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 Trabalho, Poder e Sociedade Unidade 2: Trabalho e Sociedade Capítulo 4: O trabalho nas diferentes sociedades. Cada objeto que utilizamos cotidianamente envolve uma complexa cadeia produtiva, enredando centenas ou milhares de trabalhadores, mas que de maneira geral poderia ser representada da seguinte forma: Produção de matéria prima – industrialização – distribuição – comercialização e consumo.

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Trabalho, Poder e Sociedade

Unidade 2: Trabalho e Sociedade Capítulo 4: O trabalho nas diferentes sociedades. Cada objeto que utilizamos cotidianamente envolve 

uma complexa cadeia produtiva, enredando centenas ou milhares de trabalhadores, mas que de maneira geral poderia ser representada da seguinte forma:

Produção de matéria prima – industrialização – distribuição – comercialização e consumo.

  

Exemplo de cadeia produtiva: 

  

A  produção nas sociedades tribais

Embora as sociedades tribais sejam muito ricas e diversificadas, de maneira geral, não se estruturam a partir do que conhecemos por trabalho.

  

A produção nas sociedades tribais Características:

Divisão do trabalho simples (sexo e idade);

Não existe algo como pagamento de salários, busca pelo lucro e todos contribuem com o sustento da comunidade

As atividades estão fortemente ligadas aos ritos, mitos, sistemas de parentesco e etc.

  

Todos compartilham os conhecimentos necessários à subsistência

  

A produção nas sociedades tribais

Não existe uma separação entre o local do trabalho e o local de moradia ou lazer;

O trabalho não é tão valorizado como na maioria das sociedades ocidentais.

  

A produção nas sociedades tribais

Marshal Sahlins – classificou tais sociedades como ”sociedades da abundância” ou ”sociedades do lazer”

Isso porque essas sociedades conseguiam saciar totalmente suas necessidades com o mínimo de horas dedicadas às atividades produtivas (como a pesca, a caça, a coleta e etc.)

Ex: ianomâmis (Amazônia) três horas diárias; guayakis (Paraguai) cinco horas, mas não diárias e os kungs (sul da África) quatro horas diárias.

  

Escravidão e Servidão

Segundo o dicionário Houaiss o verbo trabalhar tem origem no vocábulo latino tripallium, que significa ”instrumento de tortura”.

Na Grécia e em Roma escravos e mesmo trabalhadores livres como artesãos e camponeses eram oprimidos e explorados pelos senhores ou proprietários, que, por sua vez, estavam completamente livres de quaisquer atividades que não as relacionadas à política. 

  

Escravidão e Servidão

Segundo Hanna Arendt (1906 – 1975), filósofa alemã, os gregos possuíam três concepções distintas de trabalho:

labor: trabalho braçal, atividade submissa à natureza (clima, estações, solo etc.)

Poiesis: ato de fabricar, inventar instrumentos, quando o produto do trabalho subsiste ao seu construtor

práxis: tem a palavra como seu principal instrumento, pertence a política

  

Escravidão e Servidão

As sociedades feudais, organizadas a partir de estamentos, também separava aqueles que trabalhavam – servos, camponeses livres e aldeões – daqueles que viviam do trabalho dos outros – senhores feudais e membros do clero

  

Assim os servos, em busca de proteção, tinham um conjunto de obrigações para com o senhor feudal:

Corvéia: trabalhar nas terras do senhor, construir pontes, estradas e etc.

Talha: taxa (imposto) sobre sua produção particular.

Banalidades: taxas pagas pelo uso dos instrumentos e uso da terra

  

As corporações de ofício: Nas cidades, o artesanato estava organizado a partir das 

corporações de ofício que estava dividida em três estratos:

Mestre: detentor dos instrumentos de trabalho, pagava os direitos ao rei ou ao senhor feudal e controlava o trabalho de todos;

Oficial: responsável por fixar a jornada de trabalho,  remuneração e transmitir conhecimento aos aprendizes 

Aprendizes: entre 12 e 15 anos subordinado ao mestre com tempo de aprendizado determinado.

  

Escravidão e Servidão

Dentro das sociedades feudais, o trabalho seguiu sendo desvalorizado.

Isso porque tais sociedades não assumiam o trabalho como elemento central de organização das relações sociais.

Estas eram definidas pela hereditariedade, pela religião, pela honra e etc.

  

As bases do trabalho na sociedade moderna:

Com o fim do período medieval e a ascenção do mercantilismo o trabalho foi progressivamente deixando de ser encarado como atividade penosa e passou a ser visto como algo positivo.

Nesse novo momento histórico, em que não se podia mais contar com o trabalho servil (Revolução Francesa), era necessário convencer as pessoas que o trabalho era algo bom e necessário a toda a sociedade. 

  

Mudanças na organização do trabalho

Foram separados: Casa e local de 

trabalho; Trabalhador e 

instrumentos de trabalho;

Materia prima e trabalhadores. 

  

Mudanças na organização do trabalho

Essas mudanças ocorreram em duas etapas: Cooperação simples: o artesão ainda desenvolvia 

todo o processo produtivo (do molde ao acabamento), mas trabalhava para quem financiava a matéria­prima e instrumentos de trabalho, além de definir o local e as horas de trabalho.

Manufatura: o artesão foi transformado em um trabalhador coletivo, ou seja, não realizava e todo o processo de produção, embora ainda possuísse conhecimento. 

  

Maquinofatura

Essa terceira forma de organizaçào do trabalho suprimiu definitivamente a autonomia dos artesãos, elegeu a fábrica como lugar por excelência, dispensando a destreza manual pelo ato mecânico.

  

Mas como inserir tais mudanças?

Igrejas: a preguiça era um pecado, o trabalho era um bem divino (resultado da graça ou meio de obtenção da redenção);

Governantes: criam leis e decretos contra quem não trabalhasse, desempregados eram considerados vagabundos e iam para a prisão;

Empresários: rígida disciplina, controlando atividades, entrada e saída;

Escolas: inculcavam o ideal do trabalho nas crianças. (contos infantis: cigarra e a formiga, os três porquinhos e etc.)