trabalho de saúde ambiental resumo caatinga cerrado

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Trabalho de Saúde Ambiental (Caatinga e Cerrado). Biomas O Mapa de Biomas do Brasil e o Mapa de Vegetação do Brasil têm grande utilidade para a análise de cenários e tendências dos diferentes biomas. Servem como referência para o estabelecimento de políticas públicas diferenciadas e para o acompanhamento, pela sociedade, das ações implementadas. Bioma é conceituado no mapa como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria. Definição O bioma "Caatinga" , que na língua indígena tupi-guarani quer dizer Mata Branca, está localizado na região nordeste do Brasil entre o bioma Mata Atlântica e o bioma Cerrado. A caatinga é uma savana estépica com fisionomia de deserto Localização O Bioma Caatinga se estende pela totalidade do estado do Ceará (100%) e mais de metade da Bahia (54%), da Paraíba (92%), de Pernambuco (83%), do Piauí (63%) e do Rio Grande do Norte (95%), quase metade de Alagoas (48%) e Sergipe (49%), além de pequenas porções de Minas Gerais (2%) e do Maranhão (1%). Ocupando quase 10% do território nacional, com 736.833 km²

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Trabalho de Saúde Ambiental (Caatinga e Cerrado).

Biomas

O Mapa de Biomas do Brasil e o Mapa de Vegetação do Brasil têm grande utilidade para a análise de cenários e tendências dos diferentes biomas. Servem como referência para o estabelecimento de políticas públicas diferenciadas e para o acompanhamento, pela sociedade, das ações implementadas.

Bioma é conceituado no mapa como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria.

Definição

O bioma "Caatinga" , que na língua indígena tupi-guarani quer dizer Mata Branca, está localizado na região nordeste do Brasil entre o bioma Mata Atlântica e o bioma Cerrado. A caatinga é uma savana estépica com fisionomia de deserto

Localização

O Bioma Caatinga se estende pela totalidade do estado do Ceará (100%) e mais de metade da Bahia (54%), da Paraíba (92%), de Pernambuco (83%), do Piauí (63%) e do Rio Grande do Norte (95%), quase metade de Alagoas (48%) e Sergipe (49%), além de pequenas porções de Minas Gerais (2%) e do Maranhão (1%). Ocupando quase 10% do território nacional, com 736.833 km²

É o único bioma exclusivamente brasileiro. Isto significa que grande parte do patrimônio biológico dessa região não é encontrada em outro lugar do mundo além do Nordeste do Brasil. A área total é de aproximadamente 1.100.000 km².

Caracterização

A caatinga tem uma fisionomia de deserto, com índices pluviométricos muito baixos, em torno de 500 a 700 mm anuais. Em certas regiões do Ceará, por exemplo, embora a média para anos ricos em chuvas seja de 1.000 mm, pode chegar a apenas 200 mm nos anos secos.

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Clima e Hidrografia

De clima semi-árido, essa região é a mais seca do Brasil. Tem duas estações, a seca e a das chuvas. Associa-se a isso as altas temperaturas, com médias anuais entre 24 e 29º C. Estamos afinal na região equatorial e a insolação é fortíssima.

Hidrografia das cabeceiras até as proximidades do mar, os rios com nascentes na região permanecem secos por cinco ou sete meses no ano. Apenas o canal principal do São Francisco mantém seu fluxo através dos sertões, com águas trazidas de outras regiões climáticas e hídricas.

Geologia, Relevo e Solos

Geologicamente, a região é composta de vários tipos diferentes de rochas. Nas áreas de planície as rochas prevalecentes, se encontram cobertas por uma camada de solo bastante profunda, com afloramentos rochosos ocasionais, principalmente nas áreas mais altas que bordejam a Serra do Tombador; tais solos (latossolos) são solos argilosos (embora a camada superficial possa ser arenosa ou às vezes pedregosa) e minerais, com boa porosidade e rico em nutrientes.

O relevo do domínio da caatinga é formado, basicamente por planaltos (planaltos da bacia do Parnaíba e da borborema) e depressões (depressão sertaneja e do São Francisco). As áreas mais elevadas são cobertas por matas úmidas e as mais baixas são cobertas por Caatinga.

Os solos da Caatinga podem ser argilosos, arenosos ou rasos e pedregosos. Como as chuvas são escassas, ocorre a preservação dos nutrientes minerais. Quanto aos nutrientes orgânicos, esses solos são pobres, já que a vegetação é rala e o clima seco não facilita a decomposição das folhas que caem sobre os solos.

Flora

É formada por vegetais endêmicos, plantas xerófilas e caducifólias, arbóreas / arbustivas, de galhos retorcidos, em sua maioria com espinhos.

A vegetação do bioma é extremamente diversificada, incluindo, além das caatingas. São reconhecidos 12 tipos diferentes de Caatingas, que chamam atenção especial pelos exemplos fascinantes de adaptações aos hábitats semi-áridos.

A caatinga é um tipo de formação vegetal com características bem definidas: árvores baixas e arbustos que, em geral, perdem as folhas na estação das secas (espécies caducifólias), além de muitas cactáceas.

Apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros). 1.200 espécies de plantas vasculares. A vegetação adaptou-se ao clima seco para se proteger.

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As folhas, por exemplo, são finas ou inexistentes. Algumas plantas armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo de chuva.

O aspecto geral da vegetação, na seca, é de uma mata espinhosa e agreste. Algumas poucas espécies da caatinga não perdem as folhas na época da seca. Entre essas se destaca o juazeiro, uma das plantas mais típicas desse ecossistema. Estima-se que pelo menos 932 espécies já foram registradas para a região, sendo 380 endêmicas.

Fauna

A biodiversidade da caatinga se compõe de no mínimo 185 espécies. Levantamentos de fauna na Caatinga revelam a existência de 40 espécies de lagartos, 7 espécies de anfibenídeos (lagartos sem patas), 47 espécies de serpentes, 4 de quelônios, 3 de crocodiliano, 47 anfíbios. Dessas espécies apenas 15% são endêmicas.

Também constituída por diversos tipos de aves, algumas endêmicas do Nordeste, como o patinho, chupa-dente, o fígado, além de outras espécies de animais, como o tatu-peba, o gato-do-mato, o macaco prego e o bicho preguiça. A maioria dos animais da caatinga tem hábitos noturnos.

São 20 as espécies ameaçadas de extinção, como o gato-do-mato, o gato-maracajá, o patinho, a jararaca e a sucuri-bico-de-jaca, estando incluídas nesse conjunto duas das espécies de aves mais ameaçadas do mundo: a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari).

Condições de Vida

Apartir de 1700 foi introduzido a pecuária no Sertão Nordestino. Desde esse período várias áreas foram sendo utilizadas pela criação de gado. Mais tarde aliaram-se a ela as culturas de cana-de-açúcar e algodão, este ainda hoje intensamente cultivado na região.

A degradação da vegetação aliada às práticas de cultivo inadequadas e as desfavoráveis condições do clima criam na caatinga, condições semelhantes às do deserto, que dificultam ainda mais as atividades agropastoris na região. Somente nos vales dos rios temporários ou ao longo dos cursos dos rios perenes como o São Francisco, podem ser cultivados alimentos com sucesso no sertão.

O mês do período seco é agosto e a temperatura do solo chega a 60ºC. Cerca de 20 milhões de brasileiros que vivem nos 800 mil km2 de Caatinga nem sempre podem contar com as chuvas de verão. Quando não chove, o homem do sertão e sua família sofrem muito. Precisam caminhar quilômetros em busca da água dos açudes. Famílias inteiras são obrigadas a migrar para regiões onde possam retirar da terra o mínimo de condições para sobrevivência.

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Indústria da seca

Nos períodos de seca prolongados, o governo federal saí em socorro dos estados nordestinos atingidos, utilizando basicamente três procedimentos: envio de grande soma de dinheiro para serem aplicados nas áreas afetadas; distribuição de cestas de alimentos a população; perdão total ou parcial das dívidas ou adiamento dos prazos de vencimento de empréstimos tomados por empresários e fazendeiros aos bancos oficiais.

Muitos políticos lucram com essas práticas, não tem interesse em defender ou apresentar propostas para resolver a situação.

É esse o quadro que gerou a expressão “Indústria da Seca” cabe então perguntar: Como é possível um ser humano ter a coragem de se beneficiar-se da desgraça e da dor de outro ser humano?

Favorecimento a População

As praias do Nordeste há muito se tornaram um destino favorito de brasileiros em férias. A novidade é que se começa agora a explorar na região outro tipo de turismo, levando visitantes a um punhado de atrações encravadas no agreste.

Levados por guias locais, os turistas podem conhecer a paisagem da caatinga, com seus facheiros (espécie de cactos) que atingem mais de 12 metros de altura, além de outras plantas nativas, como quixabeiras, mulungus e mandacarus.

Ainda no roteiro paraibano, na cidade de Areia fica o Museu da Rapadura, que exibe a história do ciclo econômico da cana-de-açúcar. Sítios arqueológicos mostram a ocupação humana a cinqüenta anos atrás, pinturas rupestres mostram como era a vida de nossos antepassados.

O artesanato apresenta características da arte santeira (fibras e palhas), nas esculturas cerâmicas), na tecelagem (algodão) ou nas rendas e bordados. A gastronomia típica nordestina oferece aos visitantes variedades de pratos.

A Carnaubeira foi denominada Árvore da Vida ou árvore da Providência

Fornece produtos provenientes da planta, dos frutos e da palha. A árvore da vida tem múltiplas aplicações, seja na construção civil, seja no artesanato. Mas, é na extração, refino e comercialização da cera de carnaúba que se constitui a principal atividade econômica, gerando aproximadamente 100 mil empregos diretos e indiretos somente no Ceará. Vale destacar, também, as aplicações no setor de informática (chips, tonners, código de barras), de papel carbono e filmes plásticos. A madeira é largamente utilizada na indústria da construção civil.

Interferência da população causa a degradação ambiental

O processo de degradação da Caatinga se iniciou juntamente com a expansão da pecuária para o interior do país no século XVII, intensificando-se a partir da década de 50. Abaixo, encontram-se alguns dos mais importantes processos

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de degradação das caatingas: Grandes latifúndios: desmatamento da vegetação nativa; controle dos recursos naturais por grandes grupos econômicos, com destaque para recursos hídricos.

Siderúrgicas olarias e outras indústrias: Corte da vegetação nativa para a produção de lenha e carvão vegetal;desertificação. Formação de pastagens: devastação da cobertura vegetal; perda progressiva da matéria orgânica do solo; erosão.

Irrigação e drenagem: Salinização do solo. Através dos processos de irrigação que têm sido freqüentes na região das caatingas, causando a salinização dos seus ambientes. Quanto mais espécies são retiradas, mais o solo fica desprotegido, livre à ação da chuva forte, dos ventos e do sol, promovendo assim a desertificação, contaminação do solo por agrotóxicos e assoreamento dos açudes.

Projeto de Conservação

A aprovação da Reserva da Biosfera da Caatinga pela UNESCO aconteceu no ano de 2001 e teve sua instalação e conselho definido no dia 30 de abril de 2002, em Recife, Pernambuco.

A RB da Caatinga, criada em 2001, envolvendo 10 estados abrange uma área de 189.990 km2. Suas prioridades, além da conservação da rica bio-diversidade regional, são o com-bate à desertificação, a promoção de atividades susten-táveis (apicultura, turismo, artesanato, etc.), o estudo e a divulgação de dados sobre esses importantes ecossistemas.

A Reserva da Biosfera da Caatinga – RBCAAT, aprovada pela UNESCO em 2001, é regida pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga. Esse Conselho, paritário, possui 15 membros representantes da esfera governamental (4 do governo federal, 10 dos órgãos ambientais de cada um dos governos estaduais abrangidos pela Reserva e 1 representante dos municípios) e 15 representantes da sociedade civil (comunidade científica, moradores, empresários e organizações não-governamentais).

Projetos de conservação e manejo de ecossistemas

Estudo de Representatividade Ecológica do Bioma Caatinga O Projeto é coordenado: pela UFPE e IBAMA/Decoe, em parceria com outras instituições de pesquisa. Este projeto abrange toda a área nuclear do bioma Caatinga. Por meio de estudos científicos, o projeto objetiva delimitar as ecorregiões da Caatinga e analisar a representatividade da vegetação e áreas protegidas do bioma.

Os temas básicos abordados são: geomorfologia, geologia, solos, clima, vegetação e sistemática botânica, fauna (insetos, peixes, répteis, aves e mamíferos), e biogeografia. Estão sendo realizados estudos de compilação e trabalhos de campo para cobrir todas as possíveis lacunas de conhecimento dos temas que compõem o estudo.

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Projeto de Conservação e Manejo do Bioma Caatinga

O Projeto é coordenado : IBAMA, Governos Estaduais, UECE, UFPI e UFPE. Este projeto foi elaborado com o objetivo de conservar, ordenar o uso sustentável dos recursos naturais e contribuir para a divisão eqüitativa da riqueza. Pretende-se adotar como método o planejamento e a gestão biorregionais.

Definição

Cerrado é o nome regional dado à savana brasileira e se localiza no grande platô que ocupa o planalto central brasileiro. Por fazer fronteira com os biomas Mata Atlântica, Caatinga, Amazônia e Pantanal, a fauna e flora do cerrado são extremamente ricas.

Localização

Localizado basicamente no Planalto Central do Brasil e uma pequena porção representada no Sul do Brasil, estado do Paraná, município de Jaguariaíva.

Ocupa uma área superior a 2 milhões de km², cerca de 23% do território brasileiro, abrangendo os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Piauí, o Distrito Federal, Tocantins e parte dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, São Paulo, Paraná e Rondônia.

Ocorrem também em outras áreas nos estados de Roraima, Pará, Amapá e Amazonas. O Bioma Cerrado ocupa a totalidade do Distrito Federal, mais da metade dos estados de Goiás (97%), Maranhão (65%), Mato Grosso do Sul (61%), Minas Gerais (57%) e Tocantins (91%), além de porções de outros seis estados.

Caracterização

As savanas do Brasil destacam-se como unidades fitofisionômicas pela sua grande expressividade quanto ao percentual de áreas ocupadas. Dependendo do seu adensamento e condições edáficas, pode apresentar mudanças diferenciadas denominadas de Cerradão, Campo Limpo e Cerrado, entremeadas por formações de florestas, várzeas, campos rupestres e outros.

Clima e Hidrografia

O clima do cerrado é quente, semi-úmido, com verão chuvoso e inverno seco.A temperatura média é de 25ºC, registrando máximas de 40ºC no verão. A estação seca começa em abril e continua até setembro. A estação da chuva chuva é definida de Outubro a Abril.

Hidrografia, é importante salientar que a região corresponde ao principal divisor de águas do país, onde localizam-se as nascentes de importantes bacias hidrográficas, como a do Araguaia-Tocantins, a do São Francisco e a do Paraná.

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Geologia Relevos e Solos

Os pontos mais elevados do Cerrado estão na cadeia que passa por Goiás em direção sudeste-nordeste: o Pico Alto da Serra dos Pirineus, com 1.600 metros de altitude, a Chapada dos Veadeiros, com 1.250 metros de altitude, e outros pontos com elevações consideradas que se estendem em direção noroeste; a Serra do Jerônimo e outras serras menores, com altitudes entre 500 e 800 metros de altitude.

O Planalto Central onde se encontra a grande parte do Cerrados Brasileiros, apresentam terrenos com altitudes superiores a 700m e, em sua maioria, planos e poucos ondulados.

Já na Amazônia e Nordeste a vegetação de Cerrado desenvolve-se em planícies e mesmo em pequenas manchas sobre as serras, como as que aparecem em meio a Cadeia do Espinhaço, situado em Minas Gerais e Bahia.

O solo apresenta grande diversidade variando a sua formação, textura, permeabilidade a água e suscetibilidade a erosão, são ácidos pobres em minerais e com altas concentrações de alumínio, pouco propício ao desenvolvimento das plantas.

Essas características são devidas as rochas que originaram e a intensa lixiviação (processo pelo qual certos minerais são retirados das rochas e do solo principalmente pela a ação da água das chuvas) que sofreram.

Classificação:

latossolo (escuro, vermelho-amarelo, roxo), areias, cambissolos, solos (concrecionários, litólicos), lateritas hidromórficas. Em pequenas áreas ocorrem grupos de solos: podzólico (vermelho-amarelo), glei húmico, solos orgânicos e terras roxas estruturadas (distrófico e eutrófico).

Flora

O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de plantas, com 4.400 endêmicas desse bioma.

A cobertura vegetal do Cerrado é a segunda mais importante do Brasil. Abrange aproximadamente 1.750.000 km², que corresponde a cerca de 20% do território nacional. Apresenta as mais diversas formas de vegetação, desde os campos sem árvores, ou arbustos, até o cerrado lenhoso denso com matas ciliares.

As espécies que crescem no cerrado, diferentemente de outras vegetações. Possuem maior tolerância ao alumínio e, em alguns casos, chegam a acumular esse elemento em seus tecidos, o que as torna especialmente aptas a sobreviver nesse meio.

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Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados, e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas.

Algumas espécies, principalmente as arbustivas e arbóreas, possuem cascas espessas, folhas rígidas e cutículas grossas. Funcionam como eficiente isolamento do fogo, pois protegem os tecidos mais internos das plantas.

É classificado como tendo formações vegetativas primitivas, com quatro divisões: matas, campos, brejos e ambientes úmidos com plantas aquáticas.

É também subdividido em campo de cerrado, campo de limpo, que se diferenciam na formação do terreno e na composição do solo, com declives ou planos. A vegetação de brejos é composta por gramíneas, ciperáceas, arbustos, pequenas árvores isoladas, algumas ervas, entre outras diversidades de espécies.

Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos de água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.

Fauna

No ambiente do Cerrado são conhecidas, até o momento, 1.575 espécies animais, formando o segundo maior conjunto animal do planeta. Cerca de 50 das 100 espécies de mamíferos (pertencentes a cerca de 67 gêneros) estão no cerrado. Apresenta também 837 espécies de aves; 150 de anfíbios, das quais 45 são endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais 45 endêmicas; apenas no Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, 1.000 espécies de borboletas e 500 de abelhas e vespas.

Toda esta riqueza de ambientes, com vários recursos ecológicos, abriga comunidades de animais, alguns com adaptações especializadas para explorar recursos específicos de cada um desses habitats.

Das aves as mais características são as Emas, que andam em passo ligeiro, aos bandos, muitas vezes fugindo do homem que as caçam implacavelmente, principalmente pelo valor de suas penas, outras vezes, simplesmente em busca de folhas, frutos e sementes, que juntamente com insetos, lagartixas e rãs constituem seu alimento.

Espécies ameaçadas:tamanduá-bandeira, onça-pintada, lobo-guará, cervo do pantanal.

Favorecimento para a população

Até a década de 1950, os Cerrados mantiveram-se quase inalterados. A partir da década de 1960, com a interiorização da capital e a abertura de uma nova

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rede rodoviária, largos ecossistemas deram lugar à pecuária e à agricultura extensiva, como a soja, arroz, milho e ao trigo.

A maior parte da população local sobrevive as custas de uma agricultura insipiente, de um extrativismo vegetal pobre, e de uma pecuária irrisória.

Facilidades em termos de infra-estrutura, o desenvolvimento de variedades de sementes que se adaptam às áreas agricultáveis do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste, além das características da geografia da região do Cerrado, propícias à mecanização, estão beneficiando a expansão agrícola a partir do Mato Grosso. A combinação é perfeita: maior produção, menor desperdício e custos reduzidos.

O Cerrado brasileiro é a última grande reserva de terras agricultáveis do planeta, estimando-se que existam ainda mais de 50 milhões de hectares por serem incorporados à produção. A soja é o abre-alas dessa conquista.

Interferência da população causa a degradação ambiental

Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais alterações sofreram com a ocupação humana. Um dos impactos ambientais mais graves na região foi causado por garimpos, que contaminaram os rios com mercúrio e provocaram o assoreamento dos cursos de água (bloqueio por terra).

A erosão causada pela atividade mineradora tem sido tão intensa que, em alguns casos, chegou até mesmo a impossibilitar a própria extração do ouro rio abaixo.

As duas principais ameaças à biodiversidade do Cerrado estão relacionadas a duas atividades econômicas: a monocultura intensiva de grãos e a pecuária extensiva de baixa tecnologia. A utilização indiscriminada de agrotóxicos e fertilizantes tem contaminado também o solo e a água.

De fato, cerca de 80% do Cerrado já foi modificado pelo homem por causa da expansão agropecuária, urbana e construção de estradas aproximadamente 40% conserva parcialmente suas características iniciais e outros 40% já as perderam totalmente. Somente 19,15% correspondem as áreas nas quais a vegetação original ainda está em bom estado.

Existe a pecuária bovina e a pecuária caprina, sendo esta mais importante que a outra. As cabras tiram seu sustento dos brotos das plantas, e até de raízes que buscam cavando com seus cascos.A presença de gramíneas e o grande distanciamento entre os arbustos fazem do Cerrado um ambiente bastante apropriado para a prática da pecuária. A criação de gado é a atividade econômica mais tradicional do Centro-Oeste.No eixo Sudeste-Sul onde o Cerrado já haviam sido ocupados pela a agricultura, as terras férteis tornaram-se escassas, o que levou agricultores e criadores de gado a se transferirem para o Cerrado do Brasil Central, incentivados por projetos agropastoris criados pelo governo.

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Projeto de Conservação

IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Projetos de conservação e manejo de ecossistemas. Este projeto abrange toda a área do bioma Cerrado. Por meio de estudos científicos, o projeto objetiva delimitar as ecorregiões do Cerrado e analisar a representatividade da vegetação e áreas protegidas do bioma.Os temas básicos abordados são: geomorfologia, geologia, solos, clima, vegetação e sistemática botânica, fauna (insetos, peixes, répteis, aves e mamíferos), e biogeografia.

TNC (The Nature Conservancy) criada em 1951, é uma das maiores e mais antigas ongs ambientais do mundo. Presente no Brasil desde 1988, desenvolve mais de 20 grandes iniciativas nos principais biomas brasileiros (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga)

Projeto de Reserva Natural no Cerrado

Objetivo da Fundação e da TNC nesse processo é manter a biodiversidade dessa área de Cerrado e investir em pesquisa e educação, segundo João Campari, diretor da TNC para o Programa de Conservação das Savanas Centrais

A Pequi (Pesquisa e Conservação do Cerrado) é uma associação sem fins lucrativos criada no ano de 2000 por um grupo de pessoas comprometidas com a missão de produzir e divulgar conhecimentos científicos sobre o Cerrado.

A Pequi tem desenvolvido e apoiado diversos projetos de pesquisa, enfocando espécies ameaçadas da fauna brasileira, levantamentos de biodiversidade, uso sustentável dos recursos naturais do Cerrado, educação ambiental, entre outros.