trabalho de metodologia assedio moral

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FACULDADE MAURICIO DE NASSAU CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO ALESSANDRA FERREIRA JULIÃO 2NA - 03003284 ASSÉDIO MORAL

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Page 1: TRABALHO DE   METODOLOGIA  ASSEDIO MORAL

FACULDADE MAURICIO DE NASSAU

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

ALESSANDRA FERREIRA JULIÃO

2NA - 03003284

ASSÉDIO MORAL

JOÃO PESSOA(PB)

2011

Page 2: TRABALHO DE   METODOLOGIA  ASSEDIO MORAL

ASSÉDIO MORAL

Projeto de pesquisa apresentado para cumprimento das Exigências da Disciplina de Metodologia da Ciência ministrada pela Professora Marileuza.

JOÃO PESSOA (PB)

2011

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Page 3: TRABALHO DE   METODOLOGIA  ASSEDIO MORAL

SUMÁRIO

1. Problema e sua relevância...................................................................... 4

2. Hipótese....................................................................................................4

3. Justificativa...............................................................................................5

4. Objetivos...................................................................................................5

4. 1. Objetivo Geral......................................................................................5

4. 2. Objetivos Específicos...........................................................................6

5. Metodologia..............................................................................................6

6. Marco Teórico..........................................................................................7

7. Conclusão................................................................................................10

8. Referências Bibliográficas.....................................................................11

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Page 4: TRABALHO DE   METODOLOGIA  ASSEDIO MORAL

1. Problema e sua relevância

As conseqüências para as Relações Trabalhistas, no Brasil, advindas da falta de legislação

federal, das condutas caracterizadoras do assédio moral.

O assédio moral no trabalho é um tema polêmico, que fere princípios constitucionais

(artigos 1º, 3º e 5º da Constituição Federal de 1988). Porém, ainda é muito modesta a legislação

brasileira com o objetivo de prevenir e punir esta conduta.

2. Hipótese

Desde que surgiram as relações de trabalho entre os homens a prática do assédio moral é

comum. Conforme afirmado por Mauro Vasni Paroski, em texto extraído em página de Internet

do Jus Navigandi, os números sobre a incidência do assédio moral são significativos e revelam

um quadro ainda desconhecido do grande público e pouco conhecido pelas autoridades

competentes para emanar leis. O fato de o tema ser apenas recentemente pesquisado e de

apresentar certo desconhecimento por parte das autoridades pode ser a causa da inexistência de

leis federais sobre o assunto.

A legislação federal que regulamente e puna os comportamentos caracterizadores do

assédio moral é condição necessária, mas condição insuficiente se não for proposta política

(pública) com relação à questão. Nas precisas palavras de Maria Vidigal Darcanchy, em seu texto

Assédio moral no ambiente de trabalho, “ a solução do problema não está apenas no número de

dispositivos legais, mas sim na conscientização para tamanha chaga social”.

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3. Justificativa

Devido à relevância do tema proposto, torna-se imprescindível que seja efetuado trabalho

de pesquisa sobre ele. É um tema recente em relação aos estudos científicos, pouco pesquisados e

de inegável importância jurídica, visto que é muito polêmico.

O assédio moral no trabalho é uma conduta repugnada pela sociedade, que fere principio

adotado pela constituição: respeito à dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do

trabalho. Por isso, se faz necessário uma ampla e eficiente reflexão acerca do tema proposto, pois

inexiste uma minuciosa previsão legal para o instituto, além de não ser unânime a aceitação do

assédio moral nas jurisprudências e de tratar-se de uma agressão disfarçada, de difícil

comprovação.

O problema advindo da falta de legislação sobre o tema gera insegurança jurídica, uma

vez que fica na responsabilidade dos juízes definirem cada caso concreto. Pois existem no país

acórdãos jurisprudenciais tanto a favor como contra a aceitação do assunto.

4. Objetivos

4. 1. Objetivo Geral

Estabelecer uma reflexão e um debate sobre este tema, visando compreender e esclarecer

as incertezas e dificuldades sobre a matéria.

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4. 2. Objetivos Específicos

A)Analisar os aspectos doutrinários com relação ao problema de pesquisa.

B) Conceituar a matéria assédio moral nas relações trabalhistas.

C) Pesquisar e analisar no Congresso Nacional projetos de lei que versam sobre o assunto.

D)Levantar, analisar e discutir as condutas que previnam ou enfrentem a ocorrência do

assédio moral no âmbito das relações trabalhistas.

5. Metodologia

A metodologia de abordagem é a interdisplinar, quanto aos seus setores de

conhecimento, pois abrange disciplina do Direito Constitucional e do Trabalho, e também

envolve o Direito Civil e Direito Penal. Além de o tema ser também relevante para outras

áreas que não somente a jurídica, como a Sociologia e a Psicologia, sendo que essas

abordagens ou interfaces possibilitam a transdisciplinariedade.

Utiliza-se de um método descritivo e explicativo, pois se analisa e registra as

informações, interpretam-se os dados coletados, além da busca de identificação das causas e

conseqüências do tema em geral.

Esse estudo se refere a uma pesquisa teórica, que se faz necessária uma realização de

coleta e levantamento doutrinário e jurisprudencial, um exame da legislação, assim como o

levantamento bibliográfico.

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6. Marco Teórico

O tema assédio moral é novo em relação ao estudo científico, começou a ser discutido

mais intensamente a partir do ano de 2000 após pesquisa realizada pela Dra. Margarida Barreto

em sua dissertação de mestrado na PUC/SP. Porém essa prática existe desde os primórdios das

relações trabalhistas.

Esse “terrorismo psicológico” vem se tornando mais freqüente. Conforme pesquisa

realizada pela Dra. Margarida Barreto, citada acima, feita no ano de 2000 com 2072

trabalhadores de 97 empresas, demonstra que 870 trabalhadores (41,99%) apresentaram histórias

severas de humilhação no trabalho ou assédio moral.

O capitalismo selvagem e o conseqüente aumento do desemprego contribuíram para o

aumento da incidência dessa conduta. Mauro Vasni Paroski, em texto “Assédio Moral no

Trabalho” afirma que “esta realidade, caracterizada pela competitividade empresarial a qualquer

custo, muitas vezes sem limites éticos, pelo excesso de oferta de mão-de-obra e pela redução dos

postos de trabalho, constitui um cenário perfeito para a disseminação dom assédio moral”.

A melhor definição encontrada é a da professora e pesquisadora Margarida Barreto.

Segundo ela assédio moral no trabalho é:

a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.

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Essa prática antiética prejudica toda a coletividade. Fere fundamentos adotados pela Carta

Política vigente em seus artigos 1º, 3º e 5º inciso X. Porém ainda não há nenhuma lei específica

para o assunto no âmbito federal. Segundo Mauro Paroski, em texto “Assédio Moral no

Trabalho”, ainda é muito modesta a legislação existente no Brasil com o objetivo de prevenir e

coibir o assédio moral e punir o assediador.

No Brasil alguns municípios já aprovaram leis a respeito do assunto. Como exemplo,

disponível em pagina da Internet “Leis e Justiça”, temos alguns municípios como Campinas,

Americana, Guarulhos, no Estado de São Paulo, e Natal-RN, além de Cascavel-PR e Sidrolândia-

MS, entre outros. A Câmara Municipal de São Paulo aprovou a Lei nº 13.288 de 10 de janeiro de

2002, que dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral nas dependências da

Administração Pública Municipal.

Na legislação federal, existem tramitando no Congresso Nacional, diversos projetos de lei

pretendendo a normatização legal reguladora do assédio moral. Aparece com destaque o projeto

de lei n. 4742/01, do Deputado Federal Marcos de Jesus no qual estabelece o artigo 146-A no

Código Penal com a seguinte redação: “Desqualificar, reiteradamente, por meios de palavras,

gestos ou atitudes, a auto-estima, a segurança ou a imagem de servidor público ou empregado,

em razão de vínculo hierárquico funcional ou laboral”.E ainda estabelece pena fixada de detenção

de três a um ano, além de multa.

No âmbito jurisprudencial encontramos decisões tanto dando provimento, como não

dando procedência a ações propostas a respeito da matéria. Segundo Rodrigo Cristiano Molon em

seu trabalho Assédio Moral no Ambiente de Trabalho e a Responsabilidade Civil,

aos poucos a jurisprudência vai relevando a importância de se identificar

os sujeitos, características intrínsecas e extrínsecas, a tipificação e as

provas do assédio moral. Conjunto a isso, o magistrado deve valer-se de

sua experiência e conhecimento humano para verificar a existência ou

não do dano.

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O assédio moral provoca dano material como perda de emprego e gastos com tratamento

médico e psicológico, além de atingir direitos personalíssimos do empregado. Nas palavras de

Mauro Paroski, em texto “Assédio Moral no Trabalho”, “o assédio moral – ato ilícito que é –

provoca sem dúvida alguma, dano moral, suscetível de reparação pecuniária”.

Adriana Estigara, em texto “Por uma tutela inibitória face às vítimas ou potenciais vítimas

d o assédio moral”, acredita que não se pode contentar apenas com a alternativa de compensação

pecuniária para o assédio moral. Para ela e necessário que:

Propõe-se a releitura e execução dos mecanismos sociais e jurídicos

existentes em nosso ordenamento que permitam obstar a ocorrência e/ou

a intensificação do assédio moral, de modo a efetivar o primado

constitucional da dignidade da pessoa humana.

Para Mara Vidigal Darcanchy, em texto Assédio Moral no Meio Ambiente do Trabalho,

“é preciso que o tema se mantenha à tona e que as vítimas manifestam-se: reagindo, denunciando

e evitando o agravamento do problema”.

Já Cezar Roberto Bitencourt, em seu livro Tratado de Direito Penal, expõe uma infeliz

afirmação: “quanto menos se falar sobre isso melhor, para não estimular ainda mais uma

esdrúxula figura típica”. Descordo totalmente dele, visto que deixar de falar e de discutir o tema

contribuíra para a sua intensificação, facilidade em sua execução e aumentaria a sensação de

impunidade, pois assim como as autoras citadas acima, acredito que somente uma

conscientização da sociedade e um incremento de políticas públicas ajudará na amenização do

problema.

Apropriadas são as palavras de Margarida Barreto, extraídas no site de Internet

(www . assédiomoral . com . br ): “ às vezes o assédio moral só pode ser resolvido com a intervenção

da justiça, mas um julgamento só se estabelece a partir de provas concretas. Denunciar é o único

meio para acabar com as agressões provenientes do assédio”.

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7) Conclusão

O termo assédio moral, embora já exista há muitos anos, passou a ser evidenciado há

pouco tempo no cotidiano dos colaboradores, isto graças ao apoio dos sindicatos, veiculação de

reportagens jornalísticas nos órgãos da imprensa, pesquisas científicas e artigos acadêmicos

desenvolvidos, que abriram um canal de discussão e alerta sobre este tema.

Com a realização desta pesquisa, pretende-se que em algum nível, os seus resultados

possam se constituir em referencial para as entidades de classe, sindicatos, organizações não

governamentais, na promoção das discussões do tema, ou da criação de políticas voltadas para a

informação, educação e, sobretudo, prevenção do assédio moral.

A principal e mais eficaz forma de prevenção está na informação: promover cursos que

ajudem a conhecer o problema; além disso, exigir de deputados e representantes legais a

mobilização para a criação em caráter de extrema urgência a inclusão do assédio moral ou

violência moral no trabalho e de legislação pertinente, que hoje representa sério entrave no

combate do problema.

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8) Referências Bibliográficas

BARRETO, Margarida Maria Silveira. Uma jornada de humilhações. 2000. Dissertação

(Mestrado em Psicologia Social). PUS/SP. Disponível em

site:<http//:www.assédiomoral.org> . Acesso em 16 de abril de 2011

LEIS E JUSTIÇA, disponível em: <http//:www.assédiomoral.com.br>. Acesso em 16 de abril de

2011

DARCANCHY, Mara Vidigal. Assédio moral no ambiente de trabalho, Jus Navigandi, ano 10,

n.913, 2 jan. 2006. Disponível em: <http//jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7765>.

Acesso em: 08 de maio de 2011

MOLON, Rodrigo Cristiano. Assédio moral no ambiente do trabalho e a responsabilidade civil:

empregado e empregador. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 568, 26 jan. 2005. Disponível

em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6173>. Acesso em: 08 de maio de 2011

PAROSKI, Mauro Vasni. Assédio moral no trabalho. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 1196,

10 out. 2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9021>. Acesso

em: 08 de maio de 2011

Consultas a alguma monografias de :

http://inf.unisul.br/~psicologia/wp-content/uploads/2008/07/TCC%20Assedio

%20MoralAcademica%20MMadalenaVieira.pdf, acesso em 10 de maio de 2011.

http://inf.unisul.br/~psicologia/wp-content/uploads/2008/07/TCC%20Assedio

%20MoralAcademica%20MMadalenaVieira.pdf acesso em 10 de maio de 2011

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