trabalho, stresse, sÍndrome de burnout a montante e a jusante da desvinculaÇÃo

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ESEIG – Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO Licenciatura em Recursos Humanos. 3º Ano Unidade curricular de Saúde Ocupacional dos RH Docente: Manuel Salvador Araújo Ricardo Pereira Aluno nº 9070222 Resumo O stresse é uma perturbação biopsicosocial que afecta, actualmente, a população mundial - submersa numa sociedade globalizada que exige e procura a cada dia, indivíduos aptos e capazes de enfrentar e resolver cada um dos problemas de índole laboral, social e emocional que se lhes apresentam. As causas e efeitos do stresse são variados, no entanto, o trabalho, pelo valor central que ocupa na vida dos indivíduos, apresenta-se como uma variável determinante no seu desenvolvimento e/ou amplificação – não só durante a realização do próprio trabalho, como também na ausência deste. O presente trabalho investiga a relação entre modelos de gestão de Recursos Humanos (RH), stresse ocupacional, a incidência da síndrome de burnout e processos de desvinculação.

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O stresse é uma perturbação biopsicosocial que afecta, actualmente, apopulação mundial - submersa numa sociedade globalizada que exige e procura a cadadia, indivíduos aptos e capazes de enfrentar e resolver cada um dos problemas deíndole laboral, social e emocional que se lhes apresentam.As causas e efeitos do stresse são variados, no entanto, o trabalho, pelo valorcentral que ocupa na vida dos indivíduos, apresenta-se como uma variáveldeterminante no seu desenvolvimento e/ou amplificação – não só durante a realizaçãodo próprio trabalho, como também na ausência deste.O presente trabalho investiga a relação entre modelos de gestão de RecursosHumanos (RH), stresse ocupacional, a incidência da síndrome de burnout e processosde desvinculação.

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Page 1: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

ESEIG – Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão

TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a

jusante da DESVINCULAÇÃO

Licenciatura em Recursos Humanos. 3º Ano

Unidade curricular de Saúde Ocupacional dos RH

Docente: Manuel Salvador Araújo

Ricardo Pereira

Aluno nº 9070222

Resumo

O stresse é uma perturbação biopsicosocial que afecta, actualmente, a

população mundial - submersa numa sociedade globalizada que exige e procura a cada

dia, indivíduos aptos e capazes de enfrentar e resolver cada um dos problemas de

índole laboral, social e emocional que se lhes apresentam.

As causas e efeitos do stresse são variados, no entanto, o trabalho, pelo valor

central que ocupa na vida dos indivíduos, apresenta-se como uma variável

determinante no seu desenvolvimento e/ou amplificação – não só durante a realização

do próprio trabalho, como também na ausência deste.

O presente trabalho investiga a relação entre modelos de gestão de Recursos

Humanos (RH), stresse ocupacional, a incidência da síndrome de burnout e processos

de desvinculação.

Page 2: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

“Esses sentimentos absurdos de pressa e de não ter tempo, nessa respiração

acelerada e nessa tensão, nessa ansiedade pelos dados e nessa solicitude pelos

“ Investigação governamental britânica sugere que a maior parte das

empresas acredita que os colapsos ou distúrbios psicológicos são uma prova de

fraqueza ou incapacidade para aguentar trabalho desafiante. A sua resposta é

“ O que fazemos na General Electric é matarmo

cairmos sobre a espada e esperarmos que alguém repare

não elevem a fasquia cinco vezes mais. Na GE, ou temos bom

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

sentimentos absurdos de pressa e de não ter tempo, nessa respiração

acelerada e nessa tensão, nessa ansiedade pelos dados e nessa solicitude pelos

Investigação governamental britânica sugere que a maior parte das

empresas acredita que os colapsos ou distúrbios psicológicos são uma prova de

fraqueza ou incapacidade para aguentar trabalho desafiante. A sua resposta é

verem-se livres das pess

Overell cit in Cunha et al 2007, p.253)

O que fazemos na General Electric é matarmo-nos, trabalharmos muito,

cairmos sobre a espada e esperarmos que alguém repare – e depois esperamos que

não elevem a fasquia cinco vezes mais. Na GE, ou temos bom desempenho ou

(Director da General Electric, cit in Crainer 1997

dos Recursos Humanos

2

sentimentos absurdos de pressa e de não ter tempo, nessa respiração

acelerada e nessa tensão, nessa ansiedade pelos dados e nessa solicitude pelos

resultados…”

(William James)

Investigação governamental britânica sugere que a maior parte das

empresas acredita que os colapsos ou distúrbios psicológicos são uma prova de

fraqueza ou incapacidade para aguentar trabalho desafiante. A sua resposta é

se livres das pessoas.”

Cunha et al 2007, p.253)

nos, trabalharmos muito,

e depois esperamos que

desempenho ou

morremos.”

cit in Crainer 1997, p.200)

Page 3: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

Índice

INTRODUÇÃO ................................

DO STRESSE AO BURNOU

A SÍNDROME DE BURNOUT

TRABALHO E A SAÚDE M

STRESSE - DESPEDIMENTO: UMA RE

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGR

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

................................................................................................

DO STRESSE AO BURNOUT ................................................................................................

E BURNOUT ................................................................................................

TRABALHO E A SAÚDE MENTAL ..............................................................................................

DESPEDIMENTO: UMA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE CÍCLICA ................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................

dos Recursos Humanos

3

........................................................... 4

....................................... 5

.................................... 11

.............................. 13

................................... 16

......................................... 18

............................... 19

Page 4: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

Introdução

Mudanças na estrutura do sistema produtivo têm tornado as organizações mais

complexas e reproduzido nas relações de trabalho

A lógica do produzir mais com menos recursos não é recente, porém a sua

revalorização é cada vez mais assimilada. Ao mesmo tempo, exige

do trabalhador à produção, por meio de reestruturações

funções com atribuições mais variadas e mais complexas.

Estas configurações organizacionais têm surgido, progressivamente,

diferentes proporções pelos vários sectores de actividade, reclamando

imperatividade da qualidade

qualificação e novas competências do trabalhador

A par destas transfor

trabalho determinadas pela reestruturação produtiva, surgem novas formas de gerir os

Recursos Humanos com maior controlo e impo

Estas novas formatações das relações de trabalho podem propiciar a prática do

assédio moral, um processo de violência psicológica contra o trabalhador que ameaça

os direitos humanos fundamentais. O assédio moral não é um fenómeno novo. É tã

antigo como as relações de trabalho. No entanto, ele é particularmente nefasto em

períodos de crise como aquele que a sociedade atravessa.

Como consequência

trabalho, emergem os sintomas de

prolongado, pode originar problemas de saúde físicos e mentais, nomeadamente, a

síndrome de Burnout. Estudos revelam que na União Europeia o

com o Trabalho (SRT) é responsável por 25% do absentis

duas semanas (Bancaleiro,

A Função de Gestão de Recursos humanos

organização e o trabalhador,

podendo contribuir activamente

dignas, justas e socialmente responsáveis que, permitam aos indivíduos realizarem

enquanto seres humanos, ao mesmo tempo que as organizações se desenvolvem de

forma sustentável.

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

Mudanças na estrutura do sistema produtivo têm tornado as organizações mais

reproduzido nas relações de trabalho mais instabilidade.

A lógica do produzir mais com menos recursos não é recente, porém a sua

revalorização é cada vez mais assimilada. Ao mesmo tempo, exige-se mais adaptação

do trabalhador à produção, por meio de reestruturações produtivas e

ibuições mais variadas e mais complexas.

Estas configurações organizacionais têm surgido, progressivamente,

diferentes proporções pelos vários sectores de actividade, reclamando

imperatividade da qualidade na execução de tarefas, necessidade de

qualificação e novas competências do trabalhador.

A par destas transformações, particularmente, a flexibilização das relações de

trabalho determinadas pela reestruturação produtiva, surgem novas formas de gerir os

Recursos Humanos com maior controlo e imposição de metas.

Estas novas formatações das relações de trabalho podem propiciar a prática do

assédio moral, um processo de violência psicológica contra o trabalhador que ameaça

fundamentais. O assédio moral não é um fenómeno novo. É tã

antigo como as relações de trabalho. No entanto, ele é particularmente nefasto em

períodos de crise como aquele que a sociedade atravessa.

Como consequência das excessivas pressões vividas pelos indivíduos no local de

os sintomas de stresse que, quando muito intenso ou muito

pode originar problemas de saúde físicos e mentais, nomeadamente, a

síndrome de Burnout. Estudos revelam que na União Europeia o Stresse

com o Trabalho (SRT) é responsável por 25% do absentismo com duração superior a

duas semanas (Bancaleiro, 2009)

Função de Gestão de Recursos humanos enquanto interface entre a

e o trabalhador, assume um papel de mediação da relação laboral,

podendo contribuir activamente para a promoção de condições de trabalho

dignas, justas e socialmente responsáveis que, permitam aos indivíduos realizarem

enquanto seres humanos, ao mesmo tempo que as organizações se desenvolvem de

dos Recursos Humanos

4

Mudanças na estrutura do sistema produtivo têm tornado as organizações mais

A lógica do produzir mais com menos recursos não é recente, porém a sua

se mais adaptação

flexibilização de

Estas configurações organizacionais têm surgido, progressivamente, em

diferentes proporções pelos vários sectores de actividade, reclamando a

necessidade de maior

flexibilização das relações de

trabalho determinadas pela reestruturação produtiva, surgem novas formas de gerir os

Estas novas formatações das relações de trabalho podem propiciar a prática do

assédio moral, um processo de violência psicológica contra o trabalhador que ameaça

fundamentais. O assédio moral não é um fenómeno novo. É tão

antigo como as relações de trabalho. No entanto, ele é particularmente nefasto em

vividas pelos indivíduos no local de

que, quando muito intenso ou muito

pode originar problemas de saúde físicos e mentais, nomeadamente, a

Stresse Relacionado

mo com duração superior a

enquanto interface entre a

assume um papel de mediação da relação laboral,

para a promoção de condições de trabalho saudáveis,

dignas, justas e socialmente responsáveis que, permitam aos indivíduos realizarem-se

enquanto seres humanos, ao mesmo tempo que as organizações se desenvolvem de

Page 5: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

Do Stresse ao Burnout

Como todos os seres vivos, profundamente complexos e abertos, o homem

está em constante interacção

equilíbrio dinâmico e estável. É deste equilíbrio que provém no ser humano a sensação

de bem-estar físico, mental e social. O oposto a este

disfunção, doença. (Luís Octávio

È conhecido o papel que o stresse pode ter como factor

doenças. No entanto, o stresse não deve ser considerado sempre como prejudicial. O

que provoca dano ao homem é colocar

monótona, sem estímulos que a enriqueçam ou o contrário, uma vida com muitas

exigências desgastantes e repetidas (Vaz Serra, 1999).

A exposição a situações de stresse não é então

resposta de stresse é uma reacção adaptativa que permite ao indi

energia possibilitando em consequência um melhor desempenho do organismo.

“ O stresse seria um processo excepcional despoletado por ameaças pontuais, como um

predador. Todavia, os seres humanos terão, com a evolução das sociedades, t

num problema crónico. Desta forma, apesar de raramente estarem expostos a predadores, os

habitantes da cidade sentem-se “

relacionamento. Os efeitos deste stresse crónico, que e

evolutiva, tornam-se debilitantes para o sistema

et al 2007)

O stresse é um fenómeno adaptativo dos seres humanos que contribui, de

certo modo para a sua sobrevivê

actividades e para um desempenho eficaz em muitas esferas da vida. O que pode

tornar-se nocivo é que o stresse seja excessivo e difícil de controlar

Labrador (1994) refere que se a resposta de stresse é excessivam

ou duradoura pode ter consequências

manter uma actividade de resposta acima das suas possibilidades causando

desgaste excessivo com alteração ou deterioração no seu funcionamento.

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

Como todos os seres vivos, profundamente complexos e abertos, o homem

está em constante interacção com o seu meio tentando manter com ele um certo

equilíbrio dinâmico e estável. É deste equilíbrio que provém no ser humano a sensação

estar físico, mental e social. O oposto a este equilíbrio pode ser significado de

Octávio de Sá, 2002)

È conhecido o papel que o stresse pode ter como factor

o stresse não deve ser considerado sempre como prejudicial. O

que provoca dano ao homem é colocar-se num dos dois extremos: ter uma vida

estímulos que a enriqueçam ou o contrário, uma vida com muitas

repetidas (Vaz Serra, 1999).

A exposição a situações de stresse não é então em si mesma prejudicial. A

resposta de stresse é uma reacção adaptativa que permite ao indivíduo dispor de mais

energia possibilitando em consequência um melhor desempenho do organismo.

“ O stresse seria um processo excepcional despoletado por ameaças pontuais, como um

predador. Todavia, os seres humanos terão, com a evolução das sociedades, transformado o stresse

num problema crónico. Desta forma, apesar de raramente estarem expostos a predadores, os

se “stressados” por eventos como um exame, uma promoção ou um

relacionamento. Os efeitos deste stresse crónico, que eram favoráveis em situações de pressão

se debilitantes para o sistema imunológico” (Segerstrom & Miller, 2004, cit in Cunha

O stresse é um fenómeno adaptativo dos seres humanos que contribui, de

certo modo para a sua sobrevivência, para um adequado rendimento nas suas

actividades e para um desempenho eficaz em muitas esferas da vida. O que pode

se nocivo é que o stresse seja excessivo e difícil de controlar

Labrador (1994) refere que se a resposta de stresse é excessivam

ou duradoura pode ter consequências negativas uma vez que obriga o organismo a

manter uma actividade de resposta acima das suas possibilidades causando

desgaste excessivo com alteração ou deterioração no seu funcionamento.

dos Recursos Humanos

5

Como todos os seres vivos, profundamente complexos e abertos, o homem

com o seu meio tentando manter com ele um certo

equilíbrio dinâmico e estável. É deste equilíbrio que provém no ser humano a sensação

pode ser significado de

È conhecido o papel que o stresse pode ter como factor estimulador de

o stresse não deve ser considerado sempre como prejudicial. O

se num dos dois extremos: ter uma vida

estímulos que a enriqueçam ou o contrário, uma vida com muitas

em si mesma prejudicial. A

víduo dispor de mais

energia possibilitando em consequência um melhor desempenho do organismo.

“ O stresse seria um processo excepcional despoletado por ameaças pontuais, como um

ransformado o stresse

num problema crónico. Desta forma, apesar de raramente estarem expostos a predadores, os

” por eventos como um exame, uma promoção ou um

ram favoráveis em situações de pressão

imunológico” (Segerstrom & Miller, 2004, cit in Cunha

O stresse é um fenómeno adaptativo dos seres humanos que contribui, de

ncia, para um adequado rendimento nas suas

actividades e para um desempenho eficaz em muitas esferas da vida. O que pode

Labrador (1994) refere que se a resposta de stresse é excessivamente intensa

negativas uma vez que obriga o organismo a

manter uma actividade de resposta acima das suas possibilidades causando-lhe um

desgaste excessivo com alteração ou deterioração no seu funcionamento.

Page 6: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

Do contexto urbano em que vivemos emergem

stressantes com os quais cada vez mais nos habituamos a lidar. A sociedade actual,

pelo modo com está estruturada, obriga

para com nós próprios. Obcecados por dar u

solicitações, entramos em stresse.

“Estar sob stresse” é uma afirmação proferida pelas pessoas frequentemente,

embora possa suscitar interpretações diferentes. É frequente, os

se “stressados” durante a

com a aproximação da data de apresentação das suas teses de Doutoramento, os

trabalhadores vivem a extrema pressão durante processos de desvinculação, um pai

reconhece este estado perante o nascimento d

demasiado vasto e pode ser definido de várias maneiras.

Definir o termo stresse não é tarefa fácil, dada a complexidade de factores que

parecem estar associados ao seu desenvolvimento.

De acordo com o guia do Stresse Ocup

[Um] padrão de reacções emocionais, cognitivas, comportamentais e psicológicas a

aspectos adversos e nocivos, relacionados com o conteúdo do trabalho, a organização

e o ambiente de trabalho (…) o stresse é causado p

nosso trabalho, pelos conflitos entre os nossos papéis relacionados com o trabalho e

os outros papéis que lhe são exteriores, e pela ausência de um razoável grau de

controlo sobre o nosso próprio trabalho e a nossa vida.”

Neste sentido, quando se aplica o conceito de stresse no âmbito do trabalho,

este pode ser definido como um desequilíbrio percebido entre as exigências

profissionais e a capacidade do trabalhador para as enfrentar. É gerado por uma série

de fenómenos que ocorrem no organismo do trabalhador com a contribuição de

algumas circunstâncias que se encontram no meio que o rodeia.

Actualmente os indivíduos dedicam a maior parte do seu tempo ao trabalho,

vivem cansados e angustiados em busca da perfeição no trabalho

aspectos importantes da vida como a família e os amigos. São estas situações que

muitas vezes levam os indivíduos a ser dependentes do seu trabalho e estas mesmas

são as que geralmente ocasionam o

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

urbano em que vivemos emergem uma série de agentes

com os quais cada vez mais nos habituamos a lidar. A sociedade actual,

pelo modo com está estruturada, obriga-nos, diariamente, a aumentar a exigência

para com nós próprios. Obcecados por dar uma resposta eficiente a todas as

entramos em stresse.

“Estar sob stresse” é uma afirmação proferida pelas pessoas frequentemente,

embora possa suscitar interpretações diferentes. É frequente, os estudantes sentirem

ados” durante a época de exames, os docentes experimentam o “stresse”

com a aproximação da data de apresentação das suas teses de Doutoramento, os

trabalhadores vivem a extrema pressão durante processos de desvinculação, um pai

reconhece este estado perante o nascimento de um filho. Stresse é um conceito

demasiado vasto e pode ser definido de várias maneiras.

Definir o termo stresse não é tarefa fácil, dada a complexidade de factores que

parecem estar associados ao seu desenvolvimento.

o guia do Stresse Ocupacional da Comissão Europeia,

[Um] padrão de reacções emocionais, cognitivas, comportamentais e psicológicas a

aspectos adversos e nocivos, relacionados com o conteúdo do trabalho, a organização

e o ambiente de trabalho (…) o stresse é causado pelo desajustamento entre nós e o

nosso trabalho, pelos conflitos entre os nossos papéis relacionados com o trabalho e

os outros papéis que lhe são exteriores, e pela ausência de um razoável grau de

controlo sobre o nosso próprio trabalho e a nossa vida.”

Neste sentido, quando se aplica o conceito de stresse no âmbito do trabalho,

este pode ser definido como um desequilíbrio percebido entre as exigências

profissionais e a capacidade do trabalhador para as enfrentar. É gerado por uma série

correm no organismo do trabalhador com a contribuição de

algumas circunstâncias que se encontram no meio que o rodeia.

Actualmente os indivíduos dedicam a maior parte do seu tempo ao trabalho,

vivem cansados e angustiados em busca da perfeição no trabalho

aspectos importantes da vida como a família e os amigos. São estas situações que

muitas vezes levam os indivíduos a ser dependentes do seu trabalho e estas mesmas

são as que geralmente ocasionam o stresse ocupacional.

dos Recursos Humanos

6

uma série de agentes

com os quais cada vez mais nos habituamos a lidar. A sociedade actual,

nos, diariamente, a aumentar a exigência

ma resposta eficiente a todas as

“Estar sob stresse” é uma afirmação proferida pelas pessoas frequentemente,

estudantes sentirem-

época de exames, os docentes experimentam o “stresse”

com a aproximação da data de apresentação das suas teses de Doutoramento, os

trabalhadores vivem a extrema pressão durante processos de desvinculação, um pai

Stresse é um conceito

Definir o termo stresse não é tarefa fácil, dada a complexidade de factores que

acional da Comissão Europeia, stresse é”

[Um] padrão de reacções emocionais, cognitivas, comportamentais e psicológicas a

aspectos adversos e nocivos, relacionados com o conteúdo do trabalho, a organização

elo desajustamento entre nós e o

nosso trabalho, pelos conflitos entre os nossos papéis relacionados com o trabalho e

os outros papéis que lhe são exteriores, e pela ausência de um razoável grau de

Neste sentido, quando se aplica o conceito de stresse no âmbito do trabalho,

este pode ser definido como um desequilíbrio percebido entre as exigências

profissionais e a capacidade do trabalhador para as enfrentar. É gerado por uma série

correm no organismo do trabalhador com a contribuição de

Actualmente os indivíduos dedicam a maior parte do seu tempo ao trabalho,

vivem cansados e angustiados em busca da perfeição no trabalho, descuidando

aspectos importantes da vida como a família e os amigos. São estas situações que

muitas vezes levam os indivíduos a ser dependentes do seu trabalho e estas mesmas

Page 7: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

O stresse no trabalho é

visto que, na sociedade actual, o trabalho adquiriu uma grande relevância social e

interesse pela produtividade e pela eficiência nem sempre é acompanhado de

condições de trabalho dignas e adequadas,

tarefas e postos de trabalho que tenham em conta as características das pessoas, as

suas necessidades, aptidões e interesses.

De acordo com a literatura, i

stresse no trabalho, organizacionais

podem ser potenciadas por diversos antecedentes: variávei

crescimento, a instabilidade económica, ou a taxa de desemprego), be

características organizacionais (como a dimensão, a tecnologia, o númer

hierárquicos, ou o grupo ocupacional a que se pertence).

aumentar a probabilidade da existência de

O papel dos trabalhadores na organização foi extensamente estudado, tendo

vários estudos concluído que a ambiguidade e o conflito do papel, bem como a

sobrecarga ou sub-utilização constituem fontes significativas de pressão. As exigências

de papéis múltiplos resultantes do conflito trabalho/família constituem também fontes

de stress, caso das mães trabalhadoras que têm que conciliar o apoio aos filhos com as

exigências do trabalho. (Cunha et al 2007)

A liderança, particularmente os comportamentos de orienta

a consideração pelos trabalhadores

essa influência é utilizada, tem igualmente sido considerada como um

Os estilos de liderança autoritários e autocráticos têm sido associa

tensão entre os subordinados, b

atitudes e motivações dos empregados.

De facto, poucas coisas causam mais stress

com um chefe autoritário, abrasivo que f

liderança, quando assume

O assédio moral pode ser sinteticamente definido como a violência moral ou

psicológica exercida em contexto organizacional, atr

comportamentos, protagonizados por superiores, repetidos ao longo do tempo e que

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

e no trabalho é um dos fenómenos mais difundidos na nossa sociedade

visto que, na sociedade actual, o trabalho adquiriu uma grande relevância social e

interesse pela produtividade e pela eficiência nem sempre é acompanhado de

condições de trabalho dignas e adequadas, recursos suficientes para o desenvolver e

tarefas e postos de trabalho que tenham em conta as características das pessoas, as

suas necessidades, aptidões e interesses.

De acordo com a literatura, identificam-se dois grandes tipos de causas de

abalho, organizacionais e extra - organizacionais (Cunha et

podem ser potenciadas por diversos antecedentes: variáveis sociais (como

crescimento, a instabilidade económica, ou a taxa de desemprego), be

cionais (como a dimensão, a tecnologia, o númer

hierárquicos, ou o grupo ocupacional a que se pertence). Estes antecedentes

aumentar a probabilidade da existência de “stressors” nas organizações.

O papel dos trabalhadores na organização foi extensamente estudado, tendo

vários estudos concluído que a ambiguidade e o conflito do papel, bem como a

utilização constituem fontes significativas de pressão. As exigências

os resultantes do conflito trabalho/família constituem também fontes

, caso das mães trabalhadoras que têm que conciliar o apoio aos filhos com as

exigências do trabalho. (Cunha et al 2007)

A liderança, particularmente os comportamentos de orientação para a tarefa e

pelos trabalhadores, bem como a influência do líder e a forma como

essa influência é utilizada, tem igualmente sido considerada como um

Os estilos de liderança autoritários e autocráticos têm sido associados a sintomas de

subordinados, bem como a falta de consideração pelas necessidades,

empregados.

De facto, poucas coisas causam mais stresse do que ter de lidar diariamente

com um chefe autoritário, abrasivo que falta ao respeito ao trabalhador. Este tipo de

liderança, quando assume proporções “intensas” pode ser considerado assédio moral.

O assédio moral pode ser sinteticamente definido como a violência moral ou

psicológica exercida em contexto organizacional, através de actos, atitudes ou

comportamentos, protagonizados por superiores, repetidos ao longo do tempo e que

dos Recursos Humanos

7

um dos fenómenos mais difundidos na nossa sociedade

visto que, na sociedade actual, o trabalho adquiriu uma grande relevância social e, o

interesse pela produtividade e pela eficiência nem sempre é acompanhado de

recursos suficientes para o desenvolver e

tarefas e postos de trabalho que tenham em conta as características das pessoas, as

se dois grandes tipos de causas de

et al, 2007), que

sociais (como o

crescimento, a instabilidade económica, ou a taxa de desemprego), bem como certas

cionais (como a dimensão, a tecnologia, o número de níveis

Estes antecedentes fazem

nas organizações.

O papel dos trabalhadores na organização foi extensamente estudado, tendo

vários estudos concluído que a ambiguidade e o conflito do papel, bem como a

utilização constituem fontes significativas de pressão. As exigências

os resultantes do conflito trabalho/família constituem também fontes

, caso das mães trabalhadoras que têm que conciliar o apoio aos filhos com as

ção para a tarefa e

, bem como a influência do líder e a forma como

essa influência é utilizada, tem igualmente sido considerada como um agente stressor.

dos a sintomas de

em como a falta de consideração pelas necessidades,

e do que ter de lidar diariamente

alta ao respeito ao trabalhador. Este tipo de

“intensas” pode ser considerado assédio moral.

O assédio moral pode ser sinteticamente definido como a violência moral ou

avés de actos, atitudes ou

comportamentos, protagonizados por superiores, repetidos ao longo do tempo e que

Page 8: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

levam a degradação do exercício do trabalho em condições dignas,

comprometendo desta forma, a realização e a saúde do colaborador

Em termos concretos, trata

profissionais constrangedoras, repetidas no tempo, e que, em regra, se

consubstanciam em comportamentos desrespeitosos dos chefes ou colegas, com

consequências emocionais negativas

Algumas características desta gestão perversa nas organizações são: falta de

comunicação; pessoas que são colocadas em situação de rivalidade; manipulação de

pessoas, para que se desestruturem e autodestruam; diminuição do número de

de trabalho exigindo cada vez

O assédio moral sempre existiu, no entanto, em períodos de recessão

económica, que implicam redução de custos e por isso reorganização dos processos de

trabalho, torna-se trágico. Com medo do

situações de violência psicológica, o que acaba por ter consequências na sua saúde.

Esta humilhação prolongada fragiliza gradualmente a auto

danificando a sua dignidade, dificultando as suas rela

distúrbio psíquico de carácter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental

intenso. (Vartia, 1996; Zapf, 1996

“Uma das situações extremas por qual passam algumas das vítimas de longa

exposição a actos negativos, o suicídio e a Desordem de Stress

(Araújo, 2009)

Assim, o desemprego e a má qualidade do emprego estão claramente

associados com o nível de bem

emprego se pode tornar tão tra

Certas características como a centralização, formalização, política de tomada de

decisão, abertura de comunicação, justiça organizacional e tipo de ocupação podem

também ser causadoras de stress

O barulho, o calor,

agentes patogénicos têm sido empiricamente relacionados com percepções de stress

ocupacional, afectando negativamente o desempenho

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

levam a degradação do exercício do trabalho em condições dignas,

comprometendo desta forma, a realização e a saúde do colaborador. (Barreto, 2003)

m termos concretos, trata-se de exposição deliberada de pessoas a situações

constrangedoras, repetidas no tempo, e que, em regra, se

consubstanciam em comportamentos desrespeitosos dos chefes ou colegas, com

emocionais negativas para os colaboradores.

Algumas características desta gestão perversa nas organizações são: falta de

comunicação; pessoas que são colocadas em situação de rivalidade; manipulação de

pessoas, para que se desestruturem e autodestruam; diminuição do número de

de trabalho exigindo cada vez mais produtividade, etc.

O assédio moral sempre existiu, no entanto, em períodos de recessão

económica, que implicam redução de custos e por isso reorganização dos processos de

se trágico. Com medo do despedimento, a vítima tende a ocultar as

situações de violência psicológica, o que acaba por ter consequências na sua saúde.

Esta humilhação prolongada fragiliza gradualmente a auto-estima do sujeito,

danificando a sua dignidade, dificultando as suas relações sociais, provocando um

distúrbio psíquico de carácter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental

(Vartia, 1996; Zapf, 1996 cit in Araújo, 2009).

“Uma das situações extremas por qual passam algumas das vítimas de longa

actos negativos, o suicídio e a Desordem de Stresse Pós

o desemprego e a má qualidade do emprego estão claramente

associados com o nível de bem-estar psicológico, assim como a insegurança de

emprego se pode tornar tão traumática como a própria perda de emprego.

Certas características como a centralização, formalização, política de tomada de

decisão, abertura de comunicação, justiça organizacional e tipo de ocupação podem

ser causadoras de stress.

barulho, o calor, a vibração, o espaço, a privacidade ou a existência de

agentes patogénicos têm sido empiricamente relacionados com percepções de stress

ocupacional, afectando negativamente o desempenho. (Peiró, 1986)

dos Recursos Humanos

8

levam a degradação do exercício do trabalho em condições dignas,

Barreto, 2003)

se de exposição deliberada de pessoas a situações

constrangedoras, repetidas no tempo, e que, em regra, se

consubstanciam em comportamentos desrespeitosos dos chefes ou colegas, com

Algumas características desta gestão perversa nas organizações são: falta de

comunicação; pessoas que são colocadas em situação de rivalidade; manipulação de

pessoas, para que se desestruturem e autodestruam; diminuição do número de postos

O assédio moral sempre existiu, no entanto, em períodos de recessão

económica, que implicam redução de custos e por isso reorganização dos processos de

despedimento, a vítima tende a ocultar as

situações de violência psicológica, o que acaba por ter consequências na sua saúde.

estima do sujeito,

ções sociais, provocando um

distúrbio psíquico de carácter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental

“Uma das situações extremas por qual passam algumas das vítimas de longa

e Pós-Traumática.”

o desemprego e a má qualidade do emprego estão claramente

estar psicológico, assim como a insegurança de

umática como a própria perda de emprego.

Certas características como a centralização, formalização, política de tomada de

decisão, abertura de comunicação, justiça organizacional e tipo de ocupação podem

a vibração, o espaço, a privacidade ou a existência de

agentes patogénicos têm sido empiricamente relacionados com percepções de stress

Page 9: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

As ocorrências da vida, por si só, podem ser important

de pressão. A Tabela 1 é

vida (individual, familiar ou

stress e, assim, provocar problemas na saúde física e psicológica. Mas os inúmeros

factores do quotidiano podem

quando numa sequência incessante

responder a um inspector das

Temos que com

organizacionais se interpenetram. Os problemas do quotidiano extra

fora da organização, e os problemas de génese organizacional não se podem congelar

no seio da organização, impedindo

(Cunha et al, 2007)

Por outro lado, segundo o relatório

the Improvement of Living and Working Conditions, 2007

nível sociológico, demográfico e nacional também podem ser responsáveis pelo

aumento dos riscos de stress

trabalho envelhecida, mais mulheres com o dobro da carga de trabalho a entrar na

mão-de-obra, aumento da diversidade no local de trabalho, mudança nos padrões de

organização do trabalho, como JIT (gestão just

tecnologias de informação.

A forma como a informação pode ser utilizada ou acedida expandiu

computador a tornar-se num recurso padrão da maioria dos locais de trabalho e

residências. Isto resultou na oportunidade de trabalhar em casa (teletrabalho),

evitando deslocações demoradas. No entanto, também aumentou a possibilidade de

trabalhar fora do horário de trabalho, um factor que tem sido associado com o

aumento da fadiga, o risco de exaustão (Burnout) e a rotura do equilíbrio entre

trabalho e vida pessoal. (

Working Conditions: work-

Em suma, as causas do stress

número nas organizações contemporâneas, com as suas exigências em termos de

aumentos de produtividade, redução de custos e

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

As ocorrências da vida, por si só, podem ser important

de pressão. A Tabela 1 é uma demonstração de como dezenas de circunstâncias da

vida (individual, familiar ou social) podem induzir níveis mais ou menos elevados de

problemas na saúde física e psicológica. Mas os inúmeros

factores do quotidiano podem também adquirir um estatuto altamente

quando numa sequência incessante (como tratar do desempenho dos filhos na escola,

responder a um inspector das Finanças, conflito com os vizinhos, trânsito, etc.).

Temos que compreender que os factores organizacio

interpenetram. Os problemas do quotidiano extra-laboral não ficam

e os problemas de génese organizacional não se podem congelar

impedindo-os de influenciarem o resto da vida dos indivíduos.

egundo o relatório elaborado pela European Foundation for

the Improvement of Living and Working Conditions, 2007, vários macro

nível sociológico, demográfico e nacional também podem ser responsáveis pelo

aumento dos riscos de stresse no trabalho, tais como falta de pessoal, uma força de

trabalho envelhecida, mais mulheres com o dobro da carga de trabalho a entrar na

a, aumento da diversidade no local de trabalho, mudança nos padrões de

organização do trabalho, como JIT (gestão just-in-time), e os desenvolvimentos nas

.

A forma como a informação pode ser utilizada ou acedida expandiu

se num recurso padrão da maioria dos locais de trabalho e

residências. Isto resultou na oportunidade de trabalhar em casa (teletrabalho),

evitando deslocações demoradas. No entanto, também aumentou a possibilidade de

orário de trabalho, um factor que tem sido associado com o

aumento da fadiga, o risco de exaustão (Burnout) e a rotura do equilíbrio entre

(European Foundation for the Improvement o

-related stress, 2007)

Em suma, as causas do stress ocupacional podem encontrar

número nas organizações contemporâneas, com as suas exigências em termos de

aumentos de produtividade, redução de custos e downsizing, relações de trabalho e

dos Recursos Humanos

9

As ocorrências da vida, por si só, podem ser importantes fontes

uma demonstração de como dezenas de circunstâncias da

social) podem induzir níveis mais ou menos elevados de

problemas na saúde física e psicológica. Mas os inúmeros

também adquirir um estatuto altamente stressante

(como tratar do desempenho dos filhos na escola,

Finanças, conflito com os vizinhos, trânsito, etc.).

preender que os factores organizacionais e extra-

laboral não ficam

e os problemas de génese organizacional não se podem congelar

influenciarem o resto da vida dos indivíduos.

European Foundation for

vários macro - factores ao

nível sociológico, demográfico e nacional também podem ser responsáveis pelo

e no trabalho, tais como falta de pessoal, uma força de

trabalho envelhecida, mais mulheres com o dobro da carga de trabalho a entrar na

a, aumento da diversidade no local de trabalho, mudança nos padrões de

time), e os desenvolvimentos nas

A forma como a informação pode ser utilizada ou acedida expandiu-se, com o

se num recurso padrão da maioria dos locais de trabalho e

residências. Isto resultou na oportunidade de trabalhar em casa (teletrabalho),

evitando deslocações demoradas. No entanto, também aumentou a possibilidade de

orário de trabalho, um factor que tem sido associado com o

aumento da fadiga, o risco de exaustão (Burnout) e a rotura do equilíbrio entre

European Foundation for the Improvement of Living and

ocupacional podem encontrar-se em grande

número nas organizações contemporâneas, com as suas exigências em termos de

, relações de trabalho e

Page 10: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

estrutura polític

profissional. Outras fontes de pressão, relacionadas com a vida pessoal, poderão

interferir e aumentar a vivencia de stress

um conjunto de característi

contrário, acentuar os sintomas de stress

personalidade ou os vários tipos de apoio social disponível ao indivíduo.

Entre as principais consequências negativas, des

(e.g., doenças cardiovasculares ou gastrointestinais), comportamentais (e.g.,

absentismo, presentismo, rotatividade) e psicológicos (e.g., ansiedade, depressão ou

esgotamento/ Burnout)

Não será por acaso que a Organização Inte

stresse como uma epidemia global. É um dos problemas de saúde mais graves que, na

actualidade, afecta a sociedade em geral, visto que, não só prejudica os trabalhadores

ao provocar incapacidade física ou mental, mas tamb

os Estados, já que muitos

seus efeitos contraproducentes na Economia.

alguns estudos revelaram ter havido perdas económicas consideráveis, por diminuição

da capacidade de trabalho, devido a doenças relacionadas com o

Ivancevich, 1987).

Na Alemanha, tem-

disfunções psicológicas, como o stress

estudos realizados, em 2001, na Alemanha, os custos económicos derivados de

disfunções psicológicas foram estimados em 3 biliões de euros.

for the Improvement of Living and Working Conditions, 2007)

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

política, horários irregulares e articulação entre a vida pessoal e

profissional. Outras fontes de pressão, relacionadas com a vida pessoal, poderão

interferir e aumentar a vivencia de stress. Estas causas são contudo intermediadas por

um conjunto de características pessoais e situacionais, que podem amortecer, ou pelo

contrário, acentuar os sintomas de stress, tais como as características de

ou os vários tipos de apoio social disponível ao indivíduo.

Entre as principais consequências negativas, destacam-se os problemas físicos

(e.g., doenças cardiovasculares ou gastrointestinais), comportamentais (e.g.,

absentismo, presentismo, rotatividade) e psicológicos (e.g., ansiedade, depressão ou

Não será por acaso que a Organização Internacional do trabalho classificou o

e como uma epidemia global. É um dos problemas de saúde mais graves que, na

actualidade, afecta a sociedade em geral, visto que, não só prejudica os trabalhadores

ao provocar incapacidade física ou mental, mas também para os emprega

muitos investigadores ao estudar este fenómeno, comprovaram os

seus efeitos contraproducentes na Economia. Nos Estados Unidos, por exemplo,

alguns estudos revelaram ter havido perdas económicas consideráveis, por diminuição

da capacidade de trabalho, devido a doenças relacionadas com o stress

-se verificado um aumento brutal do absentismo devido a

disfunções psicológicas, como o stress, Burnout, depressão etc. De acordo com

estudos realizados, em 2001, na Alemanha, os custos económicos derivados de

disfunções psicológicas foram estimados em 3 biliões de euros. (European Foundation

for the Improvement of Living and Working Conditions, 2007)

dos Recursos Humanos

10

, horários irregulares e articulação entre a vida pessoal e

profissional. Outras fontes de pressão, relacionadas com a vida pessoal, poderão

. Estas causas são contudo intermediadas por

cas pessoais e situacionais, que podem amortecer, ou pelo

, tais como as características de

ou os vários tipos de apoio social disponível ao indivíduo.

se os problemas físicos

(e.g., doenças cardiovasculares ou gastrointestinais), comportamentais (e.g.,

absentismo, presentismo, rotatividade) e psicológicos (e.g., ansiedade, depressão ou

rnacional do trabalho classificou o

e como uma epidemia global. É um dos problemas de saúde mais graves que, na

actualidade, afecta a sociedade em geral, visto que, não só prejudica os trabalhadores

ém para os empregadores e para

investigadores ao estudar este fenómeno, comprovaram os

Nos Estados Unidos, por exemplo,

alguns estudos revelaram ter havido perdas económicas consideráveis, por diminuição

stresse (Matteson e

ento brutal do absentismo devido a

, depressão etc. De acordo com

estudos realizados, em 2001, na Alemanha, os custos económicos derivados de

opean Foundation

Page 11: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

A síndrome de

Tal como já foi referido, nem sempre o

stresse prolongado é uma das causas

e Rodrigues 1997). Ou seja,

organismo dependendo da sua intensidade, duração, vulnerabilida

habilidade em geri-lo (Lipp e Malagris, 1995).

O Burnout surge assim como uma consequência individual da exposição

prolongada a elevados níveis de stress

O conceito de exaustão profissional

Freudenberger como sendo um estado de fadiga ou de frustração motivado pela

consagração a uma causa, a um modo de vida ou a uma relação que não correspondeu

às expectativas. Tornou-se uma doença cujo denominador comum é a relação directa

entre o emprego e o estado de fadiga ou o cansaço do

2006)

O burnout, que inicialmen

exaustão emocional, despersonalização e perda de realização pessoal em profissionais

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

de Burnout

Burnout

I declare I don't care no more I’m burning up and out and growing BORED

In my smoked out BORING room My hair is shagging in my eyes

Dragging my feet to hit the street tonight To drive along these shit town lights

I'm not growing up, I'm just burning out And I stepped in line to walk amongst the

DEAD

Apathy has rained on me Now I'm feeling like a soggy dream

So close to drowning but I DON'T MIND

I've lived in this mental cave Throw my emotions in the grave

Hell, who needs them anuway I'm not growing up, I'm just burning out

And I stepped in line to walk amongst the DEAD (3x)

Grupo Greenday (1999)

referido, nem sempre o stresse é prejudicial, no entanto, o

e prolongado é uma das causas da exaustão, que pode levar ao Burnout (França

e Rodrigues 1997). Ou seja, o stresse pode ou não levar a um desgaste geral do

organismo dependendo da sua intensidade, duração, vulnerabilidade do indivíduo e

lo (Lipp e Malagris, 1995).

O Burnout surge assim como uma consequência individual da exposição

prolongada a elevados níveis de stress.

O conceito de exaustão profissional (Burnout) foi descrito em 1974 por Herbert

berger como sendo um estado de fadiga ou de frustração motivado pela

consagração a uma causa, a um modo de vida ou a uma relação que não correspondeu

se uma doença cujo denominador comum é a relação directa

o estado de fadiga ou o cansaço do trabalhador (Michel Delbrouck,

O burnout, que inicialmente foi definido como um síndroma

exaustão emocional, despersonalização e perda de realização pessoal em profissionais

dos Recursos Humanos

11

e é prejudicial, no entanto, o

, que pode levar ao Burnout (França

e pode ou não levar a um desgaste geral do

de do indivíduo e

O Burnout surge assim como uma consequência individual da exposição

ito em 1974 por Herbert

berger como sendo um estado de fadiga ou de frustração motivado pela

consagração a uma causa, a um modo de vida ou a uma relação que não correspondeu

se uma doença cujo denominador comum é a relação directa

trabalhador (Michel Delbrouck,

te foi definido como um síndroma psicológico de

exaustão emocional, despersonalização e perda de realização pessoal em profissionais

Page 12: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

que trabalham com pessoas,

hoje uma dimensão mais abrangente, sendo redefinido como uma crise nas relações

com o trabalho. As suas principais manifestações são a exaustão emocional e física, o

cinismo e a ineficácia profissional.

Trata-se de um síndroma que emerge duma vasta panóplia de factores que,

inter-relacionando-se entre si, afectam inevitavelmente o indivíduo nas vertentes

pessoais, socioculturais, profissionais e de contexto do trabalho.

Maslach e Leiter (1997)

burnout não é prioritariamente um problema intrínseco à pessoa mas é,

fundamentalmente, resultante das características do ambiente social da organização,

em que a pessoa exerce as suas funções profissionais, pelo que existe uma f

relação entre o clima organizacional e o burnout.

De acordo com Maslach e Jackson (1986),

burnout compreende Exaustão

energia, de entusiasmo, um sentimento de sobreca

recursos), Despersonalização (processo de endurecimento, de insensibilidade, que se

manifesta através de uma atitude fria e distante para com os clientes ou colegas,

mostrando-se impessoal, muitas vezes cínico) e R

pessoal/profissional (uma tendência a se auto

diminuição dos sentimentos de competência, levando

inadequado, infeliz e descontente, tanto consigo mesmo como com o seu trabalho).

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

que trabalham com pessoas, estabelecendo relações de ajuda, assume

hoje uma dimensão mais abrangente, sendo redefinido como uma crise nas relações

com o trabalho. As suas principais manifestações são a exaustão emocional e física, o

cinismo e a ineficácia profissional.

um síndroma que emerge duma vasta panóplia de factores que,

se entre si, afectam inevitavelmente o indivíduo nas vertentes

pessoais, socioculturais, profissionais e de contexto do trabalho.

Maslach e Leiter (1997) citados em Loureiro et al (2008) acreditam

burnout não é prioritariamente um problema intrínseco à pessoa mas é,

fundamentalmente, resultante das características do ambiente social da organização,

em que a pessoa exerce as suas funções profissionais, pelo que existe uma f

organizacional e o burnout.

De acordo com Maslach e Jackson (1986), conceitualmente, a síndrome de

xaustão emocional (caracterizado por uma falta ou carência de

energia, de entusiasmo, um sentimento de sobrecarga emocional, de esgotamento de

espersonalização (processo de endurecimento, de insensibilidade, que se

manifesta através de uma atitude fria e distante para com os clientes ou colegas,

essoal, muitas vezes cínico) e Redução da

(uma tendência a se auto-avaliar de forma negativa, com a

diminuição dos sentimentos de competência, levando-o a sentir

inadequado, infeliz e descontente, tanto consigo mesmo como com o seu trabalho).

dos Recursos Humanos

12

estabelecendo relações de ajuda, assume

hoje uma dimensão mais abrangente, sendo redefinido como uma crise nas relações

com o trabalho. As suas principais manifestações são a exaustão emocional e física, o

um síndroma que emerge duma vasta panóplia de factores que,

se entre si, afectam inevitavelmente o indivíduo nas vertentes

(2008) acreditam que o

burnout não é prioritariamente um problema intrínseco à pessoa mas é,

fundamentalmente, resultante das características do ambiente social da organização,

em que a pessoa exerce as suas funções profissionais, pelo que existe uma forte

conceitualmente, a síndrome de

emocional (caracterizado por uma falta ou carência de

, de esgotamento de

espersonalização (processo de endurecimento, de insensibilidade, que se

manifesta através de uma atitude fria e distante para com os clientes ou colegas,

edução da realização

avaliar de forma negativa, com a

o a sentir-se frustrado,

inadequado, infeliz e descontente, tanto consigo mesmo como com o seu trabalho).

Page 13: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

Trabalho e a Saúde mental

O trabalho é uma componente da vida de todas as espécies e possibilita ao

homem a transformação criativa do mundo em que vive. Está no centro da satisfação

das suas necessidades essenciais e ocupa

acordado. Pode ser uma fonte de realização pessoal e de alegria ou pode ser fonte de

tensão e stresse

É uma actividade humana, individual e colectiva, que requer uma série de

contribuições (esforço, tempo, aptidões, habilidades, etc.), que os indivíd

desenvolvem esperando em troca compensações, não só económicas e materiais, mas

também psicológicas e sociais, que contribuam para satisfazer as suas necessidades. As

pessoas procuram no trabalho a satisfação de necessidades biológicas, de segurança,

de relação social, de auto-estima e de auto

Indiscutivelmente, o trabalho ocupa um lugar de destaque na vida das pessoas

pois é fonte de subsistência e de estatuto social.

Assim, a falta de trabalho ou mesmo as ameaças de despedim

do carácter substituível do trabalhador, na lógica fordista

psíquico e abalam o valor subjectivo que a pessoa se atribui, provocam angústia,

insegurança, desânimo e desespero.

Existem condições de trabalho que não pro

oportunidades para desenvolver a sua auto

segurança ou não satisfazem, adequadamente, as necessidades sociais das pessoas.

Vários estudos têm demonstrado que as condições em que se desempenha um

trabalho, a autonomia, a adequação entre as exigências da função e as capacidades da

pessoa que o desempenha, as relações interpessoais, a remuneração e a segurança

física, entre outros factores, ou seja, os processos de trabalho através dos quais se

materializam os valores que, por sua vez determinam a cultura da organização, são

factores de relevo para o bem

mental.

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

e a Saúde mental

O trabalho é uma componente da vida de todas as espécies e possibilita ao

homem a transformação criativa do mundo em que vive. Está no centro da satisfação

das suas necessidades essenciais e ocupa-lhe mais de metade do tempo que

acordado. Pode ser uma fonte de realização pessoal e de alegria ou pode ser fonte de

É uma actividade humana, individual e colectiva, que requer uma série de

contribuições (esforço, tempo, aptidões, habilidades, etc.), que os indivíd

desenvolvem esperando em troca compensações, não só económicas e materiais, mas

também psicológicas e sociais, que contribuam para satisfazer as suas necessidades. As

pessoas procuram no trabalho a satisfação de necessidades biológicas, de segurança,

estima e de auto-realização (Peiró, 1993).

Indiscutivelmente, o trabalho ocupa um lugar de destaque na vida das pessoas

pois é fonte de subsistência e de estatuto social.

Assim, a falta de trabalho ou mesmo as ameaças de despedimento

do carácter substituível do trabalhador, na lógica fordista – provocam sofrimento

psíquico e abalam o valor subjectivo que a pessoa se atribui, provocam angústia,

insegurança, desânimo e desespero.

Existem condições de trabalho que não proporcionam ao indivíduo

oportunidades para desenvolver a sua auto-estima. Outras, não garantem sequer a

segurança ou não satisfazem, adequadamente, as necessidades sociais das pessoas.

Vários estudos têm demonstrado que as condições em que se desempenha um

trabalho, a autonomia, a adequação entre as exigências da função e as capacidades da

pessoa que o desempenha, as relações interpessoais, a remuneração e a segurança

física, entre outros factores, ou seja, os processos de trabalho através dos quais se

rializam os valores que, por sua vez determinam a cultura da organização, são

factores de relevo para o bem-estar psicológico dos trabalhadores e para a sua saúde

dos Recursos Humanos

13

O trabalho é uma componente da vida de todas as espécies e possibilita ao

homem a transformação criativa do mundo em que vive. Está no centro da satisfação

lhe mais de metade do tempo que vive

acordado. Pode ser uma fonte de realização pessoal e de alegria ou pode ser fonte de

É uma actividade humana, individual e colectiva, que requer uma série de

contribuições (esforço, tempo, aptidões, habilidades, etc.), que os indivíduos

desenvolvem esperando em troca compensações, não só económicas e materiais, mas

também psicológicas e sociais, que contribuam para satisfazer as suas necessidades. As

pessoas procuram no trabalho a satisfação de necessidades biológicas, de segurança,

Indiscutivelmente, o trabalho ocupa um lugar de destaque na vida das pessoas

ento – derivadas

provocam sofrimento

psíquico e abalam o valor subjectivo que a pessoa se atribui, provocam angústia,

porcionam ao indivíduo

estima. Outras, não garantem sequer a

segurança ou não satisfazem, adequadamente, as necessidades sociais das pessoas.

Vários estudos têm demonstrado que as condições em que se desempenha um

trabalho, a autonomia, a adequação entre as exigências da função e as capacidades da

pessoa que o desempenha, as relações interpessoais, a remuneração e a segurança

física, entre outros factores, ou seja, os processos de trabalho através dos quais se

rializam os valores que, por sua vez determinam a cultura da organização, são

estar psicológico dos trabalhadores e para a sua saúde

Page 14: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

Tal como apontam Mendes & Tamayo (2001), “

organização sustenta o processo de socializações por meio do sistema de valores,

sendo tais valores vivenciados como uma experiência subjectiva compartilhada, que

cria nas organizações a possibilidade de simbolização e mediação das necessidades

individuais e organizacionais

Os autores adiantam que, a forma como o trabalho é organizado, isto é, o

conteúdo da tarefa e relações

funcionamento psíquico do trabalhador

“Os valores das organizações podem ser uma d

desde que favoreçam uma organização do trabalho flexível, marcada pela possibilidade de negociações

das regras e normas dos processos de trabalho, com participação dos trabalhadores e gestão colectiva

das necessidades individuais e organizacionais […] Quando os valores influenciam uma organização do

trabalho marcada pela ausência de críticas e negociações das normas e regras, levando à naturalização

das situações e à criação de verdades inquestionáveis, pode ter lu

(Mendes & Tamayo, 2001)

A cultura organizacional apresenta

na mediação do processo saúde

destacam-se as formas de comunicação dentro

ambientes de trabalho onde a comunicação é deficiente, ou seja, sem liberdade para a

manifestação de constrangimentos, insatisfações ou

podem desenvolver-se grandes tensões, e consequentemente

problemas mentais. Por outro lado, como reflexo destas limitações nas linhas de

comunicação organizacionais, surgem os conflitos interpessoais que, de acordo com

um estudo realizado por Ferreira, Gonçalves, Coimbra (2008),

relacionados com apoio entre os colegas de trabalho e com os objectivos

organizacionais e, positivamente relacionados com a pressão/sobrecarga de trabalho

que, em casos extremos pode conduzir a problemas na saúde mental dos

trabalhadores.

Taveira, Silva, Fernandes, Faria, Loureiro, Carvalho, Pinto, Sousa & Cunha

(2007) cit in Ferreira, et al (2008

no trabalho de 57 trabalhadores

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

Tal como apontam Mendes & Tamayo (2001), “ a cultura de uma

rocesso de socializações por meio do sistema de valores,

sendo tais valores vivenciados como uma experiência subjectiva compartilhada, que

cria nas organizações a possibilidade de simbolização e mediação das necessidades

individuais e organizacionais.”

autores adiantam que, a forma como o trabalho é organizado, isto é, o

conteúdo da tarefa e relações socioprofissionais, exercem um impacto no

funcionamento psíquico do trabalhador provocando prazer-sofrimento

“Os valores das organizações podem ser uma das fontes geradoras de prazer no trabalho,

desde que favoreçam uma organização do trabalho flexível, marcada pela possibilidade de negociações

das regras e normas dos processos de trabalho, com participação dos trabalhadores e gestão colectiva

ades individuais e organizacionais […] Quando os valores influenciam uma organização do

trabalho marcada pela ausência de críticas e negociações das normas e regras, levando à naturalização

das situações e à criação de verdades inquestionáveis, pode ter lugar o sofrimento no trabalho.”

A cultura organizacional apresenta-se assim como um elemento determinante

na mediação do processo saúde-doença, visto que, entre os seus múltiplos reflexos,

se as formas de comunicação dentro do ambiente de trabalho. Logo, em

ambientes de trabalho onde a comunicação é deficiente, ou seja, sem liberdade para a

manifestação de constrangimentos, insatisfações ou sugestões dos trabalhadores,

se grandes tensões, e consequentemente, sofrimento psíquico e

problemas mentais. Por outro lado, como reflexo destas limitações nas linhas de

comunicação organizacionais, surgem os conflitos interpessoais que, de acordo com

realizado por Ferreira, Gonçalves, Coimbra (2008), estão neg

relacionados com apoio entre os colegas de trabalho e com os objectivos

organizacionais e, positivamente relacionados com a pressão/sobrecarga de trabalho

que, em casos extremos pode conduzir a problemas na saúde mental dos

a, Silva, Fernandes, Faria, Loureiro, Carvalho, Pinto, Sousa & Cunha

, et al (2008) realizaram um estudo para analisarem a satisfação

no trabalho de 57 trabalhadores dos serviços públicos do Noroeste de P

dos Recursos Humanos

14

a cultura de uma

rocesso de socializações por meio do sistema de valores,

sendo tais valores vivenciados como uma experiência subjectiva compartilhada, que

cria nas organizações a possibilidade de simbolização e mediação das necessidades

autores adiantam que, a forma como o trabalho é organizado, isto é, o

um impacto no

sofrimento.

as fontes geradoras de prazer no trabalho,

desde que favoreçam uma organização do trabalho flexível, marcada pela possibilidade de negociações

das regras e normas dos processos de trabalho, com participação dos trabalhadores e gestão colectiva

ades individuais e organizacionais […] Quando os valores influenciam uma organização do

trabalho marcada pela ausência de críticas e negociações das normas e regras, levando à naturalização

gar o sofrimento no trabalho.”

se assim como um elemento determinante

doença, visto que, entre os seus múltiplos reflexos,

do ambiente de trabalho. Logo, em

ambientes de trabalho onde a comunicação é deficiente, ou seja, sem liberdade para a

sugestões dos trabalhadores,

, sofrimento psíquico e

problemas mentais. Por outro lado, como reflexo destas limitações nas linhas de

comunicação organizacionais, surgem os conflitos interpessoais que, de acordo com

estão negativamente

relacionados com apoio entre os colegas de trabalho e com os objectivos

organizacionais e, positivamente relacionados com a pressão/sobrecarga de trabalho

que, em casos extremos pode conduzir a problemas na saúde mental dos

a, Silva, Fernandes, Faria, Loureiro, Carvalho, Pinto, Sousa & Cunha

um estudo para analisarem a satisfação

dos serviços públicos do Noroeste de Portugal, para a

Page 15: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

concepção de i

clima e a comunicação no interior da organização, a natureza e as relações de trabalho

são factores importantes para ambas as experiencias de satisfação e a insatisfação no

trabalho, especialmente as de

Outros estudos, tem encontrado relações entre satisfação e saúde ocupacional.

“Satisfação no trabalho está associada à saúde dos trabalhadores nos seus aspectos

"saúde mental" e "capacidade para o trabalho", mostrando a importância dos

psicossociais em relação à

e Letorre 2004)

Suspeita-se que índices altos de insatisfação com o trabalho produzam altos

níveis de sofrimento mental que podem levar o trabalhador a desenvolv

síndromes ou mesmo algumas doenças relacionadas ao trabalho, como stress

ocupacional.

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

concepção de intervenções de carreira. Os resultados sugerem que o

clima e a comunicação no interior da organização, a natureza e as relações de trabalho

são factores importantes para ambas as experiencias de satisfação e a insatisfação no

trabalho, especialmente as de insatisfação.

Outros estudos, tem encontrado relações entre satisfação e saúde ocupacional.

“Satisfação no trabalho está associada à saúde dos trabalhadores nos seus aspectos

"saúde mental" e "capacidade para o trabalho", mostrando a importância dos

psicossociais em relação à saúde e bem-estar dos trabalhadores.” (Martinez, Paraguay

se que índices altos de insatisfação com o trabalho produzam altos

níveis de sofrimento mental que podem levar o trabalhador a desenvolv

síndromes ou mesmo algumas doenças relacionadas ao trabalho, como stress

dos Recursos Humanos

15

ntervenções de carreira. Os resultados sugerem que o

clima e a comunicação no interior da organização, a natureza e as relações de trabalho

são factores importantes para ambas as experiencias de satisfação e a insatisfação no

Outros estudos, tem encontrado relações entre satisfação e saúde ocupacional.

“Satisfação no trabalho está associada à saúde dos trabalhadores nos seus aspectos

"saúde mental" e "capacidade para o trabalho", mostrando a importância dos factores

Martinez, Paraguay

se que índices altos de insatisfação com o trabalho produzam altos

níveis de sofrimento mental que podem levar o trabalhador a desenvolver certas

síndromes ou mesmo algumas doenças relacionadas ao trabalho, como stresse

Page 16: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

Stress

A condição dignificante

populares, tem sido sistematicamente contestada pelos resultados das

investigam a natureza do sofrimento

com o trabalho. Trabalho e sofrimento, portanto, podem estar

associados, se as condições do primeiro

contextos e situações (Mendes & M

(Ferreira & Mirás, 2008).

Na primeira hipótese,

sofrimento psíquico surge como resposta

no contexto de trabalho, como por exemplo, divisão do trabalho, conteúdo das

tarefas, sistemas hierárquicos, relações de poder, condições físicas do posto de

trabalho.

Por outro lado, muitas vezes o trabalhador enf

geram o medo do desconhecido

argumenta que existe um certo terrorismo

se de uma ameaça com obje

acordem ou durmam sobressaltadas, pois a

força de trabalho, pode ser dispensada a qualquer momento”.

Na segunda hipótese, isto é, perante a ausência de emprego, o

psíquico apresenta-se, geralmente,

humilhação, tédio, enfraquecimento das relações sociais, solidão etc.

A sociedade moderna está baseada no duplo valor do indivíduo

produtor. O cidadão moderno adqui

“É a maneira de assegurar a vida material, de estruturar o tempo e o espaço, é

o lugar da expressão da dignidade de si próprio e das permutas sociais. O tempo do

trabalho profissional dá o seu sentido aos outros momentos da vid

Schnapper,?)

É indiscutível que, a

indivíduos está muito associado a uma actividade profissional

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

- despedimento: Uma relação de causalidade cíclica

dignificante do trabalho, ideologicamente celebrada

ematicamente contestada pelos resultados das

investigam a natureza do sofrimento proveniente das relações do homem moderno

trabalho. Trabalho e sofrimento, portanto, podem estar

associados, se as condições do primeiro predispuserem o sujeito a determinados

Mendes & Marrone, 2003), ou mesmo perante a ausência deste

Na primeira hipótese, explorada nos pontos anteriores do trabalho,

sofrimento psíquico surge como resposta à exposição a agentes stress

no contexto de trabalho, como por exemplo, divisão do trabalho, conteúdo das

tarefas, sistemas hierárquicos, relações de poder, condições físicas do posto de

Por outro lado, muitas vezes o trabalhador enfrenta cenários de

o medo do desconhecido. Capitão (1998), numa perspectiva sócio

argumenta que existe um certo terrorismo praticado contra os trabalhadores.

ameaça com objectivo certeiro, possibilitando que milhares

acordem ou durmam sobressaltadas, pois a única coisa que de facto possuem, sua

r dispensada a qualquer momento”.

Na segunda hipótese, isto é, perante a ausência de emprego, o

, geralmente, através do desenvolvimento de

humilhação, tédio, enfraquecimento das relações sociais, solidão etc.

A sociedade moderna está baseada no duplo valor do indivíduo

O cidadão moderno adquire dignidade pelo trabalho.

“É a maneira de assegurar a vida material, de estruturar o tempo e o espaço, é

o lugar da expressão da dignidade de si próprio e das permutas sociais. O tempo do

trabalho profissional dá o seu sentido aos outros momentos da vid

É indiscutível que, a utilidade, prestígio social, o sentimento de dignidade dos

associado a uma actividade profissional.

dos Recursos Humanos

16

: Uma relação de causalidade cíclica

celebrada nos ditos

ematicamente contestada pelos resultados das pesquisas que

proveniente das relações do homem moderno

intrinsecamente

edispuserem o sujeito a determinados

ou mesmo perante a ausência deste

do trabalho, o

exposição a agentes stressores presentes

no contexto de trabalho, como por exemplo, divisão do trabalho, conteúdo das

tarefas, sistemas hierárquicos, relações de poder, condições físicas do posto de

cenários de incerteza que

sócio-psicológica,

trabalhadores. “Trata-

possibilitando que milhares de pessoas

to possuem, sua

Na segunda hipótese, isto é, perante a ausência de emprego, o sofrimento

de sentimentos de

A sociedade moderna está baseada no duplo valor do indivíduo - cidadão e do

“É a maneira de assegurar a vida material, de estruturar o tempo e o espaço, é

o lugar da expressão da dignidade de si próprio e das permutas sociais. O tempo do

trabalho profissional dá o seu sentido aos outros momentos da vida” (Dominique

social, o sentimento de dignidade dos

Page 17: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

Por outro lado, na sociedade contemporânea, o bem

psicológico dos indivíduos d

bens de consumo essenciais à sobrevivência do ser humano, isto é, bens que satisfação

as suas necessidades básicas, como também da sua capacidade para acompanhar o

ritmo evolutivo do espírito consum

Simultaneamente, surgem os conflitos familiares, criados pelos e entre os

membros da família devido à queda do padrão de consumo e, portanto, queda do

padrão de vida de toda a teia familiar.

“O conflito do individuo contemporâneo gira em t

em torno do Ser ou Não Ser. O Ter significa poder e reconhecimento dentro da

sociedade. (Ferreira & Mirás, 2010) nesta óptica, tudo o que resta ao indivíduo

desempregado é a vergonha e o sofrimento por estar à margem do valor ca

sociedade: consumo.

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

Por outro lado, na sociedade contemporânea, o bem

psicológico dos indivíduos depende, não só da sua capacidade financeira para adquirir

bens de consumo essenciais à sobrevivência do ser humano, isto é, bens que satisfação

as suas necessidades básicas, como também da sua capacidade para acompanhar o

ritmo evolutivo do espírito consumista colectivo.

Simultaneamente, surgem os conflitos familiares, criados pelos e entre os

membros da família devido à queda do padrão de consumo e, portanto, queda do

padrão de vida de toda a teia familiar.

“O conflito do individuo contemporâneo gira em torno do Ter ou Não Ter, não

em torno do Ser ou Não Ser. O Ter significa poder e reconhecimento dentro da

sociedade. (Ferreira & Mirás, 2010) nesta óptica, tudo o que resta ao indivíduo

desempregado é a vergonha e o sofrimento por estar à margem do valor ca

dos Recursos Humanos

17

Por outro lado, na sociedade contemporânea, o bem-estar

epende, não só da sua capacidade financeira para adquirir

bens de consumo essenciais à sobrevivência do ser humano, isto é, bens que satisfação

as suas necessidades básicas, como também da sua capacidade para acompanhar o

Simultaneamente, surgem os conflitos familiares, criados pelos e entre os

membros da família devido à queda do padrão de consumo e, portanto, queda do

orno do Ter ou Não Ter, não

em torno do Ser ou Não Ser. O Ter significa poder e reconhecimento dentro da

sociedade. (Ferreira & Mirás, 2010) nesta óptica, tudo o que resta ao indivíduo

desempregado é a vergonha e o sofrimento por estar à margem do valor capital da

Page 18: TRABALHO, STRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT a montante e a jusante da DESVINCULAÇÃO

Considerações finais

As pessoas não são apenas “braços humanos” nem entidades meramente

económicas. São também sujeitos psicológicos, actores

se guião apenas por motivos económicos

de realização pessoal, procuram efectuar

procuram pertencer a redes sociais que lhes permitam sati

de pertença e de comunidade. Estas são sobejas razões para que a gestão de pessoas e

o departamento de RH representem uma força organizacional

desenvolvimento de forças positivas das pessoas.

As organizações não podem limitar

coloca a sua disposição. D

sociedade. Porém, nem sempre é este

organizacionais.

Em síntese, é necessário conseguir que a experiência de trabalho, uma das

formas culturais mais importantes para o desenvolvimento pessoal e social, não se

converta numa fonte de alienação e despersonalização, e uma das pri

doença mental.

Saúde ocupacional dos Recursos Humanos

Vila do Conde, 29 de Janeiro de 2010

Considerações finais

s pessoas não são apenas “braços humanos” nem entidades meramente

económicas. São também sujeitos psicológicos, actores sociais e entidades morais. Não

se guião apenas por motivos económicos – também desejam satisfazer necessidades

de realização pessoal, procuram efectuar trabalho com significado para as suas vidas,

procuram pertencer a redes sociais que lhes permitam satisfazer necessidades sociais,

de pertença e de comunidade. Estas são sobejas razões para que a gestão de pessoas e

o departamento de RH representem uma força organizacional positiva

desenvolvimento de forças positivas das pessoas. (Gomes et al 2008)

As organizações não podem limitar-se a usar os recursos que a soc

coloca a sua disposição. Devem retribuir, contribuindo para o desenvolvimento da

Porém, nem sempre é este o entendimento dos responsáveis

e, é necessário conseguir que a experiência de trabalho, uma das

formas culturais mais importantes para o desenvolvimento pessoal e social, não se

converta numa fonte de alienação e despersonalização, e uma das principais causas de

dos Recursos Humanos

18

s pessoas não são apenas “braços humanos” nem entidades meramente

sociais e entidades morais. Não

também desejam satisfazer necessidades

trabalho com significado para as suas vidas,

sfazer necessidades sociais,

de pertença e de comunidade. Estas são sobejas razões para que a gestão de pessoas e

positiva, focalizada no

se a usar os recursos que a sociedade

evem retribuir, contribuindo para o desenvolvimento da

o entendimento dos responsáveis

e, é necessário conseguir que a experiência de trabalho, uma das

formas culturais mais importantes para o desenvolvimento pessoal e social, não se

ncipais causas de

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