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Universidade Lusíada de Lisboa Direito da Actividade Comercial Contrato de Concessão Comercial Professor Miguel J. A. Pupo Correia

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Page 1: Trabalho de DAC -

Universidade Lusíada de Lisboa

Direito da Actividade Comercial

Contrato de Concessão Comercial

Professor Miguel J. A. Pupo Correia

Índice:

Page 2: Trabalho de DAC -

1. Introdução ……………………………………………………………………………………31.1-Contexto económico………………………………………………………41.2-Distribuição económica………………………………………………….61.3-Instrumentos jurídicos da distribuição……………………………7

2. Contrato de concessão comercial…………………………………………………..92.1– Definição……………………………………………………………….……..92.2-Elementos característicos e tipificadores……………………....9

3. Regime jurídico…………………………………………………………………………….10

4. Cláusulas contratuais ………………………………………………………………..…12

5. Execução do contrato 5.1-Estrutura pluralista do contrato de concessão

comercial……………………………………………………………………...155.2Regime jurídico dos actos de execução do contrato……...17

6. Extinção da concessão comercial……………………………………………….…186.1-Resolução do contrato de concessão comercial………………..186.2-A denúncia ou revogação unilateral………………………………..…196.3-A indemnização da clientela no contrato de concessão…….20

7. Conclusão………………………………………………………………………………......23

8. Bibliografia……………………………………………………………………………………25

1. IntroduçãoFUNDAÇÃO MINERVA CULTURA - ENSINO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

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Page 3: Trabalho de DAC -

Com este trabalho pretendemos que se transmita todo um conjunto

de conceitos inerentes ao estudo do contrato de concessão comercial que

são fundamentais para o entendimento de toda uma universalidade de

definições que nos acompanham na disciplina de direito da actividade

comercial. Com uma estrutura caracterizada por três partes essenciais que

são, a definição do contrato de concessão comercial, a sua execução e

posterior extinção acreditamos que podemos auferir um entendimento

mas correcto sobre a importância desta forma contratual e os seus

efeitos. Queremos considerar o regime jurídico atribuído aos contratos

atípicos, visto que este contrato de concessão comercial ainda não possui

uma concreta legislação, pelo que representa, como perfeito exemplo, a

autonomia contratual que podemos constatar na análise do artigo 405º do

código civil.

Os nossos objectivos principais serão, em poucas e simples palavras

demonstrar toda a complexa relação em que se baseia a celebração do

contrato de concessão comercial e os efeitos deste.

Para que se salvaguardem os interesses das partes contraentes, devem ser

estipulados direitos e obrigações para ambas as partes, sendo que este

conteúdo e a sua importância será sublinhado e destacado no decurso da

realização do trabalho.

Pretendemos recorrer à jurisprudência tanto nacional como

internacional e aos exemplos de trabalhos desenvolvidos em países

estrangeiros para que qualquer pessoa que leia este trabalho verifique a

importância e a necessidade cada vez maior de uma concreta legislação

para a salvaguardar os interesses que motivam a existência da relação em

que se baseia esta tipo de contrato.

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No entanto, acompanhando a estrutura assumida, definimos que

seria importante dar a conhecer alguns pormenores que são

complementares ao estudo desta forma contratual, como por exemplo, o

fenómeno da distribuição que acompanhará esta introdução, como base e

primeiro passo para prosseguirmos com a análise em concreto do

contrato de concessão comercial.

1.1 Contexto Económico:

“Une véritable théorie de la concession commerciale est un train de

s’élaborer aux frontières du droit et de l’économie »1

Antes de começarmos a descrever e delimitar todos os pormenores

desta forma contratual, importa ter noção de um contexto económico em

que se baseia toda a regulação estabelecida no âmbito em que este

contrato interfere. Inicialmente o Homem produzia para sua auto-

subsistência, apercebendo-se da valiosa importância dos bens que tinha

obtido na sua actividade expandiu a entrega dos seus frutos a nível

regional. Com o crescimento explosivo assinalado pelas diversas

comunidades essa produção rapidamente passou de regional para

nacional. E posteriormente teríamos o começo de toda uma iniciativa de

exportação para países estrangeiros e a consequente concorrência

desenfreada pelo domínio dos mercados. O capitalismo surge como uma

forma de contacto entre os diversos países pelos negócios realizados

entre estes para satisfação dos seus interesses.

1 Buisson-Lacger-Marsac, Étude sue le contrat de concession exclusive, Paris, 1968, pág 7FUNDAÇÃO MINERVA CULTURA - ENSINO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

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No entanto com o expansionismo económico provocado pelo

capitalismo o produtor deparou-se com um novo problema, o

escoamento. A oferta só se mantém se for correspondida pela procura,

mas, para satisfazer essa procura tem de se criar meios para que esta

chegue aos produtos que incorporam a oferta. Pelo que o contexto

económico analisado será o campo em que a distribuição comercial incide.

A distribuição comercial será portanto o instrumento jurídico que será

estudado neste trabalho que visa solucionar o problema do escoamento.

Distribuição Económica:

Podemos considerar dois tipos de distribuição:

A distribuição directa representa as situações em que o produtor

envolve-se num esforço duplo, pelo que ao criar a sua própria rede de

comercialização, para além de investir em meios de produção terá de ser

capaz de escoar os seus produtos mediante a venda destes em

estabelecimentos próprios (sedes, sucursais), auxiliares subordinados2 e

sociedades controladas (filiais). Há uma concentração de

responsabilidades, que advêm tanto do fabrico como da sua

comercialização, sobre a mesma pessoa (o produtor).

Na distribuição indirecta encontramos uma solução para evitar um

esforço duplo constatado no caso anterior, pelo que o produtor pode

2 São trabalhadores dependentes na nossa ordem jurídica os auxiliares (art.259º e segs. Do Código Comercial)

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Directa

Indirecta

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alhear-se da fase de comercialização mediante a celebração de um

contrato com uma outra parte que se encarregará dessa actividade.

Contudo, não podemos esquecer que na prática puderam ocorrer

inúmeras e complexas combinações de ambos os tipos aqui apresentados,

pelo que consideramos esses como sistemas mistos.3

1.2 Acordos de distribuição:

O fenómeno da distribuição surge num contexto económico que se

caracteriza pela constante procura de melhores condições para a

proliferação e manutenção das relações comerciais inerentes á sociedade

contemporânea.

O contrato comercial, ao integrar-se neste contexto, trata de

solidificar uma colaboração, entre produtor e empresas auxiliares, dirigida

à comercialização. Essa colaboração desenvolve-se por intermédio de

diversas formas contratuais, mas vamos concentrar-nos apenas no

contrato de concessão comercial, que possui um traço em comum com os

restantes contratos que será na sua função económico-social, pois todos

estão ao serviço da distribuição. Podemos considerar estes tipos

contratuais, por acordos de distribuição4 pois o seu conteúdo essencial

visa solucionar os diversos problemas que advêm neste âmbito já

analisado (o da distribuição).

Na celebração deste tipo de contratos podemos afirmar que há uma

manutenção da autonomia jurídica mas sem esquecer que são

3 Para análise da distribuição directa e indirecta, Pardolesi, Il contratti di distribuzione, 1979, págs. 11 e segs.; Oreste Cagnasso, La concession di vendita, 1983, págs 14 e segs, espec. Págs. 133 e segs.4 Santini, Il Comercio, Saggio de economia del Diritto, 1979 págs. 133 e segs.; Helena Brito, , Contrato de Concessão Comercial, Almedina , Coimba- 1990., págs.10 e segs.; Fabio Bortolotti, Concessione di Vendita”, pág 222. Para evolução histórica dos contratos de distribuição, Pardolesi, Il contratti di distribuzione., págs. 155 e segs.

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desenvolvidos autênticos contratos de adesão, que por força de

vinculações estabelecidas, o produtor deverá respeitar e manter a sua

posição pois a dependência económica da parte que comercializa os

produtos apresenta-se com um acentuado risco, pelo que poderá

salvaguardar a sua posição por intermédio destas vinculações.

1.3 Instrumentos Jurídicos da distribuição:

Ao analisar as diversas situações em que se desenvolve uma

distribuição indirecta poderão ser utilizadas as seguintes formas

contratuais, a comissão, a agência5, o franchising e ainda o tipo, que será

analisado neste trabalho, denominado por contrato de concessão

comercial.

A necessidade de regulação nesta matéria tem merecido uma

atenção crescente pelos diversos ordenamentos jurídicos, como no caso

da Itália que levou ao surgimento da referência a um novo ramo de

Direito, O Direito da distribuição que reuniria na sua regulação o estatuído

para os contratos, de comissão, de agência6, a concessão comercial e o

franchising

5 As anotações de Vaz Serra aos acórdãos do STJ de 7-3-69, na RLJ, ano 103, págs.216 e segs.

6 Baptista Machado, “Denúncia – Modificação de um contrato de agência”, em anotação ao acórdão do STJ de 17-4-86, na RLJ, ano 102, págs 178 e segs.

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Comissão

Agência

Franchising

Concessão comercial

Contrato de:(instrumentos jurídicos da distribuição)

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A contratação com terceiros acarreta inúmeros riscos

(incumprimento, responsabilidade por defeitos nas mercadorias, etc.),

pelo que o contrato de concessão comercial apresenta-se como o

esquema contratual que mais distancia o produtor da comercialização dos

seus produtos. O Concedente vende os produtos por si fabricados ao

concessionário para este por sua vez revender no mercado, libertando o

concedente fica assim libertado de todos os riscos da comercialização.

Na maioria dos ordenamentos jurídicos não encontramos especificas

referências legislativas em relação ao contrato de concessão comercial, o

que se constata também na situação portuguesa. No entanto há

excepções, como o caso da Bélgica7, com a Lei de 27 de Julho de 1961 e

respectiva alteração a 13/4 de 1971 que regula (apenas) a extinção deste

mesmo contrato, e da França que já apresentou diversos projectos mas

que ainda não se transformaram em lei.

No que consta ao Direito Comunitário podemos encontrar importantes

documentos como, A “Comunicação relativa aos contratos de

representação exclusiva concluídos com representantes comerciais” da

Comissão, em 24 de Dezembro de 1962, em JACE nº 1821/62, e os

regulamentos da Comissão nº 1983/83 e 1984/83, de 22 de Junho de

1983, publicados no JOCE L 173/1 e 173/5 , de 30 Setembro de 1983,

respectivamente.

7 Proposta de lei de Mr.Daladier, nº11283, 1957: Daladieret Cupler, nº5087, 1956-57; de Mr. Lácherre, 1956-57; Cousté-Turco; e M. BOileau, Doc. Sénat, 1978-79.

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2. Contrato de Concessão Comercial

2.1 Definição:

Ao considerar tudo o que já foi anteriormente referido chegámos à

conclusão que o contrato de concessão comercial é um contrato atípico

através do qual uma das partes (concessionário) se obriga a comprar à

outra (concedente) determinada quota de bens com o fim de os revender

ao público (em determinada zona), no entanto apesar de termos chegado

a este conceito não podemos deixar de assinalar as características e dados

qualificadores deste tipo de contrato.

2.2 Elementos característicos e tipificadores:

O carácter duradouro do contrato que implica a estabilidade do

vínculo;

Uma actuação autónoma do concessionário em nome próprio e por

conta própria (transferindo-se o risco do produtor para o

distribuidor);

Objecto mediato: bens produzidos ou distribuídos pelo

concedente8;

8 O concedente é normalmente o produtor, mas nada impede que seja outro intermediário na cadeia de distribuição, nomeadamente, um grossista. É este o caso mais frequente relativamente aos importadores de mercadorias. De qualquer modo, por ser o caso mais usual, referiremos daqui para a frente o concedente como produtor.

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Obrigação do concedente celebrar sucessivos contratos de venda,

dever de venda dos produtos a seu cargo9;

Obrigação do concessionário celebrar sucessivos contratos de

compra, ou seja, o dever de aquisição independente sobre o

concessionário;

O dever de revenda por parte do concessionário dos produtos que

constituem o objecto do contrato na zona geográfica ou humana a

que o mesmo se refere (Zona de actuação), na qual se fixará as

quotas de venda, ou o coeficiente de penetração, a actividade

promocional do concessionário, etc;

Obrigação do concessionário de orientar a sua actividade

empresarial em função das finalidades do contrato e, do

concedente, fornecer ao concessionário os meios necessários ao

exercício da sua actividade.

3. Regime Jurídico:

Em primeiro lugar temos de saber o que significa e o que implica

(juridicamente) que o contrato de concessão comercial se considere como

um contrato atípico. Um contrato Atípico pressupõe uma inexistente ou

falhada operação de qualificação num tipo legal. Pelo que este facto cria

consequentemente um problema, qual será o regime jurídico aplicável a

estes contratos?

9 Nesse sentido, Helena Brito, op cit, págs 57 e 181 e segs.; M. Cartella, “Concessione di vendita”, in V. Carnevali, Diritto Comerciale e industriale, Dizionari dei diritto a cura de N. Irti, Milão, 1981, págs 298 e segs, citado por Oreste Cagnasso, , La concession di vendita, 1983., pág 20, nota 51.

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A doutrina apresenta uma distinção dentro da categoria dos

contratos atípicos, que será a entre contratos mistos dos contratos

atípicos strictu sensu, sendo esta última a categoria em que integramos o

contrato de concessão comercial.

O Contrato de Concessão é uma figura assente na autonomia

privada. Através do artigo 405º do Código Civil podemos chegar a

conclusão que existe uma autonomia contratual, no entanto não devemos

esquecer as regras gerais definidas para este efeito que devem ser sempre

respeitadas, caso contrário implicará a ineficácia dos contratos

elaborados. Estas regras gerais deverão ser aplicadas se recorrermos á

integração, para solucionar alguns problemas que advenham da carência

de uma específica regulação, como uma cobertura supletiva à disciplina

do contrato. Ao usar o que foi estatuído para o regime que constatamos

na compra e venda, do mútuo, do mandato, da empreitada, etc.

Não esquecendo as normas gerais cujo âmbito de aplicação se estende à

disciplina dos contratos atípicos10, como por exemplo, o artigo 280º e 281º

do Código Civil.

Sempre que analisamos a forma de controlo de licitude temos ainda

de ter bem presentes as:

10 No sentido de que é o desenvolvimento da vida económica que estimula o aparecimento de esquemas contratuais atípico, ver Messineo, “Contratto innominato”, Enciclopedia del Diritto, Vol. IV, pág. 100, nº5.

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Cláusulas gerais:

Boa fé

Ordem pública

Bons costumes

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O agir de boa fé, envolve a actuação nas relações jurídicas em geral

e, em especial, no quadro da contratação, honesta e conscientemente,

sem proceder de modo a alcançar resultados opostos aos que a

consciência razoável tolera.

O abuso de direito funciona como limite ao exercício de direitos

quando a atitude do seu titular se manifeste em comportamento ofensivo

do sentido ético-jurídico da generalidade das pessoas, em termos

clamorosamente opostos aos ditames da lealdade e da correcção

imperantes na ordem jurídica.

Em relação ao regime jurídico dos contratos atípicos, apesar de

existirem várias posições sobre esta matéria, perfilhamos a posição de que

este tipo de contrato rege-se pelas disposições e vontade hipotética das

partes, pela analogia de normas de outros contratos típicos, pelas regras

gerais das obrigações e pelos princípios jurídicos.

Segundo o acórdão do STJ de 10 de Outubro de 2006, Proc.º

06ª2132, não tendo regime jurídico próprio, são aplicáveis as cláusulas

estipuladas pelas partes, desde que lícitas – art.º 405º CC -, agindo de boa

fé, bem como as regras dos contratos mais próximos que tenham a sua

disciplina fixada na lei – Contrato de Agência.

As regras das Cláusulas Contratuais Gerais são muitas vezes

utilizadas como recurso para uniformizar os contratos de distribuição,

sujeitam-se contudo às regras jurídicas gerais e ao regime específico para

elas.

4. Cláusulas Contratuais:

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O contrato de concessão comercial, deverá comportar cláusulas que

disciplinem o comportamento do concedente na venda dos bens, na

compra dos bens do concedente pelo concessionário e na posterior

revenda que este último terá de efectuar a terceiros.

Cláusulas relacionadas à disciplina dos contratos de compra e venda entre as partes11:

Fixação dos preços de venda dos produtos do concedente

Determinação das modalidades de pagamento dos produtos

comprados

Cláusulas reguladoras da expedição, transporte e seguros

Transferência do risco

Forma dos contratos

Cláusula de garantia (o concedente garante a qualidade dos

seus produtos a favor do concessionário e a favor dos

consumidores adquirentes)

Reserva de propriedade (sustem o efeito real do contrato

enquanto não ocorrer o pagamento do preço devido,

qualquer venda do concessionário a terceiro é nula – 829º do

código civil)

Cláusulas disciplinadoras da actividade das partes na comercialização:

(Obrigações do concedente:)

11 Sobre o conteúdo do contrato de concessão, ver Helena Brito, op. cit., págs 54 e segs.: Santini, op. cit., págs 139, nota 135; Buisson-Lacger-Marsac, op. cit., págs 47 e segs.; Guyénot, “Les groupements commerciaux…”, cit., págs.879 e segs., e “Concession exclusive”, cit., págs 13 e segs., Jeantin, op. cit., págs. 2 e segs.

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Não contratar com terceiros concorrentes da contraparte na

zona estabelecida (exclusividade)

Prestação de assistência técnica relativamente aos seus

produtos

Promover cursos de aperfeiçoamento e especialização para o

pessoal do concessionário

Fornecer material publicitário à contraparte (muitas vezes o

encargo da publicidade corre, exclusivamente, por conta do

concedente.)

Prestar garantia dos produtos vendidos

(Obrigações do concessionário:)

Criação e manutenção de um local de comercialização com

determinadas características (instalações adequadas)

Actividade promocional (concursos, campanhas, lançamento

de novos produtos, participação em feiras, etc.)

Demonstrações à clientela

Organização e manutenção de um ficheiro de clientes

Prospecção de clientela

Adquirir o quantitativo mínimo de produtos pactuados

Obtenção de uma quota ou determinado coeficiente de

penetração no mercado

Adoptar uma organização administrativa e financeira segundo

um padrão preconizado pelo concedente (o concedente não

adquire a titularidade da empresa, mas participa como agente

fiscalizador mediante outros deveres acessórios, que o

concessionário deve respeitar, como por exemplo, o dever de

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submissão a inspecções à contabilidade, o dever de remessa

das contas do exercício, etc.)

Respeitar as instruções do concedente em matéria de política

comercial

Criar e manter um serviço pós-venda de assistência à clientela

Adquirir e manter um stock de produtos e peças de

substituição

Contratar pessoal qualificado e promover a sua formação

técnica junto do concedente

5. Execução do Contrato

5.1 Estrutura pluralista do contrato de concessão comercial

A formação da estrutura da concessão comercial passa

objectivamente por duas vias diferentes mas que, em certa maneira, se

complementam mutuamente. A primeira via a distinguir é a dos “deveres

de contratar”, concretamente vender e comprar, que são assumidos pelas

partes bem como todos os deveres que por esse mesmo facto são

assumidos pelas mesmas de forma a regular a sua formação e conteúdo.

Porém tem, apenas, um papel instrumental em relação à outra via; a

comercialização dos produtos objecto da concessão.

O contrato de concessão comercial, como retratado na primeira

hipótese, obriga à celebração de sucessivos contratos de compra e venda

devido, também, ao facto de ser um contrato duradouro o que, aliado a

sucessivas prestações de facto realizadas na vigência do respectivo

contrato, faz com que o contrato de concessão comercial seja alvo de

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actos de execução (como os exemplificados em cima). Contudo, estes

novos contratos autónomos que advêm de um contrato de concessão

comercial têm neste o seu pressuposto de existência, tendo sempre,

apesar de tudo, a sua autonomia. A única dependência existente verifica-

se na estrutura e funcionamento dos segundos perante o primeiro. Há

contudo uma grande discussão doutrinal em relação a este assunto.

A doutrina que se opõe analisa o contrato de concessão como

sendo o único e apenas gerador de obrigações periódicas entre os

sujeitos, contudo estes actos (contratos compra e venda) deixam de ser

autónomos passando a ser apenas actos que não traduzem vontade

alguma (actos de individuação)

Podemos agora avançar com o chamado “modelo contratual da

concessão comercial”. Como vimos o contrato é composto por um

contrato celebrado entre as partes e entre o concessionário e terceiros. A

denominada execução do contrato verifica-se em duas situações distintas;

o concessionário adquire os produtos ao concedente e vende-os, por sua

vez, a terceiros. Este execução contratual tem como original o facto de

resultar com a cerebração de novos contratos. Existe pois um chamado

pactum de contrahendo.

Este pactum é acrescido de outras cláusulas que visam

regulamentar e melhorar a actividade contratual futura que servem,

genericamente, para potenciar as prestações futuras a cargo das partes.

O contrato de concessão comercial é aos olhos de muita doutrina

um contrato-quadro, tal como defende Guyénot no seu livro Les contrats

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de concession comerciale, o não se enquadrar nos pressupostos tanto do

contrato-promessa como de um contrato normativo. Deste contrato serão

então celebrados contratos de compra e venda entre as partes.

5.2 Regime Jurídico dos actos de execução do contrato

Como dissemos no ponto acima o contrato de concessão comercial

recebe a sua execução mediante várias compras e vendas entre os

sujeitos. Estas revestem-se sempre de autonomia face ao contrato

“principal”.

O regime jurídico dos actos de execução é o correspondente ao

desses mesmos actos, ora neste caso trata-se de negócios de compra e

venda. Todas as compras e vendas levadas a cabo pelos sujeitos face à

necessidade de se cumprir um contrato de concessão comercial ficam

sujeitas, obrigatoriamente, ao regime daquelas.

São negócios distintos, daí que o incumprimento de alguma das

partes de obrigações a que estão adstritos não será fundamento para que

haja resolução da concessão comercial; terá de se verificar se a ocorrência

deste facto é justificativo para a perda da relação de confiança que existe

entre as partes.

Devemos agora analisar a execução contratual no outro ponto de

vista, revenda a terceiros. Aqui, normalmente, falamos de

responsabilidade por vícios do produto.

O concessionário, maioritariamente, suporta todos os riscos que

advenham da comercialização do produto do concedente. Quer isto dizer

que ele é responsável perante o cliente dos vicios existentes no produto, o FUNDAÇÃO MINERVA CULTURA - ENSINO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

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que significa que qualquer dano ou defeito que o produte cause induz

responsabilidade obrigacional ao concessionário. Em Portugal a

responsabilidade civil do produtor vem regulada no Decreto-Lei nº

363/89, de 6 de Novembro

6. Extinção da Concessão Comercial

O Contrato de Concessão, tal como na generalidade dos contratos, é

susceptível de cessar por acordo das partes, caducidade, denúncia ou

resolução – art.º 24º do DL 178/86, de 03 de Julho.

No domínio do Contrato de Concessão Comercial, celebrado por

tempo indeterminado, as figuras a considerar no plano da sua cessação

são a resolução e a denúncia.

6.1 A resolução do contrato de concessão comercial

A resolução opera, na espécie, através de declaração escrita, no

prazo de um mês após o conhecimento dos factos que a justificam, com

indicação das razões em que se fundamenta (art.º 10º, n.º 1 e n.º 2 CC e

art.º 31º do DL 178/86, de 03 de Julho). Assim, a resolução contratual

traduz-se na declaração dirigida por uma das partes à outra com

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fundamento em causa justificativa convencionada ou legalmente prevista

– art.º 432º, n.º 1 CC12.

A resolução por qualquer das partes do referido contrato

pressupõe, por um lado, a falta de cumprimento grave ou reiterada da

outra, em termos de não ser exigível a subsistência do vínculo contratual –

art.º 30º, a), do DL 178/86, de 03 de Julho. Ou, por outro lado, a

verificação de justa causa por ocorrência de circunstâncias que tornem

impossível ou prejudiquem gravemente a realização do fim contratual, em

termos de não ser exigível que o contrato se mantenha até expirar o prazo

convencionado ou imposto em caso de denúncia – art.º 30º, b) do DL

178/86, de 03 de Julho13.

6.2 A denúncia ou revogação unilateral

A denúncia é uma forma de extinção dos contratos duradouros. É

admissível que qualquer uma das partes possa pôr termo a um contrato

celebrado por tempo indeterminado, quando quiser e sem ter a

necessidade de invocar uma causa justificável para o fazer14

A denúncia realiza-se, então, com a comunicação de uma parte à

outra, que não quer a continuação do contrato. “Tem eficácia ex nunc e

carácter unilateral, exprimindo uma vontade discricionária.”15

12 BRITO, Maria Helena, Contrato de Concessão Comercial, Almedina , Coimba- 1990 (página 224)13 CORDEIRO, António Menezes , Contrato de Concessão Comercial (página 611)

14 CORDEIRO, Menezes, Direito das Obrigações, Vol. II (página 166)15 BRITO, Maria Helena, Contrato de Concessão Comercial, Almedina , Coimba- 1990 (página 237)

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A denúncia do contrato envolve, então, uma declaração dirigida por

uma das partes à outra de não pretender a continuação da relação

contratual, com eficácia ex nunc (do momento da denúncia para o futuro)

e é independente de justa causa – art.º 224º, n.º 1 CC.

É permitida em relação aos Contratos de Concessão Comercial

celebrados por tempo indeterminado, desde que comunicada à outra

parte por escrito e com antecedência mínima de 90 dias, salvo convenção

em contrário de prazo mais alargado (arts.º 28º, n.º 1 e n.º 3, do DL

178/86 de 03 de Julho)

Há dois requisitos essenciais para o exercício do direito de

denúncia:16

1. Prazo de pré-aviso – exige-se que a declaração de denúncia

se faça com razoável antecedência em relação ao momento

em que se pretende fazes cessar o contrato

2. Exercício legítimo do direito de denúncia – é exigível que o

sistema de denúncia esteja de acordo com os tramites da boa

fé e dentro dos limites gerais impostos ao exercício dos

direitos (762º, nº 2 e 334º do C.C.).

6.3 Indemnização da clientela no contrato de concessão

A doutrina tem vindo a transpor com alguma cautela a analogia do

regime da agência neste assunto. A indemnização de clientela assumiria

uma natureza social o que obrigaria a verificar se o concessionário se

insere mesmo na organização do concedente e se é digno de tutela.

16 BRITO, Maria Helena, Contrato de Concessão Comercial, Almedina , Coimba- 1990 (página 238)FUNDAÇÃO MINERVA CULTURA - ENSINO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

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A indemnização de clientela não é uma verdadeira indemnização,

devendo ser calculada em termos equitativos, que tomem em conta os

benefícios proporcionados. É, então, “uma compensação devida ao

concessionário, após a cessação do contrato, pelos benefícios que o

concedente continua a auferir com a clientela angariada ou desenvolvida

pelo concessionário”17

A indemnização de clientela é uma compensação prevista pela

clientela angariada, desde que se verifiquem os demais pressupostos da

lei – art.º 33º do DL 178/86 de 03 de Julho - e haja analogia. Os

pressupostos são:

Que da actividade do concessionário tenha resultado a

angariação de novos clientes para o concedente, ou um

aumento substancial do volume de negócios com a

clientela já existente;

Que o concedente venha a beneficiar, consideravelmente,

após a cessação do contrato, dessa actividade do

concessionário;

Que o concessionário deixe de receber qualquer

retribuição, por contratos negociados ou concluídos com a

nova clientela por si angariada.

O que está em questão na indemnização de clientela é o facto de se

destinar, unicamente, indemnizar uma clientela com um laço muito mais

17 Acórdão STJ de 4 de Maio de 1993 – Processo nº 83376FUNDAÇÃO MINERVA CULTURA - ENSINO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

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forte do que no contrato de agência. Como essa perda também acontece

na concessão comercial é perfeitamente admissível a extensão do artigo

33º do DL 178/86 de 03 de Julho.

“O artigo 33º citado é uma norma injuntiva. A esfera de protecção da

norma é a defesa do agente na extinção do contrato (…) Portanto as

cláusulas contratuais do contrato de concessão comercial, no qual as

partes acordem o afastamento de qualquer indemnização de clientela, são

nulas.”18

Ainda assim, a indemnização de clientela é fixada em termos

equitativos, mas não pode exceder um valor equivalente a uma

indemnização anual, calculada a partir da média anual das remunerações

recebidas pelo agente durante os últimos cinco anos; tendo o contrato

durado menos tempo, atender-se-á à medida do período em que esteve

em vigor.

7. Conclusão

18 VIEIRA, José Alberto, O Contrato de Concessão Comercial, Coimbra Editora, 2006 (página 127)

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Este trabalho desenvolve de uma forma sucinta, mas tentando

sempre expor o principal deste tema, propagando todos os temas que nos

pareceram de alguma forma relevantes para podermos clarificar o que é o

contrato de concessão comercial

A presente dissertação engloba diferentes doutrinas e pontos de

vista, dos quais nos foi extremamente difícil aprofundar tendo-nos

mantido nos focos doutrinais que geram, de certa forma, maior aceitação.

Posto isto, verificamos que o trabalho deu um prazer enorme na sua

realização não só pelo facto de nos desenvolver o espírito crítico, analítico

e de pesquisa, como também, pelo facto de este ser um dos “tipos

contratuais mais utilizados para a distribuição de produtos.”19

O trabalho realizado conseguiu corresponder aos objectivos que

foram definidos na introdução, pelo que a vontade que temos de

transmitir toda a informação de forma clara e acessível a qualquer leitor e

não apenas a pessoas habituadas a noções jurídicas e também

preocupamo-nos em respeitar a estrutura decidida na introdução que a

qual foram somados mas alguns pontos que no decurso do estudo

desenvolvido denotaram-se como importantes para que o resultado final

fosse mais completo. Na introdução acrescentamos um contexto

económico fundamental para perceber a relação base que motiva a

existência do contrato de concessão comercial. Seguimos com a descrição

deste tipo contratual e seu regime jurídico, sem deixar de evidenciar a

cláusulas que este tipo de contratos poderá comportar. Com a parte da

execução, pretendemos definir a sua estrutura pluralista e até este ponto 19 CORREIA, J. A. Pupo Correia, Direito Comercial – direito da empresa, 1ª edição, Edifórum, 2009 – Página 534

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conferir uma noção baseada em trabalhos desenvolvidos no ordenamento

jurídico nacional e internacional. Na última parte, sobre a extinção, ou

cessação dos efeitos desta forma contratual, acreditamos que

conseguimos reduzir a pontos cruciais em vez de divagar na

universalidade conceptual inerente a esta matéria específica do contrato

de concessão comercial.

Nesta conclusão, queremos ainda adicionar um elemento que não

contávamos que fosse conseguido antes de termos iniciado este trabalho,

que foi uma lição que acompanhará o nosso percurso académico. Ao

desenvolver a pesquisa. Tivemos a sorte de estabelecer um contacto

directo com o fenómeno em que se baseia este tipo de contrato, que é o

fenómeno da distribuição. Para este efeito, e por intermédio de um íntima

relação com membros da direcção da empresa que nos conferiu esta

sorte, e ao qual estamos muitíssimo agradecidos, adquirimos uma noção

prática dos conceitos presentes neste trabalho. Esta noção (prática) da

realidade foi conferida pelos inúmeros exemplos que nos foram

demonstrados (casos de relações estabelecidas entre a empresa que nos

recebeu e outras empresas), nos quais encontrámos perfeitos exemplos

da necessidade de salvaguardar a posição do produtor e ao mesmo tempo

preservar a parte que comercializa os produtos. Pelo que colocamos esta

magnifica experiência na conclusão pois já só no fim da realização deste

trabalho é que tivemos esta sorte e também porque apercebemo-nos

(como conclusão mais importante) que “o direito está presente em tudo o

que desenvolvemos como membros de uma sociedade”.

8. Bibliografia

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ANTUNES, José A. Engrácia, Direito dos contratos comerciais, Almedina, 2009

CORREIA, J. A. Pupo Correia, Direito Comercial – direito da empresa, 1ª edição, Edifórum, 2009

BRITO, Maria Helena, Contrato de Concessão Comercial, Almedina , Coimba, 1990

MARSAC, Buisson-Lacger, Étude sue le contrat de concession exclusive, Paris, 1968

NETO, Abílio “Código Comercial e Contratos Comerciais”, Ediforum, Lisboa, 2008

CORDEIRO, António Menezes , Contrato de Concessão Comercial

VIEIRA, José Alberto, O Contrato de Concessão Comercial, Coimbra Editora, 2006

PARDOLESI, Il contratti di distribuzione, 1979

CAGNASSO, Oreste, La concession di vendita, 1983

GUYÉNOT, Jean, Les contrats de concession comerciale, 1968 Paris; Les groupments comerciaux de concessionaires, 1971

MESSINEO, Francesco, “Contratto innominato”, Enciclopedia del Diritto, Vol. IV

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