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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FERNANDA VARGAS BRAZ Trabalho de Iniciação Científica IMPORTAÇÃO POR PESSOA FÍSICA: UM ESTUDO PARA A AQUISIÇÃO DE GUITARRAS ITAJAÍ 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FERNANDA VARGAS BRAZ

Trabalho de Iniciação Científica IMPORTAÇÃO POR PESSOA FÍSICA: UM

ESTUDO PARA A AQUISIÇÃO DE GUITARRAS

ITAJAÍ 2013

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FERNANDA VARGAS BRAZ

Trabalho de Iniciação Científica IMPORTAÇÃO POR PESSOA FÍSICA: UM

ESTUDO PARA AQUISIÇÃO DE GUITARRAS

Trabalho de Iniciação Científica desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão, da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientadoras: Profa. MSc. Patrícia Duarte Peixoto Morella e Prof a. Esp. Dannielly Freitas Voges.

ITAJAÍ 2013

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Agradeço à minha família por todo apoio e incentivo ao longo destes

anos, principalmente aos meus pais e à minha irmã por todo amor,

carinho e ensinamentos que me foram passados, além é claro, da

maravilhosa influência musical e por terem me mostrado que a música é

parte essencial da alma. Ao meu namorado Edson pela paciência,

amor e apoio em todos estes anos juntos.

Agradeço à toda Equipe Trade Júnior pela parceria, amizade e

auxílio sempre que precisei. Um agradecimento especial à Profa.

MSc. Patrícia Duarte Peixoto Morella por ter me dado muitos incentivos e ensinamentos maravilhosos durante

meu estágio na Trade Júnior, sempre passando muita confiança

em tudo que ensinava, além é claro, de ter aceitado tão prontamente ser

minha orientadora. Agradeço também à Profa Dannielly

por ter aceito o desafio de me auxiliar na etapa final de confecção

deste trabalho. Obrigada a todos que estiveram ao

meu lado sempre me apoiando e incentivando quando foi preciso.

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“A dream you dream alone is only a dream. A dream you dream together,

is reality“. (John Lennon)

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome da estagiária Fernanda Vargas Braz b) Área de estágio Sistemática do Comércio Exterior – Importação c) Orientadora de conteúdo Profa. MSc. Patrícia Duarte Peixoto Morella Profa. Esp. Dannielly Freitas Voges d) Responsável pelo Estágio Profa. MSc. Natalí Nascimento

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RESUMO

O comércio internacional é definido como um conjunto de operações que são realizadas entre países, onde ocorre uma troca de mercadorias e serviços, este comércio é regido por regras e normas resultantes de acordos comerciais. Assim, o presente trabalho de iniciação científica teve como principal objetivo apresentar os procedimentos de importação por pessoa física, com ênfase num estudo para a compra de uma guitarra no mercado internacional. O trabalho também apresenta as estruturas e órgãos intervenientes nas operações de comércio exterior do Brasil, com destaque para as importações brasileiras e sua legislação vigente. Como metodologia utilizada nesta pesquisa, destaca-se a abordagem qualitativa, com meios bibliográficos e fins descritivos. Como principais resultados da pesquisa, observou-se que, por ser um modelo difícil de ser encontrado no Brasil, a importação poderia ser uma opção vantajosa. Palavras-chave: Importação. Importação de Guitarra. Pessoa Física.

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Principais Países Fornecedores ao Brasil 21

Tabela 2 – Principais Mercados Fornecedores ao Brasil 22

Tabela 3 – Desempenho das Importações 23

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8

1.1 Objetivo geral ................................................................................................ 9

1.2 Objetivos específicos .................................................................................... 9

1.3 Justificativa da realização do estudo ............................................................. 9

1.4 Aspectos metodológicos ............................................................................. 10

2 O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO E SUA ESTRUTURA ....................... 12

2.1 Estrutura do Comércio Exterior brasileiro ................................................... 15

3 IMPORTAÇÃO BRASILEIRA: LEGISLAÇÃO APLICADA .................................. 19

3.1 Modalidades de Importação ................................................................................ 24

3.2 Legislações aplicadas nas importações brasileiras ............................................. 26

3.3 Importação por pessoa física: legislação aplicada .............................................. 31

4 IMPORTAÇÃO DE GUITARRAS POR PESSOA FÍSICA: PROCEDIMENTOS E EXIGÊNCIAS ............................................................................................................ 33

4.1 Do Registro na Receita Federal .......................................................................... 33

4.2 Do Contato com o Fornecedor ............................................................................ 34

4.3 Contratação dos Serviços ................................................................................... 37

4.4 Classificação Fiscal e Tratamento Administrativo ............................................... 38

4.5 Planilha de Custos Finais .................................................................................... 40

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 42

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43

ANEXOS ................................................................................................................... 46

ANEXO A - REQUERIMENTO DE HABILITAÇÃO ................................................... 47

ANEXO B – FATURA PROFORMA .......................................................................... 49

ANEXO C – TRATAMENTO ADMINISTRATIVO ...................................................... 50

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ...................................................................... 51

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1. INTRODUÇÃO

O comércio internacional está presente em grande parte da história da

humanidade. Desde quando a família real chegou ao Brasil, já havia trocas de bens

e serviços entre os países.

O desenvolvimento deste comércio depende basicamente das relações de

troca, tendo cada país suas normas e procedimentos que exigem que importadores

e exportadores observem às leis internas de seus países para comercializarem com

outros. Este comércio é movido por relacionamentos entre países que necessitam

trocar mercadorias por inúmeras razões.

Sendo um conjunto de atividades de compra e venda de mercadorias e

prestação de serviços entre um país e demais nações, o comércio exterior se divide

em exportação e importação.

A exportação caracteriza-se pela remessa de artigos produzidos num país,

para fora dele. Exportar pode ser de grande importância para uma empresa e para

um país. Com a exportação, a empresa ganha competitividade e estímulo para ser

mais eficiente e produtiva.

Ao passo que, a importação caracteriza-se pela introdução de mercadorias

em um país, procedentes de outro. Pode ser efetuada com ou sem cobertura

cambial, havendo ou não incidência de pagamento a ser efetuado pelo importador

nacional. A importação pode ser feita por pessoa jurídica ou pessoa física.

Para que seja possível realizar uma importação, é necessário realizar um

cadastro na Receita Federal do Brasil, como pessoa jurídica ou pessoa física.

O cadastro de pessoa jurídica é realizado pelas empresas que costumam

importar produtos para revenda. Ao passo que, o cadastro de pessoa física é para

importadores que querem os produtos para uso e consumo próprio. É importante

ressaltar que a pessoa física somente poderá importar mercadorias em quantidades

que não revelem prática comercial.

O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar a sistemática

aplicada à importação de guitarras por pessoa física no Brasil. Além de descrever os

procedimentos desta operação, destacando os custos envolvidos na importação.

O trabalho está estruturado em capítulos, para atingir os objetivos propostos

nesta pesquisa.

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1.1 Objetivo geral

Apresentar a sistemática aplicada à importação de guitarras no Brasil, por

pessoa física.

1.2 Objetivos específicos

• Apresentar o comércio exterior brasileiro e sua estrutura de órgãos

intervenientes.

• Destacar a importação brasileira, com ênfase para a legislação vigente no

País, no caso de importação por pessoa física.

• Descrever os procedimentos da sistemática de importação de guitarras por

pessoa física, com destaque para os custos desta importação.

1.3 Justificativa da realização do estudo

O comércio exterior é uma importante ferramenta no desenvolvimento de um

país, por isso, é de grande importância entender seu funcionamento e suas leis

aplicadas em suas diversas modalidades.

Nos dias atuais é difícil dizer que as nações conseguem sobreviver sem a

prática de comércio exterior, somente com seus recursos próprios. A importação é

tão importante e necessária quanto a exportação para um país.

Este estudo tem por objetivo apresentar a legislação e a sistemática aplicada

à importação de guitarras por pessoa física no Brasil.

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A pesquisa proporcionou à acadêmica a oportunidade de ampliar seus

conhecimentos na área de importação e suas modalidades, bem como a legislação

vigente no país a respeito da importação deste produto.

Para a Universidade e, consequentemente, para a sociedade, a pesquisa é

relevante, pois se trata de um assunto pouco pesquisado e que poderá servir como

fonte de pesquisa para os acadêmicos que queiram, futuramente, realizar trabalhos

a respeito do assunto apresentado.

A pesquisa foi viável, pois existe legislação específica para fundamentar o

tema, além de ter a disponibilidade da Trade Júnior para auxiliar no que for

necessário para expor a sistemática prática da operação de importação por pessoa

física.

1.4 Aspectos metodológicos

Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizado o método qualitativo. “As

pesquisas que se utilizam de abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder

descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema [...]”.

(OLIVEIRA, 1999, p.117).

Quanto aos meios de pesquisa foram utilizados recursos bibliográficos e

documentais. Severino (2007, p. 122), define a pesquisa bibliográfica como “aquela

que se realiza a partir do registro disponível, [...] Utiliza-se de dados ou de categorias

teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registradas.”.

A pesquisa documental, segundo Severino (2007, p. 122), “[...] tem como

fonte documentos no sentido amplo, não só documentos impressos, mas, sobretudo

outros tipos de documentos, tais como jornais, fotos e documentos legais.”.

Quanto aos fins, esta foi uma pesquisa descritiva, que possui como principal

objetivo, descrever as características de um fenômeno. São inúmeros os estudos

que podem ser classificados como descritivos, e uma das suas características mais

significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados, como

por exemplo, a observação sistemática. (GIL, 2002).

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Neste caso, o fenômeno descrito, foi a sistemática de importação por pessoa

física.

1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados

A coleta e análise de dados, neste trabalho, aconteceu por meio de consultas

bibliográficas em livros, internet, revistas, jornais e sítios especializados sobre o

tema em estudo.

Os dados coletados foram apresentados por meio de textos descritivos,

tabelas e quadros que objetivam proporcionar fácil entendimento ao leitor.

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12 2 O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO E SUA ESTRUTURA

O Comércio Internacional é definido como “[…] intercâmbio de bens e

serviços entre nações distintas, resultantes das especializações de cada nação na

divisão internacional do trabalho”. (SEGRE, 2009, p. 2).

As primeiras tentativas de trocas comerciais foram motivadas pelos chefes

tribais na pré-história, em decorrência da evolução de sistemas de produção e da

natural obrigação de satisfazer as exigências da comunidade. Com isso, eles

incentivaram a permuta de produtos originários de seus grupos e imprescindíveis a

sua própria necessidade e dos demais grupos vizinhos. Essas trocas constituíram-se

nas primeiras manifestações de comércio extra grupo, sendo consideradas como os

passos iniciais de um comércio externo. (CAMPOS, 1990)

Tanto o comércio internacional quanto o comércio interno, apresentam várias

semelhanças no que se refere a determinados aspectos. Ratti (2011) afirma que,

ambos encontram-se alicerçados nos desejos e nas necessidades humanas e têm

como objetivo primordial, o atendimento dessas necessidades e desejos.

Em relação ao comércio exterior, Lopez (2010, p. 179) comenta que

[...] o comércio exterior representa a relação comercial de um país específico com os demais, expressa em termos, regras e normas internas (legislação), em função de propósitos, prioridades, limitações e exigências, visando resguardar os interesses do país, preferencialmente sem colidir com as normas do comércio internacional [...].

Segundo Keedi (2010, p.19) “o comércio exterior é movido por relacionamento

entre países que precisam trocar mercadorias pelas mais diversas razões […]”.

Esta importância de se relacionar com outros países, pode estar relacionada

a motivos comerciais, em que a compra e a venda de mercadorias podem fazer

parte de um conjunto mais abrangente de contatos e ações entre os países.

O que leva os países a comercializarem entre si é a diversidade de

possibilidades de produção. Nenhum país é autossuficiente em tudo: exportam o

excedente e importam o necessário para atender às necessidades de produção e

consumo. (SEGRE, 2009)

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Em relação ao comércio exterior brasileiro, Keedi (2010, p.27) afirma que o

país “parece ter reencontrado o caminho do crescimento, apresentando seguidos

aumentos vigorosos na sua corrente de comércio”.

De acordo com Werneck (2011), comércio exterior é o conjunto de atividades

de compra e venda de mercadorias e serviços entre um país e demais nações. Por

mais autossuficiente que um país seja, ele sempre irá precisar importar o que não

produz e exportar o excesso da sua produção.

Segre (2009) comenta que nestas relações de comércio exterior existem a

Exportação e a Importação.

A exportação vem a ser a remessa de bens de um país para outro. Keedi

(2010, p.20) define que “a exportação pode ser de bens e serviços, entendendo-se a

de bens como a transferência de mercadorias entre os países, e os serviços como a

venda de assessoria, consultoria, conhecimentos, etc”.

Exportar é uma postura empresarial, um ganho de experiência que propicia

uma dimensão global à empresa. Ela ganha competitividade e estímulo para ser

mais eficiente e produtiva. (SEGRE, 2009)

A exportação de bens pode ser de maneira direta ou indireta. A maneira direta

implica a exportação pelo próprio fabricante do produto, o que quer dizer que ele não

utiliza qualquer intermediário na operação, incluindo toda a documentação de

comércio exterior em que aparece como exportador. Enquanto que a maneira

indireta significa que o exportador é outro que não o produtor da mercadoria

vendida, ficando este oculto, já que toda a operação de exportação fica por conta do

vendedor, aparecendo o produtor somente nas embalagens, ou em documentos.

(KEEDI, 2010)

As exportações podem ser com cobertura cambial quando o importador

estrangeiro se compromete a realizar o pagamento, ou sem cobertura cambial

quando não for necessário o pagamento por parte do importador estrangeiro.

(RATTI, 2011)

Ainda em relação à exportação sem cobertura cambial, Ratti (2011, p.314)

afirma que [...] “as exportações em reais, apesar de implicar pagamento por parte do

importador estrangeiro, também são classificadas como sem cobertura cambial”.

A importância da exportação está na diversificação de mercado, deixando de

atuar apenas no mercado interno e passando a atuar nos mercados estrangeiros,

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14 aumentando assim a quantidade de compradores e, em consequência disto,

reduzindo os riscos de crise de mercado. (KEEDI, 2010)

Já a importação, é denominada quando se realizam transações de compra

firmadas pelo país importador. (CAMPOS, 1990). Ela ocorre quando os países não

têm a capacidade de produzir a totalidade suficiente de produtos para atender às

suas necessidades internas.

Campos (1990, p. 116) afirma em seu livro que:

[...] a importação é uma operação que propicia a entrada de uma mercadoria em um território aduaneiro depois de cumpridas às exigências legais e comerciais, gerando uma saída de divisas. A importação é uma atividade de grande importância e necessidade para os países em desenvolvimento e desenvolvidos [...].

A importação também pode ser de bens e serviços, entendendo-se que a de

bens, é a transferência de mercadorias entre os países, e os serviços são as

compras de assessoria, consultoria, conhecimentos, etc.

Em relação à importância da importação, Keedi (2010, p. 24) afirma que ela

[...] “está na diversificação de mercados, deixando de atuar apenas no mercado

interno, aumentando assim a quantidade de fornecedores e reduzindo seus riscos

de crise de mercado”.

Hoje em dia, não é possível que um país possa desenvolver-se isoladamente.

Nenhum país, por mais que se esforce, consegue ser autossuficiente em tudo o que

se faz necessário, seja pela limitação de seus recursos naturais, pela capacidade

produtiva de sua mão de obra ou pela diferença de desenvolvimento tecnológico.

(DIAS, 2004).

Mesmo a importação sendo uma das atividades mais importantes realizada

no mundo, é importante questionar quais são, de fato, os benefícios que ela traz à

economia de um país.

Ludovico (2012, p.91) destaca diversas vantagens de importar em relação às

mercadorias, as finanças, ao mercado e aos serviços, como por exemplo:

[...] acesso a novas tecnologias, inexistência ou escassez no mercado, qualidade, aprimoramento, conhecimento e prática de mecanismos e fontes de pagamentos internacionais, acesso a preços de outros mercados ou concorrentes, acesso às tendências do mercado, contato com outras culturas e costumes, ampliação e diversificação dos serviços, surgimento de novas empresas, aumentando a oferta, novas tecnologias de serviços à disposição de

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15 importadores, e empresas para capacitar e inserir no mercado, novos importadores e profissionais qualificados.

Sendo assim, toda e qualquer informação a respeito do mercado é de grande

importância, quer seja sobre hábitos de compra, canais de distribuição ou

sazonalidade de consumo. (LOPEZ, 2011).

2.1 Estrutura do Comércio Exterior brasileiro

O Brasil dispõe de uma ampla estrutura para o comércio exterior, com

atribuições relacionadas às áreas fiscal, cambial e administrativa.

Por serem instâncias bastante abrangentes, o Ministério da Fazenda (MF) e o

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) são os

principais intervenientes nas operações de comércio internacional. Os demais

órgãos possuem competências específicas em relação a determinados produtos.

(SEGRE, 2009)

O Organograma 1, que segue, demonstra a estrutura do comércio exterior

brasileiro, com destaque nos órgãos intervenientes.

Organograma 1 – Estrutura do Comércio Exterior Brasileiro

Fonte: Elaborado pela acadêmica, com base no site do MDIC (2013).

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Assim, de acordo com o organograma apresentado, têm-se os seguintes

órgãos gestores:

a. Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB): Pode-se dizer que

este é um dos órgãos mais importantes dentro do Comércio Exterior

Brasileiro. É o responsável máximo pela política, pela administração,

pela fiscalização, arrecadação tributária e aduaneira, bem como a

fiscalização e o controle do comércio exterior. É ele que controla as

entradas e saídas de mercadoria nos locais alfandegados, realiza a

cobrança de impostos devidos nessas operações e autoriza a sua

nacionalização e desnacionalização. A SRFB é também responsável

pela realização, atualização e aplicação da nomenclatura brasileira de

mercadorias. (KEEDI, 2010).

b. Banco Central do Brasil (BACEN): Criado pela Lei no 4.595, de 31 de

dezembro de 1964, o Banco Central do Brasil integra o Sistema

Financeiro Nacional (SFN) e tem como atribuição executar as

deliberações do Conselho Monetário Nacional (CMN), sendo sucessor

da Superintendência da Moeda e do Crédito, criada em 1945 para

exercer o controle monetário e preparar a organização de um banco

central para o país. Compete ao BACEN efetuar o controle dos capitais

estrangeiros, promover a colocação de empréstimos internos ou

externos, e promover o funcionamento regular do mercado cambial, a

estabilidade relativa das taxas de câmbio e o equilíbrio no balanço de

pagamentos. (SEGRE, 2009).

c. Secretaria de Comércio Exterior (SECEX): A SECEX é o órgão do

MDIC responsável pela formulação de políticas e programas de

comércio exterior, por estabelecer normas necessárias à sua

implementação, propor medidas de política fiscal e cambial, de

financiamento, de recuperação de créditos à exportação, de seguro, de

transportes e fretes. (RATTI, 2011) Complementando, Keedi (2010)

afirma que a SECEX é o órgão encarregado de realizar estatísticas e

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controlar a entrada e saída de mercadorias por meio do Sistema

Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX).

As importações e exportações brasileiras são feitas a partir de um sistema

informatizado que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle de

comércio exterior, mediante um fluxo único e computadorizado de informações. O

nome desse sistema é SISCOMEX, abreviatura de Sistema Integrado de Comércio

Exterior.

O SISCOMEX foi criado pelo Decreto n 660, de 25 de setembro de 1992,

mas somente em 1997, com a criação do SISCOMEX Importação, todo o

processamento administrativo relativo às importações foi informatizado. As

operações passaram a ser registradas via Sistema e analisadas "online" pelos

órgãos que atuam em comércio exterior, tanto os chamados órgãos "gestores"

(SECEX, SRF e BACEN) como os órgãos "anuentes", que atuam apenas em

algumas operações específicas (Ministério da Saúde, Departamento da Polícia

Federal, Comando do Exército etc.).

Diferentemente dos órgãos gestores, os órgãos anuentes são os órgãos que

emitem um parecer técnico para produtos que possuem uma especificidade maior, o

que acontece tanto na importação, quanto na exportação. Cada órgão

responsabiliza-se, dentro de sua área de atuação, por atestar o cumprimento das

exigências nacionais em relação ao produto de sua área de competência (MALUF,

2000).

Sendo assim, os órgãos anuentes no Comércio Exterior são “[...]

credenciados a acessar o SISCOMEX para manifestar-se sobre as operações

relativas a produtos de sua competência, quando previsto em legislação específica.”.

(MALUF, 2000, p. 42).

Dentre estes órgãos, pode-se citar:

a) Banco do Brasil (por meio de delegação da SECEX): conforme cita

Maluf (2000, p. 42) o Banco do Brasil pode atuar na “Emissão de

Certificado de Origem – Form “A”, Certificado de Origem Têxteis para

União Européia, Licença de Exportação – Têxteis para União Européia

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18 e Canadá, Emissão do VISA – Têxteis para os Estados Unidos,

dentre outros.”.

b) Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX): órgão

responsável pelo acompanhamento e controle das operações de

comércio exterior, participando da elaboração de normas de

comercialização, tanto na exportação quanto na importação brasileira.

Tem-se, ainda, além destes, outros anuentes, como por exemplo: a Agência

de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA).

Estes órgãos, juntamente com os órgãos gestores, são os principais

reguladores das operações de importação e exportação do comércio exterior

brasileiro.

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19 3 IMPORTAÇÃO BRASILEIRA: LEGISLAÇÃO APLICADA

No ano de 1988, o Brasil iniciou um processo de abertura comercial através

da implantação de uma nova política de comércio exterior, tendo a inserção do País

no mercado internacional como principal objetivo. Em relação às importações,

destacam-se como principais alterações, a eliminação das barreiras não tarifárias, a

implantação do processo de redução das alíquotas do Imposto de Importação e a

eliminação de grande parte dos regimes especiais, diminuindo o nível e o grau de

proteção das indústrias domésticas. (VIEIRA, 2007)

Vieira (2007, p.15) comenta ainda que:

[...] a redução de tarifas, estabelecido para o período de 1988 a 1994, deveria ser posto em prática de forma gradual, objetivando estabelecer por meio desse mecanismo um importante instrumento de controle das importações. Contudo, em 1992, a autoridade monetária entendeu que seria conveniente alterar o cronograma de reduções para os dois anos seguintes, o que refletiu de maneira positiva nos avanços do processo de abertura comercial brasileira

O avanço da modernização do comércio exterior brasileiro, especificamente

na atividade importadora, se deu no início dos anos 1990. Esse avanço aconteceu

na “Era Collor”, presidida por Fernando Collor de Melo, que formulou as diretrizes e

os objetivos do comércio exterior e sua respectiva execução. Normas específicas

foram implantadas, destacando-se o controle da inflação e a criação de instrumentos

de importação, como abastecimento e modernização das indústrias brasileiras, por

meio da obtenção de tecnologias do exterior. (LUDOVICO, 2012)

Ludovico (2012, p.90) ainda acha importante ressaltar que:

[...] em relação aos aspectos administrativos, tivemos uma verdadeira inversão conceitual sobre as importações, uma vez que, anteriormente ao SISCOMEX, tínhamos todas as operações de importação controladas administrativamente pela antiga Cacex (Carteira de Comércio Exterior), e posteriormente à SECEX, em que esses órgãos permitiam ou não importar e definiam em que condições deveriam ser cursadas as operações, onde, portanto, tudo era controlado.

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Conforme mencionado no capítulo anterior, a importação acontece quando se

realizam transações de compra firmadas pelo país importador. (CAMPOS, 1990).

Assim, subentende-se que a pessoa física ou jurídica, importadora, deverá estar no

Brasil.

As vantagens de importar um produto podem atender a inúmeros propósitos

para cada uma das pessoas física e jurídica. Desta forma, podem-se destacar as

seguintes: a) A qualidade do produto produzido no exterior pode ser o grande

diferencial, o que agrega valor em sua imagem corporativa perante seu mercado; b)

Artigos importados podem melhorar o mix de produtos de suas linhas, aumentando

suas vendas e destacando-se diante de sua concorrência; c) Utilizar matérias-primas

ou peças em suas linhas de produção, o qual podem se beneficiar de impostos

quando estas forem importadas para atender pedidos de exportação. d) O preço

nacional é maior do que o preço praticado no exterior.

Contudo, o mais importante é que a pessoa jurídica ou física tenha clareza

daquilo que uma compra internacional vai agregar valor em seus negócios e/ou na

sua vida. (TRADER ONE, 2004)

Já como quaisquer transações comerciais, a importação apresenta alguns

riscos: a) A mercadoria pode não atender as especificações da compra. b) por ser

uma operação internacional, pode estar sujeita aos acontecimentos do mercado

externo. Estes, por sua vez, podem influenciar no câmbio, uma vez que o

pagamento é realizado em moeda estrangeira. c) O atraso da mercadoria. d) Riscos

de avaria durante o trânsito da mercadoria. e) Outras situações não previstas ou fora

de controle do importador (greves, restrições governamentais, guerras, etc.).

Entretanto, as pessoas físicas ou jurídicas que compram produtos no

mercado internacional ou aquelas que somente trabalham com produtos importados

obtêm um planejamento que diminua estes riscos. (TRADER ONE, 2004)

Segundo informações do MDIC (2012) em relação às importações, as

compras de matérias-primas e produtos intermediários representam 44,7% da pauta

total, e as de bens de capital, 21,8%, demonstrando assim, que a pauta brasileira de

importação é fortemente vinculada a bens direcionados à atividade produtiva.

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Abaixo, algumas tabelas com informações referentes aos principais

fornecedores de mercadorias ao Brasil, quantidade de produtos importados e

desempenho das importações brasileiras no ano de 2012.

A Tabela 1 apresenta os principais países fornecedores de produtos ao Brasil

no ano de 2012.

Tabela 1: Principais países fornecedores ao Brasil

Fonte: MDIC (2012)

Nota-se, conforme tabela apresentada, que no último ano de 2012, a China

foi o principal país fornecedor de mercadorias ao Brasil. A Argentina, como parceira

do Brasil no MERCOSUL, acabou ficando em terceiro lugar, com uma participação

de 7,4%, quase metade da porcentagem da China. É importante ressaltar também a

participação do México nesse fornecimento de mercadorias, apesar de ter ficado em

nono lugar, obteve um crescimento de 18,4% nas suas exportações para o Brasil.

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22

Já a Tabela 2, apresenta os principais mercados fornecedores ao Brasil (por

continente) no ano de 2012.

Tabela 2: Principais Mercados Fornecedores ao Brasil

Fonte: MDIC (2012)

Como se pôde observar, o mercado Asiático foi, em 2012, o principal

fornecedor de produtos ao Brasil. Os países do MERCOSUL, apesar de terem uma

relação comercial com o país, tiveram uma participação de apenas 9,1%. Os

Estados Unidos, apesar da queda de -4,8% no fornecimento de mercadorias, ainda

assim teve uma participação de 14,6% nas importações do país.

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23

E a Tabela 3, apresenta o desempenho das importações no ano de 2012.

Tabela 3: Desempenho das Importações

Fonte: MDIC (2012)

Nota-se na Tabela 3, que os Bens Intermediários são os itens mais

importados, seguindo dos Bens de Capital, Bens de Consumo e por fim, Petróleo e

Combustíveis. Isto significa que a importação de bens de capital, por exemplo,

demonstra que a pauta brasileira de importação tem uma grande vinculação a bens

direcionados à atividade produtiva.

Conclui-se, desta forma que apesar do Brasil ter grande capacidade de

produção de mercadorias e serviços, muitas vezes é necessário que sejam

realizadas importações de produtos que complementem estas matérias-primas que o

País possui.

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24 3.1 Modalidades de Importação

Existem diversas modalidades de importação, cada uma delas se adequa ao

produto a ser importado e possui vantagens e desvantagens para o importador.

A importação direta – também denominada como importação própria – pode

ser definida como a importação em que não há a participação de intermediários na

relação entre o adquirente da mercadoria e o exportador. Nesta modalidade, o

adquirente e o importador são a mesma pessoa (tanto pessoa física, como pessoa

jurídica). A importação poderá ser tanto para consumo próprio, quanto para posterior

revenda. (SEGRE, 2009).

Em relação a recursos financeiros para importação direta, no caso da pessoa

física é necessário apenas verificar a adequação da renda, (que pode ser verificada

pela declaração de renda anual) à operação que ela pretende fazer, caso a caso,

pois pessoa física não pode comercializar a mercadoria importada, salvo artesão ou

produtor rural. (WERNECK, 2011).

Já no que diz respeito à pessoa jurídica, a organização deverá provar que

possui capacidade financeira para realizar as operações e demonstrar a relação da

organização com o responsável que for indicado por meio de contratos sociais ou

estatutos. (WERNECK, 2011).

Na importação indireta, existem duas modalidades, por meio das quais o

importador terceiriza seu processo de Comércio Exterior, a importação por conta e

ordem de terceiros e a importação por encomenda.

A importação por conta e ordem de terceiros é um serviço prestado por uma

empresa – a importadora -, a qual promove, em seu nome, o despacho aduaneiro de

importação de mercadorias adquiridas por outra empresa – a adquirente-, em razão

de contrato previamente firmado, que pode compreender ainda a prestação de

outros serviços relacionados com a transação comercial, como a realização de

cotação de preços e a intermediação comercial. (Art. 1o da IN SRF no 225/02).

Nesta modalidade, o importador atua como prestador de serviços, realizando

o despacho aduaneiro, enquanto o adquirente é o pagador perante o exportador,

cuidando das providências cambiais, admitindo-se ainda a terceirização da operação

de pagamento, do adquirente para o importador. (LOPEZ, 2011).

Já a importação por encomenda é aquela em que uma empresa adquire

mercadorias no exterior com recursos próprios e promove o seu despacho aduaneiro

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25

de importação, a fim de revendê-las, posteriormente, a uma empresa encomendante

previamente determinada, em razão de contrato entre a importadora e a

encomendante, cujo objetivo deve compreender, pelo menos, o prazo ou as

operações pactuadas. (Art. 2º, § 1º, I, da IN SRF nº 634/06).

Desta forma, esta operação tem, para o importador contratado, os mesmos

efeitos fiscais de uma importação própria. Além disto, deve dispor de capacidade

econômica para o pagamento da importação, da mesma maneira que o

encomendante deve ter capacidade econômica para adquirir, no mercado interno, a

mercadoria revendida pelo importador contratado. (LOPEZ, 2011).

A importação via courier é uma atividade de remessa postal internacional,

oriunda da União Postal Universal, que realizava procedimentos de despacho menos

burocratizados, por conta da necessidade de um envio rápido de documentos e

encomendas de um país para outro. O courier pode ser utilizado por pessoa física,

desde que não possua destinação comercial, e por pessoa jurídica, sem cobertura

cambial, para uso próprio ou revenda. (DIAS, 2004)

Segundo informações da INFRAERO (2012), a legislação aduaneira brasileira

permite a importação via courier para pessoas físicas, de encomendas (com frete

internacional incluso) até US$ 3.000,00 (três mil dólares), desde que sua frequência

ou quantidade não permita presumir destinação comercial. Não é permitida a

importação de bens de consumo usados ou recondicionados (exceto os de uso

pessoal), bens cujas importações estejam suspensas ou vedadas, bebidas

alcoólicas, fumo e produtos de tabacaria, armas e munições, e outros bens cujo

transporte aéreo esteja proibido. E para pessoas jurídicas que estiverem no País, é

permitida a importação de bens, sem cobertura cambial, para uso próprio ou em

quantidade necessária para dar conhecimento de sua natureza, espécie e qualidade,

com valor aduaneiro inferior a US$ 3.000,00 (três mil dólares). As demais restrições

são as mesmas da pessoa física.

As empresas de courier, ou de remessas expressas, pertencem à iniciativa

privada e possuem seus próprios critérios de limites de tamanho e peso para

transportar objetos entre diversos países. (WERNECK, 2011)

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26 3.2 Legislações aplicadas nas importações brasileiras

Em um procedimento de importação comum, diversos impostos e taxas

incidem sobre a mercadoria. O Brasil permite que pessoas físicas ou jurídicas

residentes no país comprem mercadorias de que necessitam, porém, pessoas

físicas podem apenas importar para uso e consumo próprio, enquanto pessoas

jurídicas podem importar matérias-primas e produtos para revenda no mercado

interno. (MALUF, 2000)

De acordo com Vazquez (2012, p. 85)

[...] as importações sofrem tributação por ocasião da liberação para o mercado interno, com a nacionalização das mesmas. O Imposto de Importação é o primeiro a ser calculado e, sucessivamente, quando forem devidos, os Impostos de Produtos Industrializados, o de Circulação de Mercadorias e Serviços e demais taxas [...].

Dois fatores são levados em consideração: a especialidade do produto e a

similaridade. Algumas mercadorias são essenciais ao desenvolvimento econômico

do país, como por exemplo, peças que ainda não são fabricadas no Brasil e

matérias-primas que não se encontram com facilidade em nosso território. Essas

importações são facilitadas, incidindo sobre elas um percentual normalmente menor

de imposto. Mas em contrapartida, a entrada de mercadorias, cujo consumo é

essencial, é dificultada através de uma incidência maior de impostos. (MALUF, 2000)

Segundo Werneck (2011, p.125) os tributos relacionados às operações de

comércio exterior de mercadorias, estão divididos em dois grupos: externos e

internos.

[...] os tributos externos, a saber, o Imposto de Exportação e o Imposto de Importação, têm como objetivo regular o comércio exterior, ou seja, suas finalidades são basicamente extrafiscais. Já os tributos internos, entre os quais se incluem o Imposto sobre Produtos Industrializados e o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, tem finalidade tanto fiscal quanto extrafiscal, mas não podem variar em decorrência da origem nacional ou estrangeira da mercadoria, pois o ordenamento jurídico veta que tributos internos incidam mais fortemente sobre mercadorias importadas, privilegiando as nacionais [...].

Os tributos de importação incidem cumulativamente, em uma sequência,

sobre o valor resultante da aplicação do tributo anterior, causando assim, o chamado

efeito “cascata” no resultado final. (LOPEZ, 2011).

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27 3.2.1 Imposto de Importação (II)

De acordo com Ludovico (2012, p. 125), o Imposto de Importação “trata-se de

um imposto praticamente universal, ou seja, a maioria dos países aplica este

tributo.”.

Segundo o Art. 1o do Decreto-lei no 2.472 de 1o de setembro de 1988, o

Imposto de Importação incide sobre mercadoria estrangeira e tem, como fato

gerador, sua entrada no território nacional.

O § 1° deste Decreto-lei diz que para fins de incidência do imposto,

considera-se também estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada,

que retornar ao País, salvo se:

• enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; • devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição; • por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do

país importador; • por motivo de guerra ou calamidade pública; • por outros fatores alheios à vontade do exportador.

De acordo com Werneck (2011, p. 18) “o fato gerador do II [...] ocorre na data

do registro da declaração de importação, do lançamento do crédito tributário, ou

ainda do vencimento do prazo de permanência da mercadoria no recinto

alfandegado.”.

Já a sua base de cálculo, é o valor aduaneiro, que seria o preço da

mercadoria acrescido do frete internacional e do seguro, podendo ter ainda outras

formas de cálculo, dependendo da situação. (WERNECK, 2011).

Em relação à base de cálculo, o Art. 77 do Regulamento Aduaneiro diz que:

Art. 77. Integram o valor aduaneiro, independentemente do método de valoração utilizado [...]: I - o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada no território aduaneiro; II - os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, associados ao transporte da mercadoria importada, até a chegada aos locais referidos no inciso I; e III - o custo do seguro da mercadoria durante as operações referidas nos incisos I e II.

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28 Assim, a Receita Federal do Brasil (2013) diz que o Imposto de Importação

(II) incide sobre a importação de mercadorias estrangeiras e sobre a bagagem de

viajante procedente do exterior. No caso de mercadorias estrangeiras, a base de

cálculo é o valor aduaneiro e a alíquota está indicada na Tarifa Externa Comum

(TEC). E no caso da bagagem, a base de cálculo é o valor dos bens que

ultrapassam a cota de isenção e a alíquota é de cinquenta por cento.

3.2.2 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

Os produtos considerados industrializados são aqueles submetidos a

operações que lhe modifique a sua natureza ou finalidade, ou ainda, o aperfeiçoe

para consumo. (VAZQUEZ, 2012)

O objetivo do IPI, segundo Ludovico (2012, p. 127) “é equiparar o imposto ao

produto importado, para estabelecer igualdade de carga tributária do produto

nacional com o importado.”.

Diferentemente do II, o fato gerador do IPI é o desembaraço aduaneiro,

porém, tem-se realizado o cálculo para recolhimento deste tributo, no momento do

registro da declaração de importação. (WERNECK, 2011).

Já a base de cálculo é o valor aduaneiro, acrescido do montante do II

calculado. É importante ressaltar ainda que as alíquotas do IPI estão dispostas na

Tabela de Incidência do IPI (TIPI), podendo ser de caráter ad valorem ou de caráter

específico. (WERNECK, 2011).

3.2.3 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

O ICMS é um imposto estadual aplicado por todas as unidades da Federação,

não só na circulação de mercadorias nacionais, mas também no produto importado.

(LUDOVICO, 2012)

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29 Seu fato gerador, vinculado à importação, é a entrada de mercadoria

importada no exterior, por pessoa física ou jurídica, inclusive se tratar de bem

destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento. (WERNECK, 2011).

Em relação à base do fato gerador, Vazquez (2012, p. 94) afirma que “[...] é o

montante do Custo da Mercadoria (mais frete e seguros internacionais), mais o

Imposto de Importação, o Imposto sobre Produtos Industrializados, o PIS e o

COFINS.”.

Importante ressaltar ainda que a alíquota é fixada em lei ordinária estadual,

nos casos de importação e, inexiste na exportação. (WERNECK, 2011).

3.2.4 PIS/PASEP Importação e COFINS Importação

Trata-se de contribuição com o objetivo de equiparar os custos de produção

de mercado interno com os produtos importados. Trata-se de contribuição não

cumulativa com lançamentos fiscais, permitindo crédito. (LUDOVICO, 2012)

O fato gerador destas taxas é a entrada de bens estrangeiros no território

nacional, e se considera ocorrido na data do registro da declaração de importação

(WERNECK, 2011).

Já sua base de cálculo corresponde ao valor aduaneiro, acrescido do valor do

ICMS e dos valores das próprias contribuições, ou seja, assim como acontece com

no cálculo do ICMS, a base é integrada pelos montantes das contribuições. (LOPEZ,

2011).

3.2.5 Taxa de Utilização do SISCOMEX (TUS)

A TUS é um tributo de competência da Receita Federal do Brasil, e encontra-

se na Instrução Normativa RFB no 1.158, de 24 de Maio de 2011, conforme abaixo:

Art. 1º O art. 13 da Instrução Normativa SRF nº 680, de 2 de outubro de 2006 , passa a vigorar com a seguinte redação:

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30 Art. 13. A Taxa de Utilização do Siscomex será devida no ato do registro da DI à razão de: I - R$ 185,00 (cento e oitenta e cinco reais) por DI; II - R$ 29,50 (vinte e nove reais e cinquenta centavos) para cada adição de mercadoria à DI, observados os seguintes limites: a) até a 2ª adição - R$ 29,50; b) da 3ª à 5ª - R$ 23,60; c) da 6ª à 10ª - R$ 17,70; d) da 11ª à 20ª - R$ 11,80; e) da 21ª à 50ª - R$ 5,90; e f) a partir da 51ª - R$ 2,95. Art. 2º O art. 1º da Portaria MF nº 257, de 20 de maio de 2011 , aplica-se somente às Declarações de Importação (DI) registradas após a entrada em vigor desta Instrução Normativa. Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor em 1º de junho de 2011.

Através do registro da DI por meio eletrônico, no SISCOMEX, é cobrada esta

taxa calculada em função da quantidade de adições da declaração de importação.

Esta taxa faz parte da base de cálculo do ICMS. (WERNECK, 2011).

3.2.6 Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM)

O AFRMM é um adicional ao frete cobrado pelas empresas brasileiras e

estrangeiras de navegação que realizam operações em portos brasileiros, de acordo

com o conhecimento de embarque e o manifesto de carga, pelo transporte de carga

de qualquer natureza. (VAZQUEZ, 2012).

O fato gerador deste tributo ocorre no momento da descarga da mercadoria

em porto brasileiro e as alíquotas dependem da modalidade de transporte aquaviário

utilizado. (WERNECK, 2011).

O Art. 6o da Lei 10.893, de 13 de Julho de 2004, descreve as alíquotas,

conforme segue:

Art. 6o O AFRMM será calculado sobre a remuneração do transporte aquaviário, aplicando-se as seguintes alíquotas: I - 25% (vinte e cinco por cento) na navegação de longo curso; II - 10% (dez por cento) na navegação de cabotagem; e III - 40% (quarenta por cento) na navegação fluvial e lacustre, quando do transporte de granéis líquidos nas regiões Norte e Nordeste.

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31 A base de cálculo do AFRMM é o frete aquaviário, incluindo todas as

despesas portuárias com a manipulação de carga, tanto na carga como na

descarga. (WERNECK, 2011).

3.3 Importação por pessoa física: legislação aplicada

Toda empresa, para operar com comércio exterior, deve estar cadastrada no

Registro de Exportadores e Importadores (REI), da Secretaria de Comércio Exterior,

com exceção em algumas situações, como por exemplo, importações de até US$

3.000,00 (três mil dólares). (LOPEZ, 2011).

Segundo a Receita Federal (2013), a pessoa física que realizar importação no

valor de até US$ 3.000,00 (três mil dólares), estará sujeita ao pagamento de tributos

de acordo com o Regime de Tributação Simplificada (RTS).

A pessoa física importadora estará sujeita ao pagamento de tributos de

acordo com o Regime de Tributação Simplificada (RTS). Sendo assim, a Receita

Federal (2013) afirma que o RTS poderá ser utilizado no despacho aduaneiro de

importação de bens integrantes de remessa postal ou de encomenda aérea

internacional no valor de até US$ 3.000,00 ou o equivalente em outra moeda,

destinada à pessoa física ou jurídica, mediante o pagamento do Imposto de

Importação calculado com a aplicação da alíquota de 60% (sessenta por cento),

independentemente da classificação tarifária dos bens que compõem a remessa ou

encomenda.

As importações, às quais são aplicadas o RTS, não estão sujeitas à cobrança

(isentas) dos demais tributos incidentes das operações de importação, que são:

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/PASEP e a COFINS incidentes na

importação. As importações efetuadas por meio do RTS podem ainda sofrer

tributação do ICMS, de acordo com a alíquota de cada unidade da federação.

O registro de pessoa física deve ser providenciado antecipadamente junto à

Receita Federal do Brasil. Para realizar a habilitação de Pessoa Física (PF) no

RADAR, é necessário preencher o requerimento de habilitação, conforme Anexo A.

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32 Art. 8 º A habilitação da pessoa física será solicitada mediante requerimento, conforme o modelo constante do Anexo Único a esta Instrução Normativa, apresentado em qualquer unidade da RFB, e deverá ser instruído com os seguintes documentos: I - cópia do documento de identificação com foto; II - instrumento de mandato do representante e cópia de seu documento de identificação, quando for o caso; III - nota fiscal de produtor rural, quando for o caso; e IV - cópia da carteira de artesão, quando for o caso. [...] (IN SRF no 1.288/12)

Deverá realizar a habilitação no RADAR, pessoa física que, segundo Art. 2º

da Instrução Normativa 1.288 de 31 de agosto de 2012 da SRF:

[...] II - pessoa física, no caso de habilitação do próprio interessado, inclusive quando qualificado como produtor rural, artesão, artista ou assemelhado. [...] § 2 º A pessoa física habilitada nos termos do inciso II do caput poderá realizar tão somente: I - operações de comércio exterior para a realização de suas atividades profissionais, inclusive na condição de produtor rural, artesão, artista ou assemelhado; II - importações para seu uso e consumo próprio; e III - importações para suas coleções pessoais. [...].

A pessoa física somente poderá importar mercadorias em quantidades que

não revelem práticas de comércio e desde que não se configure habitualidade, com

exceção de agricultor ou pecuarista, artesão, artista ou assemelhado que esteja

registrado como profissional autônomo. (LOPEZ, 2011).

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33 4 IMPORTAÇÃO DE GUITARRAS POR PESSOA FÍSICA: PROCEDIMENTOS

E EXIGÊNCIAS

A empresa ou pessoa física que desejar realizar importação deverá informar-

se previamente a respeito da mercadoria, condições de compra, viabilidade de

venda no país e possibilidade de adquirir produto nacional em condições iguais ou

mais vantajosas, antes de realizar cadastramento como importador. (VAZQUEZ,

2012).

De acordo com a Receita Federal do Brasil (2013), a habilitação, também

conhecida como habilitação no RADAR, consiste no exame prévio daqueles que

pretendem realizar operações de comércio exterior. Toda pessoa física ou jurídica,

antes de iniciar suas operações de comércio exterior, deve comparecer a uma

unidade da Receita Federal para obter sua habilitação.

4.1 Do Registro na Receita Federal

A inscrição no Registro de Exportadores e Importadores (REI) da Secretaria

de Comércio Exterior é uma condição para empresas, entidades e pessoas físicas

atuarem como importadores ou exportadores no Brasil. (VAZQUEZ, 2012).

Segundo a Instrução Normativa no 1.288, de 31 de Agosto de 2012, existem 3

modalidades de habilitação na Receita Federal, expressa, ilimitada e limitada,

conforme segue:

ART. 2º A habilitação, de que trata o art. 1 º , será requerida pelo interessado, e poderá ser deferida para uma das seguintes modalidades: I - pessoa jurídica, nas seguintes submodalidades: a) expressa, no caso de: 1. pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, com ações negociadas em bolsa de valores ou no mercado de balcão, bem como suas subsidiárias integrais; 2. pessoa jurídica autorizada a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul), nos termos da Instrução Normativa SRF n º476, de 13 de dezembro 2004 ; 3. empresa pública ou sociedade de economia mista;

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34 4. órgãos da administração pública direta, autarquia e fundação pública, órgão público autônomo, organismo internacional e outras instituições extraterritoriais; 5. pessoa jurídica habilitada para fruir dos benefícios fiscais previstos na Lei n º 12.350, de 20 de dezembro de 2010 ; e 6. pessoa jurídica que pretende atuar exclusivamente em operações de exportação; b) ilimitada, no caso de pessoa jurídica cuja estimativa da capacidade financeira a que se refere o art. 4 º e seus parágrafos seja superior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América); ou c) limitada, no caso de pessoa jurídica cuja estimativa da capacidade financeira a que se refere o art. 4 º e seus parágrafos seja igual ou inferior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América); [...]

Assim, conforme mencionado no capítulo anterior, para que pessoa física

possa realizar uma importação é necessário o preenchimento da habilitação

conforme Anexo A.

Em relação à pesquisa realizada pela acadêmica, a habilitação para esta

importação deve ser de acordo com o inciso II do § 2º da IN 1.288/12, importação

para uso e consumo próprio.

4.2 Do Contato com o Fornecedor

O Código de Defesa do Consumidor define fornecedor como sendo toda

pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, que

desenvolve atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,

importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação

de serviços. (Aert. 3o, Lei no 8.078 de 11 de Setembro de 1990).

Assim, Cobra (1992, p.126) afirma que “[...] o comportamento dos

fornecedores precisa ser cuidadosamente monitorado, pois as suas alterações de

custos frequentemente afetam o preço final do produto, uma vez que a matéria-

prima é um importante item do custo total.”.

Com a intenção de importar um modelo de guitarra que ainda não se encontra

no Brasil, a acadêmica entrou em contato com a Gibson Guitar Corporation,

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fabricante de guitarras dos Estados Unidos, e questionou a respeito da

disponibilidade de alguns modelos diferenciados.

Após verificar qualidade e preços, o modelo escolhido foi a Guitarra Gibson

LPX, ano 2013 (imagem 1), um modelo totalmente automatizado que realiza a

afinação de cordas automaticamente, sem necessidade de aparelhos ou ”afinação

de ouvido”. O modelo também realiza o encaixe automático das cordas.

Imagem 1:Guitarra Gibson LPX, Honeyburst – 2013

Fonte: Gibson (2013)

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Após a escolha do modelo, a acadêmica solicitou o auxílio da empresa Trade

Júnior Assessoria e Consultoria em Comércio Exterior para encontrar um possível

fornecedor desta mercadoria. Foi solicitada então, uma Fatura Proforma à empresa

EMIEX Corporation, de Miami – Flórida.

Conforme Fatura Proforma que se encontra no anexo B, a forma de

pagamento oferecida pelo exportador foi o Pagamento Antecipado e o Incoterm foi o

FCA.

4.2.1 Incoterms

Os Incoterms, criados em 1936, pela Câmara de Comércio Internacional

(CCI), definem os direitos e obrigações mínimas do vendedor e do comprador da

mercadoria, estabelecendo assim um consenso quanto a fretes, seguros,

movimentação em terminais, liberação em alfândegas e obtenção de documentos de

contrato, sempre prevendo a qual cabe à responsabilidade pelos bens, perante o

outro, durante o cumprimento de cada etapa da negociação. (LOPEZ, 2011).

Além das dificuldades naturais de compreensão em função do uso de língua

estrangeiras em uma negociação internacional, as partes (comprador e vendedor)

ainda têm que lidar com costumes e práticas comerciais diferentes, podendo levar a

futuros desentendimentos, mesmo ambas as partes agindo de boa-fé. (WERNECK,

2011).

Assim, da mesma maneira como são negociados alguns produtos com a

Trade Júnior, a empresa EMIEX ofereceu o Incoterm para negociação, e que consta

na Fatura Proforma do anexo C, o FCA (Free Carrier). FCA é o Incoterm em quem o

vendedor completa suas obrigações assim que entrega a mercadoria,

desembaraçada para exportação, aos cuidados de um representante do comprador

(transportador ou não), no local designado do país de origem. (LOPEZ, 2011).

4.2.2 Transporte Internacional

A evolução humana foi acompanhada pelo desenvolvimento dos sistemas de

transportes, que foram se adequando através dos tempos. A capacidade e a rapidez

dos

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modernos meios de transporte internacional têm possibilitado a realização e a

movimentação de cargas no mundo. (DIAS, 2004).

Conforme acordo com o exportador, o importador poderá escolher uma

empresa especializada para o transporte da mercadoria, de acordo com a

necessidade, a natureza e os prazos estabelecidos, sempre observando a rapidez, a

segurança e o menor custo. (DIAS, 2004).

Após escolha da modalidade de transporte, é solicitada, então, uma cotação

de frete da mercadoria.

Frete é o valor cobrado pelo transporte da mercadoria. Calculado em função

de diversos fatores, tais como: peso, volume, valor da mercadoria, tipo da

embalagem, natureza do produto (perecível, frágil, etc.) e natureza do transporte.

(WERNECK, 2011).

O frete aéreo, modalidade escolhida pela acadêmica em função do peso e do

tamanho do produto, pode ser negociado, segundo Lopez (2011, p. 464)

“diretamente com o transportador ou com um agente de carga credenciado. [...]”.

Ainda contando com o auxílio da Trade Júnior, foram solicitadas duas

cotações de frete aéreo às empresas X e Y. A empresa X encaminhou uma cotação

com valor final em USD 332,50, enquanto que o valor final da cotação da empresa Y

foi de USD 262,58. Apesar da diferença entre uma cotação e outra ter sido pequena,

a acadêmica optou por utilizar o frete da empresa X por possuir um transit time

menor.

4.3 Contratação dos Serviços

Para realizar uma importação por pessoa física, é necessário contratar uma

empresa especializada nestes serviços. No caso da acadêmica, o processo de

assessoria e consultoria desta mercadoria foi realizado pela empresa Trade Júnior.

Assim, a contratação do serviço de despacho também se dará pela Trade

Júnior.

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38

O despachante aduaneiro é um profissional registrado na Receita Federal do

Brasil, que pode representar, perante a Receita, o importador ou o exportador

durante o processo de desembaraço de suas mercadorias. (WERNECK, 2011).

Os valores de serviços estarão detalhados na planilha de custos finais,

capítulo 4.5.

4.4 Classificação Fiscal e Tratamento Administrativo

A classificação fiscal de mercadorias é importante, não somente para

determinar tributos envolvidos nas operações de importação e de saídas de

produtos industrializados, mas também para fins de controle estatístico e

determinação do tratamento administrativo requerido para um determinado produto.

(DIAS, 2004).

O produto foi classificado na NCM 9207.90.10, e possui descrição, conforme

quadro abaixo:

Quadro 1: Descrição NCM Fonte: Elaborado pela acadêmica com base no site da Aduaneiras (2013)

Assim, Werneck (2011, p. 149) afirma que, “para ser determinada a alíquota

aplicável à importação de uma dada mercadoria, é necessário primeiro classificar o

produto segundo NCM, para depois, com código obtido, consultar a TEC e obter a

alíquota.”.

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Em relação às alíquotas do produto, segue quadro da TEC com dados:

Quadro 2: TEC Fonte: Aduaneiras (2013)

Já sobre o Tratamento Administrativo, para poder realizar importações em

que o valor seja maior que US$ 3.000,00 (três mil dólares), o importador deve estar

cadastrado no Registro de Exportadores e Importadores (REI), da Secretaria de

Comércio Exterior (SECEX), cuja inscrição é automática no ato da primeira operação

de importação. É importante ressaltar ainda que a pessoa física somente poderá

realizar importação de mercadorias em quantidades que não revelem a prática

comercial. (LOPEZ, 2011).

De acordo com as disposições da Portaria Secex nº 23, DOU 19/07/2011,

para verificar os produtos que estão sujeitos a Licenciamento Automático e não-

Automático, e outras exigências vigentes na realização da importação, deverá ser

consultada a tabela Tratamento Administrativo do SISCOMEX.

Em relação às modalidades das importações brasileiras, o Art. 12 da Portaria

no 23, diz que:

Art. 12. O sistema administrativo das importações brasileiras compreende as seguintes modalidades: I - importações dispensadas de Licenciamento; II - importações sujeitas a Licenciamento Automático; e III - importações sujeitas a Licenciamento Não Automático.

No caso da importação de guitarra, se enquadra no item I do Art. 12,

importações dispensadas de licenciamento, pois só precisará ter licenciamento de

importação quando o produto for guitarra elétrica para crianças, conforme notas do

tratamento administrativo, anexo C.

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40 4.5 Planilha de Custos Finais

Confeccionar a planilha estimativa de custos serve para que o importador

possa fazer uma comparação entre o preço final da mercadoria importada e o preço

dela no país de destino.

A acadêmica, com o auxílio da Trade Júnior, confeccionou a planilha de

custos finais para importação da guitarra. Com valor final de R$ 18.247,29 (dezoito

mil duzentos e quarenta e sete reais e vinte e nove centavos). Como não há isenção

de impostos para pessoa física não credenciada como músico na Ordem dos

Músicos do Brasil (OMB), a importação deste produto seria um fato a ser

considerado.

Quadro 3: Planilha de Custos Finais

Fonte: Elaborado pela acadêmica, com auxílio da Trade Júnior (2013)

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41

Conforme a Lei no 12.865, de 09 de Outubro de 2013, publicada no D.O.U no

dia 10 de Outubro de 2013, houve uma alteração na base de cálculo dos impostos

PIS e COFINS. A alteração exclui da base de cálculo das contribuições: o ICMS, as

próprias contribuições, o IPI, e o Imposto de Importação.

Por este motivo, foi confeccionada uma nova planilha de custos para uma

comparação no valor final da importação nos dois casos.

A segunda planilha, foi confeccionada no dia 11 de Outubro de 2013, e o

valor final da mercadoria ficou em R$ 14.156,71 (quatorze mil cento e cinquenta e

seis reais e setenta e um centavos).

Após esta significativa mudança, a importação acabaria se tornando viável,

por conta do modelo escolhido ainda não estar disponível no Brasil.

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42 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho abordou a importação de guitarra destinada à pessoa

física e a legislação vigente no país para tal produto.

A realização desta pesquisa foi de significativa importância para a acadêmica,

pelo seu interesse no tema estudado, além de poder servir como instrumento de

estudo e pesquisa para a comunidade e à universidade, que poderão utilizar desta

fonte para futuras importações.

Os objetivos propostos, neste trabalho, foram alcançados, mostrando as

principais definições do Comércio Internacional, sua importância frente às

importações que são realizados no país, contribuindo para a diversificação dos

produtos e aumento da competitividade. Apresentando ainda a estrutura de órgãos

intervenientes do comércio exterior brasileiro, sendo este um dos objetivos

específicos desta pesquisa.

Conforme proposto no segundo objetivo, a pesquisa destacou a importação

brasileira, fazendo uma breve introdução a respeito da sua evolução histórica,

comentando vantagens e desvantagens de se realizar uma importação, destacando

e dando ênfase às principais modalidades de importação e à legislação aplicada na

importação por pessoa física.

E, concluindo os objetivos, o último fez uma descrição dos procedimentos a

serem considerados na importação de guitarra por pessoa física, destacando como

foi realizada a escolha do modelo a ser importado, o contato com o fornecedor com

o auxílio da Trade Júnior, as solicitações de cotação de frete, o tratamento

administrativo, a classificação fiscal da mercadoria e a finalização do capítulo com a

confecção da planilha estimativa de custos e a viabilidade ou não da importação do

produto.

Foram encontradas algumas dificuldades ao longo do processo de elaboração

deste trabalho, pois não existem muitas bibliografias que foquem ou comentem com

mais profundidade a respeito da importação por pessoa física.

Assim, a pesquisa foi encerrada alcançando todos os objetivos propostos e a

acadêmica espera que o presente trabalho possa contribuir para futuras pesquisas

acadêmicas.

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43 REFERÊNCIAS

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46 ANEXOS

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47 ANEXO A - REQUERIMENTO DE HABILITAÇÃO

I. IDENTIFICAÇÃO DO REQUERENTE/INTERESSADO 1. Nome / Nome empresarial / Razão Social (sem abreviações) 2. CPF/ CNPJ 3. Código da Natureza Jurídica e descrição 4. Endereço completo do estabelecimento matriz (logradouro, nº, complemento, bairro, cidade, estado e CEP) 5. Sítio da Internet (endereço da página na Internet) 6. Telefones de contato (máximo 3) 7. Capital Social Integralizado: R$

8. Opção pelo RTU SIM NÃO

9. Tipo do requerimento � Habilitação

�� Revisão de Estimativa

�� Alteração de Responsável Legal

10. Modalidade � Pessoa Física �� Pessoa Jurídica

11. Atividade a ser desempenhada: Importação Exportação

12. Tipo de Alteração de Responsável Legal � Substituição Inclusão Exclusão 13. Processo:

II. IDENTIFICAÇÃO DA SUCESSORA 1. Nome empresarial / Razão Social (sem abreviações) 2. CNPJ 3. Código da Natureza Jurídica e descrição

III. IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL PERANTE O SISTEMA INFORMATIZADO 1. Nome completo (sem abreviações) 2. CPF 3. Documento Identidade / Órgão emissor 4. Qualificação 5. Despachante Aduaneiro (somente para pessoa física)

SIM NÃO 6. Endereço completo (logradouro, nº, complemento, bairro, cidade, estado e CEP) 7. Endereço eletrônico (“e-mail”) 8. Telefones de contato (máximo 3)

IV. IDENTIFICAÇÃO DO PROCURADOR 1. Nome completo (sem abreviações) 2. CPF 3. Documento Identidade/Órgão emissor 4. Endereço completo (logradouro, nº, complemento, bairro, cidade, estado e CEP) 5. Endereço eletrônico (“e-mail”) 6. Telefones de contato (máximo 3)

V. DECLARAÇÃO O requerente ou seu procurador, adiante assinado, declara expressamente, sob as penas da lei, ter optado pelo Domicílio Tributário Eletrônico, estar autorizado a pleitear a habilitação em nome da pessoa qualificada no quadro I, e que as informações prestadas são verdadeiras.

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48 VI. FIRMA / ASSINATURA Responsável / Procurador: 1. Data:

2. Assinatura:

Anexo Único da Instrução Normativa RFB no 1.288, de 31 de Agosto de 2012.

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49 ANEXO B – FATURA PROFORMA

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50 ANEXO C – TRATAMENTO ADMINISTRATIVO

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51 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nome do estagiário

Fernanda Vargas Braz

Orientador de conteúdo

Profa. Esp. Dannielly Freitas Voges

Responsável pelo Estágio

Profa MSc. Natalí Nascimento