trabalho portfolio em grupo

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NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS RESPECTIVAS LITERATURAS ATIVIDADE DE PORTFÓLIO EM GRUPO Pasta 838185

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Page 1: Trabalho Portfolio Em Grupo

Teresópolis RJ2012

NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOLETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS RESPECTIVAS

LITERATURAS

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO EM GRUPOPasta 838185

Page 2: Trabalho Portfolio Em Grupo

Teresópolis RJ2012

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO EM GRUPOPasta 838185

Trabalho apresentado as disciplinas Métodos e técnicas de Pesquisa; Leitura e Produção de Texto em Língua Portuguesa I; Língua Portuguesa I: Conceitos Gerais; Língua Latina; Educação a Distância; Teoria da Literatura da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR

Profs. Eliza Nantes; Ana Paula da Silveira; Juliana Fogaça Simm; Celso Leopoldo Pagnan; Ana Maria Valle; Rosemari Bendlin Calzavara.

NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA

Page 3: Trabalho Portfolio Em Grupo

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................3

2 RESPOSTAS........................................................................................................4

3 CONCLUSÃO.......................................................................................................93.1 “CECI N’EST PÁS UNE PIPE”.............................................................................9

REFERÊNCIAS.........................................................................................................10

Page 4: Trabalho Portfolio Em Grupo

1 INTRODUÇÃO

Iniciaremos este trabalho tratando sobre a questão das variações

linguísticas, as quão essas variações se fazem presentes no meio social e

contribuem positivamente para a formação da língua de um país, enriquecendo,

assim, o vocabulário, as relações sociais. Contextualizaremos também a questão

sobre como a língua apresenta diferentes formas de ser falada, sendo utilizada de

acordo com o contexto, a classe social, a mensagem a ser transmitida,

corroborando, desta forma, para que a enunciação se faça presente e seja possível

estabelecer laços de comunicação entre emissor e receptor.

Além disso, através deste trabalho procuramos versar a questão de

como a “forma de falar e escrever” apresenta certa contribuição para a formação de

consciência crítica, uma vez que, com a adequação da língua se é possível

compreender e ser compreendido; promover a garantia de que todos possuem

direitos e deveres que devem ser cumpridos, para a geração de um convívio social

prazeroso, com interação entre os membros da sociedade e produção do saber.

Demonstraremos com isso, como a linguagem se torna essencial para a ratificação

desse processo.

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Page 5: Trabalho Portfolio Em Grupo

2 RESPOSTAS

a) O texto demonstra o quanto a língua é heterogênea; o quão rico é o

nosso vocabulário, com expressões das mais diversas para se definir um mesmo

vocábulo. Como na expressão encontrada no texto: “catar pênalti”; ao invés de

“defender”- a qual não impediu a comunicação. O emissor apesar de utilizar uma

expressão não tão comum no meio do futebol profissional, visto que é uma

expressão utilizada no futebol amador, fez com que o receptor compreendesse a

mensagem transmitida.

Existem várias possibilidades de se jogar futebol, ou seja, não

importa se o esquema tático é o 3-5-2 ou o 4-4-2, como aponta o texto; não importa

se ele é jogado no campo, na areia, na quadra ou mesmo na lama, ainda é futebol.

Assim é a língua, não importa se dizemos “deu um chapéu”, ou se dizemos “jogou a

bola por cima do adversário e a apanhou do outro lado”- o que importa é que a

comunicação se fez presente, um elo entre os agentes do produto da enunciação,

assim, promovendo a interação de ambos.

b) Se todos os termos utilizados no texto fossem formais, o principal

objetivo deste, que é evidenciar as variações linguísticas presentes dentro de uma

mesma língua que auxiliam na compreensão e conscientização, quando bem e

adequadamente utilizadas, da população sobre os seus direitos e deveres como

cidadãos; possivelmente não seria cumprido, já que o texto progrediu a partir do

denominado “futebolês da mídia”, que é a mídia voltada para o esporte, no caso,

especificamente para o futebol, em que se adequa ao modo de falar do público alvo

do futebol, que na maioria das vezes, é constituído pelo chamado “povão” (grupo

social constituído pela maioria da população brasileira, com menor poder aquisitivo,

composto em grande parte, por pessoas do sexo masculino, incluindo as crianças-

nelas podemos encontrar os meninos que um dia sonham em serem jogadores de

futebol, demonstrando a importância que o futebol exerce na vida dessas pessoas,

pois significa além de paixão e torcida; ascensão social). Com isso, provavelmente o

texto atingiu seu público, isto é, “chamou a atenção” para tal. Como aponta o último

parágrafo:

Se outros setores adotassem esse jeito “Notícias Populares” de ser, o jornal não diria que houve um “superfaturamento das obras e consequente desvio de verbas públicas”, e sim “o juiz ladrão meteu a mão na sua grana”. Não é

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bonito o vocabulário – mas a jogada também não. (Folha de S. Paulo, 25/10/2001, caderno D, p.4).

O eixo deste parágrafo tem caráter crítico, procura conscientizar

este público para os problemas de cunho político e social que o Brasil tem

enfrentado, como o levantado no mesmo parágrafo: o superfaturamento de obras

públicas; com um português claro e direto, poderíamos ter, através desse tipo de

veículo de comunicação, já que a mídia é uma formadora de opinião, uma população

mais ativa e crítica socialmente e menos submissa ao interesse de poucos.

c) A língua sofre variações conforme contexto, a classe social, o lugar,

a cultura, no caso dos telejornais, como por exemplo o Jornal Nacional [exibido na

TV Globo] ou mesmo em notícias de jornais, tomando como exemplo o Jornal Do

Brasil, a língua apresenta-se de forma mais conservadora, visto que seu público

alvo, apesar das recentes mudanças no poder aquisitivo dos brasileiros e

consequente maior estímulo a educação, o que tem auxiliado em um maior grau de

instrução da população brasileira e culminado em ascensão profissional; ainda é

constituído de uma população com grau de instrução superior à estes, e maior poder

aquisitivo, além disso, esses tipos de meio de comunicação estão enquadrados no

que chamamos de variação Diamésica, ou seja, a maneira de falar depende do

veículo em que é elaborada, no caso, é utilizada a língua culta. Porém se o exemplo

de telejornal fosse o Jornal Hoje [também exibido na TV Globo], poderíamos afirmar

que este possui um público alvo diferente daquele, pois sua audiência é constituída,

geralmente, por trabalhadores que estão em horário de almoço, por isso é utilizada

uma língua menos formal, que se aproxima da realidade deste público; o mesmo

acontece com as noticias de jornais, se o veículo fosse o jornal “Lance”, porque este

possui um público alvo composto por torcedores de futebol, em sua maioria, por isso

utiliza uma língua não tão rebuscada e culta quanto o Jornal do Brasil, e possui

também outro foco, voltado para a área esportiva. Assim sendo, é possível afirmar

que:

[...] a enunciação é o produto da interação de dois indivíduos socialmente organizados [...] A palavra dirige-se a um interlocutor; ela é função da pessoa desse interlocutor, variará se tratar de uma pessoa do mesmo grupo social ou não [...] (BAKTHIN, 1992; p 112).

d) Apesar do do Jornal Folha de São Paulo, possuir um público alvo

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com maior grau de instrução e maior poder aquisitivo; a crônica publicada “Em bom

Português” não desentoa em relação a este veículo em que foi apresentada, pois o

objetivo do texto era “chamar a atenção” de um público que não costuma ter acesso,

ou não tem interesse por este modo de fazer notícia, ou seja, através desta crônica

se pode notar, principalmente no último parágrafo: “Se outros setores adotassem

esse jeito “Notícias Populares” de ser [...]”, em que cita um jornal com linguagem

mais próxima de um público alvo composto por pessoas das classes sociais mais

populares e acessível a estes. Isso porque, a função dos jornais é transmitir

informação, transmitir o que acontece no cotidiano, o que influencia diretamente na

vida de cada pessoa, por isso o autor questiona a falta de clareza nas noticias

publicadas, pelo fato de muitos leitores simplesmente não interpretarem a

mensagem transmitida, de maneira precisa; como o autor apresenta na seguinte

colocação, também no último parágrafo:

[...] o jornal não diria que houve um “superfaturamento de obras e consequente desvio de verbas públicas”, e sim “o juiz ladrão meteu a mão na sua grana”. Não é bonito o vocabulário – mas a jogada também não. (Folha de S. Paulo, 25/10/2001, caderno D, p.4).

Desta forma, aponta uma crítica a maneira como as notícias e fatos

são repassados para uma minoria social, de maneira compreensível, e fazem com

que a grande maioria da população permaneça “surda, cega e muda” em relação

aos problemas sociais e políticos enfrentados pelo Brasil, pois desta forma os

direitos de todos são estabelecidos e confirmados em poucos e muitos continuam

“sem saber” para não produzir ações que interfiram nesse processo desigual,

instalado há anos em nossa sociedade.

e) O título da crônica é “Em bom português”, porque demonstra à que

público alvo é direcionado – a grande maioria da população brasileira e a minoria

“culta” [à este em forma de crítica], apesar de o último ser a grande maioria dos

leitores do Jornal Folha de S. Paulo, o autor quis justamente, através do uso de

expressões que normalmente são utilizadas na fala e não na escrita, como podemos

encontrar no texto: “cacetadas, frangos e bicudas” (Parágrafo 5º), por se tratar da

língua escrita, uma língua mais formal, que segue padrões e normas convencionais,

o autor com este “desvio da norma culta”, promove uma proximidade com o leitor,

pois com este recurso de transcrever o que geralmente está no dia-a-dia das classes

populares por meio da fala, demonstrando certo interesse em “falar a mesma

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língua”, por isso o título “Em bom português”, não aquele português regido por uma

gramática, mas o português do povo, o utilizado de maneira espontânea, cheio da

criatividade e de interação social; desta forma o autor conseguiu “abrir os olhos” de

seus leitores com o intuito, mesmo que exposto de maneira indireta, influenciar

pensamento, na maneira de agir desse tipo de público, para que este fique atento

aos seus direitos e deveres, seja um crítico da sua realidade. Além disso, o autor

critica os veículos de comunicação que não utilizam uma linguagem adequada à

maioria da população brasileira.

f) Ao utilizar esses termos o autor se aproxima do público para qual o texto

foi direcionado, pois desta forma ele consegue transmitir a mensagem da melhor

maneira possível, para que assim, esta seja compreendida com clareza, e se realize

uma ponte entre emissor e o receptor.

Alguns destes termos são utilizados no meio futebolístico, isto é, são

encontrados na maneira de falar dos jogadores, torcedores, jornalistas desta área,

técnicos, como por exemplo:

Frango: Gol no meio das pernas;

Perna de pau, perneta, pereba: Jogador muito ruim;

Amarelar: Ficar com medo do adversário e por isso não fazer um bom jogo;

Artilheiro: O jogador que faz o maior número de gols em um campeonato,

jogando em um mesmo time;

Bicicleta: Quando o jogador na posição horizontal, acertando a bola com os

dois pés suspensos e de costas para o chão;

Boleiro: O jogador de futebol amador;

Bicuda: Chutar a bola com muita força e na ponta da chuteira;

Chocolate: Ganhar a partida, com grande diferença no resultado final, por

exemplo, vencer por 7x0;

Fintar, dar um nó: O mesmo que driblar;

Isolar a bola: Quando a bola é chutada para bem longe do campo;

Pelada, rachão: O jogo de futebol da várzea.

Essas expressões foram pesquisadas através da Internet, em sites

como o Yahoo Respostas e Jangada Brasil, também no programa esportivo “Jogo

Aberto” [exibido na TV Bandeirantes], onde os apresentadores e comentaristas

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dialogam e discutem ideias com a língua em tom coloquial, de forma descontraída,

além de se espelharem na maneira de falar dos jogadores e torcedores para realizar

a comunicação com o telespectador.

g) Primeiramente, é importante definirmos o termo várzea, em relação ao

futebol, pois para tal várzea é o futebol amador, mas que pode possuir um

campeonato organizado, por jogadores não profissionais, que não costumam

receber patrocínio, além disso, o termo várzea se deve ao fato de a maioria dos

campos de futebol onde os jogos são realizados, se encontram na beira do rio, na

área onde normalmente ocorrem as cheias do rio, ou seja, a várzea não é como o

futebol principal, composto por grandes times, como Flamengo, Botafogo,

Corinthians, São Paulo, etc., onde recebem milhões de reais de patrocinadores,

possuem os grandes nomes entre os jogadores de futebol, possuem milhares de

torcedores apaixonados e aficionados, as partidas são realizadas em estádios com

toda a infraestrutura necessária, participam dos principais campeonatos nacionais e

internacionais, além da própria mídia que cobre todas os jogos realizados. Por isso,

assim como no meio social, no meio futebolístico existem certas diferenças nas

expressões e vocabulários utilizados, como é apontado pelo texto quando o emissor

utilizou a expressão “catar pênalti”, o que fez com que o receptor se remetesse à

várzea, por ser uma expressão popular nesse meio, mesmo o futebol sendo o

esporte mais popular do Brasil, a atenção que o profissional e o amador recebem se

torna um elemento que influencia no que se deve ou não dizer; visto que essas

diferenças se tornam evidentes, quando observamos um jogador de futebol, que em

grande parte deles, vem dos times de várzea e se consagram mundo afora, com o

novo estilo de vida, o vocabulário muda, ainda comunicam-se utilizando clichês e

frases prontas, porém, devido as influências que estes recebem quando se

estabilizam no futebol profissional e também o contato com pessoas de classe social

mais elevada, diferente daquela em que nasceram e foram criados, pois a maioria

dos jogadores de futebol, como a própria mídia aponta, provém de classes sócias

mais baixas, até mesmo com dificuldades financeiras, baixo grau de instrução.

Como aponta Bagno:

[...] Usar a língua, tanto na modalidade oral como escrita, é encontrar o ponto de equilíbrio entre dois eixos: o da adequabilidade e o da aceitabilidade. [...] Como sempre, tudo vai depender de quem diz o quê, a quem, como, quando, onde, por que e visando que efeito... (BAGNO, 2002, p 130-131)

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3 CONCLUSÃO

O Brasil é um país de grande extensão territorial, com suas

diferenças regionais, sociais, culturais, o que gera as variações linguísticas, logo,

com este trabalho, pudemos notar que a norma padrão do uso da língua, não

necessariamente é a língua, isto é, como nesta obra:

3.1 “CECI N’EST PÁS UNE PIPE”:

Figura 1 – Ceci n’es pás une pipe.Fonte: Reni Magnitte (1928)

O autor desta obra descreve “Ceci n’est pás une pipe” [que em

português significa “Isto não é um cachimbo”], nesta obra podemos observar, que

não é porque ali temos a representação gráfica de um cachimbo que isto será um

cachimbo, já que não pode ser utilizado como tal, não tem a função do cachimbo. Ao

relacionarmos com a língua, compreendemos que apesar do fato de existir uma

norma padrão, baseada na língua culta, falada por uma minoria da sociedade, não

quer dizer, que as variações linguísticas devem ser ignoradas e consideradas como

“erros”, pelo contrário, as variações linguísticas devem ser valorizadas, pois é a

forma pela qual, determinado povo reproduz sua língua, é a identidade desse povo.

O que existe é a inadequabilidade no uso da língua, ou seja, normalmente, para

cada contexto utilizamos um estilo da língua, como por exemplo: ao conversarmos

com o nosso chefe não utilizamos o mesmo estilo de uma conversa entre amigos,

familiares, isto já aponta Geraldi: “A língua só tem existência no jogo que se joga na

sociedade, na interlocução. E é no interior de seu funcionamento que se pode

procurar estabelecer as regras de tal jogo.”. (GERALDI, 2004 p.42)

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REFERÊNCIAS

NANTES, Eliza. Lunardelli, Mariângela. Leitura e produção de texto em língua portuguesa I. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

SILVEIRA, Ana Paula Pinheiro. LIMA, Lilian Salete Alonso Moreira. ALTINO, Fabiane Cristina. Língua portuguesa: conceitos gerais. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

ALVES, Maria Leila. Gírias do futebol. Termos e expressões populares relativas ao futebol utilizadas nas diversas partes do Brasil – Jangada Brasil Campinas, 1990. Disponível em: <http://www.jangadabrasil.com.br/revista/junho91/al91006a.asp>. Acesso em: 19 mar. 2012.

______. Dicionário de Futebolês? Palavras e expressões do futebol brasileiro. Sabe de mais alguma?. Yahoo Respostas. Disponível em: < http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070625102512AAtTCw1>. Acesso em: 19 mar. 2012.

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