Nomes: Adriano Lepper, Alex Silveira e Diego Schmidt

Direito Processual Civil III

Profa. Dra. Cristina Reindolff da Motta

O processo de execução e o projeto do novo CPC

A - Mudanças atinentes a fase de cumprimento de sentença

1A intimação do devedor para cumprir a sentença será feita pelo Diário da Justiça, quando constituído advogado nos autos, por carta com AR em caso de assistido pela defensoria pública ou falta de procurador, ou por edital, quando revel. Considera-se citado o réu que alterou o endereço sem comunicar o juízo, no segundo caso.

2O cumprimento de sentença não pode ser feito em face de quem não participou do processo de conhecimento, como fiadores, coobrigados ou corresponsáveis.

3Os créditos de auxiliares da justiça, peritos, intérpretes, tradutores e leiloeiros, quando fixados por decisão judicial, são agora títulos judiciais.

4A multa de 10% será devida também no cumprimento provisório de sentença, e o seu pagamento não implica desistência do recurso.

5Novos requisitos foram criados para o requerimento de cumprimento de sentença (art. 510)

6Há a possibilidade de expedição de precatório para parcela incontroversa na condenação contra a Fazenda Pública.

7Não serão exigíveis os títulos judiciais fundados em lei ou atos normativos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.

8Nas obrigações de fazer, a multa fixada em liminar ou em sentença se aplica à execução provisória, sendo exigíveis todas as que vencerem ao longo do processo, sendo o valor excedente destinado à unidade da federação onde tramita o processo ou à União, e se o executado for a Fazenda Pública, a parcela excedente destinar-se-á a entidade social pública ou privada.

B- Mudanças atinentes ao processo de execução

1As regras que tratam de competência para o processo de execução foram mais detalhadas;

2 As despesas de condomínio, desde que estabelecida em ata de reunião, podem ser entendidas como título executivo;

3 A necessidade de operações aritméticas para apurar o crédito não retira a liquidez da obrigação;

4 O controle de fraude à execução foi redesenhado, onde agora considera-se fraude a alienação ou oneração de bens quando sobre eles pender ação fundada em direito real ou obrigação reipersecutória (com registro público), quando haver averbação da existência da ação, quando houver registro de hipoteca judiciária ou ato de contrição judicial originário da ação onde foi arguida, quando o tempo da alienação ou oneração corria contra devedor capaz de reduzi-lo à insolvência. Também ajustou-se que não havendo qualquer registro mencionado acima, cabe ao terceiro adquirente o ônus da prova de que adotou as cautelas necessárias para aquisição;

5 Na execução fundada em titulo extrajudicial, para a desconsideração de personalidade jurídica será necessário observar o incidente próprio, previstos no artigo 77 e seguintes (art. 752, §4°);

6 Na execução de título extrajudicial, o exequente deverá instruir a inicial com demonstrativo do débito;

7 Há a previsão de que a citação válida também interrompe a prescrição na execução, cabendo ao exequente demonstrar que adotou as cautelas necessárias para o cumprimento do ato;

8 A nulidade de ex execução pode ser conhecida de ofício ou a pedido da parte, sem ser necessário embargos à execução;

9 No fim da execução, os honorários podem ser elevados de 10% para 20%;

10 Se houver arresto, depois da citação e do não pagamento, o ato poderá se converter automaticamente em penhora, sem ter necessidade de novo termo;

11 Quanto ao salário, serão penhoráveis os valores que excedam a 50 salários mínimos mensais;

12Os bens móveis serão, quando penhorados, depositados em poder do exequente, visto que busca elucidar a questão da impossibilidade da prisão civil de depositário infiel;

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1Preferência ao cônjuge, na arrematação de bem indivisível penhorado, em igualdade de condições com terceiros (Art. 799, parágrafo único)

2Registro do arresto pode ser realizado na matrícula independentemente de mandado judicial, mediante a simples apresentação do respectivo auto ou termo (Art. 800)

3Admissão da alienação antecipada de automóveis, para evitar perecimento ou depreciação (Art. 808, I)

4Para a penhora on-line:

5- bloqueio de dinheiro por meio eletrônico será realizado ser a necessidade de se dar ciência ao executado (Art. 810, caput)

6- o juiz terá o prazo de 24 horas para cancelar os bloqueios múltiplos e o banco terá que executar a ordem no mesmo prazo (Art. 810, § 1º)

7- caso o banco não cumpra a ordem dentro do prazo estipulado, ou retardar o seu cumprimento, responderá por perdas e danos (Art. 810, § 8º)

8Possibilidade de penhora de quotas ou ações de sócios em sociedade simples ou empresária (Art. 817)

9Possibilidade de penhora sobre percentual de faturamento de empresa (Art. 821)

10Dispensa da avaliação quando a penhora recair sobre veículos automotores ou outros bens cujo preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação, onde caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação do mercado (Art. 826, IV)

11Intimação do executado quando o exequente manifestar pretensão de adjudicar bens penhorados (Art. 831, § 1º)

12consignou-se que depois de expedido auto de adjudicação ou arrematação, o juiz mandará expedir, na própria execução, se bem imóvel, mandado de imissão na posse independentemente de qualquer outra formalidade ou de outra medida judicial; se bem móvel, ordem de entrega ao adjudicante (Art. 832)

13a alienação judicial será realizada preferencialmente por meio eletrônico, que por sua vez deverá atender aos requisitos de alta publicidade, autenticidade e segurança (Arts. 836 e 852)

14Obrigatoriedade da publicação do edital de praça apenas em sítio eletrônico, sendo possível, de acordo com o caso, a sua publicação em jornal de ampla circulação (Art. 838, § 3º e 4º)

15Os embargos à arrematação ou à adjudicação são substituídos por simples impugnação nos próprios autos. Tal medida pode ser oferecida em até 10 dias a contar do ato expropriatório, isto é, antes da expedição da carta da arrematação que deve ser confeccionada depois de decorrido tal prazo. Depois de expedida a carta, o ato somente poderá ser desfeito por ação própria (art. 857, §§ 1º a 4º);

16Assegurou-se que o comprador de bem penhorado em processo judicial não responderá por qualquer outro débito que sobre ele exista (art. 863, § 1º);

17Positivou-se, expressamente, a possibilidade de execução fundada em título executivo extrajudicial contra a Fazenda Pública (art. 866);

18Criou-se a possibilidade de execução de alimentos pelo procedimento da prisão mesmo que fundada em título executivo extrajudicial (art. 867). A medida foi necessária, em especial, porque o divórcio e a dissolução de união estável (onde podem ser pactuados alimentos) devem ser realizados por escritura pública, em cartório (art. 699);

19Positivou-se a possibilidade de extinção da execução em função do reconhecimento da prescrição intercorrente (art. 880);

20em substituição ao procedimento da execução contra devedor insolvente, foi introduzido um incidente para que, havendo pluralidade de credores de um devedor comum e insuficiência de patrimônio para adimplemento de todas as dívidas, haja uma execução concursal (art. 865).

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