trabalho tributária

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1 GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ECONOMICAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS MÁRCIA DA SILVA LESSA CONTABILIDADE TRIBUTARIA SINOP/MT 2013.

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ECONOMICAS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MÁRCIA DA SILVA LESSA

CONTABILIDADE TRIBUTARIA

SINOP/MT

2013.

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ECONOMICAS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CONTABILIDADE TRIBUTARIA

SINOP/MT

2013

Trabalho elaborado pela acadêmica Márcia da

Silva Lessa para obtenção de uma das notas da

disciplina de Contabilidade Tributaria, no curso

de Ciências Contábeis na Universidade estadual

do Mato grosso.

Page 3: Trabalho tributária

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INDICE

1. NOÇÕES BASICAS DE CONTABILIDADE...05

1.1 Conceito...05

1.2 Aplicação da Contabilidade...05

1.3 Usuários das Informações Contábeis...06

1.4 Para quem é mantida a contabilidade?...06

1.5 Demonstrações...07

2. CONTABILIDADE TRIBUTARIA...07

2.1 Contabilidade e Fisco...08

2.2 Objetivo da Contabilidade Tributária...08

2.3 Legislação Tributária...08

2.4 Funções da Contabilidade...08

2.5 Princípios Constitucionais Tributários...08

2.6 Hierarquia das Normas...10

2.7 Fontes do Direito Tributário...11

3. DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS OBRIGATORIAS...12

4. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS...13

4.1 Transcrição das Demonstrações no Livro Diário...14

4.2 Lucro Real...14

5. DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS PARA EFEITOS TRIBUTARIOS...15

5.1 Balanço Patrimonial (BP)...15

5.2 Demonstração do Resultado do Período de Apuração (DRE)...16

5.3 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)...17

6. DEMONSTRAÇOES OBRIGATORIAS PARA EFEITOS TRIBUTARIOS E

COMERCIAIS...18

6.1 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)...18

6.2 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)...19

6.3 Notas Explicativas e outros quadros analíticas...19

6.4 Quadro – Demonstração Financeira Obrigatória por Tipo Societário...20

7. OUTRAS OBRIGAÇÕES PREVISTAS NAS LEIS COMERCIAIS...21

7.1 Consolidação das Demonstrações Financeiras...21

7.2 Relatório da Administração...21

7.3 Parecer dos Auditores Independentes...22

7.4 Parecer do Conselho Fiscal...23

8. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA: NOÇÕES DE REGIMES DE

TRIBUTAÇÃO E CORRELAÇÃO COM A CONTABILIDADE

APLICADA...23

8.1Simples Nacional...23

8.2 Lucro Real...25

8.3 Lucro Presumido...26

8.4 Lucro Arbitrado...27

8.5 Conclusão...27

9. CONCLUSÃO GERAL...28

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INTRODUÇAO A história da Contabilidade demonstra que esta ciência acompanha a evolução da

sociedade humana desde o seu surgimento, nas épocas mais remotas da civilização.

Segundo Iudicibus, Marion, Farias (2009), A história da contabilidade é tão antiga

quantoa própria história da civilização. Está ligada às primeiras manifestações humanas da

necessidadesocial de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com

o objetomaterial de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.

Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio.

Aorganização econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separar atividade,

rompendo avida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa

criava suariqueza individual.

Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado

comoherança aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais, denominou-sepatrimônio. O

termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessemsido

herdados.

Os primeiros sinais objetivos da existência da contabilidade, segundo

algunspesquisadores, foram observados por volta do ano 3.000 a.c, na civilização Sumério

Babilonensee coincidiu com a invenção da escrita.

A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio.

Háindícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio

não eraexclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade.

A atividade de troca e venda (escambo) dos comerciantes semíticos requeria

oacompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de

bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças

deimpostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba

egípciocontabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.c.

À medida que ohomem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-

lhe saber quanto poderiamrender e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais

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informações não eram de fácilmemorização quando já em maior volume, requerendo

registros.Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de

quepudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.

É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as

compras,vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore

assinalados comoprova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do

cálamo (pena de escrever)no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de

informações sobre negócios.

A medida que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina.

Asescritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa

classificadasem rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e

diversões.

No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas

porgovernos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá.

Iudicibus, Marion, Farias (2009) resumem a evolução da ciência contábil da seguinte

forma:

• CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com as

primeirascivilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o livro LiberAbaci(livro do

ábaco), daautoria Leonardo Pisano, conhecido de Fibonaci(cabeça dura).

• CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristãaté

1494, quando apareceu o Tratactus de ComputisetScripturis (Contabilidade por

PartidasDobradas) de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil

do débito edo crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que

contribuiu parainserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.

• CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, como

aparecimento da Obra "La ContabilitàApplicattaalleAmministrazioni Private e Pubbliche",

daautoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história

daContabilidade.

• CONTABILIDADE DO MUNDO CONTEMPORÂNEO OU CIENTÍFICO – períodoque se

inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. Neste período, surgiram muitas escolas

queidentificavam várias visões para a contabilidade.

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1. NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE

É um dos desafios dos que iniciam o estudo da contabilidade, pois pode dificultar

oentendimento da matéria.A contabilidade possui linguagem própria e alguns termos, palavras

ou expressõescoincidem com termos, palavras ou expressões de nossa linguagem comum. As

palavras quemais perturbam os estudantes são débito e crédito.

1.1 Conceito

A contabilidade é uma ciência que tem como finalidade registrar, coletar,

resumirinformar e interpretar dados e fenômenos que afetam as situações patrimonial,

financeira eeconômica de qualquer entidade. - Três requisitos para ser ciência: o campo de

atuação quesão as entidades; o objetivo que é o patrimônio; e o método das partidas dobradas.

Também podemos relatar que o objetivo (finalidade) da contabilidade, é o estudo eo

controle do patrimônio e de suas variações visando ao fornecimento de informações quesejam

úteis para a tomada de decisões econômicas.

1.2 Aplicação da Contabilidade

A contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) ou

emParticular (aplicada em certo ramo da atividade ou setor econômico). Assim, no estudo

dacontabilidade podemos enfocar, entre outros, os seguintes ramos:

• Contabilidade Industrial;

• Contabilidade Comercial e de serviços;

• Contabilidade de Custos;

• Contabilidade Hospitalar;

• Contabilidade Agrícola e da Pecuária

• Contabilidade das Instituições Financeiras

• Contabilidade Pública

• Contabilidade Autônomo (livro caixa);

• Contabilidade das pessoas físicas – Atividade Rural

•SOCIEDADES POR AÇÕES - As principais regras contábeis direcionadas a esse tipo de

companhia são aplicáveis àsdemais formas jurídicas de se constituírem sociedades.

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As principais características desse tipo de companhia estão a seguir:

a) são constituídas por um estatuto social;

b) o capital é dividido em partes iguais, que recebem o nome de ações;

c) seus sócios são conhecidos como acionistas;

d) em resumo, seu estatuto social deve conter: a denominação; o objeto; a sede; o valor do

capital; o prazo de duração, que normalmente é indeterminado; a forma de administraçãoda

sociedade; a regra de partilha dos lucros e prejuízos e os direitos dos acionistas, no quetange ao

voto, deliberações sociais e seus deveres e obrigações.

1.3 Usuários das Informações Contábeis

Compreendem todas as pessoas físicas e jurídicas que, direta e indiretamente,

tenhaminteresse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade, como titulares,

sócios ouacionistas, administradores, governo, fornecedores, clientes, investidores que atuam

nomercado de capitais, bancos etc.

1.4 Para quem é mantida a contabilidade?

A Contabilidade pode ser feita para Pessoa Física ou Pessoa Jurídica. Considera-

sepessoa, juridicamente falando, todo ser capaz de direitos e obrigações.

PESSOA FÍSICA é a pessoa natural, é todo ser humano, é todo indivíduo (sem

qualquerexceção).

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PESSOA JURÍDICA é a união de indivíduos que, através de um contrato reconhecido

por lei,formam uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus membros. As

pessoasjurídicas podem ter fins lucrativos (empresas industriais, comerciais etc.) ou

não(cooperativas, associações culturais, religiosas etc.). Normalmente, as pessoas

jurídicasdenominam-se empresas.

Entidade Contábil – Pessoa para quem é mantida a contabilidade, podendo ser pessoa

jurídicaou física.

1.5 Demonstrações Contábeis

As demonstrações contábeis são instrumentos técnicos, com forma e conteúdodefinidos

em lei, que expõem qualitativa e quantitativamente todos os elementos de certopatrimônio, num

determinado exercício.

As demonstrações financeiras estabelecidas pela Lei nº 6.404, após

alteraçõesintroduzidas pela Lei nº 11.638/07 são:

Balanço Patrimonial;

Demonstração do Resultado do Exercício;

Demonstração de Fluxo de Caixa;

Demonstração das Mutações do PL;

Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados;

Demonstração do Valor Adicionado.

O campo de aplicação da Contabilidade são as entidades econômicas –administrativas, com ou

sem fins lucrativos.

A finalidade da ciência contábil é assegurar o controle do patrimônioadministrado,

retratando os elementos de que compõe e respectivas variações.

A contabilidade, além de possibilitar o controle e a avaliação dos bens, direitos

eobrigações da entidade, oferece ao administrador os dados e fundamentos necessários a

suastomadas de decisão.

2. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Ramo da Contabilidade que visa aplicar as normas básicas da Contabilidade e da

Legislação Tributária.

Page 9: Trabalho tributária

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2.1 Contabilidade e Fisco

A contabilidade deve demonstrar a situação do patrimônio e o resultado do exercício de

acordo com as normas de Contabilidade, por outro lado, deve atender ao Fisco e aLegislação

Tributária. Sendo necessário elaborar controles puramente fiscais e extra-contabilmente.como

apurar o Lucro Real, para cálculo do IRPJ e CSLL, através do LALUR.

2.2 Objetivo da Contabilidade Tributária

Apurar o resultado econômico do exercício social (lucrocontábil), e seguida, atender de

forma extra contábil às exigências das legislações do IRPJ e daContribuição Social sobre o

Lucro Líquido, determinando a base de cálculo fiscal para a formação dasprovisões destinadas

ao pagamento desses tributos, as quais serão abatidas do resultado contábil, para adeterminação

do lucro líquido do período base apurado.

2.3 Legislação Tributária

Leis, os tratados e convenções internacionais, os decretos e as normascomplementares a

respeito dos tributos e relações e eles pertinente.

2.4 Funções da Contabilidade

Registrar os fatos administrativos (fatos contábeis) = memória

Demonstrar e controlar as mutações patrimoniais = controle

Servir como elemento de prova em juízo ou tribunal = dirimir dúvidas

Fornecer elementos para a tomada de decisão = gestão empresarial

Demonstrar ao Fisco o cumprimento da legislação tributária = cumprir a lei

2.5 Princípios Constitucionais Tributários

Limitações ao Poder de Tributar: limitações de competência entre os entes

federativos ou comoproteção aos direitos e garantias individuais.Vistas pelo ângulo estatal

constituem restrições impostas pela Carta Magna do país.Vista pelo ângulo dos indivíduos

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(pessoa física ou jurídica), contribuintes dos tributos, representaminstrumentos de proteção e de

resistência à pretensão estatal.

Principio da Legalidade: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma

coisa senão emvirtude de lei”. CF. Art5.“Sem prejuízo de outras garantias ao contribuinte, é

vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal eaos Municípios: I – exigir ou aumentar

tributo sem que a lei o estabeleça”. CF Art. 150.A Lei exigida para criação de Tributo é a Lei

Ordinária, por exceção a Lei Complementar.

Principio da Anterioridade: CF. Art. 150

“Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,

aoDistrito Federal e aos Municípios: III – cobrar tributos.

b) No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que instituiu ou aumentou.”

Assim, os tributos sujeitos à anterioridade da lei só poderão ser cobrados a partir do

exercício seguinteao da instituição ou da alteração.

Exceções ao Princípio da Anterioridade: Alguns tributos não se aplica o principio da

anterioridade, hajavista, que atendem a certos objetivos extrafiscais (política monetária, política

de comércio exterior) e,por conseguinte, necessitam de maior flexibilidade e demanda, rápidas

alterações.

EX: Imposto de Importação (II), o Imposto de Exportação (IE), o Imposto Sobre Produtos

Industrializados (IPI) e o Imposto Sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro e Operações

comTítulos e Valores Mobiliários (IOF).

Em outras situações, os tributos obedecem ao período de 90 dias (principio

nonagesimal), que é ocaso das contribuições sociais (PIS, COFINS, CSL).

Aplicação do Princípio da anterioridade a partir da Emenda Constitucional nº 42/2003

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Princípio da Igualdade ou Isonomia: “todos são iguais perante a Lei, sem distinção de

qualquernatureza...” CF Art, 5.

Essa igualdade não quer significar a igualdade de fato, mas a igualdade jurídica, no

sentido da notóriaafirmação de Aristóteles de que “a igualdade consiste em tratar igualmente os

iguais e desigualmente osdesiguais”.

O princípio é dirigido ao legislador ordinário, que não poderá tratar duas situações

iguais de formadiferenciada, mas poderá tratar situações desiguais de forma desigual,

justamente porque as pessoas nãoestão nas mesmas condições.

Princípio da Uniformidade: Os tributos da União devem ser aplicados de maneira

uniforme emtodo o território nacional.

Igualdade x Uniformidade: Na igualdade, a diferenciação proibida está centrada na

pessoa(pessoas iguais não podem ser tratadas desigualmente), enquanto na uniformidade o

mesmo está noobjeto (carne, melancia, roda, acumulador, etc. devem possuir alíquota

uniforme) e na localização do sujeito passivo (uniformidade geográfica, ou seja, não pode

diferenciar tomando como critériolocalização, origem, destino, etc.).

Capacidade Contributiva: cada pessoa deve contribuir para as despesas da

coletividade, de acordocom a presunção de renda ou capital (de sua riqueza). Daí a noção de

distribuição de carga tributáriaigualitária, em razão das possibilidades de cada contribuinte;

Proibição do Confisco: A tributação jamais pode ter conotação confiscatória, inclusive

sob pena de descaracterizar a natureza tributária e ingressar no campo da punição ou da

penalidade.

2.6 Hierarquia das Normas

O sistema jurídico é constituído por um conjunto de normas em que as partes se

harmonizam com otodo e o todo com as partes, formando um conjunto único e harmônico.

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Em nosso sistema jurídico positivo (artigo 59 da CF/88), de acordo com a hierarquia das

normas, apirâmide compõe-se das seguintes normas:

1ª) Constituição

2ª) Emendas à Constituição

3ª) Leis Complementares

4ª) Leis Ordinárias

5ª) Leis Delegadas

6ª) Medidas Provisórias

7ª) Decretos Legislativos

8ª) Resoluções

9ª) Tratados Internacionais

2.7 Fontes do Direito Tributário

são modos de expressão do Direito. A fonte básica é a Lei.

- Lei: É a norma emanada do Poder Legislativo, que estabelece regras de conduta. Obriga a

todos dentroda sociedade, pois não visa a situações de particulares, mas genéricas.

- Constituição Federal: Na Constituição encontra-se a matriz de todas as competências; nela

sedemarcam os limites de tributar e se estruturam os princípios, inclusive os de natureza

especificamentetributária, que constituem as pilastras de sustentação de todo o sistema

tributário.

- Emendas Constitucionais: As emendas constitucionais, uma vez observado o processo

previstopara sua elaboração e promulgação, incorporam-se à Constituição, com igual

hierarquia.A CF não criatributos, define competências para fazê-lo, assim como suas emendas.

- Lei Complementares: tem a função de complementar disposições contidas na Constituição.

Cabe a Lei Complementar: Dispor sobre a Competência dos Tributos; Regular as limitações ao

poder detributar; normas gerais em matéria de legislação Tributária. Para a aprovação da lei

complementar, requer-se a maioria absoluta dos votos dos membros das duascasas do

Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal).

- Leis Ordinárias: é o veículo legislativo de cria o tributo. . A lei ordinária é aprovada no

Congresso Nacional por maioria simples (maioria dos presentes na votação).

- Leis Delegadas: são elaboradas pelo Presidente da república sobre matérias específicas.

Dentro da hierarquia das normas, a lei delegada se equipara à lei ordinária.

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- Medida Provisória: É um ato normativo, com força de lei, de que o executivo poderá lançar

mãos em caso excepcionais, isto é, em caso de urgência e relevância,que terão força de lei.

- Decretos Legislativo: servem para regular matéria de competência do Congresso Nacional

comefeitos externos. Independem de sanção e veto do Presidente da República.

- Resoluções: estabelecem alíquotas de ICMS, alíquotas máximas de Imposto de transmissão

de Causamortis e doação.

- Tratados Internacionais: serão os tratados internacionais fontes de Direito Tributário

quandoforem aprovados por decreto legislativo e promulgados por decreto do Presidente da

República.

“Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda

ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua

sanção(Aprovação) de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante

atividade administrativa plenamente vinculada”. CTN, Art. 3.

3. DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS OBRIGATORIAS

As empresas privadas brasileiras e as estrangeiras com operação no Brasil devem, ao final

de cada período de incidência do Imposto de Renda, quando submetidas ao regime de apuração

com base no Lucro Real, apurar o lucro líquido do exercício mediante a elaboração das

seguintes Demonstrações Financeiras (1), observando, inclusive, as disposições da lei

comercial:

a. Balanço Patrimonial (BP);

b. Demonstração do Resultado do Período de Apuração (2); e

c. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).

No que se refere ao Balanço Patrimonial, a legislação do Imposto de Renda obriga o

contribuinte a sua transcrição no Livro Diário ou no Livro de Apuração do Lucro Real

(LALUR).

Observamos, ainda, que a elaboração dessas demonstrações é obrigatória também em face

da legislação comercial brasileira, conforme determina os incisos I a III do artigo 176 da Lei nº

6.404/1976. Além delas, citada lei comercial, ainda obriga as companhias em geral (as que

estão submetidas à Lei das S/A's) a elaboração das seguintes demonstrações:

a. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), exceto as companhias fechadas (3); com

patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais);

b. Demonstração do Valor Adicionado (DVA), de elaboração obrigatória somente pelas

companhias abertas; e

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c. Notas Explicativas (NE's) e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da

situação patrimonial e do resultado do exercício.

Devido a importância do tema, principalmente para os iniciantes na ciência contábil,

veremos neste Roteiro quais são as Demonstrações Financeiras obrigatórias perante as

legislações tributária, comercial, societária e nas Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

Procuraremos, também, dar ao nosso leitor uma pequena explicação do significado de cada

uma das demonstrações citadas no decorrer do presente trabalho.

É importante observar que a não obrigatoriedade de apresentação não significa impedimento de

se elaborar espontaneamente a demonstração.

Notas:

(1) A legislação societária e, posteriormente, a legislação fiscal e outras consagraram

o uso da expressão "Demonstrações Financeiras" para o mesmo conjunto de

informações contábeis. Assim, a expressão "Demonstrações Financeiras" tem

exatamente o sentido da expressão "Demonstrações Contábeis", e vice-versa.

(2) Também denominado Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) pela

legislação comercial.

(3) De acordo com o artigo 4º da Lei nº 6.404/1976, a companhia é aberta ou fechada

conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à

negociação em bolsa ou em mercado de balcão, observando-se que somente os valores

mobiliários de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

podem ser distribuídos no mercado e negociados na bolsa ou no mercado de balcão. Base Legal: Artigo 176 da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A's) e; Artigo 274 do RIR/1999.

4. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As Demonstrações Financeiras são o conjunto de informações que devem ser elaboradas

pelas empresas e demais entidades com objetivo de prestar contas e/ou informar aos sócios ou

acionistas, governo e demais usuários da informação contábil as reias condições de seu

patrimônio. Tais informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas às

demonstrações financeiras, auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e os fluxos

financeiros futuros da entidade.

Segundo o IBRACON as Demonstrações Contábeis (ou Financeiras):

(...) são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e

financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no

período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é

fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo

financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na

tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do

gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados.

Page 15: Trabalho tributária

14

Na elaboração das Demonstrações Financeiras, as entidades devem observar as normas

regulamentares dos órgãos normativos. Além disso, a legislação societária exige que as

sociedades anônimas publiquem suas demonstrações em jornais de grande circulação, já as

sociedades constituídas sob outros tipos societários necessitam apenas manter as demonstrações

publicadas no Livro Diário e, quando solicitado, enviar cópias a bancos, fornecedores, outros

parceiros comerciais e investidores.

Base Legal: Item 7 da NPC 27 (Demonstrações Contábeis) do IBRACON e; Item 13 da ITG 2000 -

Escrituração Contábil, aprovada pela Resolução CFC nº 1.330/2011.

4.1 Transcrição das Demonstrações no Livro Diário

Conforme disposto no item 13 da ITG 2000 - Escrituração Contábil, todas as

Demonstrações Financeiras devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as

assinaturas do titular ou do representante legal da entidade e do profissional da contabilidade

legalmente habilitado.

Lembramos que igual procedimento deve ser adotado na hipótese de Demonstrações

Financeiras elaboradas por força de disposições legais, contratuais ou estatutárias.

4.2 Lucro Real

Conforme determinada a legislação do Imposto de Renda, as Demonstrações Financeiras

obrigatórias perante a legislação tributária devem ser transcritas no Livro Diário ou,

opcionalmente, no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), completando-se com as

assinaturas do contabilista e do titular ou do representante legal da empresa. Essa regra possui

validade para os Balanços ou Balancetes levantado anualmente ou trimestralmente.

Porém, na hipótese de levantamento de Balanço ou Balancete para suspensão ou redução

da estimativa, a Instrução Normativa SRF nº 93/1997 exige a transcrição no Livro Diário até a

data fixada para pagamento do imposto devido no respectivo mês.

Nota:

(4) Os contribuintes que adotarem a Escrituração Contábil Digital (ECD) e, ainda, a

Escrituração Fiscal Digital (EFD), estarão eximidos da obrigatoriedade de transcrever

mensalmente os balanços ou balancetes de suspensão ou redução (Artigo 6º, III, da IN

RFB nº 787/2007). Base Legal: Artigo 274, § 2º do RIR/1999 e; Artigo 12, §5º, "b" da Instrução Normativa

SRF nº 93/1997.

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5. DEMONSTRAÇOES CONTABEIS PARA EFEITOS TRIBUTARIOS

Conforme já mencionado, todas as pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração

com base no Lucro Real, seja qual for o tipo societário adotado, estão obrigadas a elaborar, ao

final de cada período de incidência do Imposto de Renda (trimestral ou anual), com

observância das leis comerciais (Lei nº 6.404/1976), as seguintes demonstrações financeiras:

a. Balanço Patrimonial (BP);

b. Demonstração do Resultado do Período de Apuração; e

c. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).

5.1 Balanço Patrimonial (BP)

O Balanço Patrimonial é uma demonstração financeira que tem por objetivo mostrar a

situação (ou saúde) financeira e patrimonial de uma entidade num determinado momento,

normalmente no final do ano, representando, portanto, uma posição estática da mesma.

O Balanço Patrimonial é dividido em duas colunas, sendo a do lado esquerdo denominada

de Ativo (bens e direitos) e a do lado direito denominado de Passivo (exigibilidades e

obrigações com terceiros) e Patrimônio Líquido (recursos aplicados pelos sócios ou acionistas),

que é resultante da diferença entre o total de ativos e passivos, como ilustrado no quadro

abaixo:

Como bem esclarece o Professor Marion, o termo Ativo pressupõe algo positivo, dinâmico,

que produz, que gera riqueza. É o conjunto de bens e direitos de propriedade da empresa, que

lhes trazem benefícios e proporcionam ganhos.

Já o termo passivo, ao contrário, dá uma ideia de negativo, dívidas, exigibilidades,

obrigações, portanto, são as obrigações exigíveis da empresa, às dívidas que serão futuramente

cobradas a partir da data de seu vencimento. O passivo exigível é conhecido no mercado

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financeiro como dívidas com terceiros, ou recursos (dinheiro) de terceiros, ou capital de

terceiros.

Por fim, temos o Patrimônio Líquido representa o total das aplicações dos proprietários na

entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando

o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a

Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a

Descoberto.

5.2 Demonstração do Resultado do Período de Apuração (DRE)

A DRE destina-se a evidenciar a formação do resultado líquido num determinado exercício

(normalmente, um ano), diante do confronto das receitas, custos e despesas apuradas segundo o

regime de competência, desse modo, a DRE oferece uma síntese econômica dos resultados

operacionais de uma empresa em certo período. Desse confronto surge o conceito de lucro ou

prejuízo, assim, se as receitas (vendas) forem maior que as despesas a empresa obteve lucro,

caso contrário, se as despesas e custos forem maior a empresa obteve prejuízo.

A apuração do resultado é feita de forma destacada na DRE, ou seja, apresenta-se de forma

vertical um resumo ordenado das despesas, custos e receitas do período, facilitando, dessa

forma, a tomada de decisão. Segundo a Lei das S/A's a Demonstração do Resultado do

Exercício (DRE) deve discriminar:

a. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os

impostos;

b. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o

lucro bruto;

c. as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas

gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

d. o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;

e. o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

f. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias,

mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou

previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;

g. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Page 18: Trabalho tributária

17

Embora a DRE seja elaborada anualmente para fins de divulgação, em geral são feitas

mensalmente pela administração e trimestralmente para fins fiscais. A DRE, pode ser utilizada

como indicadores de auxílio a decisões financeiras.

5.3 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)

Primeiramente, há que se destacar que, após a edição da Lei nº 11.638/2007, que alterou

parcialmente a Lei nº 6.404/1976, retificada e ratificada pela MP 449/2009 (transformada na

Lei nº 11.941/2009), para as empresas S/A's não existe mais a rubrica de Lucros Acumulados,

assim sendo, tornou-se impossível a partir do ano calendário de 2008 a existência de saldo

positivo no balanço a título de lucros acumulados. Apesar disso, ainda persiste sua

obrigatoriedade de elaboração.

A DLPA apresenta o resultado da entidade e as alterações nos lucros ou prejuízos

acumulados para o período de divulgação. A Resolução CFC nº 1.255/2009 permite que a

entidade apresente a DLPA no lugar da Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) e da

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), se as únicas alterações no seu

patrimônio líquido durante os períodos para os quais as demonstrações financeiras são

apresentadas derivarem:

do resultado;

de pagamento de dividendos ou de outra forma de distribuição de lucros;

correção de erros de períodos anteriores; e

de mudanças de políticas contábeis.

Por outro lado, o § 2º do artigo 186 da Lei nº 6.404/1976 dispensada da apresentação em

separado da DLPA, quando a companhia elaborar e publicar a DMPL, uma vez que aquela

estará obrigatoriamente contida nesta. Porém, registramos que a Instrução CVM nº 59/1986

obriga as companhias de capital aberto a elaborar e publicar a DMPL.

A entidade deve apresentar, na DLPA, os seguintes itens, adicionalmente às informações

requeridas na DRE e DRA:

a. lucros ou prejuízos acumulados no início do período contábil;

b. dividendos ou outras formas de lucro declarados e pagos ou a pagar durante o período;

c. ajustes nos lucros ou prejuízos acumulados em razão de correção de erros de períodos

anteriores;

d. ajustes nos lucros ou prejuízos acumulados em razão de mudanças de práticas contábeis;

Page 19: Trabalho tributária

18

e. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;

f. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital;

e

g. lucros ou prejuízos acumulados no fim do período contábil.

Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de

efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado

exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.

Por fim, registramos que a DLPA deverá indicar o montante do dividendo por ação

do capital social.

6. DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS PARA EFEITOS TRIBUTÁRIOS E

COMERCIAIS

Além das Demonstrações Financeiras exigidas pela legislação tributária, a lei comercial,

ainda obriga as companhias em geral (as que estão submetidas à Lei das S/A's) a elaboração

das seguintes demonstrações:

a. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), exceto as companhias fechadas com

patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais);

b. Demonstração do Valor Adicionado (DVA), de elaboração obrigatória somente pelas

companhias abertas; e

c. Notas Explicativas (NE's) e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da

situação patrimonial e do resultado do exercício.

Lembramos que as Demonstrações Financeiras devem ser obrigatoriamente divulgadas,

anualmente, segundo a Lei nº 6.404/1976, pela administração de uma sociedade por ações e

representa a sua prestação de contas para com os sócios e acionistas. A prestação anual de

contas é composta pelo Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e as notas

explicativas que as acompanham, o Parecer dos Auditores Independentes (caso houver) e o

Parecer do Conselho Fiscal (caso existir).

6.1 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

A DFC visa mostrar como ocorreram as movimentações das disponibilidades e do fluxo

de caixa em um dado período contábil, evidenciando separadamente as mudanças nas

Page 20: Trabalho tributária

19

atividades operacionais, de investimentos e de financiamento. Vem substituindo em alguns

países, como no caso do Brasil, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

(DOAR).

A informação sobre fluxos de caixa proporciona aos usuários das Demonstrações

Financeiras uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de

caixa e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa. Assim, por intermédio

de um bom planejamento financeiro, as empresas podem saldar suas obrigações na data do

vencimento aprazado, sem o desembolso desnecessário de encargos incidentes sobre o

pagamento em atraso de dívidas, problema típico da falta de planejamento de fluxo de caixa.

O Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa define os

requisitos para a apresentação da DFC e respectivas divulgações.

Observa-se que, ainda nos termos da Lei nº 6.404/1976, artigo 176, § 6º, a companhia

fechada com Patrimônio Líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 não será

obrigada à elaboração e publicação da DFC.

6.2 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

A DVA tem como objetivo principal informar ao usuário, de forma concisa, o valor da

riqueza criada pela empresa em determinado período e a forma de sua distribuição. Foi

implantada oficialmente no Brasil através da Lei n° 11.638/2007 que alterou a nossa Lei das

S/A's (Lei nº 6.404/1976), sendo obrigatório sua elaboração para os exercícios encerrados a

partir de 01/01/2008.

Sua elaboração é obrigatória somente pelas companhias abertas, mas nada impede que as

demais entidades venham a elaborá-la.

Base Legal: Artigo 176, V da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A's).

6.3 Notas Explicativas e outros quadros analíticos

A Lei das S/A's prescreve que as Demonstrações Financeiras devem ser complementadas

por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para

uma plena avaliação da situação e da evolução patrimonial e dos resultados do exercício de

uma entidade.

Assim, as Notas Explicativas devem:

Page 21: Trabalho tributária

20

a. apresentar informações sobre a base de preparação das Demonstrações Financeiras e das

práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos

significativos;

b. divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não

estejam apresentadas em nenhuma outra parte das Demonstrações Financeiras;

c. fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias Demonstrações Financeiras e

consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e

d. indicar:

1. os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques,

dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para

encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de

elementos do ativo;

2. os investimentos em outras sociedades, quando relevantes;

3. o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações;

4. os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e

outras responsabilidades eventuais ou contingentes;

5. a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;

6. o número, espécies e classes das ações do capital social;

7. as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;

8. os ajustes de exercícios anteriores; e

9. os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a

ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.

6.4 Quadro - Demonstrações Financeiras obrigatórias por tipo societário

Notas:

(6) Somente quando o Patrimônio Líquido for maior ou igual a R$ 2.000.000,00.

(7) Readequações terminológicas poderão ser necessárias.

Page 22: Trabalho tributária

21

7. OUTRAS OBRIGAÇÕES PREVISTAS NAS LEIS COMERCIAIS

7.1 Consolidação das Demonstrações Financeiras

As Demonstrações Financeiras Consolidadas compreendem o Balanço Patrimonial

Consolidado, a Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício e a Demonstração

Consolidada das Origens e Aplicações de Recursos, complementadas por Notas explicativas e

outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos

resultados consolidados. Sua elaboração é abrigatória, ao final de cada exercício social, pela:

a. companhia aberta que possuir investimento em sociedades controladas, incluindo as

sociedades controladas em conjunto, assim consideradas aquelas em que nenhum acionista

exerce, individualmente, os poderes de preponderância nas deliberações sociais e de eleger

ou destituir a maioria dos administradores; e

b. sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta.

7.2 Relatório da Administração

Não faz parte das Demonstrações Financeiras propriamente ditas, mas a lei exige a

apresentação do Relatório da Administração, descrevendo e explicando as características

principais do desempenho financeiro da entidade e os principais riscos e incertezas que

enfrentam.

Esse relatório deve contemplar, além do solicitado pela lei, entre outras, as seguintes

informações:

a. descrição dos negócios, produtos e serviços:

1) comentários sobre a conjuntura econômica geral relacionada à entidade, incluindo

concorrência nos mercados, atos governamentais e outros fatores exógenos materiais sobre

o desempenho da companhia;

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22

2) informações sobre recursos humanos;

3) investimentos realizados;

4) pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços;

5) reorganizações societárias e programas de racionalização;

6) direitos dos acionistas e políticas de dividendos, societárias e perspectivas e planos para o

período em curso e os futuros;

b. fatores principais e influências que determinam o desempenho, incluindo mudanças no

ambiente no qual a entidade opera, a resposta da entidade às mudanças e seu efeito, a sua

política de investimento para manter e melhorar o desempenho;

c. fontes de obtenção de recursos da entidade; e

d. os recursos da entidade não reconhecidos no balanço por não atenderem à definição de

ativos.

7.3 Parecer dos Auditores Independentes

No Brasil a Lei das S/A's, sendo alterada em parte pela Lei nº 11.638/2007, determina

que as Demonstrações Financeiras sejam auditadas por auditores independentes registrados na

Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Normas específicas também exigem que as

instituições subordinadas ao Banco Central do Brasil (Bacen), à Superintendência de Seguros

Privados (Susep) e outras também tenham suas Demonstrações Financeiras auditadas.

Já em países com economias mais avançadas, onde a auditoria é uma obrigatoriedade

para a grande maioria das empresas e entidades, inclusive as governamentais, quando não por lei,

por exigência natural da sociedade e da comunidade de negócios; empréstimos, relações

comerciais, transações importantes e linhas de crédito, normalmente só são concretizados nestes

países, quando acompanhadas de Demonstrações Financeiras avalizadas por auditores

independentes. Nos EUA esta necessidade é ainda maior após o advento da SOX (The Sarbanes-

OxleyActof 2002) e normalmente esta necessidade se reflete em todas filiadas americanas

domiciliadas em outros países.

7.4 Parecer do Conselho Fiscal

Page 24: Trabalho tributária

23

No Brasil não é obrigatória a publicação do Parecer do Conselho Fiscal, caso existir ele

deve ser submetido à Assembleia Geral dos acionistas, mas a sua publicação é opcional, contudo,

a prática mostra de que ele é publicado na maioria das vezes em que existe.

8. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA: NOÇÕES DE REGIMES DE TRIBUTAÇÃO E

CORRELAÇÃO COM A CONTABILIDADE APLICADA.

Ferramenta indispensável à gestão da organização. No entanto, além desta nobre função,

a Contabilidade tem servido também aos interesses do Fisco, fornecendo informações relevantes

acerca da situação financeira da empresa, da sua forma de atuar e outras informações nas quais é

possível inferir indícios de cerceamento às obrigações fiscais.

Como forma de estabelecer uma justiça fiscal, o governo por meio de dispositivos legais

permite às empresas a opção por um regime de tributação que lhes favoreça mais, ou seja, salvo

exceções, as empresas podem optar o modo de se recolher tributos que mais lhe seja favorável. A

intenção de permitir ao contribuinte tal escolha reside na obediência ao princípio constitucional

que determina ao Estado, sempre que possível, tributar de acordo com o porte e capacidade

daquele que contribui (vide Constituição Federal, artigo 145, parágrafo 1º).

Dito isto, temos atualmente quatro regimes de tributação distintos, cada qual priorizando

determinada característica da empresa, a saber: Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real

e Lucro Arbitrado. Daremos certa ênfase nos três primeiros e apenas um pequeno comentário

sobre o último.

Antes de abordarmos os temas, deve o caro leitor ter em mente duas coisas:

Primeiramente que os métodos aqui mostrados são exemplificativos e não taxativos, ou seja, há

várias exceções não abordadas aqui, pois o objetivo não é o aprofundamento em tais questões e

sim a apresentação de conceitos gerais. Em segundo lugar, os mesmo métodos não abrangem de

forma alguma questões ligadas a tributos sobre o consumo/indiretos (PIS, COFINS, ICMS, IPI

entre outros), abrangendo tão somente a tributação sobre o resultado/lucro.

8.1 Simples Nacional

Instituído pela Lei Complementar 123/2006, contando também com alterações

posteriores, é o regime de recolhimento de tributos criado para beneficiar a micro e a pequena

empresa. Salvo exceções explícitas na Lei 123/2006, a regra geral de enquadramento dá-se pelo

Page 25: Trabalho tributária

24

porte/volume da movimentação financeira da empresa, prevalecendo (salvo exceções, como já

exposto) a idéia de que o importante não é o que se faz e sim o vulto financeiro envolvido. Com

a proposta de simplificar o sistema tributário do pequeno empresário, o Simples Nacional

abrange os seguintes tributos: ISS, ICMS, PIS, COFINS, Contribuição Previdenciária Patronal,

CSLL e IRPJ em apenas uma guia de recolhimento (é o únicos dos regimes de tributação em que

os tributos diretos e indiretos são calculados juntos). Há, para efeito de conservação do princípio

da isonomia, os chamados Anexos, cuja numeração vai de I a V, nos quais as diferentes

atividades são inseridas. Não serão abordados aqui especificações e detalhes de cada Anexo, haja

vista que este material pretende apenas apresentar os diferentes regimes de tributação existentes.

Eventual aprofundamento será oportunamente feito em artigo específico.

Suas principais características são a diferenciação da base de calculo dos tributos, que

não incidem sobre lucro ou valor agregado, como em outros regimes fiscais, mas diretamente

sobre a receita; ou seja, o fato gerador da obrigação principal (recolhimento do tributo) é o

Faturamento. Outra peculiaridade reside no fato da desoneração da folha de pagamento,

extinguindo a contribuição do INSS sobre a folha (de 20%) e de terceiros (percentual que pode

chegar a 8,8%), ao embutir tais contribuições juntas com os demais impostos, diretamente sobre

o faturamento, mas com um percentual menor. Entretanto, cabe observar que há uma exceção a

esta regra, conforme transcrito do citado dispositivo legal:

Art. 18, § 5o-C. Sem prejuízo do disposto no § 1

o do art. 17 desta Lei

Complementar, as atividades de prestação de serviços seguintes serão

tributadas na forma do Anexo IV desta Lei Complementar, hipótese em

que não estará incluída no Simples Nacional a contribuição prevista no

inciso VI do caput do art. 13 desta Lei Complementar, devendo ela ser

recolhida segundo a legislação prevista para os demais contribuintes

ou responsáveis:

Desta forma, o fisco conseguiu manter a carga tributária sobre a folha de pagamento de

pelo menos parte das empresas do Simples Nacional, conforme fica claro no artigo transcrito

acima, no qual as atividades tributadas no Anexo IV, são obrigadas a proceder ao recolhimento

do INSS da mesma maneira que o fazem os não optantes pelo Simples Nacional.

Ressaltamos ainda que existem diversas hipóteses de exclusão do regime fiscal do

Simples Nacional, entre elas estão faturamento elevado e também sonegação de

impostos. Frisamos também que existem dezenas de peculiaridades, mas não as apresentaremos

aqui e sim em material propício.

Page 26: Trabalho tributária

25

Cabe ainda uma observação final, a de que as empresas enquadradas no Simples

Nacional são obrigadas a manter escrituração contábil, pois, apesar da dispensa por parte da Lei

123/2006, elas continuam obrigadas perante a legislação societária, comercial e outras que não

promoveram tal dispensa. Há inclusive um valor adicional de Imposto de Renda sobre o lucro

distribuído (fato desconhecido por muitos), que deve ser pago em alguns casos, por aqueles que

não mantêm contabilidade regular (art. 14 da Lei 123/2006). Há ainda, como hipótese de

exclusão do regime Simples Nacional, a omissão de receita, despesas incompatíveis com o

faturamento, compras incompatíveis com a movimentação financeira, distribuição disfarçada de

lucros entre outras irregularidades, possíveis de defesa e de produção de provas a favor do

contribuinte (empresa) desde que se mantenha a contabilidade devidamente organizada.

8.2 Lucro Real

O Imposto de Renda (IRPJ) e a Contribuição Social Sobre o Lucro (CSLL) incidem

ambos sobre o lucro apresentado pela empresa. Observe-se que, numa definição simples, o lucro

é “acréscimo ao capital efetivo, por efeito do movimento” (Lopes de Sá, 2005) ou seja,

entendemos como lucro todo valor positivo agregado ao capital inicial, após o movimento. Dito

isto, os referidos tributos incidem sobre o valor efetivamente agregado, ou seja, o lucro.

Desta forma, dispõe o Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) que sobre o lucro

líquido apurado e feitos os ajustes necessários, incidirão o IRPJ e a CSLL. Observe-se que, caso

não haja lucro, poderá o contribuinte (empresa) abster-se do pagamento de IRPJ e CSLL.

Evidentemente há normas que disciplinam o assunto, não permitindo que o contribuinte use e

escriture documentos com má fé, com o fim de evadir-se do pagamento de tributos. Na

tributação por meio do Lucro Real, deve o contribuinte, por meio de sua contabilidade, apurar o

resultado do período, utilizando-se de documentação idônea, para só então proceder ao

lançamento do imposto. Sobre o valor encontrado calcula-se os tributos em questão (15% a título

de IRPJ e 9% a título de CSLL).

Cabe ainda observar que o conceito “Lucro Real” é um conceito meramente fiscal, para

fins de recolhimento de tributos, não servindo para fins econômicos, financeiros e societários.

Conclui-se, portanto, que contribuintes que tenham poucas despesas são financeiramente

penalizados por este regime de apuração, dado que a quantidade de despesas dedutivas (idôneas)

é inversamente proporcional ao lucro e por consequência ao imposto devido. Para tais

Page 27: Trabalho tributária

26

contribuintes, que em virtude de sua atividade possuem poucas despesas, foi criado o regime

chamado de Lucro Presumido, conforme veremos abaixo.

8.3 Lucro Presumido

Nesta modalidade de tributação, como o próprio nome já sugere, o lucro da

empresa para fins de apuração do IRPJ e CSLL, é apurado com base em algumas regras de

presunção e não a partir da contabilidade. Esta forma de recolhimento essencialmente consiste

no calculo do IRPJ e CSLL sobre um percentual do faturamento da empresa, sendo que o

referido percentual é o Lucro Presumido propriamente dito.

Para fins de apuração do Lucro Presumido, utilizam-se os percentuais previstos no

Regulamento do Imposto de Renda (1,6%, 8%, 16% e 32%) e na legislação da Contribuição

Social (12% e 32%), de acordo com a atividade desenvolvida e em alguns casos específicos,

conforme o faturamento anual. O método consiste na aplicação do percentual específico,

determinado pela legislação, sobre o faturamento da empresa. O produto desta operação, ou seja,

o resultado, é a base de cálculo (Lucro Presumido) sobre o qual se calcula os tributos (15% a

título de IRPJ e 9% a título de CSLL).

De forma análoga ao Lucro Real, observamos que o termo “Lucro Presumido” é um

conceito estritamente fiscal, não sendo de forma alguma aplicável a qualquer outra finalidade. O

que significa que a empresa deverá manter escrituração contábil para atender a legislação

comercial, societária, previdenciária e até mesmo para próprio controle interno, tendo em vista

que somente a legislação federal do IRPJ e CSLL, dispensou a escrituração contábil. Note-se que

o fisco federal ainda poderá exigir a contabilidade para averiguação de outros tributos: PIS,

COFINS, IPI, II entre outros. Também os fiscos Estaduais e Municipais jamais dispensaram a

contabilidade, podendo igualmente solicitar ela para fiscalizações. Portanto é falsa a afirmação

que empresas do Lucro Presumido não necessitam de contabilidade. Ressalta-se que a

contabilidade poderá ser solicitada pela autoridade judicial em eventuais processos, inclusive em

contencioso fiscal do IRPJ e CSLL. E, não custa lembrar é uma ferramenta de gestão que

nenhuma organização pode dar-se o luxo de prescindir.

Page 28: Trabalho tributária

27

8.4 Lucro Arbitrado

Quando o Fisco verificar indícios de irregularidades, que resultem em omissão de

receitas, manipulação de resultados, contabilidade com informações insuficientes e de baixa

qualidade ou qualquer outro artifício utilizado para reduzir o tributo devido ou evadir-se do

pagamento, determinará a tributação pelo Lucro Arbitrado,procedendo à desconsideração total

da escrituração fisco-contábil. Verificamos, portanto, que esta modalidade de tributação é

predominantemente utilizada como política de policiamento fiscal de uma empresa, o que

implica em extrema desvantagem financeira. O contribuinte, em casos excepcionais, poderá

optar por este regime. Um exemplo é quando por motivo de força maior, perde sua

documentação. Estando impossibilitado de provar ao Fisco o quanto deve, acaba por optar pelo

Lucro Arbitrado, antecipando-se ao Fisco e amenizando eventuais conseqüências.

A forma como a empresa será tributada nesta modalidade dependerá das variáveis e de

indícios que o Fisco tenha encontrado. Portanto, como o próprio termo já antecipa, a empresa

tem seu lucro auferido arbitrariamente, dado que não consegue apresentar provas de quanto seria

seu lucro fiscal (base de cálculo), por meio das outras modalidades (Simples, Presumido ou

Real).

8.5 Conclusão

Concluímos então que a Contabilidade é também instrumento hábil de provas do

contribuinte. Entretanto, o Estado (por meio do fisco), também a utiliza como fonte de

informações e, não raras vezes, deparando-se com a inexistência de contabilidade ou com

escritas contábeis de baixa qualidade e em desacordo com as normas técnicas, acaba por utilizá-

la como prova contra o próprio contribuinte. Portanto, tem o empresário/gestor duas opções:

utilizar-se de uma ferramenta para auxiliá-lo ou omitir-se, permitindo-se o luxo de enfrentar o

Fisco sem provas e desprovido de argumentos.

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CONCLUSÃO

Atualmente, na busca do melhor resultado para suas organizações, investidores e

empresários dispõem de diversas alternativas para a aplicação de seus recursos excedentes.

Novos empreendimentos, aplicações financeiras de longo prazo, investimentos em mercados de

ações, dentre outros, são exemplos das inúmeras alternativas de aplicação de seus ganhos.

Apesar da multiplicidade de alternativas apontadas, o desejo de empreender não pode

ser confundido com uma mera aventura especulativa. Riscos de diversas naturezas envolvem os

negócios empresariais tornando indispensável um aprofundado estudo sobre o empreendimento

que se colima realizar. Dentre os risco de maior magnitude, destaca-se a crescente e complexa

carga tributária brasileira, atualmente a maior da América Latina e a quinta maior do mundo.

Nesse sentido, o desenvolvimento de estudos da carga tributária que envolve o negócio com o

objetivo de minimizar o impacto tributário sobre a operação (planejamento tributário).

Para dar suporte ao implemento das ações elisivas, necessário o desenvolvimento de um

ambiente contábil pautado pela qualidade e celeridade nas informações contábeis. Nesse

diapasão, a contabilidade deve traduzir, com maior aproximação possível, a realidade contábil e

financeira da empresa.

Destarte, o objetivo desse trabalho é apenas alertar para a importância da contabilidade

(fiscal e escritural) no processo decisório de novos investimentos, bem como na maximização

da gestão financeira das pessoas jurídicas.

A contabilidade possui diversos ramos, porém um dos mais importantes atualmente no

Brasil, devido sua elevada carga tributária, é a contabilidade tributária pois visa controlar

melhor as obrigações tributárias evitando, quando possível o pagamento de impostos, multas e

juros desnecessários.

Page 30: Trabalho tributária

29

O contador não deve ser encarado como um mero "registrador de fatos", como

infelizmente, ainda acontece, mas sim como o profissional responsável pela depuração dos

fatos econômicos ocorridos na empresa, bem como pela gerência tributária.

Entretanto, se isso não lhe for possível, por várias razões, tem ele o dever de se esmerar

na atualidade, veracidade e confiabilidade dos dados extraídos da contabilidade por ele gerida,

que servirão de base para que outros profissionais ou empresas especializadas possam

desenvolver um planejamento tributário capaz de proporcionar à empresa uma efetiva redução

no desembolso com tributos.

Page 31: Trabalho tributária

30

BIBLIOGRAFIA

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 6a.ed. São Paulo: Atlas, 2000. 336 p.

MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 8.ed. - 3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2008.

RIBEIRO, Maisa de Souza. Contabilidade e Meio Ambiente. São Paulo, 1.992. Dissertação

(Mestrado) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São

Paulo.

www.portaldecontabilidade.com.br

http://www.cienciascontabeis.com.br

http://www.portaldecontabilidade.com.br