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DESENVOLVIMENTO
A abordagem teórica Construtivista apresentada por Piaget, a
representação gráfica compreende a capacidade de elucidar os mecanismos
da expressão infantil. Seguindo os conceitos de Piaget, temos Luquet e
Lowenfield, na qual contribuíram para elaboração dessa teoria, possibilitando a
compreensão e importância desde método.
1.1 Análise do Estágio do Grafismo – Piaget
A representação gráfica da criança, neste caso, é feita através de
atividades realizadas com o objeto, desenhando o que suas estruturas mentais
permitam que ela veja. Então, o desenho poderá variar. Isso porque a
percepção do objeto pelo sujeito, provavelmente será diferente no decorrer do
processo de desenvolvimento cognitivo. Assim, a criança, além de representar
o objeto, faz também a sua interpretação, sendo participante ativo do processo
de aprendizagem. Piaget (1993, p. 65) considera que “o desenho é uma
representação, isto é, ele supõe a construção de uma imagem bem distinta da
percepção”, pois, ao representar uma imagem bidimensional, crê-se que o
desenho seja mais complexo que a imagem interiorizada do objeto. Então, a
imagem mental não seria mais a imagem inicial do objeto quando este for
representado através da linguagem gráfica, pois a criança também usará a
interpretação em sua representação. Piaget denomina essa fase de Estágio
Pré-Operacional, considerada entre os 2 a 7 anos de idade.
O sujeito traz em seu desenho representação de sua família (embora
exclua o irmão de 6 meses); representa também a casa onde mora e desenha
o contorno de sua mão direita (usando a própria como fôrma).
Análise: Como esperado deste estádio do desenvolvimento, é evidente o
surgimento da Inteligência Simbólica, através da capacidade de representar,
como visto sua realidade através do desenho.
O pensamento egocêntrico e centralizado quando retrata apenas sua
própria realidade. Não apresenta animismo (embora em desenho separado,
feito no mesmo período, tenha desenhado uma arvore com forma
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antropomórfica). Usa símbolos e imagens de objetos do meio ambiente
(familiar, casa e etc). Demonstra raciocínio intuitivo, relacionando a sua
percepção e a aparecia da família (não representa o irmão de 6 meses, do qual
tem ciúmes). Apresenta a ludicialidade, quando escolhe diferentes cores para a
casa, quando desenha o pai de cabeça para baixo, quando usa cores para
colorir a mão.
1.2 Análise do Estágio do Grafismo – Luquet
Segundo Georges Henry Luquet (1876 – 1965) o desenho é uma
atividade recreativa da criança e o repertório gráfico infantil está condicionado
pelo meio onde a criança vive e que a intenção de desenhar está diretamente
ligada a objetos reais e a associação de idéias. A produção gráfica da criança é
dividida em quatro estágios e três estilos de narrativa gráfica.
Os Estágios do desenho infantil:
Realismo Fortuito: (em torno dos 2 anos de idade) a criança passa a
vincular seus “rabiscos” aleatórios com formas conhecidas dos elementos de
seu ambiente. Passa a nomear seus desenhos.
Realismo Falhado: (entre 3 e 4 anos de idade) nesta fase a criança já
começa a produzir desenhos com finalidade específica porem é limitada por
sua habilidade motora e psíquica.
Realismo Intelectual: (dos 4 aos 12 anos de idade) a criança faz uso de
elementos que só existem em seu imaginário e cria esquematização para
suas obras utilizando transparências, planificação, rebatimento e mistura
variados pontos de vista.
Realismo Visual: (por volta dos 12 anos de idade) nessa fase a criança
substitui a transparência pela opacidade.O rebatimento e a mudança de
ponto de vista variados pelo uso da perspectiva.
Os Estilos de Narrativa Gráfica:
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Narração Gráfica do tipo Simbólica: (utilizada por crianças ou adultos)
onde é determinado o momento mais relevante da história para ilustrá-la.
Narração Gráfica do tipo Epinal: (utilizada por crianças ou adultos) a
história é ilustrada por várias imagens em quadros diversos, histórias em
quadrinhos exemplificam este método narrativo.
Narração Gráfica do tipo Sucessiva: (utilizada exclusivamente por
crianças) são agrupados elementos diversos da narrativa em um único
momento.
Foi atribuído ao grupo para análise a idade de 5 anos. No desenho analisado
em nosso trabalho, a criança apresenta o estágio de Realismo Intelectual
próprio de sua fase de desenvolvimento pois ele apresenta o domínio de sua
coordenação motora e psíquica suficientes para utilizar os recursos gráficos
como transparência e planificação visto que a família esta no mesmo plano em
relação a casa. Manifestou a Narração Gráfica do tipo Sucessiva ao utilizar na
mesma produção gráfica, elementos distintos como sua casa e família e o
registro de sua mão no plano inferior da composição sem que haja a distinção
de quadros distintos.
1.3 Análise do Estágio do Grafismo – Lowenfield
Podemos observar no desenho objeto de analise o fim das garatujas e o
inicio da fase promana, neste período a criança pode traçar as formas
conscientemente do as formas do desenho, as garatujas se perdem
possibilitando evidenciando maior controle e possibilitando que a criança possa
recriar objetos encontrados em seu dia a dia.
Verificamos que as crianças nesta fase não tentam copiar objetos para
desenha-los, podemos observar também que a criança cria formas baseadas
no que ela compreende, assim aos olhos de adultos os traços não parecem
fazer sentido.
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Por focarem em sua própria compreensão sobre mundo e retratarem
tanto os humanos quanto objetos segundo o que elas compreendem,
evidenciam que a criança esta primordialmente interessada no eu, a
perspectiva egocêntrica sobre o mundo, baseando seus trabalhos artísticos em
suas próprias perspectivas.
Quanto a utilização da cor raramente existe uma relação lógica entre a
imagem e a cor utilizada para colori-la, isso ocorre devido ao fato de que
crianças nesta faze utilizam para colorir a cor que as atrair naquele momento,
existe uma relação emocional de afeto entre a criança e a cor.
O espaço retratado no desenho é peculiar, pois a criança baseia o
espaço naquilo que a cerca assim os objetos serão desenhados segundo seu
próprio corpo, os objetos gravitam em torno de seu corpo.
Nesta idade desenvolve se maior ciência sobre as partes do corpo, e
das dimensões do relacionamento emocional. Neste processo não se pode
“moldar” o desenho da criança, pois os projetos artísticos são retratados
segundo suas próprias reflexões.
Os temos são sempre encontrados em seu íntimo, assim nesta idade
sempre retratam “eu e minha mãe” ou “Eu bebendo meu leite”, também existe
grande influencia mediante os materiais artísticos disponíveis para a criação do
desenho que podem influenciar o desenho da criança. Muitas crianças nesta
fase representam em seus desenhos as experiências novas e marcantes, como
sua casa ou eventos recentes como desenhar um visitante.
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CONCLUSÃO
Após prática de análise de desenho elaborado por uma criança
na faixa etária de 5 anos, bem como, baseado na leitura dos autores:
Piaget, Luquet e Lowenfield foi possível compreender as propostas da
representação gráfica, ou seja os Estágios do Grafismo.
Piaget parte de pressupostos de que a percepção do objeto
(desejo) por parte do sujeito vai variar conforme seu desenvolvimento
cognitivo, ou seja, a idade vai diferenciar cada estágio. Piaget define
Estágio Pré-Operatório, dessa forma conclui-se que as o desenho
analisado representa características típicas de sua faixa etária e que
seu desenvolvimento está de acordo.
Luquet, por sua vez apresenta a ideia de que por meio de uma
atividade recreativa (desenho) é possível observar a idealização ou
reprodução do ambiente em que vive, ou seja, dados e objetos reais
influenciam diretamente na reprodução gráfica. Assim no desenho
observado nota-se a relação de sua identidade, bem como, traços do
seu ambiente familiar.
Por fim temos a compreensão de Lowenfileld, na qual a
compreensão da criança influencia na reprodução, ou seja, ele não
faz uma reprodução, mas sim cria conforme o que ele compreende,
em especial com objetos encontrados no seu dia a dia. O desenho
observado apontam traços que correspondem a criação e retração do
EU.
Podemos concluir que as três leituras relacionam entre si, de
forma a levar-nos a compreensão de que os estágios do grafismo está
relacionada a capacidade do indivíduo de formar sua identidade, sua
relação com o meio, sua percepção de objetos e por fim a reprodução
e criação do seu entendimento e visão de mundo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PAPALIA, Diane E; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin.Desenvolvimento Humano. 8ª Edição. Artmed, 2006
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