trabalho legislação aplicada

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE Faculdade de Engenharia Engenharia Civil CAMILA CRUZ Responsabilidade Civil do Engenheiro Civil Solidez na Construção Civil

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Page 1: Trabalho Legislação Aplicada

UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE

Faculdade de EngenhariaEngenharia Civil

CAMILA CRUZ

Responsabilidade Civil do Engenheiro Civil

Solidez na Construção Civil

Legislação Aplicada6º Período

Page 2: Trabalho Legislação Aplicada

Responsabilidade Civil do Engenheiro Civil

Solidez na Construção Civil

À disciplina Legislação Aplicada Ministrada na

Universidade Vale do Rio Doce.

Tem por objetivo Possibilitar o conhecimento dos

principais temas da área Jurídica com foco

exemplificativo voltado para Engenharia.

Conduzindo o aluno, durante todo o semestre a

uma compreensão detalha e objetiva referente à

sua área de atuação e propiciando uma visão

holística dentro do direito aplicado à Engenharia.

Orientador: Fabrício Coelho Soalheiro

GOVERNADOR VALADARES

Page 3: Trabalho Legislação Aplicada

2014

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................4

RESPONSABILIDADE OBJETIVA....................................................................................................................4

REFERÊNCIA NORMATIVA..............................................................................................................................6

CASO CONCRETO I......... ..................................................................................................................................7

CASO CONCRETO II...........................................................................................................................................9

CONCLUSÃO.......................................................................................................................................................16

SOLIDEZ NA CONSTRUÇÃO CIVIL - INTRODUÇÃO.................................................................17

SEGURANÇA DO TRABALHADOS X ACIDENTE DE TRABALHO..............................................18

NORMAS REGULAMENTADORAS................................................................................................................21

CONCLUSÃO.......................................................................................................................................................24

REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................25

Page 4: Trabalho Legislação Aplicada

4

INTRODUÇÃO

RESPONSABILIDADE QUE INDEPENDE DE CULPA

Meirelles (1996) relata bem em capítulo sobre a responsabilidade por danos

a vizinhos e terceiros, que: “A construção, por sua própria natureza, e mesmo sem

culpa de seus executores, comumente causa danos à vizinhança, por recalques do

terreno, vibrações do estaqueamento, queda de materiais e outros eventos comuns

na edificação”

Tais danos hão de ser reparados por quem os causa e por quem aufere os proveitos

da construção. É um encargo de vizinhança, expressamente previsto no CC/2002,

art.1.299, que, ao garantir ao proprietário a faculdade de levantar em seu terreno as

construções que lhe aprouver, assegurou aos vizinhos à incolumidade de seus bens

e de suas pessoas e condicionou as obras ao atendimento das normas

administrativas.

“ Essa responsabilidade independe da culpa do proprietário ou do construtor,

uma vez que se origina da ilicitude do ato de construir, mas, sim, da lesividade

do fato da construção. É um caso típico de responsabilidade sem culpa,

consagrado pela lei civil, exigindo não mais que a prova da lesão e do nexo de

causalidade entre a construção vizinha e o dano, surgindo a responsabilidade

objetiva e solidária de quem ordenou e de quem executou a obra lesiva ao

vizinho.”

Daí a afirmativa de Pontes De Miranda que: “a pretensão à indenização que nasce

da ofensa a direito de vizinhança é independente de culpa.”.

Fique bem frisada, responsabilidade objetiva, definição: Independe da existência de

culpa, bastando provar o nexo de causalidade entre o evento e o dano para que

surja o dever de indenizar, independentemente de haver ou não culpa do causador.

Conforme esta teoria, exposta acima.

Page 5: Trabalho Legislação Aplicada

5

RESPONSABILIDADE CIVIL

Os princípios jurídicos em que se funda a responsabilidade civil, para efeito de

reparação do dano injustamente causado, provém do Direito Romano:

“neminem laedere”, que significa “não lesar a ninguém”.

Esta responsabilidade é, propriamente, contratual distinguindo-se, por isso, da

responsabilidade fundada no ato ilícito, uma vez que decorre da apuração do fato

que estabelecerá a pena imposta ao agente ou responsável pela prática do ato

ilícito.

A todo instante surge o problema da responsabilidade civil, pois a cada atentado

sofrido pela pessoa, relativamente no que concerne à sua honra, moral ou ao seu

patrimônio, constitui-se um desequilíbrio onde se torna imprescindível invocar-se o

instituto da responsabilidade civil a fim de restabelecer o “status quo ante” (devolver

ao estado em que se encontrava antes da ocorrência do ato ilícito).

A fonte geradora da responsabilidade civil é justamente o interesse em se

restabelecer o equilíbrio violado pelo dano, em consequência de ato ilícito ou lícito

provocado pelo agente, isto é, atos que por provocarem danos à lei, resumem-se em

responsabilidade para o agente.

A obrigação de indenizar, fundada na responsabilidade civil, equilibra a situação

anterior e posterior ao dano sofrido pela vítima, por meio do ressarcimento.

Dessa forma, o instituto da responsabilidade civil tem duas funções primordiais:

garantir o direito do lesado à segurança; e servir como sanção civil, de natureza

compensatória, mediante a reparação do dano causado a outrem.

A responsabilidade civil, para ser caracterizada, impõe a ocorrência de 03 (três)

fatos ou circunstâncias, indispensáveis simultaneamente, sem os quais não há como

se falar na aplicação desta sanção.

Esses pressupostos são os seguintes:  * Ação ou omissão;  * Dano;  * Elo de

causalidade entre ação/omissão e dano.

Em relação às estruturas, o profissional é responsável pela mesma por 50 anos.

O exercício profissional nas áreas de Engenharia é regulamentado pela Lei Federal

5194/66. Casos como o desabamento do edifício Palace II em 1998 e o incêndio na

boate kiss mais recente janeiro de 2013, tomaram repercussão mundial, causando

sério descrédito na atividade de construção, fazendo com que a sociedade passasse

a exigir dos órgãos públicos, providências

Page 6: Trabalho Legislação Aplicada

6

mais severas, em decorrência da perda de vidas que geralmente ocorrem nesses

tipos de incidentes. 

OS PRINCIPAIS DISPOSITIVOS DE LEI, A RESPEITO DO ASSUNTO:

Art. 5º - “Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade

do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade, nos termos

seguintes:

X - “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,

assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua

violação”.

Art. 37º - “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao

seguinte:

§ 6º - “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privados prestadoras de

serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,

causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos

casos de dolo ou culpa”.

CÓDIGO CIVIL     

  Art. 159º - “Aquele que, por ação ou omissão involuntária, negligência, ou

imprudência, violar o direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o

dano”.

      Art. 1056 º - “Não cumprindo a obrigação, ou deixando de cumpri-la, pelo modo e

nos tempo devidos, responde o devedor por perdas e danos”.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Art.14º - “O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de

culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos

Page 7: Trabalho Legislação Aplicada

7

à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes sobre sua fruição

e riscos”.

CASO CONCRETO I DESABAMENTO DO PALLACE II

O edifício Palace II foi construído pela Construtora Sersan de Sérgio Naya em 1990,

com previsão de conclusão para 1995, tendo havido, no entanto um atraso na

conclusão da obra. Segundo os moradores, em 1996 o edifício foi interditado pela

Defesa Civil após ter morrido um operário ao cair no fosso do elevador que

apresentava defeito.

A construtora já havia sido processada quatro vezes em virtude da má construção

do prédio, que não havia recebido o habite-se da prefeitura.

No dia 22 de fevereiro de 1998, o edifício Palace 2, na Barra da Tijuca (zona oeste

do Rio), desabou parcialmente, causando a morte de oito pessoas e deixando 150

famílias desabrigadas. Nos cinco dias seguintes, a área ficou isolada e em estudo,

até que uma outra coluna veio abaixo, destruindo mais 22 apartamentos e, no sexto

dia, a Justiça decidiu por implodir toda a construção.Três dias depois do primeiro

desabamento, o nome do então deputado federal Sérgio Naya começou a entrar no

foco das acusações. Ele era o dono da Sersan, empresa que construiu o edifício.

Um dia após ao desabamento da coluna lateral do Palace 2, a Sersan divulgou uma

nota em que diziaquerer crer "que esse efeito [o desabamento] apenas ocorreria por

força de uma sobrecarga ocasionada por algum proprietário que, em seu

apartamento, estivesse realizando obras fora das especificações e da capacidade de

carga das varandas".O Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia do Rio de Janeiro) apontou "erro grosseiro no dimensionamento" de

pilares e afirmou que Naya era o responsável pela obra. Um laudo criminal afirmou

ter encontrado pedaços de madeira, sacos de cimento, jornal e plástico junto ao

concreto de pilares do Palace II, e um parecer técnico da Justiça do Rio também

apontou, na época, que foram utilizados materiais reaproveitados e de baixa

qualidade e diversos erros básicos na execução do prédio.

Entre eles, a presença de umidade e pedaços de mármore soltos na estrutura,

pilares com estufamento e corrosão, revestimentos com placas soltas e infiltrações.

Os bens de Sérgio Naya foram bloqueados no dia 3 de março de 1998. Em abril de

Page 8: Trabalho Legislação Aplicada

8

2004, o juiz Luís Felipe Salomão, da 4ª Vara Empresarial do Rio, determinou que

fossem leiloados para pagar indenizações às vítimas. No entanto, o processo foi

contestado em várias instâncias, tanto pela competência do juiz em decidir a

destinação do dinheiro, quanto pelo fato de Naya já ter dívidas anteriores com o

Banco do Brasil e a prefeitura do Rio de Janeiro, que exigiam prioridade na quitação.

Os primeiros leilões só ocorreramem 2005.

Depois de ter a prisão decretada em dezembro de 1999, e revogada em seguida, o

dono da construtora e responsável pela obra, foi absolvido em maio de 2001 pela

tragédia do Palace II, mas teve cassados o mandato de deputado federal e o registro

profissional de engenheiro.

Em dezembro de 2002, Sérgio Naya foi julgado e condenado a dois anos e oito

meses em regime aberto. A pena acabou sendo revertida em prestação de serviços

comunitários e pagamento de 360 salários mínimos a entidades sociais. Em março

de 2004, no entanto, Naya foi preso por falsidade ideológica e falsificação de

documento público. Cento e seis dias depois, um pedido de habeas-corpus colocou

o ex-deputado em liberdade novamente. Em 2005, foi absolvido de responsabilidade

no desabamento do Palace II.

Em fevereiro de 2008, Sérgio Naya, que recebia uma pensão mensal por ser ex-

deputado federal, foi indiciado em um novo processo. Desta vez, foi acusado de

fraude de execução fiscal para impedir o pagamento de indenização: ele se

desfizera de um terreno usando laranjas para que o imóvel não entrasse no

patrimônio leiloado pela Justiça. Naya chegou a passar 137 dias preso.

Em 20 de fevereiro de 2009, Sérgio Naya foi encontrado morto no quarto de um

hotel em Ilhéus, na Bahia. Um médico legista, amigo do empresário, confirmou que o

ex-deputado morreu de enfarto. Na ocasião, devia mais de 70 milhões de reais em

processos judiciais.

Das 176 famílias vítimas da tragédia, 120 entraram na Justiça contra Sérgio Naya.

O ex-deputado foi condenado a pagar indenizações que variavam entre R$ 200 mil e

R$ 1,5 milhão a cerca de 120 famílias do Palace 2. Alegou, contudo, não ter

dinheiro, e seus bens começaram a ser leiloados, em um processo que se desenrola

até hoje,quinze anos depois, apenas 40% das indenizações devidas foram pagas.

Até 2013, foram realizados sete leilões de imóveis da construtora Sersan. O último

Page 9: Trabalho Legislação Aplicada

9

aconteceu em 2009, pouco após a morte do ex-deputado federal. Desde então,

essas indenizações estão paralisadas.

CASO CONCRETO II

INCÊNDIO BOATE KISS

 Incêndio na boate Kiss foi um evento que matou 242 pessoas3 e feriu 116 outras

em uma discoteca da cidade de Santa Maria, no estado brasileiro do Rio Grande do

Sul. O incêndio ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 e foi causado

pelo acendimento de um sinalizador por um integrante de uma banda que se

apresentava na casa noturna. A imprudência e as más condições de segurança

ocasionaram a morte de mais de duas centenas de pessoas.

O sinistro foi considerado a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas

em um incêndio, sendo superado apenas pela tragédia do Gran Circus Norte-

Americano, ocorrida em 1961, em Niterói, que vitimou 503 pessoas,4 5 e teve

características semelhantes às do incêndio ocorrido na Argentina, em 2004, na

discoteca República Cromañón.6 Classificou-se também como a quinta maior

tragédia da história do Brasil,7 a maior do Rio Grande do Sul,8 a de maior número

de mortos nos últimos cinquenta anos no Brasil9 e o terceiro maior desastre em

casas noturnas no mundo.10

Procedeu-se a uma investigação para a apuração das responsabilidades dos

envolvidos, dentre eles os integrantes da banda, os donos da casa noturna e o

poder público. O incêndio iniciou um debate no Brasil sobre a segurança e o uso

de efeitos pirotécnicos em ambientes fechados com grande quantidade de pessoas.

A responsabilidade da fiscalização dos locais também foi debatida na mídia. Houve

manifestações em toda a imprensa nacional e mundial, que variaram de mensagens

de solidariedade a críticas sobre as condições das boates no país e a omissão das

autoridades.

Page 10: Trabalho Legislação Aplicada

10

AS AUTORIDADES

O caso da boate Kiss foi uma grande sequência de erros e omissões dos poderes

públicos:

1- um documento precário emitido pelos bombeiros foi usado como Plano de

Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) em 26 de junho de 2009;

2- apesar das fragilidades desse documento, o primeiro alvará de incêndio foi

concedido pelo Corpo de Bombeiros, em agosto de 2009, com vigência de um ano;

3- a boate começou a funcionar em 31 de julho de 2009, somente com o alvará de

incêndio, sem o alvará de localização da prefeitura, só emitido em 2010;

4- de agosto de 2010 a agosto de 2011, a Kiss ficou sem o alvará dos bombeiros,

que só foi renovado em 9 de agosto de 2011;

5- na data de incêndio, o alvará estava novamente vencido;

6- a engenheira responsável pelo PPCI disse ter elaborado o plano conforme uma

planta-baixa em 2009, mas não acompanhou a execução das obras;

7- a boate foi notificada para fechar as portas em 1º de agosto de 2009, devido à

falta do alvará de localização;

8- em vez de ser fechada, a boate foi somente multada, pelo menos quatro vezes,

entre agosto e dezembro de 2009;

9- as multas foram aplicadas sucessivamente sem que o alvará fosse expedido e

com a boate continuando a funcionar;

10- o alvará de localização foi finalmente expedido em 14 de abril de 2010, depois

de oito meses de funcionamento;

11- a fiscalização da prefeitura fez uma vistoria em 9 de abril de 2012 e descobriu

que o alvará de incêndio estava prestes a vencer;

12- nenhuma providência foi tomada

Page 11: Trabalho Legislação Aplicada

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Especialistas passaram a defender uma legislação única para prevenir eventos

semelhantes. Naquele momento, o poder executivo municipal fiscalizava os

aspectos gerais do projeto arquitetônico e os bombeiros vistoriavam o plano de

combate a incêndios. O acidente da boate denunciou a fragilidade desse sistema

tendo em vista que a legislação municipal, mais flexível, foi utilizada no lugar da

legislação estadual contra incêndios, que exigia, por exemplo, a existência de duas

portas em boates. Uma consequência constrangedora foi o jogo de empurra-

empurra entre as autoridades após o incêndio, cada qual tentando transferir a

responsabilidade para as outras.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, determinou uma vistoria maciça das

boates do estado. Das 303 casas visitadas até 31 de janeiro, 111 não tinham alvarás

de incêndio e 66 tinham alvarás válidos, mas irregulares; o que ensejou um prazo de

dez dias para regularização sob pena de cassação do alvará. A fiscalização atingiu

boates com mais de mil metros quadrados e deveria ser estendida a salas de

cinema, teatros e salões de clubes.

Além disso, o prefeito Fernando Haddad assinou um acordo com os bombeiros para

fiscalização conjunta na capital e determinou a criação de uma legislação municipal

mais rígida por meio da formação de uma comissão especializada.85 86 Houve

também vistorias no estado de Minas Gerais, com atuação conjunta de bombeiros,

prefeituras e polícia militar. Quatro casas noturnas foram fechadas no município

de Pouso Alegre, quatro em Cambuí e duas em Alfenas, todas por falta de alvará de

incêndio.

Em 2 de fevereiro, o promotor João Marcos Adede y Castro anunciou que havia

entrado com uma requisição de vistoria da boate junto ao Ministério Público, em

2011, devido às más condições da casa noturna. "Eu recebia muitas denúncias de

bombeiros que iam fiscalizar os locais e não eram obedecidos pelos proprietários.

Então, eles me procuravam porque se sentiam impotentes e não conseguiam obrigar

os donos a seguirem as leis. Foi o caso da denúncia dessa boate", disse ele. A

comunicação tinha como destinatário a representação local da Brigada Militar, a

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denominação gaúcha para a Polícia Militar. O Comando-Geral da Brigada Militar no

estado é o responsável pelo Corpo de Bombeiros em todo o Rio Grande do Sul.

O promotor afirmou ter feito mais de quatrocentos pedidos de fiscalização nas

empresas do município, mas a resistência era grande por causa do custo de

prevenção e não havia ação das autoridades.

O incêndio também iniciou uma discussão sobre o uso de comandas, isto é, a forma

de pagamento em que o cliente da boate acerta as contas somente quando vai sair.

Um projeto de lei municipal, de autoria da vereadora Séfora Mota, foi proposto em

Porto Alegre para criar novas formas de pagamento: pagamento no momento do

consumo, venda de fichas que seriam trocadas pelo produto no transcorrer da festa

ou utilização de um cartão pré-pago para o consumo. Entretanto, especialistas

disseram que a solução mais viável seria modificar o Código de Defesa do

Consumidor de modo a estabelecer o pagamento imediato na entrega dos produtos,

isso evitaria que as portas fossem trancadas para evitar a saída dos clientes.89

Uma comissão da Câmara dos Deputados foi formada com o objetivo de ir a Santa

Maria para estudar as falhas da legislação que levaram ao acidente e com isso

propor uma nova lei de âmbito federal para as regras de segurança e de

licenciamento de casas noturnas. O projeto de lei, de autoria do deputado Paulo

Pimenta, pretendia obrigar as boates a cumprirem exigências da Associação

Brasileira de Normas Técnicas e obrigar as prefeituras a divulgarem nos seus sítios

de Internet a situação legal das casas noturnas para que todas as pessoas

soubessem a respeito de alvarás e outros fatores de segurança.

Um mês depois da tragédia, não havia mais muito movimento nos meios de

comunicação, mas muitas ações concretas haviam sido implementadas em todo o

país. Cerca de quinhentas boates e casas de shows haviam sido interditadas até

regularizarem sua situação. Em Manaus, onde o número de interdições chegou a 66,

o prefeito Arthur Virgílio Neto enviou um projeto de lei, para votação em regime de

urgência, a fim de banir o uso de fogos de artifícios em casas noturnas, bares e

restaurantes.

A prefeitura de São Paulo criou um sistema de Internet para que as pessoas

verificassem as condições de segurança em todos os locais de reunião da cidade.

Em Minas Gerais, onde 755 empresas foram vistoriadas, os bombeiros

apresentaram sugestões para melhorar a legislação estadual em uma audiência

Page 13: Trabalho Legislação Aplicada

13

pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte, que seriam depois enviadas à

Assembleia Legislativa. Na capital, 21 boates foram interditadas.

No Rio de Janeiro, 209 boates foram vistoriadas e somente cinco por cento tinham

segurança total contra incêndios. Segundo o secretário de Defesa Civil do Rio de

Janeiro, coronel Sérgio Simões, em 2012, 439 casas de reunião de público, dentre

restaurantes, teatros, boates e locais com música ao vivo, solicitaram vistorias do

Corpo de Bombeiros para regularização. Apenas 257 locais foram aprovados.

O incêndio da boate foi também o maior acidente de trabalho já ocorrido no Rio

Grande do Sul, conforme relatório do Ministério Público do Trabalho. A Kiss tinha 35

trabalhadores, dezessete com carteira de trabalho assinada e dezoito sem registro,

desse total catorze morreram no incêndio. Além disso, outros dois trabalhadores

foram identificados entre as vítimas e mais seis eram profissionais de segurança

terceirizados e músicos das bandas que tocariam naquela madrugada.

A procuradora de Santa Maria, Bruna Iensen Desconzi, abriu um procedimento para

regularização de casas noturnas, quanto à prevenção de incêndios, em todo o

estado, além de inspecionar pessoalmente o local no dia seguinte.

A procuradoria também pediu que a prefeitura enviasse uma lista de boates e outros

locais com capacidade acima de cinquenta pessoas na cidade, cujos alvarás seriam

vistoriados para evitar que novos acidentes acontecessem. Embora não seja um

órgão fiscalizador, o MPT pode pedir ao Ministério do Trabalho e Emprego que

efetue a vistoria do local, que pode então ser notificado ou interditado. Dezoito

profissionais que atuavam na Kiss, quando ouvidos pela Polícia Civil, disseram que

não receberam treinamento para usar extintores nem para evacuação em casos de

tumultos ou incêndios, além do que os seguranças não tinham equipamentos de

comunicação. Eles poderiam pedir benefícios previdenciários ao INSS e entrar com

ações na Justiça Trabalhista.

Em 23 de maio, o Senado aprovou um relatório sobre a legislação contra incêndios

no Brasil. A Confederação Nacional de Municípios participou das discussões e

provou que apenas catorze por cento dos municípios do país tinham instalações de

bombeiros, logo mais de quatro mil não tinham esse serviço. As conclusões do

relatório foram: criar uma minuta do Código Nacional de Segurança Contra Incêndio

e Pânico; regulamentar as atividades dos corpos de bombeiros militares e dos

bombeiros civis, municipais e voluntários; padronizar os procedimentos operacionais

Page 14: Trabalho Legislação Aplicada

14

para os corpos de bombeiros; e desenvolver um programa educacional nas escolas.

A comissão temporária que elaborou esse relatório trabalhou por sessenta dias,

realizando seis reuniões e audiências públicas com especialistas da área e

empresários promotores de eventos com grande público.

PARECER ESPECIALIZADO

O jurista Rizzato Nunes publicou um artigo na Internet expondo sua visão legal dos

fatos. Segundo o especialista, a responsabilidade objetiva se aplicaria tanto à boate

como ao poder público, respectivamente conforme o Código de Defesa do

Consumidor e a Constituição. Essa forma de responsabilidade consiste em verificar

somente se houve nexo de causalidade entre o dano sofrido pela pessoa e a

conduta do agente em serviço, não cabendo a discussão de culpa do agente. Ou

seja, havendo dano e causalidade, a boate e o estado teriam que indenizar as

vítimas sem que se discutisse a culpa de um ou de outro.

Esse nexo de causalidade seria fácil de provar tanto no caso da boate, com suas

atitudes veiculadas na mídia, como no caso da omissão dos órgãos públicos em

termos de fiscalização. Não se verificavam situações que pudessem afastar a

responsabilidade objetiva, como a culpa exclusiva do consumidor ou da vítima, e os

integrantes da banda teriam responsabilidade solidária com os sócios da boate.

Além disso, a tese de irresponsabilidade do estado em caso de omissão foi

pacificada pelo Supremo Tribunal Federal.

As compensações financeiras seriam: pensão em decorrência dos prejuízos

materiais que os sobreviventes e os familiares das vítimas tiveram que suportar, a

exemplo de impossibilidade de trabalhar e hospitalização; e também indenização por

danos morais, entendidos como o sofrimento psicológico causado às vítimas. Essa

indenização poderia ser atenuada pela prestação de assistência pelo agente às

vítimas.

Rizzato também iniciou um abaixo-assinado para pleitear que os deputados e

senadores ou a presidente Dilma Roussef elaborassem, respectivamente,

um projeto de lei ou uma medida provisória para alterar o código do consumidor no

sentido de evitar a superlotação das boates e extinguir as comandas. Rizzato Nunes

era professor de Direito, mestre e doutor em Filosofia do Direito pela PUC-SP. Era

Page 15: Trabalho Legislação Aplicada

15

também livre-docente em Direito do Consumidor pela PUC-SP

e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo

ACUSADOS DE INCÊNDIO NA BOATE KISS SÃO SOLTOS

Os quatro principais acusados pelo incêndio na boate Kiss que deixou 242 mortos

em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, foram soltos na noite desta quarta-feira. Eles

deixaram o presídio na mesma cidade onde ocorreu o incêndio após decisão da

Justiça. Por decisão unânime, a 1ª Câmara Criminal do TJ-RS avaliou que os dois

sócios da boate e os dois integrantes da banda que tocava no local não oferecem

perigo à sociedade, por serem réus primários e não terem "traço excepcional de

maldade".

Familiares de vítimas na Kiss protestam após Justiça soltar acusados

Os sócios da Kiss, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, são acusados de ter

instalado espuma inadequada na casa. Já o vocalista Marcelo dos Santos e o

produtor Luciano Leão, da banda Gurizada Fandangueira, por terem usado o

artefato pirotécnico que causou o incêndio.

Presos há quatro meses, desde o dia seguinte à tragédia, os quatro respondem por

homicídio doloso qualificado e tentativa de homicídio. A revogação da prisão

decorreu de análise de pedido da defesa do vocalista, e foi estendida a todos os

réus. Relator do caso, o desembargador Manoel Lucas avaliou que "não se

vislumbra na conduta dos réus elementos de crueldade, hediondez e desprezo pela

vida humana que se encontram [...] em outros casos de homicídios".

Após a sessão, cerca de 30 familiares e amigos das vítimas fizeram um protesto em

frente ao TJ, com fotos dos parentes e pedidos por justiça.

"Os magistrados não sentiram nossa dor. Todo o trabalho psicológico que fizemos

foi para o lixo e a culpa é do Judiciário", afirmou Adherbal Ferreira, presidente da

associação de familiares de vítimas

Na sessão de hoje, os magistrados também julgaram um pedido da defesa de Spohr

para anular o recebimento, pela Justiça, da denúncia (acusação) do caso.

Page 16: Trabalho Legislação Aplicada

16

Os desembargadores negaram o pedido, considerando que ficou demonstrada a

materialidade dos fatos e a participação dos acusados.

O Ministério Público informou que ainda irá analisar se recorrerá da decisão que

liberou os réus. Além dos presos que ganharam liberdade, também são réus no caso

dois bombeiros acusados de adulterar documentos após o incêndio e duas pessoas

acusadas de mentir à polícia durante a investigação. Todas respondem em

liberdade.

CONCLUSÃO

É imprescindível que o profissional conheça as limitações e repercussões dos seus

atos, evitando danos e a responsabilização nas mais diversas esferas, que surge

como fenômeno de contrapartida social aos atos praticados.

O domínio da técnica e tecnologia, conhecimento dos limites de bens, materiais e

serviços aplicados nas mais diversas áreas tecnológicas, possibilita evitar a

ocorrência do afastamento das prescrições estatuídas no Ordenamento Jurídico,

possibilitando assim o cumprimento do objetivo social da atividade.

Portanto, é fundamental a observância às Normas Técnicas e à execução de

orçamento prévio de projeto completo com especificação correta de qualidade e

materiais, garantia contratual (contrato escrito) e legal (ART) e principalmente, que

esteja atendo à evolução do direito e da tecnologia.

Page 17: Trabalho Legislação Aplicada

17

SOLIDEZ NA CONSTRUÇÃO CIVIL

INTRODUÇÃO

A construção é um dos ramos mais antigos do mundo. Desde que o homem vivia em

cavernas ate os dias de hoje, a indústria da construção civil passou por um grande

processo de transformação.

Em decorrência das construções, seja ela na fase de execução ou já pronta, tivemos

a perda de milhões de vidas, provocadas por acidentes de trabalho ou pelos

acidentes que ocorrem em obras já prontas, como desabamento de prédios

causados por terremotos, negligencia dos moradores no sentido de fazer alterações

nos prédios sem um estudo prévio da obra, deslizamentos de terras que destroem

inúmeras moradias, deixando pessoas desabrigadas ou desalojadas.

O objetivo desse trabalho é mostrar os diversos fatores que precisam trabalhar de

forma harmônica e muito bem clara para que assim realmente a solides da

construção civil seja emanada de um rol teórico e seja aplicada às nossas vidas.

Quando falamos em segurança do trabalhador o foco é expor os riscos sofridos

pelos trabalhadores na execução de uma obra, evidenciando os principais cuidados

que eles devem ter durante o período de construção e as condições de trabalho e

equipamentos que os proprietários da obra ou a empresa responsável por ela são

obrigados a fornecer aos seus funcionários, para garantir sua integridade física. E

Page 18: Trabalho Legislação Aplicada

18

também vamos explicitar as consequências para a empresa caso o funcionário sofra

algum acidente durante a realização da obra. Já o objetivo do trabalho quando

pensamos em segurança da obra concluída é explicitar os fatores necessários para

que uma construção suporte as condições climáticas e geológicas do local em que

foi construído, evitando assim que a obra desabe

SEGURANÇA DO TRABALHADOR x ACIDENTE DO TRABALHO

Devido à magnitude e diversidade dos problemas gerados na construção civil, não é

possível a criação de uma solução-tipo para a organização e desenvolvimento das

atividades relativas à proteção da integridade física dos trabalhadores. No entanto a

eficiência de um programa de segurança do trabalho em uma obra de construção

depende da participação e colaboração de todas as partes envolvidas, desde os

serventes até os engenheiros e médicos para por em prática os seguintes princípios:

- Programação de todos os trabalhos, a fim de reduzir ao mínimo os danos

humanos, materiais e econômicos;

-Estabelecimento de um sistema eficaz para localizar e corrigir, rapidamente, as

condições e as práticas inseguras;

- A disponibilidade e vigilância para que se utilizem os equipamentos de proteção

individual ou coletiva e que toda máquina, equipamento ou ferramenta tenha sua

proteção adequada;

-Implantação de um sistema efetivo de inspeção e manutenção de maquinas,

equipamentos e ferramentas de trabalho;

-Investigação dos acidentes, determinando as causas e tomando as medidas

necessárias para evitar sua ocorrência e repetição;

-Estabelecimento de um programa para manter o interesse e colaboração de todos

os níveis da empresa;

Page 19: Trabalho Legislação Aplicada

19

Cada obra tem seus próprios problemas de segurança, então cada programa deve

ser adaptado às condições e ao meio ambiente onde serão executados os trabalhos.

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa

ou pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional

que cause a morte, ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da

capacidade para o trabalho.

A incidência do acidente do trabalho ocorre em três hipóteses:

  * Quando ocorrer lesão corporal;

  * Quando ocorrer perturbação funcional ou;

  * Quando ocorrer doença.

Consideram-se acidente do trabalho, as seguintes entidades mórbidas:

  * Doença Profissional – É desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a

determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho

e da Previdência Social;

  * Doença do Trabalho – É desencadeada em função de condições especiais em

que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação

elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

  * Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por

esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra,

independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de

propriedade do segurado;

  * No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer

que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.·.

A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO - CLT

A CLT surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, sancionada pelo

então presidente Getúlio Vargas, unificando toda legislação trabalhista existente no

Brasil. Seu principal objetivo é a regulamentação das relações individuais e coletivas

do trabalho, nela previstas. 

Page 20: Trabalho Legislação Aplicada

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A Consolidação das Leis do Trabalho, cuja sigla é CLT, regulamenta as relações

trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto no rural. Desde sua publicação já

sofreu várias alterações, visando adaptar o texto às nuances da modernidade.

Apesar disso, ela continua sendo o principal instrumento para regulamentar as

relações de trabalho e proteger os trabalhadores.

A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO - CLT

Seus principais assuntos são:

  * Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho;

  * Jornada de Trabalho;

  * Período de Descanso;

  * Férias;

  * Medicina do Trabalho;

  * Categorias Especiais de Trabalhadores;

  * Proteção do Trabalho da Mulher;

  * Contratos Individuais de Trabalho;

  * Organização Sindical;

  * Convenções Coletivas;

  * Fiscalização;

  * Justiça do Trabalho e Processo Trabalhista.

Page 21: Trabalho Legislação Aplicada

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NORMAS REGULAMENTADORAS 

As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho,

são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos

públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes

Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das

Leis do Trabalho - CLT. 

O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e

medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades

previstas na legislação pertinente. 

Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento de suas

obrigações com a segurança do trabalho. 

As Normas Regulamentadoras vigentes estão listadas adiante: 

  * NR 01 - Disposições Gerais 

  * NR 02 - Inspeção Prévia 

  * NR 03 - Embargo ou Interdição 

  * NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do

Trabalho 

  * NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 

  * NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI 

  * NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional 

  * NR 08 - Edificações 

  * NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais 

  * NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade 

  * NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais 

  * NR 12 - Máquinas e Equipamentos 

  * NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão 

  * NR 14 - Fornos 

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  * NR 15 - Atividades e Operações Insalubres 

  * NR 16 - Atividades e Operações Perigosas 

  * NR 17 - Ergonomia 

  * NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 

  * NR 19 – Explosivos 

  * NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis 

  * NR 21 - Trabalho a Céu Aberto 

  * NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração 

  * NR 23 - Proteção Contra Incêndios 

  * NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho 

  * NR 25 - Resíduos Industriais 

  * NR 26 - Sinalização de Segurança 

  * NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB

(Revogada pela Portaria GM n.º 262/2008)

  * NR 28 - Fiscalização e Penalidades 

  * NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário 

  * NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário 

  * NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,   

Pecuária Silvicultura,     Exploração Florestal e Aquicultura 

  * NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde 

  * NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 

  * NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e

Reparação Naval 

  * NR 35 - Trabalho em Altura                  

  * NRR 1 -  Disposições Gerais (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

  * NRR 2 -  Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural

(Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

  * NRR 3 -  Comissão Interna De Prevenção De Acidentes Do Trabalho Rural

(Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

  * NRR 4 -  Equipamento De Proteção Individual - EPI(Revogada pela Portaria MTE

191/2008)

  * NRR 5 -  Produtos Químicos (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

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NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO

Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece diretrizes de ordem administrativa,

de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de

controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no

meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção. 

Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I,

Código da Atividade Específica, da NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia

de Segurança e em Medicina do Trabalho e as atividades e serviços de demolição,

reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de

pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização

e paisagismo.

É vedado o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras, sem

que estejam assegurados pelas medidas previstas nesta NR e compatíveis com a

fase da obra. (118.001-0 / I3) 

A observância do estabelecido nesta NR não desobriga os empregadores do

cumprimento das disposições relativas às condições e meio ambiente de trabalho,

determinadas na legislação federal, estadual e/ou municipal, e em outras

estabelecidas em negociações coletivas de trabalho. (118.002-9 / I3)

A NR 18 estabelece condições para o trabalho na Indústria da Engenharia Civil,

sendo específica sobre as instalações físicas necessárias, infraestrutura,

equipamento de segurança, assistência médica nos campos de obras entre outros

tópicos fundamentais.

Apesar de todas as legislações criadas, ainda ocorrem muitos acidentes em

construções. Segundo a Previdência Social, foram registrados cerca de 58067

acidentes de trabalho, contudo deve-se levar em conta a grande quantidade de

acordos realizados ou acidentes que não são registrados.

CADASTRO DE COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO - CAT

A Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente na Lei nº

5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95,

regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97.

A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou

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doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de

multa em caso de omissão.

Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e exato

preenchimento do formulário, tendo em

vista as informações nele contidas, não apenas do ponto de vista previdenciário,

estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social:

CONCLUSÃO

Quem trabalha na área da construção civil realiza sua atividade de trabalho em

condições precárias e insalubres e acaba se arriscando em certas tarefas. Não

recebe salários dignos e nem suporte adequado para a alimentação e meio de

transporte, e desconhece a possibilidade de exigir condições de trabalho melhores.

Assim, possui pequena capacidade reivindicatória e consequentemente sua

conscientização sobre os riscos ao qual é submetido é reduzida.

Quando tais trabalhadores sofrem acidente de trabalho são atendidos pelo sistema

público de saúde, e dessa maneira os acidentes não são oficialmente informados à

Previdência Social.

Então, a segurança na Engenharia Civil é necessária para que ocorram menos

acidentes e que os trabalhadores tenham melhores condições de trabalho e de vida.

As construções devem ser realizadas nas condições exigidas pelo meio ambiente,

pelas leis e pelo bem estar dos indivíduos. Erros de cálculo ou obras construídas em

locais perigosos podem vir a desabar. Isso acarreta vários acidentes, sejam grandes

ou pequenos, colocam a vida das pessoas em risco. 

          Como fenômenos naturais acontecem conforme a natureza manda, a

humanidade sofre com a perda de suas residências e estabelecimentos por

tragédias naturais. Novas técnicas de superação de riscos contra terremotos,

tsunamis e entre outros problemas, são cada vez mais procurados para assegurar a

vida do homem. Dessa maneira, devemos nos atentar ás novidades surgidas pela

Engenharia Civil para que a sociedade sofra cada vez menos pelos danos sofridos

Page 25: Trabalho Legislação Aplicada

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por causa de um engenheiro mal qualificado, por erros de cálculo ou por tragédias

naturais. 

Tudo que foi apresentado nesse trabalho tem como finalidade criar um senso crítico

que por muitas vezes é ignorado no mundo capitalista, onde o dinheiro é colocado a

frente da vida humana.

Tragédias recente como boate Kiss não acontecem por acaso, uma série de

deficiências precisam acontecer

O desrespeito as Normas e também as legislações vigentes são comumente

frequentes, e para que a Solidez na construção aconteça atitudes simples como as

mencionadas nesse trabalho precisam ser levadas mais a sério.

E sua discrepância implica em responsabilidade dos envolvidos.

REFERÊNCIAS:

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/05/1287277-acusados-de-incendio-na-boate-kiss-sao-

soltos-apos-decisao-da-justica.shtml

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hely_Lopes_Meirelles

http://pt.wikipedia.org/wiki/Inc%C3%AAndio_na_boate_Kiss

http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Cavalcanti_Pontes_de_Miranda

https://www.google.com.br/#gs_rn=16&gs_ri=psy-

ab&tok=E0mMi5FduhoGnxz54qPfcw&suggest=p&pq=responsabilidade%20objetiva%20engenheiros

%20boate%20kiss&cp=11&gs_id=6o&xhr=t&q=pontes+de+miranda&es_nrs=true&pf=p&sclient=psy-

ab&oq=pontes+de+m&gs_l=&pbx=1&bav=on.2,or.r_cp.r_qf.&bvm=bv.47534661,d.dmQ&fp=599a4a

8c80398ae5&biw=1366&bih=643

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-02-22/passados-15-anos-da-tragedia-do-edificio-

palace-2-vitimas-ainda-esperam-por-indenizacao

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/06/inquerito-militar-sobre-tragedia-na-

boate-kiss-sera-concluido-ate-sexta.html

Cartilha Crea – Paraná - Eng. Civil Valmir Luiz Pelacani

Site Ministério do Trabalho

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