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CENTRO UNIVERSO DE EDUCAO E DESENVOLVIMENTO BIOLOGIA APLICADA PROFESSORA LUCLIA POSSATTI

Danieli Gomes Rafael Machado Prado

ECOSSISTEMA BRASILEIRO: PANTANAL

VITRIA 20111

DANIELI GOMES RAFAEL MACHADO PRADO

ECOSSISTEMA BRASILEIRO: PANTANAL

Trabalho apresentado disciplina Biologia Aplicada, ministrada pela professora Luclia Possatti, para obteno parcial de nota no curso Tcnico em Meio Ambiente, do Centro Universo de Educao e

VITRIA 20112

SUMRIO

1 INTRODUO...........................................................................................................3 2 CARACTERIZAO..................................................................................................5 3 RELEVO E SOLO......................................................................................................6 4 CLIMA........................................................................................................................7 5 HIDROGRAFIA..........................................................................................................7 6 FAUNA.......................................................................................................................9 7 FLORA.....................................................................................................................12 8 DEGRADAO.......................................................................................................13 8.1 PRINCIPAIS MOTIVOS DE DEGRAO.............................................................13 8.2 PERCENTUAL DE DEGRAO...........................................................................15 8.3 REAS PROTEGIDAS LEGALMENTE................................................................16 9 CURIOSIDADES SOBRE O PANTANAL...............................................................19 10 REFERNCIAS......................................................................................................21

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1 INTRODUO O Complexo do Pantanal, ou simplesmente Pantanal, um bioma constitudo principalmente por savana estpica alagada em sua maior parte, com 250 mil km de extenso. Est localizado no interior da Amrica do Sul, situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, ambos Estados do Brasil, alm de tambm englobar o norte do Paraguai e leste da Bolvia, formando nestes pases a regio do Chaco Boliviano, palavra que em linguagem indgena quechua significa "terra de caa. Em territrio brasileiro, o Pantanal tem uma extenso de cerca de 140 mil km 2, com 600 km no sentido Norte-Sul e em certos lugares 250 km de largura.

Pantanal visto por satlite.

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O nome complexo vem do fato de, dada a sua vasta rea e, em razo disto a ocorrncia de caractersticas muito peculiares em seu territrio, relacionadas a vegetao, solo, perodo de inundao e ouros aspectos, levaram pesquisadores e a prpria populao a classific-lo em micro-regies, com destaque para Corumb, Coxim, Aquidauana, Miranda, Porto Murtinho e Rio Verde.

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2 CARACTERIZAO Na regio pantaneira, a paisagem altera-se profundamente nas duas estaes bem definidas do ano: a seca e a chuvosa. Durante a seca, nos campos extensos cobertos predominantemente por gramneas e vegetao de cerrado, a gua chega a escassear, restringindo-se aos rios perenes de leitos definidos, s lagoas prximas a esses rios e a alguns banhados em reas mais rebaixadas da plancie. De novembro a maro, o Pantanal vive o perodo das cheias. A vegetao muda segundo o tipo de solo e de inundao, predominando espcies de cerrado nas terras arenosas, conhecido como Pantanal Alto, e gramneas nas terras argilosas, do Pantanal Baixo. Com as cheias, as depresses so inundadas, formando extensos lagos, reconhecidos como Baas, de extrema beleza, principalmente se forem alcalinas. Apresentam diferentes cores em suas guas, de acordo com as algas que ali se desenvolvem, e criam matizes de verde, amarelo, azul, vermelho ou preto. Com a subida das guas, volumosa quantidade de matria orgnica carregada pela correnteza a grandes distncias. Durante a vazante, esses detritos so depositados nas margens e praias de rios, lagoas e banhados, passando a se constituir em elementos fertilizantes do solo. De abril a setembro a estao seca ou inverno, com chuvas raras e temperatura bastante agradvel. Durante o dia, pode fazer calor, mas as noites so frescas ou frias. Com o incio das chuvas, geralmente em outubro, comea o vero, que se prolonga at maro. A temperatura, bastante elevada, s cai durante e logo aps as pancadas de chuvas fortes, voltando a subir at que novamente as grossas massas de gua desabem sobre a regio. quando o Pantanal, mido e quente, transformase em um imenso alagado onde os rios, banhados e lagoas se misturam. A partir de maro, o nvel das guas vai baixando e o Pantanal comea a secar. No pice da seca, entre julho e setembro, a gua fica restrita aos leitos dos rios ou aos banhados e lagoas localizadas em pores baixas da plancie, em permanente comunicao com os rios ou com o lenol fretico.

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As primeiras chuvas da estao caem sobre um solo seco e poroso e so facilmente absorvidas. Com o constante umedecimento da terra, a plancie rapidamente se torna verde devido ao rebrotamento de inmeras espcies resistentes falta de gua dos meses precedentes.

3 RELEVO E SOLO O Pantanal uma das maiores plancies de sedimentao do mundo. Sua plancie, levemente ondulada, pontilhada por raros morros isolados e rica em depresses rasas tm seus limites marcados por variados sistemas de elevaes, como chapadas, serras e macios. cortado por grande quantidade de rios, todos pertencentes Bacia do Rio Paraguai.

As terras altas do entorno, muitas delas de origem sedimentar ou formadas por rochas solveis e friveis, continuamente erodidas pela ao do vento e das guas, fornecem grande quantidade de sedimentos que so depositados na plancie, num processo contnuo de entulhamento. Formam-se assim terrenos de aluvio, muito permeveis, de composio argilo-arenosa.7

Macio do Urucum - MS

Nas regies de altitude intermediria o solo arenoso e cido e a gua retida apenas no sub-solo. Em regies mais baixas e midas encontram-se os campos limpos.

4 CLIMA O clima quente e mido no vero, com temperatura mdia de 32 C, e frio e seco no inverno, com mdia em torno de 21 C, considerada baixa para a regio, eventualmente, podem ocorrer geadas. J foram registradas temperaturas de 1 C. De junho a outubro poca de seca e o perodo das cheias vai de novembro a maio. As chuvas se concentram nos meses de dezembro e janeiro. A mdia de chuva anual no pantanal de 1.000 a 14.000 milmetros.

5 HIDROGRAFIA A malha hidrogrfica do Pantanal formada pelo rio Paraguai e seus maiores afluentes so: So Loureno (670 Km), Cuiab (650 Km), Miranda (490 Km), Taquari (480 Km), Coxim (280 Km) e Aquidauana (565 Km), bem como os rios menores : Nabileque, Apa e Negro. A bacia do rio Paraguai formada por 175 rios que totalizam 1400 quilmetros de extenso dentro do territrio brasileiro. Em decorrncia de sua vastido territorial e da condio de pluviosidade favorvel nosso pas tem a mais rica e extensa rede hidrogrfica do planeta.8

O Pantanal uma imensa plancie alagada em constante movimento, variando com as pocas de cheia e seca, e quatro so os fatores que influenciam a sua formao: a geografia, o solo, o grande nmero de rios e as formaes que o envolve. Essa regio plana, com altitudes que no ultrapassam os 200 metros acima do nvel do mar e com uma declividade quase nula favorecendo as inundaes ao longo do rio Paraguai, nico escoadouro do Pantanal.. Circundado pelo Planalto Brasileiro a leste e pela Cordilheira dos Andes a oeste, estas regies acabam desaguando na poca da cheia ou do degelo suas guas no Pantanal, isto faz com que seu solo seja rico em argila impedindo a absoro da gua. Esse complexo hidrogrfico possui baas, lagos, interligados ou no pelos corixos, e vazantes e pequenos rios temporrios ou permanentes. Nas enchentes os rios e baias se interligam e na vazante, enriquecida pelo hmus, a regio se transforma na maior e mais rica concentrao de alimentos naturais que sustentaro a fauna e a flora.

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O rio Paraguai a principal fonte de gua para o abastecimento das cidades de Corumb e Ladrio, alm de ser de fundamental importncia para as atividades rurais. A deficincia de gua superficial nessa regio fez com que a maioria dos produtores rurais perfurassem poos freticos (so aqueles que retiram gua do aqfero em cuja superfcie atua a presso atmosfrica) e artesianos (so aqueles que extraem gua de uma formao geolgica que contm gua sob presso). A maioria dos poos freticos e artesianos da regio foi perfurada em rocha calcria, dando a gua caracterstica salobra, guas com grande concentrao de carbonato de clcio e magnsio. Um levantamento indicou que apesar dessa caracterstica salobra e do pequeno risco de salinizao e sodificao do solo essa gua pode ser usada para irrigar a agricultura. 6 FAUNA A unio de fatores tais como o relevo, o clima e o regime hidrogrfico da regio favoreceram o desenvolvimento de numerosas espcies animais e vegetais que povoam abundantemente toda sua extenso. Como uma rea de transio, a regio formada por uma variedade de ecossistemas que so periodicamente inundados, apresentando, por isso, uma fauna densa e diversificada, muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. Cerca de 650 espcies diferentes de aves j foram catalogadas (no Brasil esto catalogadas cerca de 1580), sendo 444 espcies de aves raras (67,7%) e 212 espcies de aves comuns (32,2%). O Pantanal oferece ao visitante uma variedade de paisagens abertas povoadas por grandes populaes de animais, cuja alimentao depende da fase aqutica. Assim, nas lagoas, a microflora e a microfauna permitem o desenvolvimento de ricas populaes de caramujos aruas (Pomacea, Marisa e outros) e de moluscos (Anodontides, Castalia e outras), que sustentam uma variedade de predadores como aves e rpteis. Entre os peixes abundantes, h o corumbat, o pac, o cascudo, o pintado, o dourado, o ja e as piranhas. Entre os comedores da vegetao aqutica destacamse as grandes populaes de capivaras (Hydrochaeris, hydrochaeris) e de bfalos. O cgado (Platemys) tambm vegetariano. A ariranha (Pteronura brasiliensis),10

importante predador piscvoro, outrora abundante, foi quase exterminada pelos caadores. Destino semelhante pode ter o jacar (Caiman crocodilus yacare), dizimado pela caa ilegal dos ltimos anos.

Os jacars tm papel importante nas guas pantaneiras, onde funcionam como predadores "reguladores" da fauna pisccola e, s vezes, como agentes relevantes da ciclagem de nutrientes. Onde h muitos jacars so encontradas poucas piranhas. Quando os jacars so dizimados pela caa indiscriminada dos "coureiros", a populao de piranhas agressivas aumenta em detrimento de outras espcies de peixes, podendo chegar a ser perigosa at para os seres humanos.

Outro importante predador aqutico e semi-terrestre a sucuri (Eunectes notaeus), cobra injustamente perseguida pelos pantaneiros. As cobras so escassas no Pantanal, principalmente nas reas inundveis. Mas h cobras d'gua (Liophis, Helicops), jararacas (Bothrops neuwiedii) e boipevau (Hydrodynaste gigas).

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As aves do Pantanal so um de seus maiores atrativos. Reunidas em enormes concentraes, exploram os recursos alimentares aquticos. O tuiui (Jabiru mycteria), a cabea-seca (Mycteria americana) e o colhereiro (Ajaia ajaja), alm das garas, bigus e patos so os mais vistosos. Muitas espcies nidificam em reas comuns, sobre determinadas rvores, conhecidas como ninhais, que se destacam na paisagem pantaneira. Um espetculo admirvel acompanhar as aves, ao anoitecer ou ao amanhecer, aos dormitrios beira dos rios, onde passam as noites.

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Aves tpicas do Pantanal so tambm o aracu-do-pantanal (Ortalis canicollis), a arara-azul (Anodorhyncus hyacinthinus), que corre o risco de extino, o periquito de cabea preta (Nandayus nenday). O pequeno cardeal (Paroaria capitata) ave caracterstica deste ecossistema. A enorme abundncia de aves de rapina, especialmente o caracar (Polyborus), refletem a riqueza da presa animal. O gavio caramujeiro (Rosthramus sociabilis) alimenta-se de moluscos.

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A fauna das aves aquticas e paludculas (que vivem em lagoas) do Pantanal est entre as mais ricas do mundo, com muitas espcies de patos e marrecos filtradores de pequenos animais e de algas, entre os quais o irer o mais comum e abundante na regio. Animais tpicos do cerrado tambm se concentram em grande nmero no Pantanal, atrados pela fartura de alimentos das reas alagadas. So estas espcies que aparecem esparsas em outras reas do continente. O cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), comum nas ricas pastagens midas, pode ser visto acompanhado por mais duas espcies de cervos do cerrado e por outros mamferos, como o cachorrovinagre (Speothus vinaticus), a anta (Tapirus terrestris), o catetu (Tayassu tajacu) e a paca (Agouti paca). Encontram-se l, ainda, o lobo-guar (Chrysocyon brachyurus) e o tamandu-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), caados intensamente.

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As paisagens abertas do Pantanal facilitam o recenseamento areo das populaes de grandes vertebrados. Estima-se, por exemplo, que existam 10 milhes de jacars, 600 mil capivaras, mas somente 35 mil cervos-do-pantanal.

7 FLORA A vegetao aqutica fundamental para a vida pantaneira. As plantas flutuantes so os principais produtores primrios nas guas do Pantanal. Imensas reas so cobertas por "batume", que so plantas flutuantes, tais como o aguap (Eichhornia) e a Salvinia, entre outras. Levadas pelos rios, estas plantas constituem verdadeiras ilhas flutuantes, os camalotes.

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Aps as inundaes, a camada de lodo nutritivo permite o desenvolvimento de uma rica vegetao de ervas. A palmeira carand (Copernicia australis) ocorre em extensas formaes nas reas em que as inundaes dominam mas que ficam secas durante o inverno, permeando com os cupinzeiros, onde se inicia o paratudal. Os paratudais, formados pelos ips roxos (Tabebuia, localmente chamado piva), so tpicos.

Numa regio um pouco mais elevada, j com reas no inundveis, h uma vegetao caracterstica de cerrado. H ainda no Pantanal reas com mata densa e sombria (com Piptadenia, Bombax, Magonia, Guazuma). Em torno das margens mais elevadas dos rios aparece a palmeira acuri (Attalea principes), formando uma floresta de galerias juntamente com outras rvores, como o pau-de-novato (Triplaris formicosa), a embaba (Cecropia), o genipapo (Genipa) e as figueiras (Ficus). Em pontos altos dos morros aparece uma vegetao semelhante da caatinga, com a bromelicea Dyckia e os cactos cansano e mandacaru (Cereus).

8 DEGRADAO16

8.1 PRINCIPAIS MOTIVOS DE DEGRADAO A expanso desordenada e rpida da agropecuria, com a utilizao de pesadas cargas de agroqumicos, a explorao de diamantes e de ouro, nos planaltos, com utilizao intensiva de mercrio, so responsveis por profundas transformaes regionais, algumas das quais vem sendo avaliadas pela Embrapa Pantanal, como a contaminao de peixes e jacar por mercrio e diagnostico dos principais pesticidas. A remoo da vegetao nativa nos planaltos para implementao de lavouras e de pastagens sem considerar a aptido das terras e a adoo de prticas de manejo e conservao de solo, alm da destruio de habitats, acelerou os processos erosivos nas bordas do Pantanal. A conseqncia imediata tem sido o assoreamento dos rios na plancie, a qual tem intensificado as inundaes, com srios prejuzos fauna, flora e economia do Pantanal. O assoreamento do rio Taquari constitui, hoje, o principal problema do Pantanal e de Mato Grosso do Sul, com inundaes quase permanentes de uma rea aproximada de 11.000 Km2 nas sub-regies da Nhecolndia e Paiagus. A pecuria, principal atividade econmica, desta regio tem sido drasticamente afetada. A Embrapa Pantanal, preocupada com esse quadro de degradao ambiental da bacia do rio Taquari vem desenvolvendo, desde 1994, vrios estudos que objetivam entender e quantificar as relaes de causa e efeito que ocorrem nos planaltos, e que se refletem no Pantanal. Podemos destacar nestes estudos para a bacia do alto Taquari (BAT), o uso do solo, a avaliao e o mapeamento do potencial das perdas de solo, a evoluo da erosividade das chuvas e a utilizao de pesticidas na BAT. Na plancie do rio Taquari, esto sendo avaliadas e realizadas as taxas temporais de deposio de sedimento, a partir da dcada de 70, o estudo do aporte, transporte e deposio de sedimento, evoluo do regime hidrolgico, bem como, as alteraes na vegetao, avaliao da qualidade da gua e impactos na ictiofauna e na scio-economia. As informaes geradas neste estudos de impacto ambientais e scio-econmicos, visam subsidiar polticas, legislao, programas, planos e aes de desenvolvimento para esta importante regio do Pantanal.

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A implementao do gasoduto Brasil/Bolvia, abre algumas perspectivas industriais para a regio, mas poder desencadear alteraes nos ecossistemas aquticos do Pantanal e da bacia platina. Alm disso, a hidrovia Paraguai-Paran desperta a ateno da sociedade pelos impactos que poder promover. Da mesma forma, a construo de estradas, diques e canais devem ser precedidas de estudos de impacto ambiental e scio-econmico. Todas estas obras, possivelmente, sero avaliadas pela Embrapa Pantanal em momento oportuno. No rio Taquari, o fechamento de canais naturais, o restabelecimento de margens e de arrombados devem ser meticulosamente avaliados do ponto de vista ambiental e scio-econmico, demandado ateno especial das autoridades pelos srios prejuzos que esto causando economia do Pantanal. A caa e pesca clandestinas e a introduo de espcies exticas se constituem tambm em graves ameaas preservao dos recursos naturais desta regio, devendo merecer a ateno especial das autoridades competentes. A pesada utilizao de agroqumicos nos planaltos adjacentes ao Pantanal uma outra grave ameaa biodiversidade dos ecossistemas do Pantanal. O ecoturismo, embora seja uma das principais alternativas scio-econmicas para a regio, necessita de planejamento para ser explorado em bases sustentveis. Todo esse conjunto de problemas atuais e potenciais decorrentes da atividade humana nos planaltos e na plancie, demonstra que as aes a serem implementadas numa bacia hidrogrfica devem ser aliceradas em estudos integrados, onde as relaes de causa e efeito necessitam estar bem delineadas e aceitas pela sociedade.

8.2 PERCENTUAL DE DEGRADAO A revista poca divulgou, na edio de 1 de junho de 2009, um estudo indito que mostra a verdadeira proporo da degradao da plancie pantaneira e de toda a Bacia do Alto Paraguai. A concluso do estudo, realizado pelas ONGs Ecoa; SOS18

Pantanal; Avina; Conservao Internacional e WWF-Brasil, que embora a plancie pantaneira esteja bem preservada, com 85% de sua vegetao intacta, a regio das terras altas j tem 58% das matas comprometidas. Nesses planaltos esto as cabeceiras dos rios responsveis pelo ciclo hidrolgico do Pantanal, fundamental para manter a diversidade de plantas e bichos e principalmente o equilbrio de toda a regio.

O estudo elaborou um ranking dos municpios (no divulgado pela Revista poca), que fazem parte da plancie pantaneira, que mais degradaram o ambiente. Em Mato Grosso do Sul, so eles: 1 Sonora 65% de sua rea j sofrem com as aes do homem 2 Coxim 60% 3 Bodoquena 53% 4 Rio Verde de MT 50% 5 Miranda 42% Seguem Porto Murtinho, com 35% de seu ambiente natural alterado; Ladrio, com 33%; Aquidauana com 26% e; Corumb com apenas 6%.

8.3 REAS PROTEGIDAS LEGALMENTE

Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense Na dcada de 1970, houve modificao do ciclo natural de cheia e seca do Pantanal, causada principalmente pelas aes do homem. Pesquisadores e a sociedade civil organizada reivindicaram ento a criao de uma Unidade de19

Conservao (UC) para resguardar uma amostra dos ecossistemas pantaneiros. Assim, foi criada em 28 de maio de 1971 a Reserva Biolgica do Caracar, em Mato Grosso, atravs da aquisio de parte de uma antiga fazenda de criao extensiva de gado que, aps a histrica grande enchente de 1971 ficou com grande parte de seu territrio submerso. Em 1981 o Governo Federal criou o Parque Nacional (Parna) do Pantanal MatoGrossense, juntando a Reserva Biolgica do Caracar e o restante da rea da antiga fazenda, totalizando 135 mil hectares na Bacia do Alto Paraguai (BAP). O parque est localizado totalmente no Estado de Mato Grosso e sua Zona de Amortecimento (entorno) abrange os municpios de Cceres (MT), Pocon (MT) e Corumb (MS). O Parna Pantanal rico em biodiversidade e aspectos culturais. A Unidade de Conservao importante para a manuteno da avifauna, por oferecer abundncia de alimentos, abrigos e locais para reproduo. A flora do parque est praticamente intacta, comprovando o papel de conservao da rea protegida. A UC contribui para a manuteno dos processos hidrolgicos do Pantanal e serve de abrigo para vrias espcies da fauna raras ou ameaadas de extino. Registros histricos e pr-histricos conferem ao Parna Pantanal a condio de guardio de importante patrimnio cultural. Ali so encontrados stios arqueolgicos ainda pouco conhecidos e vestgios de construes erguidas durante a Guerra do Paraguai.

Reservas privadas brasileiras no Pantanal Com o objetivo de proteger permanentemente os bens naturais da regio, a Fundao de Apoio Vida nos Trpicos (Ecotrpica), em parceria com a organizao no-governamental The Nature Conservancy (TNC), adquiriu trs fazendas vizinhas ao Parna Pantanal, e transformou-as em Reservas Particulares do Patrimnio Natural (RPPNs). Desta forma, as reas protegidas aumentaram em 44% e incluram a Serra do Amolar e corredores ecolgicos ao seu redor. Nas fazendas Acurizal e a Penha as

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reas protegidas como RPPNs totalizam 26.400 hectares e na Fazenda Doroch, 26.518 hectares. A regio recebeu em 2000, da Unesco, ttulo de Patrimnio Natural da Humanidade, o que estimula e facilita a realizao de aes para a conservao, elaborao e implementao de polticas nacionais de meio ambiente e captao de recursos financeiros. Para se ter idia das riquezas e abundncia da biodiversidade nas reas do parque e das reservas, at 35,7% dos mamferos e 39% das aves de todo o Pantanal podem ser encontradas na regio.

Reserva indgena Guat Foi criada em 1996 para atender a reivindicao dos indgenas da etnia Guat que viviam na periferia de Corumb. A Reserva de 10.900 hectares est na Ilha nsua, em Corumb, na fronteira com a Bolvia. Ali vivem cerca de 29 famlias praticando pesca artesanal, agricultura de subsistncia, produzindo farinha de bocaiva e criando ou caando pequenos animais. A comunidade tem sido atendida por programas sociais e possui uma escola e atendimento de agentes comunitrios.

Estao Ecolgica Taiam Est localizada mais ao norte do Pantanal, uma rea brasileira protegida com 11.200 hectares. Sua regio um berrio para os peixes pois as guas do rio Paraguai ficam bem mais lentas e calmas devido formao dos meandros (quando o leito do rio fica mais estreito e delicado, dividindo-se em vrios canais). No entanto, grandes comboios de barcaas que transportam gros e minrios, principalmente, esto promovendo alteraes nas condies naturais do rio Paraguai, destruindo as matas ciliares e os barrancos, porque no conseguem fazer as curvas e chocam-se contra suas margens.

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A Estao Ecolgica Taiam uma das regies mais frgeis e delicadas no rio Paraguai, mas continua sendo uma das que mais sofrem com os impactos negativos da navegao comercial.

rea Natural de Manejo Integrado San Matas uma enorme rea protegida legalmente na regio pantaneira boliviana e possui 2.918.500 hectares. Traz as influncias do bioma Bosque Seco Chiquitano. Foi criada em 1997 e 12% de sua rea ocupa a BAP. Parque Nacional Pantanal de Otuquis Tem 1.005.950 hectares e foi criado tambm em 1997. Juntamente com a reas Natural de Manejo Integrado e San Matias e outras reas protegidas representa cerca de 90% de reas protegidas dentro do Pantanal boliviano. Cerca de 24% de sua rea est em regio da BAP.

9 CURIOSIDADES SOBRE O PANTANAL

A maior cobra do Pantanal a sucuri amarela. Mede at 4,5 metros e se alimenta de peixes, aves e pequenos mamferos.

Tuiui, ave-smbolo do Pantanal, tem mais de 2 metros de envergadura com as asas abertas.

O jacar do Pantanal mede at 2,5 metros de comprimento, alimentando-se principalmente de peixes.

O maior peixe do Pantanal o ja, um bagre gigante que chega a 1,5 metro de comprimento, pesando at 120 quilos.

O Pantanal apresenta grande diversidade de espcies de plantas superiores, como rvores e arbustos (1.647 espcies) e alta diversidade de fauna: 263 espcies de peixes, 122 espcies de mamferos, 93 espcies de rpteis, 1.132 espcies de borboletas e 656 espcies de aves.22

As cheias anuais dos rios da regio atingem cerca de 80% do Pantanal e transformam a regio em um impressionante lenol d'gua, afastando parte da populao rural que migra temporariamente para as cidades ou vilas.

O Pantanal atrai cerca de 700 mil turistas por ano, 65% dos quais so pescadores.

Os 210 mil quilmetros quadrados do Pantanal equivalem soma das reas de quatro pases europeus Blgica, Sua, Portugal e Holanda.

A ona pintada do Pantanal chega a pesar 150 quilos, alimentando-se de aproximadamente 85 espcies de animais que vivem na regio.

O Pantanal brasileiro tem 144.294 km2 de plancie alagvel, 61,9% dos quais (89.318 km2) no Mato Grosso do Sul, e 38,1% (54.976 km2) em Mato Grosso.

O bioma do Pantanal foi reconhecido em 2000 como Reserva da Biosfera. Essas reservas, declaradas pela Unesco, so instrumentos de gesto e manejo sustentvel integrados que permanecem sob a jurisdio dos pases nos quais esto localizadas.

O reduzido desnvel da regio produz a inundao peridica do Pantanal. Alm disso, o relevo faz com que o Rio Paraguai ande bem devagar. Uma canoa deriva no rio demoraria cerca de seis meses para atravessar o Pantanal.

A cada 24 horas, cerca de 178 bilhes de litros de gua entram na plancie pantaneira.

Existem mais espcies de aves no Pantanal (656 espcies) do que na Amrica do Norte (cerca de 500) e mais espcies de peixes do que na Europa (263 no Pantanal contra aproximadamente 200 em rios europeus).

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10 REFERNCIAS 1- http://www.pantanal.com/index.htm 2-http://www.ibge.gov.br/7a12/conhecer_brasil/default.php?id_tema_menu=1&id_ tema_submenu=12 3- http://br.geocities.com/serraverde/pantanal/caracteristicas.html 4- http://br.geocities.com/serraverde/pantanal/flora.html 5- http://pt.wikipedia.org/wiki/Pantanal 6- http://www.colorfotos.com.br/pantanal/pantanal.htm 7- http://www.suapesquisa.com/geografia/pantanal.htm 8- http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=22987 9- http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=16808&action=news 10- http://www.portalpantanal.com.br/dadosgerais.html 11- http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./natural/index.html& conteudo=./natural/biomas/pantanal.html 12- http://www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/PANTANAL.HTM 13- http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=963&sid=2 14- http://www.ibama.gov.br/ecossistemas/pantanal.htm24