trajetória e natureza das políticas audiovisuais no brasil _ ricardo
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Trajetória e Natureza das Políticas Audiovisuais no Brasil
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ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO
• Introdução• Breve histórico da relação entre Cinema e
Estado no Brasil• Contextualização acerca do lugar das políticas
audiovisuais no campo de estudo da Análise de Políticas Públicas
• Aplicação dos Conceitos de APP nas políticas audiovisuais
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INTRODUÇÃO
• Complexidade do fenômeno “cinema” e razão pela qual atualmente não faz mais sentido em abordá-lo de forma isolada das outras mídias “audiovisuais”
• Pressupõe intervenção estatal (e quase sempre o fomento)
• No Brasil, as análises tendem a tratar o objeto de forma descolada do contexto econômico e social.
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BREVE HISTÓRICO
• Era Vargas (antes e depois do Estado Novo)• Reivindicações da Classe Cinematográfica (isenções,
cotas, reconhecimento profissional, protecionismo)• Tentativas frustradas de se estabelecer uma indústria
(Cinédia, Atlantida e Vera Cruz)• Tramitação dos Projetos do INC no intervalo
democrático (Jorge Amado, Alberto Cavalcanti)• INC e Embrafilme• Período Collor (extinção dos órgãos)• Leis de Incentivo e Ancine
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POLÍTICAS AUDIOVISUAIS e APP
• Conceito de Políticas Públicas adotado• Conceito de Cultura adotado• Audiovisual como Indústria Cultural• Políticas audiovisuais como Políticas Culturais• Políticas Culturais como Políticas Sociais
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Políticas Audiovisuais e APP
Conceito de Políticas Públicas adotado
• “o Estado em ação” (Jobert e Müller).• É claro que essa definição pode ser mais
detalhada e especificada, mas o essencial diz respeito à análise dos programas governamentais (policy).
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Políticas Audiovisuais e APPConceito de Cultura adotado• “Trata-se aqui da adoção de um conceito ampliado de cultura de
forma a abarcar os fazeres e saberes populares e não apenas se restringir ao universo das belas-artes como sendo “a cultura” – singular e com C maiúsculo. Ou seja, vale nesta linha de continuidade a incorporação da dimensão antropológica da cultura, aquela que, levada às últimas conseqüências tem em vista a formação global do indivíduo, a valorização de seus modos de viver, pensar e fruir, de suas manifestações simbólicas e materiais, e que busca, ao mesmo tempo, ampliar seu repertório de informação cultural, enriquecendo e alargando sua capacidade de agir sobre o mundo. O essencial é a qualidade de vida e a cidadania, tendo a população como foco”. (BOTELHO, 2007, p.110)
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Políticas Audiovisuais e APP
Audiovisual como Indústria Cultural
• Ótica econômica (cadeia constituída por produção, distribuição e exibição)
• Ótica sociológica (Escola de Frankfurt)
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Políticas Audiovisuais e APP
Políticas audiovisuais como Políticas Culturais• Historicamente, a intervenção do Estado nessa área
se deu por meio da esfera cultural;• “O decreto [21.430/32], que nacionalizou o serviço de
censura dos filmes cinematográficos, partia do reconhecimento do cinema como um “meio de diversão de que o público já não prescinde”, considerando-o instrumento importante para a atuação no plano da “cultura popular”, desde que fosse “convenientemente regulamentado”.”
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Políticas Audiovisuais e APP
Políticas Culturais como Políticas Sociais• Políticas sociais tradicionais: Educação, Saúde, Previdência Social,
Assistência Social, Habitação e Saneamento;• No passado, Cultura esteve associada à Educação;• Amartya Sen: o desenvolvimento de um país está essencialmente
ligado às oportunidades que ele oferece à população de fazer escolhas e exercer sua cidadania.
• Também se encaixam no chamado padrão de intervenção estatal nas áreas que conformam as políticas sociais no Brasil (fragmentação institucional, descontinuidade, privatização do espaço público, centralização do processo decisório, etc)
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APLICAÇÃO DOS CONCEITOS APP
• Arena Política• Atores (stakeholders)• Modelos de análise• Neoinstitucionalismo• Ciclo das Políticas Públicas
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Arena ou Tipo de Política
• Distributivas (pouco conflito e baixa polarização – Ex: crédito rural);
• Redistributivas (jogo de soma zero – Ex: Reforma Agrária);
• Regulatórias (disciplinar uma atividade, envolvem coalizões políticas – Ex: Políticas audiovisuais);
• Constitutivas (redefine as regras, procedimentos decisórios).
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Atores Relevantes
• Sindicatos e associações de classes (artistas, produtores, distribuidores, exibidores, radiodifusores, empresas de TV por assinatura, etc); Se mobilizam em determinados momentos. Redes fracas.
• Agentes internacionais (como o governo dos EUA, a MPAA, organismos multilaterais, etc);
• Políticos e burocratas (que constituem os chamados atores públicos);
• Mídia (que neste caso é interessada direta).
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Modelos de Análise
Para DYE (2009), a maioria das políticas são uma composição dos seguintes modelos:
• modelo institucional; • modelo de processo,• modelo de grupo; • modelo de elite; • modelo racional; • modelo incremental; • modelo da teoria de jogos; • modelo da opção pública; • e modelo sistêmico.
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Modelos de Análise
Modelo dos Grupos de Interesse• A interação entre os grupos é o fato mais importante
da política, que nada mais é que o equilíbrio alcançado entre esses grupos.
• A política é, na verdade, a luta entre os grupos para influenciar as Políticas Públicas.
• Administrar o conflito entre eles é tarefa do sistema político.
• As políticas relacionadas à televisão (aberta e fechada) podem ser enquadradas nessa análise.
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Modelos de Análise
Teoria das Elites• Analisa as políticas sob o prisma das preferências e valores
da elite governante.• Para esse modelo, “o povo” é apático e mal informado. É a
elite quem molda a opinião das massas. As políticas fluem de cima para baixo.
• Como as elites são conservadoras, as políticas tendem ao incrementalismo.
• Esse arcabouço parece explicar boa parte da intervenção estatal na área cinematográfica, e mais especificamente as políticas voltadas ao elo da produção.
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Instituições fortes
• Regras do jogoInformais: Relações de parentesco e
amizade muito forte na atividadeFormais: Leis de incentivo (Path
dependency)Formais e informais: Poder dos grupos de
mídia
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Ciclo das Políticas Públicas
• Identificação do Problema ou Formação da Agenda
• Formulação da Política• Implementação• Monitoramento e Avaliação
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Formação da Agenda
• Há problemas que entram na agenda e outros que permanecem apenas como “estado de coisas”
• Problema de difícil inclusão na agenda:– democratização da mídia televisiva (caso Ancinav)– universalização do acesso às obras audiovisuais
brasileiras (governo Lula passa a incluir)
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Formulação da Política
• Tomadores de decisão (ou polymakers)– Congresso Nacional– Conselho Superior de Cinema– Ministérios da Cultura e das Comunicações– Agência Nacional do Cinema
• Características: incrementalismo, baixa participação de setores importantes da sociedade (como trabalhadores e consumidores) e grande força de grupos econômicos nacionais e internacionais, com poder de veto e obstrução.
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Implementação da Política
• Polêmica sobre papel da Ancine;• Ministérios da Cultura (incluindo fundações e
entes a ele relacionados) e das Comunicações, principalmente;
• Na administração indireta federal, há o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nas esferas estaduais e municipais há ainda as secretarias de cultura e empresas públicas, tais como a RioFilme, no município do Rio de Janeiro.
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Monitoramento e Avaliação
• Não há uma cultura de avaliação mais séria dos programas e políticas adotados no âmbito dos órgãos que tratam da questão audiovisual.
• Recentemente, a atuação do IPEA, IBGE, FCRB, academia, tentam mudar esse quadro.
• É preciso avaliar os resultados da “política de incentivos fiscais” não apenas no que se refere ao aumento do número de filmes produzidos, mas também em relação à efetividade dos resultados, que, nesse caso, se materializam também na questão do acesso às obras.