trabalho de direito empresarial iii

Upload: siciane-cerqueira

Post on 03-Mar-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/26/2019 Trabalho de Direito Empresarial III

    1/8

    Conceito de Alienao Fiduciria em garantia

    Um pouco diferente dos dias atuais. Fidcia entendia-se como um contrato

    de confiana, onde as pessoas passavam seus bens a outras com o objetivode proteg-los de circunstncias aleatrias, com a ressalva de serem essesdevolvidos quando entendia o proprietrio que n!o necessitava mais dessamedida preventiva. "ra con#ecida como fidcia cum amico e n!o tin#afinalidade de garantia. $as essa modalidade se transformou passando a ser ac#amada fidcia cum creditore, onde o devedor transferia a propriedade dobem ao credor at% que efetuasse o pagamento da d&vida a institui!o financeirae o 'evedor Fiducirio que % aquele a quem % concedido o financiamentodireto. "m outras palavras, a aliena!o fiduciria % um contrato pelo qual uma

    das partes (fiduciante) aliena um bem para outra (fiducirio) sob a condi!o deele ser restitu&do a sua propriedade quando verificado determinado fato, trata-se de um contrato-meio, que instrumentali*a outros contratos.

    + aliena!o fiduciria em garantia % a aliena!o fiduciria queinstrumentali*a o mtuo, sendo muturio o fiduciante e mutante o fiducirio.

    "ssa aliena!o fa*-se em fidcia, de modo que o credor tem apenas odom&nio resolvel e a posse indireta da coisa alienada, ficando o devedor comoo seu depositrio e possuidor direto. om a efetiva!o do pagamento da

    d&vida, ou seja, com a devolu!o do din#eiro emprestado, resolve-se o dom&nioem favor do fiduciante, que volta a ser titulari*ar a plena propriedade do bemdado como garantia. "ssa forma de negocia!o tem uma larga utili*a!o nofinanciamento de bens de consumo durveis, mas pode ter por objeto coisacorprea ou direito j pertencente ao devedor (/, mula 01).

    " importante salientar que, o objeto da aliena!o fiduciria em garantiapode ser bem mvel ou imvel. + aliena!o fiduciria de bem mvel, %aquela cuja contrato celebrado no mbito do mercado financeiro ou de capitaisou vise garantir cr%ditos fiscais ou previdencirios ('ec. 23ei n. 455674,art. 18-

    +), % importante salientar que a mora ou inadimplemento do fiduciante acarretaa pronta e9igibilidade das presta:es vicendas e possibilita ao fiduciriorequerer em ju&*o a busca e apreens!o do bem objeto do contrato. aso n!o#aja o pagamento integral do pagamento de todo o valor devido pelo fiducianteem ; (cinco) dias aps a e9ecu!o da ordem judicial limiar de busca eapreens!o, a propriedade sobre o objeto de contrato consolida-se nopatrim

  • 7/26/2019 Trabalho de Direito Empresarial III

    2/8

    =uando a aliena!o fiduciria em garantia se trata de bem imvel, n!o %caso de busca e apreens!o ou depsito. >s direitos do credor fiduciriotornam-se efetivos por meio da consolida!o, em seu nome, da propriedade.

    "ssa consolida!o decorre da falta de emenda da mora, perante o ?egistro

    de @mveis, pelo devedor regularmente intimado (3ei n. 4.;5A64B, art. 07).

    Intimao do Fiduciante

    "m nosso ordenamento jur&dico a 3ei 4.;5A, de 0C de novembro de 544B,passou a regular a aliena!o fiduciria de bens imveis, no qual nos trou9egrande novidade no tocante D supervenincia de d%bito, aps a e9ecu!o dobem, algo ainda descon#ecido, mesmo para quem j vem utili*ando o instituto.

    onsolidada a propriedade com o credor, face a inadimplncia do devedor,o mesmo fica vinculado a, no pra*o de EC dias, reali*ar a venda do imvel,atrav%s de leil!o pblico (a legisla!o brasileira segue a tradi!o de vedar aclusula comissiva). om o fruto da venda, o credor quita o d%bito e restitui, aodevedor, o restante. +pesar das inmeras vantagens que este tipo contratual oferece, emcompara!o D tradicional #ipoteca o diploma legal tra* inova!o que, se n!oanalisada com aten!o, pode se tornar cr&tica em uma eventual defla!o nomercado.

    Lei n 9.5! de "# de $ovembro de 99%

    'isp:e sobre o istema de Financiamento @mobilirio, institui a

    aliena!o fiduciria de coisa imvel e d outras providncias.

    Art. "&. encida e n!o paga, no todo ou em parte, a d&vida e

    constitu&do em mora o fiduciante, consolidar-se-, nos termos deste

    artigo, a propriedade do imvel em nome do fiducirio.

    ' Gara os fins do disposto neste artigo, o fiduciante, ou seu

    representante legal ou procurador regularmente constitu&do, ser

    intimado, a requerimento do fiducirio, pelo oficial do competente

    ?egistro de @mveis, a satisfa*er, no pra(o de )uin(e dias, a

    prestao vencida e as )ue se vencerem at* a data do

    pagamento+ os ,uros convencionais+ as penalidades e os demais

    encargos contratuais+ os encargos legais+ inclusive tributos+ as

    contribui-es condominiais imputveis ao imvel+ al*m das

    despesas de cobrana e de intimao.

    ' " > contrato definir o pra*o de carncia aps o qual ser

    e9pedida a intima!o.

  • 7/26/2019 Trabalho de Direito Empresarial III

    3/8

    + @ntima!o s e9istir se #ouver o transcorrido o pra*o de carncia, sendoeste mencionado no t&tulo, o qual ser fi9ado no ato quando registrado,geralmente s!o 4C dias. $as podem variar de acordo com cada institui:es.

    ' A intimao /ar0se0 pessoalmenteao /iduciante, ou ao seurepresentante legal ou ao procurador regularmente constitu1do,

    podendo ser promovida, por solicita!o do oficial do ?egistro de

    @mveis, por oficial de ?egistro de &tulos e 'ocumentos da comarca

    da situa!o do imvel ou do domic&lio de quem deva receb-la, ou

    pelo correio, com aviso de recebimento.

    omo podemos observar, o paragrafo acima mencionado n!o dei9a dvidaquem dever fa*er a intima!o referente ao pra*o, mas via de regra o registrode imvel recebe as intima:es elabora o feito e manda para o >ficial de?egistros de &tulos e 'ocumentos.

    ' %o 'ecorrido o pra*o de que trata o H 5o sem a purgao da

    mora+ o o/icial do competente 2egistro de Imveis+ certi/icando

    esse /ato+ promover a averbao+ na matr1cula do imvel+ da

    consolidao da propriedade em nome do /iducirio+D vista da

    prova do pagamento por este, do imposto de transmiss!o inter vivos

    e, se for o caso, do laudmio.

    Ios contratos de financiamento imobilirio garantidos por aliena!ofiduciria, caso o devedor esteja inadimplente (as regras para defini!o deinadimplncia s!o descritas no contrato), o credor fiducirio pode requerer ao>ficial do ?egistro de @mveis que providencie a notifica!o do devedorfiduciante para que, no pra*o de 5; dias, efetue o pagamento do d%bito,purgando a mora.

    e o devedor fiduciante quitar o seu d%bito (mais as despesas danotifica!o), o processo de intima!o de devedor fiduciante ser cancelado.

    "m caso do n!o pagamento da d&vida, o credor ser cientificado e, apsrecol#er o @mposto sobre ransmiss!o de Jens @mveis (@J@), averbar aconsolida!o da propriedade em seu nome. Io pra*o de EC dias a contar daconsolida!o o credor promover leil!o pblico, onde o imvel poder serarrematado. I!o #avendo arrematantes, o imvel passar a integrar emdefinitivo o patrim

  • 7/26/2019 Trabalho de Direito Empresarial III

    4/8

    consolida!o da propriedade do imvel em nome do credor fiducirio, nos

    termos do art. 07 da predita 3ei nK4.;5A6544B.

    Gara que #aja a correta notifica!o, o devedor fiduciante, ou o seu

    representante legal ou procurador regularmente constitu&do dever serintimado, a requerimento do credor fiducirio, pelo >ficial do competente

    ?egistro de @mveis, a satisfa*er, no pra*o de quin*e dias, a presta!o vencida

    e as que vencerem at% a data do pagamento, os juros convencionais, as

    penalidades e os demais encargos contratuais, os encargos legais, inclusive

    tributos, as contribui:es condominiais imputveis ao imvel, al%m das

    despesas de cobrana e de intima!o, fa*endo-se mister que o contrato defina

    previamente o pra*o de carncia aps o qual ser e9pedido a intima!o.

    ale ressaltar, que o >ficial do ?egistro de @mveis, poder delegar ao

    >ficial do ?egistro de &tulos e 'ocumentos da comarca da situa!o do imvel,

    que promova a intima!o pessoal do devedor fiduciante, ficando este

    circunscrito ao ato da intima!o, devendo certificar o resultado positivo ou

    negativo da diligncia, e devolv-la ao >ficial solicitante, que % o responsvel

    pelo processamento do requerimento de retomada do imvel.

    ontudo, o H EK do art. 07 da predita 3ei, mencionar a possibilidade de

    notifica!o do devedor pelo correio com aviso de recebimento, essa n!o %prtica utili*ada pela maioria dos credores fiducirios, notadamente pelo *elo e

    cautela de promover um procedimento de retomada claro e escorreito, isento

    de qualquer possibilidade de alega!o de nulidade futura, #aja vista que a

    ausncia de notifica!o, gera nulidade absoluta, nos termos da legisla!o civil

    vigente.

    Gara entendermos do que trata a mora devemos analisar a sua efetiva!o a

    partir do estudo da lei tra*endo sua abordagem doutrinria e jurisprudencial,para entendermos a sua viabilidade no direito brasileiro, tendo em vista que,

    esse juro de mora se d quando acontece um alargamento do pra*o

    estabelecido para pagamento ou restitui!o de algo por parte do devedor.

    + 3ei que institui a aplicabilidade dessa esp%cie de juros foi o cdigo civil de

    0CC0, que entrou em vigncia um ano depois, lei n8 5C.AC7, de 55 de janeiro de

    0CC0, essa reacendeu as divergncias sobre o montante dos juros de mora e

    sua ta9a aplicvel, entre os estudiosos, at% os dias atuais n!o # um

    entendimento pacificado.

    http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1034889/lei-9514-97http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1034889/lei-9514-97
  • 7/26/2019 Trabalho de Direito Empresarial III

    5/8

    Fa*endo um estudo comparativo temos que, no antigo digo ivil de 5457,

    a ta9a de juros de mora, quando n!o convencionada, era de 7L ao ano,

    segundo dispun#a o artigo 5.C70. e caso j fosse convencionada essa ta9a de

    juros, precisaria analisar o limite estabelecido pela 3ei de Usura que era tratado

    no decreto nK 00.707, de 54EE esse decreto definia que os juros

    convencionados pelas partes n!o poderiam ser Msuperiores ao dobro da ta9a

    legalN. >u seja, n!o poderiam e9ceder o percentual de 50L ao ano. Gor essa

    ra*!o, o limite de juros que poderiam ser cobrados em empr%stimos entre

    empresas n!o financeiras, n!o poderia ultrapassar 50L ao ano.

    om o novo digo ivil, a mat%ria de cobrana de juros moratrios passou

    por altera:es como disp:e a este respeito o artigo AC7, in verbisO

    M=uando os juros moratrios n!o forem convencionados, ou o forem sem ta9a

    estipulada, ou quando provierem de determina!o da lei, ser!o fi9ados

    segundo a ta9a que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos

    devidos D Fa*enda IacionalN. Gara determinar o valor dos juros s!o definidas

    ta9as percentuais (ta9as de juros) fi9adas pelo credor.

    > juro de mora consiste em uma pena estabelecida ao devedor pelo atraso

    no cumprimento de sua obriga!o, ou seja, se configura com uma ta9a

    percentual sobre o atraso do pagamento de um t&tulo de cr%dito em um

    determinado per&odo de tempo. Funcionando como uma esp%cie de

    indeni*a!o pelo retardamento na e9ecu!o do d%bito, os juros podem ser

    convencionados entre as partes ou, na ausncia de conven!o, ser!o

    aplicados os juros definidos pelo cdigo.

    P importante entendermos quais s!o os tipos de juros, sendo interessante

    frisar que nos atentaremos a fa*ermos uma analise comparativa entre aos juros

    compensatrios e moratrios, pois s!o os importantes para nosso estudo,tendo em vista que, o n!o pagamento de alguma esp%cie de conta na data de

    vencimento, obrigatoriamente origina como resultado na cobrana de multa ou

    juros de mora. endo em vista que no mercado financeiro, e9istem diferentes

    modalidades de juros como o juro simples, juros compostos, juros de mora,

    juros nominais, juros reais, juros rotativos, juros sobre o capital prprio, entre

    outras.

    endo os juros classificado emO juros compensatrios ou juros moratrios. >s

    juros compensatrios incidem em rendimento remuneratrio do capital. >s

  • 7/26/2019 Trabalho de Direito Empresarial III

    6/8

    juros moratrios, no entanto, constituem a pena imposta ao devedor pelo

    atraso no cumprimento da obriga!o, ou seja, s!o acr%scimos admitidos pelo

    ordenamento jur&dico ao credor de uma d&vida, caracteri*ando-se como um

    mecanismo legal para impedir o calote dos que est!o devendo com m

    inten!o.

    >s juros de mora tm a inten!o de desestimular o inadimplemento daquele

    que ficou em omiss!o com seus comprometimentos. I!o devem ser

    implantados em patamar e9tremamente irrisrios, para n!o desestimular o

    cumprimento da obriga!o, de forma que parea para o devedor que seja

    vantajoso permanecer inadimplentes, com o objetivo de discutir o d%bito em

    ju&*o, levando demanda desnecessria ao judicirio, por motivo de n!o #onrar

    os compromissos, tendo em vista que, ante a mel#or remunera!o do capitalno mercado financeiro. ontudo, por outra vertente, n!o podem e n!o devem

    ser muito altos, inviabili*ando o pagamento e inibindo ainda o devedor com

    direito discut&vel de pleitear a revis!o da sua obriga!o.

    > atual digo ivil determina que os juros moratrios legais Mser!o fi9ados

    segundo a ta9a que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos

    devidos D Fa*enda IacionalN. endo vlido ressaltar que a ta9a de juros

    tratada nesse artigo consiste na ta9a de juro de mora.

    + ta9a do juro de mora, al%m disso, pode-se aplicar sobre o valor do tributo

    ou contribui!o devido do contribuinte, sendo que % permitido por lei no

    m9imo 0L do valor da parcela em atraso.

    > artigo 575, H 5K, do digo ributrio Iacional, demonstra queO Mse a lei

    n!o dispuser de modo diverso, os juros de mora s!o calculados D ta9a de um

    por cento ao msN.

    >s bancos no Jrasil utili*am uma ta9a de referncia bsica, designada em

    54B4 pelo Janco entral do Jrasil, nominada de a9a elic (istema "special

    de 3iquida!o e ustdia). . "ssa ta9a elic tem nature*a dplice que % s!o os

    juros mais a corre!o monetria e ainda % tamb%m utili*ada na delimita!o das

    ta9as de juros para o com%rcio.

    > calculo do o valor dos juros de mora pode-se somar a ta9a elic desde a

    do ms subsequente ao do vencimento do tributo que o contribuinte esteja

  • 7/26/2019 Trabalho de Direito Empresarial III

    7/8

    devendo, at% a do ms anterior ao do pagamento, e adicionada a esta soma

    5L referente ao ms de pagamento.

    +s ta9as de juros s!o calculadas de acordo com determinados requisitos e

    fatores como o que foi acordada no contrato entre as partes, nesse contratodeve se ter cuidado para n!o #aver abusos, a infla!o em vigor no momento

    econ

  • 7/26/2019 Trabalho de Direito Empresarial III

    8/8

    ?efernciasO

    .#ttpO66QQQ.ambitojuridico.com.br6site6inde9.p#pR

    nSlinTrevistaSartigosSleituraVartigoSidA507 acesso emO 0A6CE60C57

    #ttpO66QQQ.planalto.gov.br6ccivilSCE6leis60CC06l5CAC7.#tm acesso emO

    0A6CE60C57

    >UJW@+ I">, amillo. + cobrana de juros de mora no Jrasil. @nO Xmbito

    /ur&dico, ?io Yrande, Z, n. AE, jul 0CCB. 'ispon&vel emO

    34$6A, &lvio de alvo. 'ireitos ?eais. 55. "d. !o GauloO +tlas, 0C55.

    34$6A, &lvio de alvo. digo civilinterpretado. E. "d. !o GauloO +tlas,0C5E.

    http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02