trabalho de pÓs graduaÇÃo - evoluÇÃo da qualidade das Águas da bacia do rio coxipÓ - cuiabÁ...

115
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FTEN FACULDADE DE TECNOLOGIA E ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS E QUALIDADE AMBIENTAL EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA SUB-BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT CLÁUDIA REGINA SOARES MAGNANI CUIABÁ/MT Fevereiro/2000

Upload: claudia-r-s-magnani

Post on 28-Jul-2015

623 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FTEN – FACULDADE DE TECNOLOGIA E ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS E

QUALIDADE AMBIENTAL

EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA

SUB-BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

CLÁUDIA REGINA SOARES MAGNANI

CUIABÁ/MT

Fevereiro/2000

Page 2: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FTEN - FACULDADE DE TECNOLOGIA E ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS E

QUALIDADE AMBIENTAL

EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA

SUB-BACIA DO RIO COXIPÓ – CUIABÁ - MT

CLÁUDIA REGINA SOARES MAGNANI

Monografia, apresentada ao Corpo Docente do

Curso de pós-graduação em Recursos Hídricos e

Qualidade Ambiental da Faculdade de Tecnologia e

Engenharia da Universidade Federal de Mato

Grosso – UFMT, como requisito parcial para

obtenção do título de Especialista em Recursos

Hídricos e Qualidade Ambiental, sob a orientação

da Profª. Doutoranda ELIANA BEATRIZ NUNES

RONDON LIMA.

CUIABÁ-MT

Fevereiro/2000

Page 3: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

iii

“O que ocorrer com a Terra, recairá sobre os filhos da Terra

Para ser comandada, a Natureza deve ser obedecida”

BACON

Page 4: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

iv

FICHA CATALOGRÁFICA

MAGNANI, C.R. S. Evolução da Qualidade das Águas da Sub-Bacia

do Rio Coxipó – Cuiabá-MT.

Cláudia Regina Soares Magnani. Cuiabá, MT, 2000.

96 p: il. Fig., graf., tab. Monografia. Universidade Federal de Mato Grosso, 2000.

1 – Qualidade das Águas. 2 – Parâmetros da

Qualidade. 3 – Poluição. 4 - Análise da Tendência.

I. MAGNANI, C. R. S.. II. Título.

Page 5: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

v

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________ Profª. Ms. ELIANA BEATRIZ NUNES RONDON LIMA

(Presidente da Banca)

______________________________ Prof. Dr. LUIZ AIRTON GOMES

(Membro da banca)

_____________________________ Prof. Ms. PAULO LINCE

(Membro da banca)

Page 6: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

vi

DEDICATÓRIA

Aos meus grandes amigos e

companheiros desta caminhada “A VIDA”;

Sebastião, Elzi, Cláudio e Osvanir. Ao

Amor, o mais nobre dos sentimentos e ao

meu eterno presentinho de Deus

“Gabriel”.

Page 7: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

vii

AGRADECIMENTOS

Ao findar o Curso de Especialização, expresso meus sinceros

agradecimentos a todos que, de alguma forma, colaboraram para a realização deste

trabalho, professores, técnicos, funcionários (UFMT e FEMA), amigos, colegas e

familiares, agradeço em especial:

A Deus... esta Força Criadora e Divina que nos orienta a cada instante de

nossa existência;

À Profª. doutoranda Eliana B. N. Rondon Lima, pelo incentivo,

compreensão e amizade de mais um ciclo que se encerra;

Ao Prof. Dr. Luiz Aírton Gomes, pelo apoio e sugestões a mim

dispensadas;

Ao Prof. Ms. Luiz Werner Reuter Torro, pelo incentivo, apoio, pelas

sugestões, considerações e amizade na caminhada de nossas vidas;

À Profª Ms. Bety Virgínia Alves, pelas valiosas sugestões;

A Katinha, amiga e companheira desta fase de estudos; e;

Aos discentes do curso de pós-graduação, pela amizade, colaboração e

união ao longo de 780 horas/aulas.

Page 8: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

viii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... 1

LISTA QUADROS ....................................................................................................... 4

LISTA DE TABELAS ................................................................................................... 5

LISTA DE SIGLAS ...................................................................................................... 7

RESUMO ..................................................................................................................... 9

ABSTRACT ............................................................................................................... 10

PALAVRAS CHAVES ................................................................................................ 11

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 16

2.1 - PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NA SUB-BACIA DO RIO COXIPÓ:

HISTÓRICO E INSTRUMENTOS ....................................................................... 16

2.1.1 HISTÓRICO ................................................................................... 16

2.2 - QUALIDADE DAS ÁGUAS ....................................................................... 18

2.2.1 FONTES DE POLUIÇÃO ............................................................... 18

2.2.2 PARÂMETROS .............................................................................. 20

2.2.3 CONDIÇÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA..................................... 25

2.2.4 PADRÕES AMBIENTAIS DE QUALIDADE DA ÁGUA .................. 27

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJETO ............................................ 30

3.1 - LOCALIZAÇÃO ........................................................................................ 30

3. 2 - CLIMA ...................................................................................................... 32

3.3 - VEGETAÇÃO ........................................................................................... 34

3.4 - FAUNA ..................................................................................................... 38

3.5 - HIDROGRAFIA ......................................................................................... 39

3.6 - PEDOLOGIA ............................................................................................ 43

3.7 - GEOLOGIA............................................................................................... 46

3.8 - GEOMORFOLOGIA ................................................................................. 49

3.9 - OCUPAÇÃO E USO DOS SOLOS ........................................................... 51

3.10 - USOS DA ÁGUA ...................................................................................... 52

3.10.1 CONDIÇÕES DE SANEAMENTO ................................................. 53

3.10.2 - IRRIGAÇÃO ................................................................................. 60

Page 9: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

ix

3.10.3 - LAZER E RECREAÇÃO .............................................................. 61

3.10.4 - GARIMPO .................................................................................... 62

3.11 - POPULAÇÃO ........................................................................................... 62

4 - MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 63

4.1 - LEVANTAMENTO DE DADOS .................................................................. 63

4.1.1– FONTES ....................................................................................... 63

4.2 – PONTOS DE AMOSTRAGEM ................................................................... 64

4.3 – PARÂMETROS ADOTADOS ..................................................................... 65

4.3.1 - ÁGUA ........................................................................................... 65

4.4 – TRATAMENTO DE DADOS ....................................................................... 65

5 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................ 66

5.1 – OXIGÊNIO DISSOLVIDO .......................................................................... 67

5.2 – DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO .................................................. 68

5.3 – COLIFORMES FECAIS E TOTAIS ........................................................... 69

5.4. - RESÍDUO TOTAL ...................................................................................... 71

6 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................................................. 72

7. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 92

ANEXOS ................................................................................................................... 99

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P1 ................ 1

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P1 ................ 2

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P2 ................ 3

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P2 ................ 4

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P3 ................ 5

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P4 ................ 6

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P4 ................ 7

Page 10: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

1

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ..................................................................................................................... 18

Figura 2 – Mapa de Localização ............................................................................... 32

Figura 3 – Mapa de Vegetação ................................................................................. 37

Figura 4 – Mapa Hidrográfico .................................................................................... 42

Figura 5 – Mapa de Solos ......................................................................................... 45

Figura 6 – Mapas dos Pontos de Amostragem ......................................................... 64

Figura 7 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Oxigênio Dissolvido no

Ponto P1. ............................................................................................................. 76

Figura 8 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Oxigênio Dissolvido no

Ponto P2. ............................................................................................................. 76

Figura 9 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Oxigênio Dissolvido no

Ponto P3. ............................................................................................................. 77

Figura 10 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Oxigênio Dissolvido no

Ponto P4. ............................................................................................................. 77

Figura 11 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Demanda Bioquímica de

Oxigênio no Ponto P1. ......................................................................................... 78

Figura 12 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Demanda Bioquímica de

Oxigênio no Ponto P2. ......................................................................................... 78

Figura 13 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Demanda Bioquímica de

Oxigênio no Ponto P3. ......................................................................................... 79

Figura 14 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Demanda Bioquímica de

Oxigênio no Ponto P4. ......................................................................................... 79

Page 11: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

2

Figura 15 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Total no Ponto

P1. ....................................................................................................................... 80

Figura 16 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Total no Ponto

P2. ....................................................................................................................... 80

Figura 17 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Total no Ponto

P3. ....................................................................................................................... 81

Figura 18 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Total no Ponto

P4. ....................................................................................................................... 81

Figura 19 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Fecal no Ponto

P1. ....................................................................................................................... 82

Figura 20 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Fecal no Ponto

P2. ....................................................................................................................... 82

Figura 21 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Fecal no Ponto

P3. ....................................................................................................................... 83

Figura 22 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Fecal no Ponto

P4. ....................................................................................................................... 83

Figura 23 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Resíduo Total no P1. ...... 84

Figura 24 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Resíduo Total no Ponto P2.

............................................................................................................................ 84

Figura 25 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Resíduo Total no Ponto P3.

............................................................................................................................ 85

Figura 26 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Resíduo Total no Ponto

P4. ....................................................................................................................... 85

Figura 27 - Evolução Temporal de Oxigênio Dissolvido nos Pontos P1 e P2. ......... 86

Page 12: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

3

Figura 28 - Evolução Temporal de Demanda Bioquímica de Oxigênio nos Pontos P1

e P2. .................................................................................................................... 86

Figura 29 - Evolução Temporal de Coliforme Total nos Pontos P1 e P2................. 87

Figura 30 - Evolução Temporal de Coliforme Fecal nos Pontos P1 e P2. ................ 87

Figura 31 - Evolução Temporal de Resíduo Total nos Pontos P1 e P2..................... 88

Page 13: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

4

LISTA QUADROS

Quadro 1 – Características das Fontes de Poluição ................................................. 19

Quadro 2 - Classificação das Águas Doces em Função dos Usos Preponderantes . 28

Quadro 3 - Descrição dos Pontos de Amostragem Localizados na Sub-Bacia do Rio

Coxipó e Bacia do Rio Cuiabá. ............................................................................ 64

Quadro 4 – Parâmetros a serem Adotados para Águas da Sub-Bacia do Rio Coxipó

e da Bacia do Rio Cuiabá. ................................................................................... 65

Page 14: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

5

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Padrões de Qualidade de Águas ............................................................. 29

Tabela 2 - Extensão Aproximada dos Principais Rios da Bacia do Rio Cuiabá ........ 40

Tabela 3 – Extensão Aproximada dos Principais Rios da Bacia Hidrográfica do Rio

Coxipó ................................................................................................................. 41

Tabela 4 - População Abastecida dos Municípios da Sub-Bacia do Rio Coxipó .... 53

Tabela 5 - Tipos de Captação dos Municípios da Sub-bacia do Rio Coxipó ............. 54

Tabela 6 – Estimativa dos Dados Referentes aos Resíduos Sólidos dos Municípios

da Sub-Bacia do Rio Cuiabá (tonelada) .............................................................. 56

Tabela 7– Estimativa da Carga Poluidora Doméstica Lançada na Sub-Bacia do Rio

Coxipó ................................................................................................................. 57

Tabela 8 – Situação dos Sistemas de Tratamento da Cidade de Cuiabá - MT, 1998

............................................................................................................................ 58

Tabela 9 – Indústrias Potencialmente Poluidoras ..................................................... 60

Tabela 10 – Estimativa de Culturas Irrigadas por Município da Bacia do Rio Cuiabá

............................................................................................................................ 61

Tabela 11 – Balneabilidade das Principais Praias da Sub-Bacia do Rio Coxipó ....... 61

Tabela 12 - Ajuste Populacional dos Municípios Pertencentes a Sub-Bacia do Rio

Coxipó - (Chapada dos Guimarães e Cuiabá) .................................................... 63

Tabela 13 - Descrição Estatística do Parâmetro de Oxigênio Dissolvido nos pontos

P1, P2, P3, P4. .................................................................................................... 90

Tabela 14 - Descrição Estatística do Parâmetro da Demanda Bioquímica de

Oxigênio nos Pontos P1, P2, P3 e P4. ................................................................ 90

Page 15: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

6

Tabela 15 - Descrição Estatística do Parâmetro dos Coliformes Totais nos pontos

P1, P2, P3, P4. .................................................................................................... 90

Tabela 16 - Descrição Estatística dos Coliformes Fecais nos pontos P1, P2, P3, P4.

............................................................................................................................ 91

Tabela 17 - Descrição Estatística do Parâmetro de Resíduo Total nos pontos P1,

P2, P3, P4. .......................................................................................................... 91

Page 16: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

7

LISTA DE SIGLAS

APA – Área de Proteção Ambiental.

CNTur – Conselho Nacional de Turismo.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio.

DQO – Demanda Química de Oxigênio.

EMPAER – Empresa Matogrossense de Pesquisa e Assistência Técnica e

Extensão Rural S.A.

ETA – Estação de Tratamento de Água.

ETE – Estação de Tratamento de Esgoto.

FEMA – Fundação Estadual de Meio Ambiente.

FTEN – Faculdade de Tecnologia e Engenharia.

IBAMA – Instituto Brasileiro de Recursos Renováveis.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

IQA – Índice de Qualidade das Águas.

PARNA – Parque Nacional.

PCBAP – Programa de Conservação da Bacia do Alto Paraguai.

pH – Potencial Hidrogeniônico.

PMSS – Programa de Modernização do Setor de Saneamento.

PNMA – Programa Nacional do Meio Ambiente.

Page 17: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

8

PROSAB – Programa de Saneamento Ambiental.

OD – Oxigênio Dissolvido.

SANEMAT – Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso.

SEPURB – Secretária de Planejamento e Urbanização.

SEPLAN – Secretária de Planejamento.

U.C. - Unidade de Conservação.

USEPA – United States Environment Prospecting Agency.

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso.

Page 18: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

9

RESUMO

Este estudo objetiva avaliar a qualidade das águas na bacia do Rio

Coxipó a partir das alterações do uso e ocupação do solo na bacia, enfatizando as

condições de saneamento e os principais usos destinados às suas águas. A partir da

utilização da série histórica compreendida entre Janeiro 1983 a Maio de 1996 nos

pontos P1 e P2 localizados na sub-bacia do Rio Coxipó e nos pontos P3 e P4

localizados na bacia do Rio Cuiabá, onde foram analisados os parâmetros físico-

químicos e biológicos (temperatura do ar e água, pH, OD, DBO, coliformes e

resíduos). Os resultados obtidos demonstram que apesar da grande carga recebida

oriunda dos efluentes domésticos produzidos na bacia, o Rio Coxipó apresenta uma

capacidade de assimilação dessas cargas mantendo os níveis de oxigênio e de

DBO (5,20) dentro dos estabelecidos pela Resolução CONAMA 20 que fixa o valor de

5 mg/L. Entretanto no que se refere à capacidade de assimilação de sua carga de

coliformes, grande parte dos pontos apresentam elevadas concentrações, não

atendendo aos limites estabelecidos pela Resolução que estabelece para coliformes

totais 5000 Col/100mL e para coliformes fecais 1000 Col/100mL. Observou-se que

a série estudada é muito pequena não permitindo um nível de confiabilidade

significativo dos dados observados, e que os mesmos apresentam distorções

oriundas, provavelmente das fases de coleta e análise. Entretanto, constatou-se que

o crescimento populacional representou aumentos consideráveis na concentração

de cargas orgânicas e de coliformes nesse período e uma baixa capacidade de

autodepuração do rio principalmente nos meses secos. Recomenda-se que em

estudos posteriores faz-se necessário uma ampliação às séries histórica e à

separação dos dados por período sazonal, de forma a permitir uma avaliação mais

detalhada e consistente desses dados, adotando métodos mais avançados.

Page 19: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

10

ABSTRACT

This study objectifies to evaluate the evolution of the quality of the

waters in Coxipó River's basin starting from the alterations of the use and occupation

of the soil in the basin. It was made a comparative study among the years of 1985

and a 1996 using the urban plant of the city with objective of identifying the urban

growth, associated to the rising of the sanitary conditions that is to say number of

connections of water and sanitary exhaustion registered in the basin and a rising of

the historical series of the quality of the water of the Coxipó River’s in the period from

1983 to 1996, where the physical-chemical and biological parameters were analyzed

(temperature of the air and water, pH, OD, DBO, coliformes and residues). starting

from the collected data it was looked for through the use of statistical methods to

analyze preliminarmente data and then to accomplish the study of conformity of the

quality of the water in that period with the environmental patterns (resolution

CONAMA 20) that establishes limits for river class II. The results demonstrated that

the studied series is very small not allowing a significant reliability level of the

observed data, and that the same ones present proceeding distorções, probably of

the collection phases and analysis. However, it was verified that the growth

populacional represented considerable increases in the concentration of organic

loads and of coliformes in that period and a low capacity of autodepuração of the

river mainly in the dry months.

Page 20: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

11

PALAVRAS CHAVES

Qualidade das águas;

Parâmetros de Qualidade das águas – OD, DBO(5,20), Coliforme Total,

Coliforme Fecal, Resíduo Total;

Poluição;

Análise de Tendência.

Page 21: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

12

1. INTRODUÇÃO

Desde o início da revolução industrial, a implantação de técnicas de

produção e um modo de consumos predatórios vêm provocando um grande impacto

das atividades humanas sobre o meio ambiente, dando origem a problemas críticos

de poluição.

Entretanto, até a metade deste século, a degradação dos recursos

naturais se apresentava como um problema de caráter apenas setorial, não

interferindo como um fator limitante - seja na área econômica ou de decisão política -

do processo de desenvolvimento dos países que alcançaram um elevado grau de

industrialização.

O modelo de crescimento adotado após a segunda guerra mundial

revelou-se rapidamente (pela sua amplitude e pela complexificação extrema dos

seus meios), como um agente de quebra do equilíbrio ecológico, o que acarreta, em

termos econômicos, um desequilíbrio da alocação de recursos e, em temos sociais,

da distribuição do bem-estar.

Observa-se, nestas últimas décadas, um grande crescimento das

atividades de produção e consumo e, conseqüentemente, um grande aumento de

lançamentos de resíduos nos diversos meios receptores (atmosfera, águas

superficiais e subterrâneas e solos), cuja capacidade de assimilação é fixa, não

levando em conta as mudanças climáticas em longo prazo.

A utilização de um padrão tecnológico que parte do pressuposto da

inesgotabilidade dos recursos ambientais, bem como a grande diversificação e

mobilidade dos poluentes, são também aspectos importantes a serem considerados

neste processo sistemático e maciço de degradação ambiental que contribuem para

o crescente fenômeno de escassez dos recursos ambientais.

O desenvolvimento de populações humanas cada vez mais densas em

determinados pontos da superfície terrestre, populações essas que, em geral,

concentram-se nas regiões em que existe água em disponibilidade, isto é, em torno

Page 22: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

13

dos lagos ou ao longo dos rios, deu origem ao problema da contaminação do cursos

d’água pelos seus próprios dejetos. Com efeito, rios e lagos, além de constituírem

fonte de abastecimento de água, representam o veículo natural para escoamento

dos produtos indesejáveis de atividades humanas, não só domésticos como,

também, industriais.

Por estes processos, os mananciais vão se tornando progressivamente

impróprios ao consumo da população que, por sua vez, não deixa de crescer. As

únicas soluções existentes para o problema, consistem em depurar a água que

recebe o dejeto, a fim de torná-la potável, ou ainda, depurar o próprio despejo antes

que seja lançado ao manancial. Ambas as soluções são empregadas,

simultaneamente, pelas modernas civilizações, desenvolvendo-se, cada vez mais,

as duas técnicas: a de tratamento de água e a de tratamento de esgotos.

Analisemos a utilização de um determinado curso d’água enquanto

meio receptor de lançamentos poluentes: à medida que os produtores ou as

comunidades lançam seus afluentes sem prévia depuração, economizam o custo do

tratamento, que é externalizado sob a forma de custo social, traduzido pela

deterioração correspondente do curso d'água. A degradação da qualidade d'água

impõe aos outros usuários toda uma série de custos sob a forma de perdas

econômicas.

No planeta Terra existe 1.390.1015 m3 de água, que cobre 71% de sua

superfície, sendo que 94% encontram-se nos oceanos e apenas 6% representam as

águas doces.

Deste percentual, 27% encontram–se nas geleiras polares, 72% nas

águas subterrâneas e apenas 1% nos lagos, rios, lagoas e atmosfera. O Brasil

detém 8% desse montante de água disponível para o consumo humano, e a maior

parte (80%) está na região Amazônica. Portanto, se considerarmos o rápido

crescimento humano e da demanda de água para suportar suas necessidades, bem

como a poluição e a degradação hídricas, chega-se a considerar este recurso como

limitado e que necessita que se adotem medidas de controle e conservação visando

sua manutenção para as gerações atuais e futuras.

Page 23: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

14

A maioria dos problemas ambientais e econômicos de uma região tem

sua origem na falta de um planejamento baseado no conhecimento das dinâmicas

ambiental e sócio-econômica. Com relação aos recursos hídricos, os problemas

enfrentados oscilam, do ponto de vista quantitativo, entre a escassez, e a

abundância repentina, que gera enchentes, não menos catastróficas. Do ponto de

vista da qualidade, a degradação crescente dos recursos hídricos, além de destruir

os habitats aquáticos e a diversidade, tem comprometido a própria saúde humana.

As modificações na qualidade da água e na hidrologia podem ter

efeitos físicos, biológicos e sociais.

Os campos, as florestas, as massas d’água e as cidades, interligadas

por um sistema de riachos ou rios (ou às vezes por uma rede subterrânea de

drenagem), interagem como uma unidade prática, em nível de ecossistema, tanto

para o estudo como para o gerenciamento. Essa unidade é a bacia hidrográfica, que

pode ser abordada como um sistema natural, com entradas e saídas possíveis de

serem identificadas e quantificadas. Sistema é uma organização de peças inter-

relacionadas de tal maneira a garantir um fluxo de energia e é auto regulável, de

forma a manter um perfeito equilíbrio entre as peças e conservar constante o fluxo

de energia. Considera-se ainda que a bacia hidrográfica inteira, e não somente a

massa de água ou trecho de vegetação, deve ser considerada a unidade mínima de

ecossistema, quando se trata de interesses humanos, como gerenciamento

ambiental (ODUM, 1998).

Conceitualmente, a bacia hidrográfica compreende um espaço

geográfico natural, onde toda a água da chuva que atinge o horizonte mineral do

solo da bacia irá escoar superficialmente, desde os divisores de águas até os fundos

dos vale, onde será então coletada pelo sistema de canais formado pelos córregos,

riachos e rios, que desde suas nascentes até a foz, fluem em direção a um rio

principal.

A abordagem de bacias hidrográficas como unidade de gerenciamento

ambiental para o Estado de Mato Grosso é muito adequada, uma vez que este

apresenta uma rica e extensa rede de drenagem, funcionando como verdadeiro

centro produtor e exportador de água para as regiões vizinhas; em seu território

Page 24: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

15

encontram-se importantes nascentes de três grandes bacias hidrográficas

brasileiras: Amazônica (592.382 Km2), Araguaia-Tocantins (132.238 Km2) e Platina

(176.800 Km2).

A Bacia Platina, denominada em Mato Grosso de Bacia do Alto

Paraguai (BAP) e que tem como Rio principal o Paraguai, é a mais densamente

ocupada no Estado e a que apresenta maior impacto advindos de diferentes

atividades humanas em sua área.

A degradação da qualidade da água na Bacia do Alto Paraguai é

resultado principalmente da poluição doméstica das cidades, mineração e poluição

agropastoril.

O Rio Cuiabá carece de informações sobre as características de suas

águas e seu grau de degradação. Porém, para que se possa fazer um estudo que

busque soluções integradas para este ecossistema aquático e tenha bacia

hidrográfica como unidade de gerenciamento, é importante ter como base o conceito

de sistema, uma vez que as causas e as soluções da poluição da água não serão

encontradas de forma simples, geralmente é o gerenciamento incorreto da bacia

hidrográfica que destrói nossos recursos aquáticos.

O Rio Coxipó possui 85 Km de comprimento, distribuído em uma área

com aproximadamente 66,8 Km2 e localiza-se no centro sul do Estado de Mato

Grosso, ligando o Planalto da Chapada dos Guimarães e depressão Cuiabana,

fazendo parte da Bacia do Alto Paraguai.

Neste trabalho buscou reunir as informações disponíveis em diferentes

fontes, de forma a fazer uma caracterização biótica e abiótica de toda bacia,

enfatizando a avaliação do nível de poluição das águas do Rio Coxipó verificando a

conformidade com os padrões de qualidade impostos pela Resolução CONAMA 20,

de forma a avaliar a magnitude e a significância que a poluição pontual resultante

dos esgotos domésticos gerados, tem influenciado na qualidade das águas da sub-

bacia do Rio Coxipó.

Page 25: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

16

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NA SUB-BACIA DO RIO

COXIPÓ: HISTÓRICO E INSTRUMENTOS

2.1.1 HISTÓRICO

Apesar de ter sido uma das primeiras localidades de Mato Grosso a ser

ocupada pelos bandeirantes, no início do Século XVII, com a atividade de

mineração, a área da bacia do Rio Coxipó, ficou praticamente despovoada até a

década de 60, permanecendo, portanto, pouco modificada do ponto de vista

ambiental.

A preocupação de preservação dos remanescentes da flora na região

onde hoje se localiza o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães data do início

deste século, quando motivado pela intensa devastação nas cabeceiras dos Rios

Coxipó-Açu, Manso e Cuiabá e conseqüente comprometimento da navegação no rio

Cuiabá, no período seco, o então vice-presidente do Estado de Mato Grosso, Cel.

Pedro Celestino Corrêa da Costa através do Decreto n. º 262, de 13/09/1910 declara

a área como de utilidade pública, não podendo ser alienadas a nenhum título as

terras devolutas da encosta da Serra da Chapada, desde a sua base até 02 km a

partir do Planalto, na zona do principal tributário do Coxipó-Açu, ao norte, até o

córrego das Caveiras na Serra de Santa Tereza. As terras existentes nas cabeceiras

dos Rios Cuiabá, Manso, Roncador, Casca e Jangada e seus afluentes até 6 km de

suas nascentes (SILVA, 1991).

Em 1970, foi proposta a criação de uma reserva biológica,

fundamentando-se na enorme diversidade de flora e fauna (em especial a

entomofauna, talvez a mais rica do mundo), da beleza cênica e dos valores culturais

da região. (BROWN, 1971).

O Conselho Nacional de Turismo através da resolução CNTur n. º 819

de 02/04/76, declara como zona prioritária de interesse turístico um polígono

Page 26: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

17

irregular de 30.000 ha., nesta região. Considerando esta resolução o Governador de

Mato Grosso, Garcia Neto, declara a área como de utilidade pública para fins de

desapropriação, através do Decreto 882, de 09/02/77.

Na década de 80 foram iniciadas as ações governamentais para

concretizar a vocação turística da região, quando o então Governador Frederico

Campos desapropriou áreas já utilizadas como pontos turísticos: Mutuca (Decreto

n.º 662, de 29/10/80); Salgadeira (Decreto n.º 664, de 29/10/80), Cachoeirinha

(Decreto n.º 663, de 29/10/80), e Riacho Claro (Decreto n.º 648, de 17/10/80).

Em 1984 foi criado o “Terminal Turístico da Salgadeira”. Neste mesmo

ano foi lançado um manifesto que contou com o apoio de grupos ambientalistas,

intelectuais e artistas que se organizaram para protestar contra as arbitrariedades do

Governo em relação ao meio ambiente e propuseram a criação do PARNA da

Chapada dos Guimarães, através do Projeto de lei n. º 405-A de autoria do deputado

Milton Figueiredo. A proposta teve como objetivo preservar locais como o Morro de

São Jerônimo e Cambari, Cidade de Pedras, Cachoeiras como Véu de Noivas,

Andorinha, entre outras, Vales da Salgadeira, Jamacá e Benção, Mirante e Atimã,

Rio Claro, Mutuca e Peixes, e preservar de forma especial às cabeceiras que vão

desaguar nas Bacias Amazônicas e do Paraguai.

Em fevereiro de 1986 foi desenvolvida uma campanha a nível nacional

pela criação do “PARNA da Chapada”, quando foram convidadas todas as entidades

ambientalistas não governamentais do Brasil para enviarem correspondências ao

então Presidente José Sarney solicitando a criação do parque.

E somente em 12 de abril de 1989 foi criado o PARNA da Chapada dos

Guimarães pelo Decreto Lei n. º 97656 de 12 de abril de 1989, objetivando proteger

e preservar os ecossistemas existentes, bem como, seus recursos naturais, sítios

arqueológicos e proporcionar ao público educação ambiental e pesquisas.

Um Plano Diretor elaborado para o município da Chapada dos

Guimarães, em 1994, propôs a criação de uma zona de proteção permanente dos

recursos naturais ali existentes, na forma de um Parque Nacional. Somando a estas

iniciativas, COSTA & JOBIM também defenderam a criação do Parque Nacional,

neste mesmo ano, motivados pelos aspectos considerados por BROWN, acrescidos

da importância para a planície Cuiabana, como o Coxipó, Acarizinho, Formosa,

Page 27: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

18

Urumbanda, Rio-Claro, Salgadeira, Mutuca, Rio dos Peixes e Coxipó-Açu

(SILVA, 1991).

Abrangendo uma área de 33.000 ha., este parque comporta dentro dos

seus limites elevado potencial científico, valor histórico - cultural e antropológico,

estando localizado em uma área que apresenta uma crescente atividade turística.

Este parque foi priorizado pelo Programa Nacional do Meio Ambiente - PNMA -

Unidade de Conservação – U.C., pois apresentava desde problemas fundiários até

carência de instrumentos de planejamento para ações de proteção e administração.

A U.C. não cumpria as funções mínimas de uma área protegida, sofrendo os

impactos das atividades turísticas como ações de depredações de monumentos

naturais e um grande acumulo de lixo, além de invasões e incêndios que assolavam

a área anualmente.Com os investimentos assegurados o parque teve a sua infra-

estrutura administrativa ampliada, através da construção da sede administrativa.

2.2 - QUALIDADE DAS ÁGUAS

2.2.1 FONTES DE POLUIÇÃO

O desenvolvimento das ações naturais e antrópicas sobre o sistema

natural envolve várias etapas e caminhos, desde as fontes, o impacto sobre o

ambiente e a ação sobre a saúde da população.

Figura 1

Fontes de Poluição e

Interação com os

Sistemas Ambientais

(adaptado por

Meybecke Helmer,

1992)

Atmosfera

Poluentes

gasosos

Poluentes

dissolvidos

H

O

M

E

MPoluentesparticulados

Biotaaquática

Biotaterrestre

Corposd’água

Solos

Fontes

Page 28: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

19

Na Figura 1 estão apresentados os níveis de significância em que as

diferentes fontes de poluição podem acarretar a nível local, regional e global,

permitindo assim medir e avaliar a magnitude desses impactos no meio ambiente.

Quadro 1 – Características das Fontes de Poluição

Fontes Bactéria Nutrientes Pesticidas/

Herbicidas

Micropoluentes orgânicos industriais

Óleos e graxas

Atmosfera (1) (3)G (3)G

Fontes pontuais

Esgoto Doméstico (3) (3) (1) (3)

Esgoto industrial (1) (3) G (2)

Fontes difusas

Agrícola (2) (3) (3)G

Dragagem (1) (2) (3) (1)

Navegação e portos (1) (1) (1) (3)

Fontes mistas

Escoamento urbano e

Depósitos de lixo

(2) (2) (2) (2) (2)

Depósitos de cargas industriais

(1) (1) (3) (1)

Fonte: Meybeck e Helmer, 1992.

(1) De significância local; (2) Moderada significância local / regional;

(3) Alta significância local regional; (G) Significância global.

O Quadro 1 apresenta as características das fontes de poluição,

segundo Meybeck e Helmer, 1992. No presente estudo será efetuada uma

avaliação do nível de poluição das águas do Rio Coxipó verificando a conformidade

com os padrões de qualidade impostos pela resolução CONAMA 20, de forma a

avaliar a magnitude e a significância que a poluição pontual resultante dos esgotos

domésticos gerados, tem influenciado na qualidade das águas da sub-bacia do Rio

Coxipó.

Page 29: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

20

2.2.2 PARÂMETROS

A qualidade da água de um rio é avaliada de acordo com componentes

ou substâncias na água, denominadas muitas vezes de parâmetros ou substâncias

de qualidade da água. Estes elementos caracterizam as condições da água para

diferentes usos e para sua preservação ambiental.

Algumas definições e elementos introdutórios são apresentados a

seguir:

Condições aeróbicas e anaeróbicas: as condições aeróbicas ocorrem

num sistema aquático, quando os processos ocorrem na presença de oxigênio.

Processos como a respiração, que liberam dióxido de carbono na água, é um

exemplo. As condições anaeróbicas existem, quando os processos ocorrem sem a

presença de oxigênio. Neste caso, ocorre fermentação, que produz grande energia,

liberando, na água, gases como metano e amônia.

A qualidade da água apresenta características físicas, químicas e

biológicas. Os parâmetros físicos da água são aqueles que afetam os sentidos

humanos. Existem critérios e medições padrões. Dentro desta classificação estão

parâmetros como a temperatura da água, densidade, turbidez, odor e cor. Os

parâmetros químicos e biológicos descrevem as modificações químicas e biológicas

na água, função da interação destes componentes. Estes parâmetros de qualidade

da água serão estudados a seguir:

TEMPERATURA

A temperatura é uma variável de grande importância no meio aquático,

pois influência o metabolismo das comunidades, como produtividade primária,

respiração dos organismos e decomposição da matéria orgânica. Com valores

elevados da temperatura, ocorre intensa reprodução dos organismos flitoplantônicos

e, conseqüente, intensa absorção de nutrientes dissolvidos. Da mesma forma, altas

temperaturas aceleram os processos de reciclagem de nutrientes.

Page 30: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

21

Os organismos comportam-se diferentemente em relação à

temperatura. Assim sendo, os organismos aquáticos podem ser adversamente

afetados, por exemplo, pelo que se poderia chamar de poluição térmica, causada

pelo lançamento, num manancial, de despejos muito aquecidos provenientes

indústrias. Os seus efeitos podem ser diretos, provocando a coagulação das

proteínas que constituem a matéria viva ou indireta, através do aumento da toxidade

para o organismo, de certas substâncias que se encontram dissolvidas na água ou

pela diminuição da taxa de solubilidade de oxigênio dissolvido, ao mesmo tempo em

que aumenta a atividade fisiológica dos organismos aquáticos, podendo provocar

assim, asfixia dos mesmos.

A maioria das espécies animais e vegetais tem exigências bem

definidas quanto às temperaturas máximas e mínimas toleradas.

pH

As medidas de pH são de extrema utilidade, pois fornecem inúmeras

informações a respeito da qualidade da água.

As águas superficiais em geral apresentam valores de pH entre 6 a 9.

Às vezes são ligeiramente alcalinas devido à presença de carbonato e

bicarbonato.

Naturalmente, nestes casos, o pH reflete o tipo de solo por onde a

água percorre. Geralmente pH muito ácido ou muito alcalino está associado à

presença de despejos industriais.

Assim sendo, os valores de pH podem indicar algum tipo de poluição

química da água.

O conhecimento dos valores de pH é particularmente importante nas

seguintes situações:

a) Determinação de poluição;

b) Tratamento de águas de abastecimento;

Page 31: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

22

c) Tratamento de águas residuárias;

d) Tratamento de águas de piscinas;

e) Estudos ecológicos em ambientes aquáticos.

TURBIDEZ

A turbidez é função da quantidade de luz que pode penetrar dentro da

água. Quando a água possui alta concentração de material suspenso, torna mais

difícil a penetração da luz. Isto pode ser provocado por microorganismos, sílica,

manganês, entre outros. A turbidez indica uma medida da capacidade de luz

penetrar na água.

OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD)

A determinação do oxigênio é de fundamental importância para avaliar

as condições naturais da água e detectar impactos como eutrofização e poluição

orgânica.

Do ponto de vista ecológico, oxigênio dissolvido é uma variável

extremamente importante, pois é necessário para respiração da maioria dos

organismos que habitam o meio aquático. Geralmente, o oxigênio dissolvido se

reduz ou desaparece, quando a água recebe grandes quantidades de substâncias

orgânicas biodegradáveis encontradas, por exemplo, no esgoto doméstico, em

certos resíduos industriais, no vinhoto, e em outros.

Grande quantidade de sólidos em suspensão, especialmente nos

períodos das cheias, quando ocorre grande aporte de matéria orgânica além do

revolvimento do sedimento, principalmente em ambientes lênticos (lagos, represas),

são responsáveis pelo declínio das concentrações do oxigênio dissolvido na água.

A quantidade de oxigênio dissolvido na água depende da temperatura

e da altitude (pressão atmosférica do local), pois a solubilidade dos gases depende

destes fatores. O decréscimo do oxigênio dissolvido na água pode ser ocasionado

Page 32: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

23

também pelo aumento da temperatura que aumenta a velocidade das reações

bioquímicas que fazem parte do metabolismo celular dos organismos vivos,

provocando maior consumo do oxigênio através do aumento da respiração.

DEMANDA BIOQUÍMICA DO OXIGÊNIO (DBO)

Em termos numéricos, interpreta-se DBO, como a quantidade de

oxigênio necessária para oxidar ou estabilizar determinada quantidade de matéria

orgânica em determinado tempo. Normalmente é fixado um período de cinco dias.

As reações oxidativas envolvidas durante o teste da DBO são

resultantes da atividade biológica, ou seja, do consumo ou demanda do oxigênio

dissolvido proporcionado pelos microrganismos presentes na amostra. Estas

reações dependem também da temperatura e das condições nutriciais do meio.

Padronizou-se para a realização do teste, uma temperatura de 20 0C,

por se tratar de um valor médio encontrado na água dos rios da Europa, região em

que foi idealizado o teste da DBO. Teoricamente um tempo infinito é exigido para a

completa oxidação biológica da matéria orgânica, mas, em termos práticos a reação

pode ser considerada completa em vinte dias.

Entretanto, de acordo com as experiências acumuladas, verificou-se

que a maior parte da DBO ocorre em cinco dias. Além disso, constatou-se que

microrganismos nutrificantes causam certas interferências nas medidas de DBO

após o sétimo e oitavo dias. Assim sendo, de acordo com estas observações,

adotou-se um período padrão de cinco dias de incubação das amostras para um

teste regular de DBO.

SÓLIDOS TOTAIS

Todo curso d’água seja ele lago, rio ou outro qualquer, possui material

sólido em suspensão.

Page 33: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

24

Os sólidos em suspensão produzem a turbidez e são constituídos

principalmente por substâncias transferidas de outras regiões (material alóctone)

como argila, resíduos industriais, esgoto doméstico ou originado a partir do

desenvolvimento de organismos vivos, principalmente algas planctônicas (material

autóctone).

Quantidades consideráveis de material em suspensão são produzidas

pela atividade humana como desflorestamento, agricultura, erosão de construção

envolvendo grandes volumes de terra, remoção de cascalho e areia das margens e

leitos dos rios, práticas de mineração, etc.

Os efeitos dos sólidos em suspensão no ecossistema aquático variam

em função principalmente da natureza dos sólidos, podendo ocasionar diversos tipos

de impactos ambientais como:

a) prejuízo estético;

b) interceptação da penetração da luz na água prejudicando a

fotossíntese;

c) efeito direto nas populações de peixes através do entupimento das

brânquias;

d) remoção do oxigênio dissolvido na água (se os sólidos forem

orgânicos).

Por outro lado, se a principal fonte de sólidos suspensos na água for a

presença de organismos vivos, como células do fitoplâncton, os sólidos em

suspensão podem ser correlacionados com clorofila e medidas de transparência das

água e sendo assim, podem funcionar como bom índice de produtividade aquática,

além de ser uma forma de avaliar processos de eutrofização.

COLIFORMES

A pesquisa de coliformes consiste em se constatar a presença e

determinar o número provável de bactéria pertencentes a um grupo denominado

Grupo Coliforme, em cada 100 mL.

Page 34: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

25

A pesquisa direta de bactérias patogênicas na água seria muito difícil,

porque elas pertencem a espécies muito diferentes, o que exigiria a aplicação de um

processo de investigação particular para cada uma.

Além disso, quando presentes, as bactérias patogênicas encontram-se

muito diluídas na água. A evidência epidemiológica de transmissão pela água,

apenas para organismos patogênicos expelidos através dos excretas, causadores

de febre tifóide, febre paratifóide, disenterias bacilares, disenteria amebiana, cólera e

doença devidas a helmintos.

A demonstração de coliformes em uma água constitui uma indicação

de possível poluição por excreta; assim, a quantidade de coliformes presentes

representa uma medida do grau de poluição.

2.2.3 CONDIÇÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA

As condições de qualidade da água de um corpo d’água envolvem dois

fatores fundamentais:

Condições hidrológicas: representam o estado do corpo de água

quanto à quantidade de água. Num rio esta condição é retratada pela vazão,

enquanto que no reservatório é representado pelo seu nível e condições

operacionais (vazão de saída e vazão de entrada).

Qualidade da água: a concentração de um parâmetro de qualidade da

água, associada à vazão, é a carga existente no sistema. A concentração

isoladamente não tem representatividade temporal e espacial, já que a mesma se

altera com a vazão envolvida.

As condições hidrológicas definem a representatividade da

concentração, obtida em função do estado do rio ou reservatório. A concentração ao

longo do ano pode variar, em vazão da temperatura e da vazão existente num rio.

Quando se utiliza somente a concentração para definir as condições ambientais de

um rio pode-se incorrer numa tendenciosidade, pois bastaria medir as

Page 35: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

26

concentrações no trecho nos dias chuvosos, quando a vazão é maior e a

capacidade de diluição maior, resultando em concentração de OD maior.

Usualmente estas concentrações são estabelecidas em período

chuvoso ou seco, no entanto, um determinado ano com vazões acima da média no

período chuvoso pode levar a conclusões indevidas.

Como se observa, um ano de estiagem média não permite uma idéia

real do impacto que ocorrerá num ano crítico. Portanto, torna-se necessário

conhecer melhor as condições críticas hidrológicas para melhor avaliar o impacto em

razão das cargas num sistema aquático.

A avaliação da qualidade da água pode ser realizada com base no

seguinte:

indicadores de qualidade da água de acordo com o uso da água:

usos industriais, domésticos e animal. Existem parâmetros que

permitem caracterizar a água para estes usos. Por exemplo,

coliformes fecais são indicadores de impacto de bactérias de outros

organismos que podem ser transmitidos através da água;

indicadores de qualidade da água de acordo com as cargas

despejadas no corpo d’água: em rios com grande carga de

poluentes industriais uns dos indicadores importantes é o DQO -

Demanda Química de Oxigênio. Em rios ou lagos sujeitos a

intrusão salina o cloreto é o parâmetro utilizado. O DBO - Demanda

Bioquímica de Oxigênio, é um indicador muito utilizado quando as

cargas são orgânicas;

indicadores de qualidade da água para preservação ambiental e

vida aquática: são vários os indicadores: OD e DBO caracterizam

as condições básicas da vida aquática e preservação de peixes;

fósforo, nitrogênio e clorofila que são indicadores das condições de

eutrofização do corpo d’água.

Page 36: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

27

O abastecimento de água para a população, para animais e recreação

é um dos grandes fatores de propagação de doenças e de mortalidade infantil.

Existem muitas doenças que se transmitem através da água como gastrenterite,

disenteria, cólera e febre tifóide.

Uma das medidas de controle envolve a análise de indicadores do

grupo bacteriano. O coliforme total é um grupo de bactérias que tem sido amostrado

de diferentes formas: fezes de animais e humanos, solo contaminado e não

contaminado. Este parâmetro tem sido utilizado como indicador das condições

ambientais para esta avaliação.

O coliforme fecal é um indicador dos organismos provenientes do

intestino de animais e humanos. Estreptococo fecal indica uma variedade de

estreptococos cujo habitat usual é o intestino humano e de animais.

O oxigênio dissolvido é um dos principais indicadores da qualidade da

água. Um bom nível de OD é uma condição necessária, mas não suficiente devido à

possível existência de outros elementos capazes de produzir impactos ambientais.

Segundo USEPA (1976) uma concentração maior ou igual a 5mg/L de OD em

qualquer tempo protege a diversidade da vida aquática.

Os órgãos de monitoramento e fiscalização buscam utilizar indicadores

de qualidade da água ponderados pelos diferentes parâmetros de qualidade da

água, denominados de IQA (Índice de Qualidade da Água). Estes índices são

estabelecidos em função da importância das cargas, dos usos e da disponibilidade

de dados do monitoramento. Estes índices buscam sintetizar os diferentes

parâmetros, num único resultado, para melhor regulamentar e identificar as

condições ambientais do corpo d’água.

2.2.4 PADRÕES AMBIENTAIS DE QUALIDADE DA ÁGUA

Além dos requisitos de qualidade, que traduzem de uma forma

generalizada e conceitual a qualidade desejada para água, há necessidade de se

estabelecer também padrões de qualidade, embasados por um suporte legal. Os

Page 37: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

28

padrões devem ser cumpridos, por força da legislação, pelas entidades envolvidas

com a água a ser utilizada. Da mesma forma que os requisitos, também os padrões

são função do uso previsto para a água.

Em termos práticos, há três tipos de padrão de interesse direto dentro

da Engenharia Ambiental no que tange a qualidade da água:

Padrões de lançamento no corpo receptor

Padrões de qualidade no corpo receptor

Padrões de qualidade para determinado uso imediato (por exemplo, padrões de potabilidade)

A Resolução CONAMA n0 20, de 18/06/86, dividiu as águas do território

nacional em águas doces (salinidade < 0,05%), salobras (salinidade entre 0,05% e

3%) e salinas (salinidade > 3%). Em função dos usos previstos, foram criadas nove

classes. O Quadro 2 apresenta um resumo dos usos predominantes das classes

relativas à água doce, em que a Classe Especial pressupõe os usos mais nobres, e

a Classe 4, os menos nobres.

Quadro 2 - Classificação das Águas Doces em Função dos Usos Preponderantes

U s o C l a s s e

Especial 1 2 3 4

Abastecimento x

x (a)

x (b)

x (b)

Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas

x

Recreação de contato primário x x

Proteção das comunidades aquáticas x x

Irrigação x

(c) x

(d)

x (e)

Criação de espécies (aqüicultura) x x

Dessedentação de animais x

Navegação x

Harmonia paisagística x

Usos menos exigentes x Fonte: Resolução CONAMA n. º 20, de 18/06/86.

Notas: (a) após tratamento simples: (b) após o tratamento convencional; (c) hortaliça e frutas rentes ao solo; (d)

hortaliças e plantas frutíferas; (e) culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras.

Page 38: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

29

A cada uma dessas classes corresponde uma determinada qualidade a

ser mantida no corpo d’água. Esta qualidade é expressa na forma de padrões,

através da referida Resolução CONAMA. Além dos padrões de qualidade dos

corpos receptores, a Resolução CONAMA, apresenta ainda padrões para o

lançamento de efluentes nos corpos d’água, bem como padrões de balneabilidade.

Ambos os padrões estão de certa forma inter-relacionados. O real

objetivo de ambos é a preservação da qualidade no corpo d’água. No entanto, os

padrões de lançamento existem apenas por uma questão prática, já que é difícil se

manter o corpo receptor. Em princípio, o inter-relacionamento entre os dois padrões

se dá no sentido de que um efluente, além de satisfazer os padrões de lançamento,

deve proporcionar condições tais no corpo receptor, de tal forma que a qualidade do

mesmo se enquadre dentro dos padrões para os corpos receptores.

Os principais padrões de qualidade associados a diversas classes dos

corpos d’água encontram-se conjuntamente com os padrões de lançamento.

Associados aos padrões de qualidade das águas existem os padrões

de potabilidade definidos na Portaria n. º 36 de 19/10/90, do Ministério da Saúde que

fixa limites a ser atendidos pelas águas destinadas a abastecimento público.

Na Tabela 1 são apresentados os valores fixados para os parâmetros

de OD, DBO, Coliforme Total, Coliforme Fecal, Turbidez para cada classe, dentro

que estabelece a Resolução CONAMA 20.

Tabela 1 – Padrões de Qualidade de Águas

Parâmetros Unidade Especial Classe I Classe II Classe III Classe IV

OD mg/L - 6 5 4 2

DBO(5, 20) mg/L - 3 5 10 -

Coliforme

Total

NMP/100

mL

- 1.000 5.000 20.000 -

Coliforme

Fecal

NMP/100

mL

- 200 1.000 4.000 -

Turbidez - 40 100 100 -

Fonte: Resolução CONAMA nº 20, 18/06/86.

Page 39: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

30

Apesar de não haver uma vinculação direta com poluição das águas e

tratamento de esgotos, apresenta-se apenas a título de comparação com os demais

padrões, um resumo dos padrões de potabilidade dos principais parâmetros de

qualidade da água.

No caso do esgoto doméstico, um período de cinco dias DBO (5,20)

equivalente a 70% da DBO total e normalmente este valor situa-se em uma faixa

que varia de 100 a 300 mg/L. Por outro lado, em águas naturais limpas (represas,

rios), a DBO não pode ultrapassar valores de 3 a 5 mg/L.

Apesar da Resolução CONAMA 20, estabelecer limite para um grande

número de parâmetros, em torno de 66 para as diversas classes, usualmente devido

a questões estruturais dos laboratórios apenas alguns parâmetros são identificados,

em função da origem, natureza e tipo da poluição.

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJETO

3.1 - LOCALIZAÇÃO

O Estado de Mato Grosso, situado na Região Centro Oeste do Brasil,

possui cerca de 900.000 km² de extensão territorial, abrigando nesta área uma

grande disponibilidade hídrica onde se situam as principais nascentes de três

grandes bacias hidrográficas brasileiras: Bacia Amazônica, Araguaia -Tocantins e

Platina.

A importância da Bacia Platina deve ser ressaltada uma vez que abriga

o principal formador do Pantanal, o Rio Paraguai, que tem nascentes nas encostas

da Serra do Parecis, na região médio norte do Estado, recebendo em sua margem

esquerda contribuições da bacia do Rio Cuiabá, da qual faz parte a Bacia do Rio

Coxipó.

Page 40: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

31

A sub-bacia do Rio Coxipó tem como principal curso d’água o próprio

Rio Coxipó, com uma área aproximadamente de 660 km², posiciona-se no centro sul

do Mato Grosso entre as coordenadas geográficas – 55º40’W e 15º40’S e 56º10’W e

15º10’S. Compreende parte dos municípios de Chapada dos Guimarães e Cuiabá. O

Rio Coxipó tem sua nascente na encosta da Serra de Atimã, no município de

Chapada dos Guimarães, com uma extensão aproximadamente de 85 km até sua

foz no Rio Cuiabá, na zona urbana da Cidade de Cuiabá, cidades que se encontram

interligadas pela MT 305 (Rodovia Emanoel Pinheiro). Figura 2 – Mapa de

Localização.

Page 41: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

32

Figura 2 – Mapa de Localização

CUIABÁ

CUIABÁ

CONVENÇÕES

RODOVIA

Estadual

Federal

HIDROGRAFIA

Curso D'água

Área de Estudo

Fonte: Mapa Político do Estado de Mato Grosso

S/ 1/ 1.500.000 Ampliado em 40%

Elaboração:Geóg. Joilson Corrêa

CHAPA

DA D

OS G

UIMARÃES

SANTO ANTONIO DO LEVERGER

VARZEA

GRAN

DE

ACORIZAL

ROSA

RIO

.OES

TE

CAM

PO

VERD

E

Rio

Cuia b á

Rio

Coxipó-A

çu

Rio Arica-Acú

BR-364

MT-251

Rio

C

oxip

ó

Page 42: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

33

3. 2 - CLIMA

As condições climáticas apresentam um caráter transacional, o clima

tropical-quente e sub-úmido sofre, na área, a influência do fator relevo (altitude), que

varia entre 200 e 800 metros, e os efeitos deste repercutem localmente na

temperatura e umidade dos compartimentos topomorfológicos, Depressão Cuiabana

e a Chapada dos Guimarães, sendo que a segunda apresenta o clima tropical de

altitude do Planalto, que na classificação de KOPPEN (1931), correspondem

respectivamente aos tipos climáticos AW e CW. Ambos se caracterizam pela

presença de duas estações bem definidas: a de chuva (primavera e verão) e de

seca (outono e inverno). Na estação seca pode ocorrer a “friagem”, que é a invasão

da massa polar sobre o continente podendo acarretar na queda da temperatura,

variando de 12 a 25 ºC, e até 5 ºC. (LIMA, 1959).

A característica mais marcante do clima tropical-quente e sub-úmido é

a predominância de temperaturas altas, sobretudo na primavera e verão,

principalmente nos meses de setembro e outubro, sendo freqüente máximas diárias

superiores a 38 ºC, alcançando às vezes valores superiores a 40 ºC.

Durante o inverno, quando estas áreas estão sujeitas a bruscas

mudanças de temperatura, sob ação de anticiclones de origem polar, as mínimas

diárias costumam descer a níveis muito baixos destacando-se nestes casos, as

áreas mais elevadas como o Planalto. Sob tais situações atmosféricas a temperatura

pode cair para abaixo de 10 ºC durante a madrugada devido à ausência de nuvens e

resfriamento noturno, podendo resultar em nevoeiros baixos.

No Planalto, máximas diárias muito elevadas são bem menos

freqüentes (restritas praticamente na primavera e início de verão) e, no inverno

podem ocorrer as mínimas diárias baixas da temperatura que oscilam em torno de

26 ºC na Depressão e 24 ºC no Planalto.

O regime das chuvas trata-se de clima tipicamente tropical, cujo regime

sazonal é controlado fundamentalmente por massas de ar oxigenadas da zona

tropical e equatorial. O total pluviométrico anual situa-se entre 1800 e 2000 mm,

sendo a umidade relativa, de novembro a abril, inferior a 80% e nos meses secos

inferior a 60% (LIMA, 1959).

Page 43: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

34

As chuvas iniciam-se no mês de novembro prolongando-se até abril,

sendo que as precipitações mais intensas ocorrem no período de janeiro a março. O

período de insuficiência de chuva dura normalmente de 5 a 7 meses, dos quais 4 a 6

meses são muito secos. A estação úmida é mais curta e suas chuvas são ainda

mais concentradas no verão, época de enormes excedentes de água, de solos

saturados de umidade e de grandes enchentes fluviais.

As alternâncias de chuva e seca do clima tropical interferem no

abastecimento de importantes lençóis de água subterrânea, na dinâmica do

escoamento superficial, de cobertura vegetal e do solo, propiciando enchentes e

ação erosiva, principalmente em áreas sedimentares.

Ocorrem ilhas climáticas de encostas e vales que possibilitam a

existência e sobrevivência de um número grande de espécies botânicas, o que não

seria possível em regiões planas e baixas como o Pantanal para o Sul.

3.3 - VEGETAÇÃO

A Cobertura vegetal da área apresenta forte ligação com a maior ou

menor disponibilidade da água em conseqüência das estações sazonais de chuva e

seca e em função da posição topográfica.

De acordo com trabalhos realizados por AMARAL & FONZAR (1982),

para o projeto RADAMBRASIL, ocorrem na área de estudo, as seguintes

fisionomias vegetais:

Cerrado (Savana) - Constituí-se na vegetação predominante na área,

quer sobre a Chapada ou sobre a Depressão. É um fitofisionomia campestre,

caracterizada basicamente por dois estratos: o superior, constituído por arvoretas

com troncos retorcidos ou árvores raquíticas; e o inferior por um tapete gramíneo

lenhoso.

Cerradão (Savana Arbórea Densa) - Ocorre como transição entre o

cerrado e a mata de encosta. Aparece em áreas de difícil acesso, daí sua relativa

preservação. Localiza-se nas rampas arenosas de sopé de escarpa, onde

Page 44: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

35

insensivelmente passa-se a mata de encosta, recobrindo setores coluvionares e

também encosta de morros e campos. Caracteriza-se por ser uma categoria de

vegetação florestal inclusa no complexo do Cerrado (sentido amplo), com árvores de

pequeno e médio porte que atingem de 10 a 15 m de altura. Sua principal

característica estrutural é arbórea xeromorfica, sem estrato arbustivo nítido e com

um tapete de gramíneas em tufos, entremeado de plantas lenhosas raquíticas,

providas de xelopódios e palmeiras anãs. As espécies vegetais mais comuns são:

Curatella americana (lixeira), Qualea grandiflora (pau terra-folha larga), Qualea

parviflora (pau terra-folha miúda), Qualea mulitflora (pau terra vermelho), Byrsonima

crassifolia (murici), Caryocar brasiliensis (pequi), Tabebuia ochracea (ipê cachorro),

e outras.

Campo Cerrado (Savana Arbórea Aberta) - Recobre grande parte da

área com nuances diferentes devido a maior ou a menor atividade da ação do fogo.

É caracterizado por um tapete gramíneo-lenhoso contínuo, entremeado de árvores

geralmente raquíticas que atingem em média 5 m de altura e palmeiras anãs,

degradadas pelo fogo anual. Apresenta uma composição florística semelhante ao

cerrado, porém com estrutura mais aberta e mais baixa, com maior incidência de

arvoretas. Entre as espécies mais comuns se destacam: Salvertia convallariaedora

(colher de vaqueiro), Dimorphandra mollis (barbatimão), Kylmeiera coriaceae (pau-

santo), Bursonima spp (murici) e outras.

Campo Sujo (Savana Parque) - Recobre grande parte da área

estudada, estando presente tanto nos interflúvios aplanados da Chapada com na

Depressão. Sua composição florística caracteriza-se pela predominância de

gramíneas mescladas com outras ervas, subarbustos e árvores esparsas. Entre as

gramíneas mais freqüentes destacam-se os gêneros: Tristachya, Aristida, Axonopus,

Paspalum, Andropogon e outros.

Campo Limpo (Savana Gramíneo Lenhosa) - Recobre os alvéolos das

cabeceiras de vales, as cristas aguçadas e topos planos residuais do Planalto

dissecado. É uma formação campestre, entremeada de plantas lenhosas anãs sem

cobertura arbórea. A única vegetação arbórea aparece na faixa de floresta de

galeria que acompanha os vales. Durante a estação das chuvas, a cobertura de

Page 45: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

36

gramíneas é em geral densa e alta. No período de seca, o tapete graminoso seca

facilmente e é eliminado pelo fogo, que repete anualmente.

Mata de Encosta (Floresta Estacional Decidual) - Encontrada nos

sulcos das escarpas do Planalto, nas encostas de morros, nos paredões de vales

profundos e em ravinas de morros e serras. A principal característica da vegetação é

a presença de mais de 50% de árvores dominantes deciduais, tais como:

Aspidosperma spp (peroba), Cedrela spp (cedro), Piptadenia spp (angico) e outras.

Nesta formação, há um sub-bosque de arbustos, além de enorme quantidade de

plântulas de regeneração.

Floresta de Galeria (Floresta Ciliar) - Acompanha os vales dos rios e

riachos. A vegetação é constituída por árvores altas, com 20 a 30 metros, vigorosas,

sempre verdes em decorrência da umidade permanente nas margens das

drenagens, além do acúmulo de nutrientes, é formada por espécies diferentes das

que a circundam, constituindo verdadeiros refúgios florestais no meio de uma

paisagem completamente aberta. Na Chapada dos Guimarães, as espécies que

formam as florestas de galeria são de domínio da flora amazônica tais como:

Calophyllum brasiliense (jacareúba), Copaífera langsdorffii (pau d’óleo), Mauritia

flexuosa (buriti), Vataireopsis speciosa (angelim amargoso) e outras. Figura 3 –

Mapa de Vegetação.

Page 46: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

37

Figura 3 – Mapa de Vegetação

Fse

Rio

Cox

ipó

Rio

Coxip ó

R i o

Cla

ro

Ri0

do

s Pe

i xe

s

r r.

do

M

oi n

ho

Ribeirão Sa lgadeira

Rio

C o

x i p ó

Rio

C o

x i p ó

Coxipó do Ouro

Buriti

Saf

Saf

SafRio

Mut u

ca

Saf

MT-2

51

Saf2

Saf2

Sd

Sd

56º00'

56º00'56º00'

Fonte : Escala :

L E G E N D A

15º30' 15º30'

Buriti

Fse

Fse

Fse

Page 47: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

38

3.4 - FAUNA

A fauna na região de estudo apresenta-se muito variada, como ocorre

com a flora, sendo que os principais representantes da hepetofauna são: o cágado,

(Phryrops vanrdehaegali) e o Jacaré-coroa (Paleosuchus palpebrosus).

Quanto a entomofauna deve-se destacar a grande variedade de

insetos. A entomofauna encontrada no Parque é a mais rica do que em qualquer

outra região neotropical e, portanto, do mundo. A abundância de insetos,

especialmente lepidópteros, é facilmente notada (condicionando um polimorfismo

notável). Esta variabilidade torna-se importante na cadeia alimentar de um grande

número de mamíferos e aves insetívoras.

A mastofauna presente no parque é representada por diferentes

espécies que ocorrem tanto no complexo do pantanal, floresta amazônica e cerrado,

sendo as mais representativas: o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) que

representa uma importante espécie no bioma, controlando populações de roedores,

aves, répteis e insetos, além de disseminar as diversas espécies vegetais que ingere

(IBAMA, 1989), encontrando-se no topo da cadeia alimentar e depende do cerrado

para sua alimentação e das matas para abrigo.

O veado-campeiro (Ozotocerus bezoarticus) é considerado pouco

freqüente na área, vivendo em cerrado aberto, sendo, portanto, alvo fácil e caçadas

com auxílio de cães.

Algumas espécies de felinos como o gato-palheiro (Felis colo-colo),

que habita lugares com gramíneas altas e a onça-pintada (Panthera onca) também

ocorrem na área. Ressalvas devem ser feitas quanto à residência da onça-pintada,

contudo, pode-se confirmar o aparecimento de indivíduos transitórios.

O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridacyla) e o tatu canastra

(Priodontes gigasteus), espécies ameaçadas de extinção procuram, termiteiros para

o seu complemento alimentar. Atualmente não tem sido observados rastros destes

animais na área (IBAMA, 1991).

Page 48: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

39

Outros mamíferos comumente encontrados são a anta (Tapirus

terrestris), o macaco bugio (Alburata caraya), a rapozinha (Dusycion), o lobinho

(Cerdocyon thous) e diversas espécies de roedores.

A avifauna por sua vez é representada por muitas espécies residentes

e algumas aves migratórias.

Dentre as aves constantes na lista das espécies ameaçadas de

extinção protegem-se nesta área o gavião-penacho (Spizaetus ornatus), o raríssimo

socó-boi (Trigrisoma fascinatum), a rolinha azul (Columbina cyanops).

Os passeriformes encantam pela sua coloração e canto, como as

pipiras (Pipira fasciicauda e Antilophia galeta) os sais (Cyanerpes cyaneus e Tersina

viridis) e o bicudo (Oryzoborus crassirostris) (IBAMA, 1991).

Deve-se destacar também a jacuguela (Pipile superciliaris), uma ave

considerada rara e não mais avistada atualmente na área do Parque.

Na área existem corredores de migração de aves e também barreiras

geográficas, no caso os altos paredões de arenito. Várias espécies dependem

destes paredões para modificar a cada ano, como os andorinhões (Cypseloides

senex), a arara vermelha (Ara chloroptera), a andorinha (Tachycineta Le corrhoa),

entre outras.

Local para a reprodução de várias espécies migratórias, como a

tesourinha (Tyrannus savanna), o bigodinho (Sporophila leneola), o bem-te-vi rajado

(Myodnastes maculatus) e o curiando (Nyctidromus albicollis).

3.5 - HIDROGRAFIA

O Rio Cuiabá tem a sua nascente no município de Rosário Oeste,

precisamente nas encostas da Serra Azul, divisa natural entre as águas das Bacias

Amazônica e Platina, a cerca de 500 m de altitude. Os principais formadores são os

Page 49: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

40

Rios Cuiabá da Larga (411,16 km2) e o Cuiabá do Bonito (429,61 km2), sendo o

primeiro considerado a sua nascente principal pelo fato de ser o mais extenso.

Pela margem esquerda seus principais tributários são os rios:

Marzagão, Manso, Acorizal, Coxipó, Aricá-Açú, Aricá-Mirim, Mutum, São

Lourenço e Piquiri ou ltiquira. Pela margem direita são os rios: Chiqueirão, Jangada.

Espinheiro e Piraim. A Tabela 2 apresenta a extensão aproximada dos principais rios

da Bacia do Rio Cuiabá.

Tabela 2 - Extensão Aproximada dos Principais Rios da Bacia do Rio Cuiabá

RIOS EXTENSÃO (km)

Acorizal 60,0

Aricá-Açú 105,0

Aricá –Mirim 84,0

Chiqueirão 72,5

Coxipó 85,0

Cuiabá 955,0

Espinheiro 62,5

Itiquira 435,0

Jangada 66,5

Manso 277,5

Mutum 36,5

Piraim 142,5

São Lourenço 715,0 Fonte: FEMA, 1996.

Nos municípios de Rosário Oeste, Nobres e Acorizal, na condição de

rio de planalto, o Rio Cuiabá apresenta diferença de nível considerável, com

diversas corredeiras e declividade diminuindo gradualmente até a cidade de Santo

Antônio do Leverger, onde passa para a condição de rio de planície.

Em condições de baixa declividade próprias do Pantanal

Matogrossense, que varia de 10,2 cm/km a 5,6 cm/km até a confluência com o Rio

Paraguai, o Rio Cuiabá nos períodos de cheia, extravasa suas águas inundando

planícies, alagados e lagoas marginais. Essas lagoas são conhecidas regionalmente

por baías. Nesta região, a rede de drenagem é complexa e as características

limninológicas da água são dinâmicas, possibilitando a existência de uma grande

biodiversidade. O Pantanal, além de ser uma das regiões do globo de maior

biodiversidade, é também considerada a maior planície alagável contínua do mundo.

Page 50: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

41

O Rio Coxipó, desde o período de colonização, foi marcado pelos

primeiros impactantes antrópicos, através de exploração mineral do ouro.

Com o desenvolvimento urbano, o trecho do rio que atravessa a

cidade, atualmente recebe um volume constante de efluentes domiciliares e

industriais. O escoamento desta carga é depositado no Rio Cuiabá, sendo um dos

principais contribuintes para a formação do Pantanal matogrossense, também

possuindo ao longo de sua extensão diversos locais de entrada de afluentes

poluidores.

O Rio Coxipó tem sua nascente próxima a zona urbana do município

de Chapada dos Guimarães, precisamente nas encostas da Serra do Atimã, a cerca

de 700 m de altitude. Tem uma extensão de 85 km até sua desembocadura no Rio

Cuiabá na zona urbana da cidade de Cuiabá.

São seus tributários pela margem esquerda os córregos: Coxipó-Mirim,

Castelhado e Tijuca e, pela margem direita os rios: Claros, Paciência, Salgadeira,

Mutuca, dos Peixes e os córregos: Piçarrão, do Doutor, Pirapora, Urumbamba,

Ribeirão da Ponte, Moinho e Urubu. Na Tabela 3 são apresentadas as extensões

aproximadas dos principais rios da Bacia Hidrográfica do Rio Coxipó.

No município de Chapada dos Guimarães, nas condições de rio de

planalto, o Rio Coxipó apresenta diferença de nível considerável, com diversas

corredeiras e quedas livres, com altitude diminuindo bruscamente até a zona urbana

de Cuiabá. Figura 4 - Mapa Hidrográfico.

Tabela 3 – Extensão Aproximada dos Principais Rios da Bacia Hidrográfica do Rio Coxipó

Rios/Córregos Extensão (km)

Salgadeira

Claro

Paciência

Mutuca

Moinho

Coxipó Mirim

12

11

05

13

13

06

Fonte: FEMA, 1996.

Page 51: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

42

Figura 4 – Mapa Hidrográfico

Rio

Cox

ipó

Rio

Coxipó

R i o

Cla

ro

Ri0

do

s Pe

i xe

s

r r.

do

M

oi n

ho

Ribeirão Sa lgadeira

Rio

C o

x i p ó

Rio

C o

x i p ó

Coxipó do Ouro

BuritiRio

Mut u

ca

MT-2

51

56º00'

56º00'56º00'

Fonte :

Escala :

Data :

15º30' 15º30'

30

Page 52: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

43

3.6 - PEDOLOGIA

Foram identificadas as seguintes classes de solos na Alta Bacia do

Coxipó, segundo estudos efetuados pelo RADAM BRASIL (1982). Conforme

Figura 5 – Mapa de Solos.

Areias Quartziticas Hidromórficas sobre Arenitos: aparecem na área

principalmente nas cabeceiras e margens de rios que se instalam nos anfiteatros

desenvolvidos no sopé da Chapada. São solos característicos de locais sujeitos a

alagamentos periódicos e com lençol freático próximo ou muito próximo da

superfície durante todo o ano ou parte dele, possuem como característica a

presença constante de mosqueados é típico de hidromorfismo, ao longo do perfil,

assim como consideráveis teores de matéria orgânica na parte superficial. Tem

seqüência de horizontes A, C, com o A do tipo moderado. A textura está nas classes

de areia e de areia franca e não apresenta estrutura formada, sendo constituída por

grãos simples. Apresentam-se totalmente desprovidos de nutrientes minerais,

necessários para o desenvolvimento das plantas, sendo de maneira geral

desaconselháveis para o uso agrícola.

Solos Litólicos sobre Filitos, Xistos e Quarzitos: ocupam extensões

significativas da área, nos setores central sul e sudeste da mesma, sobre terrenos

da depressão pediplanada. São solos rasos, com seqüência de horizontes do tipo A,

R ou A, C, R. Apresentam horizontes A dos tipos fraco, moderado proeminente ou

chernozênico. As características físicas, químicas e morfológicas, apresentam

grande variabilidade, tendo a maioria textura cascalhenta, e alguns casos o caráter

concrecionário. A pouca profundidade, tornam estes solos inviáveis para o

aproveitamento agrícola, principalmente os distróficos e álicos.

Solos Concrecionários sobre Folhelhos e Siltitos: Sua ocorrência é

bastante expressiva na área. Ocupam o setor SE sobre a Chapada com vales

encaixados. São solos que apresentam em sua constituição em volume de

concreções ferruginosas, à exceção daqueles que possuem seqüência de horizonte

do tipo A, C com profundidade inferior a 50 cm. A quantidade elevada de

Page 53: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

44

concreções ferruginosas no corpo do solo, em tamanhos variados, chegando a

calhaus, em muitos casos, dificulta a caracterização dos horizontes e constitui um

forte impedimento à mecanização e desenvolvimento de raízes.

Latossolo Vermelho Escuro sobre Argilas, Lateritos Maturos e

Imaturos: Tem ocorrência restrita na área. Aparece nos setores mais elevados do

Planalto dissecado na porção SE, sobrepondo-se aos solos concrecionados.

São solos minerais, não hidromórficos, e apresentam seqüência de horizonte tipo A,

B, e C, sendo o horizonte A do tipo moderado sobrejacente a um horizonte B

latossólico.

Page 54: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

45

Figura 5 – Mapa de Solos

Rio

Cox

ipó

Rio

Coxip ó

R i o

Cla

ro

Ri0

do

sPe

i xe

s

r r.

do

Moi n

ho

Ribeirão Sa lgadeira

Rio

C ox i p ó

Rio

C ox i p ó

Coxipó do Ouro

BuritiRio

Mut u

ca

MT-2

51

AQa 14

Sad 4

AQa 5

56º00'

56º00'56º00'

Fonte : Escala :

L E G E N D A

15º30' 15º30'

Rd 9

Rd 9

Rd 9

Rd 2

Rd 2

Rd 2

Rd 2

Rd 2Rd 2

Rd 2

Rd 2

Rd 2Rd 2

Rd 2

Lvd 19

Page 55: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

46

3.7 - GEOLOGIA

Designa as terras drenadas pelos afluentes do alto curso do Rio

Cuiabá relacionadas principalmente às paisagens naturais de alta fragilidade, no

contexto regional da Província Serrana, do Planalto dos Guimarães Alcantilados e

da Depressão do Alto Paraguai-Paranatinga.

Da superfície total do Alto Cuiabá (14.636,20 km2), 85% correspondem

às terras de alta fragilidade potencial, relacionadas às paisagens das cabeceiras dos

altos contribuintes do Rio Manso, no Planalto dos Guimarães Alcantilados (Rios da

Casca, Quilombo, dos Cavalos e do Finca-Faca); e às áreas fortemente onduladas

da Depressão, denominadas na região como “Depressão Cuiabá”. Salienta-se o fato

de se ter áreas de garimpos de diamantes na região de Água Fria, Rios da Casca e

Quilombo, explorados a mais séculos, associados aos níveis conglomerados das

Formações Bauru e Cachoeirinha.

A sub-bacia do Rio Coxipó está localizada sobre rochas

paleomesozóicas da Bacia do Paraná formando a Chapada dos Guimarães e seu

sopé rochas pré-cambrianas aflorando na Depressão Cuiabana.

O embasamento pré-cambriano é constituído de rochas

epimetamórficas possivelmente proterozóicas (filitos e quartzitos) da série Cuiabá.

A bacia sedimentar está representada pelos arenitos paleozóicos das

Formações Furnas e Ponta Grossa, superpostas por terrenos mesozóicos

constituídos por arenitos eólicos Botucatu, parcialmente recobertos por sedimentos

Bauru. Os depósitos cenozóicos estão representados, principalmente, pelos

cascalhos dos rios atuais e cangas antigas e modernas.

Grupo Cuiabá (Pré-Cambriano) caracteriza-se por um pacote de

metassedimentos detríticos, fortemente dobrados, principalmente filitos, localmente

ardosianos com intercalações de quartzitos. As rochas podem apresentar-se

cortadas por veios de Quartzo Leitoso, ligadas a atividade magmática. Associam-se,

ainda, arenitos argilosos geralmente metamorfizados e aglomerados xistosos

Page 56: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

47

subordinados. Os metassedimentos do grupo Cuiabá atingem espessuras

superiores a 4.000 m. ocupando na área do parque a faixa correspondente à

Planície Cuiabana.

Grupo Paraná (silurodevoniano) compreende a seqüência arenosa

basal e uma argilo-arenosa superior relacionadas, respectivamente, às Formações

Furnas e Ponta Grossa.

A Formação Furnas constitui-se por um pacote arenoso de cores

avermelhadas e esbranquiçadas, grãos subarredondados, rico em acamamentos

gradicionais. Na parte basal ocorrem conglomerações de matriz arenítica grosseira

com seixos de quartzo de até 10 cm de diâmetro variando de arredondados a

angulosos.

O intenso fraturamento a que estão sujeitas as litologias da Formação

Furnas foram, na área proposta, “Canyons” de profundidades apreciáveis e escarpas

íngremes, sendo marcadamente significantes as estratificações cruzadas

acanaladas e as estratificações plano-paralelas.

O contato inferior com o Grupo Cuiabá (pc) faz-se por discordância

angular erosiva. Seu contato superior, com a Formação Botucatu (jkb) é também por

discordância erosiva.

A Formação Ponta Grossa compõe-se de folhetos siltitos cinza

esverdeados e avermelhados, micáceos, fosselíferos, finamente laminados e

arenitos finos a muito finos, argilosos, micáceos, grãos subarredondados, ocorrendo

em bancos médios espessos. No topo do pacote ocorrem concreções ferruginosas,

de origem epigenética. Seu contato inferior com a Formação Furnas (DF) é

gradacional e o superior com a Formação Botucatu (jkb) é por discordância erosiva.

O registro fossilífero da Formação Ponta Grossa encerra uma rica

fauna de invertebrados marinhos, constituída por alta freqüência de braquipódeos

(Australocoelia tourteloti é a forma mais comum) e menor freqüência de Tentaculites,

Gastrópodes, Lamelibrânquios e Trilobitas.

A Formação Botucatu constitui-se essencialmente de sedimentos de

granulação fina a média, pobre em arenito, com grãos bem rolados e foscos pelo

trabalho eólico e grande escassez de drenagem. O contrato inferior com o Grupo

Page 57: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

48

Cuiabá é erosivo angular, e com sedimentos da Formação Furnas (DF) e Ponta

Grossa (Dpg) é por discordância erosiva. Seu contato superior, com a Formação

Bauru (kb) na maioria das vezes é por falhamentos normais.

A Formação Bauru compõe-se de matriz argilosa, vermelha com seixos

arredondados e subarredondados de várias litologias e arenitos róseos, finos a

médios, seleção retangular, calcíferos, grãos arredondados, estratificados e planos

paralelamente. Seus sedimentos friáveis condicionam um espesso solo arenoso,

que forma extensos chapadões sem afloramentos rochosos. Com marcada

escassez de drenagem suporta uma vegetação homogênea de cerrado ralo.

Entretanto, quando resistentes, livres de erosão, suas rochas podem condicionar um

relevo, com vales florestados e maior freqüência de cursos d’água.

Cobertura Detrito-laterítica é uma unidade Edafoestratigráfica

composta por três horizontes distintos basicamente constituídos por detritos argilo-

arenosos de cores vermelha, marrom e amarela, parcialmente laterizados e lateritos

ferruginosos, concrecionários. Foram extensas chapadas ou planaltos arenosos,

com suaves ondulações, drenagem de baixa freqüência, vegetação de “scrub”

(Savana Parque) ou “Savana Gramíneo Lenhosa”. As condições de temperatura,

precipitação e a topografia plana do alto do chapadão, são ideais à formação de

coberturas detrito-lateríticos. Supõe-se idade Terciário-Quaternária para estes

depósitos edafoestratigráficos.

Os depósitos cenozóicos detrítico-lateríticos (Dpg) resultantes da ação

de agentes físico-químicos, propiciaram o desenvolvimento de um perfil laterítico

maduro. Sua espessura é variável podendo atingir 20 m.

Os depósitos aluviais Quaternários e recentes arenosos estão

depositados ao longo dos rios. Exibem a feição de terrenos alagadiços com o

desenvolvimento de matas de galerias.

O predomínio das formações arenosas sobre o Planalto propicia a

expansão da erosão concentrada em várias ravinas e voçorocas quando aceleradas

pela mão do homem.

Page 58: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

49

3.8 - GEOMORFOLOGIA

Segundo o Projeto PCBAP (1996) RADAMBRASIL (1982) a área da

Sub-Bacia do Rio Coxipó está inserida em duas unidades geomorfológicas: Planalto

dos Guimarães, na subunidade Chapada dos Guimarães, e a Depressão Cuiabana.

O Planalto dos Guimarães estende-se pela extremidade noroeste da

bacia sedimentar do Paraná e corresponde a trechos dos Planaltos divisores entre

as bacias do Prata e Amazonas. A oeste, noroeste e norte são contornados pela

superfície rebaixada da Depressão Cuiabana e, na área do Parque Nacional

representa duas subunidades geomorfológicas: a Chapada dos Guimarães e o

Planalto do Casca.

Chapada dos Guimarães - corresponde a uma extensa área com relevo

aplanado com encostas que vão dos 600 até os 800 m de altitude. Na parte

sudoeste da Chapada encontram-se escarpas com vertentes muito abruptas,

mantidas por arenito Devonianos (Formações Furnas e Ponta Grossa). Essas rochas

permitiram o modelado de um relevo com aspecto cuestiforme cuja frente está

voltada para a Depressão Cuiabana. Outro fato é a forte dissecação com

ravinamentos de grande dimensão, fornecendo um aspecto de encosta fresconada.

Mas ao sul, a escarpa torna-se mais abrupta e está moldada nos sedimentos

devonianos da Formação Furnas. Os canais de drenagem mantêm a direção

preferencial NC para o SO por influência da estrutura rochosa subjacente

pertencente ao Grupo Cuiabá. Neste trecho verifica-se acentuado número de cristais

alongado, elevado e relativamente estreito, mantido por quartzitos do Grupo Cuiabá;

encontra-se um relevo dissecado predominantemente em formas convexas e

secundariamente em formas aguçadas e elaboradas em rochas do granito São

Vicente (LIMA et al, 1959).

A superfície do topo da Chapada foi moldada em arenitos firáveis da

Formação Bauru. Sobreposta, encontra-se a formação Cachoeirinha que está

associada à presença de ressaltos topográficos que assinalam a presença de

anfiteatros como resultados do processo erosivo.

Page 59: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

50

Planalto do Casca representa o relevo que ocupa a parte noroeste do

Planalto dos Guimarães. Corresponde a uma área que sofreu um acentuado

rebaixamento erosivo, comportando cotas altimétricas que vão dos 350 até 660 m.

Tem a Sudoeste escarpas da Chapada dos Guimarães, enquanto que a Noroeste e

Sudoeste é contornada pela Depressão Cuiabana. No contato com a Chapada dos

Guimarães, observa-se também a presença de anfiteatros, produzidos a partir de

processos erosivos, profundamente entalhados e delimitados por escarpas.

As feições geomórficas predominantes neste planalto são as tabulares

e convexas, com interflúvios amplos e canais de drenagem profundos. Ocorrem

também relevos residuais do topo tabular, cujos topos conservados acompanham o

nível topográfico da Chapada dos Guimarães. Na faixa marginal as escarpas que

marcam o contato do planalto à Chapada mencionada, observam-se relevos

bastante dissecados, de topo aguçado e de topos convexos. O Planalto do Casca foi

elaborado basicamente em rochas de arenito das formações Bauru e Botucatu.

Sobre estas litologias desenvolveram-se predominantemente solos de Areia

Quartzosa e secundariamente latossolos vermelho-amarelo.

Depressão do Rio Paraguai é uma unidade que corresponde a

extensas áreas rebaixadas e drenadas pelos tributários do alto curso do Rio

Paraguai. A unidade apresenta diferenças regionais nas feições geomorfológicas e

comporta altimetrias distintas, ressaltando dois compartimentos de relevo bem

individualizados, descritos como subunidades: Depressão Cuiabana e Depressão do

Alto Paraguai, sendo que somente a primeira é representada na área do Parque.

Depressão Cuiabana é a subunidade que compreende uma área baixa

entre o Planalto dos Guimarães e a Província Serrana. Sua topografia, de modo

geral, apresenta uma forma rampeada com inclinação do norte para o sul. A

altimetria está em torno de 200 m no limite Sul e 450 m no alto Vale dos Rios Cuiabá

e Manso. Apresenta uma dissecação composta predominantemente por formas

tabulares e, secundariamente, por formas aguçadas (a oeste) e convexas (no vale

do Rio Manso). Esses relevos foram modelados em litologias do Grupo Cuiabá,

representados por metagrauvacas metacóseos, filitos ardosianos, quartzitos,

conglomerados e tilitos que se apresentam encobertos por material argilo-arenoso

Page 60: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

51

com ocorrência de horizonte concrecionário. Os grandes e pequenos cursos d’água

estão influenciados pelos direcionamentos estruturais preferenciais (NE-SO), que as

rochas do Grupo Cuiabá apresentam.

3.9 - OCUPAÇÃO E USO DOS SOLOS

Atualmente toda área a Bacia do Rio Cuiabá comporta alguns padrões

básicos de ocupação, onde uma das principais atividades econômicas é a pecuária

extensiva em Cuiabá, Santo Antônio de Leverger, Acorizal, Rosário Oeste, Nobres,

Chapada dos Guimarães, Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço e

Poconé.

Predomina nos municípios de Campo Verde, Chapada dos Guimarães

e Planalto da Serra monocultura de soja, milho e arroz, que compreendem as áreas

de nascentes dos Rios Casca, Roncador e Manso. Nessa região, a monocultura

estende-se por imensas áreas, incluindo zonas frágeis a processos erosivos.

Acrescenta-se o fato de que nessa região predominam solos arenosos.

Nestes municípios as pequenas propriedades muitas vezes avançam o

plantio até as margens dos rios e áreas alagáveis, por apresentarem solos mais

férteis.

Foram levantados dados sobre 43 propriedades localizadas na sub-

bacia do Rio Coxipó, onde 25 possuem de 1 a 10 ha, 12 propriedades possuem de

10 à 30 ha e 6 propriedades são maiores que 30 ha. Nestas propriedades, ao longo

de seus afluentes e do canal principal do Rio Coxipó, cerca de 4.000 metros de

extensão de mata ciliar foram retiradas para construção de áreas de lazer, que vem

causando erosão nas margens e assoreamento nos córregos e rios desta sub-bacia.

Esta extensão de área de preservação permanente retirada ilegalmente pode ser

considerada alta se avaliarmos a área da bacia, o número de propriedades avaliadas

e a fragilidade destes ambientes (ARRUDA, 1990).

Além destes dados, estima-se que cerca de 23 fossas pertencentes a

estas propriedades estão instaladas na área de preservação permanente (matas

Page 61: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

52

ciliares) da sub-bacia do Rio Coxipó, aumentando o risco de contaminação do rio

pela infiltração de poluentes através do solo.

A ocupação indevida, ocasionada pelo processo de favelamento, é

uma preocupação na área urbana da sub-bacia do Rio Coxipó, onde sem nenhuma

informação de como ocupar e preservar o meio ambiente, o homem desmata e

constrói sua moradia nas áreas de preservação. Isso foi observado em alguns

bairros no município de Cuiabá onde a ocupação se deu através de invasões em

locais sem nenhuma infra-estrutura, como arruamento, sistema de esgoto, energia

elétrica e água tratada.

A ocupação indiscriminada da área de alguns córregos como: Três

Barras, Gumitá, Cajú e Moinho levaram os mesmos a funcionarem como canais de

esgoto (in natura) além de lixos e entulhos jogados em seu leito.

Com o precário sistema de esgoto nos bairros do município de Cuiabá

pertencente a sub-bacia do Rio Coxipó, alguns moradores contornam o problema

com a construção de fossas negras, as vezes em locais impróprios, próximos a

cisternas, que geralmente são utilizadas como fonte de água “potável” nessas

comunidades. O item 3.10 será abordado a situação e a cobertura dos serviços de

saneamento (água, esgoto e resíduos sólido) e os empreendimentos industriais

potencialmente poluidores existentes na sub-bacia.

3.10 - USOS DA ÁGUA

Os principais usos da água na bacia do Rio Coxipó são destinados ao

abastecimento público, abastecimento rural, irrigação, diluição de efluentes

domésticos e industriais, lazer e recreação.

Page 62: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

53

3.10.1 CONDIÇÕES DE SANEAMENTO

O Rio Coxipó é utilizado para o abastecimento das cidades de Cuiabá

e Chapada dos Guimarães, além do abastecimento de forma difusa atendendo

sítios, chácaras e clubes recreativos ao longo do rio.

Os efluentes domésticos são lançados previamente tratados em alguns

casos e nos demais são lançados in natura. Além da parcela proveniente dos

efluentes industriais.

ABASTECIMENTO PÚBLICO

Com o processo de municipalização, a Sanemat até então

concessionária responsável pela captação, distribuição e tratamento de água nos

dois municípios da sub-bacia, passa essas atribuições para a Agência Municipal de

Saneamento na cidade de Cuiabá, ficando ainda responsável pela cidade de

Chapada dos Guimarães, com a concessão do sistema de abastecimento de água

previsto em um contrato de 30 anos referente ao período de 11/06/1997 à

11/06/2007.

A cobertura do sistema de abastecimento dos municípios que compõe

a sub-bacia do Rio Coxipó, conforme apresentada na Tabela 4, atende a uma

população de 510.538 habitantes, que representa um atendimento médio superior a

90% da população urbana.

Tabela 4 - População Abastecida dos Municípios da Sub-Bacia do Rio Coxipó

Município População Abastecida

Taxa de Ocupação

Economias Residenciais

População Urbana

Habitantes

Índice de Abastecimento

Chapada dos

Guimarães

10.515 4.42 2.379 11.683 90

Cuiabá 500.023 4.24 117.930 513.974 97,29

TOTAL 510.538 120.309 525.657

Fonte: Teixeira (1997)

Page 63: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

54

Na Tabela 5 estão apresentadas os tipos de mananciais e a

capacidade dos sistemas que abastecem a cidade de Cuiabá e Chapada dos

Guimarães. A vazão total captada é de 2142,37 L/s. Na cidade de Cuiabá a vazão

captada é de 2109 L/s, sendo que 70,5% provém do Rio Cuiabá, 24,75% do Rio

Coxipó e 4,75% são retiradas de poços e outros corpos de água, atendendo a um

volume médio de 5.204.030 m3/ mês. Na cidade de Chapada toda a produção

advém dos afluentes do Rio Coxipó localizados nas cabeceiras, efetuado através de

captações provenientes do Córrego Quimeira (sistema I) e Monjolinho (sistema II),

atendendo a um volume de 68.642 m3/mês.

Tabela 5 - Tipos de Captação dos Municípios da Sub-bacia do Rio Coxipó

Tipo Sistema Local Vazão

(L/s)

Reservação

(ud/ m3 )

CH

AP

AD

A

SUPERFICIAL

I Córrego Quineira 10,47 01 – 200

II Córrego Monjolinho 22,9 01 – 150

SUB-TOTAL 33,37 350

CU

IAB

Á

SUPERFICIAL

Lipa R.Cuiabá 175 + 1.150 O6 – 100

Porto R. Cuiabá 112 O6 – 150

Tijucal (velho) R. Coxipó 112 O8 – 300

O5 – 500

Tijucal R.Coxipó 410 O1 – 700

Parque Cuiabá R.Cuiabá 50 O6 – 3000

O2 – 3500

O3 – 4000

SUB-TOTAL 2.009 44.100,00

SUBTERRÂNEA Poços - 100,26

SUB-TOTAL II 2.109,00

TOTAL 2.142,63 2.142,37 44.450,00

Fonte: TEIXEIRA, 1997.

O tratamento efetuado na cidade de Cuiabá é o convencional e para os

poços é o de simples desinfecção, enquanto que na cidade de Chapada devido a

Page 64: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

55

excelente qualidade da água dos mananciais utiliza-se apenas a desinfecção, porém

encontra-se em fase final o projeto de ampliação da ETA com a melhoria do sistema

existente. De acordo com os dados obtidos observamos que o Rio Coxipó contribui

com 25,92% para o suprimento público dos respectivos municípios.

Na cidade de Cuiabá a captação efetuada no Rio Coxipó está

localizada no Núcleo Habitacional Tijucal, que abastece diversos bairros: Tijucal,

Altos do Coxipó, Jardim dos Ipês, Jardim Universitário Recanto dos Pássaros,

Planalto, CPA, Novo Horizonte, Sol Nascente, Novo Paraíso, além de outros

interligados ao sistema de abastecimento de Cuiabá.

ABASTECIMENTO RURAL

Cabe salientar que aproximadamente 500 propriedades situadas ao

longo de seu percurso a montante da área urbana de Cuiabá, utilizam suas águas

para consumo retirando-a através de bombas d’água sem o devido tratamento. No

entanto, não há um registro preciso da quantidade de água retirada.

DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos sólidos urbanos constituem outro ponto de bastante

fragilidade na infra-estrutura básica dos municípios, em decorrência do aumento de

resíduo produzido, manejo e destino inadequado, provocando impactos no solo, na

água e no ar.

A produção total de resíduos sólidos nos municípios de acordo com

dados do IBGE nos ano de 1991 é de 96.627 t/ano, o que representa 268 t/d. Porém

de acordo com dados atuais a produção de lixo no município de Cuiabá já atingiu um

valor superior a 350 t/d, e Chapada dos Guimarães apresenta uma produção

Page 65: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

56

estimada oscilante variando de 8 a 25 t/d, totalizando uma produção de 375 t/d.

Esse valor representa um acréscimo de aproximadamente 75% em relação a

produção verificada no ano de 1991, apresentada na Tabela 6.

Tabela 6 – Estimativa dos Dados Referentes aos Resíduos Sólidos dos Municípios da Sub-

Bacia do Rio Cuiabá (tonelada)

Município Total Coletado Queimado Enterrado Jogado em

Terreno Baldio

Jogado

Em Rios

Outros

Chapa dos

Guimarães

2968 786 1.047 119 754 4 258

Cuiabá 93659 80959 7120 313 4709 289 269

Total 96627 81745 8.167 432 5463 293 527

Fonte: Censo IBGE, 1991.

Dos municípios da sub-bacia, apenas Cuiabá possui uma usina de

reciclagem - compostagem com a capacidade de processar 200 t/d muito embora a

produção do município já tenha atingido um valor de 350 t/d e um valor per-capita de

0,70 – 0,75 kg hab/d conforme dados do PROSAB (1999). O município de Chapada

dos Guimarães não conta ainda com uma unidade de disposição e tratamento,

sendo todo o lixo coletado disposto em lixões, na maioria das vezes localizados em

áreas inadequadas, acarretando prejuízos ao ambiente.

DILUIÇÃO DO ESGOTO DOMÉSTICO

O Rio Coxipó, além dos usos já mencionados anteriormente, tem sido

utilizado principalmente na diluição dos efluentes domésticos e industriais

produzidos pela ocupação da malha urbana dos municípios na sub-bacia.

Por possuir a maior população, a sub-bacia do Rio Cuiabá, também

contribui para o maior lançamento de carga poluidora de origem doméstica na Bacia

do Alto Paraguai visto que nenhum município existente em sua área possui um

Page 66: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

57

adequado sistema de coleta e ou tratamento de esgoto, onde apenas 5% é tratado

em estações localizadas em Cuiabá, número quase insignificante frente a toda carga

poluidora lançada na sub-bacia. De acordo com estudos realizados por (RONDON

LIMA & LIMA, 1998) estima-se que seja lançado no Rio Cuiabá oriundos da cidade

de Cuiabá uma carga total de cerca de 47.707 kg DBO/dia e no Rio Coxipó a carga

orgânica estimada é de 20.304 kg DBO/dia para uma população estimada de

190.000 habitantes. Enquanto a carga de coliforme dos rios apresentam elevadas

concentrações de coliformes conforme apresentado na Tabela 7. A contribuição

referente ao município da Chapada ainda é bastante pequena em relação à carga

orgânica e relativamente expressiva em relação aos coliformes.

Tabela 7– Estimativa da Carga Poluidora Doméstica Lançada na Sub-Bacia do Rio Coxipó

Municípios

DBO

(kg DBO/dia)

Coliformes

(NMP/100mL)

Chapada dos

Guimarães

432 1,6 x 1014

Cuiabá 47.707 1,1 x 1016

Fonte: Rondon Lima & Lima, 1998.

A cidade de Cuiabá apresenta um total de 57.721 economias de esgoto

cadastradas pela SANEMAT, o que representa uma cobertura de 52% em relação a

coleta do esgoto e apenas 29% desse esgoto é tratado na ETE D.Aquino, que

atende a um total de 16.929 economias referente as sub-bacias 18 (Gambá) e 19

(Barbado), garantindo uma vazão média de 112 L/s e um efluente com

concentração de DBO variando de 800-50 mg/L e uma DBO final (após tratamento)

de 10 mg/L, apresentando assim uma eficiência superior a 90% na remoção de

matéria orgânica conforme apresentado por (MOLINA, 1999). Na Tabela 8 abaixo

são apresentados os vinte e cinco sistemas isolados sendo dezesseis tipo

convencional e nove condominial, a parcela tratada é relativamente pequena, pois

apenas quatro encontram-se em funcionamento, ainda que precário, sendo que os

demais apresentam problemas físicos e operacionais ou mesmo não existem mais.

Page 67: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

58

Tabela 8 – Situação dos Sistemas de Tratamento da Cidade de Cuiabá - MT, 1998

SISTEMA TRATAMENTO No REGIÃO ECONOMIA C

ON

VE

NC

ION

AL

ETE D.Aquino SB18 e 19 16.929

Tratamentos Isolados

(1)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Parque Cuiabá

J.Presidente

COPHEMA

P.Universitário

J. Imperial

R.dos Pássaros

Mor. do Ouro

S.Carlos / S.Inês

Vila Real

J.das Américas

COHAB Nova

Sub-Total

2.254

185

462

609

1.030

363

1.078

1.900

324

590

607

9.420

Não Tratados 12

13

14

15

16

Grande CPA

São João Del Rey

Tijucal

São Gonçalo

COPHAMIL

Sub-Total

13.144

1.345

4.342

939

600

21.370

Condom

inia

l

Não tratado

a ser interligado na ETE D.AQUINO

17

18

19

20

21

22

23

Carumbé

Santa Isabel

Novo Terceiro

Praeiro

Pedregal

Canjica

Bela Vista

973

2.065

880

576

1.683

792

1.046

A não ser interligado

24

25

Novo Horizonte

Planalto

Sub-Total

898

1.089

10.002

Total Geral 57.721

Fonte: PMSS II (1996)

Para o Rio Coxipó, especificamente, estima-se que 50% do esgoto

doméstico seja lançado em fossas sépticas e sumidouros sendo o restante

transportado através dos córregos Três Barras, Gumitá, Moinho, Castelhano, Tijuca,

Urubu e Caju que cortam bairros periféricos de Cuiabá (Três Barras, Jardim Imperial,

Novo Horizonte, Jardim Itamarati, Planalto, Novo Mato Grosso , Tancredo Neves,

Novo Paraíso, Morada do Ouro, Recanto dos Pássaros, Altos do Coxipó, Jardim dos

Page 68: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

59

Ipês e Tijucal) e deságuam no Rio Coxipó, os quais já são conhecidos pela

população como “canal de esgoto”.

Para o melhoramento dos sistemas de esgotos na cidade de Cuiabá,

existem propostas futuras previstas dentro dos programas PMSS II (Programa de

Modernização do Setor de Saneamento), SEPURB - Ministério de Planejamento e

Orçamento e o Programa BID Pantanal, prevendo investimento na ordem de 60

milhões de dólares, conforme apresentado por (LIBOS, 1999), onde alguns desses

projetos contemplam parte dos bairros localizados na sub-bacia do Rio Coxipó. Além

do projeto de construção de um sistema de tratamento de esgoto, já concluído que

atende aos bairros Tijucal, Núcleo Alto do Coxipó, Jardim dos Ipês e Fortaleza.

O projeto proposto dentro do PMSS II, em fase de aprovação,

contempla a complementação da SB19 (sub-bacia Barbado) e SB16 (sub-bacia

Mané Pinto), execução de parte da SB14 (sub-bacia Ribeirão do Lipa) e a

interligação dos sistemas isolados existentes do Coophamil, Cohab Nova e Santa

Isabel na SB15 (sem denominação) que será conectada a ETE D. Aquino,

construção da elevatória da Prainha (sistema unitário), recuperação da ETE

D.Aquino, o que resultará em um acréscimo de 20.143 ligações no sistema integrado

com orçamento estimado no valor de $15.000.000,00 (quinze milhões de dólares).

A proposta apresentada dentro do programa BID Pantanal visará

atender a complementação da SB 14, 15 e a execução da SB 20 (lado direito do

Coxipó) e a interligação dos sistemas isolados da Cophema, São Gonçalo e Jardim

Presidente a ETE D. Aquino, além da reabilitação do sistema do CPA para atender

aos bairros Novo Mato Grosso, Novo Paraíso, 1o de Março e adjacências, além de

ampliar o sistema da Morada do Ouro para receber o bairro Tancredo Neves, com

orçamento previsto no valor de $ 60.000.000,00 (sessenta milhões de dólares).

A ocupação industrial, comercial e residencial às margens dos Rios

Cuiabá e Coxipó, com lançamento de esgoto, lixo e entulho, têm contribuindo para a

descaracterização da paisagem e favorecem a obstrução das galerias atingindo o

sistema de tratamento de esgoto de indústria e fossas residenciais.

Page 69: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

60

AS PRINCIPAIS INDÚSTRIAS POTENCIALMENTE POLUIDORAS

Existe nessa sub-bacia do Rio Cuiabá 71 indústrias potencialmente

poluidoras responsáveis por 20% de carga orgânica lançada no Rio Cuiabá, sendo

71,8% municípios de Cuiabá e Várzea Grande. Destas 30,9% são responsáveis por

100% de carga de origem industrial lançada nos rios Cuiabá e Coxipó. As industrias

licenciadas pela FEMA, no Rio Coxipó, estão presentes na Tabela 9.

Tabela 9 – Indústrias Potencialmente Poluidoras

MUNICÍPIO ATIVIDADE TRATAMENTO LANÇAMENTO

Chapada dos

Guimarães

Abate de Bovinos Lagoa de estabilização

maturação

Córrego Jamacá

Cuiabá Extração de óleo Vegetal

Bacia Coxipó

Lagoa de estabilização Rio Aricá – Açu

Cuiabá Fábrica de Cerveja

Reator anaeróbio e

Lagoa de estabilização

Rio Coxipó

Fonte: PCBAP 1996.

3.10.2 - IRRIGAÇÃO

Segundo dados da EMPAER (1995), estima-se que a irrigação

consome cerca de 6.840 L/hora/ha, num total aproximado de 44.323.200 litros de

água/dia na Bacia do Rio Cuiabá. No entanto, a retirada se faz com maior

intensidade na época de estiagem (maio-outubro), quando há escassez de chuvas e

os níveis dos rios e córregos estão no limite mínimo, podendo levar à alterações na

quantidade de água dos rios onde há derivação. Porém, não há registros precisos

sobre os impactos desta atividade. Na Tabela 10, apresentam estimativas de

culturas irrigadas, não mencionando a sub-bacia do Rio Coxipó separadamente.

Page 70: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

61

Tabela 10 – Estimativa de Culturas Irrigadas por Município da Bacia do Rio Cuiabá

Município

N.º de

Propriedades

Área irrigada

(ha)

Cultura

Chapada dos

Guimarães

12 15 Olerícolas

Cuiabá 35 105 Milho, Olerícolas, frutíferas.

Fonte: EMPAER 1996.

3.10.3 - LAZER E RECREAÇÃO

Ao longo do Rio Cuiabá ocorre a formação de inúmeras praias na

época de estiagem. Aquelas localizadas próximas a áreas urbanas são as mais

utilizadas pela população. No entanto, muitas se encontram comprometidas por

contaminação fecal causada pelo lançamento de esgotos domésticos na bacia. No

Rio Coxipó, as praias que se formam localizam-se na área urbana de Cuiabá e

também se encontram contaminadas por coliformes fecais, como demonstra a

Tabela 11 a seguir.

Tabela 11 – Balneabilidade das Principais Praias da Sub-Bacia do Rio Coxipó

Rio Praia Município Situação Atual

Coxipó Coxipó do Ouro Cuiabá Própria

Coxipó Tijucal Cuiabá Imprópria

Coxipó Ponte de Ferro Cuiabá Imprópria

Fonte: FEMA 1996.

Durante o seu percurso de 85 km até o deságüe no Rio Cuiabá, o Rio

Coxipó e seus principais afluentes drenam parte da área do Parque Nacional de

Chapada dos Guimarães e da APA (Área de Proteção Ambiental), locais muito

procurados para o lazer e turismo, principalmente pela população de Cuiabá e

Várzea Grande, por possuir inúmeras cachoeiras e corredeiras de água límpidas,

bem como uma beleza cênica peculiar.

Page 71: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

62

Nestes locais, a abertura de estradas, de caminhos de acessos aos

rios e cachoeiras e de pátios para estacionamento são as principais causas da

alteração de matas ciliares e veredas levando ao aumento da erosão do solo,

principalmente junto aos cursos d’água. Vale ressaltar a existência de vários clubes,

grêmios recreativos, balneários, sedes campestres e chácaras, de propriedade

particular, localizados ao longo de todo o rio, desde a nascente até sua foz no Rio

Cuiabá. Alguns deles ocupam a faixa de mata ciliar, fazendo sua retirada parcial ou

total.

3.10.4 - GARIMPO

Pelos registros da FEMA, a sub-bacia do Rio Coxipó apresenta apenas

o garimpo de ouro do japonês de propriedade do Sr. Lauro, localiza-se próximo à

ponte de ferro, a área do garimpo é entre 30 a 50 hectares e está literalmente

degradada.

Em 1989, está área foi fechada pelo Engenheiro Florestal Joaquim

Paiva de Paula, funcionário da FEMA com o propósito de reflorestamento. Já se

passaram dez anos e nenhuma providência foi tomada a respeito.

3.11 - POPULAÇÁO

Os dados populacionais foram obtidos através da Publicação do IBGE-

Contagem da População para 1996, porém os dados de 1996 apresentam algumas

distorções e os dados da população abastecida foram obtidos através da Sanemat

do ano de 1996. A Tabela 12 apresenta os dados de população dos municípios de

Chapada dos Guimarães e de Cuiabá – MT.

Page 72: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

63

Tabela 12 - Ajuste Populacional dos Municípios Pertencentes a Sub-Bacia do Rio Coxipó -

(Chapada dos Guimarães e Cuiabá)

Município

População Sanemat População IBGE -1996 - Ajuste

População Abastecida

Taxa Ocupação

Economias Residenciais

População Rural

População Urbana

População Total

Chapada dos Guimarães

10.515 4,42 2.379 1.832 11.683 13.515

Cuiabá 500.023 4,24 117.930 9.346 513.974 523.320

Fonte: IBGE 1996 e Sanemat 1996.

4 - MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 - LEVANTAMENTO DE DADOS

O levantamento de dados secundários existentes sobre a sub-bacia do

Rio Coxipó foi efetuados nas instituições e órgãos (FEMA, UFMT, SEPLAN).

4.1.1– FONTES

Após levantamentos bibliográficos, chegou-se a conclusão de utilizar-

se os dados das instituições (FEMA e UFMT), pelo fato de apresentarem os mesmos

parâmetros analisados e os mesmos pontos de amostragens.

Page 73: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

64

4.2 – PONTOS DE AMOSTRAGEM

A Figura 6 apresenta os pontos de amostragem e o Quadro 3,

apresenta uma descrição sucinta dos pontos de amostragem em relação ao nome

do local bem como as suas coordenadas geográficas.

Quadro 3 - Descrição dos Pontos de Amostragem Localizados na Sub-Bacia do Rio Coxipó e

Bacia do Rio Cuiabá.

COORDENADAS

PONTO DE

COLETA

LOCAL

15º 36’ 28,2’’ S / 56º 0,5’ 00’’ W P1 Rio Coxipó – Balneário Dr. Meirelles

15º 37’ 26,7’’ S / 56º 03’ 35,7’’ W P2 Rio Coxipó – Ponte sobre Av. Fernando Corrêa da Costa

15º 38’12,36’’S / 56º 04’ 12,78’’W P3 Rio Cuiabá – 500 m a montante da foz do Rio Coxipó – Zona Urbana

15º 38’ 41,7’’ S / 56º 04’ 12,72’’ W P4 Rio Cuiabá – 500 m a jusante da foz do Rio Coxipó

Fonte: FEMA 1999

Figura 6 – Croqui dos Pontos de Amostragem

Page 74: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

65

4.3 – PARÂMETROS ADOTADOS

4.3.1 - ÁGUA

Os parâmetros a serem analisados seguirão as recomendações do

Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (1985), conforme o

Quadro 4 a seguir:

Quadro 4 – Parâmetros a serem Adotados para Águas da Sub-Bacia do Rio Coxipó e da Bacia

do Rio Cuiabá.

PARÂMETROS UNIDADE MÉTODOS

Temperatura oC Leitura direta em Termômetro

digital

Demanda Bioquímica de

Oxigênio – DBO.

mg/L De Winkles Modificado

Oxigênio Dissolvido – OD mg/L De Golterman( 1978)

Sólidos Totais Fixos e Voláteis mg/L Gravimétrico

Coliforme Total NMP/100mL Tubos Múltiplos de Fermentação

e Membrana Filtrante

Coliforme Fecal NMP/100mL Tubos Múltiplos de Fermentação

e Membrana Filtrante

4.4 – TRATAMENTO DE DADOS

A caracterização dos dados será realizada tomando como base os

resultados das análises descritivas de dados quantitativos utilizando funções

Page 75: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

66

estatísticas básicas tais como: número de amostras (n), médias aritmética (x),

medianas (md), variância (s2), desvio padrão (s), coeficiente de variação (cv (%)),

percentil, o sumário dos cinco (5) números de Tuckey: mínimo (min), máximo

(máx), mediana (md), quartil 1 (Q1) – 25%, quartil 3 (Q3) –75%, percentil.

Utilizou-se a distribuição de freqüência empírica, que é simplesmente

uma tabela que mostra as faixas de valores nas quais pode ser divididas uma

amostra, e a freqüência na qual os dados foram observados em cada faixa. A

distribuição de freqüências utilizada foi: freqüência absoluta simples, freqüência

absoluta acumulada, freqüência relativa simples e freqüência relativa acumulada.

O conhecimento e a interpretação dos dados podem ser grandemente

facilitados através da análise visual de gráficos. Utilizou-se o histograma de

distribuição e o gráfico de linha para demonstrar a evolução temporal do universo

amostral no período de janeiro de 1990 a abril de 1996.

As análises estatísticas serão utilizadas para descrever os dados

secundários obtidos e a evolução temporal apresentada, referente aos parâmetros

OD, DBO (5,20), Coliforme Fecal e Coliforme Total e Resíduo Total, nos Pontos P1,

P2, P3 e P4 localizados na sub-bacia do Rio Coxipó e Cuiabá.

5 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste item serão apresentados e discutidos os resultados obtidos a

partir das análises descritivas efetuadas para analisar os dados secundários e a

evolução temporal apresentada dentro da série histórica compreendida entre Janeiro

de 1990 a Maio de 1996, referente aos parâmetros Oxigênio Dissolvido, Demanda

Bioquímica de Oxigênio (5,20), Coliformes Fecais e Totais e Resíduo Total, nos Pontos

P1, P2, P3 e P4 localizados na Sub-Bacia do Rio Coxipó e Cuiabá, verificando a

conformidade desses parâmetros com os limites estabelecidos pela Resolução

CONAMA 20 definidos para um rio Casse II.

Page 76: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

67

5.1 – OXIGÊNIO DISSOLVIDO

As variações de Oxigênio Dissolvido nos pontos P1 observadas variam

em valores mínimos e máximos de 4 - 8,9 mg/L, apresentando uma largura da faixa

de 4,9 mg/L ao passo que os valores de Oxigênio Dissolvido no ponto P2

encontram-se de 5,2 – 7,8 mg/L apresentando uma largura de faixa menor de

apenas 2,6 mg/L. Na Figura 7 e 8 estão apresentados os histogramas de freqüência

absoluta simples e relativa acumulada, configurando uma distribuição

aproximadamente normal, muito embora devido à série histórica obtida não

apresentar intervalos regulares e as quantidades de dados disponíveis serem

pequenos devido à dificuldade em se obter informações casadas dos dois pontos,

este histograma apresenta um formato um pouco rudimentar. As Figuras 7 e 8

demonstram que apenas 3,33% e 0% dos dados apresentaram valores de Oxigênio

Dissolvido abaixo dos limites estabelecidos pela resolução CONAMA que fixa de

5 mg/L.

Porém quando se faz uma análise da evolução desse parâmetro ao

longo do tempo, nesses pontos dentro da série observada de Janeiro de 1990 a Abril

de1996, observa-se que no P1 dessas taxas apresentam um decréscimo menos

acentuado que no P2, conforme Figura 27, que por situar em um ponto a jusante do

recebimento de todas as contribuições de carga orgânicas resultante dos

lançamentos domésticos, esses valores caem mais drasticamente, devido ao

processo de estabilização dessa carga lançada.

Observa-se também que os níveis de Oxigênio Dissolvido apresentam

picos durante os períodos de chuva. Outro ponto observado na série de estudo, e

que esta apresenta valores acima de 8,3 mg/L de Oxigênio Dissolvido, que podem

ser considerados erros na coleta ou leitura uma vez que para altitudes entre 100 e

200m e temperaturas médias entre 26oC e 27oC considera-se valor de oxigênio

dissolvido saturado variando entre 8.3 – 8 mg/L.

A análise dos pontos P3 e P4 localizados no Rio Cuiabá a montante e

a jusante da foz do Rio Coxipó, apresentam também uma distribuição próxima a

Page 77: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

68

normal, embora devido aos motivos acima identificados, o formato do histograma é

um pouco rudimentar. Na análise da freqüência relativa acumulada nos pontos P3 e

P4 apresentada nas Figura 9 e 10 observa-se que apenas 10% e 3,33% dos dados

encontram-se abaixo do limite de 5 mg/L respectivamente, ou seja,

aproximadamente 90% e 96,66% dos dados estão dentro dos limites estabelecidos

para um rio classe II.

Para uma avaliação mais detalhada esses dados deveriam ser

separados por período de sazonalidade (seca e chuva), uma vez que estes podem

ser influenciados com as variações das vazões ocorridas e os valores acima de

8,3 mg/L de Oxigênio Dissolvido deveriam ser excluídos da série histórica.

5.2 – DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO

As variações de Demanda Bioquímica de Oxigênio no ponto P1

observadas variam em valores mínimos e máximos de 1 - 8,0 mg/L, apresentando

uma largura da faixa de 7,0 mg/L ao passo que os valores no ponto P2 encontram-

se de 1,0 – 6 mg/L apresentando uma largura de faixa menor de 5 mg/L. Os valores

médios obtidos para esses parâmetros estão entre 1,83 - 1,85 mg/L. Na Figura 11 e

12, estão apresentados os histogramas de freqüência absoluta simples e relativa

acumulada, que demonstram que 96,67% e 96,15% dos dados apresentaram

valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio, abaixo dos limites estabelecidos pela

resolução CONAMA que fixa um valor de até 5 mg/L.

Porém, quando se faz uma análise da evolução desse parâmetro ao

longo do tempo, nesses pontos dentro da série observada de Janeiro de 1990 a Abril

de 1996, observa-se picos de concentração nos períodos de seca, para os dois

pontos. Os dados não permitem uma análise mais consistente dessa variação,

porém observamos nos dois pontos um comportamento similar. Quanto à análise da

evolução temporal dos pontos P3 e P4 localizados no Rio Cuiabá a montante e a

jusante da foz do Rio Coxipó, não foi realizada devido ao número reduzido de dados

disponíveis.

Page 78: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

69

5.3 – COLIFORMES FECAIS E TOTAIS

As variações de Coliformes Fecais nos pontos P1 e P2 observadas

variam em valores mínimos e máximos de 170 - 30.000 Col/100mL e 230 - 110.000

Col/100mL, demonstrando a grande variabilidade que ocorre nesse parâmetro. Na

Figura 19 e 20 estão apresentados os histogramas de freqüência absoluta simples e

relativa acumulada, onde se pode observar que este parâmetro não apresenta uma

distribuição normal, e dessa forma deve-se utilizar métodos não paramétricos para

melhor explicar essas variações, porém neste estudo será feita apenas uma análise

descritiva utilizando-se as seguintes funções: mediana, quartis e percentis.

Para o ponto P1, a partir da análise dos quartis pode-se inferir que 25%

dos dados apresentam valores abaixo de 350 Col/100mL, 50% apresentam valores

abaixo de 800 Col/100mL, e 75% apresentam valores abaixo de 3000 Col/100mL

e 51,85% apresentam valores dentro dos limites estabelecidos pela Resolução

CONAMA 20 de 1000 Col Fecais/100mL, conforme apresentada na freqüência e na

Figura 20 no ponto P2 essas distribuições apresentam da seguinte forma 25% dos

dados encontram - se abaixo de 3800 Col/100mL, 50% abaixo de 15.000

Col/100mL e 75% abaixo de 30.000 Col/100mL e apenas 9% dos dados apresentam

valores inferiores a 1000 Col Fecais /100mL.

Para o ponto P3 ocorreram as seguintes distribuições 25% apresentam

valores abaixo de 2450 Col/100mL, 75% apresentam valores abaixo de

18.750 Col/100mL e apenas 12,5% dos dados encontram-se dentro dos limites

estabelecidos de 1000 Col/100mL. No ponto P4, ocorreram as seguintes variações:

25% apresentam valores de 1950 Col/100mL, 50% abaixo de 3400 Col/100mL e

75% abaixo de 20.000 Col/100mL e apenas 18% encontram-se abaixo de

1000 Col/100mL.

A partir dos resultados obtidos observamos que apenas o P1 localizado

no Rio Coxipó apresenta um percentual maior de dados dentro dos limites

estabelecidos pela Resolução CONAMA 20, que fixa para Coliformes Fecais

Page 79: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

70

1000 Col/100mL para um rio de classe II e os demais pontos apresentam baixos

índices de atendimento a Resolução.

Quanto às variações de Coliformes Totais nos pontos P1 e P2

observadas variam em valores mínimos e máximos de 170 - 90.000 e 2000 -

300.000 Col/100mL respectivamente, demonstrando a grande variabilidade que

ocorre nesse parâmetro. Na Figura 15 e 16 estão apresentados os histogramas de

freqüência absoluta simples e relativa acumulada, onde se pode observar que este

parâmetro, não apresenta uma distribuição normal, e dessa forma deve-se utilizar

métodos não paramétricos para melhor explicar essas variações, porém neste

estudo serão feitas apenas uma análise descritiva utilizando-se as seguintes

funções: mediana, quartis e percentis.

Para o ponto P1, a partir da análise dos quartis pode-se inferir que 25%

dos dados apresentam valores abaixo de 2400 Col/100mL, 50% apresentam

valores abaixo de 7500 Col/100 mL e 75% apresentam valores abaixo de

15.750 Col/100mL e 44% apresentam valores dentro dos limites estabelecidos pela

Resolução CONAMA 20 de 5000 Col Totais/100mL, conforme apresentada na

Figura 15. No ponto P2 essas distribuições apresentam da seguinte forma 25% dos

dados encontram-se abaixo de 9650 Col/100mL, 50% abaixo de 30.000 Col/100mL

e 75% abaixo de 155.000 Col/100mL e apenas 15,5% dos dados apresentam

valores inferiores a 5000 Col Fecais /100mL, conforme apresentada na Tabela 16.

Para o ponto P3 ocorreram as seguintes distribuições 25% apresentam

valores abaixo de 10.500 Col/100mL, 50% apresentam valores abaixo de 23.000

Col/100mL e 75% apresentam valores abaixo de 65.750 Col/100mL e apenas 15%

dos dados encontram-se dentro dos limites estabelecidos de 1000 Col/100mL

Tabela 16. No ponto P4, ocorreram as seguintes variações: 25% apresentam valores

de 4600 Col/100mL, 50% abaixo de 16.000 Col/100mL e 75% abaixo de 50.000 e

apenas 35% encontram-se abaixo de 5000 Col/100mL.

A partir dos resultados obtidos observamos que apenas o P1 localizado

no Rio Coxipó apresenta um percentual maior de dados dentro dos limites

estabelecidos pela resolução CONAMA 20, que fixa para Coliformes Totais o valor

de 5000 Col/100mL para um rio de classe II. Os demais pontos apresentam baixos

Page 80: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

71

índices de atendimento a Resolução, similar ao que ocorreu com os valores de

Coliformes Fecais.

A análise da evolução temporal foi realizada apenas para os pontos P1

e P2, onde se observa claramente os picos de variações de Coliformes Fecais e

totais conforme apresentados nas Figura 29 e 30. No ponto P2 ocorreram picos de

concentração bastante acentuados, em função da localização desse ponto, a jusante

do recebimento de grande parte das cargas de coliformes produzidos na sub-bacia

do Rio Coxipó.

5.4. - RESÍDUO TOTAL

As variações de resíduo totais nos pontos P1 e P2 observadas variam

em valores mínimos e máximos de 15 - 270 mg/L e 17 - 682 mg/L respectivamente,

e nos pontos P3 e P4 apresentam valores entre 82 – 198 e 76 - 1.806 mg/L

respectivamente.

Nas Figuras 23, 24, 25 e 26 estão apresentados os histogramas de

freqüência absoluta simples e relativa acumulada dos Pontos P1, P2, P3 e P4, onde

se pode observar que este parâmetro, também não apresenta uma distribuição

normal, e dessa forma deve-se utilizar métodos não paramétricos para melhor

explicar essas variações, porém neste estudo será feita apenas uma análise

descritiva utilizando-se as seguintes funções: mediana, quartis e percentis, que

resultaram em valores de mediana para os pontos localizados no Rio Coxipó

entre 79 - 98 mg/L e para os pontos do Rio Cuiabá entre 125 -153 mg/L.

A Figura 31 apresenta uma análise da evolução desse parâmetro ao

longo do tempo, nos pontos P1 e P2 dentro da série observada de Janeiro de 1990 a

Abril de 1996, observa-se picos de concentração nos períodos de seca, para os dois

pontos e uma tendência de aumento nos últimos anos, muito embora os dados

disponíveis não permitem uma análise mais consistente dessa variação. Quanto a

análise da evolução temporal dos pontos P3 e P4 localizados no Rio Cuiabá a

Page 81: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

72

montante e a jusante da foz do Rio Coxipó, não foi realizada devido ao número

reduzido de dados disponíveis.

6 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A sub-bacia do Rio Coxipó tem sido palco de inúmeros projetos e

programas, gerando uma grande variedade de dados ambientais. Entretanto

constata-se que este conjunto de dados é inconsistente nas dimensões espaciais e

temporais e se encontra distribuído difusamente entre as diferentes instituições do

Estado.

Este trabalho buscou reunir as informações disponíveis em diferentes

fontes, de forma a fazer uma caracterização física, biótica e abiótica de toda a sub-

bacia, enfatizando as condições de saneamento, ocupação e os principais usos do

solo e das suas águas. Dentro desse contexto este estudo propôs fazer uma

avaliação da qualidade das águas na sub-bacia, utilizando métodos de análises

estatísticas básicas para descrever e dar consistência a serie histórica

compreendida entre Janeiro 1990 a Maio de 1996 nos pontos P1 e P2 localizados na

sub-bacia do Rio Coxipó e nos P3 e P4 nos pontos localizados na bacia do Rio

Cuiabá.

Dos dados disponíveis observa-se que não houve uma preocupação,

das entidades responsáveis, em fazer um estudo comparativo da evolução histórica,

sendo o 1º Marco Científico encontrado nesta pesquisa científica (GOMES, 1985) e

posteriormente o monitoramento realizado pela FEMA (1995) e estudos de

qualidade das águas realizados pelo Departamento de Engenharia Sanitária e

Ambiental no perímetro urbano da bacia do Rio Cuiabá (RONDON LIMA & LIMA,

1996).

Dos resultados obtidos para os pontos P1, P2, P3 e P4 referente aos

parâmetros de OD pode-se inferir que os dados apresentam distribuição próxima à

normal, com aproximadamente 97%, 100%, 90% e 97% respectivamente dos

valores dentro dos limites estabelecidos pela resolução CONAMA que fixa de

Page 82: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

73

5 mg/L para um rio de classe II. Apesar disso, observa-se que essas concentrações

apresentarem variações significativas nos pontos P2 devido a sua localização a

jusante de todas de contribuições de carga orgânica resultante dos lançamentos

domésticos na sub-bacia.

Quanto aos resultados de DBO (5,20) para os pontos P1 e P2, o

comportamento apresentou similar ao parâmetro de OD onde aproximadamente

96% dos dados apresentam valores dentro dos limites estabelecidos de até 5 mg/L,

com picos de concentração nos meses de seca.

No que se refere aos Coliformes Totais e Fecais apenas o ponto P1

localizado no Rio Coxipó apresenta um percentual maior, aproximadamente 50% de

atendimento à resolução que é de 5000 Col/100mL e 1000 Col/100mL

respectivamente. Os demais pontos apresentam baixos percentuais dentro dos

limites, resultante das contribuições das cargas de coliformes produzidas na sub-

bacia.

A variação de resíduo total ocorre mais intensamente nos meses de

seca e apresentam uma tendência de aumento ao longo dos últimos anos.

Dos resultados obtidos pode-se concluir que os Rios Coxipó e Cuiabá,

devido sua capacidade de autodepuração, podem atender mais facilmente aos

limites estabelecidos para OD e DBO (5,20) e quanto aos Coliformes esses padrões

como observamos são na grande maioria de difícil atendimento, oriundos dos

loteamentos e bairros que lançam os seus efluentes in natura ou dos seus sistemas

de tratamento que se encontram com funcionamento precário ou mesmo

desativados.

Essa situação impõe às sub-bacias restrições dos usos destinadas a

suas águas, como balneabilidade, irrigação, abastecimento, devido aos potenciais

riscos de transmissão de doenças de veiculação hídrica, provocando implicações

diretas na saúde pública.

Para estudos posteriores recomenda-se a separação dos dados para

cada período sazonal (seca, chuva), uma vez que estes podem ser fortemente

influenciados com as variações de vazões ocorridas, e também uma ampliação da

Page 83: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

74

serie histórica de forma a permitir uma avaliação mais detalhada e consistente

desses dados, adotando métodos estatísticos mais avançados que busquem

explicar o comportamento não normal apresentado por alguns dos parâmetros.

Page 84: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

75

FIGURAS

Page 85: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

76

Figura 7 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Oxigênio Dissolvido no

Ponto P1.

Figura 8 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Oxigênio Dissolvido no

Ponto P2.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

1 2 3 4 5 6 7 8 9

OD (mg/L) - P2

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Fre

quên

cia

Re

lativ

a A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9

OD (mg/L) - P1

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0

20

40

60

80

100

120

Fre

quên

cia

Re

lativ

a A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

Page 86: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

77

Figura 9 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Oxigênio Dissolvido no

Ponto P3.

Figura 10 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Oxigênio Dissolvido no

Ponto P4.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9

OD (mg/L) - P3

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0

20

40

60

80

100

120

Fre

quên

cia

Re

lati

va A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

20,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9

OD (mg/L) - P4

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Fre

quên

cia

Re

lativ

a A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

Page 87: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

78

Figura 11 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Demanda Bioquímica

de Oxigênio no Ponto P1.

Figura 12 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Demanda Bioquímica

de Oxigênio no Ponto P2.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

1 2 3 4 5 6 7 8 9

DBO (mg/L) - P1

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Fre

quên

cia

Re

lativ

a A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

1 2 3 4 5 6 7

DBO (mg/L) - P2

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Fre

quên

cia

Re

lativa

Ac

umul

ada

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

Page 88: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

79

Figura 13 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Demanda Bioquímica

de Oxigênio no Ponto P3.

Figura 14 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Demanda Bioquímica

de Oxigênio no Ponto P4.

0

2

4

6

8

10

12

1 2 3 4

DBO (mg/L) - P3

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Fre

quên

cia

Re

lati

va A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

1 2 3 4

DBO (mg/L) - P4

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0

20

40

60

80

100

120

Fre

quên

cia

Re

lativ

a A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

Page 89: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

80

Figura 15 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Total no

Ponto P1.

Figura 16 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Total no

Ponto P2.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

500

0

200

00

350

00

500

00

650

00

800

00

950

00

110

000

Coliforme Total (NMP/100mL) - P1

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Fre

quên

cia

Re

lativ

a A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

500

0

300

00

550

00

800

00

1E

+0

5

1E

+0

5

2E

+0

5

2E

+0

5

2E

+0

5

2E

+0

5

3E

+0

5

3E

+0

5

3E

+0

5

Coliforme Total (NMP/100mL) - P2

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00F

req

uên

cia

Rel

ativ

a

Acu

mu

lad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

Page 90: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

81

Figura 17 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Total no

Ponto P3.

Figura 18 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Total no

Ponto P4.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

500

0

300

00

550

00

800

00

105

000

130

000

155

000

Coliforme Total (NMP/100mL) - P3

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Fre

quên

cia

re

lativ

a A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

0

2

4

6

8

10

12

14

500

0

300

00

550

00

800

00

1E

+0

5

1E

+0

5

2E

+0

5

2E

+0

5

2E

+0

5

2E

+0

5

Coliforme Total (NMP/100mL) - P4

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00F

requ

ênc

ia R

ela

tiva

Ac

umul

ada

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

Page 91: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

82

Figura 19 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Fecal no

Ponto P1.

Figura 20 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Fecal no

Ponto P2.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

100

0

700

0

130

00

190

00

250

00

310

00

Coliforme Fecal (NMP/100mL) - P1

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Fre

quên

cia

Re

lati

va A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

100

0

800

0

150

00

220

00

290

00

360

00

430

00

500

00

570

00

640

00

Coliforme Fecal (NMP/100mL) - P2

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00F

requ

ênc

ia R

ela

tiva

Acu

mul

ada

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

Page 92: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

83

Figura 21 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Fecal no

Ponto P3.

Figura 22 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Coliforme Fecal no

Ponto P4.

0

1

2

3

4

5

6

100

0

800

0

150

00

220

00

290

00

360

00

430

00

500

00

570

00

640

00

Coliforme Fecal (NMP/100mL) - P3

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Fre

quên

cia

Re

lativ

a A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

100

0

800

0

150

00

220

00

290

00

360

00

430

00

500

00

570

00

640

00

Coliforme Fecal (NMP/100mL) - P4

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00F

requ

ênc

ia R

ela

tiva

Ac

umul

ada

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

Page 93: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

84

Figura 23 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Resíduo Total no P1.

Figura 24 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Resíduo Total no

Ponto P2.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Resíduo Total (mg/L) - P1

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Fre

quên

cia

Re

lati

va A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

0

1

2

3

4

5

6

7

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Resíduo Total (mg/L) - P2

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00F

requ

ênc

ia R

ela

tiva

Acu

mul

ada

Freq. Absoluta Simples Freq.Relativa Ac.

Page 94: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

85

Figura 25 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Resíduo Total no

Ponto P3.

Figura 26 - Histograma de Distribuição de Freqüência de Resíduo Total no

Ponto P4.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Resíduo Total (mg/L) - P3

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0

20

40

60

80

100

120

Fre

quên

cia

Re

lativ

a A

cum

ulad

a

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

0

1

2

3

4

5

6

7

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Resíduo Total (mg/L) - P4

Fre

quên

cia

Ab

solu

ta S

impl

es

0

20

40

60

80

100

120F

requ

ênc

ia R

ela

tiva

Ac

umul

ada

Freq. Absoluta Simples Freq. Relativa Ac.

Page 95: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

86

Figura 27 - Evolução Temporal de Oxigênio Dissolvido nos Pontos P1 e P2.

Figura 28 - Evolução Temporal de Demanda Bioquímica de Oxigênio nos

Pontos P1 e P2.

4

6

8

10

Jan/90 Abr/90 Set/90 Jul/95 Nov/95 Mar/96

OD

(m

g/l)

- P

1 e

P2

P1P2CONAMA

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Jan/90 Abr/90 Set/90 Jul/95 Nov/95 Mar/96

DB

O (

mg

/l) -

P1

e P

2

P1 P2CONAMA

Page 96: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

87

Figura 29 - Evolução Temporal de Coliforme Total nos Pontos P1 e P2.

Figura 30 - Evolução Temporal de Coliforme Fecal nos Pontos P1 e P2.

0,00E+00

3,00E+04

6,00E+04

9,00E+04

1,20E+05

1,50E+05

Jan/90 Abr/90 Set/90 Jul/95 Nov/95 Mar/96

Co

liform

e T

ota

l (N

MP

/100

ml)

- P

1 e

P2

P1P2CONAMA

0,00E+00

2,00E+04

4,00E+04

6,00E+04

8,00E+04

1,00E+05

1,20E+05

1,40E+05

1,60E+05

1,80E+05

Jan/90 Abr/90 Set/90 Jul/95 Jan/96 Abr/96

Co

liform

e F

ecal (N

MP

/10

0m

l) -

P1

e P

2

P1P2CONAMA

Page 97: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

88

Figura 31 - Evolução Temporal de Resíduo Total nos Pontos P1 e P2.

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Abr/90 Ago/90 Mai/95 Jul/95 Nov/95 Fev/96 Abr/96

Re

sídu

o T

ota

l (m

g/l) -

P1

e P

2

P1P2

Page 98: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

89

TABELAS

Page 99: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

90

Tabela 13 - Descrição Estatística do Parâmetro de Oxigênio Dissolvido nos pontos P1, P2, P3,

P4.

ANÁLISE ESTATÍSTICA OD

P1 P2 P3 P4

Número de dados 30,00 27,00 10,00 33,00

Média 7,12 6,63 7,34 7,00

Mínimo 4,00 5,20 5,90 5,50

Máximo 8,90 7,80 9,30 8,00

Desvio Padrão 0,83 0,62 1,04 0,60

Variância 0,70 0,39 1,08 0,36

Coeficiente de Variação 0,1 0,06 0,15 0.05

Tabela 14 - Descrição Estatística do Parâmetro da Demanda Bioquímica de Oxigênio nos

Pontos P1, P2, P3 e P4.

ANÁLISE ESTATÍSTICA DBO

P1 P2 P3 P4

Número de dados 30,00 26,00 11,00 5,00

Média 1,83 1,85 1,09 1,18

Mínimo 1,00 1,00 1,00 0,70

Máximo 8,00 6,00 2,00 1,70

Desvio Padrão 1,46 1,38 0,30 0,44

Variância 2,14 1,90 0,09 0,20

Coeficiente de Variação 1,17 1,03 0,08 0,17

Tabela 15 - Descrição Estatística do Parâmetro dos Coliformes Totais nos pontos P1, P2, P3,

P4.

ANÁLISE ESTATÍSTICA Coliforme Total

P1 P2 P3 P4

Número de dados 30 22 11 35

Média 7.500 30.000 23.000 16.000

Mínimo 170 2.000 800 170

Máximo 90.000 300.000 150.000 170.000

Desvio Padrão

Variância

Coeficiente de Variação

Page 100: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

91

Tabela 16 - Descrição Estatística dos Coliformes Fecais nos pontos P1, P2, P3, P4.

ANÁLISE ESTATÍSTICA Coliforme Fecal

P1 P2 P3 P4

Número de dados 27 23 11 35

Média 800 15.000 6.000 3.400

Mínimo 170 230 130 170

Máximo 30.000 110.000 50.000 90.000

Desvio Padrão

Variância

Coeficiente de Variação

Tabela 17 - Descrição Estatística do Parâmetro de Resíduo Total nos pontos P1, P2, P3, P4.

ANÁLISE ESTATÍSTICA Resíduo Total

P1 P2 P3 P4

Número de dados 27,00 23,00 10,00 18,00

Média 94,33 142,39 137,00 283,78

Mínimo 15,00 17,00 82,00 76,00

Máximo 270,00 682,00 198,00 1.806,00

Desvio Padrão 64,82 140,56 42,49 411,84

Variância 4.201,77 19.757,79 1.805,73 16.961,54

Coeficiente de Variação 44,54 138,75 13,16 597,69

Page 101: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

92

7. BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, F.F.M. de 1948. Contribuição à Geologia dos Estados de Goiás e Mato

Grosso. Boletim da Divisão de Geologia e Mineralogia, Rio de Janeiro: v.46.,

1-15p.

________________.1954. Geologia do Centro Leste Matogrossense. Rio de Janeiro,

Departamento Nacional de Produção Mineral. 97p.

ALVARENGA, S.M.; BRASIL, A.E.; PINHEIRO, R. & KUX, H.J.H. Estudo

geomorfológico à Bacia do Alto Rio Paraguai e Pantanais Matogrossenses.

1984. B. Téc. Projeto RADAMBRASIL, sér. Geomorfologia. Salvador, 1. P. 187:

89-183.

ARRUDA, O. A. de. 1990. A Questão Ambiental e o Uso do Solo Urbano em Área

Ribeirinha do Bairro Coxipó. Cuiabá/MT – Orientadora MSC Gilda T. Maitelli –

TCC – UFMT – CCS – Depto Geografia.

BOMBLED, J. 1975. Meio Século de Meteorologia: oscilações do Rio Cuiabá-

corolário do regime das chuvas no período de 1933-1966. Cuiabá/MT.

UFMT/CCA.

BORDEST, S.M.L.1992. Riscos Ambientais na Alta Bacia do Rio Coxipó/MT. Tese

de Doutoramento – Unesp.

BRANCO, S.M. 1988. O meio ambiente em debate. 17ª ed. São Paulo. Moderna.

Page 102: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

93

BRASIL. 1977. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. II

Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico: Relatório de

Acompanhamento. Brasília – DF.

______. Decreto – Lei n. º 86.176/81. Regulamentação da Lei de Áreas Especiais e

de Locais de Interesse Turístico. In: Legislação de Conservação da Natureza. 4

ed., São Paulo: Cesp, 1986.456-467p.

______. Decreto – Lei n. º 88.351/83. Regulamentação da Lei de Política Nacional

do Meio Ambiente e da Lei de Estações Ecológicas e APA. In: Política Nacional

do Meio Ambiente. Brasília: SEMA, 1984, 40 p.

______. Decreto – Lei nº 97.656/89. Criação do Parque Nacional da Chapada dos

Guimarães. Diário Oficial da União. 13/04/89.

______. Decreto - Lei n.º 4.771/65-Já alterado pela Lei n.º 7.803/89, Código

Florestal. Governo do Estado de São Paulo. Secretaria do Meio Ambiente.

CPRM. São Paulo. 1989,14p.

BROWN, W.A.G.1971. Contribuição a Geomorfologia do Brasil Central. Revista

Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro: n. º3, 1971. In: BORDEST,S.M.L.

CAVINATTO, V. et alii. 1995. Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato

Grosso. Cuiabá/MT. PODEAGRO/SEPLAN/FEMA-MT.

CNTur – Conselho Nacional de Turismo – Resolução n. º 819 de 02/04/76.

CUSTÓDIO, H.B.1988. Avaliação do Impacto Ambiental no Direito Brasileiro. Revista

de Direito Civil. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, n. º 45,69-105.

DE CAMPOS, F.V. 1969. Retrato de Mato Grosso – Brasil. Oeste Editora Ltda. SP.

Page 103: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

94

DEL’ARCO, J. D; SILVA, R. H.; TARAPANOFF, I.; FREIRE, F.A.; PEREIRA, L.G.M.;

SOUZA, S.L.; LUZ, D.S.; PALMEIRA, R.C.B.; TASSINARI, C.C.G. 1982.

Geologia In: BRASIL – Ministério de Minas e Energia. Projeto RADAMBRASIL.

Folhas SE21 e SE20. Rio de Janeiro. p.25-160. (Levantamento de Recursos

Naturais, 27). Vol. 26 – folha SD 21 Cuiabá (geologia, geomorfologia,

pedologia, vegetação, uso potencial de terra). RJ.

EMPAER – 1996. In: ARRUDA, 1990.

FEMA/MT – Fundação Estadual do meio Ambiente. 1995. Qualidade da água dos

principais rios da Bacia do Alto Paraguai: Resultados preliminares – 1º

semestre/1995. (Relatório). Cuiabá/MT. FEMA/MT.

_______ - 1995b. Código Ambiental do Estado de Mato Grosso. Cuiabá/MT.

FERREIRA, J.C.V.. 1997. Mato Grosso e seus Municípios. Cuiabá – Secretaria de

Estado da Cultura – MT.

FIGUEIREDO, D.M.de1996. A influência dos fatores climáticos e geológicos e da

ação antrópica sobre as principais variáveis físicas e químicas do Rio Cuiabá.

Estado de Mato Grosso – Cuiabá – Instituto de Biociências.

GOMES, L. A. 1985. Avaliação da carga poluidora afluente e capacidade

autodepurativa do Rio Cuiabá. CNPQ/UFMT. Depto. Engenharia Sanitária.

GUIMARÃES, G. & ALMEIDA, L.F.G. de1972. Projeto Cuiabá: Relatório Final.

Cuiabá: DNPM. (Relatório de Arquivo Técnico da DGM).

IBAMA. 1989-1991. In: ARRUDA, 1990.

IBGE - Censo Demográfico de 1980.

IBGE - Censo Demográfico de 1991.

Page 104: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

95

HELLER, L. NASCIMENTO, N. de O; SPERLING, M.V.;. Abr/Jun1996. Investigação

Científica em Engenharia Sanitária e Ambiental Parte 1: O Delineamento

Experimental. Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental. Órgão Oficial de

Informação Técnica da ABES. Rio de Janeiro: Ano I, Vol.2, 33-43 p.

_______, L. NASCIMENTO, N. de O; SPERLING, M.V.;. Jul/Set1996. Investigação

Científica em Engenharia Sanitária e Ambiental Parte 2: A Análise Preliminar

dos Dados. Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental. Órgão Oficial de

Informação Técnica da ABES. Rio de Janeiro: Ano I, Vol.3, 115-124 p.

_______, L.; NASCIMENTO, N. de O ; SPERLING, M .v.;. Out/Dez1996.

Investigação Científica em Engenharia Sanitária e Ambiental Parte 3: Análise

Estatística de Dados e de Modelos. Revista de Engenharia Sanitária e

Ambiental. Órgão Oficial de Informação Técnica da ABES. Rio de Janeiro: Ano

I, Vol.4, 152-168 p.

JACOMINE, P.K.T.; CASTRO FILHO, C.; MOREIRA, M.L.C.; VASCONCELLOS,

T.N.N.; SOBRINHO, J.B.P.L.; MENDES, A. M. & SILVA, V. 1995. Guia para

identificação dos principais solos do Estado de Mato Grosso. Cuiabá.

PNUD/PRODEAGRO.

KOPPEN, W.1931.Climatologia. Buenos Aires: Fundo de Cultura Econômica.

LAKATOS, E. M.1991. Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª ed. São Paulo:

Atlas.

LEITE, C.F.P. s/d. Forquilha, o Fundador e a Padroeira. Rio de Janeiro: Composto e

Impresso na Casa da Moeda do Brasil.

Page 105: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

96

LIBOS, M. I. P. de C.1988. Levantamento das contribuições de efluentes domésticos

e industriais na bacia do Rio Cuiabá – Perímetro Urbano. TCC – UFMT – FTEN

– Deptº Eng. Sanitária.

LIMA, J.B., RONDON LIMA, E.B. 1995. Avaliação das Cargas Poluidoras Lançadas

no Rio Cuiabá pelas Sub-Bacia da Cidade de Cuiabá – In: II Reunião Especial

da SBPC. Vol I, 328 p.

LIMA, M.A. 1959. Aspectos Gerais do Clima. In: Almeida, F.F.M. de & LIMA, M.A. de.

Planalto Centro – Ocidental e Pantanal Matogrossense. Guia de Excursão n. º

I, Realizada por Ocasião do XVIII Congresso Internacional de geografia. Rio de

Janeiro: Conselho Nacional de Geografia, 67-85 p.

MESQUITA, J. de1977. A Chapada Cuiabana. Cuiabá: Editora da Fundação Cultura

de Mato Grosso.

MOLINA, K. 1999. Avaliação do Desempenho da Estação de Tratamento de Esgoto

de Cuiabá – ETE D. Aquino. TCC. UFMT– FTEN– Deptº Engenharia Sanitária.

NEVES, J. E. de S. 1980. Chapada dos Guimarães. Cuiabá: Gráfica da UFMT, 130

p.

ODUM, E.P.1998. Ecologia. Rio de Janeiro. Guanabara. 434 p.

PCBAP – Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai. 1997. Componente:

Análise Integrada e Prognóstico da Bacia do Alto Paraguai. Vol III. Ministério do

Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal.

Page 106: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

97

______ – Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai. 1997. Componente:

Aspectos Jurídicos e Institucionais de MT. Vol II – Tomo VI. Ministério do Meio

Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal.

_______ – Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai. 1997. Componente:

Diagnóstico dos Meios Físico e Biótico – Vol. II Tomo I. Ministério do Meio

Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal.

_______ – Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai. 1997. Componente:

Metodologia do Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai. Vol I.

Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal.

______ – Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai. 1996c. Componente:

Saneamento Básico nas Sub-Bacias da BAP-MT. Relatório Técnico Científico

Parcial. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia

Legal.

______ – Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai. 1997. Componente:

Sócio – Economia de MT. Vol II – Tomo IV. Ministério do Meio Ambiente, dos

Recursos Hídricos e da Amazônia Legal.

PINTO, M.N. et alii. 1993. Cerrado: Caracterização, Ocupação e Perspectivas/ Maria

Novaes Pinto (org.). 2º ed. Brasília: Ed. Universidade de Brasília. 681p. ISBN

85-230-0344-4.

PROSAB. 1999. Determinação da Metodologia para Avaliação dos Resíduos Sólidos

Urbanos Recicláveis. Estudo de Caso. Cuiabá – MT. Relatório Técnico.

RADAMBRASIL. 1982. Mapa Exploratório dos Solos – Projeto Radambrasil Folha

SD-21 Cuiabá. Escala 1:1. 000.000.

Page 107: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

98

_____________. 1982. Mapa Geológico – Projeto Radambrasil - Folha SD-21

Cuiabá. Escala 1:1. 000.000.

_____________. 1982. Mapa Geomorfológico – Projeto Radambrasil – Folha SD-21

Cuiabá. Escala 1:1. 000.000.

_____________. 1982. Mapa de Vegetação Natural – Projeto Radambrasil – Folha

SD-21 Cuiabá. Escala 1:1. 000.000.

SANEMAT – PMSS – Programa de Modernização de Setor de Saneamento, 1997.

I n: LIBOS, 1999.

SCHULTS, F. P.1996. Índice de Qualidade de Água (IQA) do Rio Coxipó, nas

proximidades do Bairro Jardim dos Ipês e Tijucal. Cuiabá/MT. Monografia para

o título de Especialista em Recursos Hídricos – Depto. Geologia – Orientador

Prof. José Manoel de Almeida Filho. UFMT.

Secretaria de Meio Ambiente da Presidência da República, Conselho Nacional do

Meio Ambiente, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis, RESOLUÇÕES CONAMA 1984 A 1991,4ª ed.Brasília-DF, 1992.

SEPLAN – Secretaria de Planejamento - Cuiabá-MT.

SERVIÇO DE METEOROLOGIA. Ministério da Agricultura, Estação de Cuiabá.

TEIXEIRA, I. 1994. Modelagem da Qualidade das Águas do Rio Cuiabá (Relatório).

Cuiabá/MT. FEMA/PNMA.

TEIXEIRA, T. P. de 1997. Avaliação do Setor de Saneamento no Estado de Mato

Grosso. Estudo de caso sub-bacia do Rio Cuiabá (Monografia para o título de

especialista). UFMT – FTEN – Depto. Eng. Sanitária, Cuiabá/MT.

Page 108: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

99

ANEXOS

Page 109: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

1

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P1

Local: Rio Coxipó, Balneário Dr. Meirelles.

DATA FONTE TEMP.

DO AR ºC

TEMP. DA

H2O ºC pH

OD

(mg/L)

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

RESÍDUO

TOTAL

RESÍDUO

FIXO

RESÍDUO

VOLÁTIL

COLIFORME

TOTAL

(NMP/100mL)

COLIFORME

FECAL

(NMP/100mL)

- CONAMA

20 - - 6,0-9,0 5,0 S - - - - 5000 1000

Jan/90 2 Chuva 23 24 6,8 7,0 3 7 - - - 1,7E+02 1,7E+02

Fev/90 2 não 25 25 6,9 7,2 8 22 - - - 9000 2400

Mar/90 2 não 25 26 6,7 6,8 2 4 - - - 3,5E+03 7,0E+02

Abr/90 2 Chuva 20 25 7,0 7,0 3 3 162 110,0 51 16000 8000

Jul/90 2 não 17 20 6,5 8,2 2 4 37 18,30 19 90.000 3300

Ago/90 2 não 18 20 5,9 8,0 1 4 36 18,30 18 2,4E+03 1,7E+02

Set/90 2 não 23 21 6,0 7,2 2 8 23 20,0 2 2,4E+03 3,0E+02

Mai/92 2 Chuva 26 26 6,1 7,0 4 22 91 59,0 32 14.000 3.000

Abr/92 2 não 26 27 6,5 6,0 1 4 29 12,0 17 2,4E+03 1300

Mai/92 2 não 23 25 6,6 7,6 2 5 53 39,5 14 3,0E+03 5,0E+02

Jun/92 2 não 19 22 6,1 7,4 1 2 15 - - 13000 7,0E+02

Jul/92 2 não 20 23 7,0 8,4 1 2 84 73,0 11 7,0E+02 2,3E+02

Ago/92 2 não 26 26 7,0 7,0 1 2 56 34,50 21 24000 1.100

Out/92 2 Chuva 27 27 5,8 6,8 2 12 84 - - 9000 3000

Nov/92 2 Chuva 27 27 6,0 7,2 1 4 79 - - 30.000 8000

Dez/92 2 não 28 29 6,2 6,8 2 - 57 57,0 2 90.000 1,7E+02

* 1 Prof. Dr. Luiz Airton Gomes

* 2 FEMA

Page 110: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

2

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P1

Local: Rio Coxipó, Balneário Dr. Meirelles.

DATA FONTE TEMP.

DO AR ºC

TEMP. DA

H2O ºC PH

OD

(mg/L)

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

RESÍDUO

TOTAL

RESÍDUO

FIXO

RESÍDUO

VOLÁTIL

COLIFORME

TOTAL

(NMP/100mL)

COLIFORME

FECAL

(NMP/100mL)

- CONAMA

20 - - 6,0-9,0 5,0 S - - - - 5000 1000

Abr/95 2 não 25 27 6,9 7,1 2 9,0 27,0 - - 2,2E+03 2,3E+02

Mai/95 2 não 31 24 7,6 7,1 1 0,0 223 - - 2,3E+03 8,0E+02

Jun/95 2 não 25 24,5 6,4 7,4 <1 6,0 176 12,0 164,0 5,0E+03 8,0E+02

Jul/95 2 não 28 27 6,1 7,6 <1 6,0 181 15,0 166,0 5,0E+03 2200

Ago/95 2 não 28 27 6,3 4,0 1 5,5 24 13,0 11,0 1,3E+03 1,7E+02

Set/95 2 não 32 26 6,4 7,5 4 9,0 86 34,0 52,0 16000 5,0E+02

Out/95 2 não 30 27 6,6 7,2 1 1 79 16,0 63,0 9000 -

Nov/95 2 Chuva 27 24 6,8 6,7 1 17,0 90 66,0 24,0 17000 11.000

Jan/96 2 Chuva 33 25 6,8 6,8 1 - 128 - - 15000 30.000

Fev/96 2 Chuva 29,5 27 6,9 6,8 2 23,0 166 - - 13000 50.000

Mar/96 2 Chuva 32 28 7,0 7,7 <1 11,0 128 - - 6000 3000

Abr/96 2 - - 7,97 6,47 <1 4 63 - - 1,7x103 4x102

Mai/96 2 - - 7,07 6,7 <1 7 72 - - 5,0x104 5,0x103

Jul/96 2 - - 6,89 8,9 <1 2 55 1 54 2,2x102 11

15/04/97 2 - - 6,99 7,5 <1 11 91 - - 1,3x104 8,0x103

* 1 Prof. Dr. Luiz Airton Gomes

* 2 FEMA

Page 111: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

3

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P2 Local: Rio Coxipó – Ponte Av. Fernando Corrêa

DATA FONTE TEMP.

DO AR ºC

TEMP. DA

H2O ºC pH

OD

(mg/L)

DBO

(mg/L) DQO (mg/L)

RESÍDUO

TOTAL

RESÍDUO

FIXO

RESÍDUO

VOLÁTIL

COLIFORME

TOTAL

(NMP/100mL)

COLIFORME

FECAL

(NMP/100mL)

- CONAMA

20 - - 6,0-9,0 5,0 S - - - - 5000 1000

1982 a 84 1 Chuva .10x23-31

28

.10x24-29

27

.10x6, 0-7,2

6,72

.9x6,1-7,2

6,74

.9x1,0-3,5

1,96

.8x1,80-93,0

43,5

.9x62,0-19,0

89,56

.9x3,0-143,0

49,89

.9x2,30-59,0

38,56

.8x3150-54.200

19.168

.7x400-7500

4.120

1982 a 84 1 estiagem .5x26-34

28,8

.5x22-27

25,60

.5x6, 5-7,0

6,7

.5x6,5-7,8

5,92

.5x0,2-1,5

0,88

.5x7,0-44

18,20

.6x17,0-92,0

57,40

.4x7-44

26,75

.4x10,0-48,0

30,0

.4x100-3200

2000

.4x110-3200

1930

24/13/83 1 Chuva 29 27 7,2 6,8 1,2 24 62 3 59 13000 1.720

18/04/83 1 Chuva 29 28 6,5 7,2 2,0 52 99 70 29 11.000 4600

05/05/83 1 Chuva 28 27 6,7 7,3 2,7 93 92 47 46 3150 400

19/05/83 1 Chuva 27 26 6,8 6,6 1,5 34 107 65 42 54,200 5420

16/06/83 1 estiagem 28 26 6,7 7,8 0,7 7 92 44 48 9.200 3.000

22/08/83 1 estiagem 26 22 6,5 6,6 1,0 19 17 7 10 2.000 930

06/09/83 1 estiagem 27 26 7,0 6,5 0,2 9 33 16 17 9.200 2.200

26/09/83 1 estiagem 34 27 6,5 6,8 1,5 12 85 40 45 - -

07/11/83 1 Chuva 29 27 6,8 6,9 1,0 44 60 - - - -

24/11/83 1 Chuva 23 24 6,5 7,0 2,5 - - - - - -

Jan/90 2 Chuva 22 25 7,0 6,8 3 - - - - 160.000 160.000

Fev/90 2 s/Chuva 26 26 7,0 6,4 6 - - - - 17.000 8.000

Mar/90 2 s/Chuva 25 26 6,9 6,2 4 - - - - 16.000 9.000

Abr/90 2 Chuva 21 25 6,9 6,8 S - 296 254,0 42 160.000 30.000

* 1 Prof. Dr. Luiz Airton Gomes

* 2 FEMA

Page 112: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

4

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P2 Local: Rio Coxipó - Ponte Av. Fernando Corrêa

DATA FONTE TEMP.

DO AR ºC

TEMP. DA

H2O ºC pH

OD

(mg/L)

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

RESÍDUO

TOTAL

RESÍDUO

FIXO

RESÍDUO

VOLÁTIL

COLIFORME

TOTAL

(NMP/100mL)

COLIFORME

FECAL

(NMP/100mL)

- CONAMA

20 - - 6,0-9,0 5,0 S - - - - 5000 1000

Jul/90 2 s/Chuva 17 20 6,5 7,8 1 - 45 15,0 30 160.000 17.000

Ago/90 2 s/Chuva 17 19 6,3 7,4 2 - 78 73,0 4 30.000 8.000

Set/90 2 s/Chuva 25 29 5,5 7,0 3 - 61 29,0 32 50.000 30.000

Mai//95 2 s/Chuva 29 24 7,2 6,0 3 10,0 153 - - 220.000 90.000

Jun/95 2 s/Chuva 25 24,5 6,7 6,4 <11 11,0 153 18,0 135,0 - 60.000

Jul/95 2 s/Chuva 29 28 6,8 5,9 <1 6,0 174 80,0 94,0 30.000 30.000

Set/95 2 s/Chuva 34 26 6,8 5,2 <1 9,0 54 18,0 36,0 90.000 50.000

Out/95 2 s/Chuva 30 27 6,6 6,4 2 10,0 98 25,0 73,0 160.000 28.000

Nov/95 2 s/Chuva 28 26 7,3 5,5 <1 29,0 230 203,0 27,0 1.400.000 30.000

Jan/96 2 s/Chuva 32 24 6,7 5,8 1 26,9 287 - - 140.000 15.000

Fev/96 2 s/Chuva 36 27 6,6 6,5 2 19,0 218 156 62,0 300.000 30.000

Mar/96 2 s/Chuva 33 28 7,2 6,9 <1 14,0 99 - - 3,0E+03 110.000

Abr/96 2 s/Chuva 25,5 28 7,1 6,4 1 9,0 682 23 659,0 2,2E+0,3 2,3E+0,2

Page 113: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

5

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P3 Local: Rio Cuiabá, 500m à montante da foz do Rio Coxipó – Zona Urbana.

DATA FONTE TEMP.

DO AR ºC

TEMP. DA

H2O ºC pH

OD

(mg/L)

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

RESÍDUO

TOTAL

RESÍDUO

FIXO

RESÍDUO

VOLÁTIL

COLIFORME

TOTAL

(NMP/100mL)

COLIFORME

FECAL

(NMP/100mL)

- CONAMA

20 - - 6,0-9,0 5,0 S - - - - 5000 1000

Jun/95 2 não 31 26 7,7 - 1 20,0 - - - 13.000 8.000

Jul/95 2 não 28,5 27,5 7,5 7,9 <1 6,0 94 56,0 38,0 8,0E+02 1,3E+02

Ago/95 2 não 32 26 7,8 8,2 <1 6,0 187 65,0 122,0 130.000 50.000

Set/95 2 não 30 28 7,9 9,3 2 1,6 101 50,0 51,0 80.000 8.000

Out/95 2 sim 28 29 7,8 7,6 1 2,9 169 118,0 80,0 51.500 15.500

Nov/95 2 não 27 30 7,7 5,9 <1 17,0 198 - - 23.000 23.000

Jan/96 2 sim 27 28 7,3 6,1 <1 13,0 177 - - 1,3E+03 5,0E+02

Mar/96 2 sim 28 28 7,3 7,1 1 11,0 125 - - 13.000 2300

Abr/96 2 não 29 29 8,5 6,7 1 6,0 135 - - 50.000 2600

Mai/96 2 não 32 28 7,9 6,7 1 4,0 104 - - 150.000 22.000

Jul/96 2 não 30 26 7,7 7,9 1 8,0 82 49 33 8.000 3.000

* 1 Prof. Dr. Luiz Airton Gomes

* 2 FEMA

* 3 Eng. Sanit. UFMT

Page 114: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

6

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P4 Local: Rio Cuiabá, 500m à jusante do Rio Coxipó – Zona urbana.

DATA FONTE

PADRÕES

CONAMA

20

TEMP.

DO AR

ºC

TEMP. DA

H2O ºC pH

OD

(mg/L)

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

RESÍDUO

TOTAL

RESÍDUO

FIXO

RESÍDUO

VOLÁTIL

COLIFORME

TOTAL

(NMP/100mL)

COLIFORME

FECAL

(NMP/100mL)

- CONAMA

20 - 6,0-9,0 5,0 S - - - - 5000 1000

1982 a 84 1 Cheia - .8x27-31

28,13

1982 a 84 1 Estiagem - .6x17-32

26,67

19/01/83 1 cheia - 29 27 6,1 - - 91 209 146 63 - -

09/02/83 1 cheia - 29 28 7,2 6,5 0,9 7 125 69 56 4.600 2.400

23/02/83 1 cheia - 27 28 7,7 6,4 1,7 15 152 99 53 4.600 750

10/03/83 1 cheia - 27 27 7,3 6,6 1,0 49 223 44 179 4.600 930

24/03/83 1 cheia - 27 27 6,9 6,1 0,7 88 137 92 45 5.120 280

18/04/83 1 cheia - 31 27 7,0 6,3 0,6 88 159 100 59 4.600 2.400

09/09/92 3 chuva - 29 28 7,3 7,35 - 28,2 - - - 5,0E+04 5,0E+03

06/10/92 3 não - 24 27 7,4 6,65 - 59,5 - - - 2,0E+04 2,0E+04

03/11/92 3 não - 35 29 6,8 6,3 - 26,4 - - - 3,0E+04 3,0E+04

01/12/92 3 sim - 32 26 6,56 6,02 - 13,0 - - - 5,0E+03 2,0E+02

03/02/93 3 não - 36 29,5 7,5 6,8 - 26,0 - - - 2,0E+04 2,0E+04

02/03/93 3 sim - 30 24 7,45 7,0 - 16,0 - - - 1,5E+04 2,2E+03

13/04/93 3 - - 31 27 7,25 7,0 - 28,0 - - - 2,3E+03 1,3E+03

04/05/93 3 - - 28 24 7,7 7,4 - 11,6 - - - 1,3E+03 2,7E+03

* 1 Prof. Dr. Luiz Airton Gomes

* 3 Eng. Sanit. UFMT

Page 115: TRABALHO DE PÓS GRADUAÇÃO - EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO COXIPÓ - CUIABÁ - MT

7

Dados Secundários de Parâmetros de Qualidade das Águas do Ponto P4 Local: Rio Cuiabá, 500m à jusante do Rio Coxipó – Zona Urbana.

DATA FONTE TEMP.

DO AR ºC

TEMP. DA

H2O ºC pH

OD

(mg/L)

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

RESÍDUO

TOTAL

RESÍDUO

FIXO

RESÍDUO

VOLÁTIL

COLIFORME

TOTAL

(NMP/100mL)

COLIFORME

FECAL

(NMP/100mL)

- CONAMA

20 - - 6,0-9,0 5,0 S - - - - 5000 1000

08/06/93 3 - 23,5 24,0 7,70 7,40 - 10,4 - - - 8,0E+03 3,0E+03

12/07/93 3 - 22,0 25,0 7,72 7,20 - 63,3 - - - 3,0E+05 6,5E+04

02/08/93 3 - 20,0 16,0 7,42 7,42 - 61,2 - - - 1,7E+04 2,8E+03

06/09/93 3 - 28,0 26,0 7,65 7,65 - 41,7 - - - 1,6E+04 3,5E+03

04/10/93 3 - 34,0 30,0 7,70 7,24 - 10,9 - - - 2,2E+04 1,7E+03

07/12/93 3 sim 34,0 30,0 6,10 5,50 - 23,0 - - - 1,6E+05 7,0E+02

04/01/94 3 - 33,0 28,0 7,70 7,09 - 37,1 - - - 1,7E+02 1,7E+02

01/02/94 3 sim 31,0 28,0 7,13 7,65 - 9,7 141,0 - - 2,8E+03 2,7E+03

01/03/94 3 sim 27,0 26,0 6,80 6,40 - 15,8 1.860,0 - - 3,0E+04 1,3E+04

06/04/94 3 não 29,0 28,0 6,65 7,20 - 9,8 287,0 - - 9,0E+04 1,7E+04

16/05/94 3 não 29,0 25,0 7,12 7,21 - 9,9 276,0 - - 1,7E+04 7,0E+03

26/07/94 3 não 28,0 25,0 7,62 7,40 - 17,2 129,0 - - 8,0E+03 8,0E+03

11/07/94 3 não 20,0 19,0 7,60 7,47 - 15,6 114,0 - - 5,0E+03 5,0E+04

02/08/94 3 - 25,0 25,0 7,60 7,50 - 16,2 137,0 - - 1,6E+05 9,0E+04

29/09/94 3 - 29,0 28,0 7,40 8,00 - 2,0 76,0 - - 9,0E+04 2,2E+04

06/06/95 3 - 28,0 26,0 7,01 7,80 - 1,6 154,0 - - 3,5E+03 3,4E+03

27/02/96 3 sim 30,0 32,0 7,40 6,24 - 12,7 141,0 - - 1,7E+03 3,0E+03

18/06/96 3 - 32,0 28,0 8,13 - - 14,0 - - - 1,3E+05 3,2E+04

16/07/96 3 - - - 7,38 - - - - - - 5,0E+04 3,0E+04

02/08/96 3 - - - - - - - - - - 2,6E+03 4,0E+02

18/09/96 3 - - - 7,70 7,81 - 7,81 - - - 1,7E+05 1,7E+04

15/10/96 3 - - - 7,10 6,92 - 21,7 - - - 8,0E+04 2,2E+04

06/11/96 3 - - - 6,80 - - - - - - 1,3E+05 1,4E+06

18/12/96 3 - - - - - - - - - - 1,3E+07 1,4E+06

18/02/97 3 - - 27 7,00 6,42 1,60 64,0 - - - 2,0E+04 <2

18/03/97 3 - - - 6,63 6,60 1,70 52,8 - - - 1,1E+04 1,1E+04

15/04/97 3 - - - 6,46 6,34 < 1 16,0 629,0 - - 2,4E+04 2,4E+04

20/05/97 3 - - - 7,57 7,46 5,00 28,8 159,0 - - 9,0E+04 5,0E+04