligências necessárias para a realização do pagamento efectuam-se independentemente do prosseguimento do apenso da verificação e graduação de créditos, mas só depois de findo o prazo para a sua reclamação; exceptua-se a consignação de rendimentos, que pode ser requerida pelo exequente e deferida logo a seguir à penhora. 2 – O credor reclamante só pode ser pago na execução pelos bens sobre que tiver garantia e conforme a graduação do seu crédito. 3 – Sem prejuízo da exclusão do n.º 4 do artigo 865.º, a quantia a receber pelo credor com privilégio creditório geral, mobiliário ou imobiliário, é reduzida até cinquenta por cento do remanescente do produto da venda, deduzidas as custas da execução e as quantias a pagar aos credores que devam ser graduados antes do exequente, na medida do necessário ao pagamento de cinquenta por cento do crédito do exequente, até que este receba o valor correspondente a 250 UC. 4 – O disposto no n.º 3 não se aplica aos privilégios creditórios dos trabalhadores

ARTIGO 916.º (CESSAÇÃO DA EXECUÇÃO PELO PAGAMENTO VOLUNTÁRIO)

1. Em qualquer estado do processo pode o executado ou qualquer outra pessoa fazer cessar a execução, pagando as custas e a dívida. Quem pretenda usar desta faculdade deve solicitar verbalmente na secretaria guias para depósito da parte líquida ou já liquidada do crédito do exequente, que não esteja solvida pelo produto da venda ou adjudicação de bens; feito o depósito, requererá ao juiz a liquidação de toda a responsabilidade do executado. 2 - O pagamento é feito mediante entrega directa ou depósito em instituição de crédito à ordem do agente de execução. 3 - Nos casos em que as diligências de execução são realizadas por oficial de justiça, quem pretenda usar da faculdade prevista no n.º 1 solicita na secretaria, ainda que verbalmente, guias para depósito da parte líquida ou já liquidada do crédito do exequente que não esteja solvida pelo produto da venda ou adjudicação de bens. 4 - Efectuado o depósito referido no número anterior, susta-se a execução, a menos que ele seja manifestamente insuficiente, e tem lugar a liquidação de toda a responsabilidade do executado. 5 – Quando o requerente junte documento comprovativo de quitação, perdão ou renúncia por parte do exequente ou qualquer outro título extintivo, suspende-se logo a execução e liquida-se a responsabilidade do executado

ARTIGO 917.º (LIQUIDAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO EXECUTADO) (CPC)

1. Se o requerimento for feito antes da venda ou adjudicação de bens, liquidar-se-ão unicamente as custas e o que faltar do crédito do exequente. 2. Se já tiverem sido vendidos ou adjudicados bens, a liquidação tem de abranger também os créditos reclamados para serem pagos pelo produto desses bens, conforme a graduação e até onde o produto obtido chegar, salvo se o requerente exibir título extintivo de algum deles, que então não é compreendido; se ainda não estiver feita a graduação dos créditos reclamados que tenham de ser liquidados, a execução prossegue somente para verificação e graduação desses créditos e só depois se faz a liquidação. 3. A liquidação compreende sempre as custas dos levantamentos a fazer pelos titulares dos créditos liquidados e é notificada ao exequente, aos credores interessados, ao executado e ao requerente, se for pessoa diversa. 4 - O requerente deposita o saldo que for liquidado, sob pena de ser condenado nas custas a que deu causa e de a execução prosseguir, não podendo tornar a suspender-se sem prévio depósito da quantia já liquidada, depois de deduzido o produto das vendas ou adjudicações feitas posteriormente e depois de deduzidos os créditos cuja extinção se prove por documento. 5 - Feito o depósito referido no número anterior, ordena-se nova liquidação do acrescido, observando-se o preceituado nas disposições anteriores. 6 - (Anterior n.º 5.) Se o pagamento for efectuado por terceiro, este só fica sub-rogado nos direitos do exequente mostrando que os adquiriu nos termos da lei substantiva

919º do CPC (EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO) (CPC)

1 - A execução extingue-se nas seguintes situações: a) Logo que se efectue o depósito da quantia liquidada, nos termos do artigo 917.º; b) Depois de efectuada a liquidação e os pagamentos, pelo agente de execução, nos termos do Regulamento das Custas Processuais, tanto no caso do artigo anterior como quando se mostre satisfeita pelo pagamento coercivo a obrigação exequenda; c) Nos casos referidos no n.º 3 do artigo 832.º, no n.º 6 do artigo 833.º-B e no n.º 6 do artigo 875.º, por inutilidade superveniente da lide; d) Quando ocorra outra causa de extinção da execução. 2 – A extinção é notificada ao executado, ao exequente e aos credores reclamantes. 3 - A extinção da execução é comunicada, por via electrónica, ao tribunal, sendo assegurado pelo sistema informático o arquivo automático e electrónico do processo, sem necessidade de intervenção judicial ou da secretaria.

5.2. Portaria n.º 331-B/2009 de 30 de Março

Artigo 12.º Dever de informação (Portaria n.º 331-B/2009 de 30 de Março)

1 — O exequente, o executado, a Câmara dos Solicitadores, o tribunal e qualquer terceiro que tenha um interesse legítimo no processo têm direito a ser informados, preferencialmente por via electrónica, sobre a conta corrente discriminada da execução. 2 — O agente de execução, no acto da citação, para além das informações impostas pelas normas processuais, deve informar o executado do montante provável dos seus honorários e despesas.

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Armando A Oliveira A CONTA I–21

3 — Para efeitos do número anterior, o montante provável dos honorários e despesas do agente de execução é determinado de acordo com a mediana dos valores cobrados em relação ao total das execuções em que desempenhou funções de agente de execução.

Artigo 13.º (Portaria n.º 331-B/2009 de 30 de Março)

1 — As custas da execução são pagas em primeiro lugar pelo produto dos bens penhorados, nos termos do artigo 455.º do Código de Processo Civil. 2 — A remuneração devida ao agente de execução e o reembolso das despesas por ele efectuadas, bem como os débitos a terceiros a que a venda executiva dê origem, são suportados pelo autor ou exequente, mas integram as custas que ele tenha direito a receber do réu ou executado.

Artigo 14.º Revisão da nota de honorários e despesas

Qualquer interessado pode, no termo do processo, requerer ao juiz que proceda à revisão da nota de honorários e despesas, com fundamento na desconformidade com o disposto na presente portaria.

Artigo 16.º Obrigações do agente de execução quanto à verba provisionada (Portaria n.º 331-B/2009 de 30 de Março)

1 — Sempre que o agente de execução receba a provisão, deve emitir recibo do qual constem as quantias recebidas e os actos a que as mesmas dizem respeito. 2 — Todas as importâncias recebidas pelo agente de execução nos termos deste artigo são depositadas na conta-cliente do exequente e a operação de depósito obrigatoriamente registada no sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução.

Artigo 20.º (Portaria n.º 331-B/2009 de 30 de Março)

No termo do processo é devida ao agente de execução uma remuneração adicional, que varia em função: a) Do valor recuperado ou garantido, até ao valor máximo definido nos termos da tabela do anexo II; b) Da fase processual em que o montante foi recuperado ou garantido, nos termos da tabela do anexo II

5.3. Regulamento das Custas Processuais

Artigo 25.º Nota justificativa (RCP)

1 — Até cinco dias após o trânsito em julgado ou após a notificação de que foi obtida a totalidade do pagamento ou do produto da penhora, consoante os casos, as partes que tenham direito a custas de parte remetem para o tribunal e para a parte vencida a respectiva nota discriminativa e justificativa. 2 — Devem constar da nota justificativa os seguintes elementos: a) Indicação da parte, do processo e do mandatário ou agente de execução; b) Indicação, em rubrica autónoma, das quantias efectivamente pagas pela parte a título de taxa de justiça; c) Indicação, em rubrica autónoma, das quantias efectivamente pagas pela parte a título de encargos ou despesas previamente suportadas pelo agente de execução; d) Indicação, em rubrica autónoma, das quantias pagas a título de honorários de mandatário ou de agente de execução, salvo quando as quantias em causa sejam superiores ao valor indicado na alínea c) do n.º 3 do artigo 26.º; e) Indicação do valor a receber, nos termos do presente Regulamento

Artigo 26.º Regime (RCP)

1 — As custas de parte integram -se no âmbito da condenação judicial por custas, salvo quando se trate dos casos previstos nas alíneas b) do n.º 2 do artigo 446.º e do artigo 450.º do Código de Processo Civil. 2 — As custas de parte são pagas directamente pela parte vencida à parte que delas seja credora, salvo o disposto no artigo 454.º do Código de Processo Civil. 3 — A parte vencida é condenada, nos termos previstos no Código de Processo Civil, ao pagamento dos seguintes valores, a título de custas de parte: a) Os valores de taxa de justiça pagos pela parte vencedora, na proporção do vencimento; b) Os valores pagos pela parte vencedora a título de encargos; c) 50 % do somatório das taxas de justiça pagas pela parte vencida e pela parte vencedora, para compensação da parte vencedora face às despesas com honorários do mandatário judicial ou do agente de execução, sempre que seja apresentada a nota referida nas alíneas c) e d) do n.º 2 do artigo anterior. 4 — No somatório das taxas de justiça referidas no número anterior contabilizam -se também as taxas dos procedimentos e outros incidentes, mas nunca o valor de multas, penalidades ou de taxa sancionatória. 5 — O valor referido na alínea c) do n.º 3 é reduzido ao valor indicado na alínea d) do n.º 2 do artigo anterior quando este último seja inferior àquele, não havendo lugar ao pagamento do mesmo quando não tenha sido constituído mandatário ou agente de execução.

Artigo 29.º Oportunidade da conta (RCP)

1 — A conta de custas é elaborada de modo contínuo, ao longo do processo, na secretaria correspondente ao tribunal que funcionou em 1.ª instância no respectivo processo, sendo efectuado o respectivo balanço 10 dias após a ocorrência dos seguintes factos: a) Trânsito em julgado da decisão que determine a responsabilidade pelo pagamento de custas; b) Na acção executiva, após o pagamento voluntário ou a obtenção do produto da penhora, bem como nos demais casos de extinção da obrigação exequenda; c) Na insolvência, quando as custas constituam encargo da massa insolvente, após a liquidação do activo. 2 — Quando o processo suba aos tribunais superiores, por via de recurso, as despesas que surjam depois de aceite o recurso e até que o processo baixe de novo à 1.ª instância, são processadas pela secretaria do tribunal superior respectivo. 3 — Para além dos casos em que o juiz o determine ou as partes o requeiram fundamentadamente, a secção efectua um balanço provisório da conta de custas sempre que: a) O processo esteja parado por mais de três meses por facto imputável às partes; b) A execução deva ser remetida para apensação ao processo de insolvência. 4 — Na conta provisória não se incluem as custas de parte.

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Armando A Oliveira A CONTA I–22

5 — A elaboração e o processamento da conta são regulamentados por portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça, podendo ser aprovadas outras formas de processamento e elaboração da mesma.

Artigo 30.º Conta (RCP)

1 — A conta definitiva abrange todas as custas da acção principal, incidentes, recursos e procedimentos anómalos. 2 — Deve elaborar -se uma só conta por cada sujeito processual responsável pelas custas. 3 — A conta é processada pela secção do processo, através dos meios informáticos previstos e regulamentados por portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça, obedecendo aos seguintes critérios: a) Discriminação dos montantes já pagos pela parte a título de taxa de justiça e encargos; b) Discriminação dos movimentos efectuados por conta da conversão da taxa de justiça, quando for caso disso; c) Discriminação dos reembolsos devidos ao Instituto de Gestão Financeira e das Infra -Estruturas da Justiça, I. P., ou de pagamentos devidos a outras entidades ou serviços; d) Discriminação das quantias devidas por conta de multas e outras penalidades; e) Discriminação das quantias referentes ao pagamento de coimas e de custas administrativas devidas pela instrução de processos de contra -ordenação; f) Indicação, quando seja caso disso, dos montantes a devolver à parte; g) Indicação do montante total a pagar, quando haja, data

Artigo 35.º Execução (RCP)

1 — Não tendo sido possível obter -se o pagamento das custas, multas e outras quantias cobradas de acordo com os artigos anteriores, é entregue certidão da liquidação da conta de custas ao Ministério público, para efeitos executivos, quando se conclua pela existência de bens penhoráveis. 2 — A certidão de liquidação, juntamente com a sentença transitada em julgado, constitui título executivo quanto à totalidade das quantias aí discriminadas. 3 — Quando se trate de custas relativas a actos avulsos que não se venham, previsivelmente, a integrar em qualquer processo, é emitida pela secretaria certidão de liquidação autónoma, com força executiva própria, a qual serve de suporte à execução a instaurar pelo Ministério Público. 4 — O Ministério Público apenas instaura a execução quando sejam conhecidos bens penhoráveis do devedor que se afigurem suficientes face ao valor da execução, abstendo -se de a instaurar quando a dívida seja de montante inferior aos custos da actividade e às despesas prováveis da execução. 5 — Quando, estando em curso a execução, se verifique que o executado não possui mais bens penhoráveis e que os já penhorados não são suficientes para o pagamento das custas, o juiz, a requerimento do Ministério Público, dispensa o concurso de credores e manda proceder à imediata liquidação dos bens para serem pagas as custas. 6 — Verificando -se que o executado não possui bens, é a execução imediatamente arquivada, sem prejuízo de ser retomada logo que sejam conhecidos bens seus. 7 — Compete ao Ministério Público promover a execução por custas face a devedores sediados no estrangeiro, nos termos das disposições de direito comunitário aplicáveis, mediante a obtenção de título executivo europeu.

Artigo 36.º Cumulação de execuções (RCP)

1 — Instaura -se sempre uma só execução contra o mesmo responsável, ainda que sejam vários os processos ou apensos com custas em dívida, desde que as execuções possam correr em simultâneo. 2 — Sendo vários os responsáveis não solidários, é instaurada uma execução contra cada um deles. 3 — Quando a parte vencedora intentar execução por custas de parte contra o responsável por custas, aquela é apensada à execução por custas intentada pelo Ministério Público, em qualquer estado do processo, desde que nenhuma das execuções esteja já extinta, ainda que não estejam verificados os requisitos previstos nos artigos 53.º e 54.º do Código de Processo Civil. 4 — Quando contra o mesmo responsável estejam pendentes ou devam ser propostas, no mesmo tribunal, várias execuções por custas, devem as mesmas ser apensadas num só processo, salvo se alguma delas já se encontre na fase da venda ou se a apensação trouxer graves inconvenientes à boa tramitação processual.

5.4. Portaria 419-A/2009 de 17/04

Artigo 7.º Conta definitiva (Portaria 419-A/2009 de 17/04)

1 — Findo o processo e registados todos os movimentos de crédito e débito relevantes no sistema, é feito, automaticamente, um balanço da conta, obtendo-se o valor a pagar ou a receber pelas partes, encerrando com menção da data e identificação do funcionário que a elaborou. 2 — Sempre que se mostre necessário, a secção de processos procede aos pagamentos de harmonia com a ordem de preferência referida no n.º 2 do artigo 34.º do RCP. 3 — Os processos cujas contas apenas impliquem estornos são lançados nos cinco dias posteriores ao termo do prazo para a reclamação da conta.

Artigo 15.º Custos da digitalização, suportes magnéticos, comunicações e franquias postais (Portaria 419-A/2009 de 17/04)

1 — Os custos processuais (Cp) previstos nas subalíneas iii) e iv) da alínea a) do n.º 1 do artigo 16.º do RCP são calculados nos termos dos n.os 1 e 2 do anexo I, respectivamente. 2 — Os custos processuais do processo executivo só são cobrados quando o agente de execução for oficial de justiça. 3 — Se no decurso do processo executivo houver substituição do agente de execução por oficial de justiça, os custos do processo, calculados nos termos do n.º 2, são reduzidos a metade. 4 — Pela aplicação das fórmulas constantes do anexo I, os custos processuais não podem ser inferiores a 1/10 UC nem superiores a 3 UC. 5 — A contabilização do número de sujeitos processuais e de arguidos condenados, para efeitos das fórmulas constantes do anexo I, é realizada a final

Artigo 31.º Procedimento das partes

1 — As partes que tenham direito a custas de parte, após notificadas da totalidade dos montantes pagos a título de taxas de justiça e de encargos, deverão enviar para o tribunal e para a parte vencida a respectiva nota

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Armando A Oliveira A CONTA I–23

(Portaria 419-A/2009 de 17/04)

discriminativa e justificativa, nos termos e prazos previstos no artigo 25.º do RCP. 2 — Quando a parte vencedora beneficie de conversão de taxa de justiça a título de pagamento antecipado de encargos, nos termos do artigo 22.º do RCP, identifica separadamente, na nota justificativa das custas de parte: a) A quantia paga a título de taxa de justiça; b) A quantia convertida a título de pagamento antecipado de encargos; c) A quantia efectivamente paga a título de encargos; d) O valor da soma da alínea a) com a alínea b) deduzido da alínea c) que corresponde ao valor pago a título de taxa de justiça e de encargos.

Artigo 32.º Calculo dos honorários do mandatário judicial ou agente de execução (Portaria 419-A/2009 de 17/04)

1 — Na indicação em rubrica autónoma das quantias pagas a título de honorários e despesas do mandatário judicial ou de agente de execução só são consideradas as quantias até ao limite previsto na alínea c) do n.º 3 do artigo 26.º do RCP. 2 — Havendo pluralidade de sujeitos na parte ou partes vencedoras, para apuramento dos montantes que cada um deverá receber, divide -se o limite previsto no número anterior por cada um deles de acordo com a proporção do respectivo vencimento.

Artigo 33.º Reclamação da nota justificativa (Portaria 419-A/2009 de 17/04)

1 — A reclamação da nota justificativa é apresentada no prazo de 10 dias, após notificação à contraparte, devendo ser decidida pelo juiz em igual prazo e notificada às partes. 2 — A reclamação da nota justificativa está sujeita ao depósito de 50 % do valor da nota. 3 — Da decisão proferida cabe recurso em um grau se o valor da nota exceder 50 UC. 4 — Para efeitos de reclamação da nota justificativa são aplicáveis subsidiariamente, com as devidas adaptações, as disposições relativas à reclamação da conta constantes do artigo 31.º do RCP.

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Armando A Oliveira A CONTA III–24

III.

A GESTÃO DA CONTA

São inúmeros os factores que podem influenciar a elaboração da conta do processo, sendo que muitos destes factores são estatisticamente pouco relevantes, ou seja, a sua ocorrência é muito pontual, mas que, quando ocorrem, importam que a não possa a conta ser elaborada no GPESE ou, quando elaborada no GPESE terá que ser complementada em documento autónomo.

Na maior parte dos casos o calculo da conta poderá ser elaborado de forma muito rápida, desde que o AE:

- Na abertura do processo actualize de imediato os dados necessários; - Mantenha constantemente actualizado os movimentos contabilísticos do

processo.

Poderá dizer-se que, na esmagadora maioria dos processos, se o AE mantiver os dados actualizados, a conta do processo poderá ser elaborada em menos de 5 minutos.

A actualização dos movimentos contabilísticos não é só uma necessidade, é uma obrigação do AE, antes de mais atento o disposto no artigo 12º do Portaria n.º 331-B/2009, de 30 de Março, pois qualquer dos intervenientes tem o direito a ser informados sobre a conta corrente discriminada da execução.

1. A ACTUALIZAÇÃO DOS DADOS NO GPESE

Como já foi dito, é essencial para o correcto desenvolvimento do processo, que o AE mantenha o processo constantemente actualizado e correctamente enquadrado.

Para que tal aconteça é necessário que, no momento da abertura do processo, seja feita uma leitura atenta dos valores constantes do RE, para que sejam correctamente inseridos os dados.

1.1. MENSAGENS DE ERRO

O GPESE informa sempre que existam alguns tipos de anomalias no processo tais como:

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Armando A Oliveira A CONTA III–25

- Falta de indicação do número fiscal do exequente, sem o qual a aplicação inibe a elaboração de qualquer documento que tenha associado um custo;

- Falta de indicação dos elementos para calculo dos juros. - Falta de fiscalidade do processo;

A mensagem de erro aparece no canto superior direito do ecrã:

Ecrã de GPESE /SISAE 1 Aviso de anomalia

Clicando na mensagem é aberta uma caixa de mensagens com a indicação do erro ou erros.

Ecrã de GPESE /SISAE 2 Descritivo de anomalia

Clicando no descritivo do erro, o utilizador é remetido para um novo ecrã, destinado a inserir os dados em falta.

Ecrã de GPESE /SISAE 3 Formulário para introdução de dados para calculo de juros

1.2. REGIME FISCAL DO EXEQUENTE E DO AGENTE DE EXECUÇÃO

Para a determinação do regime fiscal do processo temos que, em primeira mão, ter em consideração o regime fiscal do exequente e do AE, uma vez que este influi no valor final da provisão devida ao AE e ainda, em sede de conta final, se deve ser incluído o valor do IVA nas custas de parte que devem ser restituídas ao exequente.

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Armando A Oliveira A CONTA III–26

Sendo certo que, por hora, não há possibilidade de reflectir no GPSE essa informação, o enquadramento fiscal do executado pode ainda ser relevante numa fase mais avançada do processo, conforme mais adiante será referido.

Ecrã de GPESE /SISAE 4 Regime fiscais exequente/agente de execução

Agente de Execução

Integrado em sociedade

Individual não sujeito a IVA

Individual sujeito a IVA

Exe

qu

ente

Individual com Apoio Judiciário

IVA – Taxa reduzida RNF– Sem retenção

IVA – Sem IVA RNF– Sem retenção

IVA – Taxa reduzida RNF– Sem retenção

Individual, sem direito a dedução

IVA – Taxa normal RNF– Sem retenção

IVA – Taxa normal RNF– Sem retenção

Individual, com direito a dedução

IVA – Taxa normal RNF– Sem retenção

Individual, com contabilidade organizada

IVA – Taxa normal RNF– com retenção

Sociedade, com direito a dedução ou Pessoa

Colectiva equiparada com direito a dedução Pessoa colectiva equiparada sem

contabilidade

IVA – Taxa normal RNF– sem retenção

Sociedade estrangeira sem representação permanente

em Portugal

IVA – Sem IVA RNF– Sem retenção

IVA – Sem IVA RNF– sem retenção

1.3. REGIME FISCAL DO EXECUTADO

O enquadramento fiscal do executado pode ter relevância no momento da venda ou adjudicação, pois nesse momento AE terá que verificar se há ou não lugar à liquidação de IVA pela venda (ou adjudicação), pois poderá obrigar à liquidação de IVA pela venda dos bens penhorados10.

A liquidação de IVA pela venda de bens penhorados só deverá ocorrer quando se trate de bens que pertencem a uma entidade (pessoa singular ou colectiva), que tenha direito a dedução de imposto (exceptuando bens que pela sua natureza estejam isentos de imposto).

Os múltiplos enquadramentos e particularidades das normas fiscais, muito particularmente no que respeita ao IVA, obrigam a que o Agente de Execução tome

10 Dispõem o nº 5 do artigo 28º do CIVA que “O imposto relativo às transmissões de bens resultantes de

actos de arrematação, venda judicial ou administrativa, conciliação ou de contratos de transacção é liquidado no momento em que for efectuado o pagamento ou, se este for parcial, no do primeiro pagamento das custas, emolumentos ou outros encargos devidos.

A liquidação é efectuada mediante aplicação da respectiva taxa ao valor tributável, determinado nos termos da alínea g) do n.º 2 do artigo 16.º”.

A alínea g) do artigo 16º do CIVA dispõem que: Nos casos das transmissões de bens e das prestações de serviços a seguir enumeradas, o valor tributável é… Para as transmissões de bens resultantes de actos de arrematação ou venda judicial ou administrativa, de conciliação ou de contratos de transacção, o valor por que as arrematações ou vendas tiveram sido efectuadas ou, se for caso disso, o valor normal dos bens transmitidos.

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Armando A Oliveira A CONTA III–27

alguns cuidados nesta matéria, devendo assim, em caso de dúvida, submeter a questão à Administração Fiscal ou, na dúvida, impor ao proponente a liquidação de IVA sobre os bens vendidos, ficando este então com a possibilidade de reclamar da decisão do AE ou juntar certidão comprovativa de que não há lugar à liquidação de Imposto.

1.4. QUANTIA EXEQUENDA, JUROS, DESPESAS, IMPOSTO DE SELO

A correcta introdução dos valores peticionados é essencial para que se possa obter, a qualquer momento, o valor actualizado da divida.

Para tanto é necessário que o AE preencha correctamente o formulário correspondente, ao qual se acede através da mensagem de anomalias (ver

MENSAGENS DE ERRO III.1.1) ou através do detalhe do processo e depois na opção Detalhe no quadro de “juros” .

Ecrã de GPESE /SISAE 5 Detalhe de dados para calculo de juros

Acontece que, em alguns casos, a actualização ou inserção dos dados torna algo complexa, muito em particular atenta a forma pouco uniforme como os exequente preenchem o requerimento executivo.

São várias as situações que podem dificultar o correcto preenchimento, atenta as inúmeras formas utilizadas pelo exequente para evidenciar o valor peticionado, podendo mesmo obrigar a elaborar um documento de alteração de quantia exequenda (ver

1.4.1. FORMULÁRIO PARA CALCULO DE JUROS

Para que se possa preencher este formulário o AE terá quer confrontar o dados constantes do requerimento executivo e do titulo executivo, tendo particular atenção:

- Capital sobre o qual devem ser calculados os juros; - Os juros que estejam vencidos (em principio à data de apresentação do

processo); - Os juros compensatórios já vencidos (e que se encontrem incluídos na

quantia exequenda);

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Armando A Oliveira A CONTA III–28

- Outras despesas que constem do requerimento executivo (custas, despesas de devolução de cheques, imposto de selo já devido nos juros vencidos, despesas com desconto de letras, etc);

- Data do requerimento executivo (este valor é automaticamente inserido, podendo no entanto ser alterado);

- Tipo de juro (civil, comercial ou contratual); - Data do transito em julgado ou aposição da formula executória, relevante

para o calculo dos juros compensatórios de 5%, nos termos do nº 4 do artigo 829º-A do CC ou do artigo 13º do DL n.º 269/98, de 01 de Setembro.

- Se há lugar ao pagamento de imposto de selo nos termos do ponto 17.2 da TGIS (Operações realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas e quaisquer outras instituições financeiras).

- Data de inicio de contagem de juros de mora sempre que hajam custas reclamadas pelo Tribunal.

Ecrã de GPESE /SISAE 6 Formulário para introdução de dados para calculo de juros

Não são poucas as vezes em que o AE, após o preenchimento do formulário, é confrontado com uma mensagem de erro dando conta de existe uma divergência entre o somatório do formulário e o valor da execução, constante do requerimento executivo.

O somatório dos valores inseridos tem que ser absolutamente igual ao que consta do requerimento executivo como “valor da execução”.

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Armando A Oliveira A CONTA III–29

Este erro resulta normalmente de manifesto erro no preenchimento do requerimento executivo, verificando-se divergência entre o que resulta da exposição dos factos e o que consta da liquidação da obrigação, sempre que tal aconteça o AE poderá ver-se forçado a concretizar uma alteração (no caso correcção) da quantia exequenda (Erro! A origem da referência não foi encontrada. Erro! A origem da referência não foi encontrada.).

1.5. EXEMPLOS

1.5.1. INJUNÇÃO

Neste exemplo temos uma execução que tem por título um requerimento de injunção em que o exequente limitou-se a peticionar o valor tal qual constava da injunção, ou seja, não fez o cálculo dos juros vencidos entre a data da apresentação da injunção (14-07-2009) e a data da apresentação do requerimento executivo (20-03-2010). No entanto, na exposição dos factos refere que “são devidos juros calculados...desde a data de vencimento até integral pagamento”.

Ecrã de GPESE /SISAE 7 Requerimento de injunção

Ecrã de GPESE /SISAE 8 Requerimento

executivo

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Armando A Oliveira A CONTA III–30

Preenchemos o formulário da seguinte forma:

Capital Inserir o valor do capital inicial constante do requerimento de injunção (1550,77 €) Juros vencidos O valor dos juros já peticionados no requerimento de injunção (491,31 €) Juros compensatórios vencidos

Uma vez que o exequente não fez constar este valor do “valor dependente de simples cálculo aritmético” do requerimento executivo, vamos manter em 0,00 €.

outras despesas Inserir o valor da taxa de justiça da injunção de 25,50 € (não confundir com o valor da taxa de justiça da execução que será apurada noutro local)

Data do Requerimento Executivo

Tem que se calcular juros desde a última data em que estes foram apurados, ou seja a data de apresentação do requerimento de injunção (14-07-2009). Assim somos forçados a alterar a data constante deste campo.

Data Trânsito Julgado ou Aposição da Fórmula Executória

Inserir da data constante do titulo executivo, ou seja 10/03/2010

Imposto de Selo No caso não há lugar ao calculo de imposto de selo sobre os juros, dado que não se trata de Operações realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito.

Data Inicio Juros de Mora Uma vez que não há custas reclamadas pelo Tribunal, não é inserida qualquer data

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Armando A Oliveira A CONTA III–31

Ecrã de GPESE /SISAE 9 Formulário para calculo de juros preenchido

1.5.1. INJUNÇÃO C/ IMPOSTO DE SELO

Neste exemplo temos uma execução que tem por título um requerimento de injunção em que o exequente liquidou os juros e despesas (imposto de selo) vencidos até à data da entrada do requerimento executivo.

Ecrã de GPESE /SISAE 10 Titulo executivo

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Armando A Oliveira A CONTA III–32

Ecrã de GPESE /SISAE 11 Requerimento executivo

Este caso vai-nos obrigar a efectuar algumas somas, pois há que ter em consideração os valores que foram peticionados no requerimento de injunção e os

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Armando A Oliveira A CONTA III–33

que foram apurados no requerimento executivo, como melhor se alcança pelo quadro seguinte:

Capital Inserir o valor do capital inicial constante do requerimento de injunção (6254,64 €) Juros vencidos O valor dos juros já peticionados no requerimento de injunção acrescidos dos

juros liquidados pelo exequente no requerimento executivo (381,19 € + 239,37 €) Juros compensatórios vencidos

Uma vez que o exequente não fez constar este valor do “valor dependente de simples cálculo aritmético” do requerimento executivo, vamos manter em 0,00 €.

outras despesas Somar o valor da taxa de justiça da injunção (51,00 €) e outras despesas também já constantes do requerimento de injunção (15,25 €)

Data do Requerimento Executivo

Como o exequente liquidou os juros vencidos até à data da entrada do requerimento executivos, não se altera a data que por defeito aparece.

Data Trânsito Julgado ou Aposição da Fórmula Executória

Inserir da data constante do titulo executivo, ou seja 28.01.2010

Imposto de Selo Uma vez que há lugar a liquidação de imposto de selo, temos que seleccionar “sim”.

Data Inicio Juros de Mora Uma vez que não há custas reclamadas pelo Tribunal, não é inserida qualquer data

EXECUÇÃO Data inicio 16-04-2010 Peticionado 6.702,08 € A Juros e IS 239,37 € B Total 6.941,45 € C

FORMULÁRIO Capital 6.254,64 € D INJUNÇÃO Juros vencidos 620,56 € B+E Data inicio 30-10-2009 Despesas 66,25 € F+G Aposição de f.e. 28-01-2010 total 6.941,45 € C=(G+F)+(B+E)+A Capital 6.254,64 € D

Juros 381,19 € E Outras (IS) 15,25 € F Taxa justiça 51,00 € G Total 6.702,08 € H

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Armando A Oliveira A CONTA III–34

Ecrã de GPESE /SISAE 12 Formulário para introdução de dados para calculo de juros