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Manejo e Clínica de animais silvestres aula: TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES Prof. M.V. M.Sc. Oberdan Coutinho Nunes

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Manejo e Clínica de animais silvestres

aula: TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES

Prof. M.V. M.Sc. Oberdan Coutinho Nunes

TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES:

A DIVERSIDADE BIOLÓGICA possui, além de seu valor

intrínseco:

- valor ecológico,

- genético,

- social,

- econômico,

- científico,

- educacional,

- cultural,

- recreativo e

- estético.

Processos responsáveis pela perda da biodiversidade:

- perda e fragmentação dos habitats;

- introdução de espécies e doenças exóticas e

- exploração excessiva de espécies de plantas e

animais.

COMERCIALIZAÇÃO DE ESPÉCIES ANIMAIS desde tempos

imemoriais:

- uso como alimento,

- medicinal e

- para atividades culturais, científicas e esportivas.

Expansão dos mercados + crescente demanda por animais +

evolução das técnicas de captura + fácil transporte =

exploração de espécies além dos níveis sustentáveis.

Biopirataria

- apropriação indevida de recursos diversos da fauna e flora.

- no Brasil – 1500, logo após o descobrimento.

Atividades ilícitas com maior movimentação de dinheiro:

- tráfico de drogas;

- tráfico de armas;

- tráfico de animais silvestres (15 bilhões euros/ano)

- Brasil: 1 bilhão euros/ano;

– 38 milhões de animais.

Brasil

- O país de maior diversidade biológica do mundo;

- Abriga cerca de 10 a 20% de toda biodiversidade global;

- Contém o maior número de vertebrados;

- Maior taxa de endemismos...

- Taxa de extinção de até 1000 vezes maior do que a natural;

- 627 espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção;

Dados: Vincent Kurt Lo

Lei 9.605/98 - “Lei de crimes ambientais”

Crimes contra a fauna:

“matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre,

nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou

autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”.

Incide sob o crime:

“quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou

depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa

ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes

de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização

da autoridade competente”

Principal origem (nordeste)/destinos (Rio de Janeiro e São Paulo)

Principais grupos taxonômicos

Aves

Sporophila nigricollis Amazona aestiva

PASSERIFORMES PSITTACIFORMES

Principais grupos taxonômicos

Criação de aves como pets – culturalmente tradicional.

Pássaros e psitacídeos (periquitos, papagaios e araras):

- cantos e cores diversas,

- capacidade de imitar a voz humana,

- processos de extinção auxiliados por colecionadores.

Sporagra yarrelii Amazona aestiva

Chelonoidis carbonaria

Iguana iguana

CHELONIA

SQUAMATA

Principais grupos taxonômicos

Répteis

Principais grupos taxonômicos

Criação de répteis como pets - aumento nos últimos anos.

Jabutis, lagartos e serpentes:

- beleza e menor necessidade de alimentação,

- menores espaços e freqüência de limpeza,

- aumento do risco de contato com enterobactérias.

Boa constrictor amaraliChelonoidis carbonaria

Principais grupos taxonômicos

Mamíferos

Dasyprocta prymnolopha

RODENTIAPRIMATES

Callithrix penicillata

Principais grupos taxonômicos

Criação de mamíferos como pets - maior impacto!

Primatas são os mais bastante desejados:

- são animados, inteligentes e cativantes,

- capturados filhotes, se adaptam ao cativeiro,

- suas mães são geralmente mortas por caçadores.

Cebus xanthosternosCallithrix jacchus

Fotos: Silvia Godoy

Mortalidade de até 90%

Epidemiologia

Fator importante no processo epidemiológico de dispersão de

enfermidades infecciosas em espécies silvestres.

- Ausência de controle sanitário;

- Debilidade física e imunológica

- fome, sede e densidades elevadas e;

- Severa imunossupressão

- manifestação de diversas doenças

Amazona aestivaChelonoidis carbonariaGnorimopsar chopi

Epidemiologia

Condições inadequadas de manejo

Epidemiologia

Espécies exóticas e a “Poluição patogênica”

Trachemys scripta elegansPython molurus bivittatus Morelia spilota cheynei

Epidemiologia

Epidemiologia

Perda de biodiversidade

- comprometimento de processos ecológicos:

- polinização;

- dispersão;

- controle de insetos...

Sapajus flaviusAnodorhynchus leari Sapajus xanthosternos

Estrutura social do tráfico de animais:

- Primeiros intermediários: comerciantes ambulantes

- zona rural e os centros urbanos;

- Intermediários secundários: pequenos e médios

comerciantes

- comércio varejista;

- Grandes comerciantes: contrabando nacional e

internacional de grande porte.

- Consumidores finais

Estrutura social do tráfico de animais:

Transporte

Fotos: Kilma Manso

Fotos: Kilma Manso

Estrutura social do tráfico de animais:

Transporte

Estrutura social do tráfico de animais:

Onde são vendidos:

- Feiras livres e feiras de rolo;

- Depósitos nas residências dos próprios

comerciantes;

- Depósitos desvinculados da residência do

comerciante;

- Sacoleiros;

- Aviculturas;

- Pet shops (que muitas vezes servem como fachada);

- Residências particulares;

- Perto de locais frequentados por compradores;

- Para restaurantes (para servir de comida).

Destinação da fauna apreendida:

Instrução normativa IBAMA 179/08

“Art 3º- Os espécimes da fauna silvestre deverão ser destinados de

acordo com os critérios desta IN, para:

I - Retorno imediato à natureza;

II - Cativeiro;

III - Programas de soltura (reintrodução, revigoramento

ou experimentação);

IV - Instituições de pesquisa ou didáticas.

§1º- Espécime da fauna silvestre exótica não poderá, sob hipótese

alguma, ser destinado para o retorno imediato à natureza ou soltura.

PERGUNTAS?