trabalho de geografria - vulcanismo no brasil

15

Click here to load reader

Upload: vlademir-monteiro

Post on 06-Aug-2015

95 views

Category:

Documents


8 download

TRANSCRIPT

Page 1: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS

ATUAÇÃO VULCÂNICA NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Palmeira dos Índios – AL

Abril de 2009

Page 2: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

Anderson Rodrigo Vienna

Vlademir Monteiro dos Santos

ATUAÇÃO VULCÂNICA NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Trabalho realizada como par-

te das atividades para obtenção de

nota na disciplina de Geografia.

Palmeira dos Índios –AL

Abril de 2009

Page 3: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

SUMÁRIO

II. Introdução ............................................................................ 01

II. Desenvolvimento .................................................................. 02

III. Conclusão ........................................................................... 06

IV. Bibliografia ......................................................................... 07

Page 4: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

INTRODUÇÃO

Habitou-se a afirmar que o território brasileiro está isento de atividades vulcânicas. Na

verdade, deve se concordar que inexistem vulcões ativos. Contudo, quando analisada

sua formação geológica, observa-se que em tempos bastante remotos ocorriam

constante e intensamente. Por exemplo, a primeira manifestação desse tipo se data de

três bilhões de anos, sucedida na Era Mesozóica, e a mais recente, oitenta milhões,

tendo esta última originado algumas de nossas ilhas oceânicas (Fernando de Noronha).

Page 5: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

“Vulcões não temos; mas nosso território os teve, em profusão, e foi, entre outros fatores, por eles conformado.”

Carneiro & Almeida

Define-se vulcanismo como atividade que se manifestam no interior da Terra, resultante da elevação da temperatura e da pressão das rochas, e que tem por consequência a ascensão do magma à superfície. O magma pode fluir por dois modos: explosivo, quando além dele, há o lançamento de rochas, ocorrendo o surgimento de vulcões;

passivo, em que se derrama através de fendas, preenchendo vales e planícies.

O vulcão é uma abertura de forma cônica, terrestre ou marítima, por onde extravasa a lava (magma em estado de fusão), proveniente da câmara magmática. Constitui-se

basicamente de cratera, chaminé e bolsão.

Pode-se dizer que vulcões se originam em decorrência de três processos: 1-Distanciamento da placas tectônicas adjacentes, conforme se separam, em seus limites, se formam cadeias vulcânicas; 2- Colisão de duas ou mais placas, tendendo uma delas

afundar sob a outra, e derreter-se, o que viabiliza a vinda do magma a litosfera; 3- Ação nas áreas de tensão, localizadas nas proximidades dos centros de atividades do manto, no qual se produz significante volume de substância magmática que sobe de moda a

penetrar a placa.

Os vulcões se concentram no Círculo de Fogo do Pacífico, sendo os principais o Mauna Loa e o Kilauea, ambos no Havaí.

Page 6: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

O Brasil está na parte central da Placa Sul-Americana, portanto, afastado de suas fronteiras. O limite dela, a leste, se posiciona no fundo do oceano Atlântico, próximo da

metade da distância entre o Brasil e a África, enquanto, a oeste, fica junto ao litoral ocidental da América Latina. O distanciamento dos limites da Placa Sul-Americana é

o motivo porque não há vulcões atualmente no Brasil.

Contudo, existem evidências de manifestações vulcânicas e subvulcânicas, no território brasileiro, no decorrer do tempo geológico, algumas relativamente antigas, e outras

bastante recentes. Dependendo do período, os eventos distinguem entre si e se sucederam em diferentes áreas.

Arqueano

As primeiras manifestações encontradas em nosso país datam de aproximadamente 3 bilhões de anos e são encontradas no Pará, nos municípios de Rio Maria, Xinguara,

Redenção e no sul da Serra do Carajás. Dados geológicos indicam que atividade vulcânica se estendeu pelo Mato Grosso e territórios vizinhos.

Proterozóico Inferior

Em ordem cronológica, o segundo grande evento foi o vulcanismo de Uatumã, também no norte, constituído de diversas atividades que se prolongaram por um extenso período geológico. Esse magmatismo tem idade entre 2,2 e 1,7 bilhões de anos e abrangem áreas

dos estados do Mato Grosso, Amazonas, Pará e Roraima, além de porções da Venezuela, Guiana e Suriname. Identificou-se, entre os rios Tapajós e Jamanxin, um

dos vulcões responsáveis por esses eventos, portanto, concluí-se que consiste em um da estruturas vulcânicas mais antigas da Terra. Atualmente, possui a forma de uma caldeira

originada a partir da “demolição” do edifico vulcânico.

Proterozóico Superior e Paleozóico Inferior

Inúmeras rochas vulcânicas se constituíram através da separação do Supercontinente Rodínia e da formação do Gondwana, as quais depois se transformaram em

metamórficas devido às mudanças das condições de pressão e temperatura no processo de surgimento dos cinturões montanhosos.

Com a diminuição da temperatura e da pressão, tais rochas puderam ser preservadas. Costuma-se associá-las as bacias sedimentares desenvolvidas nos estágios finais da fase

de colisão continental. O rápido recobrimento por sedimentos isolou as rochas vulcânicas da erosão, permitido sua conservação.

Entre as muitas ocorrências nacionais, no Rio Grande do Sul, destacam-se dois eventos principais ligados a bacia sedimentar do Camanquã: o vulcanismo Hilário, ocorrido há cerca de 600 milhões de anos, situado próximo das cidades de Caçapava do Sul, Lavras

do Sul e Vila Nova; vulcanismo Acampamento Velho, o qual se sucedeu faz aproximadamente 580 milhões de anos, contendo rochas vulcânicas básicas e ácidas.

Cretáceo Inferior

No período anterior houve a origem do supercontimente Gondwana. Este agora se fragmentava, separando completamente América do Sul, África, Antártida, Índia e Austrália. A ruptura se acompanhou de imensas fraturas, da reativação de falhas

tectônicas antigas e da cobertura de extensas áreas por lavas. Um magmatismo basáltico

Page 7: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

de imensas proporções afetou todas as bacias sedimentares brasileiras, inclusive de países vizinhos, sendo considerado um dos relevantes eventos vulcânicos da Terra.

Na Bacia do Paraná - além de parte do Brasil, do Uruguai, da Argentina e do Paraguai, abrangia a Namíbia -, onde a extrusão de lava de composição basáltica teve gigantescas dimensões, derrames emergiram de fraturas profundas e se empilharam sucessivamente

formando uma espessura de até 1.700m na parte central e se estendendo por mais de 1.200.000². Nas demais bacias, esses valores foram bastante inferiores, em torno,

respectivamente, de 400m e 700m na do Parnaíba e Amazônica. Muitas vezes, o magma penetrava ao longo de fendas, criando diques, ou intrometia-se entre camadas

sedimentares, o que se resultava em soleiras.

O magmatismo da Bacia do Paraná se se evidencia no Parque Nacional dos Aparados da Serra, no litoral de Torres, nas belíssimas Cataratas do Iguaçu e nas escarpas da serra

gaúcha e catarinense.

Cretáceo Médio

Durante o Cretáceo Médio aconteceu um evento na região de Recife, denominado de vulcanismo Ipojuca, que provavelmente se prolongou por Itapororoca, na Paráiba. Esse

magmatismo pode se relacionar com a tectônica da margem continental brasileira e abertura do oceano Atlântico, no Nordeste.

Cretáceo Superior

O final do Cretáceo se sobressaiu na formação de rochas vulcânicas no Brasil, ocorrendo manifestações tardias no Terciário Inferior. Nesse període, se verifica

magmatismo alcalino desde a região Sul até o Nordeste do Brasil. Faz-se necessário informar que os resultados deste evento foram destruídos pela erosão, restando apenas

seus equivalentes intrusivos ou subvulcânicos.

Na porção austral do país, esse magmatismo se processou ao longo de estruturas soerguidas e falhadas marginais ou transversais aos limites da Bacia do Paraná, ou no interior desta. No Rio Grande do Sul, este grupo de rochas se apresenta, especialmente em Piranti-Canguçú, por diques, soleiras, chaminés fonolíticas e intrusões – datando-se de 80 milhões de anos. Em Santa Catarina, destaca-se o Complexo Alcalino de Lages, com a mesma idade do citado anteriormente. Nele afloram materiais semelhantes ao

plutônio e diques de rochas subvulcânicas fonolítcas.

No Sudeste, o Complexo Alcalino de Poços de Caldas, que ocupa 800km² se classifica com uma das mais notáveis ocorrências de magmatismo alcalino do término do

Page 8: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

Cretáceo no Brasil e talvez do mundo. De formato circular, interpretado como uma grande caldeira vulcânica, situa-se numa zona de encontro de lineamento e dobramentos

antigos, orientados segundo noroeste-nordeste. Rochas vulcânicas se encontram em raridade nesse maciço, em virtude da erosão da parte superior do edifício vulcânico. Na

Serra do Mar, patenteam-se centros de rochas alcalinas. Distinguem-se por suas dimensões, os maciços de Itatiaia e Passa-Quatro, Gericinó-Medanha, Rio Bonito,

Tinguá, e da Ilha de São Sebastião. Configuram intrusões, possíveis chaminés, muitos diques, derrames e rochas piroclásticas.

Lavas do Terciário atingiram o vale do Paraíba, Cabo Frio, Volta Redonda, São José do Itaborái, Campo Grande, Nova Iguaçú e a bacia de Guanabara. Para explicá-las existe a

hipótese de que se relacionam com o cruzamento de lineamentos tectônicos que viabilizaram a ascensão dos corpos magmáticos, e a de que a resposta está na pluma

mantélica da região.

Terciário

O vulcanismo alcalino se manifestou no Nordeste somente no período Terciário, em especial, na Paraíba e no R. Grande do Norte, e, paralelamente, no Ceará e na Bahia. As rochas ígneas potiguaras constituem diques, plugs, necks e derrames de lava. Agrupam-

se no evento vulcânico Macau. Datações produziram idades que variam entre 42 e 29 milhões de anos. Distanciando-se de Fortaleza, há diques e necks de rochas alcalinas,

que se encaixam no Vulcanismo de Messejana.

Terciário e Quartenário

No território rio-grandense-do-norte, a oeste da cidade de Lages, se localiza o Pico Cabugi, um neck subvulcânico que registra uma das mais jovens manifestações

magmáticas do Brasil (19,7 milhões de anos). Eleva-se a 500 metros de altura em relação da planície ao seu redor.

Em Porto Seguro, precisamente na praia de Pitanga, estão presentes, entre as falésias da Formação Barreiras e o mar, rochas vulcânicas basálticas. Estima-se que sejam do

Mioceno (20 milhões de anos) ou Pilioceno (2 milhões de anos).

Têm-se como as atividades vulcânicas mais recentes e últimas do Brasil as ilhas oceânicas de Fernando de Noronha, Trindade e Martin Vaz.

Page 9: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

Fernando de Noronha

O arquipélago se distancia a 345 km de nossa costa litorânea e corresponde aos topos de uma montanha vulcânica submersa que se ergue do assoalho oceânico situado em torno de 4000 metros de profundidade. Por toda extensão da Cadeia de Fernando de Noronha até o litoral cearense emergem sublevações vulcânicas submarinas arrasadas pelo mar e recobertas por recifes de algas e areias calcárias. É possível encontrar facilmente rochas

subvulcânicas e vulcânicas pelas ilhas.

Trindade

A pequenina ilha de Trindade situa-se no Oceano Atlântico Sul aproximadamente no paralelo de Vitória, Espírito Santo, afastada 1.140 km da costa e a 48 km da ilha de

Martim Vaz. É o cume erodido de uma grande montanha vulcânica que faz parte de um lineamento de montes vulcânicos submarinos, o lineamento Vitória-Trindade. Repousa

sobre o assoalho oceânico a quase 5.500 m de profundidade. É o único local em território brasileiro em que ainda se pode reconhecer parte de um cone vulcânico

extinto, o Vulcão do Paredão.

Martim Vaz

As ilhas de Martim Vaz constituem um arquipélago formado de uma ilha principal com 600 metros de largura e 175 metros de altura, e de duas ilhas menores e de alguns

rochedos. O arquipélago faz parte do lineamento Vitória-Trindade e situa-se a 48 km de distância da ilha de Trindade. Foram identificadas rochas vulcânicas alcalinas, mas suas

idades ainda permanecem incertas, porém, provavelmente são similares as idades obtidas em Trindade.

Page 10: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

CONCLUSÃO

Torna-se implausível dizer que nosso território não abrigou vulcões. O estudo da

formação geológica brasileira apresenta magníficas descobertas em relação da atuação

vulcânica no país. De acordo com o período, tais atividades se concentram em

diferentes regiões. Cada uma com sua particularidade. Isso se evidencia com clareza

nas extraordinárias Cataras do Iguaçu, resultado do magmatismo na Bacia do Paraná.

Tem-se ainda o Complexo Alcalino de Poços de Caldas, considerados por muitos

pesquisadores um dos maiores vulcões que já existiram na Terra. Não se deve hesitar

em citar o famoso arquipélago de Fernando de Noronha. Provavelmente poucos sabem

que esse conjunto de ilhas possui origem vulcânica. Bem, uma coisa é certa: no Brasil

não se vê vulcões ativos há milhões de anos, e que isso dure pelas próximas eras.

Page 11: Trabalho de Geografria - Vulcanismo No Brasil

BIBLIOGRAFIA

http://www.vulcanoticias.hpg.ig.com.br/brasil.html. Acesso em: 18 de março, 2009, às

18h48min.

http://www.cprm.gov.br/Aparados/vulc_pag12.htm. Acesso em: 18 de março, 2009, às

18h10min.

http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=280&sid=23.

Acesso em 18 de março, 2009, às 21h10min.

POPP, José Henrique. Geologia Geral. LTC, 2002.