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Mestrado em Contabilidade e Finanas

A DEMONSTRAO DE FLUXOS DE CAIXAAnlise da NCRF 2

Nuno Miguel Soares dos Santos, n. 2040199

Trabalho realizado no mbito da disciplina de Seminrios Temticos em Contabilidade e Finanas

Professor: Doutor Veiga Pereira

Porto, 2011

NDICE

Introduo .................................................................................................. 2 I. Enquadramento na Estrutura Conceptual .............................................. 3 II. A Demostrao de Fluxos de Caixa ....................................................... 5 Sntese Histrica .................................................................................... 5 Interesse da Demonstrao de Fluxos de Caixa.................................... 6 NCRF 2 Demonstrao de Fluxos de Caixa ....................................... 7 Objectivo ............................................................................................. 7 mbito ................................................................................................. 7 Definies ........................................................................................... 7 Apresentao de uma Demonstrao de Fluxos de Caixa ................. 8 Relato de Fluxos de Caixa .................................................................. 9 Fluxos de Caixa em Moeda Estrangeira ........................................... 10 Juros e Dividendos............................................................................ 10 Imposto sobre o Rendimento ............................................................ 11 Investimentos em Subsidirias, em Associadas e em Empreendimentos Conjuntos ............................................................ 11 Aquisies e Alienaes de Subsidirias e de Outras Unidades Empresarias ...................................................................................... 12 Transaces que no sejam por Caixa ............................................. 12 Outras Divulgaes ........................................................................... 13 Fontes de Informao para a Elaborao da DFC ............................... 13 Fases de Elaborao da DFC .............................................................. 14 Resultado na Base de Caixa e Resultado na Base do Acrscimo ....... 14 Vantagens e Desvantagens da DFC .................................................... 15 Nota: Pequenas Entidades .................................................................. 16 Diferenas POC/SNC/IASB.................................................................. 16 Concluso ................................................................................................ 18 Bibliografia................................................................................................ 19 Abreviaturas ............................................................................................. 20 Anexos ..................................................................................................... 21

INTRODUOO tema para este trabalho foi sugerido pelo Doutor Veiga Pereira no mbito da disciplina de Seminrios Temticos de Contabilidade e Finanas; e visa aprofundar e consolidar conhecimentos relativamente demonstrao financeira designada por Demonstrao de Fluxos de Caixa. Para se ter uma noo mais abrangente sobre a Demonstrao de Fluxos de Caixa ir comear-se por fazer algumas breves consideraes acerca da Estrutura Conceptual do SNC. Aps essas breves consideraes, far-se- uma anlise NCRF 2, bem como se ter o cuidado de prestar mais algumas informaes que se consideram teis para o estudo da temtica em questo. No final deste trabalho espera-se que os conhecimentos sobre a Demonstrao de Fluxos de Caixa tenham ficado mais slidos e claros.

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I. ENQUADRAMENTO NA ESTRUTURA CONCEPTUALAntes de se falar na Demonstrao de Fluxos de Caixa em concreto, convm primeiramente fazer algumas consideraes acerca da estrutura conceptual do SNC. Esta estrutura conceptual baseada na estrutura conceptual do IASB e tem uma importncia fulcral, j que garante a consistncia e a lgica de formulao das Normas e suas Interpretaes, devendo ser consultada em caso de dvidas ou omisso de disposies especficas.

Segundo o 8 da estrutura conceptual, um conjunto completo de demonstraes financeiras inclui normalmente um balano, uma demonstrao dos resultados, uma demonstrao das alteraes na posio financeira e uma demonstrao de fluxos de caixa, ( ). Daqui pode-se concluir que se um conjunto de demonstraes financeiras no comtemplar uma demonstrao de fluxos de caixa, ento esse conjunto encontrase incompleto, logo no proporciona a informao completa do perodo relatado.

Na estrutura conceptual, no seu 12, pode-se ler que o objectivo das demonstraes financeiras o de proporcionar informao acerca da posio financeira, do desempenho e das alteraes na posio financeira de uma entidade que seja til a um vasto leque de utentes na tomada de decises econmicas. A informao acerca da posio financeira conseguida atravs da anlise do balano, sendo essencial avaliar a rotao dos recursos controlados, a estrutura financeira, a liquidez, a solvncia e a capacidade de adaptao s alteraes do meio envolvente. Quanto ao nvel de desempenho este obtido atravs da anlise da demonstrao de resultados, sendo que a sua correcta mensurao permite avaliar a capacidade de gerar fluxos de caixa a partir dos recursos econmicos controlados e a eficcia na utilizao de recursos econmicos adicionais. J a informao relativa s alteraes na posio financeira obtm-se atravs da anlise da demonstrao de fluxos de caixa, o que permite avaliar a capacidade de gerar e utilizar dinheiro e seus equivalentes nas actividades operacionais, de financiamento e de investimento.

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As demonstraes financeiras referidas anteriormente s atingem os seus objectivos individuais se forem analisados em conjunto, porque apesar de estudarem a mesma realidade fazem-no por perspectivas diferentes. Contudo, apenas as referidas demonstraes financeiras no chegam para fazer uma anlise completa; por isso devero ser acompanhadas por informaes complementares, atravs das notas explicativas e de quadros suplementares.

No 24 da estrutura conceptual so referidas as quatro principais caractersticas qualitativas que tornam as demonstraes financeiras teis aos utentes, sendo elas as seguintes: Compreensibilidade, ou seja, a informao contida nas demonstraes financeiras deve ser imediatamente compreendida pelos utentes; Relevncia, isto , a informao divulgada relevante quando influncia o processo de tomada de decises por parte dos utentes; Fiabilidade, ou seja, a informao includa nas demonstraes financeiras fivel quanto no contm erros materiais ou preconceitos; Comparabilidade, isto , as demonstraes financeiras difundidas devem permitir aos utentes compar-las com outras de perodos diferentes da mesma entidade e/ou de outras entidades, a fim de identificarem tendncias quanto posio financeira e ao desempenho.

Aps esta breve explicitao de algumas informaes contidas na estrutura conceptual, ir passar-se ao assunto principal deste trabalho.

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II. A DEMONSTRAO DE FLUXOS DE CAIXANeste captulo ir desenvolver-se a temtica principal do trabalho, realizando-se uma anlise NCRF 2 Demonstrao de Fluxos de Caixa, complementando-a com algumas informaes que se consideram relevantes para o seu melhor entendimento.

SNTESE HISTRICA Em 1962, o AICPA, considerando que a informao prestada pelo balano, demonstrao de resultados e demonstrao das origens e aplicaes de fundos era insuficiente, publicou um estudo denominado anlise dos fluxos de caixa e o mapa de origens e aplicaes de fundos, sugerindo que as empresas apresentassem de uma forma voluntria, o Mapa de Origens e Aplicaes de Fundos. Em 1971, o FASB publicou a Opinion n. 19 Mapa de alteraes posio financeira, que visava ultrapassar a insuficincia de informao acima referida. Em 1977, o IASC (agora IASB) aprovou a NIC/IAS n. 7, designada por Demonstrao das alteraes na posio financeira, designao esta alterada em 1992 para Demonstrao dos fluxos de caixa, aquando da reviso da NIC/IAS original. Em 1987, o FASB revogou a Opinion n. 19 atravs da aprovao da norma n. 95, denominada Demonstrao dos fluxos de caixa.

Em Portugal, o POC/77 aprovado pelo Decreto-Lei n. 47/77, de 7 de Fevereiro introduz o Mapa de Origem e Aplicao de Fundos. Em 1989, com a aprovao do POC/89 pelo Decreto-Lei n. 410/89, de 12 de Novembro a designao da demonstrao referida anteriormente alterada para Demonstrao das Origens e Aplicao de Fundos. Em 1993, a Comisso de Normalizao Contabilstica aprovou a Directriz Contabilstica n. 14 Demonstrao dos Fluxos de Caixa que criou uma nova demonstrao contabilstica com informao distinta sobre os fluxos financeiros. Em 2003, a publicao do Decreto-Lei n. 79/2003 veio eliminar do POC a DOAF e tornar obrigatria a elaborao e apresentao da Demonstrao dos Fluxos de Caixa por entidades que atinjam certos requisitos. Em 2009, o Decreto-Lei n. 158/2009, de 13 de Julho, aprova o SNC, e o Aviso n. 15 655/2009, de 7 de Setembro, aprova as NCRFs, estando entre elas a NCRF 2 -

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Demonstrao de Fluxos de Caixa que determinada a obrigatoriedade de elaborao desta demonstrao por parte entidades (excepto as pequenas entidades), sempre que sejam elaboradas demonstraes financeiras.

INTERESSE DA DEMONSTRAO DE FLUXOS DE CAIXA As demonstraes financeiras balano e demonstrao de resultados apresentam informao muito limitada ao nvel dos fluxos financeiros (recebimentos e pagamentos). Ou seja, no possvel obter uma informao resumida de todos os influxos e exfluxos de caixa em todas as fontes e usos, durante um perodo. Por outro lado, difcil encontrar uma correspondncia entre resultados lquidos e dinheiro disponvel em caixa e bancos. Isto , no por a empresa obter lucros que isso signifique que a empresa tem o dinheiro disponvel equivalente a esses lucros. Segundo Silva Barata (1999), citado por Magalhes e Martins (2010) as razes que fundamentam a opo pela Demonstrao de Fluxos de Caixa em detrimento do DOAF tero por base no tanto a maior objectividade da primeira demonstrao relativamente segunda, mas muito mais no facto de ter lucros (perspectiva financeira/liquidez), razo pela qual dificilmente haver correlao entre os resultados apurados e os fluxos de caixa, ou, dito de outra forma: ter lucros no significa ter dinheiro!. De acordo com Magalhes e Martins (2010), pode afirmar-se que a informao contida na Demonstrao de Fluxos de Caixa deve ajudar os utilizadores a: Determinar os influxos e exfluxos futuros de caixa; Perceber qual a capacidade da empresa para gerar fluxos de caixa positivos a partir da capacidade operacional; Avaliar a capacidade da empresa em solver compromissos e pagar dividendos; Compreender as razes para as diferenas entre o resultado lquido e o dinheiro gerado, nas actividades operacionais; Examinar os fluxos de caixa das actividades de investimento e de financiamento, nomeadamente a possibilidade de reembolsar os

financiamentos obtidos; Indicar problemas graves de tesouraria e potencial de risco de

insolvncia/falncia.

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NCRF 2 DEMONSTRAO DE FLUXOS DE CAIXA OBJECTIVO No 1 da NCRF 2 est descrito que o objectivo desta norma o de exigir informao acerca das alteraes histricas de caixa e seus equivalentes de uma entidade por meio de uma demonstrao de fluxos de caixa que classifique os fluxos de caixa durante o perodo em operacionais, de investimento e de financiamento.

MBITO De acordo com o 2 da NCRF 2, a demonstrao de fluxos de caixa deve ser apresentada em conjunto com as outras demonstraes financeiras do mesmo perodo, sempre que estas sejam elaboradas; e deve ser elaborada de acordo com o previsto nesta norma.

DEFINIES Na NCRF 2, entre o 3 e o 6 possvel encontrar alguns significados de alguns termos que so usados ao longo da norma. As actividades de financiamento so as actividades que tm como consequncia alteraes na dimenso e composio do capital prprio contribudo e nos emprstimos obtidos pela entidade. As actividades de investimento so a aquisio e alienao de activos a longo prazo e de outros investimentos no includos em equivalentes de caixa. Actividades operacionais so as principais actividades produtoras de rdito da entidade e outras actividades que no sejam de investimento ou de financiamento. Caixa compreendida como sendo o dinheiro em caixa e em depsitos ordem. Os equivalentes de caixa so investimentos financeiros a curto prazo, altamente lquidos que sejam prontamente convertveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante de alteraes de valor. Um investimento s se qualifica normalmente como um equivalente de caixa quando tiver um vencimento a curto prazo, seja trs meses ou menos a partir da data de aquisio. Fluxos de caixa so influxos (recebimentos, entradas) e exfluxos (pagamentos, sadas) de caixa e seus equivalentes.

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APRESENTAO DE UMA DEMONSTRAO DE FLUXOS DE CAIXA A demonstrao de fluxos de caixa, segundo o 7 da NCRF 2, deve relatar os fluxos de caixa durante o perodo classificados por actividades operacionais, de investimento e de financiamento, conforme o modelo que segue em anexo (Modelo de demonstrao individual/consolidada de fluxos de caixa). Esta classificao por actividades permite aos utentes retirar informaes da demonstrao de fluxos de caixa, de modo a que possam determinar o impacto dessas actividades na posio financeira da entidade e nas quantias de caixa e seus equivalentes, bem como avaliar as relaes entre as referidas actividades.

Em relao s actividades operacionais pode-se dizer que a quantia de fluxos de caixa que delas provm um indicador-chave da medida em que as operaes da entidade geraram fluxos de caixa suficientes para pagar emprstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e fazer novos investimentos, sem recurso a fontes externas de financiamento. So exemplos de fluxos de caixa de actividades operacionais: recebimentos de caixa provenientes da venda de bens e da prestao de servios; recebimentos de caixa provenientes de royalties, honorrios, comisses e outros rditos; pagamentos de caixa a fornecedores de bens e servios; pagamentos de caixa a e por conta de empregados; pagamentos ou recebimentos de caixa por restituies de impostos sobre rendimento, a menos que estes se relacionem com as outras actividades; recebimentos e pagamentos de caixa de contratos detidos com a finalidade de negcio; e recebimentos e pagamentos de caixa provenientes da compra e venda de ttulos para negociar ou comercializar.

Quanto s actividades de investimento h a referir que a divulgao separada dos fluxos destas actividades importante porque os fluxos de caixa representam a extenso pela qual os dispndios foram feitos relativamente a recursos destinados a gerar rendimento e fluxos de caixa futuros. So exemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades de investimento: pagamentos de caixa para aquisio de activos tangveis, intangveis e outros activos a longo prazo (incluindo-se aqui os relacionados com custo de desenvolvimento capitalizados e activos fixos tangveis autoconstrudos); e recebimentos de caixa por vendas de activos fixos tangveis, intangveis e outros activos a longo prazo.

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Das actividades de financiamento pode-se dizer que a divulgao separada de fluxos de caixa provenientes destas actividades importante porque til na predio de reivindicaes futuras de fluxos de caixa pelos fornecedores de capitais entidade. So exemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades de financiamento: recebimentos de caixa provenientes da emisso de aces ou de outros instrumentos de capital prprio; pagamentos de caixa por aquisio de aces (quotas) prprias, reduo de capital ou amortizao de aces (quotas); recebimentos provenientes da emisso de certificados de dvida, emprstimos, livranas, obrigaes, hipotecas e outros emprstimos obtidos a curto ou longo prazo; e desembolsos de caixa de quantias de emprstimos obtidos.

RELATO DE FLUXOS DE CAIXA Apesar de existirem dois mtodos de relato dos fluxos de caixa provenientes de actividades operacionais o mtodo directo e o mtodo indirecto , a NCRF 2 apenas prev a utilizao do mtodo directo. De acordo com o 15 este mtodo o mais indicado, uma vez que proporciona informao que pode ser til na estimativa de fluxos de caixa futuros (o que no acontece no mtodo indirecto). Sendo assim, no mtodo directo, a informao acerca das principais classes de recebimentos brutos (de caixa) e de pagamentos brutos (de caixa) pode obtida quer a partir dos registos contabilsticos da entidade, quer pelo ajustamento de vendas, custo das vendas e outros itens da demonstrao dos resultados relativamente a: alteraes, durante o perodo, em inventrios e em contas a receber e a pagar, relacionadas com a actividade operacional; outros itens que no sejam de caixa; e outros itens pelos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de caixa de investimento ou de financiamento.

No que diz respeito ao relato dos fluxos de caixa das actividades de investimento e de financiamento a entidade deve relatar separadamente as principais classes dos recebimentos brutos de caixa e dos pagamentos brutos de caixa provenientes destas actividades, excepto nos casos em que fluxos de caixa possam ser relatados numa base lquida. Esses casos so: os recebimentos e pagamentos de caixa por conta de clientes quando o fluxo de caixa reflicta as actividades do cliente e no os da entidade;

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e os recebimentos e pagamentos de caixa dos itens em que a rotao seja rpida, as quantias sejam grandes e os vencimentos sejam curtos.

FLUXOS DE CAIXA EM MOEDA ESTRANGEIRA Os fluxos de caixa que resultam das transaces em moeda estrangeira devem ser registados na moeda funcional ( a moeda do ambiente econmico principal no qual a entidade opera) de uma entidade mediante a aplicao quantia em moeda estrangeira ( uma moeda que no seja a moeda funcional da entidade) da taxa de cmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira data do fluxo de caixa. Caso os fluxos de caixa digam respeito a uma subsidiria estrangeira estes devem ser transpostos s taxas de cmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira s datas dos fluxos de caixa. O 20 da NCRF 2 faz referncia a que os fluxos de caixa denominados numa moeda estrangeira so relatados de maneira consistente com a NCRF 2 Os Efeitos de Alteraes em Taxas de Cmbio. Os ganhos e as perdas no realizados provenientes de alteraes de taxas de cmbio no so considerados fluxos de caixa. Contudo, o efeito das alteraes das taxas de cmbio sobre caixa e seus equivalentes detidos ou derivados numa moeda estrangeira relatado na demonstrao de fluxos de caixa a fim de reconciliar caixa e seus equivalentes no comeo e no fim do perodo; sendo que esta quantia apresentada separadamente da dos fluxos de caixa das actividades operacionais, de investimento e de financiamento e inclui as diferenas, se as houver, caso esses fluxos de caixa tivessem sido relatados s taxas de cmbio do fim do perodo.

JUROS E DIVIDENDOS No que diz respeito aos juros e dividendos h a referir que cada um dos fluxos de caixa de juros e dividendos recebidos e pagos deve ser separadamente divulgado; e cada um deve ser classificado de maneira consistente de perodo a perodo quer como actividade operacional, de investimento ou de financiamento. A quantia total de juros pagos durante um perodo deve ser divulgada na demonstrao de fluxos de caixa quer tenha sido reconhecida como um gasto na demonstrao dos resultados quer tenha sido capitalizada de acordo com a NCRF 10 Custos de Emprstimos Obtidos.

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Apesar de os juros pagos e juros e dividendos recebidos poderem ser classificados como fluxos de caixa operacionais (porque entram na determinao dos resultados), tambm podero ser classificados ora como fluxos de caixa de financiamento (quando so custos de obteno de recursos financeiros) ora como fluxos de caixa de investimento (quando so retornos do investimento). Quanto aos dividendos pagos estes podem ser classificados como fluxos de caixa de financiamento porque so um custo da obteno de recursos financeiros , contudo podero ser classificados como um componente de fluxo de caixa das actividades operacionais com o objectivo de ajudar os utentes a determinar a capacidade de uma entidade de pagar dividendos a partir dos fluxos de caixa operacionais.

IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO Relativamente aos fluxos de caixa provenientes de impostos sobre o rendimento estes devem ser divulgados separadamente, devendo ser classificados como fluxos de caixa de actividades operacionais a menos que possam ser especificamente identificados com as actividades de financiamento e de investimento.

INVESTIMENTOS

EM

SUBSIDIRIAS,

EM

ASSOCIADAS

E

EM

EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS Se uma entidade contabilizar um investimento numa associada ou numa subsidiria utilizando o mtodo da equivalncia patrimonial ou o mtodo do custo, ento deve restringir o seu relato na demonstrao de fluxo de caixa aos fluxos de caixa entre ela prpria e a investida como, por exemplo, os dividendos e adiantamentos. Caso uma entidade relate os seus interesses numa entidade conjuntamente controlada utilizando a consolidao proporcional, ento ter que incluir na sua demonstrao consolidada de fluxos de caixa a sua parte proporcional dos fluxos de caixa da entidade conjuntamente controlada. Contudo, se optar por relatar o interesse mencionado usando o mtodo da equivalncia patrimonial, ento na sua demonstrao de fluxos de caixa incluir os fluxos de caixa que respeitem aos seus investimentos na entidade conjuntamente controlada, bem como distribuies e outros pagamentos ou recebimentos entre ela e a entidade conjuntamente controlada.

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AQUISIES E ALIENAES DE SUBSIDIRIAS E DE OUTRAS UNIDADES EMPRESARIAIS Os fluxos de caixa agregados provenientes de aquisies e de alienaes de subsidirias ou de outras unidades empresariais devem ser apresentados separadamente e classificados como actividades de investimento. Uma entidade deve divulgar, agregadamente, no que respeita tanto a aquisies como a alienaes de subsidirias ou de outras unidades empresariais durante o perodo cada um dos seguintes pontos: A retribuio total da compra ou da alienao; A parte da retribuio da compra ou da alienao liquidada por meio de caixa e seus equivalentes; A quantia de caixa e seus equivalentes na subsidiria ou na unidade empresarial adquirida ou alienada; e, A quantia dos activos e passivos que no sejam caixa ou seus equivalentes na subsidiria ou unidade empresarial adquirida ou alienada, resumida por cada categoria principal. Por fim, a quantia agregada de dinheiro pago ou recebido como retribuio de compra ou de venda relatada na demonstrao de fluxos de caixa, pelo lquido de caixa e seus equivalentes adquiridos ou alienados.

TRANSACES QUE NO SEJAM POR CAIXA Como referem Gomes e Pires (2010), existem algumas transaces que no envolvem caixa tais como, a aquisio de activos atravs da assuno de passivos directamente relacionados ou por meio de uma locao financeira; a converso de dvidas em capital; ou ainda a compra ou aquisio de determinada entidade atravs de uma emisso de capital e que por isso, justifica-se a excluso deste tipo de operaes da demonstrao de fluxos de caixa, o que est em perfeita sintonia com o objectivo desta NCRF. Assim sendo, e como est descrito nos 32 e 33, as transaces de investimento e de financiamento que no exijam o uso de caixa ou seus equivalentes so excludas da demonstrao de fluxos de caixa, devendo tais operaes ser divulgadas noutra parte das demonstraes financeiras, de tal maneira que proporcionem toda a informao relevante acerca das actividades de investimento e de financiamento. Algumas actividades de financiamento e de investimento no tm um impacto nos

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fluxos correntes de caixa, se bem que afectem a estrutura do capital e do activo ou do passivo da entidade.

OUTRAS DIVULGAES No que respeita a outras divulgaes requeridas pela NCRF 2, o seu 34 diz o seguinte: Uma entidade deve divulgar, juntamente com um comentrio, a quantia dos saldos significativos de caixa e seus equivalentes detidos pela entidade, que no estejam disponveis para uso do grupo.

FONTES DE INFORMAO PARA A ELABORAO DA DFC A demonstrao dos fluxos de caixa preparada de forma distinta das outras demonstraes financeiras, porque: no preparada apenas com base nos lanamentos contabilsticos efectuados uma vez que necessita de informaes adicionais que expliquem as alteraes ocorridas entre dois perodos consecutivos; e, analisa os recebimentos e pagamentos, logo no preparada na base do acrscimo, mas sim na base de caixa. Assim sendo, para se elaborar a demonstrao de fluxos de caixa existem trs fontes de informao: Balanos de dois exerccios econmicos consecutivos a partir da sua comparao podem identificar-se as variaes ocorridas nas rubricas do activo, do passivo e do capital prprio ao longo de determinado perodo; A demonstrao dos resultados do exerccio a informao desta demonstrao financeira ajuda o utilizador a determinar o montante de caixa gerado ou a ser utilizado pelas operaes durante o perodo; Algumas informaes complementares ajudam a concluir como a caixa e seus equivalentes foi gerada ou utilizada durante o perodo. Nomeadamente, a evoluo das contas dos activos fixos, porque a mera comparao entre os valores iniciais e finais pode no traduzir os investimentos ou desinvestimentos realizados ao longo do perodo em anlise.

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FASES DE ELABORAO DA DFC No que respeita s fases de elaborao da demonstrao de fluxos de caixa, podemos identificar duas fases distintas: 1. Determinao da variao de caixa e seus equivalentes ocorrida desde o incio ao final de perodo contabilstico em anlise; 2. Determinao dos fluxos de caixa das actividades operacionais, de investimento e de financiamento a partir da anlise da demonstrao dos resultados do perodo e da comparao dos balanos, bem como de alguns outros dados adicionais.

RESULTADO NA BASE DE CAIXA E RESULTADO NA BASE DO ACRSCIMO Como j foi referido anteriormente, o facto de uma entidade apresentar lucros isso no significa que haja dinheiro para cumprir os compromissos operacionais e de investimento. Para compreender esta situao necessrio recorrer s diferenas que existem entre o resultado lquido do perodo (apurado no regime do acrscimo) e os fluxos de caixa (apurados no regime de caixa). A primeira diferena tem a ver com o facto de o resultado apurado em base de caixa no ter em conta o princpio do balanceamento, segundo o qual os gastos servem para a obteno de rditos. A segunda diferena est no facto de a preparao e a apresentao das demonstraes financeiras na base de caixa no se basear no princpio da especializao. Apesar destas diferenas, possvel, de uma forma simplista, relacionar o regime do acrscimo com o regime de caixa, como se pode verificar no quadro seguinte:

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Quadro 1 Comparao: Resultado Lquido Regime do Acrscimo / Resultado Lquido Regime de Caixa

Regime do Acrscimo Rdito das Vendas Custo das Mercadorias Vendidas

Ajustamentos + Si Clientes - Sf Clientes - Si Mercadorias + Sf Mercadorias + Si Fornecedores - Sf Fornecedores - Si Gastos a Reconhecer + Sf Gastos a Reconhecer + Si Acrscimos de Gastos - Sf Acrscimos de Gastos

Regime de Caixa = Recebimentos de Clientes = Pagamentos a Fornecedores

Gastos

= Pagamentos de Gastos

= Resultado Lquido Regime do Acrscimo

= Resultado Lquido Regime de Caixa

Fonte: Adaptado de A demonstrao dos fluxos de caixa (instrumento fundamental de apoio tomada de deciso) , de Paula Guilhermina Ferreira Boia, Novembro 2002.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA DFC Segundo Caiado e Gil (2000), as vantagens que a demonstrao de fluxos de caixa apresenta so: A comparao de performances operacionais de diferentes empresas, sem influncia dos acrscimos e diferimentos; Relativamente demonstrao dos resultados lquidos, elimina alguns aspectos subjectivos da contabilidade, nomeadamente as polticas de valorimetria das existncias, amortizaes e reintegraes e provises; O clculo da liquidez e da solvabilidade futuras, a partir dos fluxos presentes; No tem em conta a inflao; de fcil assimilao.

De acordo com os mesmos autores, a demonstrao de fluxos de caixa apresenta as seguintes desvantagens/limitaes: A sua utilidade est dependente da observao conjunta do balano e demonstrao dos resultados; Apesar de reduzidas, no so eliminadas as chamadas operaes de cosmtica na sua preparao;

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No consegue traduzir a complexidade dos aspectos da gesto financeira das empresas, nomeadamente os que esto prximos de caixa ou da liquidez, uma vez que elaborada na base de caixa.

NOTA: PEQUENAS ENTIDADES A NCRF das Pequenas Entidades omissa sobre a demonstrao de fluxos de caixa, o que se deve ao facto da no obrigatoriedade de apresentao por parte das Pequenas Entidades desta demonstrao financeira. Contudo, se alguma Pequena Entidade desejar apresentar, de uma forma facultativa, esta demonstrao financeira, dever faz-lo de acordo com o previsto na NCRF 2.

DIFERENAS POC/SNC/IASB Segundo Gomes e Pires (2010), a principal diferena existente entre o POC e o SNC relativamente demonstrao de fluxos de caixa , consiste na forma de apresentao dos juros e dividendos pagos e recebidos, assim como no tratamento dos fluxos gerados por actividades extraordinrias. No que respeita aos fluxos de caixa relacionados com as rubricas extraordinrias: POC de acordo com o ponto 6.3 da DC n. 14, estes fluxos so classificados e divulgados separadamente no mbito de cada uma das actividades (operacionais, de investimento e de financiamento); SNC esta situao no aplicvel, uma vez que as subcontas das contas 69 e 79 do POC (referentes s rubricas extraordinrias) foram diludas, respectivamente, pelas classes 6 e 7 do SNC. Relativamente aos fluxos de caixa relacionados com juros e dividendos: Juros e dividendos pagos: POC Actividades de financiamento; SNC Actividades operacionais ou de financiamento;

Juros e dividendos recebidos: POC Actividades de investimento; SNC Actividades operacionais ou de investimento.

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De acordo com os mesmos autores, os conceitos entre o normativo POC e DC no diferem muito dos preconizados pelo SNC e pelo IASB, dado que grande parte deles j tinham sido incorporados na DC 14; e que entre a DC 14 e o preconizado pelo IASB existe ainda outra diferena, ou seja, os fluxos de caixa em moeda estrangeira devem ser expressos em euros, pela aplicao da taxa de cmbio data dos pagamentos ou recebimentos, enquanto o normativo internacional preconiza a expresso na moeda de apresentao dos fluxos de caixa.

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CONCLUSOComo se pde verificar a Demonstrao de Fluxos de Caixa sofreu algumas modificaes desde que surgiu pela primeira vez at sua actual configurao. Isto deve-se sobretudo necessidade de prestar mais e melhores (mais teis) informaes aos utentes das demonstraes financeiras. Tambm se verificou que as alteraes implicadas pelo novo normativo (SNC) no vieram trazer significativas mudanas no que respeita elaborao da Demonstrao de Fluxos de Caixa relativamente ao que estava previsto no POC. Ao longo deste trabalho sentiram-se dificuldades no que respeita estruturao do mesmo, bem como melhor forma de explicitar o seu contedo. Contudo, pensa-se que a linguagem utilizada acessvel e compreensvel. Espera-se em futuros trabalhos melhorar a qualidade dos mesmos, de forma a que estes possam vir a enriquecer os conhecimentos, tanto de quem os elaborou, bem como de quem os possa vir a ler. Por fim, refere-se que este trabalho foi escrito sem utilizar as regras do novo acordo ortogrfico, devido a uma opo pessoal do seu autor.

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BIBLIOGRAFIA

LIVROS CAIADO, Antnio Campos Pires e GIL, Primavera Martins Daniel (2000). A Demonstrao dos Fluxos de Caixa. VISLIS EDITORES. Lisboa. GOMES, Joo e PIRES, Jorge (2010). SNC Sistema de Normalizao Contabilstica Teoria e Prtica. 3 Edio. Vida Econmica. Porto. NEVES, Joo Carvalho das (2003). Anlise Financeira Vol. I Tcnicas Fundamentais. 14 Edio. Texto Editora. Lisboa. RODRIGUES, Joo (2009). Sistema de Normalizao Contabilstica Explicado. Porto Editora. Porto.

TRABALHO PARA CONCLUSO DE LICENCIATURA BOIA, Paula Guilhermina Ferreira (2002). A demonstrao dos fluxos de caixa (instrumento fundamental de apoio tomada de deciso). Trabalho para concluso (fim de curso) da Licenciatura Bietpica em Contabilidade e Administrao Ramo Contabilidade. Instituto Superior de Contabilidade e Administrao do Porto. Porto.

DOCUMENTOS ONLINE MAGALHES, Amadeu e MARTINS, Antnio (2010). Manual de Curso sobre a DFC. Acedido em: 2/11/2011, em: http://mcguimaraes.jmmsroc.pt/relato/downloads/acetatos/1.13_Manual%20Curso%20 sobre%20Fluxos%20de%20Caixa.pdf

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ABREVIATURAS Pargrafo AICPA American Institute of Certified Public Accountants DFC Demonstrao de Fluxos de Caixa DOAF Demonstrao de Origens e Aplicaes de Fundos FASB Financial Accounting Standards Board IAS International Accounting Standard IASB International Accounting Standards Board IASC International Accounting Standards Committee MOAF Mapa de Origens e Aplicaes de Fundos n. nmero NCRF Norma Contabilstica e de Relato Financeiro NIC Norma Internacional de Contabilidade POC Plano Oficial de Contabilidade Si Saldo inicial Sf Saldo final SNC Sistema de Normalizao Contabilstica

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ANEXOS

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C N C

Comisso de Normalizao C o n t a b i l s t i ca

VERSO 070618

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 2

DEMONSTRAO DE FLUXOS DE CAIXAEsta Norma Contabilstica e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 7 Demonstraes de Fluxos de Caixa, adoptada pelo Regulamento (CE) n. 1725/2003 da Comisso, de 21 de Setembro, com as alteraes do Regulamento (CE) n. 2238/2004 da Comisso, de 29 de Dezembro.

Sempre que na presente norma existam remisses para as normas internacionais de contabilidade, entende-se que estas se referem s adoptadas pela Unio Europeia atravs dos regulamentos publicados na sequncia do Regulamento (CE) n. 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho. INDICE (designaopargrafos)

Objectivo ( 1) mbito ( 2) Definies ( 3 a 6)Caixa e Equivalentes de Caixa ( 4 a 6)

2 2 22

Apresentao de uma demonstrao de fluxos de caixa ( 7 a 13)Actividades operacionais ( 9 a 11) Actividades de investimento ( 12) Actividades de financiamento ( 13)

33 4 5

Relato de fluxos de caixa das actividades operacionais ( 14 a 16) Relato de fluxos de caixa das actividades de investimento e de financiamento ( 17) Relato de fluxos de caixa numa base lquida ( 18) Fluxos de caixa em moeda estrangeira ( 19 a 22) Juros e dividendos ( 23 a 26) Impostos sobre o rendimento ( 27) Investimentos em subsidirias, em associadas e em empreendimentos conjuntos ( 28 e 29) Aquisies e alienaes de subsidirias e de outras unidades empresariais ( 30 a 32) Transaces que no sejam por caixa ( 33 e 34) Outras divulgaes ( 35) Data de eficcia ( 36)

6 7 7 7 8 9 9 9 10 10 10

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Objectivo ( 1)1. O objectivo desta Norma Contabilstica e de Relato Financeiro o de exigir informao acerca das alteraes histricas de caixa e seus equivalentes de uma entidade por meio de uma demonstrao de fluxos de caixa que classifique os fluxos de caixa durante o perodo em operacionais, de investimento e de financiamento.

mbito ( 2)2. Uma entidade deve preparar uma demonstrao de fluxos de caixa de acordo com os requisitos desta Norma e deve apresent-la como parte integrante das suas demonstraes financeiras de cada perodo em que so apresentadas demonstraes financeiras.

Definies ( 3 a 6)3. Os termos que se seguem so usados nesta Norma com os significados especificados: Actividades de financiamento: so as actividades que tm como consequncia alteraes na dimenso e composio do capital prprio contribudo e nos emprstimos obtidos pela entidade. Actividades de investimento: so a aquisio e alienao de activos a longo prazo e de outros investimentos no includos em equivalentes de caixa. Actividades operacionais: so as principais actividades produtoras de rdito da entidade e outras actividades que no sejam de investimento ou de financiamento. Caixa: compreende o dinheiro em caixa e em depsitos ordem. Equivalentes de caixa: so investimentos financeiros a curto prazo, altamente lquidos que sejam prontamente convertveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante de alteraes de valor. Fluxos de caixa: so influxos (recebimentos, entradas) e exfluxos (pagamentos, sadas) de caixa e seus equivalentes.

Caixa e Equivalentes de Caixa ( 4 a 6)4. Os equivalentes de caixa so detidos com a finalidade de ir ao encontro dos compromissos de caixa a curto prazo e no para investimento ou outros propsitos. Para um investimento se qualificar como um equivalente de caixa ele tem de ser prontamente convertvel para uma quantia conhecida deNCRF 2 Demonstrao de Fluxos de Caixa 2/10

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dinheiro e estar sujeito a um risco insignificante de alteraes de valor. Por isso, um investimento s se qualifica normalmente como um equivalente de caixa quando tiver um vencimento a curto prazo, seja trs meses ou menos a partir da data de aquisio. Os investimentos de capital prprio so excludos dos equivalentes de caixa a menos que sejam, em substncia, equivalentes de caixa, por exemplo no caso de aces preferenciais adquiridas dentro de um curto perodo do seu vencimento e com uma data especfica de remio. 5. Os emprstimos bancrios obtidos so geralmente considerados como actividades de financiamento. 6. Os fluxos de caixa excluem movimentos entre itens que constituam caixa e seus equivalentes porque estes componentes so parte da gesto de caixa de uma entidade e no parte das suas actividades operacionais, de investimento e de financiamento. A gesto de caixa inclui o investimento de excessos de caixa nos equivalentes de caixa.

Apresentao de uma demonstrao de fluxos de caixa ( 7 a 13)7. A demonstrao de fluxos de caixa deve relatar os fluxos de caixa durante o perodo classificados por actividades operacionais, de investimento e de financiamento, conforme modelo publicado em Portaria. 8. A classificao por actividades proporciona informao que permite aos utentes determinar o impacto dessas actividades na posio financeira da entidade e nas quantias de caixa e seus equivalentes. Esta informao pode ser tambm usada para avaliar as relaes entre estas actividades.

Actividades operacionais ( 9 a 11)9. A quantia de fluxos de caixa proveniente de actividades operacionais um indicador chave da medida em que as operaes da entidade geraram fluxos de caixa suficientes para pagar emprstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e fazer novos investimentos, sem recurso a fontes externas de financiamento. A informao acerca dos componentes especficos dos fluxos de caixa operacionais histricos til, juntamente com outra informao, na previso de futuros fluxos de caixa operacionais. 10. Os fluxos de caixa das actividades operacionais so principalmente derivados das principais actividades geradoras de rditos da entidade. Por isso, eles so geralmente consequncia das operaes e outros acontecimentos que entram na determinao dos resultados da entidade. Exemplos de fluxos de caixa de actividades operacionais so: (a) recebimentos de caixa provenientes da venda de bens e da prestao de servios;

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(b) recebimentos de caixa provenientes de royalties, honorrios, comisses e outros rditos; (c) pagamentos de caixa a fornecedores de bens e servios; (d) pagamentos de caixa a e por conta de empregados; (e) pagamentos ou recebimentos de caixa por restituies de impostos sobre rendimento, a menos que estes se relacionem com as outras actividades; e (f) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos detidos com a finalidade de negcio. Algumas transaces, tal como a alienao de um elemento do activo fixo tangvel originam ganhos ou perdas que so includos na demonstrao dos resultados. Contudo, os fluxos de caixa relacionados com estas transaces so classificados como pertencentes a actividades de investimento. 11. Uma entidade pode deter ttulos e emprstimos para finalidades do negcio, situao em que so similares a inventrios adquiridos especificamente para revenda. Por isso, os fluxos de caixa provenientes da compra e venda de ttulos para negociar ou comercializar so classificados como actividades operacionais. De forma semelhante, os adiantamentos de caixa e emprstimos feitos por instituies financeiras so geralmente classificados como actividades operacionais desde que se relacionem com as principais actividades geradoras de rdito dessa entidade.

Actividades de investimento ( 12)12. A divulgao separada dos fluxos de caixa provenientes das actividades de investimento importante porque os fluxos de caixa representam a extenso pela qual os dispndios foram feitos relativamente a recursos destinados a gerar rendimento e fluxos de caixa futuros. So exemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades de investimento: (a) pagamentos de caixa para aquisio de activos fixos tangveis, intangveis e outros activos a longo prazo. Estes pagamentos incluem os relacionados com custos de desenvolvimento capitalizados e activos fixos tangveis auto construdos; (b) recebimentos de caixa por vendas de activos fixos tangveis, intangveis e outros activos a longo prazo; (c) pagamentos de caixa para aquisio de instrumentos de capital prprio ou de dvida de outras entidades e de interesses em empreendimentos conjuntos (que no sejam pagamentos dos instrumentos considerados como sendo equivalentes de caixa ou dos detidos para finalidades de negcio);

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(d) recebimentos de caixa de vendas de instrumentos de capital prprio ou de dvida de outras entidades e de interesses em empreendimentos conjuntos (que no sejam recebimentos dos instrumentos considerados como equivalentes de caixa e dos detidos para as finalidades do negcio); (e) adiantamentos de caixa e emprstimos feitos a outras entidades; (f) recebimentos de caixa provenientes do reembolso de adiantamentos e de emprstimos feitos a outras entidades; (g) pagamentos de caixa para contratos de futuros, contratos de forward, contratos de opo e contratos de swap excepto quando os contratos sejam mantidos para as finalidades do negcio, ou os pagamentos sejam classificados como actividades de financiamento; e (h) recebimentos de caixa provenientes de contratos de futuros, contratos forward, contratos de opo e contratos de swap, excepto quando os contratos sejam mantidos para as finalidades do negcio, ou os recebimentos sejam classificados como actividades de financiamento.

Actividades de financiamento ( 13)13. A divulgao separada de fluxos de caixa provenientes das actividades de financiamento importante porque til na predio de reivindicaes futuras de fluxos de caixa pelos fornecedores de capitais entidade. So exemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades de financiamento: (a) recebimentos de caixa provenientes da emisso de aces ou de outros instrumentos de capital prprio; (b) pagamentos de caixa por aquisio de aces (quotas) prprias, reduo do capital ou amortizao de aces (quotas); (c) recebimentos provenientes da emisso de certificados de dvida, emprstimos, livranas, obrigaes, hipotecas e outros emprstimos obtidos a curto ou longo prazo; (d) desembolsos de caixa de quantias de emprstimos obtidos; e (e) pagamentos de caixa por um locatrio para a reduo de uma dvida em aberto relacionada com uma locao financeira.

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Relato de fluxos de caixa das actividades operacionais ( 14 a 16)14. Uma entidade deve relatar os fluxos de caixa provenientes de actividades operacionais pelo uso de um dos dois mtodos seguintes: (a) mtodo directo, pelo qual, so divulgadas as principais classes dos recebimentos e dos pagamentos brutos de caixa; ou (b) mtodo indirecto, os resultados so ajustados pelos efeitos de transaces de natureza que no sejam por caixa, de quaisquer diferimentos ou acrscimos de recebimentos e pagamentos de caixa operacionais passados ou futuros, e itens de rdito ou gasto associados com fluxos de caixa de investimento ou de financiamento. 15. As entidades devem privilegiar o mtodo directo para o relato dos fluxos de caixa de actividades operacionais. Este mtodo proporciona informao que pode ser til na estimativa de fluxos de caixa futuros e que no disponibilizada pelo mtodo indirecto. Pelo mtodo directo, a informao acerca das principais classes de recebimentos brutos (de caixa) e de pagamentos brutos (de caixa) pode ser obtida quer: (a) a partir dos registos contabilsticos da entidade; quer (b) pelo ajustamento de vendas, custo das vendas e outros itens da demonstrao dos resultados relativamente a: (i) alteraes, durante o perodo, em inventrios e em contas a receber e a pagar, relacionadas com a actividade operacional; (ii) outros itens que no sejam de caixa; e (iii) outros itens pelos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de caixa de investimento ou de financiamento. 16. Pelo mtodo indirecto, o fluxo de caixa lquido das actividades operacionais determinado pelo ajustamento dos resultados relativamente aos efeitos de: (a) alteraes, durante o perodo, em inventrios e em contas a receber e a pagar, relacionadas com a actividade operacional; (b) itens que no sejam de caixa tais como depreciaes, ajustamentos, provises, impostos diferidos, perdas e ganhos no realizados de moeda estrangeira, lucros de associadas no distribudos e interesses minoritrios; e

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(c) todos os outros itens quanto aos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de caixa de investimento ou de financiamento. Alternativamente, o fluxo de caixa lquido das actividades operacionais pode ser apresentado pelo mtodo indirecto ao mostrar-se os rditos e os gastos divulgados na demonstrao dos resultados e as alteraes, durante o perodo, em inventrios e em contas a receber e a pagar, relacionadas com a actividade operacional.

Relato de fluxos de caixa das actividades de investimento e de financiamento ( 17)17. Uma entidade deve relatar separadamente as principais classes dos recebimentos brutos de caixa e dos pagamentos brutos de caixa provenientes das actividades de investimento e de financiamento, excepto at ao ponto em que os fluxos de caixa descritos no pargrafo 18 sejam relatados numa base lquida.

Relato de fluxos de caixa numa base lquida ( 18)18. Os fluxos de caixa provenientes das seguintes actividades operacionais, de investimento e de financiamento podem ser relatados numa base lquida: (a) recebimentos e pagamentos (de caixa) por conta de clientes quando o fluxo de caixa reflicta as actividades do cliente e no os da entidade; e (b) recebimentos e pagamentos (de caixa) dos itens em que a rotao seja rpida, as quantias sejam grandes e os vencimentos sejam curtos.

Fluxos de caixa em moeda estrangeira ( 19 a 22)19. Os fluxos de caixa resultantes de transaces em moeda estrangeira devem ser registados na moeda funcional de uma entidade mediante a aplicao quantia em moeda estrangeira da taxa de cmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira data do fluxo de caixa. 20. Os fluxos de caixa de uma subsidiria estrangeira devem ser transpostos s taxas de cmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira s datas dos fluxos de caixa. 21. Os fluxos de caixa denominados numa moeda estrangeira so relatados de maneira consistente com a NCRF 23 Os Efeitos de Alteraes em Taxas de Cmbio. Esta permite o uso de uma taxa deNCRF 2 Demonstrao de Fluxos de Caixa 7/10

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cmbio que se aproxime da taxa real. Por exemplo, uma taxa de cmbio mdia ponderada de um perodo pode ser usada para registar transposies de moeda estrangeira ou a transposio dos fluxos de caixa de uma subsidiria estrangeira. Porm, a NCRF 23 no permite o uso da taxa de cmbio data do balano quando sejam transpostos os fluxos de caixa de uma subsidiria estrangeira. 22. Os ganhos e as perdas no realizados provenientes de alteraes de taxas de cmbio de moeda estrangeira no so fluxos de caixa. Porm, o efeito das alteraes das taxas de cmbio sobre caixa e seus equivalentes detidos ou devidos numa moeda estrangeira relatado na demonstrao dos fluxos de caixa a fim de reconciliar caixa e seus equivalentes no comeo e no fim do perodo. Esta quantia apresentada separadamente da dos fluxos de caixa das actividades operacionais, de investimento e de financiamento e inclui as diferenas, se as houver, caso esses fluxos de caixa tivessem sido relatados s taxas de cmbio do fim do perodo.

Juros e dividendos ( 23 a 26)23. Cada um dos fluxos de caixa de juros e dividendos recebidos e pagos deve ser separadamente divulgado. Cada um deve ser classificado de maneira consistente de perodo a perodo quer como actividade operacional, de investimento ou de financiamento. 24. A quantia total de juros pagos durante um perodo deve ser divulgada na demonstrao de fluxos de caixa quer tenha sido reconhecida como um gasto na demonstrao dos resultados quer tenha sido capitalizada de acordo com a NCRF 10 - Custos de Emprstimos Obtidos. 25. Os juros pagos e juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa operacionais porque entram na determinao dos resultados. Alternativamente os juros pagos e os juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa de financiamento e fluxos de caixa de investimento respectivamente porque so custos de obteno de recursos financeiros ou retornos do investimento. 26. Os dividendos pagos podem ser classificados como fluxos de caixa de financiamento porque so um custo da obteno de recursos financeiros. Alternativamente, os dividendos pagos podem ser classificados como um componente de fluxo de caixa das actividades operacionais a fim de ajudar os utentes a determinar a capacidade de uma entidade de pagar dividendos a partir dos fluxos de caixa operacionais.

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Impostos sobre o rendimento ( 27)27. Os fluxos de caixa provenientes de impostos sobre o rendimento devem ser divulgados separadamente devendo ser classificados como fluxos de caixa de actividades operacionais a menos que possam ser especificamente identificados com as actividades de financiamento e de investimento.

Investimentos em subsidirias, em associadas e em empreendimentos conjuntos ( 28 e 29)28. Quando se contabilizar um investimento numa associada ou numa subsidiria contabilizado pelo uso do mtodo da equivalncia patrimonial ou pelo mtodo do custo, uma investidora restringe o seu relato na demonstrao de fluxo de caixa aos fluxos de caixa entre ela prpria e a investida, como por exemplo, aos dividendos e adiantamentos. 29. Uma entidade que relate os seus interesses numa entidade conjuntamente controlada usando a consolidao proporcional, incluir na sua demonstrao consolidada de fluxos de caixa a sua parte proporcional dos fluxos de caixa da entidade conjuntamente controlada. Uma entidade que relate tal interesse usando o mtodo da equivalncia patrimonial inclui na sua demonstrao de fluxos de caixa os fluxos de caixa que respeitem aos seus investimentos na entidade conjuntamente controlada, e distribuies e outros pagamentos ou recebimentos entre ela e a entidade conjuntamente controlada.

Aquisies e alienaes de subsidirias e de outras unidades empresariais ( 30 a 32)30. Os fluxos de caixa agregados provenientes de aquisies e de alienaes de subsidirias ou de outras unidades empresariais devem ser apresentados separadamente e classificados como actividades de investimento. 31. Uma entidade deve divulgar, agregadamente, no que respeita tanto a aquisies como a alienaes de subsidirias ou de outras unidades empresariais durante o perodo cada um dos seguintes pontos: (a) a retribuio total da compra ou da alienao; (b) a parte da retribuio da compra ou da alienao liquidada por meio de caixa e seus equivalentes; (c) a quantia de caixa e seus equivalentes na subsidiria ou na unidade empresarial adquirida ou alienada; eNCRF 2 Demonstrao de Fluxos de Caixa 9/10

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(d) a quantia dos activos e passivos que no sejam caixa ou seus equivalentes na subsidiria ou unidade empresarial adquirida ou alienada, resumida por cada categoria principal. 32. A quantia agregada de dinheiro pago ou recebido como retribuio de compra ou de venda relatada na demonstrao de fluxos de caixa, pelo lquido de caixa e seus equivalentes adquiridos ou alienados.

Transaces que no sejam por caixa ( 33 e 34)33. As transaces de investimento e de financiamento que no exijam o uso de caixa ou seus equivalentes devem ser excludas de uma demonstrao de fluxos de caixa. Tais operaes devem ser divulgadas noutra parte das demonstraes financeiras de tal maneira que proporcionem toda a informao relevante acerca das actividades de investimento e de financiamento. 34. Algumas actividades de financiamento e de investimento no tm um impacto directo nos fluxos correntes de caixa se bem que afectem a estrutura do capital e do activo da entidade. A excluso das transaces que no sejam de caixa da demonstrao de fluxos de caixa consistente com o objectivo dessa demonstrao porque esses elementos no envolvem fluxos de caixa no perodo corrente. Exemplos de operaes que no sejam de caixa so: (a) a aquisio de activos quer pela assuno de passivos directamente relacionados ou por meio de uma locao financeira; (b) a aquisio de uma entidade por meio de uma emisso de capital; e (c) a converso de dvidas em capital.

Outras divulgaes ( 35)35. Uma entidade deve divulgar, juntamente com um comentrio, a quantia dos saldos significativos de caixa e seus equivalentes detidos pela entidade, que no estejam disponveis para uso pelo grupo.

Data de eficcia ( 36)36. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os perodos com incio em ou aps 1 de Janeiro de 2008.

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Com isso de Norm alizao Contabilsticaverso 070703

DEMONSTRAO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DE FLUXOS DE CAIXA PERODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N

Entidade: .........................................

UNIDADE MONETRIA (1)

RUBRICAS Fluxos de caixa das actividades operacionais - mtodo directo

NOTAS

PERODOS N N-1 + +/-/+ +/+/+ +/-/+ +/+/-

Recebimentos de clientes Pagamentos a fornecedores Pagamentos ao pessoal

Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento Outros recebimentos/pagamentos

Caixa gerada pelas operaes

Fluxos de caixa das actividades operacionais (1)

Activos fixos tangveis Activos intangveis Investimentos financeiros Outros activos

Pagamentos respeitantes a:

Fluxos de caixa das actividades de investimento+ + + + + + + +/+ + + + + + + +/-

Activos fixos tangveis Activos intangveis Investimentos financeiros Outros activos Subsdios ao investimento Juros e rendimentos similares Dividendos

Recebimentos provenientes de:

Fluxos de caixa das actividades de investimento (2)

Financiamentos obtidos Realizaes de capital e de outros instrumentos de capital prprio Cobertura de prejuzos Doaes Outras operaes de financiamento Financiamentos obtidos Juros e gastos similares Dividendos Redues de capital e de outros instrumentos de capital prprio Outras operaes de financiamento Fluxos de caixa das actividades de financiamento (3)Variao de caixa e seus equivalentes (1+2+3) Efeito das diferenas de cmbio Caixa e seus equivalentes no incio do perodo Caixa e seus equivalentes no fim do perodo(1) - O euro, admitindo-se, em funo da dimenso e exigncias de relato, a possibilidade de expresso das quantias em milhares de euros

Recebimentos provenientes de:

Fluxos de caixa das actividades de financiamento+ + + + + +/+/+/ + + + + + +/+/+/

Pagamentos respeitantes a:

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L 261/31NIC 7

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE NIC 7 (REVISTA EM 1992)

Demonstraes de Fluxos de Caixa Esta Norma Internacional de Contabilidade revista substitui a NIC 7, Demonstrao de Alteraes na Posio Financeira, aprovada pelo Conselho em Outubro de 1977. A Norma revista entrou em vigor para as demonstraes financeiras que cubram a perodos que comecem em ou aps 1 de Janeiro de 1994.

L 261/32 NIC 7NDICE

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Pargrafos

Objectivo mbito Benefcios da Informao dos Fluxos de Caixa Definies Caixa e Equivalentes de Caixa Apresentao de uma Demonstrao de Fluxos de Caixa Actividades Operacionais Actividades de Investimento Actividades de Financiamento O relato de Fluxos de Caixa das Actividades Operacionais O relato de Fluxos de Caixa das Actividades de Investimento e de Financiamento O relato de Fluxos de Caixa numa Base Lquida Fluxos de Caixa de Moeda Estrangeira Itens Extraordinrios Juros e Dividendos Impostos sobre o Rendimento Investimentos em Subsidirias, em Associadas e em Empreendimentos Conjuntos Aquisies e Alienaes de Subsidirias e de outras Unidades Empresariais Transaces que no sejam por Caixa Componentes de Caixa e seus Equivalentes Outras Divulgaes Data de Eficcia 1-3 4-5 6-9 7-9 10-17 13-15 16 17 18-20 21 22-24 25-28 29-30 31-34 35-36 37-38 39-42 43-44 45-47 48-52 53

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L 261/33 NIC 7

As Normas, que foram impressas em tipo itlico cheio, devem ser lidas no contexto do material de fundo e da orientao de implementao nesta Norma e no contexto do Prefcio s Normas Internacionais de Contabilidade. As Normas Internacionais de Contabilidade no se destinam a ser aplicadas a itens imateriais (ver o pargrafo 12 do Prefcio).

OBJECTIVO

A informao acerca dos fluxos de caixa de uma empresa til ao proporcionar aos utentes das demonstraes financeiras uma base para determinar a capacidade da empresa para gerar dinheiro e equivalentes e determinar as necessidades da empresa de utilizar esses fluxos de caixa. As decises econmicas que sejam tomadas pelos utentes exigem uma avaliao da capacidade de uma empresa de gerar dinheiro e seus equivalentes e a tempestividade e certeza da sua gerao.

O objectivo desta Norma o de exigir o fornecimento de informao acerca das alteraes histricas de caixa e seus equivalentes de uma empresa por meio de uma demonstrao de fluxos de caixa que classifique os fluxos de caixa durante os perodos provenientes das actividades operacionais, de investimento e de financiamento.

MBITO

1.

Uma empresa deve preparar uma demonstrao de fluxos de caixa de acordo com os requisitos desta Norma e deve apresent-la como parte integrante das suas demonstraes financeiras de cada perodo em que so apresentadas demonstraes financeiras.

2.

Esta Norma substitui a IAS 7, Demonstrao das Variaes na Posio Financeira, aprovada em Julho de 1977.

3.

Os utentes das demonstraes financeiras de uma empresa esto interessados em como a empresa gera e usa o dinheiro e os seus equivalentes. este o caso qualquer que seja a natureza das actividades da empresa e independentemente de o dinheiro poder ser visto ou no como o produto da empresa, como seja o caso de uma instituio financeira. As empresas necessitam de dinheiro essencialmente pelas mesmas razes, mesmo diferentes que possam ser as suas actividades principais de produo de rditos. Elas necessitam de dinheiro para conduzir as suas operaes, para pagar as suas obrigaes e para proporcionar retornos aos seus investidores. Concordantemente, esta Norma exige que todas as empresas apresentem uma demonstrao de fluxos de caixa.

BENEFCIOS DA INFORMAO DO FLUXO DE CAIXA

4.

Uma demonstrao de fluxos de caixa, quando usada juntamente com o restante das demonstraes financeiras, proporciona informao que facilita aos utentes avaliar as alteraes nos activos lquidos de uma empresa, a sua estrutura financeira (incluindo a sua liquidez e solvncia) e a sua capacidade de afectar as quantias e a tempestividade dos fluxos de caixa afim de se adaptar s circunstncias e oportunidades em mudana. A informao de fluxos de caixa til na determinao da capacidade da empresa de gerar dinheiro e seus equivalentes e facilitar aos utentes desenvolver modelos para determinar e comparar o valor presente dos fluxos de caixa futuros de diferentes empresas. Aumenta tambm a comparabilidade do relato do desempenho operacional por diferentes empresas porque elimina os efeitos do uso de diferentes tratamentos contabilsticos para as mesmas operaes e acontecimentos.

5.

A informao do fluxo de caixa histrico muitas vezes usada comoum indicador da quantia, tempestividade e certeza de fluxos de caixa futuros. tambm usada na verificao do rigor de avaliaes passadas de fluxos de caixa futuros e no exame do relacionamento entre lucratividade e fluxo de caixa lquido e no impacto de variaes de preos.

L 261/34 NIC 7

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DEFINIES 6. Nesta Norma so usados os termos seguintes com os significados especificados: Caixa compreende o dinheiro em caixa e em depsitos ordem. Equivalentes de caixa (dinheiro) so investimentos a curto prazo, altamente lquidos que sejam prontamente convertveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante de alteraes de valor. Fluxos de caixa so influxos (recebimentos, entradas) e exfluxos (pagamentos, sadas) de caixa e seus equivalentes. Actividades operacionais so as principais actividades produtoras de rdito da empresa e outras actividades que no sejam de investimento ou de financiamento. Actividades de investimento so a aquisio e alienao de activosa longo prazo e de outros investimentos no includos em equivalentes de caixa. Actividades de financiamento so as actividades que tm como consequncia alteraes na dimenso e composio do capital prprio e nos emprstimos obtidos pela empresa.

Caixa e Equivalentes de Caixa 7. Os equivalentes de caixa so detidos com a finalidade de ir ao encontro dos compromissos de caixa a curto prazo e no para investimento ou outros propsitos. Para um investimento se qualificar como um equivalente de caixa ele tem de ser prontamente convertvel para uma quantia conhecida de dinheiro e estar sujeito a um risco insignificante de alteraes de valor. Por isso, um investimento s se qualifica normalmente como um equivalente de caixa quando tiver um vencimento a curto prazo, seja trs meses ou menos a partir da data de aquisio. Os investimentos de capital prprio so excludos dos equivalentes de caixa a menos que sejam, em substncia, equivalentes de caixa, por exemplo no caso de aces preferenciais adquiridas dentro de um curto perodo do seu vencimento e com uma data especfica de remio. Os emprstimos bancrios obtidos so geralmente considerados como actividades de financiamento. Porm, em alguns pases, os saques a descoberto (overdrafts) que sejam reembolsveis ordem formam uma parte integrante da gesto de caixa de uma empresa. Nestas circunstncias, os saques a descoberto so includos como um componente de caixa e seus equivalentes. Uma caracterstica de tais acordos bancrios a de que o saldo de bancos flutua muitas vezes de positivo a descoberto. Os fluxos de caixa excluem movimentos entre itens que constituam caixa e seus equivalentes porque estes componentes so parte da gesto de caixa de uma empresa e no parte das suas actividades operacionais, de investimento e de financiamento. A gesto de caixa inclui o investimento de excessos de caixa e nos equivalentes de caixa.

8.

9.

APRESENTAO DE UMA DEMONSTRAO DE FLUXOS DE CAIXA 10. A demonstrao de fluxos de caixa deve relatar os fluxos de caixa durante o perodo classificados por actividades operacionais, de investimento e de financiamento. Uma empresa apresenta os seus fluxos de caixa das actividades operacionais, de investimento e de financiamento da maneira que seja mais apropriada para os seus negcios. A classificao por actividades proporciona informao que permite aos utentes determinar o impacto dessas actividades na posio financeira da empresa e nas quantias de caixa e seus equivalentes. Esta informao pode ser tambm usada para avaliar as relaes entre estas actividades. Uma nica operao pode incluir fluxos de caixa que sejam classificados diferentemente. Por exemplo, quando o reembolso de um emprstimo inclua quer juros quer capital, oelemento juro pode ser classificado como uma actividade operacional e o elemento capital classificado como uma actividade de financiamento.

11.

12.

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L 261/35 NIC 7

Actividades Operacionais 13. A quantia de fluxos de caixa proveniente de actividades operacionais um indicador chave da medida em que as operaes da empresa geraram fluxos de caixa suficientes para pagar emprstimos, manter a capacidade operacional da empresa, pagar dividendos e fazer novos investimentos, sem recurso a fontes externas de financiamento. A informao acerca dos componentes especficos dos fluxos de caixa operacionais histricos til, juntamente com outra informao, na previso de futuros fluxos de caixa operacionais. Os fluxos de caixa das actividades operacionais so principalmente derivados dasprincipais actividades geradoras de rditos da empresa. Por isso, elas so geralmente consequncia das operaes e outros acontecimentos que entram na determinao dos resultados lquidos da empresa. Exemplos de fluxos de caixa de actividades operacionais so: (a) (b) (c) (d) (e) recebimentos de caixa provenientes da venda de bens e da prestao de servios; recebimentos de caixa provenientes de royalties, honorrios, comisses e outros rditos; pagamentos de caixa a fornecedores de bens e servios; pagamentos de caixa a e a favor de empregados; recebimentos de caixa e pagamentos de caixa de uma empresa seguradora relativos a prmios e reclamaes, anuidades e outros benefcios derivados das aplices de seguros; pagamentos de caixa ou restituies de impostos sobre o rendimento a menos que possam ser especificamente identificados com as actividades de financiamento e de investimento; e recebimentos de caixa e pagamentos de caixa de contratos detidos para fins negociais ou comerciais.

14.

(f)

(g)

Algumas transaces, tais como a venda de um item de uma fbrica, podem dar origem a um ganho ou a uma perda que seja includa na determinao do resultado lquido. Porm. os fluxos de caixa relacionados com tais operaes so fluxos de caixa de actividades de investimento. 15. Uma empresa pode deter ttulos e emprstimos para fins negociais ou comerciais, situao em que so similares a inventrios adquiridos especificamente para revenda. Por isso, os fluxos de caixa provenientes da compra e venda de ttulos para negociar ou comercializar so classificados como actividades operacionais. De forma semelhante, os adiantamentos de caixa e emprstimos feitos por instituies financeiras so geralmente classificados como actividades operacionais desde que se relacionem com as principais actividades geradoras de rdito dessa empresa.

Actividades de Investimento 16. A divulgao separada dos fluxos de caixa provenientes das actividades de investimento importante porque os fluxos de caixa representam a extenso pela qual os dispndios foram feitos relativamente a recursos destinados a gerar rendimento e fluxos de caixa futuros. So exemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades de investimento: (a) pagamentos de caixa para aquisio de activos fixos tangveis, intangveis e outros activos a longo prazo. Estes pagamentos incluem os relacionados com custos de desenvolvimento capitalizados e activos fixos tangveis auto-construdos; recebimentos de caixa por vendas de activos fixos tangveis, intangveis e outros activos a longo prazo; pagamentos de caixa para aquisio de instrumentos de capital prprio ou de dvida de outras empresas e de interesses em empreendimentos conjuntos (que no sejam pagamentos dos instrumentos considerados como sendo equivalentes de caixa ou dos detidos para fins negociveis ou comercializveis); recebimentos de caixa de vendas de instrumentos de capital prprio ou de dvida de outras empresas e de interesses em empreendimentos conjuntos (que no sejam recebimentos dos instrumentos considerados como equivalentes de caixa e dos detidos para fins de negociao ou de comercializao); adiantamentos de caixa e emprstimos feitos a outras partes (que no sejam adiantamentos e emprstimos feitos por uma instituio financeira); recebimentos de caixa provenientes do reembolso de adiantamentos e de emprstimos feitos a outras partes (que no sejam adiantamentos e emprstimos de uma instituio financeira);

(b) (c)

(d)

(e)

(f)

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(g)

pagamentos de caixa para contratos de futuros, contratos de forwards, contratos de opo e contratos de swap excepto quando os contratos sejam mantidos para fins de negociao ou de comercializao, ou os pagamentos sejam classificados como actividades de financiamento; e recebimentos de caixa de contratos de futuros, contratos forwards, contratos de opo e contratos de swap, excepto quando os contratos sejam mantidos para fins de negociao ou de comercializao, ou os recebimentos sejam classificados como actividades de financiamento.

(h)

Quando um contrato for registado como cobertura de uma posio identificvel, os fluxos de caixa do contrato sero classificados da mesma maneira que os fluxos de caixa da posio que esteja a ser coberta.

Actividades de Financiamento 17. A divulgao separada de fluxos de caixa provenientes das actividades de financiamento importante porque til na predio de reivindicaes futuras de fluxos de caixa pelos fornecedores de capitais empresa. So exemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades de financiamento: (a) (b) (c) proventos de caixa provenientes da emisso de aces ou de outros instrumentos de capital prprio; pagamentos de caixa a detentores para adquirir ou remir as aces da empresa; entradas de caixa provindas da emisso de certificados de dvida, emprstimos, livranas, obrigaes, hipotecas e outros emprstimos obtidos a curto ou longo prazo; reembolsos de caixa de quantias de emprstimos obtidos; e pagamentos de caixa por um locatrio para a reduo de uma dvida em aberto relacionada com uma locao financeira.

(d) (e)

O RELATO DE FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS 18. Uma empresa deve relatar os fluxos de caixa provenientes de actividades operacionais usando um dos dois: (a) o mtodo directo, pelo qual, so divulgadas as principais classes dos recebimentos de caixa brutos e dos pagamentos de caixa brutos; ou o mtodo indirecto, pelo qual o resultado lquido ajustado pelos efeitos de transaces de natureza que no sejam por caixa, de quaisquer diferimentos ou acrscimos de recebimentos a pagamentos de caixa operacionais passados ou futuros, e itens de rdito ou gasto associados com fluxos de caixa de investimento ou de financiamento.

(b)

19.

As empresas so encorajadas a relatar fluxos de caixa de actividades operacionais usando o mtodo directo. Este mtodo proporciona informao que pode ser til na estimativa de fluxos de caixa futuros e que no disponibilizada pelo mtodo indirecto. Pelo mtodo directo, a informao acerca das principais classes de recebimentos brutos (de caixa) e de pagamentos brutos (de caixa) pode ser obtida quer: (a) (b) a partir dos registos contabilsticos da empresa; quer pelo ajustamento de vendas, custo das vendas (juros e rditos similares e juros e encargos similares para uma instituio financeira) e outros itens da demonstrao dos resultados relativamente a: (i) (ii) (iii) alteraes durante o perodo em inventrios e dvidas a receber e a pagar operacionais; outros itens que no sejam de caixa; e outros itens pelos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de caixa de investimento ou de financiamento.

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20.

Pelo mtodo indirecto, o fluxo de caixa lquido das actividades operacionais determinado pelo ajustamento do resultado lquido relativamente aos efeitos de: (a) (b) alteraes, durante o perodo em inventrios e dvidas operacionais a receber e a pagar; itens que no sejam por caixa tais como depreciaes, provises, impostos diferidos, perdas e ganhos no realizados de moeda estrangeira, lucros de associadas no distribudos e interesses minoritrios; e todos os outros itens quanto aos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de caixa de investimento ou de financiamento.

(c)

Alternativamente, o fluxo de caixa lquido das actividades operacionais pode ser apresentado pelo mtodo indirecto ao mostrar-se os rditos e os gastos divulgados na demonstrao dos resultados e as alteraes durante o perodo em inventrios e em dvidas a receber e a pagar operacionais.

O RELATO DE FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO E DE FINANCIAMENTO 21. Uma empresa deve relatar separadamente as principais classes dos recebimentos brutos (de caixa) e dos pagamentos brutos (de caixa) provenientes das actividades de investimento e de financiamento, excepto at ao ponto em que os fluxos de caixa descritos nos pargrafos 22 e 24 sejam relatados numa base lquida.

O RELATO DE FLUXOS DE CAIXA NUMA BASE LQUIDA 22. Os fluxos de caixa provenientes das actividades operacionais, de investimento e de financiamento seguintes podem ser relatados numa base lquida: (a) recebimentos e pagamentos (de caixa) por conta de clientes quando o fluxo de caixa reflicta as actividades do cliente e no os da empresa; e recebimentos e pagamentos (de caixa) dos itens em que a rotao seja rpida, as quantias sejam grandes e os vencimentos sejam curtos.

(b)

23.

Exemplos de recebimentos e pagamentos (de caixa) referidos no pargrafo 22 (a) so: (a) (b) (c) a aceitao e o reembolso de depsitos ordem de um banco; os fundos detidos para clientes por uma empresa de investimentos; e rendas cobradas por conta de, e pagas a, possuidores de propriedades.

So exemplos de recebimentos (de caixa) e pagamentos (de caixa) referidos no pargrafo 22 (b) os adiantamentos feitos a, e o reembolso de: (a) (b) (c) as quantias de capital relacionadas com clientes de cartes de crdito; a compra e a venda de investimentos financeiros; e outros emprstimos obtidos a curto prazo, como, por exemplo, os que tenham um perodo de maturidade de trs meses ou menos.

24.

Os fluxos de caixa de uma instituio financeira provenientes de cada uma das actividades seguintes podem ser relatados numa base lquida: (a) recebimentos e pagamentos (de caixa) provenientes da aceitao e reembolso de depsitos com uma data fixada de maturidade; a colocao de depsitos em, e o levantamento de depsitos de outras instituies financeiras; e adiantamentos de caixa e emprstimos feitos a clientes e o reembolso desses adiantamentos e emprstimos.

(b) (c)

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FLUXOS DE CAIXA DE MOEDA ESTRANGEIRA 25. Os fluxos de caixa provenientes de transaces expressas numa moeda estrangeira devem ser registados na moeda de relato de uma empresa pela aplicao quantia de moeda estrangeira da taxa de cmbio entre a moeda de relato e a moeda estrangeira data do fluxo de caixa. Os fluxos de caixa de uma subsidiria estrangeira devem ser transpostos s taxas de cmbio entre a moeda de relato e a moeda estrangeira nas datas dos fluxos de caixa. Os fluxos de caixa denominados numa moeda estrangeira so relatados de maneira consistente com a IAS 21, Contabilizao dos Efeitos de Alteraes nas Taxas de Cmbio. Esta permite o uso de uma taxa de cmbio que se aproxime da taxa real. Por exemplo, uma taxa de cmbio mdia ponderada de um perodo pode ser usada para registar transposies de moeda estrangeira ou a transposio dos fluxos de caixa de uma subsidiria estrangeira. Porm, a IAS 21 no permite o uso da taxa de cmbio data do balano quando sejam transpostos os fluxos de caixa de uma subsidiria estrangeira. Os ganhos e as perdas no realizados provenientes de alteraes de taxas de cmbio de moeda estrangeira no so fluxos de caixa. Porm, o efeito das alteraes das taxas de cmbio sobre caixa e seus equivalentes detidos ou devidos numa moeda estrangeira relatado na demonstrao dos fluxos de caixa a fim de reconciliar caixa e seus equivalentes no comeo e no fim do perodo. Esta quantia apresentada separadamente da dos fluxos de caixa das actividades operacionais, de investimento e de financiamento e inclui as diferenas, se as houver, caso esses fluxos de caixa tivessem sido relatados s taxas de cmbio do fim do perodo.

26.

27.

28.

ITENS EXTRAORDINRIOS 29. Os fluxos de caixa associados a itens extraordinrios devem ser classificados como provenientes das actividades operacionais, de investimento e de financiamento como apropriado e separadamente divulgados. Os fluxos de caixa associados com itens extraordinrios so divulgados separadamente na demonstrao de fluxo de caixa como provenientes das actividades operacionais, de investimento e de financiamento, para facilitar aos utentes a compreender a sua natureza e efeito nos fluxos de caixa presentes e futuros da empresa. Estas divulgaes so adicionais s divulgaes separadas da natureza e quantia dos itens extraordinrios exigidas pela IAS 8, Resultado Lquido do Perodo, Erros Fundamentais e Alteraes nas Polticas Contabilsticas.

30.

JUROS E DIVIDENDOS 31. Cada um dos fluxos de caixa de juros e dividendos recebidos e pagos deve ser separadamente divulgado. Cada um deve ser classificado de maneira consistente de perodo a perodo quer como actividade operacional, de investimento ou de financiamento. A quantia total de juros pagos durante um perodo deve ser divulgada na demonstrao de fluxos de caixa quer tenha sido reconhecida como um gasto na demonstrao dos resultados quer tenha sido capitalizada de acordo com o tratamento alternativo da IAS 23, Custos de Emprstimos Obtidos. Os juros pagos e os juros e dividendos recebidos so geralmente classificados como fluxos de caixa operacionais quanto a uma instituio financeira. Porm, no h consenso sobre a classificao destes fluxos de caixa para outras empresas. Os juros pagos e juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa operacionais porque entram na determinao do resultado lquido. Alternativamente os juros pagos e os juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa de financiamento e fluxos de caixa de investimento respectivamente porque so custos de obteno de recursos financeiros ou retornos do investimento. Os dividendos pagos podem ser classificados como fluxos de caixa de financiamento porque so um custoda obteno de recursos financeiros. Alternativamente, os dividendos pagos podem ser classificados como um componente de fluxo de caixa das actividades operacionais a fim de ajudar os utentes a determinar a capacidade de uma empresa de pagar dividendos a partir dos fluxos de caixa operacionais.

32.

33.

34.

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IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO 35. Os fluxos de caixa provenientes de impostos sobre o rendimento devem serdivulgados separadamente devendo ser classificados como fluxos de caixa de actividades operacionais a menos que possam ser especificamente identificados com as actividades de financiamento e de investimento. Os impostos sobre o rendimento provm de transaces que do origem a fluxos de caixa que so classificados como actividades operacionais, de investimento ou de financiamento numa demonstrao de fluxos de caixa. Enquanto o gasto de impostos pode ser prontamente identificvel com as actividades de financiamento ou de investimento, os fluxos de caixa relacionados com impostos so muitas vezes de identificao impraticvel podendo surgir num perodo diferente dos fluxos de caixa da operao subjacente. Por isso, os impostos pagos so geralmente classificados como fluxos de caixa das actividades operacionais. Porm, quando for praticvel identificar o fluxo de caixa de impostos com transaces individuais que do origem a fluxos de caixa que so classificados como actividades de investimento ou de financiamento, o fluxo de caixa de impostos classificado como uma actividade de investimento ou de financiamento como for apropriado. Quando os fluxos de caixa de impostos forem imputados a mais do que uma classe de actividade, deve ser divulgada a quantia total de impostos pagos.

36.

INVESTIMENTOS EM SUBSIDIRIAS, EM ASSOCIADAS E EM EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS 37. Quando se contabilizar um investimento numa associada ou numa subsidiria contabilizado pelo uso do mtodo da equivalncia patrimonial ou pelo mtodo do custo, uma investidora restringe o seu relato na demonstrao de fluxo de caixa aos fluxos de caixa entre ela prpria e a investida, como por exemplo, aos dividendos e adiantamentos. Uma empresa que relate os seus interesses numa entidade conjuntamente controlada (ver IAS 31, Relato Financeiro de Interesses em Empreendimentos Conjuntos) usando a consolidao proporcional, incluir na sua demonstrao consolidada de fluxos de caixa a sua parte proporcional dos fluxos de caixa da entidade conjuntamente controlada. Uma empresa que relate tal interesse usando o mtodo da equivalncia patrimonial inclui na sua demonstrao de fluxos de caixa os fluxos de caixa que respeitem aos seus investimentos na entidade conjuntamente controlada, e distribuies e outros pagamentos ou recebimentos entre ela e a entidade conjuntamente controlada.

38.

AQUISIES E ALIENAES DE SUBSIDIRIAS E DE OUTRAS UNIDADES EMPRESARIAIS 39. Os fluxos de caixa agregados provenientes de aquisies e de alienaes de subsidirias ou de outras unidades empresariais devem ser apresentados separadamente e classificados como actividades de investimento. Uma empresa deve divulgar, agregadamente, no que respeita tanto a aquisies como a alienaes de subsidirias ou de outras unidades empresariais durante o perodo cada um dos seguintes pontos: (a) (b) (c) a retribuio total da compra ou da alienao; a parte da retribuio da compra ou da alienao liquidada por meio de caixa e seus equivalentes; a quantia de caixa e seus equivalentes na subsidiria ou na unidade empresarial adquirida ou alienada; e a quantia dos activos e passivos que no sejam caixa ou seus equivalentes na subsidiria ou unidade empresarial adquirida ou alienada, resumida por cada categoria principal.

40.

(d)

41.

A apresentao separada dos efeitos dos fluxos de caixa de aquisies e de alienaes de subsidirias e de outras unidades empresariais em linhas de itens autnomas juntamente com a divulgao separada das quantias dos activos e de passivos adquiridos ou disponibilizados, contribui para distinguir esses fluxos de caixa dos fluxos de caixa provenientes das outras actividades de investimento e de financiamento. Os efeitos dos fluxos de caixa de alienaes no so deduzidos dos das aquisies. A quantia agregada de dinheiro pago ou recebido como retribuio de compra ou de venda relatada na demonstrao de fluxos de caixa, pelo lquido de caixa e seus equivalentes adquiridos ou alienados.

42.

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TRANSACES QUE NO SEJAM POR CAIXA 43. As transaces de investimento e de financiamento que no exijam o uso de caixa ou seus equivalentes devem ser excludas de uma demonstrao de fluxos de caixa. Tais operaes devem ser divulgadas noutra parte das demonstraes financeiras de tal maneira que proporcionem toda a informao relevante acerca das actividades de investimento e de financiamento. A maior parte das actividades de financiamento e de investimento no tem um impacto directo nos fluxos correntes de caixa se bem que afectam a estrutura do capital e do activo da empresa. A excluso das transaces que no sejam de caixa da demonstrao de fluxos de caixa consistente com o objectivo de uma demonstrao do fluxo de caixa porque esses elementos no envolvem fluxos de caixa no perodo corrente. Exemplos de operaes que no sejam de caixa so: (a) a aquisio de activos quer pela assuno de passivos directamente relacionados ou por meio de uma locao financeira; a aquisio de uma empresa por meio de uma emisso de capital; e a converso de dvida em capital.

44.

(b) (c)

COMPONENTES DE CAIXA E SEUS EQUIVALENTES 45. Uma empresa deve divulgar os componentes de caixa e seus equivalentes e deve apresentar uma reconciliao das quantias includas na sua demonstrao de fluxos de caixa com os itens equivalentes relatados no balano. Devido variedade das prticas de gesto de caixa e de acordos bancrios em todo o mundo e a fim de haver conformidade com a IAS 1, Divulgao das Polticas Contabilsticas, uma empresa divulga a poltica que adopta na determinao da composio de caixa e seus equivalentes. O efeito de qualquer alterao na poltica de determinao dos componentes de caixa e seus equivalentes, como, por exemplo, uma alterao na classificao de instrumentos financeiros anteriormente considerados como sendo parte da carteira de investimentos de uma empresa, ser relatado de acordo com a IAS 8, Resultado Lquido do Perodo, Erros Fundamentais e Alteraes nas Polticas Contabilsticas.

46.

47.

OUTRAS DIVULGAES 48. Uma empresa deve divulgar, juntamente com um comentrio da gerncia, a quantia dos saldos significativos de caixa e seus equivalentes detidos pela empresa que no estejam disponveis para uso do grupo. H vrias circunstncias em que os saldos de caixa e seus equivalentes detidos por uma empresa no esto disponveis para uso do grupo. Exemplos incluem saldos de caixa e seus equivalentes detidos por uma subsidiria que opere num pas onde se apliquem controlos sobre trocas monetrias ou outras restries legais quando os saldos no estejam disponveis para uso geral pela empresa me ou outras subsidirias. Pode ser relevante informao adicional para os utentes para compreenso da posio financeira e liquidez de uma empresa. Encoraja-se a divulgao desta informao, juntamente com um comentrio da gerncia, podendo incluir: (a) a quantia das facilidades de emprstimos obtidos no usados que possa estar disponvel para actividades operacionais futuras e para liquidar compromissos de capital, indicando quaisquer restries no uso destas facilidades; as quantias agregadas dos fluxos de caixa de cada uma das actividades operacionais, de investimento e de financiamento relacionadas com interesses em empreendimentos conjuntos relatados pelo uso da consolidao proporcional; a quantia agregada de fluxos de caixa que representem aumentos na capacidade operacional separadamente dos fluxos de caixa que sejam exigidos para manter a capacidade operacional; e

49.

50.

(b)

(c)

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(d)

a quantia dos fluxos de caixa provenientes das actividades operacionais, de investimento e de financiamento de cada segmento industrial e geogrfico relatado (ver IAS 14, Relato Financeiro por Segmentos).

51.

til a divulgao separada de fluxos de caixa que representem aumentos na capacidade operacional e fluxos de caixa que sejam exigidos para manter a capacidade operacional pois facilita ao utente determinar se a empresa est a investir adequadamente na manuteno da sua capacidade operacional. Uma empresa que no invista adequadamente na manuteno da sua capacidade operacional pode prejudicar a lucratividade futura a favor da liquidez corrente e distribuies a detentores. A divulgao de fluxos de caixa por segmentos facilita aos utentes a obteno de melhor compreenso da relao entre os fluxos de caixa da empresa como um todo e os fluxos das suas partes componentes e a disponibilidade e a variabilidade dos fluxos de caixa por segmentos.

52.

DATA DE EFICCIA 53. Esta Norma Internacional de Contabilidade torna-se operativa para as demonstraes financeiras que cubram os perodos que comecem em ou aps 1 de Janeiro de 1994.

DIRECTRIZ CONTABILSTICA N.o 14 DEMONSTRAO DOS FLUXOS DE CAIXA 1 Introduo: A adaptao do Plano Oficial de Contabilidade Directiva n.o 78/660/CEE (4.a Directiva do Conselho, de 25-7-78), consubstanciada no Dec.-Lei 410/89, de 21-11, veio introduzir nas demonstraes financeiras as quantias relativas ao exerccio anterior. Este facto, associado circunstncia de a contabilidade se processar em regime de acrscimo, logo influenciada pelas polticas contabilsticas adoptadas, ter co