trabalho, stresse, sÍndrome de burnout a montante e a jusante da desvinculaÇÃo
DESCRIPTION
O stresse é uma perturbação biopsicosocial que afecta, actualmente, apopulação mundial - submersa numa sociedade globalizada que exige e procura a cadadia, indivíduos aptos e capazes de enfrentar e resolver cada um dos problemas deíndole laboral, social e emocional que se lhes apresentam.As causas e efeitos do stresse são variados, no entanto, o trabalho, pelo valorcentral que ocupa na vida dos indivíduos, apresenta-se como uma variáveldeterminante no seu desenvolvimento e/ou amplificação – não só durante a realizaçãodo próprio trabalho, como também na ausência deste.O presente trabalho investiga a relação entre modelos de gestão de RecursosHumanos (RH), stresse ocupacional, a incidência da síndrome de burnout e processosde desvinculação.TRANSCRIPT
ESEIG – Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão
TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a
jusante da DESVINCULAÇÃO
Licenciatura em Recursos Humanos. 3º Ano
Unidade curricular de Saúde Ocupacional dos RH
Docente: Manuel Salvador Araújo
Ricardo Pereira
Aluno nº 9070222
Resumo
O stresse é uma perturbação biopsicosocial que afecta, actualmente, a
população mundial - submersa numa sociedade globalizada que exige e procura a cada
dia, indivíduos aptos e capazes de enfrentar e resolver cada um dos problemas de
índole laboral, social e emocional que se lhes apresentam.
As causas e efeitos do stresse são variados, no entanto, o trabalho, pelo valor
central que ocupa na vida dos indivíduos, apresenta-se como uma variável
determinante no seu desenvolvimento e/ou amplificação – não só durante a realização
do próprio trabalho, como também na ausência deste.
O presente trabalho investiga a relação entre modelos de gestão de Recursos
Humanos (RH), stresse ocupacional, a incidência da síndrome de burnout e processos
de desvinculação.
“Esses sentimentos absurdos de pressa e de não ter tempo, nessa respiração
acelerada e nessa tensão, nessa ansiedade pelos dados e nessa solicitude pelos
“ Investigação governamental britânica sugere que a maior parte das
empresas acredita que os colapsos ou distúrbios psicológicos são uma prova de
fraqueza ou incapacidade para aguentar trabalho desafiante. A sua resposta é
“ O que fazemos na General Electric é matarmo
cairmos sobre a espada e esperarmos que alguém repare
não elevem a fasquia cinco vezes mais. Na GE, ou temos bom
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010
sentimentos absurdos de pressa e de não ter tempo, nessa respiração
acelerada e nessa tensão, nessa ansiedade pelos dados e nessa solicitude pelos
Investigação governamental britânica sugere que a maior parte das
empresas acredita que os colapsos ou distúrbios psicológicos são uma prova de
fraqueza ou incapacidade para aguentar trabalho desafiante. A sua resposta é
verem-se livres das pess
Overell cit in Cunha et al 2007, p.253)
O que fazemos na General Electric é matarmo-nos, trabalharmos muito,
cairmos sobre a espada e esperarmos que alguém repare – e depois esperamos que
não elevem a fasquia cinco vezes mais. Na GE, ou temos bom desempenho ou
(Director da General Electric, cit in Crainer 1997
dos Recursos Humanos
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sentimentos absurdos de pressa e de não ter tempo, nessa respiração
acelerada e nessa tensão, nessa ansiedade pelos dados e nessa solicitude pelos
resultados…”
(William James)
Investigação governamental britânica sugere que a maior parte das
empresas acredita que os colapsos ou distúrbios psicológicos são uma prova de
fraqueza ou incapacidade para aguentar trabalho desafiante. A sua resposta é
se livres das pessoas.”
Cunha et al 2007, p.253)
nos, trabalharmos muito,
e depois esperamos que
desempenho ou
morremos.”
cit in Crainer 1997, p.200)
Índice
INTRODUÇÃO ................................
DO STRESSE AO BURNOU
A SÍNDROME DE BURNOUT
TRABALHO E A SAÚDE M
STRESSE - DESPEDIMENTO: UMA RE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGR
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010
................................................................................................
DO STRESSE AO BURNOUT ................................................................................................
E BURNOUT ................................................................................................
TRABALHO E A SAÚDE MENTAL ..............................................................................................
DESPEDIMENTO: UMA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE CÍCLICA ................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................
dos Recursos Humanos
3
........................................................... 4
....................................... 5
.................................... 11
.............................. 13
................................... 16
......................................... 18
............................... 19
Introdução
Mudanças na estrutura do sistema produtivo têm tornado as organizações mais
complexas e reproduzido nas relações de trabalho
A lógica do produzir mais com menos recursos não é recente, porém a sua
revalorização é cada vez mais assimilada. Ao mesmo tempo, exige
do trabalhador à produção, por meio de reestruturações
funções com atribuições mais variadas e mais complexas.
Estas configurações organizacionais têm surgido, progressivamente,
diferentes proporções pelos vários sectores de actividade, reclamando
imperatividade da qualidade
qualificação e novas competências do trabalhador
A par destas transfor
trabalho determinadas pela reestruturação produtiva, surgem novas formas de gerir os
Recursos Humanos com maior controlo e impo
Estas novas formatações das relações de trabalho podem propiciar a prática do
assédio moral, um processo de violência psicológica contra o trabalhador que ameaça
os direitos humanos fundamentais. O assédio moral não é um fenómeno novo. É tã
antigo como as relações de trabalho. No entanto, ele é particularmente nefasto em
períodos de crise como aquele que a sociedade atravessa.
Como consequência
trabalho, emergem os sintomas de
prolongado, pode originar problemas de saúde físicos e mentais, nomeadamente, a
síndrome de Burnout. Estudos revelam que na União Europeia o
com o Trabalho (SRT) é responsável por 25% do absentis
duas semanas (Bancaleiro,
A Função de Gestão de Recursos humanos
organização e o trabalhador,
podendo contribuir activamente
dignas, justas e socialmente responsáveis que, permitam aos indivíduos realizarem
enquanto seres humanos, ao mesmo tempo que as organizações se desenvolvem de
forma sustentável.
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Mudanças na estrutura do sistema produtivo têm tornado as organizações mais
reproduzido nas relações de trabalho mais instabilidade.
A lógica do produzir mais com menos recursos não é recente, porém a sua
revalorização é cada vez mais assimilada. Ao mesmo tempo, exige-se mais adaptação
do trabalhador à produção, por meio de reestruturações produtivas e
ibuições mais variadas e mais complexas.
Estas configurações organizacionais têm surgido, progressivamente,
diferentes proporções pelos vários sectores de actividade, reclamando
imperatividade da qualidade na execução de tarefas, necessidade de
qualificação e novas competências do trabalhador.
A par destas transformações, particularmente, a flexibilização das relações de
trabalho determinadas pela reestruturação produtiva, surgem novas formas de gerir os
Recursos Humanos com maior controlo e imposição de metas.
Estas novas formatações das relações de trabalho podem propiciar a prática do
assédio moral, um processo de violência psicológica contra o trabalhador que ameaça
fundamentais. O assédio moral não é um fenómeno novo. É tã
antigo como as relações de trabalho. No entanto, ele é particularmente nefasto em
períodos de crise como aquele que a sociedade atravessa.
Como consequência das excessivas pressões vividas pelos indivíduos no local de
os sintomas de stresse que, quando muito intenso ou muito
pode originar problemas de saúde físicos e mentais, nomeadamente, a
síndrome de Burnout. Estudos revelam que na União Europeia o Stresse
com o Trabalho (SRT) é responsável por 25% do absentismo com duração superior a
duas semanas (Bancaleiro, 2009)
Função de Gestão de Recursos humanos enquanto interface entre a
e o trabalhador, assume um papel de mediação da relação laboral,
podendo contribuir activamente para a promoção de condições de trabalho
dignas, justas e socialmente responsáveis que, permitam aos indivíduos realizarem
enquanto seres humanos, ao mesmo tempo que as organizações se desenvolvem de
dos Recursos Humanos
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Mudanças na estrutura do sistema produtivo têm tornado as organizações mais
A lógica do produzir mais com menos recursos não é recente, porém a sua
se mais adaptação
flexibilização de
Estas configurações organizacionais têm surgido, progressivamente, em
diferentes proporções pelos vários sectores de actividade, reclamando a
necessidade de maior
flexibilização das relações de
trabalho determinadas pela reestruturação produtiva, surgem novas formas de gerir os
Estas novas formatações das relações de trabalho podem propiciar a prática do
assédio moral, um processo de violência psicológica contra o trabalhador que ameaça
fundamentais. O assédio moral não é um fenómeno novo. É tão
antigo como as relações de trabalho. No entanto, ele é particularmente nefasto em
vividas pelos indivíduos no local de
que, quando muito intenso ou muito
pode originar problemas de saúde físicos e mentais, nomeadamente, a
Stresse Relacionado
mo com duração superior a
enquanto interface entre a
assume um papel de mediação da relação laboral,
para a promoção de condições de trabalho saudáveis,
dignas, justas e socialmente responsáveis que, permitam aos indivíduos realizarem-se
enquanto seres humanos, ao mesmo tempo que as organizações se desenvolvem de
Do Stresse ao Burnout
Como todos os seres vivos, profundamente complexos e abertos, o homem
está em constante interacção
equilíbrio dinâmico e estável. É deste equilíbrio que provém no ser humano a sensação
de bem-estar físico, mental e social. O oposto a este
disfunção, doença. (Luís Octávio
È conhecido o papel que o stresse pode ter como factor
doenças. No entanto, o stresse não deve ser considerado sempre como prejudicial. O
que provoca dano ao homem é colocar
monótona, sem estímulos que a enriqueçam ou o contrário, uma vida com muitas
exigências desgastantes e repetidas (Vaz Serra, 1999).
A exposição a situações de stresse não é então
resposta de stresse é uma reacção adaptativa que permite ao indi
energia possibilitando em consequência um melhor desempenho do organismo.
“ O stresse seria um processo excepcional despoletado por ameaças pontuais, como um
predador. Todavia, os seres humanos terão, com a evolução das sociedades, t
num problema crónico. Desta forma, apesar de raramente estarem expostos a predadores, os
habitantes da cidade sentem-se “
relacionamento. Os efeitos deste stresse crónico, que e
evolutiva, tornam-se debilitantes para o sistema
et al 2007)
O stresse é um fenómeno adaptativo dos seres humanos que contribui, de
certo modo para a sua sobrevivê
actividades e para um desempenho eficaz em muitas esferas da vida. O que pode
tornar-se nocivo é que o stresse seja excessivo e difícil de controlar
Labrador (1994) refere que se a resposta de stresse é excessivam
ou duradoura pode ter consequências
manter uma actividade de resposta acima das suas possibilidades causando
desgaste excessivo com alteração ou deterioração no seu funcionamento.
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Como todos os seres vivos, profundamente complexos e abertos, o homem
está em constante interacção com o seu meio tentando manter com ele um certo
equilíbrio dinâmico e estável. É deste equilíbrio que provém no ser humano a sensação
estar físico, mental e social. O oposto a este equilíbrio pode ser significado de
Octávio de Sá, 2002)
È conhecido o papel que o stresse pode ter como factor
o stresse não deve ser considerado sempre como prejudicial. O
que provoca dano ao homem é colocar-se num dos dois extremos: ter uma vida
estímulos que a enriqueçam ou o contrário, uma vida com muitas
repetidas (Vaz Serra, 1999).
A exposição a situações de stresse não é então em si mesma prejudicial. A
resposta de stresse é uma reacção adaptativa que permite ao indivíduo dispor de mais
energia possibilitando em consequência um melhor desempenho do organismo.
“ O stresse seria um processo excepcional despoletado por ameaças pontuais, como um
predador. Todavia, os seres humanos terão, com a evolução das sociedades, transformado o stresse
num problema crónico. Desta forma, apesar de raramente estarem expostos a predadores, os
se “stressados” por eventos como um exame, uma promoção ou um
relacionamento. Os efeitos deste stresse crónico, que eram favoráveis em situações de pressão
se debilitantes para o sistema imunológico” (Segerstrom & Miller, 2004, cit in Cunha
O stresse é um fenómeno adaptativo dos seres humanos que contribui, de
certo modo para a sua sobrevivência, para um adequado rendimento nas suas
actividades e para um desempenho eficaz em muitas esferas da vida. O que pode
se nocivo é que o stresse seja excessivo e difícil de controlar
Labrador (1994) refere que se a resposta de stresse é excessivam
ou duradoura pode ter consequências negativas uma vez que obriga o organismo a
manter uma actividade de resposta acima das suas possibilidades causando
desgaste excessivo com alteração ou deterioração no seu funcionamento.
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Como todos os seres vivos, profundamente complexos e abertos, o homem
com o seu meio tentando manter com ele um certo
equilíbrio dinâmico e estável. É deste equilíbrio que provém no ser humano a sensação
pode ser significado de
È conhecido o papel que o stresse pode ter como factor estimulador de
o stresse não deve ser considerado sempre como prejudicial. O
se num dos dois extremos: ter uma vida
estímulos que a enriqueçam ou o contrário, uma vida com muitas
em si mesma prejudicial. A
víduo dispor de mais
energia possibilitando em consequência um melhor desempenho do organismo.
“ O stresse seria um processo excepcional despoletado por ameaças pontuais, como um
ransformado o stresse
num problema crónico. Desta forma, apesar de raramente estarem expostos a predadores, os
” por eventos como um exame, uma promoção ou um
ram favoráveis em situações de pressão
imunológico” (Segerstrom & Miller, 2004, cit in Cunha
O stresse é um fenómeno adaptativo dos seres humanos que contribui, de
ncia, para um adequado rendimento nas suas
actividades e para um desempenho eficaz em muitas esferas da vida. O que pode
Labrador (1994) refere que se a resposta de stresse é excessivamente intensa
negativas uma vez que obriga o organismo a
manter uma actividade de resposta acima das suas possibilidades causando-lhe um
desgaste excessivo com alteração ou deterioração no seu funcionamento.
Do contexto urbano em que vivemos emergem
stressantes com os quais cada vez mais nos habituamos a lidar. A sociedade actual,
pelo modo com está estruturada, obriga
para com nós próprios. Obcecados por dar u
solicitações, entramos em stresse.
“Estar sob stresse” é uma afirmação proferida pelas pessoas frequentemente,
embora possa suscitar interpretações diferentes. É frequente, os
se “stressados” durante a
com a aproximação da data de apresentação das suas teses de Doutoramento, os
trabalhadores vivem a extrema pressão durante processos de desvinculação, um pai
reconhece este estado perante o nascimento d
demasiado vasto e pode ser definido de várias maneiras.
Definir o termo stresse não é tarefa fácil, dada a complexidade de factores que
parecem estar associados ao seu desenvolvimento.
De acordo com o guia do Stresse Ocup
[Um] padrão de reacções emocionais, cognitivas, comportamentais e psicológicas a
aspectos adversos e nocivos, relacionados com o conteúdo do trabalho, a organização
e o ambiente de trabalho (…) o stresse é causado p
nosso trabalho, pelos conflitos entre os nossos papéis relacionados com o trabalho e
os outros papéis que lhe são exteriores, e pela ausência de um razoável grau de
controlo sobre o nosso próprio trabalho e a nossa vida.”
Neste sentido, quando se aplica o conceito de stresse no âmbito do trabalho,
este pode ser definido como um desequilíbrio percebido entre as exigências
profissionais e a capacidade do trabalhador para as enfrentar. É gerado por uma série
de fenómenos que ocorrem no organismo do trabalhador com a contribuição de
algumas circunstâncias que se encontram no meio que o rodeia.
Actualmente os indivíduos dedicam a maior parte do seu tempo ao trabalho,
vivem cansados e angustiados em busca da perfeição no trabalho
aspectos importantes da vida como a família e os amigos. São estas situações que
muitas vezes levam os indivíduos a ser dependentes do seu trabalho e estas mesmas
são as que geralmente ocasionam o
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urbano em que vivemos emergem uma série de agentes
com os quais cada vez mais nos habituamos a lidar. A sociedade actual,
pelo modo com está estruturada, obriga-nos, diariamente, a aumentar a exigência
para com nós próprios. Obcecados por dar uma resposta eficiente a todas as
entramos em stresse.
“Estar sob stresse” é uma afirmação proferida pelas pessoas frequentemente,
embora possa suscitar interpretações diferentes. É frequente, os estudantes sentirem
ados” durante a época de exames, os docentes experimentam o “stresse”
com a aproximação da data de apresentação das suas teses de Doutoramento, os
trabalhadores vivem a extrema pressão durante processos de desvinculação, um pai
reconhece este estado perante o nascimento de um filho. Stresse é um conceito
demasiado vasto e pode ser definido de várias maneiras.
Definir o termo stresse não é tarefa fácil, dada a complexidade de factores que
parecem estar associados ao seu desenvolvimento.
o guia do Stresse Ocupacional da Comissão Europeia,
[Um] padrão de reacções emocionais, cognitivas, comportamentais e psicológicas a
aspectos adversos e nocivos, relacionados com o conteúdo do trabalho, a organização
e o ambiente de trabalho (…) o stresse é causado pelo desajustamento entre nós e o
nosso trabalho, pelos conflitos entre os nossos papéis relacionados com o trabalho e
os outros papéis que lhe são exteriores, e pela ausência de um razoável grau de
controlo sobre o nosso próprio trabalho e a nossa vida.”
Neste sentido, quando se aplica o conceito de stresse no âmbito do trabalho,
este pode ser definido como um desequilíbrio percebido entre as exigências
profissionais e a capacidade do trabalhador para as enfrentar. É gerado por uma série
correm no organismo do trabalhador com a contribuição de
algumas circunstâncias que se encontram no meio que o rodeia.
Actualmente os indivíduos dedicam a maior parte do seu tempo ao trabalho,
vivem cansados e angustiados em busca da perfeição no trabalho
aspectos importantes da vida como a família e os amigos. São estas situações que
muitas vezes levam os indivíduos a ser dependentes do seu trabalho e estas mesmas
são as que geralmente ocasionam o stresse ocupacional.
dos Recursos Humanos
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uma série de agentes
com os quais cada vez mais nos habituamos a lidar. A sociedade actual,
nos, diariamente, a aumentar a exigência
ma resposta eficiente a todas as
“Estar sob stresse” é uma afirmação proferida pelas pessoas frequentemente,
estudantes sentirem-
época de exames, os docentes experimentam o “stresse”
com a aproximação da data de apresentação das suas teses de Doutoramento, os
trabalhadores vivem a extrema pressão durante processos de desvinculação, um pai
Stresse é um conceito
Definir o termo stresse não é tarefa fácil, dada a complexidade de factores que
acional da Comissão Europeia, stresse é”
[Um] padrão de reacções emocionais, cognitivas, comportamentais e psicológicas a
aspectos adversos e nocivos, relacionados com o conteúdo do trabalho, a organização
elo desajustamento entre nós e o
nosso trabalho, pelos conflitos entre os nossos papéis relacionados com o trabalho e
os outros papéis que lhe são exteriores, e pela ausência de um razoável grau de
Neste sentido, quando se aplica o conceito de stresse no âmbito do trabalho,
este pode ser definido como um desequilíbrio percebido entre as exigências
profissionais e a capacidade do trabalhador para as enfrentar. É gerado por uma série
correm no organismo do trabalhador com a contribuição de
Actualmente os indivíduos dedicam a maior parte do seu tempo ao trabalho,
vivem cansados e angustiados em busca da perfeição no trabalho, descuidando
aspectos importantes da vida como a família e os amigos. São estas situações que
muitas vezes levam os indivíduos a ser dependentes do seu trabalho e estas mesmas
O stresse no trabalho é
visto que, na sociedade actual, o trabalho adquiriu uma grande relevância social e
interesse pela produtividade e pela eficiência nem sempre é acompanhado de
condições de trabalho dignas e adequadas,
tarefas e postos de trabalho que tenham em conta as características das pessoas, as
suas necessidades, aptidões e interesses.
De acordo com a literatura, i
stresse no trabalho, organizacionais
podem ser potenciadas por diversos antecedentes: variávei
crescimento, a instabilidade económica, ou a taxa de desemprego), be
características organizacionais (como a dimensão, a tecnologia, o númer
hierárquicos, ou o grupo ocupacional a que se pertence).
aumentar a probabilidade da existência de
O papel dos trabalhadores na organização foi extensamente estudado, tendo
vários estudos concluído que a ambiguidade e o conflito do papel, bem como a
sobrecarga ou sub-utilização constituem fontes significativas de pressão. As exigências
de papéis múltiplos resultantes do conflito trabalho/família constituem também fontes
de stress, caso das mães trabalhadoras que têm que conciliar o apoio aos filhos com as
exigências do trabalho. (Cunha et al 2007)
A liderança, particularmente os comportamentos de orienta
a consideração pelos trabalhadores
essa influência é utilizada, tem igualmente sido considerada como um
Os estilos de liderança autoritários e autocráticos têm sido associa
tensão entre os subordinados, b
atitudes e motivações dos empregados.
De facto, poucas coisas causam mais stress
com um chefe autoritário, abrasivo que f
liderança, quando assume
O assédio moral pode ser sinteticamente definido como a violência moral ou
psicológica exercida em contexto organizacional, atr
comportamentos, protagonizados por superiores, repetidos ao longo do tempo e que
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e no trabalho é um dos fenómenos mais difundidos na nossa sociedade
visto que, na sociedade actual, o trabalho adquiriu uma grande relevância social e
interesse pela produtividade e pela eficiência nem sempre é acompanhado de
condições de trabalho dignas e adequadas, recursos suficientes para o desenvolver e
tarefas e postos de trabalho que tenham em conta as características das pessoas, as
suas necessidades, aptidões e interesses.
De acordo com a literatura, identificam-se dois grandes tipos de causas de
abalho, organizacionais e extra - organizacionais (Cunha et
podem ser potenciadas por diversos antecedentes: variáveis sociais (como
crescimento, a instabilidade económica, ou a taxa de desemprego), be
cionais (como a dimensão, a tecnologia, o númer
hierárquicos, ou o grupo ocupacional a que se pertence). Estes antecedentes
aumentar a probabilidade da existência de “stressors” nas organizações.
O papel dos trabalhadores na organização foi extensamente estudado, tendo
vários estudos concluído que a ambiguidade e o conflito do papel, bem como a
utilização constituem fontes significativas de pressão. As exigências
os resultantes do conflito trabalho/família constituem também fontes
, caso das mães trabalhadoras que têm que conciliar o apoio aos filhos com as
exigências do trabalho. (Cunha et al 2007)
A liderança, particularmente os comportamentos de orientação para a tarefa e
pelos trabalhadores, bem como a influência do líder e a forma como
essa influência é utilizada, tem igualmente sido considerada como um
Os estilos de liderança autoritários e autocráticos têm sido associados a sintomas de
subordinados, bem como a falta de consideração pelas necessidades,
empregados.
De facto, poucas coisas causam mais stresse do que ter de lidar diariamente
com um chefe autoritário, abrasivo que falta ao respeito ao trabalhador. Este tipo de
liderança, quando assume proporções “intensas” pode ser considerado assédio moral.
O assédio moral pode ser sinteticamente definido como a violência moral ou
psicológica exercida em contexto organizacional, através de actos, atitudes ou
comportamentos, protagonizados por superiores, repetidos ao longo do tempo e que
dos Recursos Humanos
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um dos fenómenos mais difundidos na nossa sociedade
visto que, na sociedade actual, o trabalho adquiriu uma grande relevância social e, o
interesse pela produtividade e pela eficiência nem sempre é acompanhado de
recursos suficientes para o desenvolver e
tarefas e postos de trabalho que tenham em conta as características das pessoas, as
se dois grandes tipos de causas de
et al, 2007), que
sociais (como o
crescimento, a instabilidade económica, ou a taxa de desemprego), bem como certas
cionais (como a dimensão, a tecnologia, o número de níveis
Estes antecedentes fazem
nas organizações.
O papel dos trabalhadores na organização foi extensamente estudado, tendo
vários estudos concluído que a ambiguidade e o conflito do papel, bem como a
utilização constituem fontes significativas de pressão. As exigências
os resultantes do conflito trabalho/família constituem também fontes
, caso das mães trabalhadoras que têm que conciliar o apoio aos filhos com as
ção para a tarefa e
, bem como a influência do líder e a forma como
essa influência é utilizada, tem igualmente sido considerada como um agente stressor.
dos a sintomas de
em como a falta de consideração pelas necessidades,
e do que ter de lidar diariamente
alta ao respeito ao trabalhador. Este tipo de
“intensas” pode ser considerado assédio moral.
O assédio moral pode ser sinteticamente definido como a violência moral ou
avés de actos, atitudes ou
comportamentos, protagonizados por superiores, repetidos ao longo do tempo e que
levam a degradação do exercício do trabalho em condições dignas,
comprometendo desta forma, a realização e a saúde do colaborador
Em termos concretos, trata
profissionais constrangedoras, repetidas no tempo, e que, em regra, se
consubstanciam em comportamentos desrespeitosos dos chefes ou colegas, com
consequências emocionais negativas
Algumas características desta gestão perversa nas organizações são: falta de
comunicação; pessoas que são colocadas em situação de rivalidade; manipulação de
pessoas, para que se desestruturem e autodestruam; diminuição do número de
de trabalho exigindo cada vez
O assédio moral sempre existiu, no entanto, em períodos de recessão
económica, que implicam redução de custos e por isso reorganização dos processos de
trabalho, torna-se trágico. Com medo do
situações de violência psicológica, o que acaba por ter consequências na sua saúde.
Esta humilhação prolongada fragiliza gradualmente a auto
danificando a sua dignidade, dificultando as suas rela
distúrbio psíquico de carácter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental
intenso. (Vartia, 1996; Zapf, 1996
“Uma das situações extremas por qual passam algumas das vítimas de longa
exposição a actos negativos, o suicídio e a Desordem de Stress
(Araújo, 2009)
Assim, o desemprego e a má qualidade do emprego estão claramente
associados com o nível de bem
emprego se pode tornar tão tra
Certas características como a centralização, formalização, política de tomada de
decisão, abertura de comunicação, justiça organizacional e tipo de ocupação podem
também ser causadoras de stress
O barulho, o calor,
agentes patogénicos têm sido empiricamente relacionados com percepções de stress
ocupacional, afectando negativamente o desempenho
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levam a degradação do exercício do trabalho em condições dignas,
comprometendo desta forma, a realização e a saúde do colaborador. (Barreto, 2003)
m termos concretos, trata-se de exposição deliberada de pessoas a situações
constrangedoras, repetidas no tempo, e que, em regra, se
consubstanciam em comportamentos desrespeitosos dos chefes ou colegas, com
emocionais negativas para os colaboradores.
Algumas características desta gestão perversa nas organizações são: falta de
comunicação; pessoas que são colocadas em situação de rivalidade; manipulação de
pessoas, para que se desestruturem e autodestruam; diminuição do número de
de trabalho exigindo cada vez mais produtividade, etc.
O assédio moral sempre existiu, no entanto, em períodos de recessão
económica, que implicam redução de custos e por isso reorganização dos processos de
se trágico. Com medo do despedimento, a vítima tende a ocultar as
situações de violência psicológica, o que acaba por ter consequências na sua saúde.
Esta humilhação prolongada fragiliza gradualmente a auto-estima do sujeito,
danificando a sua dignidade, dificultando as suas relações sociais, provocando um
distúrbio psíquico de carácter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental
(Vartia, 1996; Zapf, 1996 cit in Araújo, 2009).
“Uma das situações extremas por qual passam algumas das vítimas de longa
actos negativos, o suicídio e a Desordem de Stresse Pós
o desemprego e a má qualidade do emprego estão claramente
associados com o nível de bem-estar psicológico, assim como a insegurança de
emprego se pode tornar tão traumática como a própria perda de emprego.
Certas características como a centralização, formalização, política de tomada de
decisão, abertura de comunicação, justiça organizacional e tipo de ocupação podem
ser causadoras de stress.
barulho, o calor, a vibração, o espaço, a privacidade ou a existência de
agentes patogénicos têm sido empiricamente relacionados com percepções de stress
ocupacional, afectando negativamente o desempenho. (Peiró, 1986)
dos Recursos Humanos
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levam a degradação do exercício do trabalho em condições dignas,
Barreto, 2003)
se de exposição deliberada de pessoas a situações
constrangedoras, repetidas no tempo, e que, em regra, se
consubstanciam em comportamentos desrespeitosos dos chefes ou colegas, com
Algumas características desta gestão perversa nas organizações são: falta de
comunicação; pessoas que são colocadas em situação de rivalidade; manipulação de
pessoas, para que se desestruturem e autodestruam; diminuição do número de postos
O assédio moral sempre existiu, no entanto, em períodos de recessão
económica, que implicam redução de custos e por isso reorganização dos processos de
despedimento, a vítima tende a ocultar as
situações de violência psicológica, o que acaba por ter consequências na sua saúde.
estima do sujeito,
ções sociais, provocando um
distúrbio psíquico de carácter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental
“Uma das situações extremas por qual passam algumas das vítimas de longa
e Pós-Traumática.”
o desemprego e a má qualidade do emprego estão claramente
estar psicológico, assim como a insegurança de
umática como a própria perda de emprego.
Certas características como a centralização, formalização, política de tomada de
decisão, abertura de comunicação, justiça organizacional e tipo de ocupação podem
a vibração, o espaço, a privacidade ou a existência de
agentes patogénicos têm sido empiricamente relacionados com percepções de stress
As ocorrências da vida, por si só, podem ser important
de pressão. A Tabela 1 é
vida (individual, familiar ou
stress e, assim, provocar problemas na saúde física e psicológica. Mas os inúmeros
factores do quotidiano podem
quando numa sequência incessante
responder a um inspector das
Temos que com
organizacionais se interpenetram. Os problemas do quotidiano extra
fora da organização, e os problemas de génese organizacional não se podem congelar
no seio da organização, impedindo
(Cunha et al, 2007)
Por outro lado, segundo o relatório
the Improvement of Living and Working Conditions, 2007
nível sociológico, demográfico e nacional também podem ser responsáveis pelo
aumento dos riscos de stress
trabalho envelhecida, mais mulheres com o dobro da carga de trabalho a entrar na
mão-de-obra, aumento da diversidade no local de trabalho, mudança nos padrões de
organização do trabalho, como JIT (gestão just
tecnologias de informação.
A forma como a informação pode ser utilizada ou acedida expandiu
computador a tornar-se num recurso padrão da maioria dos locais de trabalho e
residências. Isto resultou na oportunidade de trabalhar em casa (teletrabalho),
evitando deslocações demoradas. No entanto, também aumentou a possibilidade de
trabalhar fora do horário de trabalho, um factor que tem sido associado com o
aumento da fadiga, o risco de exaustão (Burnout) e a rotura do equilíbrio entre
trabalho e vida pessoal. (
Working Conditions: work-
Em suma, as causas do stress
número nas organizações contemporâneas, com as suas exigências em termos de
aumentos de produtividade, redução de custos e
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010
As ocorrências da vida, por si só, podem ser important
de pressão. A Tabela 1 é uma demonstração de como dezenas de circunstâncias da
vida (individual, familiar ou social) podem induzir níveis mais ou menos elevados de
problemas na saúde física e psicológica. Mas os inúmeros
factores do quotidiano podem também adquirir um estatuto altamente
quando numa sequência incessante (como tratar do desempenho dos filhos na escola,
responder a um inspector das Finanças, conflito com os vizinhos, trânsito, etc.).
Temos que compreender que os factores organizacio
interpenetram. Os problemas do quotidiano extra-laboral não ficam
e os problemas de génese organizacional não se podem congelar
impedindo-os de influenciarem o resto da vida dos indivíduos.
egundo o relatório elaborado pela European Foundation for
the Improvement of Living and Working Conditions, 2007, vários macro
nível sociológico, demográfico e nacional também podem ser responsáveis pelo
aumento dos riscos de stresse no trabalho, tais como falta de pessoal, uma força de
trabalho envelhecida, mais mulheres com o dobro da carga de trabalho a entrar na
a, aumento da diversidade no local de trabalho, mudança nos padrões de
organização do trabalho, como JIT (gestão just-in-time), e os desenvolvimentos nas
.
A forma como a informação pode ser utilizada ou acedida expandiu
se num recurso padrão da maioria dos locais de trabalho e
residências. Isto resultou na oportunidade de trabalhar em casa (teletrabalho),
evitando deslocações demoradas. No entanto, também aumentou a possibilidade de
orário de trabalho, um factor que tem sido associado com o
aumento da fadiga, o risco de exaustão (Burnout) e a rotura do equilíbrio entre
(European Foundation for the Improvement o
-related stress, 2007)
Em suma, as causas do stress ocupacional podem encontrar
número nas organizações contemporâneas, com as suas exigências em termos de
aumentos de produtividade, redução de custos e downsizing, relações de trabalho e
dos Recursos Humanos
9
As ocorrências da vida, por si só, podem ser importantes fontes
uma demonstração de como dezenas de circunstâncias da
social) podem induzir níveis mais ou menos elevados de
problemas na saúde física e psicológica. Mas os inúmeros
também adquirir um estatuto altamente stressante
(como tratar do desempenho dos filhos na escola,
Finanças, conflito com os vizinhos, trânsito, etc.).
preender que os factores organizacionais e extra-
laboral não ficam
e os problemas de génese organizacional não se podem congelar
influenciarem o resto da vida dos indivíduos.
European Foundation for
vários macro - factores ao
nível sociológico, demográfico e nacional também podem ser responsáveis pelo
e no trabalho, tais como falta de pessoal, uma força de
trabalho envelhecida, mais mulheres com o dobro da carga de trabalho a entrar na
a, aumento da diversidade no local de trabalho, mudança nos padrões de
time), e os desenvolvimentos nas
A forma como a informação pode ser utilizada ou acedida expandiu-se, com o
se num recurso padrão da maioria dos locais de trabalho e
residências. Isto resultou na oportunidade de trabalhar em casa (teletrabalho),
evitando deslocações demoradas. No entanto, também aumentou a possibilidade de
orário de trabalho, um factor que tem sido associado com o
aumento da fadiga, o risco de exaustão (Burnout) e a rotura do equilíbrio entre
European Foundation for the Improvement of Living and
ocupacional podem encontrar-se em grande
número nas organizações contemporâneas, com as suas exigências em termos de
, relações de trabalho e
estrutura polític
profissional. Outras fontes de pressão, relacionadas com a vida pessoal, poderão
interferir e aumentar a vivencia de stress
um conjunto de característi
contrário, acentuar os sintomas de stress
personalidade ou os vários tipos de apoio social disponível ao indivíduo.
Entre as principais consequências negativas, des
(e.g., doenças cardiovasculares ou gastrointestinais), comportamentais (e.g.,
absentismo, presentismo, rotatividade) e psicológicos (e.g., ansiedade, depressão ou
esgotamento/ Burnout)
Não será por acaso que a Organização Inte
stresse como uma epidemia global. É um dos problemas de saúde mais graves que, na
actualidade, afecta a sociedade em geral, visto que, não só prejudica os trabalhadores
ao provocar incapacidade física ou mental, mas tamb
os Estados, já que muitos
seus efeitos contraproducentes na Economia.
alguns estudos revelaram ter havido perdas económicas consideráveis, por diminuição
da capacidade de trabalho, devido a doenças relacionadas com o
Ivancevich, 1987).
Na Alemanha, tem-
disfunções psicológicas, como o stress
estudos realizados, em 2001, na Alemanha, os custos económicos derivados de
disfunções psicológicas foram estimados em 3 biliões de euros.
for the Improvement of Living and Working Conditions, 2007)
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010
política, horários irregulares e articulação entre a vida pessoal e
profissional. Outras fontes de pressão, relacionadas com a vida pessoal, poderão
interferir e aumentar a vivencia de stress. Estas causas são contudo intermediadas por
um conjunto de características pessoais e situacionais, que podem amortecer, ou pelo
contrário, acentuar os sintomas de stress, tais como as características de
ou os vários tipos de apoio social disponível ao indivíduo.
Entre as principais consequências negativas, destacam-se os problemas físicos
(e.g., doenças cardiovasculares ou gastrointestinais), comportamentais (e.g.,
absentismo, presentismo, rotatividade) e psicológicos (e.g., ansiedade, depressão ou
Não será por acaso que a Organização Internacional do trabalho classificou o
e como uma epidemia global. É um dos problemas de saúde mais graves que, na
actualidade, afecta a sociedade em geral, visto que, não só prejudica os trabalhadores
ao provocar incapacidade física ou mental, mas também para os emprega
muitos investigadores ao estudar este fenómeno, comprovaram os
seus efeitos contraproducentes na Economia. Nos Estados Unidos, por exemplo,
alguns estudos revelaram ter havido perdas económicas consideráveis, por diminuição
da capacidade de trabalho, devido a doenças relacionadas com o stress
-se verificado um aumento brutal do absentismo devido a
disfunções psicológicas, como o stress, Burnout, depressão etc. De acordo com
estudos realizados, em 2001, na Alemanha, os custos económicos derivados de
disfunções psicológicas foram estimados em 3 biliões de euros. (European Foundation
for the Improvement of Living and Working Conditions, 2007)
dos Recursos Humanos
10
, horários irregulares e articulação entre a vida pessoal e
profissional. Outras fontes de pressão, relacionadas com a vida pessoal, poderão
. Estas causas são contudo intermediadas por
cas pessoais e situacionais, que podem amortecer, ou pelo
, tais como as características de
ou os vários tipos de apoio social disponível ao indivíduo.
se os problemas físicos
(e.g., doenças cardiovasculares ou gastrointestinais), comportamentais (e.g.,
absentismo, presentismo, rotatividade) e psicológicos (e.g., ansiedade, depressão ou
rnacional do trabalho classificou o
e como uma epidemia global. É um dos problemas de saúde mais graves que, na
actualidade, afecta a sociedade em geral, visto que, não só prejudica os trabalhadores
ém para os empregadores e para
investigadores ao estudar este fenómeno, comprovaram os
Nos Estados Unidos, por exemplo,
alguns estudos revelaram ter havido perdas económicas consideráveis, por diminuição
stresse (Matteson e
ento brutal do absentismo devido a
, depressão etc. De acordo com
estudos realizados, em 2001, na Alemanha, os custos económicos derivados de
opean Foundation
A síndrome de
Tal como já foi referido, nem sempre o
stresse prolongado é uma das causas
e Rodrigues 1997). Ou seja,
organismo dependendo da sua intensidade, duração, vulnerabilida
habilidade em geri-lo (Lipp e Malagris, 1995).
O Burnout surge assim como uma consequência individual da exposição
prolongada a elevados níveis de stress
O conceito de exaustão profissional
Freudenberger como sendo um estado de fadiga ou de frustração motivado pela
consagração a uma causa, a um modo de vida ou a uma relação que não correspondeu
às expectativas. Tornou-se uma doença cujo denominador comum é a relação directa
entre o emprego e o estado de fadiga ou o cansaço do
2006)
O burnout, que inicialmen
exaustão emocional, despersonalização e perda de realização pessoal em profissionais
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
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de Burnout
Burnout
I declare I don't care no more I’m burning up and out and growing BORED
In my smoked out BORING room My hair is shagging in my eyes
Dragging my feet to hit the street tonight To drive along these shit town lights
I'm not growing up, I'm just burning out And I stepped in line to walk amongst the
DEAD
Apathy has rained on me Now I'm feeling like a soggy dream
So close to drowning but I DON'T MIND
I've lived in this mental cave Throw my emotions in the grave
Hell, who needs them anuway I'm not growing up, I'm just burning out
And I stepped in line to walk amongst the DEAD (3x)
Grupo Greenday (1999)
referido, nem sempre o stresse é prejudicial, no entanto, o
e prolongado é uma das causas da exaustão, que pode levar ao Burnout (França
e Rodrigues 1997). Ou seja, o stresse pode ou não levar a um desgaste geral do
organismo dependendo da sua intensidade, duração, vulnerabilidade do indivíduo e
lo (Lipp e Malagris, 1995).
O Burnout surge assim como uma consequência individual da exposição
prolongada a elevados níveis de stress.
O conceito de exaustão profissional (Burnout) foi descrito em 1974 por Herbert
berger como sendo um estado de fadiga ou de frustração motivado pela
consagração a uma causa, a um modo de vida ou a uma relação que não correspondeu
se uma doença cujo denominador comum é a relação directa
o estado de fadiga ou o cansaço do trabalhador (Michel Delbrouck,
O burnout, que inicialmente foi definido como um síndroma
exaustão emocional, despersonalização e perda de realização pessoal em profissionais
dos Recursos Humanos
11
e é prejudicial, no entanto, o
, que pode levar ao Burnout (França
e pode ou não levar a um desgaste geral do
de do indivíduo e
O Burnout surge assim como uma consequência individual da exposição
ito em 1974 por Herbert
berger como sendo um estado de fadiga ou de frustração motivado pela
consagração a uma causa, a um modo de vida ou a uma relação que não correspondeu
se uma doença cujo denominador comum é a relação directa
trabalhador (Michel Delbrouck,
te foi definido como um síndroma psicológico de
exaustão emocional, despersonalização e perda de realização pessoal em profissionais
que trabalham com pessoas,
hoje uma dimensão mais abrangente, sendo redefinido como uma crise nas relações
com o trabalho. As suas principais manifestações são a exaustão emocional e física, o
cinismo e a ineficácia profissional.
Trata-se de um síndroma que emerge duma vasta panóplia de factores que,
inter-relacionando-se entre si, afectam inevitavelmente o indivíduo nas vertentes
pessoais, socioculturais, profissionais e de contexto do trabalho.
Maslach e Leiter (1997)
burnout não é prioritariamente um problema intrínseco à pessoa mas é,
fundamentalmente, resultante das características do ambiente social da organização,
em que a pessoa exerce as suas funções profissionais, pelo que existe uma f
relação entre o clima organizacional e o burnout.
De acordo com Maslach e Jackson (1986),
burnout compreende Exaustão
energia, de entusiasmo, um sentimento de sobreca
recursos), Despersonalização (processo de endurecimento, de insensibilidade, que se
manifesta através de uma atitude fria e distante para com os clientes ou colegas,
mostrando-se impessoal, muitas vezes cínico) e R
pessoal/profissional (uma tendência a se auto
diminuição dos sentimentos de competência, levando
inadequado, infeliz e descontente, tanto consigo mesmo como com o seu trabalho).
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010
que trabalham com pessoas, estabelecendo relações de ajuda, assume
hoje uma dimensão mais abrangente, sendo redefinido como uma crise nas relações
com o trabalho. As suas principais manifestações são a exaustão emocional e física, o
cinismo e a ineficácia profissional.
um síndroma que emerge duma vasta panóplia de factores que,
se entre si, afectam inevitavelmente o indivíduo nas vertentes
pessoais, socioculturais, profissionais e de contexto do trabalho.
Maslach e Leiter (1997) citados em Loureiro et al (2008) acreditam
burnout não é prioritariamente um problema intrínseco à pessoa mas é,
fundamentalmente, resultante das características do ambiente social da organização,
em que a pessoa exerce as suas funções profissionais, pelo que existe uma f
organizacional e o burnout.
De acordo com Maslach e Jackson (1986), conceitualmente, a síndrome de
xaustão emocional (caracterizado por uma falta ou carência de
energia, de entusiasmo, um sentimento de sobrecarga emocional, de esgotamento de
espersonalização (processo de endurecimento, de insensibilidade, que se
manifesta através de uma atitude fria e distante para com os clientes ou colegas,
essoal, muitas vezes cínico) e Redução da
(uma tendência a se auto-avaliar de forma negativa, com a
diminuição dos sentimentos de competência, levando-o a sentir
inadequado, infeliz e descontente, tanto consigo mesmo como com o seu trabalho).
dos Recursos Humanos
12
estabelecendo relações de ajuda, assume
hoje uma dimensão mais abrangente, sendo redefinido como uma crise nas relações
com o trabalho. As suas principais manifestações são a exaustão emocional e física, o
um síndroma que emerge duma vasta panóplia de factores que,
se entre si, afectam inevitavelmente o indivíduo nas vertentes
(2008) acreditam que o
burnout não é prioritariamente um problema intrínseco à pessoa mas é,
fundamentalmente, resultante das características do ambiente social da organização,
em que a pessoa exerce as suas funções profissionais, pelo que existe uma forte
conceitualmente, a síndrome de
emocional (caracterizado por uma falta ou carência de
, de esgotamento de
espersonalização (processo de endurecimento, de insensibilidade, que se
manifesta através de uma atitude fria e distante para com os clientes ou colegas,
edução da realização
avaliar de forma negativa, com a
o a sentir-se frustrado,
inadequado, infeliz e descontente, tanto consigo mesmo como com o seu trabalho).
Trabalho e a Saúde mental
O trabalho é uma componente da vida de todas as espécies e possibilita ao
homem a transformação criativa do mundo em que vive. Está no centro da satisfação
das suas necessidades essenciais e ocupa
acordado. Pode ser uma fonte de realização pessoal e de alegria ou pode ser fonte de
tensão e stresse
É uma actividade humana, individual e colectiva, que requer uma série de
contribuições (esforço, tempo, aptidões, habilidades, etc.), que os indivíd
desenvolvem esperando em troca compensações, não só económicas e materiais, mas
também psicológicas e sociais, que contribuam para satisfazer as suas necessidades. As
pessoas procuram no trabalho a satisfação de necessidades biológicas, de segurança,
de relação social, de auto-estima e de auto
Indiscutivelmente, o trabalho ocupa um lugar de destaque na vida das pessoas
pois é fonte de subsistência e de estatuto social.
Assim, a falta de trabalho ou mesmo as ameaças de despedim
do carácter substituível do trabalhador, na lógica fordista
psíquico e abalam o valor subjectivo que a pessoa se atribui, provocam angústia,
insegurança, desânimo e desespero.
Existem condições de trabalho que não pro
oportunidades para desenvolver a sua auto
segurança ou não satisfazem, adequadamente, as necessidades sociais das pessoas.
Vários estudos têm demonstrado que as condições em que se desempenha um
trabalho, a autonomia, a adequação entre as exigências da função e as capacidades da
pessoa que o desempenha, as relações interpessoais, a remuneração e a segurança
física, entre outros factores, ou seja, os processos de trabalho através dos quais se
materializam os valores que, por sua vez determinam a cultura da organização, são
factores de relevo para o bem
mental.
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
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e a Saúde mental
O trabalho é uma componente da vida de todas as espécies e possibilita ao
homem a transformação criativa do mundo em que vive. Está no centro da satisfação
das suas necessidades essenciais e ocupa-lhe mais de metade do tempo que
acordado. Pode ser uma fonte de realização pessoal e de alegria ou pode ser fonte de
É uma actividade humana, individual e colectiva, que requer uma série de
contribuições (esforço, tempo, aptidões, habilidades, etc.), que os indivíd
desenvolvem esperando em troca compensações, não só económicas e materiais, mas
também psicológicas e sociais, que contribuam para satisfazer as suas necessidades. As
pessoas procuram no trabalho a satisfação de necessidades biológicas, de segurança,
estima e de auto-realização (Peiró, 1993).
Indiscutivelmente, o trabalho ocupa um lugar de destaque na vida das pessoas
pois é fonte de subsistência e de estatuto social.
Assim, a falta de trabalho ou mesmo as ameaças de despedimento
do carácter substituível do trabalhador, na lógica fordista – provocam sofrimento
psíquico e abalam o valor subjectivo que a pessoa se atribui, provocam angústia,
insegurança, desânimo e desespero.
Existem condições de trabalho que não proporcionam ao indivíduo
oportunidades para desenvolver a sua auto-estima. Outras, não garantem sequer a
segurança ou não satisfazem, adequadamente, as necessidades sociais das pessoas.
Vários estudos têm demonstrado que as condições em que se desempenha um
trabalho, a autonomia, a adequação entre as exigências da função e as capacidades da
pessoa que o desempenha, as relações interpessoais, a remuneração e a segurança
física, entre outros factores, ou seja, os processos de trabalho através dos quais se
rializam os valores que, por sua vez determinam a cultura da organização, são
factores de relevo para o bem-estar psicológico dos trabalhadores e para a sua saúde
dos Recursos Humanos
13
O trabalho é uma componente da vida de todas as espécies e possibilita ao
homem a transformação criativa do mundo em que vive. Está no centro da satisfação
lhe mais de metade do tempo que vive
acordado. Pode ser uma fonte de realização pessoal e de alegria ou pode ser fonte de
É uma actividade humana, individual e colectiva, que requer uma série de
contribuições (esforço, tempo, aptidões, habilidades, etc.), que os indivíduos
desenvolvem esperando em troca compensações, não só económicas e materiais, mas
também psicológicas e sociais, que contribuam para satisfazer as suas necessidades. As
pessoas procuram no trabalho a satisfação de necessidades biológicas, de segurança,
Indiscutivelmente, o trabalho ocupa um lugar de destaque na vida das pessoas
ento – derivadas
provocam sofrimento
psíquico e abalam o valor subjectivo que a pessoa se atribui, provocam angústia,
porcionam ao indivíduo
estima. Outras, não garantem sequer a
segurança ou não satisfazem, adequadamente, as necessidades sociais das pessoas.
Vários estudos têm demonstrado que as condições em que se desempenha um
trabalho, a autonomia, a adequação entre as exigências da função e as capacidades da
pessoa que o desempenha, as relações interpessoais, a remuneração e a segurança
física, entre outros factores, ou seja, os processos de trabalho através dos quais se
rializam os valores que, por sua vez determinam a cultura da organização, são
estar psicológico dos trabalhadores e para a sua saúde
Tal como apontam Mendes & Tamayo (2001), “
organização sustenta o processo de socializações por meio do sistema de valores,
sendo tais valores vivenciados como uma experiência subjectiva compartilhada, que
cria nas organizações a possibilidade de simbolização e mediação das necessidades
individuais e organizacionais
Os autores adiantam que, a forma como o trabalho é organizado, isto é, o
conteúdo da tarefa e relações
funcionamento psíquico do trabalhador
“Os valores das organizações podem ser uma d
desde que favoreçam uma organização do trabalho flexível, marcada pela possibilidade de negociações
das regras e normas dos processos de trabalho, com participação dos trabalhadores e gestão colectiva
das necessidades individuais e organizacionais […] Quando os valores influenciam uma organização do
trabalho marcada pela ausência de críticas e negociações das normas e regras, levando à naturalização
das situações e à criação de verdades inquestionáveis, pode ter lu
(Mendes & Tamayo, 2001)
A cultura organizacional apresenta
na mediação do processo saúde
destacam-se as formas de comunicação dentro
ambientes de trabalho onde a comunicação é deficiente, ou seja, sem liberdade para a
manifestação de constrangimentos, insatisfações ou
podem desenvolver-se grandes tensões, e consequentemente
problemas mentais. Por outro lado, como reflexo destas limitações nas linhas de
comunicação organizacionais, surgem os conflitos interpessoais que, de acordo com
um estudo realizado por Ferreira, Gonçalves, Coimbra (2008),
relacionados com apoio entre os colegas de trabalho e com os objectivos
organizacionais e, positivamente relacionados com a pressão/sobrecarga de trabalho
que, em casos extremos pode conduzir a problemas na saúde mental dos
trabalhadores.
Taveira, Silva, Fernandes, Faria, Loureiro, Carvalho, Pinto, Sousa & Cunha
(2007) cit in Ferreira, et al (2008
no trabalho de 57 trabalhadores
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010
Tal como apontam Mendes & Tamayo (2001), “ a cultura de uma
rocesso de socializações por meio do sistema de valores,
sendo tais valores vivenciados como uma experiência subjectiva compartilhada, que
cria nas organizações a possibilidade de simbolização e mediação das necessidades
individuais e organizacionais.”
autores adiantam que, a forma como o trabalho é organizado, isto é, o
conteúdo da tarefa e relações socioprofissionais, exercem um impacto no
funcionamento psíquico do trabalhador provocando prazer-sofrimento
“Os valores das organizações podem ser uma das fontes geradoras de prazer no trabalho,
desde que favoreçam uma organização do trabalho flexível, marcada pela possibilidade de negociações
das regras e normas dos processos de trabalho, com participação dos trabalhadores e gestão colectiva
ades individuais e organizacionais […] Quando os valores influenciam uma organização do
trabalho marcada pela ausência de críticas e negociações das normas e regras, levando à naturalização
das situações e à criação de verdades inquestionáveis, pode ter lugar o sofrimento no trabalho.”
A cultura organizacional apresenta-se assim como um elemento determinante
na mediação do processo saúde-doença, visto que, entre os seus múltiplos reflexos,
se as formas de comunicação dentro do ambiente de trabalho. Logo, em
ambientes de trabalho onde a comunicação é deficiente, ou seja, sem liberdade para a
manifestação de constrangimentos, insatisfações ou sugestões dos trabalhadores,
se grandes tensões, e consequentemente, sofrimento psíquico e
problemas mentais. Por outro lado, como reflexo destas limitações nas linhas de
comunicação organizacionais, surgem os conflitos interpessoais que, de acordo com
realizado por Ferreira, Gonçalves, Coimbra (2008), estão neg
relacionados com apoio entre os colegas de trabalho e com os objectivos
organizacionais e, positivamente relacionados com a pressão/sobrecarga de trabalho
que, em casos extremos pode conduzir a problemas na saúde mental dos
a, Silva, Fernandes, Faria, Loureiro, Carvalho, Pinto, Sousa & Cunha
, et al (2008) realizaram um estudo para analisarem a satisfação
no trabalho de 57 trabalhadores dos serviços públicos do Noroeste de P
dos Recursos Humanos
14
a cultura de uma
rocesso de socializações por meio do sistema de valores,
sendo tais valores vivenciados como uma experiência subjectiva compartilhada, que
cria nas organizações a possibilidade de simbolização e mediação das necessidades
autores adiantam que, a forma como o trabalho é organizado, isto é, o
um impacto no
sofrimento.
as fontes geradoras de prazer no trabalho,
desde que favoreçam uma organização do trabalho flexível, marcada pela possibilidade de negociações
das regras e normas dos processos de trabalho, com participação dos trabalhadores e gestão colectiva
ades individuais e organizacionais […] Quando os valores influenciam uma organização do
trabalho marcada pela ausência de críticas e negociações das normas e regras, levando à naturalização
gar o sofrimento no trabalho.”
se assim como um elemento determinante
doença, visto que, entre os seus múltiplos reflexos,
do ambiente de trabalho. Logo, em
ambientes de trabalho onde a comunicação é deficiente, ou seja, sem liberdade para a
sugestões dos trabalhadores,
, sofrimento psíquico e
problemas mentais. Por outro lado, como reflexo destas limitações nas linhas de
comunicação organizacionais, surgem os conflitos interpessoais que, de acordo com
estão negativamente
relacionados com apoio entre os colegas de trabalho e com os objectivos
organizacionais e, positivamente relacionados com a pressão/sobrecarga de trabalho
que, em casos extremos pode conduzir a problemas na saúde mental dos
a, Silva, Fernandes, Faria, Loureiro, Carvalho, Pinto, Sousa & Cunha
um estudo para analisarem a satisfação
dos serviços públicos do Noroeste de Portugal, para a
concepção de i
clima e a comunicação no interior da organização, a natureza e as relações de trabalho
são factores importantes para ambas as experiencias de satisfação e a insatisfação no
trabalho, especialmente as de
Outros estudos, tem encontrado relações entre satisfação e saúde ocupacional.
“Satisfação no trabalho está associada à saúde dos trabalhadores nos seus aspectos
"saúde mental" e "capacidade para o trabalho", mostrando a importância dos
psicossociais em relação à
e Letorre 2004)
Suspeita-se que índices altos de insatisfação com o trabalho produzam altos
níveis de sofrimento mental que podem levar o trabalhador a desenvolv
síndromes ou mesmo algumas doenças relacionadas ao trabalho, como stress
ocupacional.
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010
concepção de intervenções de carreira. Os resultados sugerem que o
clima e a comunicação no interior da organização, a natureza e as relações de trabalho
são factores importantes para ambas as experiencias de satisfação e a insatisfação no
trabalho, especialmente as de insatisfação.
Outros estudos, tem encontrado relações entre satisfação e saúde ocupacional.
“Satisfação no trabalho está associada à saúde dos trabalhadores nos seus aspectos
"saúde mental" e "capacidade para o trabalho", mostrando a importância dos
psicossociais em relação à saúde e bem-estar dos trabalhadores.” (Martinez, Paraguay
se que índices altos de insatisfação com o trabalho produzam altos
níveis de sofrimento mental que podem levar o trabalhador a desenvolv
síndromes ou mesmo algumas doenças relacionadas ao trabalho, como stress
dos Recursos Humanos
15
ntervenções de carreira. Os resultados sugerem que o
clima e a comunicação no interior da organização, a natureza e as relações de trabalho
são factores importantes para ambas as experiencias de satisfação e a insatisfação no
Outros estudos, tem encontrado relações entre satisfação e saúde ocupacional.
“Satisfação no trabalho está associada à saúde dos trabalhadores nos seus aspectos
"saúde mental" e "capacidade para o trabalho", mostrando a importância dos factores
Martinez, Paraguay
se que índices altos de insatisfação com o trabalho produzam altos
níveis de sofrimento mental que podem levar o trabalhador a desenvolver certas
síndromes ou mesmo algumas doenças relacionadas ao trabalho, como stresse
Stress
A condição dignificante
populares, tem sido sistematicamente contestada pelos resultados das
investigam a natureza do sofrimento
com o trabalho. Trabalho e sofrimento, portanto, podem estar
associados, se as condições do primeiro
contextos e situações (Mendes & M
(Ferreira & Mirás, 2008).
Na primeira hipótese,
sofrimento psíquico surge como resposta
no contexto de trabalho, como por exemplo, divisão do trabalho, conteúdo das
tarefas, sistemas hierárquicos, relações de poder, condições físicas do posto de
trabalho.
Por outro lado, muitas vezes o trabalhador enf
geram o medo do desconhecido
argumenta que existe um certo terrorismo
se de uma ameaça com obje
acordem ou durmam sobressaltadas, pois a
força de trabalho, pode ser dispensada a qualquer momento”.
Na segunda hipótese, isto é, perante a ausência de emprego, o
psíquico apresenta-se, geralmente,
humilhação, tédio, enfraquecimento das relações sociais, solidão etc.
A sociedade moderna está baseada no duplo valor do indivíduo
produtor. O cidadão moderno adqui
“É a maneira de assegurar a vida material, de estruturar o tempo e o espaço, é
o lugar da expressão da dignidade de si próprio e das permutas sociais. O tempo do
trabalho profissional dá o seu sentido aos outros momentos da vid
Schnapper,?)
É indiscutível que, a
indivíduos está muito associado a uma actividade profissional
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010
- despedimento: Uma relação de causalidade cíclica
dignificante do trabalho, ideologicamente celebrada
ematicamente contestada pelos resultados das
investigam a natureza do sofrimento proveniente das relações do homem moderno
trabalho. Trabalho e sofrimento, portanto, podem estar
associados, se as condições do primeiro predispuserem o sujeito a determinados
Mendes & Marrone, 2003), ou mesmo perante a ausência deste
Na primeira hipótese, explorada nos pontos anteriores do trabalho,
sofrimento psíquico surge como resposta à exposição a agentes stress
no contexto de trabalho, como por exemplo, divisão do trabalho, conteúdo das
tarefas, sistemas hierárquicos, relações de poder, condições físicas do posto de
Por outro lado, muitas vezes o trabalhador enfrenta cenários de
o medo do desconhecido. Capitão (1998), numa perspectiva sócio
argumenta que existe um certo terrorismo praticado contra os trabalhadores.
ameaça com objectivo certeiro, possibilitando que milhares
acordem ou durmam sobressaltadas, pois a única coisa que de facto possuem, sua
r dispensada a qualquer momento”.
Na segunda hipótese, isto é, perante a ausência de emprego, o
, geralmente, através do desenvolvimento de
humilhação, tédio, enfraquecimento das relações sociais, solidão etc.
A sociedade moderna está baseada no duplo valor do indivíduo
O cidadão moderno adquire dignidade pelo trabalho.
“É a maneira de assegurar a vida material, de estruturar o tempo e o espaço, é
o lugar da expressão da dignidade de si próprio e das permutas sociais. O tempo do
trabalho profissional dá o seu sentido aos outros momentos da vid
É indiscutível que, a utilidade, prestígio social, o sentimento de dignidade dos
associado a uma actividade profissional.
dos Recursos Humanos
16
: Uma relação de causalidade cíclica
celebrada nos ditos
ematicamente contestada pelos resultados das pesquisas que
proveniente das relações do homem moderno
intrinsecamente
edispuserem o sujeito a determinados
ou mesmo perante a ausência deste
do trabalho, o
exposição a agentes stressores presentes
no contexto de trabalho, como por exemplo, divisão do trabalho, conteúdo das
tarefas, sistemas hierárquicos, relações de poder, condições físicas do posto de
cenários de incerteza que
sócio-psicológica,
trabalhadores. “Trata-
possibilitando que milhares de pessoas
to possuem, sua
Na segunda hipótese, isto é, perante a ausência de emprego, o sofrimento
de sentimentos de
A sociedade moderna está baseada no duplo valor do indivíduo - cidadão e do
“É a maneira de assegurar a vida material, de estruturar o tempo e o espaço, é
o lugar da expressão da dignidade de si próprio e das permutas sociais. O tempo do
trabalho profissional dá o seu sentido aos outros momentos da vida” (Dominique
social, o sentimento de dignidade dos
Por outro lado, na sociedade contemporânea, o bem
psicológico dos indivíduos d
bens de consumo essenciais à sobrevivência do ser humano, isto é, bens que satisfação
as suas necessidades básicas, como também da sua capacidade para acompanhar o
ritmo evolutivo do espírito consum
Simultaneamente, surgem os conflitos familiares, criados pelos e entre os
membros da família devido à queda do padrão de consumo e, portanto, queda do
padrão de vida de toda a teia familiar.
“O conflito do individuo contemporâneo gira em t
em torno do Ser ou Não Ser. O Ter significa poder e reconhecimento dentro da
sociedade. (Ferreira & Mirás, 2010) nesta óptica, tudo o que resta ao indivíduo
desempregado é a vergonha e o sofrimento por estar à margem do valor ca
sociedade: consumo.
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010
Por outro lado, na sociedade contemporânea, o bem
psicológico dos indivíduos depende, não só da sua capacidade financeira para adquirir
bens de consumo essenciais à sobrevivência do ser humano, isto é, bens que satisfação
as suas necessidades básicas, como também da sua capacidade para acompanhar o
ritmo evolutivo do espírito consumista colectivo.
Simultaneamente, surgem os conflitos familiares, criados pelos e entre os
membros da família devido à queda do padrão de consumo e, portanto, queda do
padrão de vida de toda a teia familiar.
“O conflito do individuo contemporâneo gira em torno do Ter ou Não Ter, não
em torno do Ser ou Não Ser. O Ter significa poder e reconhecimento dentro da
sociedade. (Ferreira & Mirás, 2010) nesta óptica, tudo o que resta ao indivíduo
desempregado é a vergonha e o sofrimento por estar à margem do valor ca
dos Recursos Humanos
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Por outro lado, na sociedade contemporânea, o bem-estar
epende, não só da sua capacidade financeira para adquirir
bens de consumo essenciais à sobrevivência do ser humano, isto é, bens que satisfação
as suas necessidades básicas, como também da sua capacidade para acompanhar o
Simultaneamente, surgem os conflitos familiares, criados pelos e entre os
membros da família devido à queda do padrão de consumo e, portanto, queda do
orno do Ter ou Não Ter, não
em torno do Ser ou Não Ser. O Ter significa poder e reconhecimento dentro da
sociedade. (Ferreira & Mirás, 2010) nesta óptica, tudo o que resta ao indivíduo
desempregado é a vergonha e o sofrimento por estar à margem do valor capital da
Considerações finais
As pessoas não são apenas “braços humanos” nem entidades meramente
económicas. São também sujeitos psicológicos, actores
se guião apenas por motivos económicos
de realização pessoal, procuram efectuar
procuram pertencer a redes sociais que lhes permitam sati
de pertença e de comunidade. Estas são sobejas razões para que a gestão de pessoas e
o departamento de RH representem uma força organizacional
desenvolvimento de forças positivas das pessoas.
As organizações não podem limitar
coloca a sua disposição. D
sociedade. Porém, nem sempre é este
organizacionais.
Em síntese, é necessário conseguir que a experiência de trabalho, uma das
formas culturais mais importantes para o desenvolvimento pessoal e social, não se
converta numa fonte de alienação e despersonalização, e uma das pri
doença mental.
Saúde ocupacional dos Recursos Humanos
Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010
Considerações finais
s pessoas não são apenas “braços humanos” nem entidades meramente
económicas. São também sujeitos psicológicos, actores sociais e entidades morais. Não
se guião apenas por motivos económicos – também desejam satisfazer necessidades
de realização pessoal, procuram efectuar trabalho com significado para as suas vidas,
procuram pertencer a redes sociais que lhes permitam satisfazer necessidades sociais,
de pertença e de comunidade. Estas são sobejas razões para que a gestão de pessoas e
o departamento de RH representem uma força organizacional positiva
desenvolvimento de forças positivas das pessoas. (Gomes et al 2008)
As organizações não podem limitar-se a usar os recursos que a soc
coloca a sua disposição. Devem retribuir, contribuindo para o desenvolvimento da
Porém, nem sempre é este o entendimento dos responsáveis
e, é necessário conseguir que a experiência de trabalho, uma das
formas culturais mais importantes para o desenvolvimento pessoal e social, não se
converta numa fonte de alienação e despersonalização, e uma das principais causas de
dos Recursos Humanos
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s pessoas não são apenas “braços humanos” nem entidades meramente
sociais e entidades morais. Não
também desejam satisfazer necessidades
trabalho com significado para as suas vidas,
sfazer necessidades sociais,
de pertença e de comunidade. Estas são sobejas razões para que a gestão de pessoas e
positiva, focalizada no
se a usar os recursos que a sociedade
evem retribuir, contribuindo para o desenvolvimento da
o entendimento dos responsáveis
e, é necessário conseguir que a experiência de trabalho, uma das
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