trabalho de sociologia jurídica
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Aluno: Janilson Gomes da Silveira Filho Matrícula: 201201701805 Direito – Vespertino Sala: MF-05 Cadeira: Sociologia Jurídica e Judiciária Profª Leila Paiva
Atividades Estruturadas
1ª etapa - Resenha Crítica:
O vídeo em questão retrata de forma coesa e direta uma realidade a qual vivenciamos todos os dias em nosso país, o direito presente na vida de alguns e a falta de direito na vida da grande maioria. Apesar de previstos em lei vários direitos e garantias fundamentais do cidadão não são cumpridos, pois a maior parte da população brasileira não tem sequer condições mínimas de qualidade de vida, ou seja, vários princípios constitucionais são desrespeitados por parte dos governantes do nosso país, dentre eles podemos citar o da igualdade, outro, o da equidade, entre outros. Por que ocorre essa disparidade quanto aos direitos? Porque o mesmo Estado regulador e responsável por deter/promover direitos para a população, é o mesmo que exclui a população no processo de elaboração das leis, favorecendo os interesses dos detentores de poder e riquezas em nosso país. Como bem explícita o vídeo uma frase de Jean-Jacques Rousseau os que conhecem as leis as têm e utilizam-se dela de forma a benefício próprio em contrapartida a maior parte da população que desconhece as mesmas não as utiliza e ficam aquém dos seus direitos fundamentais como educação, saúde, segurança e outros. A problemática em questão não é a falta de leis mais a falta de conhecimento por parte da população das leis em nosso país. Falta a maior participação populacional na elaboração das mesmas e, maior participação populacional cobrando e fazendo cumprir os direitos de povo que detém o poder originário constituinte, o que não é uma realidade em nosso país, infelizmente, pois a maioria da população vive alienada e não se importa com o que ocorre no país. Percebemos através dessa problemática que a questão levantada no vídeo não é algo novo e sim que vem desde a nossa colonização, nosso país sempre teve a maior parte da população desconhecedora do que acontece em nosso país e isso desde sempre, a população em peso desde D. Pedro e, mesmo antes, não procurava saber o que ocorria no âmbito das leis e no âmbito político em nosso país, não procurava acompanhar o que estava sendo feito para melhorar as condições de vida da população em relação às leis em pauta nas câmaras, enfim o Brasil é um país riquíssimo, que tem um dos sistemas judiciários mais bem estruturados do mundo e mesmo com todas essas prerrogativas não se faz competente em cumprir o que está em nossa Constituição Federal de 1988 para garantir o mínimo à população, pois o mesmo apresenta lentidão na diligência da maioria dos problemas judiciais que existem em nosso país, além disso a população que deveria cobrar mudanças não cumpre o seu papel de povo, então concluímos que o resultado final é uma mudança lenta e como ocorre desde o primórdios em nosso país, mudança para os interessados nas mudanças.
“As leis são sempre úteis aos que possuem e nocivas aos que nada têm.” Jean- Jacques Rousseau
2ª etapa - Pluralismo Jurídico: Conceitos Básicos e noções gerais:
O pluralismo jurídico apresenta-se como uma concepção progressista, um novo
paradigma de compreensão e produção científica da teoria do direito, com eficácia e
legitimação, descentralizador e democrático. Caracteriza-se por formas alternativas de
produção e aplicação do direito. Designa a existência de mais de uma realidade de
múltiplas formas de ação prática e de diversidade de campos sociais com a
particularidade própria. Tem caráter interdisciplinar, de modo a permitir a criação de um
novo direito, não monopolizado pelo Estado, mas também produzido pela comunidade
que o compõe e a quem ele deverá servir, satisfatoriamente.
Segundo WOLKMER, a percepção deste novo pluralismo passa, obrigatoriamente, pela
redefinição das relações entre o poder centralizador de regulamentação do Estado e o
esforço desafiador de autorregulação dos movimentos sociais, grupos voluntários e
associações profissionais.
O pluralismo progressista visa dotar o Estado de mecanismos de distribuição do direito
de forma justa e coerente, levando em consideração: (a) a legitimidade de novos sujeitos
coletivos de direito, (b) a implementação de um sistema capaz de satisfazer as
necessidades da sociedade, (c) a democratização do espaço público de participação e (d)
a consolidação de processos que conduzam a uma emancipação racional.
Portanto, uma nova maneira de pensar o direito, o estabelecimento de um novo
paradigma, a pluralidade jurídica, descentralizando o poder monopolizador do Estado, é
uma alternativa forte para a teoria do direito no sentido de encerrar a crise jurídica do
atual modelo e contribuir para a disseminação e relativização dos institutos jurídicos,
sob o ponto de vista democrático, participativo, popular e, sobretudo, racional.
Nesse contexto emerge, então, o pluralismo jurídico, sob uma nova concepção
progressista e democrática, que sugere uma profunda mudança nos atuais paradigmas da
teoria atual do direito, no sentido de romper com o modelo jurídico atual, em cujo
monopólio do direito está centrado exclusivamente no Estado, como única fonte de
produção da norma jurídica positiva. Não visa este pluralismo a retirar totalmente do
Estado a produção da norma, mas sim em reconhecê-lo como um dos vários entes
capazes de elaborar o direito, sem detrimento de outros organismos democráticos que
venham a surgir.
Trata-se de proposta de democratização da jurisdicionalização, rompendo, assim, com o
monismo e tornando a teoria jurídica mais flexível a adaptável às necessidades sociais,
de modo a flexibilizá-la ao máximo, a ponto de extrair do direito vigente toda a
prestação que este possa dar à sociedade, na medida de resolver eficazmente os atuais
conflitos. O pluralismo consiste em descentralizar o direito do Estado, criando núcleos
de aplicação de direito na sociedade organizada, nos diferentes focos, para atendimentos
de diferentes anseios sociais, sob uma nova ótica paradigmática.
A funcionalidade do pluralismo como novo paradigma da teoria do direito, não poderia
afastar do estado determinado controle da juridicidade. O estado deveria continuar
exercendo seu domínio sobre o direito. Do contrário, seria um pluralismo desorganizado
que acabaria implicando em insegurança ao operador do direito, bem como sério risco
de mais uma vez cair nas mãos da classe dominante, tornando-se, portanto, numa
concepção sem os feitos almejados pelos esforços da teoria crítica, o que, certamente,
traria mais malefícios à sociedade do que o próprio monismo atual, pois o direito fugiria
do controle do Estado. Até hoje, nenhuma teoria social, por mais bem elaborada e
cientificamente concebida que tenha sido, conseguiu atender com perfeição os projetos
para a qual fora constituída. Um exemplo é o próprio monismo jurídico.