trabalho de sementes - germinação olho de pombo

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ESTUDO GERMINATIVO DE SEMENTES DE Adenanthera pavonina L. EM FUNÇÃO DE DIFERENTES TRATAMENTOS E SUBSTRATOS. BATISTA, J.P.P. 1 ; ANJOS, C.A. 1 ; SANTANA, S.B. 1 ;ALMEIDA, D.C.L. 1 1 Graduando em Engenharia Florestal UFRPE 1.INTRODUÇÃO É essencial para germinação das sementes a presença de água e temperatura adequada. Para isso há um grau mínimo de umidade que a semente deve atingir, o qual depende de sua composição química e permeabilidade do tegumento. Portanto para que ocorra a germinação é necessário que o embrião seja reativado de seu estado de aquiescência através do rompimento do tegumento da semente e emergência da plântula. Para as espécies florestais a dormência é um dos principais problemas para a produção de mudas. O presente trabalho foi desenvolvido com o propósito de utilizar tratamentos germinativos para sementes de olho de pombo (Adenanthera Pavonina L.), pertence a família Fabaceae, subfamilia Mimosoideae originaria da Ásia tropical, bastante adaptada ao Brasil, tem sido utilizada para arborização, artesanato e reflorestamento com distribuição em todo território brasileiro. Árvore semidecídua, de 15-20 metros de altura, possui um crescimento rápido, sendo um bom dossel para plantas herbáceas, arbustivas e trepadeiras que não toleram altas intensidades luminosas. Porém sua ocorrência é limitada devido a dormência d suas sementes, pois tem grande impermeabilidade o tegumento dificultando a germinação da espécie em condições naturais. O experimento foi desenvolvido no laboratório de Sementes da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Sede campos Dois Irmãos. As sementes de Adenanthera Pavonina L. foram coletadas no departamento de ciência florestal da UFRPE Sede. Germinação de semente em teste de laboratório, é a emergência e o desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, demonstrando sua aptidão para produzir uma planta normal sob as condições favoráveis de campo (BRASIL, 2009). 2.MATERIAL E MÉTODOS As sementes foram coletadas dentro do campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) localizado no Recife, em março de 2013. Logo em seguida efetuou-se o beneficiamento e homogeneização das mesmas no Laboratório de Sementes da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Após beneficiamento e homogeneização as novecentas sementes que foram utilizadas no experimento apresentaram peso igual a 248,58 gramas, após pesagem todas as sementes foram lavadas com água corrente e deixadas em um escorredor por duas horas para secagem. Os testes foram conduzidos em recipientes Gerbox de dimensões 11x11x3 ( comprimento, largura e altura respectivamente ), e papel mata-borrão, onde os mesmos foram alocados de maneira inteiramente casualizada sobre a bancada do laboratório que foi limpa e esterilizada e mantida limpa durante todo o experimento. O fotoperíodo condiz com o número de horas de luz de um dia comum uma vez que o laboratório possui janelas que permitem a passagem de luz e o experimento foi conduzido com luz incidindo durante as horas de luz do dia, cerca de doze horas de luz diária. Para superar a dormência tegumentar das sementes, efetuaram-se dois tratamentos e um terceiro que oi apenas uma testemunha, onde as sementes foram apenas lavadas com água corrente. Os outros dois tratamentos consistiram em imersão das mesmas em água quente, a cerca de 80°C, por cerca de vinte minutos e imersão em ácido sulfúrico por trinta minutos, nos dois tratamentos as sementes foram agitadas durante o processo com bastões de vidro, para que as mesmas fossem igualmente atingidas pelo tratamento. Os substratos usados foram preparados com antecedência, os papéis foram submersos em solução de água de torneira com hipoclorito de sódio a 5%, por vinte e quatro horas e trocada a solução por três vezes durante este período, para uma desinfestação mais eficiente. A areia lavada foi esterilizada em uma estufa a cerca de 30°C por vinte e quatro horas. A areia é um substrato recomendado nas RAS (BRASIL, 1992), mas apresenta o inconveniente de drenar a água, acarretando ressecamento na parte superior do substrato, além de ser muito pesada, o que dificulta o manuseio das caixas plásticas no germinador (FIGLIOLIA et al., 1993). Diariamente analisou-se o número de sementes que emitiram a radícula, o que foi considerado como germinação, durante os sete dias corridos onde o experimento foi conduzido.

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Page 1: trabalho de sementes - germinação olho de pombo

ESTUDO GERMINATIVO DE SEMENTES DE Adenanthera

pavonina L. EM FUNÇÃO DE DIFERENTES TRATAMENTOS

E SUBSTRATOS. BATISTA, J.P.P.

1; ANJOS, C.A.

1; SANTANA, S.B.

1;ALMEIDA, D.C.L.

1

1Graduando em Engenharia Florestal UFRPE

1.INTRODUÇÃO

É essencial para germinação das sementes a presença de água e temperatura adequada. Para isso

há um grau mínimo de umidade que a semente deve atingir, o qual depende de sua composição química e

permeabilidade do tegumento. Portanto para que ocorra a germinação é necessário que o embrião seja

reativado de seu estado de aquiescência através do rompimento do tegumento da semente e emergência da

plântula.

Para as espécies florestais a dormência é um dos principais problemas para a produção de mudas.

O presente trabalho foi desenvolvido com o propósito de utilizar tratamentos germinativos para sementes

de olho de pombo (Adenanthera Pavonina L.), pertence a família Fabaceae, subfamilia Mimosoideae

originaria da Ásia tropical, bastante adaptada ao Brasil, tem sido utilizada para arborização, artesanato e

reflorestamento com distribuição em todo território brasileiro. Árvore semidecídua, de 15-20 metros de

altura, possui um crescimento rápido, sendo um bom dossel para plantas herbáceas, arbustivas e

trepadeiras que não toleram altas intensidades luminosas. Porém sua ocorrência é limitada devido a

dormência d suas sementes, pois tem grande impermeabilidade o tegumento dificultando a germinação da

espécie em condições naturais. O experimento foi desenvolvido no laboratório de Sementes da

Universidade Federal Rural de Pernambuco, Sede – campos Dois Irmãos. As sementes de Adenanthera

Pavonina L. foram coletadas no departamento de ciência florestal da UFRPE – Sede. Germinação de

semente em teste de laboratório, é a emergência e o desenvolvimento das estruturas essenciais do

embrião, demonstrando sua aptidão para produzir uma planta normal sob as condições favoráveis de

campo (BRASIL, 2009).

2.MATERIAL E MÉTODOS

As sementes foram coletadas dentro do campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

localizado no Recife, em março de 2013. Logo em seguida efetuou-se o beneficiamento e

homogeneização das mesmas no Laboratório de Sementes da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Após beneficiamento e homogeneização as novecentas sementes que foram utilizadas no experimento

apresentaram peso igual a 248,58 gramas, após pesagem todas as sementes foram lavadas com água

corrente e deixadas em um escorredor por duas horas para secagem.

Os testes foram conduzidos em recipientes Gerbox de dimensões 11x11x3 ( comprimento, largura e altura

respectivamente ), e papel mata-borrão, onde os mesmos foram alocados de maneira inteiramente

casualizada sobre a bancada do laboratório que foi limpa e esterilizada e mantida limpa durante todo o

experimento. O fotoperíodo condiz com o número de horas de luz de um dia comum uma vez que o

laboratório possui janelas que permitem a passagem de luz e o experimento foi conduzido com luz

incidindo durante as horas de luz do dia, cerca de doze horas de luz diária.

Para superar a dormência tegumentar das sementes, efetuaram-se dois tratamentos e um terceiro que oi

apenas uma testemunha, onde as sementes foram apenas lavadas com água corrente. Os outros dois

tratamentos consistiram em imersão das mesmas em água quente, a cerca de 80°C, por cerca de vinte

minutos e imersão em ácido sulfúrico por trinta minutos, nos dois tratamentos as sementes foram agitadas

durante o processo com bastões de vidro, para que as mesmas fossem igualmente atingidas pelo

tratamento.

Os substratos usados foram preparados com antecedência, os papéis foram submersos em solução de água

de torneira com hipoclorito de sódio a 5%, por vinte e quatro horas e trocada a solução por três vezes

durante este período, para uma desinfestação mais eficiente. A areia lavada foi esterilizada em uma estufa

a cerca de 30°C por vinte e quatro horas.

A areia é um substrato recomendado nas RAS (BRASIL, 1992), mas apresenta o inconveniente

de drenar a água, acarretando ressecamento na parte superior do substrato, além de ser muito pesada, o

que dificulta o manuseio das caixas plásticas no germinador (FIGLIOLIA et al., 1993).

Diariamente analisou-se o número de sementes que emitiram a radícula, o que foi considerado

como germinação, durante os sete dias corridos onde o experimento foi conduzido.

Page 2: trabalho de sementes - germinação olho de pombo

Os tratamentos foram distribuídos segundo o delineamento experimental inteiramente

casualizado, e a análise de variância foi efetuada em arranjo fatorial 3x3 ( três tratamentos e três

substratos ), com quatro repetições de 25 sementes cada.

3.RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se significativa eficiência do tratamento da quebra de dormência das sementes em

analises de germinação, assim como o uso de substratos corretos e mais adequados a cada espécie e

situação.

Os resultados obtidos foram mais que perfeitos e mais relevantes que o esperado. Obtendo-se

após sete dias de experimento a combinação de tratamento e substrato perfeita para a espécie e situação

ali aplicada.

Segundo o quadro 1, que apresenta o percentual de sementes germinadas em cada repetição em

cada tratamento e em cada substrato, a combinação perfeita foi o tratamento com ácido sulfúrico e o

substrato entre papel mata-borrão, o resultado foi o esperado por qualquer estudo mas raramente

alcançado, onde observa-se um resultado de 100% das sementes germinadas em um curto período de sete

dias. Apesar da combinação anteriormente citada, apenas as sementes tratadas com ácido sulfúrico

apresentaram resultados satisfatórios, em diferentes substratos utilizados.

Admitiu-se então que após os sete dias corridos e o resultado mais que satisfatório sobre qual

seria o melhor tratamento pré-germinatiivo e substrato para realização da germinação das sementes, por

conta do resultado obtido, o experimento foi encerrado e contabilizado seus resultados.

Na primeira contagem, após dois dias da implantação do experimento, apenas duas sementes do

tratamento com ácido sulfúrico haviam germinado, e foram as únicas, porém após cinco dias da

implantação do experimento alcançou-se um resultado de 100% das sementes germinadas no tratamento

com ácido e substrato entre papel mata-borrão.

Os quadros 2 e 3 mostram os resultados do teste de Tukey a 5% feitos com o auxílio do

programa ASSISTAT para auxílio estatístico, estão descritos no quadro 3 como fator 1, os substratos, que

são, respectivamente, Sobre Areia Lavada, Sobre Papel Germitest e Entre Papel Mata-Borrão. O fator 2

são os tratamento Pré-Germinativos, respectivamente, controle, imersão em água quente a 80°C e imersão

em ácido sulfúrico por trinta minutos.

4. CONCLUSÃO

Nos resultados práticos do experimento, o melhor tratamento pré-germinativo foi a imersão em ácido

sulfúrico concentrado por trinta minutos e o processo germinativo conduzido em substrato entre papel

mata-borrão. Segundo o teste de Tukey 5% os substratos não diferenciam-se entre si, mas o tratamento

germinativo diferencia-se entre si sendo o tratamento com ácido o de melhores resultados.

5.REFERÊNCIAS

Ednaldo Bezerro de Souza et. all. Germinação de Sementes de Adenanthera pavonina L. em Função de Diferentes Temperaturas e Substratos. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365p. FIGLIOLIA, M. B.; OLIVEIRA, E. C.; PINÃ- RODRIGUES, F. C. M. Análise de sementes. In: AGUIAR, I. B.; PINÃ-RODRIGUES, F. C. M.; FIGLIOLIA, M. B. Sementes florestais tropicais. Brasília: ABRATES, 1993. p.137-174.

Sandra Sely Silveira Maia et. all.Germinação de Sementes de Hyptis suaveolens (L.) POIT.

(LAMIACEA) em Função da Luz e da Temperatura. Revista Caatinga, UFERSA. Mossoró – Brasil.

Dezembro, 2008

BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para Análise de Sementes.

Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília: MAPA/ACS, 2009.395p.

Page 3: trabalho de sementes - germinação olho de pombo

Substratos

Tratamento Repetição Sobre Areia

Lavada Sobre Papel Germitest Entre Papel Mata-Borrão

Controle

R1 4% / 0 0% / 0 0% / 0

R2 4% / 0 0% / 0 0% / 0

R3 0% / 0 0% / 0 4% / 0,143

R4 0% / 0 0% / 0 0% / 0

Água Quente

R1 0% / 0,268

8% / 0,268

8% / 0,286

R2 8% / 0,143

4% / 0,143

0% / 0

R3 4% / 0,143

8% / 0,286

4% / 0,143

R4 0% / 0 0% / 0 4% / 0,143

Ácido Sulfúrico

R1 20% / 0,714

64% / 2,311

100% / 3,571

R2 4% / 0,143

20% / 0,714

100% / 3,571

R3 12% / 0,429

44% / 1,571

100% / 3,571

R4 0% / 0 28% / 0,964

100% / 3,571

Quadro 1, valores dos G% e IVG respectivamente.

Quadro 2 Quadro 3

QUADRO DE ANÁLISE

------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM F

------------------------------------------------------------------

Fator1(F1) 2 4.34290 2.17145 2.4090 ns

Fator2(F2) 2 13.78421 6.89211 7.6462 **

Int. F1xF2 4 15.75275 3.93819 4.3691 **

------------------------------------------------------------------

Tratamentos 8 33.87986 4.23498 4.6983 **

Resíduo 27 24.33725 0.90138

------------------------------------------------------------------

Total 35 58.21712

------------------------------------------------------------------

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < .01)

* significativo ao nível de 5% de probabilidade (.01 =< p < .05)

ns não significativo (p >= .05)