Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1250

Agosto/2013

Trabalho familiar garante autonomia em família rural na comunidade Riacho, Município de Adustina - BA

Adustina

Jermino Pereira Santos mora e reside na comunidade Riacho no município de Adustina (BA), Ele conta como era sua vida antes do trabalho coletivo por meio de associação comunitária. Sem outras alternativas de renda, Jermino prestava serviço de diária a fazendeiro da cidade por mais de vinte e cinco anos, realizando atividade braçal a fim de garantir a sustentabilidade de sua família.

No período de 2009 para 2010, ele foi convidado a fazer parte do grupo organizado a fim do fortalecimento da associação de sua comunidade, junto ao projeto Gente de Valor, e o projeto de ATER pela ARCAS, momento em que o mesmo se tornou membro dirigente.

“No momento em que eu fui eleito presidente eu não queria porque tinha que trabalhar na fazenda, mais o pessoal

daqui pediu muito para que mesmo assim eu ficasse, e como fiquei, daí começou a precisão de sair para as reuniões

fora. Daí eu falei com o fazendeiro que ia precisar sair uns dias da semana, e fui saindo, saindo, até que sair definitivo.”

Com a nova vida, seu germino dispõem de técnicas e tecnologias que garante o sustento de sua família, pois desfrutar-se de uma cisterna de consumo humano com capacidade de 16m³, cisterna essa oriunda do Programa Um Milhão de Cisternas em parceria com a ARCAS. A tecnologia garante água de qualidade para o consumo de sua família. Seu Jermino também possui dois tanques com capacidade de 5m³ cada, tanques esses implantados junto ao projeto Gente de valor, como incentivo a produção, a fim de garantir a segurança alimentar de sua família, os quais mantém sua produção no momento. Recentemente, a família conquistou uma cisterna de produção com capacidade de 50m³, também oriundo do projeto gente de valor, com os mesmos objetivos de produção de alimentos, o que garante um quintal surtido de diversos tipos de plantas, entre elas: frutíferas, medicinais e horticultura. Assim podemos ver a gratidão de seu Jermino com essas tecnologias alcançadas, graças a esses projetos apoiados pela ASA e CAR - Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional, e gerenciado pela ARCAS .

“Eu só tenho a agradecer, porque graças a Deus

eu mudei minha vida com esse negocio de

associação, principalmente com a ração de

minhas galinhas,(risos), trabalhei vinte e cinco

anos para esse fazendeiro e hoje trabalho pra

mim já faz três anos.”

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

Realização Patrocínio

A vida de seu Jermino se resume na dedicação de sua propriedade e nas atividades coletivas na comunidade, pois é dela que garante o sustento de sua família. Sua propriedade tem uma área total de 2,7 ha, e é dela que é retirado seu potencial produtivo. Em sua propriedade é possível ver diversos tipos de plantações, tais como: Milho, sorgo, fava, tomatinho, cebolinha, coentro, manjericão, pimentas, tomate, cidreira, hortelã graúdo, pimenta de cheiro, jiló entre, outras plantas frutíferas, horticultura e culturas anuais. Este ano, teve uma colheita significante, colhendo 15 sacos de sorgo em grão, podendo reaproveitar a palhagem para alimentação animal, que consorciado com milho e feijão poderam aproveitar o máximo do seu potencial produtivo, colhendo quinze sacas de feijão. Agora, esperam para realizar a colheita do milho.

O adubo utilizado em sua horta provem da sua produção, onde são jogados restos de palhagem, adubo de galinha, além da produção de compostagem: local onde são depositados e amontoados restos de palhagem seca, folhas verdes, esterco de galinha, cinza e bagaço de feijão, que após molhado e revirado por diversas vezes até chegar no momento ideal de uso, que é quando o composto realiza todo processo de decomposição da matéria utilizada e não apresenta sinais de aquecimento, pois caso contrario a compostagem pode comprometer sua produção.

Seu Jermino tem um grande destaque na produção de ração para sua criação de galinhas, do qual fala com orgulho, criação essa com fim comercial na comunidade. Antes, para manter a criação de suas galinhas, era comprado o saco de ração balanceada a oitenta reais que durava quinze dias. Hoje, ele produz a ração com materiais colhidos em sua propriedade, evitando a compra da ração balanceada e alcançando os mesmos resultados que tinha com a ração comercial, além de garantir uma economia de R$160,00. Na produção de ração seu Jermino utiliza: Sorgo, milho moído, algaroba, maniçoba, leocena, casca de ovo, vagem de angico, girassol, folha de angico, folha de pau ferro, roda de batata, maniçoba e sal mineral que também é produzido com alho e sementes de plantas.

A ARCAS vêm contribuindo nesse processo desde 2011 por meio de assistência técnica e extensão rural – ATER, até o presente ano, com a cisterna de consumo humano de capacidade de 16m³ e engajamento em atividades coletivas, como dias de campo, e intercambio em troca de experiência. Foram essas conquistas que fizeram com que o agricultor se dedicasse cada vez mais e se tornasse independente, alcançando resultados significativos a fim de suprir suas necessidades de consumo familiar.

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