trabalho parte 1 - perfil do produto - pvc versão final (1)

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Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Química Perfil de Produto e Projeção de Mercado para o PVC - Suspensão Trabalho desenvolvido no âmbito da disciplina Planejamento e Avaliação de Projetos Bruno Seixas Bastos Ludmila Henriques Ricardo Costa Professor: José Eduardo Pessoa de Andrade Rio de Janeiro 1

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Page 1: Trabalho Parte 1 - Perfil Do Produto - PVC Versão Final (1)

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escola de Química

Perfil de Produto e Projeção de Mercado para o PVC - Suspensão

Trabalho desenvolvido no âmbito da disciplina

Planejamento e Avaliação de Projetos

Bruno Seixas Bastos

Ludmila Henriques

Ricardo Costa

Professor: José Eduardo Pessoa de Andrade

Rio de Janeiro

Março/2014

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Page 2: Trabalho Parte 1 - Perfil Do Produto - PVC Versão Final (1)

Sumário

1. Perfil de Produto..........................................................................................................3

2. Mercado e Perspectivas...............................................................................................5

2.1. Ambiente Externo....................................................................................................5

2.2. Ambiente interno.....................................................................................................5

2.2.1. Braskem.............................................................................................................5

2.3. Pontos fortes, fracos e perspectivas.........................................................................6

2.3.2. Preços................................................................................................................6

2.3.3. Usos...................................................................................................................6

2.3.4. Forças, fraquezas e perspectivas........................................................................8

2.4. Análise de Porter.....................................................................................................8

3. Oportunidade de Investimento..................................................................................11

4. Adendo PVC - Suspensão.........................................................................................12

5. Bibliografia................................................................................................................14

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1. Perfil de Produto

O Cloreto de Polivinil, comumente chamado pela sigla PVC, é um dos plásticos mais utilizados no mundo, sendo utilizado em uma ampla variedade de aplicações. Descoberto em 1835, o PVC começou a ser produzido comercialmente em 1927, tornando-se popular devido às suas boas características físicas, seu preço baixo e processo de obtenção fácil. O PVC pode ser considerado um polímero polivalente, pois pode se apresentar com formatos muito rígidos (como tubos e conexões) ou altamente flexíveis (como bolsas de sangue, fios e cabos).

O produto de PVC pode ser em qualquer cor, transparente ou opaco, com características antichama, auto-extinguível e, por ser bom isolante elétrico, é bastante utilizado na fabricação de cabos elétricos. Sendo bastante popular, o PVC é um dos plásticos mais produzidos do mundo, tendo uma produção de milhares de toneladas por ano. Aproximadamente 80% do PVC consumido no mundo é produzido por meio da polimerização do monômero cloreto de vinila em suspensão.

O Cloreto de Poli-Vinila é um polímero termoplástico pertencente à família do etileno, na qual predomina uma cadeia de átomos de carbono (C) que pode ter vários tipos de átomos ligados a ela.

No caso do PVC, átomos de cloro (Cl) substituem alguns átomos de hidrogênio (H). Abaixo temos a fórmula molecular do PVC:

(C2H3Cl)n

onde n é o número de monômeros.

A presença do cloro na cadeia do polímero torna o PVC um dos termoplásticos conhecidos mais versáteis. É o responsável pelo caráter natural anti-chama e pelas inúmeras formas e propriedades do PVC. Devido à instabilidade da ligação carbono-cloro na cadeia, o polímero é sensível à temperaturas acima de 700º C e à luz ultravioleta.

Ele é compatível com diversos aditivos que, dependendo das quantidades empregadas, podem modificar completamente as características dos produtos finais, obtendo-se produtos transparentes ou opacos, rígidos ou flexíveis, etc. É possível, também, diversas formas de processamento como extrusão, injeção, entre outras. Possui características anti-chama e auto-extinguível, ou seja, basta retirar a fonte de calor que imediatamente a chama se apaga. É quimicamente inerte: não é afetado por ácidos, bases, soluções aquosas e mesmo fortes agentes oxidantes têm fraca ação sobre o material.

O PVC é composto de duas matérias-primas básicas: etileno e cloro. O cloro aparece com 57% do peso, sendo obtido do sal comum ou de cozinha (NaCl) pelo processo de eletrólise, e o etileno com 43%, vindo do craqueamento do petróleo.

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Da reação dos dois produtos resulta o dicloroetano, da onde se obtém o gás cloreto de vinil, monômero do PVC. Através da reação de polimerização, as moléculas do cloreto de vinil vão se ligando formando o PVC, um pó quimicamente estável e inerte. Após o processo de polimerização, o PVC pode passar por diversos acabamentos, tais como extrusão, injeção etc.

A fabricação do PVC está esquematizada na figura abaixo

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2. Mercado e Perspectivas

2.1. Ambiente Externo

PVC é o terceiro plástico mais produzido no mundo atrás apenas de PE e PP. Em dados cedidos pela University of the Punjab (Índia) o PVC aparece com um consumo global de 22 milhões de toneladas por ano, com crescimento anual de 6%. Sua produção é esperada a um aumento de 40 milhões de toneladas até 2016 (Dados de 2010).

A maior aplicação global de PVC é na área de construção civil com tubos e conexões, constituindo 50% do volume de mercado nesse segmento. Essa demanda mundial tem previsão de aumentar mais de 4% ao ano. Porém não é só de tubos e conexões que o emprego de PVC tem crescido no mundo, outros derivados desse polímero já se alastram pelo mercado global, como exemplo o de janelas confeccionadas desse material que abrangem 40% desse mercado na Europa ocidental.

A produção mundial de resinas (PE/PP/PVC) encontra-se na Ásia e é liderada pela China, devido seu imenso território e à presença de grandes reservas de gás natural, matéria prima para a produção de eteno que junto ao cloro aparecem na cadeia produtiva de PVC. Curiosamente seu maior consumidor global é seu próprio mercado interno que detém em números um consumo de 85 Kg per capita, dado corroborado devido seu país sofrer a maior expansão urbana do mundo, seguido pelo mercado norte-americano que detêm um consumo de 67 Kg per capita sendo o 2º maior país no consumo dessas resinas.

2.2. Ambiente interno

Com o aumento da demanda de PVC no mercado nacional, tanto para o setor de tubos e conexões, quanto para outros menos expressivos, se mostrou necessário um investimento para o aumento de sua produção. É por isso que pensando em PVC no mercado interno, deve-se pensar também na Braskem.

2.2.1. Braskem

A Braskem é uma empresa petroquímica brasileira com sede em São Paulo conhecida mundialmente por sua participação no mercado petrolífero. Criada em 2002 a partir de uma parceria entre as empresas Copene, OPP, Trikem, Nitrocarbono, Proppet e Polialden, começou sua ação no marcado através da produção de polietileno no pólo petroquímica de Camaçari e, rapidamente, com novas aquisições a parcerias, se tornou grande participante na produção de PVC.

As únicas produtoras de resinas de PVC no Brasil eram a filiada belga na Argentina Solvay Indupa e a Braskem. Porém depois de um acordo milionário a Braskem comprou a Solvay Indupa por US$ 290 milhões e se tornou a única produtora nacional e 4ª maior da América Latina em PVC.

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No cenário atual, deve-se ressaltar o conflito que causou a aquisição da Solvay Indupa. Com a compra da única empresa concorrente no Brasil, na produção de PVC, um monopólio surgiu e se fez cada vez mais presente. Um exemplo disso é a atual acusação perante o CADE de aumento excessivo do preço do material, resultando em desconfiança perante seus clientes.

2.3. Pontos fortes, fracos e perspectivas

2.3.1.1. Fornecimento

Atualmente, após a compra da Solvay Indupa, o único produtor de PVC no país é a empresa Braskem. De acordo com o anuário de 2011 da ABIQUIM, o último que empresa apresentou estes dados, a capacidade instalada de produção no ano de 2010 foi de 810000 t/ano, mas é esperado um aumento de até 300.000 t/ano assim que a companhia incorporar de vez a empresa Argentina. E atualmente a Braskem destina grande parte da produção para o mercado interno. Destinando o restante de sua produção para o mercado exterior.

2.3.1.2. Projeção da demanda e crescimento

A demanda atual da Braskem é de 620498 t/ano aproximadamente, de acordo com dados do anuário da Abquim de 2011.

A empresa atualmente tem tido aumento de sua produção, e consequentemente tem tido um aumento das vendas no mercado interno, mas analisando os dados de importações que vem crescendo e de exportações que são pequenas, podemos constatar que a concorrência com o mercado externo ainda é grande.

2.3.2. Preços

Os preços do policloreto de vinila (PVC), no Brasil, não variam exclusivamente de acordo com sua matéria prima. Sua produção, entretanto, está diretamente associada aos preços do petróleo e aos custos do processo de eletrólise. Pequenas variações nos preços de petróleo influenciam diretamente a fase de craqueamento para a produção de eteno, sendo esse o principal agente de mudança de custos de produção. Entretanto, o que se deve analisar são os preços do PVC e, pra isso, deve-se considerar o mercado mundial, que no último ano se manteve sempre notável no aspecto de competição no mercado nacional.

2.3.3. Usos

A utilização do PVC se dá, entre outros produtos, nos apresentados a seguir.

Tubos e conexõesEste é o mercado de maior utilização do polímero em destaque. Duas grandes

empresas sul-americanas atuam no mercado de produção de tubos e conexões, que representam um monopólio do segmento na mesma região. Esses materiais são mais utilizados como tubulações de água e esgoto ou os chamados conduítes. É notável que

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este setor seja o de maior representatividade, pois o PVC substituiu o ferro e outros materiais corrosivos ao longo do tempo, apresentando maior durabilidade e menor custo na construção civil, além de ser reciclável, quando não mais utilizável.

Perfis para construção civil

Os perfis de construção civil são aqueles utilizados no fechamento de formas de moldar concreto. Com a função de chanfrar cantos vivos de pilares, vigas e escadas, o PVC aplicado a esse setor se mostra mais uma vez atuante no mercado da construção e vem, assim, como o consumo de tubos e conexões, crescendo seguindo a linha desenvolvimento deste setor. Assim, como os produtos citados acima, o policloreto de vinila, se separado corretamente dos resíduos da construção civil, também pode ser destinado à reciclagem.

Laminados e espalmados

O mercado de laminados e espalmados está diretamente relacionado ao mercado de decoração. Essas peças são aplicadas como pisos e em móveis ou paredes, onde são reconhecidos pelo brilho e por variadas estampas de fácil aplicação. É por esse motivo que este setor ocupa o terceiro lugar na utilização de PVC como matéria-prima, já que este material é uma ótima opção para bons acabamentos, além de possuir um ótimo valor de mercado como substituto a outras resinas plásticas que, quando aplicadas, apresentam cheiro forte e pouca durabilidade.

Embalagens

O mercado de produção de embalagens é o segundo a ser destacado. O PVC é produzido como filme e pode ser utilizado tanto para acabamento de produtos de escritório, quanto na embalagem de produtos alimentícios. Neste último caso, a aplicação se torna mais eficiente quando comparado a outros plásticos devido, principalmente, às suas características de durabilidade e de ser inerte quimicamente.

Calçados

É também devido à sua característica de não propagação de fogo que o PVC é utilizado na confecção de galochas utilizadas como equipamento de proteção individual. Entretanto, outros calçados do mesmo material são vendidos e muito elogiados pela durabilidade e conforto. O couro sintético também apresenta PVC em sua composição, e é aplicado não apenas em calçados, mas em revestimentos de bancos de automóveis e em estofados como decoração.

Fios e cabos

A aplicação do policloreto de vinila na fabricação de fios e cabos está associada a uma das principais características do polímero: a não propagação do fogo. Este é um importante para ser considerado, pois, quando ligado a uma corrente elétrica, o material de revestimento dos fios de cobre deve resistir a aumentos de temperatura, além de não agravar situações de emergência com fogo.

Outras aplicações

Outras aplicações interessantes de compostos de PVC também podem ser citadas, como em capelas de aspiração de gases, enchimentos de torres de refrigeração, chaminés para gases corrosivos, aparelhos de revelação de filmes, revestimentos de tanques metálicos ou de alvenaria e também em hélices de ventiladores. Todos esses outros usos indicam, a versatilidade do material.

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O setor de tubos e conexões representa sozinho, 47% da demanda do mercado nacional, seguido do setor de laminados e espalmados com 14%, em média, entre os anos de 2000 e 2009. Segue abaixo gráfico de segmentação do mercado brasileiro.

46%

6%13%

14%

7%

6%

2%6%

Segmentação de Consumo de PVC no Brasil

Tubos e ConexõesEmbalagensPerfis para a construção civilLaminados e espalmadosCalçadosFios e cabosMangueirasOutros

2.3.4. Forças, fraquezas e perspectivas

Como já dito anteriormente, a produção de PVC vêm de duas matérias-primas, eteno derivado do petróleo e cloro advindo de soda. Contudo a oscilação no mercado de petróleo aumenta sua dependência em relação aos preços da importação e compra interna dessa matéria-prima, diretamente com a Petrobrás. No entanto com a construção do COMPERJ, que trará um pólo petroquímico para o Rio de Janeiro, haverá grandes oportunidades de produção menos custosa de MVC, devido às refinarias que produzirão etileno na região, aumentando a oferta de matéria-prima e dando a oportunidade de diminuir tarifas de transporte, visto que o MVC vem do etileno, que é a matéria-prima mais custosa do processo.

A Braskem no mercado nacional de PVC se torna a única empresa, detendo o monopólio da produção dessa resina, o que em alguns anos possibilitará ela cambiar os preços por si só elevando seu lucro, sendo apenas regulada por órgãos nacionais para não ferir tratados da OMC.

2.4. Análise de Porter

A Ameaça de Novos Entrantes

Esta força refere-se ao grau de competitividade no mercado: até que ponto outras empresas são capazes de entrar no mercado e concorrer pelos clientes? É preciso analisar a existência de barreiras de entrada e capacidade de reação dos competidores já estabelecidos.

Nesse sentido, a possibilidade de novos entrantes é quase nula, visto que a Braskem detém atualmente o monopólio nacional da produção de PVC e é a única

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fornecedora de etileno do mercado interno, o que deixaria outras empresas mais vulneráveis a comprar dela e poderiam ser facilmente “rechaçadas” por tentarem competir nesse mercado, uma vez que a alternativa de importação dessa matéria-prima é altamente desfavorável, visto a complexidade de seu armazenamento e transporte devido sua alta inflamabilidade à temperatura e pressão ambiente. Para que uma nova empresa no ramo se instalasse no Brasil, os investimentos teriam de ser muito grandes, o que seria provavelmente inviável. Apesar disso, futuramente, com a operação do projeto Comperj, há possibilidade de inclusão de novos sócios e empresas na produção de etileno, o que trará maior oferecimento de matéria-prima, o que será atrativo para novas empresas no segmento.

Conclusão: Pequena ameaça

Poder de Barganha com os Fornecedores

Este poder é capaz de afetar a rentabilidade da empresa, através da elevação de preços ou redução da qualidade de bens e serviços. Neste último sentido, como o eteno é uma commoditie, deve atender a especificações mínimas.

Como a Braskem tornou-se a única empresa brasileira de primeira geração, após adquirir a Quattor, ou seja, é sua própria fornecedora de etileno e ela própria realiza a sua produção de cloro, segunda matéria-prima do processo de PVC, sua única dependência sobre fornecedores advém de forma indireta pela obtenção do Nafta da onde se extrai o etileno. Assim, o mercado de fornecimento das matérias-primas é concentrado e mesmo havendo previsão de mais indústrias de primeira geração no Rio de Janeiro (projeto Comperj). Como supracitado, a Braskem faria parte do empreendimento o que continuaria com o monopólio no fornecimento de matérias-primas por parte dela mesma.

Conclusão: Poder concentrado.

Poder de Barganha com os Clientes

Em geral, como se trata de uma commoditie, grandes volumes são adquiridos.Como as aplicações para o PVC são bastante diversas, não há escassez de

compradores e o mercado consegue absorver bem o produto, após a compra da Solvay pela Braskem, o mercado de PVC no Brasil, se tornou um monopólio, por conseqüência, os clientes não possuem um alto poder de barganha e isso vem gerando um atritos entre cliente e negociante. Um exemplo disso é o processo no CADE que envolve a acusação de aumento de 18% no preço do produto, aumento esse considerado abusivos pelos compradores. Este processo só ressalta o domínio total que a Braskem possui no Brasil e uma grande parcela de participação na América Latina, tornando a competição bastante difícil, praticamente desleal. A outra opção seria a importação, mas isto não parece muito favorável, vistos os impostos e as taxas sobre os produtos importados.

Conclusão: poder de negociação dos clientes não concentrado.

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Substitutos

Além de ser a principal variável que define o preço no mercado e ativa a concorrência, a ameaça de serviços e produtos substitutos define o potencial de um setor, a menos que este consiga estabelecer uma diferenciação.

No caso do PVC a entrada de novos produtos substituintes se dá com a concorrência do PE para produção de embalagens plásticas, porém seu maior mercado, o de construção civil ele se encontra como o maior substituto de outros produtos já existentes devido sua atoxidade, maior resistência à corrosão e o preço mais viável. Com isso analisa-se que o PVC possui pouca concorrência de substituição no mercado, uma vez que por enquanto é o melhor material a ser empregado nas diversas áreas em que predomina.

Conclusão: Há possibilidades, porém somente em mercados onde a sua utilização é baixa, visto que em quase todas suas áreas de atuação o PVC é o substituto no mercado

Rivalidades Entre os Concorrentes

Uma alta rivalidade interna tem conseqüências negativas na atratividade da indústria. O que não ocorre no caso da Braskem, que é a única empresa produtora.

Uma vez que detém o monopólio interno do PVC, seus maiores competidores estão fora do país e a ameaça vem das importações, porém o governo pode intervir a favor da empresa nacional ou regular a competição mesmo que externamente aumentando ou diminuindo as taxas de importação do produto.

Os produtores internacionais mais importantes de PVC são: Shintech (EUA), .Como consta nos dados da ABIQUIM, as importações brasileiras de PVC são muito pequenas frente ao consumo aparente, o que mostra que é mais vantajoso comprar de empresas nacionais do setor, que nesse caso inclui apenas a Braskem.

Conclusão: rivalidade apenas com os produtos importados.

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3. Oportunidade de Investimento

O mercado nacional possui perspectivas boas de crescimento nos próximos anos, onde no último ano indicou aumento de 12% em relação ao exercício anterior. Destaque majoritário para o setor de construção civil, visto que é o maior consumidor de PVC para tubos e conexões, etc.

No cenário internacional, porém, as perspectivas são bem mais favoráveis, onde a China já ocupa um espaço de líder na produção de PVC na Ásia e de destaque no mundo com 27% da produção global e 30% de consumo global, puxado pela demanda na construção civil, com tubos e conexões, fios e cabos e também na confecção de membranas à prova d’água e em outros setores, como couro artificial, brinquedos e sapatos plásticos; porém mesmo com esses fatores seu mercado interno é altamente consumidor de sua produção e com isso sua produção se torna voltada para si com altas taxas de importação e produção de PVC e baixas taxas de exportação, dados de 2003 onde originou seu crescimento nesse setor, mostram um consumo de aproximadamente 6 milhões de toneladas de PVC que desse valor 2,3 milhões foram de importação e apenas exportou 500 mil toneladas.

Porém, é necessário também pensar na questão dos ciclos do preço na indústria petroquímica. Durante a fase de alta, normalmente acarretada por crescimentos elevados das principais economias mundiais, há grandes investimentos em ampliações da capacidade (como exemplo de expansão de capacidades, o projeto Comperj). Contudo, em três ou quatro anos, isso pode levar a um excesso de oferta e à conseqüente queda geral de preços.

Pela análise de Porter, foi visto que a entrada de novas empresas para produção de PVC é quase nula visto que o monopólio dominado pela Braskem neste setor dificulta o investimento de outras empresas na entrada neste mercado. Logo, o mais provável é que um novo investimento numa fábrica de PVC seja pela própria Braskem, na construção de novas plantas industriais.

Devido às questões complicadas de transporte de eteno, já ditas anteriormente, a nova fábrica teria de se instalar perto das craqueadoras brasileiras (quatro, no toal), que são da própria Braskem.

O interessante da possibilidade da instalação de plantas no Rio de Janeiro é a produção de eteno a partir do gás natural, o que pode influenciar o preço final do PVC, além da proximidade de locais onde haverá exploração do pré-sal.

Analisando estes fatores, um investimento em uma nova instalação para produção de PVC poderia ocorrer nas regiões de duque de Caxias ou Itaboraí que é bem próximo ao Comperj e também à região dos lagos, que seria uma ótima área fornecedora de matéria prima para a produção de Cloro e Soda.

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4. Adendo PVC - Suspensão

No processo de polimerização em suspensão, o MVC é disperso na forma de gotas de diâmetro entre 30 e 150 μm, em meio a uma fase aquosa contínua, por agitação vigorosa e na presença de um coloide protetor, também chamado dispersante ou agente de suspensão. Um iniciador solúvel no monômero é utilizado, de modo que a reação de polimerização ocorra dentro das gotas em suspensão, por um mecanismo de reações em cadeia via radicais livres.

Plantas comerciais de polimerização em suspensão utilizam reatores de batelada cujo tamanho aumentou significativamente ao longo dos anos. As plantas originais da década de 1940 possuíam reatores de aproximadamente 5m3, os quais evoluíram para reatores acima de 50 m3, ou cerca de 25 ton de resina seca por batelada, alcançando reatores de até 200 m3 atualmente.

A reação de polimerização do cloreto de vinila é extremamente exotérmica, e a capacidade de remoção de calor do meio reacional é geralmente o fator limitante para redução dos tempos de reação por batelada. Com o aumento do volume dos reatores essa limitação é agravada, uma vez que a relação superfície/volume diminui significativamente. Tentativas de aumento da capacidade de troca térmica no processo por meio da utilização de serpentinas geralmente não são viáveis, devido à dificuldade de limpeza e da possibilidade de incrustação, que tem efeitos adversos no produto final. Essa limitação geralmente é superada com o resfriamento do reator com água gelada ou por intermédio de condensadores de refluxo, os quais, por refluxo contínuo do monômero cloreto de vinila, faz uso de seu calor latente de vaporização para propósitos de resfriamento.

O carregamento do reator geralmente é iniciado com água desmineralizada, aditivos de polimerização, dispersantes (na forma de solução) e iniciadores. O reator é então selado e é feito alto vácuo para eliminar ao máximo o oxigênio do meio reacional, pois esse tem efeitos adversos no processo de polimerização, aumentando o tempo de reação e afetando as propriedades do produto final. Após o vácuo no reator, faz-se a carga do monômero cloreto de vinila liquefeito e o aquecimento da camisa do reator com vapor sob pressão, para início da reação. Uma vez que a reação é iniciada, o reator deixa de ser aquecido e passa a ser resfriado, pois a reação é exotérmica. A temperatura de reação, geralmente na faixa entre 50 e 70oC, é o principal parâmetro para definição do peso molecular da resina, geralmente expresso pelo valor K.

Sendo a conversão da reação atingida, geralmente na faixa dos 75 aos 95%, a reação é encerrada e o monômero remanescente é recuperado. O polímero obtido na forma de lama passa, então, por um processo de stripping, no qual o monômero cloreto de vinila remanescente é extraído por meio da aplicação de vácuo e temperatura, tanto em reatores comuns quanto em torres, nas quais a lama é submetida a contracorrente de vapor sob pressão.

A lama passa, então, por um processo de concentração via centrifugação, e a torta úmida resultante é seca em secadores de leito fluidizado. A resina seca é então peneirada para retenção de partículas extremamente grosseiras e armazenada em silos,

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para posterior acondicionamento nos diferentes sistemas de distribuição aos clientes, tais como sacaria de 25 kg, big bags de 1,2 t ou mais e mesmo caminhões-silo.

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5. Bibliografia

ProEditores Associados Ltda. , Tecnologia do PVC, 2ª Edição | Revista e Ampliada, Braskem. 2006;

Material cedido pelo Professor José Eduardo Pessoa de Andrade;

Site da Braskem - http://www.braskem-ri.com.br/;

Relatório anual de 2013 da Braskem - http://www.braskem-ri.com.br/Download.aspx?Arquivo=Q0PZT/MWbGDwx1IQ8J3iFA;

http://www.dce.com.cn/portal/info?cid=1272429421100&iid=1292572935100&type=CMS.STD;

Site Instituto do PVC - http://www.institutodopvc.org/publico/;

Site do Comperj - http://www.comperj.com.br;

Boletim SIMPEP - http://simpep.com.br/wp/wp-content/uploads/2011/04/Boletim-SIMPEP-61.pdf;

Site AFAP - http://www.afap.org.br/;

http://www.deloitte.com/assets/Dcom-Russia/Local%20Assets/Documents/Energy%20and%20Resources/dttl_PVC-markets-of-Europe-and-South-EastAsia_EN.pdf;

http://www.shinetsu.co.jp/en/ir/pdf/2013/AR2013_5.pdf;

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/12/18/braskem- fecha-a-compra-da-rival-solvay-indupa-por-us-290-milhoes;

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,braskem-fecha-a-compra-da-rival-solvay-indupa-por-us-290-milhoes,1109856,0.htm;

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,braskem-quer-usar-comperj-para-elevar-oferta-de-pvc-no-pais,759000,0.htm;

http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios-geral,braskem-vende-menos-resinas-no-brasil-no-3-trimestre,169587,0.htm;

http://www.abief.com.br/noticias.php;

https://blogdoplastico.wordpress.com/tag/instituto-do-pvc/;

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http://www.abiplast.org.br/noticias/abiplast-teme-concentracao-no-pvc/20140108090748_P_843;

http://pt.slideshare.net/GabrielaBegalli/trabalho-sobre-pvc;

http://www.slideshare.net/ninocarvalho/modelo-das-5-foras-competitivas-de- michael-porter;

http://www.funcex.org.br/material/redemercosul_bibliografia/biblioteca/ESTUDOS_BRASIL/BRA_144.pdf;

Site Syntex - http://syntex.com.br/?page_id=1047;

Site EfeitoPlástico - http://www.efeitoplastico.com.br/pvc.htm.

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