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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CAMPUS CATALÃO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ALUNO: ALESSANDRO MARTINS MACHADO ROSA MATRÍCULA: 081652 PROFESSOR ORIENTADOR: PROF. DR. ED CARLO ROSA PAIVA CATALÃO-GO MARÇO/2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

CAMPUS CATALÃO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ALUNO: ALESSANDRO MARTINS MACHADO ROSA

MATRÍCULA: 081652

PROFESSOR ORIENTADOR:

PROF. DR. ED CARLO ROSA PAIVA

CATALÃO-GO

MARÇO/2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

CAMPUS CATALÃO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA USINA DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS

DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD), COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO

AMBIENTAL.

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Engenharia Civil

da Universidade Federal de Goiás –

Campus Catalão, sob a orientação do

Professor Dr. Ed Carlo Rosa Paiva.

Aluno: Alessandro Martins Machado Rosa

CATALÃO-GO

MARÇO/2013

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na (CIP)

GPT/BSCAC/UFG

R788p

Rosa, Alessandro Martins Machado. Proposta de Implantação de uma Usina de Reciclagem de Resíduos da

Construção e Demolição (RCD), como instrumento de gestão ambiental

[manuscrito] / Alessandro Martins Machado Rosa – 2013.

65 f. : il., figs., tabs.

Orientador: Profº. Dr. Ed Carlo Rosa Paiva.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal de Goiás - Campus

de Catalão – Departamento de Engenharia Civil, 2013.

Bibliografia.

Inclui lista de tabelas e figuras.

Anexos.

1. Construção Civil. 2. Entulho. 3. Reciclagem de RCD. I. Título.

CDU: 69.0

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Dedico este trabalho ao meu Pai Helder Martins

Rosa e minha Mãe Sonia Horácio Machado pelo

apoio e dedicação que me deram para conquistar

esse objetivo de vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que nos deu a vida e a força para

seguirmos adiante com fé, sempre nos iluminando

com sua bondade divina.

Ao professor orientador, Ed Carlo Rosa Paiva, por

ter me orientado com sabedoria, seriedade e

competência.

Aos demais professores pelo conhecimento e

amizade compartilhados nestes cinco anos de

convivência.

Aos pais, irmãos e namorada, por acreditarem no

meu trabalho, sempre me dando coragem para

enfrentar as dificuldades.

Aos amigos por terem emprestado seu ombro nos

momentos de dificuldade e aliviado a tensão em

momentos de descontração

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RESUMO: Dentre os resíduos sólidos urbanos, um dos que causa grande impacto ambiental

é o Resíduo da Construção e Demolição (RCD), popularmente chamado de entulho da

construção civil. Segundo a Resolução do CONAMA N° 307:2002, tem-se a necessidade de

implementação de diretrizes para a efetiva redução dos impactos ambientais gerados pelos

resíduos oriundos da construção civil, em que os geradores de RCD devem ser responsáveis

pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de estruturas e

estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e escavação de solos. O

objetivo do trabalho foi realizar uma análise custo/benefício da implantação de uma Usina de

Reciclagem de RCD na cidade de Catalão GO, que através da estimativa populacional, da

geração anual de RCD na cidade no horizonte de projeto e os custos de implantação e

operação de uma usina de reciclagem encontra-se o período de retorno do empreendimento de

acordo com cada tipo de Usina de Reciclagem de RCD. A implantação de uma usina de

reciclagem se torna uma alternativa viável para a gestão dos RCDs no município, em que a

usina completa se mostrou mais vantajosa do que a usina simples, pois a usina completa

possui uma maior diversidade de produtos finais abrangendo uma maior área de utilização e

comercialização, já que os períodos de retorno das duas usinas são viáveis e não são

discrepantes. A implantação de uma usina de RCD é uma solução que minimiza a degradação

ambiental, os problemas com a saúde pública, além dos benefícios para o município, a

substituição da matéria prima e a disposição final adequada do resíduo.

Palavras Chaves: Construção Civil, Entulho, Reciclagem de RCD.

ABSTRACT: Among the urban solid wastes, one that most causes major environmental

impact is the waste of construction and demolition, popularly called rubbish of the civil

construction. According to CONAMA Resolution N°. 307:2002, there is the need of

implementation of guidelines for the effective reduction of environmental impacts caused by

waste from the civil construction, where the generators of CDW must be responsible for the

waste of the construction activities, reform, repair and demolition of structures and roads, as

well as by those resulting from vegetation removal and soil excavation. The aim of this job

was to promote an analyze about the cost / benefit of the implementation of Recycling Plant

of CDW in the city of Catalão - GO, through which the population estimative, the annual

generation of CDW in the city on the horizon of the project and the costs of implementation

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and operation of a recycling plant finding the payback period of the project according with

each type of CDW recycling Plant. The implementation of a recycling plant becomes a viable

alternative for the management of CDW's in the city in which the entire plant proved more

advantageous than the plant simply because the entire plant has a bigger diversity as an end

product covering a larger area of marketing and utilization, since that the return periods of the

two plants are viable and are not outliers. At the end is a solution that minimizes

environmental degradation, problems with public health and costs (because the recycled

material is cheaper), and the benefits for the city, the replacing of the raw materials and the

final disposal of the waste.

Keywords: Construction, Rubbish, CDW recycling.

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10

1.1 - Descrições do Problema Proposto ............................................................................................ 10

1.2 - Objetivos Gerais...................................................................................................................... 11

1.3 - Objetivos Específicos .............................................................................................................. 11

1.4 - Justificativa do Trabalho ......................................................................................................... 11

2 – REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................................. 12

2.1 – Os Resíduos da Indústria da Construção e Demolição .............................................................. 12

2.2 – Desenvolvimentos Sustentáveis na Construção Civil ............................................................... 13

2.3 – Impactos Ambientais da Construção Civil ............................................................................... 14

2.3.1 – Extração de Matéria Prima ................................................................................................... 16

2.3.2 – Consumo dos Resíduos da Construção e Demolição ............................................................. 18

2.4 – Características dos Resíduos da Construção e Demolição ........................................................ 19

2.5 – Geração de Resíduos da Construção e Demolição .................................................................... 22

2.6 – Perda de Materiais da Construção Civil ................................................................................... 24

2.7 – Gestão e Reciclagem dos Resíduos da Construção e Demolição............................................... 25

2.8 – Disposição dos Resíduos da Construção e Demolição .............................................................. 26

2.9 – Agentes Envolvidos ................................................................................................................ 28

2.10 – Possiveis Utilizações para os RCD’s ..................................................................................... 29

2.10.1 – Como base ou sub-base de pavimentos ............................................................................... 30

2.10.2 – Como componentes do Concreto ........................................................................................ 31

2.10.3 – Na confecção de Argamassa ............................................................................................... 31

2.10.4 – Na confecção de solo-cimento ............................................................................................ 32

2.11 –As Usinas de Reciclagem de Resíduos da Construção e Demolição ........................................ 32

3 – METODOLOGIA ..................................................................................................................... 36

3.1 – Caracterização do Municipio de Catalão - GO ......................................................................... 36

3.2 – Metodologia da Implantação de uma Usina de Reciclagem de RCD ........................................ 37

3.2.1 – Estimativa Populacional do Município de Catalão – GO ....................................................... 37

3.2.2 – Quantificação da Geração Diária de RCD no Aterro Sanitário da Cidade de Catalão ............. 39

3.2.3 – Quantificação da Geração Diária de RCD em Áreas de “Bota Fora” na Cidade de Catalão .... 40

3.2.4 – Caracterização dos RCD’s do Aterro Sanitário de Catalão. ................................................... 41

3.2.5 – Custos de implantação e operação da Usina de Reciclagem de RCD ..................................... 42

3.2.6 – Receita Anual ...................................................................................................................... 43

3.2.7 – Valor Presente da Receita Líquida ........................................................................................ 44

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................................. 46

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 55

6 – REFERENCIAS ....................................................................................................................... 56

7 – ANEXOS .................................................................................................................................. 59

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01. – Cadeia da construção civil. 15

Figura 02. – Extração de Areia. 18

Figura 03. – Extração de Calcário. 18

Figura 04. – Resíduos Classe A. 21

Figura 05. – Resíduos Classe B. 21

Figura 06. – Resíduos Classe C. 21

Figura 07. – Resíduos Classe D. 21

Figura 08. – Usina de Reciclagem de RCD. 26

Figura 09. – Disposição áreas não regularizadas. 28

Figura 10. – Fluxograma de Operação de uma Usina Simples. 33

Figura 11. – Fluxograma de Operação de uma Usina Completa. 34

Figura 12. – Gráfico de dispersão entre População (hab.) em função de “X” (em anos). 38

Figura 13. – a) Pesagem do Entulho, b) Equipamento de Pesagem no Aterro Sanitário. 40

Figura 14. – Área de “bota fora”, situada na Avenida L-2, Km 280 BR-050 no

Jardim Catalão. 41

Figura 15. – Amostra selecionada aleatoriamente para o ensaio de caracterização. 42

Figura 16. – Amostra separada, resíduos Classe A, resíduos Classe B, resíduos

Classe C, respectivamente. 42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Dados sobre a geração estimada de RCD em algumas cidades

brasileiras e a participação em relação aos RSU. 23

Tabela 02: Dados Populacionais de Catalão – GO. 37

Tabela 03: Modelos matemáticos, as equações e coeficientes de correlação. 38

Tabela 04: Estimativa populacional para o horizonte de projeto de 20 anos. 45

Tabela 05: Geração anual de RCD na cidade de Catalão no horizonte de projeto. 46

Tabela 06: Produção anual de RCD classe A na cidade de Catalão no horizonte

de projeto. 46

Tabela 07: Despesas anuais com os funcionários da usina simples. 47

Tabela 08: Despesas Operacionais de uma Usina Simples. 47

Tabela 09: Custo total de operação da usina simples. 48

Tabela 10: Custo total de Implantação da usina simples. 48

Tabela 11: Despesas anuais com os funcionários da usina completa. 49

Tabela 12: Despesas Operacionais de uma Usina Completa. 49

Tabela 13: Custo total de operação da usina completa. 49

Tabela 14: Custo total de Implantação da usina completa. 50

Tabela 15: Receita Bruta e Receita Liquida anual da usina simples. 50

Tabela 16: Receita Bruta e Receita Liquida anual da usina completa. 51

Tabela 17: Valor presente líquido anual e acumulado da usina simples ao

longo do horizonte de projeto. 51

Tabela 18: Valor presente líquido anual e acumulado da usina completa ao

longo do horizonte de projeto. 52

Tabela 19: Período de Retorno das Usinas de Reciclagem em Catalão GO. 52

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1 – INTRODUÇÃO

Atualmente, quando se pensa em crescimento sustentável a preservação ambiental é

indissociável. O planeta terra pede socorro e, nesse sentido, toda e qualquer atitude do ser

humano deve ser com o intuito de zelar e cuidar para que sua sobrevivência ocorra de forma

qualitativa e quantitativa.

No Brasil nos últimos 10 anos, tem experimentado um crescimento econômico

surpreendente em diferentes setores da economia, sobretudo na construção civil. Entretanto

esse crescimento deve vir acompanhado com preservação, assim há a necessidade de

integrações de ações em setores como construção civil, infraestrutura, saúde e meio ambiente.

Nesse sentido cresce a demanda por um gerenciamento consistente visando o

reaproveitamento e a reciclagem de materiais, diminuindo o desperdício e gerando riquezas.

A problemática ambiental dos Resíduos da Construção e Demolição (RCD) é

merecedora de intervenção, gerenciamento e participação de toda sociedade na busca de

soluções para que seja resguardado o direito de se viver em harmonia, integrando

desenvolvimento e preservação ambiental.

A construção civil hoje é tida como um dos setores que mais explora os recursos

naturais. Isso considerando seu ciclo que vai desde a extração dos materiais de construção,

seguindo pelo transporte destes até o local da obra, incluindo a vida útil da obra que vai da sua

construção até sua demolição e deposição dos rejeitos finais. Diante disso, adotar normas de

desenvolvimento sustentável na construção civil passa a ser um processo fundamental, com o

objetivo de unir esforços e avanços tecnológicos para o reaproveitamento do RCD além de

reverter ou mesmo atenuar o efeito de desgaste da extração descontrolada e destrutiva dos

agregados naturais.

1.1 - Descrições do Problema Proposto

Devido a grande geração de RCD nas cidades, a disposição final desses resíduos em

áreas irregulares e a escassez da matéria prima, a proposta de reciclagem de RCD é uma

solução adequada, se para o caso em estudo, a implantação de uma usina de reciclagem de

RCD for economicamente viável, já que se faz obrigatório a gestão correta dos resíduos de

construção e demolição em cada município.

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1.2 - Objetivos Gerais

Realizar uma análise custo/benefício para a implantação de uma usina de reciclagem

de RCD que atendesse a cidade de Catalão – GO, por meio da estimativa da geração diária de

RCD e do levantamento das áreas de depósitos já existentes.

1.3 - Objetivos Específicos

Através da estimativa da geração diária de RCD da cidade e dos custos de implantação

e operação dos dois tipos de usina de reciclagem, a usina simples e a completa, verificar a

relação custo/benefício, visando à implantação do empreendimento de forma economicamente

viável.

1.4 - Justificativa do Trabalho

Segundo o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos de

Catalão – GO (PMGIRSU,2012), a população brasileira cresceu em média 12% entre os anos

2000 e 2010, enquanto a população de Catalão apresentou crescimento de aproximadamente

35% no mesmo período. Dentre os fatores que justificam a atratividade populacional do

município temos a existência de grandes empresas geradoras de emprego, o potencial de

riquezas a serem exploradas, bem como os excelentes índices de desenvolvimento.

Assim o setor Industrial e da Construção Civil se destacam, em que nota-se o grande

volume de obras na cidade, com isso tem-se uma maior geração de resíduos da construção e

demolição, em que estão sendo depositados em áreas irregulares ou no aterro sanitário da

cidade.

Nesse contexto e no panorama de construções ecológicas, preservação dos recursos

naturais à necessidade da implantação de sistemas de gestão ambiental, além de se fazerem

obrigatórias, contido no plano diretor ou PMGIRSU de cada município é de grande

importância para a disposição final correta dos resíduos, como por exemplo, a reciclagem de

RCD, em que o material reciclado, conhecido como bica-corrida, pode ser utilizado em base e

sub-base para pavimentação, como agregado para concreto, assim substituindo algumas

matérias primas como a areia, a brita entre outras.

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2 – REVISÃO DA LITERATURA

2.1 – Os Resíduos da Indústria da Construção e Demolição

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) define os resíduos da

construção civil como:

Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções,

reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes

da preparação e da escavação de terrenos, tais como: Tijolos, blocos

cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,

madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento

asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente

chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha; (RESOLUÇÃO

CONAMA N° 307, DE 5 DE JULHO DE 2002).

Pode se entender que os resíduos de construção e demolição, vulgarmente designados

como entulho, são os resíduos resultantes da construção ou demolição de um edifício,

independentemente das suas características.

De acordo com Monteiro et al. (2001), no Brasil, a geração de RCD é de,

aproximadamente, 300 kg/m² a partir de novas edificações, enquanto países desenvolvidos

geram 100 kg/m². Em cidades com 500 mil ou mais habitantes os RCD representam,

aproximadamente, 50% do peso dos resíduos sólidos urbanos coletados.

No Brasil, até 2002 não existiam leis e resoluções para os resíduos gerados pelo setor da

construção civil. Na cidade de São Paulo, até o ano indicado a legislação municipal limitava-

se a proibir a deposição de RCD em vias e logradouros públicos, atribuindo ao gerador a

responsabilidade pela sua remoção e destinação (SCHNEIDER; PHILIPPI, 2004).

Assim a RESOLUÇÃO CONAMA N° 307 (2002), estabelece diretrizes, critérios e

procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações

necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.

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2.2 – Desenvolvimentos Sustentáveis na Construção Civil

A indústria da construção civil, devido às características intrínsecas a seu processo, é

responsável pela extração de grande quantidade de recursos naturais. São considerados

recursos naturais todos os bens ou riquezas produzidos diretamente pela natureza, sendo que

alguns são ditos renováveis e outros não renováveis. Os primeiros detêm a capacidade de

regeneração através de processos naturais após serem utilizados em atividades produtivas tais

como radiações solares, ventos, ondas do mar. Os últimos são todos elementos que sofrem

processos de interferência humana sem, contudo possuir capacidade de renovação, como:

petróleo, alumínio, ouro, ferro, dentre outros, e sendo assim, na medida em que mais se

extraem mais escassos se tornam.

A indústria da construção civil é um grande consumidor de recursos naturais não

renováveis. Os agregados naturais estão entre os minerais mais consumidos no Brasil, (cerca

de 380 milhões de toneladas por ano), e no mundo (RANGEL et al., 1997; WHITAKER,

2001).

Segundo Rampazzo (2002) a indústria da construção civil é responsável por impactos

ambientais, sociais e econômicos consideráveis, em razão de possuir uma posição de destaque

na economia brasileira. Ainda, segundo o autor, apesar do número elevado de empregos

gerados, da viabilização de moradias, renda e infraestrutura, faz-se necessário uma política

abrangente para o correto destino dos resíduos nela gerados.

Segundo Karpinsk (2009) no Brasil, existe uma sistematização de condições

sustentáveis documentadas apenas em um plano teórico, na Agenda 21 e em organizações que

apoiam o processo de sustentabilidade.

Como sustenta Muller (2002) “Nas últimas décadas, o conceito “sustentável” ou de

edifícios “verdes” ou “ecológicos”, tornou-se, pelo menos em teoria, aceite e incontornável,

mas na prática, ele é por vezes mítico ou até ignorado”. Exemplo dessa vertente é a indústria

da construção, onde em muitos casos a dimensão ambiental está omissa ou aparece mais como

um problema do que como uma solução ou um fator chave de desenvolvimento.

Em síntese, construir sustentavelmente não significa apenas liderança ambiental, mas

significa construir de forma estável, viável, energeticamente eficiente e na qual os edifícios

fazem sentido, não só do ponto de vista funcional, mas também do ponto de vista de negócio.

A sustentabilidade está se tornando o elo principal entre a sociedade e o

desenvolvimento e, deverá atingir as atividades do grande complexo da construção civil, no

âmbito da extração de matérias primas, produção de materiais de construção, chegando ao

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15

canteiro e as etapas de operação, manutenção e demolição. De forma concreta e prática a

didática do desenvolver-se com critérios legais e sustentáveis, tornar-se um dos, senão o

maior objetivo da atualidade no setor da construção civil. É importante conhecer e praticar um

desenvolvimento dentro de um contexto de sustentabilidade, onde a sobrevivência humana e

do planeta é fundamental.

2.3 – Impactos Ambientais da Construção Civil

A Agenda 21 foi criada a partir da necessidade de se instituir um documento que

garantisse a prática sustentável do ambiente dentro do processo de construir e se desenvolver.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) do Brasil a Agenda 21 brasileira,

disponibilizada para a sociedade em 2002, é um instrumento de planejamento participativo

para o desenvolvimento sustentável do país, resultado de uma vasta consulta à população

brasileira. Já a Agenda 21 Local é o processo de planejamento participativo de um

determinado território que envolve a implantação, ali, de um Fórum de Agenda 21. Composto

por governo e sociedade civil, o Fórum é responsável pela construção de um Plano Local de

Desenvolvimento Sustentável, que estrutura as prioridades locais por meio de projetos e ações

de curto, médio e longo prazo, definindo os meios de implementação e as responsabilidades

do governo e dos demais setores da sociedade local no acompanhamento e revisão desses

projetos e ações.

Segundo Dijkema et al. (2000) a saturação de espaços disponíveis nas cidades para

descarte de RCD, vem se tornando um serio problema ambiental, uma vez que eles

correspondem a mais de 50% dos resíduos sólidos urbanos em cidades de médio e grande

porte no Brasil. Ainda segundo os autores, no país, estima-se que é gerado anualmente algo

em torno de 68,5 milhões de toneladas de entulho. Outro fator que os autores destacam é a

extração desnecessária de recursos naturais que poderiam ser evitadas com a reutilização e, ou

reciclagem do entulho gerado.

Segundo Angulo et al. (2000) o entulho é responsável por altos custos socioeconômicos

e ambientais nas cidades em função das deposições irregulares. Na cidade de São Paulo,

segundo os autores, são gastos cerca de R$ 45 milhões por ano para coleta-transporte-

deposição destes resíduos.

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Na Figura 01 está apresentado um esquema da cadeia da construção civil.

Figura 01 – Cadeia da construção civil.

Fonte: PUT apud SCHNEIDER.

Toda intervenção do homem no meio ambiente, se não for devidamente planejada vai

gerar impactos que ocasionarão prejuízos ao meio ambiente. Resíduos e rejeitos da construção

civil quando depositados em locais inapropriados pode provocar inundações, empobrecimento

da vegetação e fauna, bem como ambiente favorável a criadouros e proliferação de insetos e

vetores transmissíveis de endemias. Além disso, essa ação contínua pode provocar ainda a

impermeabilização do solo e a desvalorização da área.

Com o objetivo de amenizar os impactos proporcionados pelo setor da construção civil

foram criadas leis e diretrizes especificas. Dentre essas, destaca-se a Lei n. 10.257, de Julho

de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade. Esta lei, em seu capítulo II, seção XII, art. 37,

trata do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). O EIV deverá ser executado de forma a

contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à

qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades, incluindo a análise, no

mínimo, das seguintes questões:

a) adensamento populacional;

b) equipamentos urbanos e comunitários;

c) uso e ocupação do solo;

d) valorização imobiliária;

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e) geração de tráfego e demanda por transporte público;

f) ventilação e iluminação;

g) paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.

Ressalta-se, entretanto, que não só basta a criação de leis, é necessário que se realize

pesquisas, objetivando o uso correto ou a reciclagem de dos RCDs, bem como a criação

estímulos para que o setor da construção civil desenvolva a consciência da sustentabilidade

em todos os seus níveis. Assim, o setor tenderá a combater os desperdícios investindo em

reciclagem e reaproveitamento de recursos já utilizados em obras, para que sejam

incorporados em outros projetos na forma de componentes agregados.

Rampazzo (2002) considera urgente a criação de um planejamento físico segundo

perspectivas econômico-sociais e ambientais para minimizar os problemas ambientais

decorrentes das práticas econômicas predatórias com implicações para a sociedade, a médio e

longo prazo. Com base nessa premissa, o autor enfatiza que o gerenciamento dos resíduos de

construção e demolição no local de geração representa uma importante ferramenta para que a

indústria da construção assuma sua responsabilidade com o resíduo gerado no ambiente

urbano. Ainda, segundo o autor, essa atitude conduzirá ao confinamento do resíduo, em

grande parte, dentro do local de origem, o que evita sua remoção para locais distantes,

evitando dessa forma despesas e problemas, inicialmente para empresas construtoras e

posteriormente para os órgãos públicos responsáveis.

2.3.1 – Extração de Matéria Prima

O Brasil, em função da melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e, consequente

aumento do número de construções, ocupa hoje o 5° lugar em nível mundial no que se refere a

desenvolvimento da construção civil. Entretanto, tal situação tem sido responsável pelo

aumento de danos cada vez mais desastrosos ao meio ambiente, uma vez que o brasileiro

ainda não aprendeu a lidar com a questão do desperdício e do reaproveitamento dos agregados

e a enfatizar a construção do que vem sendo chamado de edifícios verdes ou construções

ecologicamente corretas. Tal comportamento tem favorecido ao maior impacto nos recursos

naturais, gerado pelo crescimento inadequado e incoerente na extração de agregados como

brita e areia e demais recursos não renováveis como um todo.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas por meio da NBR 9935 define agregado

como o material granular pétreo, sem forma ou volume definido, a maioria das vezes

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quimicamente inerte, obtido por fragmentação natural ou artificial, com dimensões e

propriedades adequadas a serem empregados em obras de engenharia (ABNT, 1987).

Os agregados são produzidos a partir de britagem de maciços rochosos (pedra britada,

pó de pedra) ou da exploração de ocorrências de material particulado natural (areia, seixo

rolado ou pedregulho).

A principal aplicação dos agregados é na fabricação de concretos e argamassas onde,

em conjunto com um aglomerante (pasta de cimento/água), constituem uma rocha artificial,

com diversas utilidades em engenharia de construção, cuja principal aplicação é compor os

diversos elementos estruturais de concreto armado (lajes, vigas, pilares, sapatas, etc).

Além do uso em concreto e argamassas, os agregados apresentam outras aplicações no

campo da engenharia, tais como: base de estradas de rodagem, lastro de vias férreas, elemento

filtrante, jateamento para pintura, paisagismo, dentre outros.

Segundo a Pesquisa anual da Indústria da Construção de 2010 o setor da construção

civil foi responsável por 5,7% do PIB brasileiro (IBGE, 2010a). Tal percentual se manteve

praticamente inalterado nos anos de 2011 e 2012, segundo dados da Câmara Brasileira da

Indústria da Construção (CBIC, 2013). Entretanto, segundo Silva Filho et al. (2002), a

indústria da construção civil é a responsável por 14 a 50% do consumo dos recursos naturais

consumidos pela sociedade em todo planeta. Ainda, segundo o autor, o concreto é um dos

materiais de construção mais utilizada pelo homem, sendo que mais de 70% é constituído por

agregados, o que torna relevante a preocupação com a extração de agregados naturais.

A atividade de mineração ligada à construção civil concentra-se, sobretudo, na extração

de areia e brita utilizada como agregado para a fabricação de concreto, de argilas com

aplicação na indústria de cerâmica e de rochas calcárias utilizadas na indústria cimenteira.

De acordo com Ângulo et al. (2000) os principais impactos ambientais causados pela

extração mineral de agregados são:

- alteração da paisagem;

- supressão da vegetação, principalmente da mata ciliar;

- alteração na calha dos cursos d’água;

- instabilidade de margens e taludes;

- turbidez da água;

- lançamento de efluentes.

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Nas Figuras 02 e 03, estão apresentadas, respectivamente, cenários de extração de areia

e calcário.

Figura 02. – Extração de Areia. Figura 03. – Extração de Calcário.

Fonte: Sindareia – SP. Fonte: Calcário Botuverá.

2.3.2 – Consumo dos Resíduos da Construção e Demolição

Redimensionar os valores diante das necessidades da reutilização e consumo de

resíduos tem sido uma constante em novas pesquisas e capitulação de novos conceitos, tema

este que tanto prevalece para a reciclagem do resíduo doméstico como para os resíduos

sólidos da construção civil.

A reutilização dos RCD’s tem tomado um aspecto fundamental quando se questiona e

obtém o desejo de sustentabilidade e a sociedade como um todo não pode mais se fechar

diante do consumismo crescente e abusivo dos recursos naturais. Nesse sentido, é preciso que

uma política de reutilização de resíduos seja adequadamente implantada, enfatizando a

consequência desse processo de extração impensada para nossa sobrevivência futura.

Naturalmente, isso isoladamente nunca se completará, assim, compete ação necessária de

todos os segmentos do desenvolvimento.

John (2000) estima que o setor de construção civil brasileiro consuma cerca de 210

milhões de toneladas por ano de agregados naturais somente para a produção de concretos e

argamassas. O autor ainda afirma que o volume de recursos naturais utilizados pela

construção civil, muitos deles não renováveis, corresponde a pelo menos um terço do total

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consumido anualmente por toda a sociedade e que, dos 40% da energia consumida

mundialmente pela construção civil, aproximadamente 80% concentra-se no beneficiamento,

produção e transporte de materiais.

Acredita-se que a geração de resíduos da construção civil varia de cidade para cidade e

com a oscilação da economia, podendo esta representar mais da metade dos resíduos sólidos

urbanos (SINDUSCON-MG, 2005).

Nas obras de construção e reformas, presume-se que a falta da reutilização e reciclagem

dos resíduos que são produzidos é a principal causa do resíduo correspondente a sobras de

materiais. Já nas obras de demolição propriamente ditas, a quantidade de resíduos gerados não

depende dos processos empregados para gerar a demolição ou da qualidade do setor, pois se

trata do produto do processo, o próprio resíduo. O resíduo pode ser dividido em aparente , que

é o resíduo a ser removido durante ou ao final da construção ou incorporado à construção, que

é devido ao aumento de espessura de revestimentos e outros erros construtivos (GONZÁLEZ;

RAMIRES, 2005).

A percepção mundial com relação à forma com que são explorados os recursos naturais

sem que sejam utilizados os conhecimentos científicos em beneficio da ordem e sobrevivência

da sociedade como um todo, está contribuindo no sentido de se adotar práticas mais racionais

que visem ao reaproveitamento, evitando assim que venha ocorrer a escassez ou mesmo o fim

dos recursos.

2.4 – Características dos Resíduos da Construção e Demolição (RCD)

A cadeia produtiva da construção civil engloba setores que vão desde a extração da

matéria-prima e produção dos materiais até a execução da construção, sendo que o setor que

mais se destaca pela geração de empregos, renda e pela dimensão é o da construção, porém é

o principal gerador de resíduos.

Existe uma grande diversidade de matérias-primas e técnicas construtivas que afetam de

modo significativo, as características dos resíduos gerados, principalmente quanto à

composição e à quantidade. Outros aspectos, como o desenvolvimento econômico e

tecnológico da região e as técnicas de demolição empregadas também podem interferir

indiretamente na composição dos RCD.

De modo geral, podem existir componentes inorgânicos e minerais, como concretos,

argamassas e cerâmicas, e componentes orgânicos, plásticos, materiais betuminosos, etc.

(ÂNGULO 2000).

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De acordo com a Resolução do CONAMA N° 307 (2002), os resíduos da construção

civil são classificados, da seguinte forma:

I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como

agregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de

outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações:

componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.),

argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas

em concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de

obras;

II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais

como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso;

III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas

tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua

reciclagem ou recuperação;

IV - Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de

construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles

contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e

reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como

telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros

produtos nocivos à saúde.

Nas Figuras 04, 05, 06 e 07, estão representados os resíduos classe A, B, C e D,

respectivamente:

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Figura 04. – Resíduos Classe A. Figura 05. – Resíduos Classe B.

Fonte: Revista - Equipe de Obra. Fonte: Revista - Equipe de Obra.

Figura 06. – Resíduos Classe C. Figura 07. – Resíduos Classe D.

Fonte: Revista - Equipe de Obra. Fonte: Revista - Equipe de Obra.

A NBR 10.004:2004 Resíduos Sólidos - Classificação divide os resíduos da seguinte

natureza:

A) Resíduos classe I

• Perigosos;

B) Resíduos classe II

• Não perigosos;

• resíduos classe II A – Não inertes.

• resíduos classe II B – Inertes.

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Usualmente os resíduos da construção civil estão enquadrados na classe II B, composta

pelos resíduos que “submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou

deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a

concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor,

turbidez, dureza e sabor. Entretanto, a presença de tintas, solventes, óleos e outros derivados

pode mudar a classificação do RCD para classe I ou classe II A.

2.5 – Geração de Resíduos da Construção e Demolição

Segundo Pinto (1992), uma grande quantidade de resíduos foi gerada nos últimos anos

nas áreas urbanizadas, quer por demolições em processo de renovação urbana, quer por

edificações novas, em razão do desperdício de materiais em consequência da característica

arquitetônica da construção.

A expressiva quantidade de resíduos produzida pela construção civil está diretamente

relacionada a alguns fatores: a falta de qualificação do trabalhador, a não utilização de novas

tecnologias (equipamentos e processos construtivos) e o alto grau de desperdício de materiais.

A maioria das atividades desenvolvidas no setor da construção civil é geradora de

resíduos. De acordo com Pinto (1999), o resíduo gerado pela construção civil corresponde, em

média, a 50% do material que entra na obra. Confirmando esse percentual, Lima (2001)

afirma que, de todos os resíduos sólidos gerados numa cidade, cerca de dois terços são

resíduos domésticos e um terço vem da construção civil, podendo atingir 50% em alguns

municípios.

Na Tabela 01 estão apresentados dados estimados da geração de resíduos da construção

e demolição em algumas cidades brasileiras e a participação em relação aos resíduos sólidos

urbanos:

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Tabela 01 – Dados sobre a geração estimada de RCD em algumas cidades brasileiras e a

participação em relação aos RSU.

.

Fonte: Adaptada de LEITE, 2001.

A grande quantidade de entulho gerada no Brasil mostra que o desperdício de material é

um fato relevante e que deve ser pesquisado, analisado e solucionado tanto pelas indústrias da

construção civil como por prefeituras, estados, população e universidades. Os custos desse

desperdício são distribuídos por toda sociedade, desde o aumento do custo final das

edificações até os encargos cobrados pelas prefeituras. Além disso, geralmente esse custo é

embutido em impostos para disponibilizar a remoção, o transporte e o tratamento do resíduo

de construção e demolição (MENDES et al, 2004).

Dados da quantidade de entulho gerada em Catalão- GO foram obtidos junto à

SEMMAC, através do controle de pesagem no aterro sanitário, no período 01/11/2010 à

30/11/2010, sendo obtida uma média diária de 76.960 kg de entulho recebido no aterro

sanitário. Estudos feitos por empresas interessadas demonstraram que 40% do entulho

produzido são destinados em locais inadequados de forma clandestina (PAIVA et al.,2012).

Assim, os autores estimaram que a produção diária de entulho em Catalão era de 107.744 kg

e, considerando-se 25 dias de operação do aterro sanitário por mês, chegou-se a um total

mensal de 2.693.600 kg.

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2.6 – Perda de Materiais da Construção Civil

Segundo Alarcon (1997), perdas são todas as atividades que exigem tempo e dinheiro

sem agregar valor ao produto e que devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo.

Para reduzir as perdas na construção de edificações é necessário conhecer sua natureza e

identificar suas principais causas. As perdas podem ser classificadas de acordo com a

possibilidade de serem controladas, sua natureza e sua origem:

Segundo sua natureza, as perdas podem acontecer por superprodução, substituição,

espera, transporte, ou no processamento em si, nos estoques, nos movimentos, pela elaboração

de produtos defeituosos e outros, como roubo, vandalismo e acidentes.

Conforme a origem, as perdas podem ocorrer no próprio processo produtivo, assim

como nos que o antecedem, como na fabricação de materiais, na preparação dos recursos

humanos, nos projetos, no planejamento e suprimentos. Em todos os casos a qualificação do

trabalhador está presente. De acordo com o controle, as perdas são consideradas inevitáveis

(perdas naturais) e evitáveis (KARPINSK 2009).

Pinto (2000) relatou que pesquisas brasileiras sobre a perda de materiais em processos

construtivos apontaram números significativos de cimento, cal, areia, concreto, argamassa,

ferro, componentes de vedação e madeira. Dessa forma, segundo o autor, é possível estimar

que, a cada metro quadrado construído, 150 kg de resíduos sejam gerados, levando à remoção

de dez caçambas de resíduos em qualquer construção de 250 m².

Para diminuir as perdas, é necessário capacitar melhor a mão de obra na construção

civil, visto que muito se perde por falta de técnica dos funcionários. O profissional necessita

saber como trabalhar com os diferentes materiais e maneiras de assentamento, revestimento,

etc. O descaso da mão de obra com relação aos materiais também é responsável por uma parte

das perdas de material.

Um supervisionamento constante também é necessário para diminuir as perdas por

descaso e por superprodução. Superprodução no sentido de se controlar que seja feita a

espessura de argamassa correta em assentamento de alvenaria, revestimento e assim por

diante. E também com relação ao retrabalho. Ainda com relação à mão de obra se faz

necessário pensar e oferecer o máximo de segurança no canteiro de obras, afim de não ocorrer

perdas por acidentes de trabalho.

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2.7 – Gestão e Reciclagem dos Resíduos da Construção e Demolição

A gestão dos RCDs inclui todas as operações que visam a sua prevenção e reutilização,

bem como a seu recolhimento, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e

eliminação.

O termo "gestão" indica planejar, organizar, liderar e controlar as pessoas que

constituem uma organização e, consequentemente, as atividades por elas realizadas. Em

relação aos resíduos de construção e demolição, a gestão como um todo está sendo iniciada

como se fosse um aprendizado, e a indústria da construção civil brasileira já está dando os

primeiros passos.

Segundo Pinto (2000), a gestão dos RCDs inicia-se no canteiro de obras, com o

confinamento da maior parte dos resíduos no seu local de origem, evitando, dessa forma, que

a remoção para fora venha a gerar problemas e gastos públicos. O autor ainda salienta que a

utilização da reciclagem pelo construtor expressa sua responsabilidade ambiental e atuação

correta como gerador, além de ser economicamente vantajoso, pois possibilita um avanço na

qualidade de seus processos e produtos.

De acordo com Decreto-Lei 178/2006, de 5 de Setembro (que define o regime jurídico

nacional aplicável à gestão de resíduos), a responsabilidade pela gestão dos RCD cabe aos

seus produtores ou detentores. No entanto, a partir do dia 10/06/2008, com a entrada em vigor

do Decreto-Lei n. 46/2008, de 12 de Março (que define um regime próprio para a gestão dos

RCD), a responsabilidade de gestão passa a ser:

a) de todos os intervenientes no ciclo de vida dos RCD, desde que é produzido o

produto original até à produção do resíduo, nos termos do previsto no mesmo diploma;

b) dos produtores dos RCD (donos de obras e empreiteiros), no caso de obras sujeitas a

licenciamento ou comunicação prévia nos termos do regime jurídico de urbanização e

edificação;

c) das Câmaras Municipais, no caso de obras particulares isentas de licença e de

comunicação prévia, nos termos do previsto no regime jurídico de urbanização e edificação.

d) dos detentores dos RCD, quando não é possível identificar o produtor dos mesmos.

A criação e manutenção de parâmetros e procedimentos em obra, para a gestão

diferenciada dos resíduos de construção e demolição, são fundamentais para assegurar o

descarte adequado desses materiais.

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A prioridade nos canteiros de obra deve ser a minimização das perdas geradoras de

resíduos. Pode-se alcançar isso optando por materiais certificados, com embalagens que

facilitem o manuseio; pela capacitação da mão-de-obra e pelo uso de equipamentos com

tecnologia de ponta e adequada aos processos construtivos. Toda atividade na construção civil

produz, inevitavelmente, alguma perda; porém, como esta acontece em locais e momentos

distintos, a simples separação prévia dos materiais evitaria a contaminação dos rejeitos que

ocorre nas caçambas destinadas à sua remoção do canteiro de obras. Restos de madeira, gesso,

materiais metálicos e plásticos deveriam ter destinos específicos, de acordo com seu potencial

para a reciclagem ou grau de contaminação.

Na Figura 08 está representada uma usina de reciclagem de RCD:

Figura 08. – Usina de Reciclagem de RCD.

Fonte: Revista – Vida e Meio Ambiente.

2.8 – Disposição dos Resíduos da Construção e Demolição

Muito se tem feito em termos de saneamento básico no Brasil. Porém o que mais se vê

em centros urbanos são grandes depósitos de resíduos resultantes da construção civil jogados

a céu aberto, sem nenhum critério por muito vezes até se acumulam em lixões específicos

para apenas deposição do lixo doméstico, o que vem agravar a problemática do RCD.

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No que se refere aos RCDs, segundo a Pesquisa Nacional do Saneamento Básico de

2008, cerca de 28% dos municípios brasileiros não executam nenhum tipo de processamento

sobre estes resíduos, sendo que aqueles que produzem agregados reciclados ou a utilizam

destes na fabricação de componentes construtivos não chega a 2% (IBGE, 2010b).

Segundo Ângulo (2000) os RCD são um dos principais responsáveis pelo esgotamento

de áreas dos aterros, uma vez que correspondem a mais de 50% dos resíduos sólidos urbanos

(massa/massa).

Estes resíduos possuem em sua composição materiais indesejáveis, tais como cimento,

gesso de construção e alguns resíduos químicos que, se depositados inadequadamente, podem

provocar graves impactos ao meio ambiente e prejuízos para a sociedade (MOREIRA, 2010).

Há significativa geração de RCD em serviços classificados como construção informal,

abrangendo atividades de reforma e ampliação, em que seus geradores ou os pequenos

coletores que os atendem dispõem estes resíduos em áreas não regularizadas pelo poder

público local. Como resultado, essas áreas se tornam sorvedouros dos RCD e acabam atraindo

todo e qualquer tipo de resíduo (KARPINSK 2009).

Nesses casos, a administração pública faz a limpeza da área, contudo o problema da

deposição inadequada persiste formando um verdadeiro ciclo vicioso sem solução.

A deposição inadequada do RCD compromete a paisagem do local; o tráfego de

pedestres e de veículos; provoca o assoreamento de rios, córregos e lagos; o entupimento da

drenagem urbana, acarretando em enchentes; além de servirem de pretexto para o depósito

irregular de outros resíduos não-inertes, propiciando o aparecimento e a multiplicação de

vetores de doenças, arriscando a saúde da população vizinha. Elevados custos são

despendidos para a realização desta prática, principalmente em virtude dos equipamentos

utilizados no recolhimento dos mesmos serem totalmente inadequados (equipamentos

pesados, caminhões basculantes, pás carregadeiras, entre outros) a esse tipo de serviço

(PINTO, 2000).

Essa prática não promove a sustentabilidade, uma vez que não incentiva a redução,

reutilização ou reciclagem desses resíduos. Infelizmente, um grande número de cidades

brasileiras se encontra nesta situação de promoção da gestão dos resíduos de maneira

emergencial.

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Na Figura 09 está representada uma área de disposição irregular de RCD.

Figura 09. – Disposição em áreas não regularizadas.

Fonte: Jornal Voz Ativa, Ouro Preto MG.

O Art. 4 da Resolução 307 do CONAMA enfatiza que os RCD não podem ser dispostos

em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de “bota fora”, em encostas, corpos d’água,

lotes vagos e em áreas protegidas por Lei. Para os RCD Classe A, a disposição final adequada

é exclusivamente em aterro de inertes, sendo que estes resíduos devem, preferencialmente, ser

reciclados. Esta mesma resolução define aterro de inertes como sendo áreas onde são

empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil Classe A no solo,

utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar

danos à saúde pública e ao meio ambiente, visando a reservação de materiais segregados de

forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área.

2.9 – Agentes Envolvidos

Conforme Resolução do CONAMA N° 307 (2002), o construtor é responsável pela

implantação de programas de gerenciamento de resíduos da construção civil nos seus

empreendimentos, o que envolve qualificação e documentação de procedimentos de triagem,

acondicionamento e disposição final dos resíduos no canteiro de obras, obras essas que

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justifiquem a implantação deste programa. Obriga, ainda, os gestores municipais e empresas

construtoras a adaptarem seus processos de modo a garantir a destinação ambientalmente

correta dos resíduos de construção civil e estabelece critérios e procedimentos para a gestão

destes, considerando a necessidade de implantação de diretrizes para a efetiva redução dos

impactos ambientais gerados pelos resíduos da construção civil (KARPINSK 2009).

Tendo em vista a diversidade das características dos agentes envolvidos na geração, no

manejo e destinação dos resíduos oriundos da construção e demolição, a Resolução 307/02

define diretrizes para que os municípios e o Distrito Federal desenvolvam e programem

políticas estruturadas e dimensionadas a partir de cada realidade local. Essas políticas devem

assumir a forma de um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil,

disciplinador do conjunto dos agentes,

Os municípios deveriam organizar seus programas, projetos e planos de gestão até

junho de 2004, enquanto os grandes geradores de RCD deveriam apresentar planos de gestão

de resíduos ao submeterem suas obras a licenciamento a partir de janeiro de 2005. Para que a

nova política de gestão adotada dê certo, é necessário capacidade e transparência na apuração

dos custos provenientes do manejo dos RCD, a transferência dos repasses aos geradores e

transportadores desses resíduos e, principalmente, uma fiscalização rigorosa que garanta o

funcionamento das ações propostas (KARPINSK 2009).

2.10 – Possíveis utilizações para os RCDs

Há diversas formas de eliminar os RCD: pela reciclagem, incineração ou aterro. A

hierarquia é baseada na minimização da utilização de recursos naturais e na preservação do

meio ambiente; os dois pilares para uma construção sustentável. A redução é o melhor e mais

eficiente método para minimizar a geração de resíduos e eliminar muitos dos problemas de

disposição destes. O reúso, simplesmente movendo materiais de uma aplicação para outra, é a

aplicação mais desejável depois da redução pelo pequeno processo e pouca energia usada. A

reciclagem é um dos mais importantes processos, principalmente se o produto resultante desta

é transformado em um novo material (PENG et al., 1997).

Atualmente muitas pesquisas vêm sendo desenvolvidas no intuito de utilizar os resíduos

de construção e de demolição, fato que se justifica pela viabilidade econômica do seu uso e

pelo pensamento de preservação dos recursos naturais.

Segundo Zordan (2013), reciclar o entulho, independente do uso que a ele for dado,

representa vantagens econômicas, sociais e ambientais, tais como:

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- Economia na aquisição de matéria-prima, devido à substituição de materiais

convencionais pelo entulho;

- Diminuição da poluição gerada pelo entulho e de suas consequências negativas como

enchentes e assoreamento de rios e córregos; e

- Preservação das reservas naturais de matéria-prima.

Na sequência, são apresentadas possíveis utilizações para os resíduos de construção e

demolição, encontradas na bibliografia pesquisada.

2.10.1 - Como base ou sub-base de pavimentos:

Segundo Gonçalvez (s/d), a forma mais simples e mais antiga de reciclagem de entulho

no Brasil é a sua utilização em pavimentação, como base, sub-base ou revestimento primário,

que pode ser feita na forma de brita corrida ou, ainda, em misturas de entulho com solo. O

autor ainda afirma que este processo acarreta vantagens como: a) menor utilização de

tecnologias, o que implica em menor custo do processo e permite a utilização de todos os

componentes minerais do entulho sem necessidade de separação de nenhum deles; b)

economia de energia no processo de moagem do entulho, pois sua utilização em

pavimentação permite uso de granulometria corrida e; c) a possibilidade de utilização de uma

maior parcela do entulho produzido.

Apesar disso, Ângulo (2000) comenta que dados nacionais demonstram que o setor de

pavimentação sozinho seria incapaz de consumir integralmente o RCD reciclado como base

de pavimentação, até porque parte do agregado natural é utilizada no concreto asfáltico e não

todo na base do pavimento. Esse autor refere que, no atual estágio do conhecimento, a

utilização de agregado de RCD reciclados para este fim é a única alternativa tecnologicamente

consolidada, sendo necessário, então, que sejam desenvolvidos outros mercados para garantir

a reciclagem em grande escala de RCD.

Zordan (2013) explica que o entulho, que pode ser usado sozinho ou misturado ao solo,

deve ser processado por equipamentos de britagem/trituração até alcançar a granulometria

desejada, e pode apresentar contaminação prévia por solo – desde que em proporção não

superior a 50% em peso. O autor continua, dizendo que o resíduo ou a mistura pode, então,

ser utilizado como reforço de subleito, sub-base ou base de pavimentação, considerando-se as

seguintes etapas: abertura e preparação da caixa (ou regularização mecânica da rua, para o uso

como revestimento primário), corte e/ou escarificação e destorroamento do solo local (para

misturas), umedecimento ou secagem da camada, homogeneização e compactação.

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2.10.2 - Como componentes do concreto:

Zordan (2013) afirma que o entulho processado pelas usinas de reciclagem pode ser

utilizado como agregado para concreto não estrutural, a partir da substituição dos agregados

convencionais (areia e brita), sendo que as principais vantagens desta utilização são:

-Utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos, argamassas, materiais

cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a necessidade de separação de nenhum deles;

-Economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à sua utilização

em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto, parte do material permanece em

granulometrias graúdas;

-Possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido, como o

proveniente de demolições e de pequenas obras que não suportam o investimento em

equipamentos de moagem/ trituração;

-Possibilidade de melhorias no desempenho do concreto em relação aos agregados

convencionais, quando se utiliza baixo consumo de cimento.

Nesse sentido, Levy (2006) menciona que a alternativa de produzir concreto com tais

resíduos é, sem dúvida, uma solução que vem sendo largamente pesquisada. A sua viabilidade

técnica para substituição de agregados graúdos em teores de até 20% já foi demonstrada em

diversas pesquisas desenvolvidas em universidades nacionais, bem como nos 208 trabalhos

técnicos apresentados nos VII seminários realizados pelo Comitê Técnico do Meio Ambiente

- CT MAB do Instituto Brasileiro do Concreto - IBRACON (1997, 1999, 2000, 2001, 2002,

2003 e 2006).

2.10.3 - Na confecção de argamassa:

Miranda e Selmo (2001) analisaram o desempenho de revestimentos de argamassa com

entulho reciclado, e após a realização de ensaios laboratoriais normalizados, chegaram a

conclusão que os revestimentos de argamassa com entulho reciclado mostram ter desempenho

quanto à aderência ao substrato, compatível ou até superior ao do revestimento de argamassa

mista com traço 1:1:8 em massa, e que em relação a absorção capilar, os revestimentos de

entulho apresentaram absorção superior ao do revestimento com argamassa mista.

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Gomes, Sampaio e Carneiro (2001) concluíram que a argamassa com adição de 50% de

entulho apresenta melhor desempenho na maior parte de suas propriedades, de modo que,

segundo esses autores, se pode indicar este teor de entulho como o mais adequado para a

produção desta; além disso, podem ser adotados traços para argamassas com resíduos

reciclados que proporcionam redução de custo pelo baixo custo do agregado.

2.10.4 - Na confecção de solo-cimento:

Ferraz e Segantini (2004) colocaram em prática a idéia de misturar resíduos de

construção na fabricação de tijolos de solo-cimento com o objetivo de melhorar as suas

características mecânicas, uma vez que as características físicas dos resíduos de argamassa e

concreto se assemelham às dos pedregulhos e isto, segundo esses autores, é bastante positivo.

Os autores estudaram as dosagens de solo + 20% de resíduo e de solo + 40% de resíduo.

Como resultados, puderam afirmar que todos os corpos-de-prova moldados com adição de

resíduo atenderam aos requisitos mínimos das normas brasileiras. Mostraram, ainda, a

ocorrência de ganhos consideráveis de resistência com o aumento no teor de resíduo.

2.11 – As usinas de reciclagem de resíduos da construção e demolição

As Usinas de Reciclagem de RCD têm como objetivo transformar os resíduos da

construção civil em agregados reciclados, podendo substituir a brita e a areia em elementos da

construção civil que não tenham função estrutural. São instaladas em terrenos públicos

localizados estrategicamente, com área mínima de 6.000 m², que devem ser cercadas e

dotadas de pontos de aspersão de água, localizados estrategicamente, de forma a reduzir o

excesso de poeira. Para evitar a pressão sonora, as calhas dos equipamentos britadores são

revestidas de borracha e as pás-carregadeiras dispõem de silenciadores.

As plantas para a produção de agregados reciclados não são muito diferentes das plantas

para produção de agregado britado. Elas incorporam vários tipos de britadores, peneiras,

equipamentos de transporte, e outros para a remoção de materiais. O método básico da

reciclagem é a britagem do entulho para a produção de material granular de um determinado

tamanho; este tamanho deve ser definido conforme a destinação do material reciclado, como:

aterros em geral, base ou enchimento em projetos de drenagem, sub-base ou revestimento de

rodovias em construção ou concreto.

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Existem dois tipos de Usinas de Reciclagem de RCD, tem-se uma usina denominada

simples, em que não possui um sistema de classificação do resíduo, ou seja, produz apenas

um produto final, conhecido como “bica corrida”. E a outra denominada usina completa, que

possui um sistema de peneiras (conjunto de classificação), sendo que neste caso tem-se um

produto final composto por areia reciclada, brita 0, brita 1 e a bica corrida.

Nas figuras 10 e 11 estão representados os fluxogramas de operação dos dois tipos de

Usina de Reciclagem de RCD:

Figura 10. – Fluxograma de Operação de uma Usina Simples.

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Figura 11. – Fluxograma de Operação de uma Usina Completa.

As Etapas do processo de reciclagem do entulho são descritas abaixo:

• Recepção: o material é inspecionado na portaria para verificar a sua composição e o grau de

contaminação. O material aceito é classificado em:

- classe A – resíduos de peças fabricadas com concreto (lajes, pilares, blocos,

pavimentação), argamassas, fibrocimento, pedras ornamentais, sem a presença de impurezas.

Destinam-se à preparação de argamassa e concretos não estruturais, utilizados na fabricação

de bloquetes para calçamento, blocos de vedação, guias para meio-fio, dentre outros.

- classe B – resíduos predominantemente cerâmicos (tijolos, telhas, azulejos etc.).

Destinam-se à base e à sub-base de pavimentação de vias, drenos, camadas drenantes e

material de enchimento de rip-rap. A parcela rejeitada pela inspeção é destinada ao aterro

sanitário.

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• Seleção: os materiais recicláveis são separados manualmente dos rejeitos que, se

forem recicláveis ou reaproveitáveis, são devidamente destinados.

• Operação de britagem: os resíduos são levados pela pá-carregadeira até o

alimentador vibratório do britador de impacto e, por gravidade, para a calha simples e ao

transportador de correia. Após a britagem, há eliminação de pequenas partículas metálicas

ferruginosas pela ação de um eletroímã sobre o material reciclado conduzido pelo

transportador de correia.

• Estocagem em pilhas: o material reciclado é acumulado sob o transportador de

correia.

• Expedição: é feita com o auxílio de pá-carregadeira, dispondo o material reciclado em

veículos apropriados.

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3 - METODOLOGIA

3.1 - Caracterização do município de Catalão – GO.

O município de Catalão situa-se na região sudeste do estado de Goiás, a 265 km da

capital, Goiânia. Estima-se sua população em 86597 habitantes (IBGE, 2010)

Segundo o IBGE (2010), a população de Catalão aumentou cerca de 22.250 habitantes

em 10 anos. Passou de 64.347 habitantes em 2000 para 86.647 habitantes em 2010. Esse

crescimento populacional de mais de 34% certamente não era esperado, porém a grande

quantidade de empresas que se instalaram na cidade e a abertura de novos cursos nas

Universidades, no referido período, foram alguns dos fatores que influenciaram nesse

crescimento.

De acordo com os dados da Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás

(SEPLAN/GO), tem-se a evolução do Produto Interno Bruto de Catalão entre os anos de 2000

e 2010, indicador que expressa à somatória de toda a riqueza produzida na cidade. Este saltou

de R$ 830,63 milhões para R$ 3,97 bilhões neste período, apresentando crescimento de 478

%. O resultado mostra o impacto dos investimentos públicos e privados realizados na cidade

nos últimos anos, entre os quais podemos destacar os projetados pela indústria

automobilística, pelas indústrias mineradoras, pela usina hidroelétrica Serra do Facão e por

outras empresas de pequeno e médio porte, que os fizeram no intuito de acompanhar o novo

ciclo de crescimento vivenciado pela cidade.

O crescimento do PIB de Catalão repercutiu também em outros indicadores como o PIB

per capita, que é a divisão do PIB pelo número de habitantes. Sua evolução entre os anos de

2000 e 2010 foi de R$ 12.782,43 para R$ 45.854,39 respectivamente, ou seja, um crescimento

de 358,73% (SEPLAN/GO 2013).

Abaixo segue alguns dados relativos à urbanização da cidade, obtidos junto a prefeitura

de Catalão GO em 2013.

Possui uma área urbanizada de 26 km².

Água tratada - Distribuição a 98% das residências e empresas da cidade pela

SAE – Superintendência da Água e Esgoto, totalmente municipal.

Estação de tratamento de esgoto – duas unidades tratam os esgotos industrial,

comercial e residencial. 55% das casas são servidas por redes de esgoto.

Asfalto – 97% das ruas são pavimentadas.

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3.2 - Metodologia da implantação de uma usina de reciclagem de resíduo de construção

e demolição.

3.2.1 – Estimativa Populacional do Município de Catalão – GO

Um dos fatores considerados para estimar a geração de RCD em toneladas por

habitantes ao ano, ao longo do horizonte de projeto foi a predição do crescimento

populacional da cidade de Catalão com base em modelos matemáticos. A previsão da

evolução da população de uma localidade depende de vários fatores, dentre os quais citam-se

os econômicos, sociais e políticos, o que torna essa previsão mais ou menos complexa. De

maneira geral, os métodos matemáticos empregados para a estimativa do crescimento

populacional de um determinado núcleo urbano são fundamentados em dados estatísticos e de

população anteriores à época da elaboração do projeto.

Para estimar a evolução da população da cidade de Catalão – GO entre o período de

2013 até 2032 (Horizonte de projeto de 20 anos) utilizou-se o modelo matemático que melhor

se ajustou a série dos dados censitários da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), determinados a partir de 1991.

Os dados do IBGE relativos à população da cidade de Catalão nos censos dos últimos

20 anos são apresentados na Tabela 02. Para a data de referência foi adotado o ano de

1980.

Tabela 02: Dados Populacionais de Catalão – GO.

T (ano) X (T - 1980) População (hab.)

1991 11 54525

1996 16 58279

2000 20 64347

2007 27 75623

2010 30 86647

Fonte: IBGE – Censo 2010.

De acordo com os dados da Tabela 02, foram ajustadas curvas que relacionassem

População (hab.) em função de “X” (T – 1980) em anos:

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Figura 12: Gráfico de dispersão entre População (hab.) em função de “X” (em anos).

Para o referido ajuste foi utilizada a ferramenta Linha de Tendência Central da planilha

Excel da Microsoft cujos dados estão apresentados na Tabela 03.

Tabela 03: Modelos matemáticos, as equações e coeficientes de determinação.

Modelos Matemáticos Equações Geradas Coeficiente de Determinação R²

Ajustamento Linear y = 1649,3x + 33578 R² = 0,95

Curva de Potência y = 17703x0,4472 R² = 0,91

Equação Exponencial y = 40573e0,024x R² = 0,97

Equação Logarítmica y = 30440ln(x) – 22603 R² = 0,88

Conforme pode ser observado na Tabela 03 foram ajustados os modelos matemáticos do

ajustamento linear, da curva de potência, da equação exponencial e da equação logarítmica.

Com base nos coeficientes de determinação dos modelos testados pode-se concluir que

a curva da Equação Exponencial, foi a que melhor ajustou-se a tendência de crescimento da

população da cidade de Catalão. Assim a partir da Equação Exponencial, pôde-se estimar a

população da cidade de Catalão para o Horizonte de Projeto de 20 anos, ou seja, para o ano de

2032.

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3.2.2 - Quantificação da Geração Diária de RCD no Aterro Sanitário da Cidade de

Catalão.

Para a quantificação da geração de Resíduos da Construção e Demolição no Aterro

Sanitário da cidade de Catalão foi feito um controle diário da pesagem de RCD. Todo o

material que chegava ao aterro era selecionado, ou seja, o entulho que apresentasse uma maior

quantidade de RCD classe A, era separado e pesado, sendo quantificado como uma amostra

válida, já o entulho que apresentasse maior quantidade de RCD classe B ou C, como madeira,

gesso e, até mesmo resto, de podas de árvores ou lixo doméstico, não eram quantificados

como uma amostra.

Esse controle diário foi feito no período entre 06 de Novembro de 2012 até 29 de

Dezembro de 2012, totalizando 45 dias de coleta de dados da geração de RCD no Aterro

Sanitário (Exceto Domingos e Feriados). Assim, nesse período de quantificação de RCD que

chegava ao aterro da cidade, obteve-se uma média diária de RCD, predominantemente

classe A.

A produção anual de RCD para o ano de 2012 foi estimada tomando-se a media de dos

valores de RCD pesados durante o período citado anteriormente multiplicado pelo número de

dias trabalhados ao longo do ano. Para isso, foi considerado 25 dias de operação no aterro por

mês.

A produção de RCD anual “per capta” foi obtida dividindo a quantidade de RCD gerada

no ano de 2012 por sua população estimada para esse ano. Em anexo encontra-se a planilha

com os dados coletados da geração de RCD no período citado.

Na Figura 13 estão mostradas duas cenas: a) o caminhão com RCD sobre a balança e b)

o equipamento no qual é determinado o peso do material.

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Figura 13. a) Pesagem do Entulho, b) Equipamento de Pesagem no Aterro Sanitário.

`

3.2.3 - Quantificação da Geração Diária de RCD em Áreas de “Bota Fora” na

Cidade de Catalão.

Para a estimativa da geração diária de RCD em áreas de “bota fora”, foi obtido junto a

Secretária Municipal de Meio Ambiente de Catalão (SEMMAC), as áreas de disposição de

RCD fora do aterro sanitário da cidade.

Existem vários pontos irregulares nos quais são despejados pequenos volumes e todo

tipo de resíduo. Porém optou-se por obter as informações de uma área de aproximadamente

8000 m², situada na Avenida L-2, km 280 BR-050 no Jardim Catalão, em que algumas

empresas de transporte de entulho vem despejando apenas os RCD predominantemente classe

A no local. A partir das informações obtidas por meio de empresas do ramo da construção e

de transporte de entulho, admitiu-se cerca de 40 % do RCD gerado em Catalão vem sendo

destinados para outros depósitos que não sejam o aterro sanitário.

Na Figura 14 tem-se uma área de “bota fora” de RCD predominantemente classe A.

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Figura 14. – Área de “bota fora”, situada na Avenida L-2, Km 280 BR-050 no Jardim

Catalão.

3.2.4 – Caracterização dos RCD’s do Aterro Sanitário de Catalão.

Para o processo de reciclagem do resíduo de construção e demolição, trabalha-se apenas

com resíduo classe A. A fim de estimar a porcentagem de RCD classe A das amostras

selecionadas durante a quantificação da geração de resíduo, foi feito um ensaio de

caracterização de RCD, em que foram selecionados dois caminhões carregados de entulho

aleatoriamente e em dias diferentes. Cada amostra selecionada foram separadas manualmente

de acordo com a classificação dos RCD (RESOLUÇÃO DO CONAMA N° 307) e

posteriormente pesadas. Assim com os valores obtidos de cada amostra tem-se uma

porcentagem média do entulho classe A.

Na Figura 15 tem-se a amostra selecionada pra o ensaio de caracterização e na Figura

16 a amostra separada de acordo com a classificação de RCD.

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Figura 15. – Amostra selecionada aleatoriamente para o ensaio de caracterização.

Figura 16. – Amostra separada, resíduos Classe A, resíduos Classe B, resíduos Classe

C, respectivamente.

3.2.5 – Custos de implantação e operação da Usina de Reciclagem de RCD.

A quantidade de cada material reciclado varia de acordo com a capacidade necessitada.

A partir da definição dos dois tipos de usina foi desenvolvido um estudo de viabilidade de

implantação entre as usinas.

Os custos de implantação e operação das usinas de reciclagem de RCD foram coletados

junto a Secretaria de Limpeza Urbana – SLU, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte,

órgão responsável pela operação das Usinas de Reciclagem de RCD nesta cidade. Foram

utilizadas como base para o levantamento dos custos de implantação e operação do

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empreendimento, a Usina de Reciclagem de Estoril (usina simples), e a Usina de Reciclagem

da BR – 040 (usina completa), ambas situadas em Belo-Horizonte.

Foram utilizados para o calculo de implantação e operação das Usinas os seguintes

dados:

Quantidade de funcionários e funções para cada Usina de Reciclagem;

Os gastos com Energia Elétrica e Água de cada Usina de Reciclagem;

Combustível da pá-carregadeira (R$/ano);

Custo de manutenção de cada Usina de Reciclagem (R$/ano);

A partir da estimativa de geração de RCD da cidade de Catalão, obteve-se a capacidade

de Britagem necessária das Usinas de Reciclagem para atender a demanda. A partir da

capacidade necessária foi solicitado um Orçamento da Usina simples e da Usina completa

para a empresa MAQBRIT Com. e Ind. de Máquinas LTDA. Tal empresa forneceu o valor

dos equipamentos que compõem as duas Usinas de Reciclagem cotadas. Esses orçamentos

encontram-se em anexo.

Foi solicitado à empresa Kirchner Imports um orçamento de uma Pá Carregadeira, que

será utilizada para transportar o material bruto para o inicio do processo de britagem. O valor

orçado para tal equipamento se refere a um equipamento novo.

3.2.6 – Receita Anual

A receita anual pode ser definida como o faturamento anual ou total bruto de entradas

de caixa de uma empresa a partir da venda de produtos e serviços, durante um ano.

A vida útil do empreendimento foi considerada de 20 anos, iniciando em 2013, com

término em 2032. Foi desprezada a receita obtida no primeiro ano de funcionamento da Usina

de Reciclagem de RCD. Inicialmente a receita bruta anual foi obtida, multiplicando-se, para

cada ano, a quantidade de RCD, em m³, gerado no ano pelo valor médio estabelecido para o

m³ do produto reciclado.

No caso da usina simples, o custo de implantação, operação e manutenção é menor do

que a usina completa, porém a usina simples produz apenas como produto final a “bica

corrida”. Já a usina completa possui custos de implantação, operação e manutenção maior que

a usina simples, mas possui como produto final, a areia reciclada, a Brita 0, a Brita 1 e a “bica

corrida”.

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Para o cálculo do valor final do produto, utilizando a produtividade das Usinas de

Reciclagem de RCD de Belo Horizonte. Todo o RCD que chega a usina simples, é reciclado

em “bica corrida”, já a usina completa tem uma produtividade de 50% do RCD que chega a

usina é reciclado em “bica corrida”, e os outros 50 % equivalem os outros produtos

reciclados, sendo 1/3 de Areia reciclada, 1/3 de Brita 0 e 1/3 de Brita 1.

Os valores para cada m3 de material reciclado foram adotados de acordo com os valores

comerciais em Catalão e cidades próximas. A “bica corrida” é um material não

comercializado em Catalão, assim obtendo junto à prefeitura municipal de Araguari um valor

comercial médio de R$ 25,00 o m³ do produto. Já para a areia reciclada, Brita 0 e Brita 1

foram feitas pesquisas de preços dos produtos na cidade e adotado um valor 50% mais barato

do que os valores comercializados em Catalão, obtendo um valor médio para cada produto de

R$ 35,00 o m³.

Para o cálculo da receita líquida anual, subtraiu-se anualmente, da receita bruta o valor

total de despesas do respectivo ano.

3.2.7 – Valor Presente da Receita Líquida

Para a avaliação da viabilidade do empreendimento foi realizado o calculo e analise dos

valores encontrados ano a ano para o valor presente líquido (VPL) (PAIVA, et al., 2012).1

Os fluxos estimados podem ser positivos ou negativos, de acordo com as entradas ou

saídas de caixa. A taxa fornecida à função representa o rendimento esperado do projeto. Caso

o VPL encontrado no cálculo seja negativo, o retorno do projeto será menor que o

investimento inicial, o que sugere que ele seja reprovado. Caso ele seja positivo, o valor

obtido no projeto pagará o investimento inicial, o que o torna viável.

Foi calculado o VPL das receitas através da Equação 01, ano a ano, considerando uma

taxa de juros de 9% a.a, que é geralmente praticada para financiamentos desta natureza.

= Eq. 01

1 Valor Presente Líquido (VPL): é definido como o somatório dos valores presentes dos

fluxos estimados de uma aplicação, calculados a partir de uma taxa dada e de seu período de

duração (SAMANEZ, 2002).

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Em que:

VP = Valor Presente da receita líquida do ano j;

i = Taxa de juros anual de 9%;

t = Intervalo de tempo, em anos, entre o ano j e o ano 1.

Para a avaliação da viabilidade econômica foram desprezadas as receitas do primeiro

ano de funcionamento e considerada a venda de somente 85% da produção ao longo da vida

útil da usina.

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

Através da equação Exponencial estimou-se a população da cidade de Catalão GO

para o horizonte de projeto de 20 anos representado na Tabela 04.

Tabela 04: Estimativa populacional para o horizonte de projeto de 20 anos;

Ano População (hab.)

2012 87453

2017 98603

2022 111175

2027 125349

2032 141331

A partir da metodologia utilizada para a quantificação da geração de RCD no aterro

sanitário, obteve-se uma taxa de geração anual de RCD de 382,1 kg/hab.ano, e com a

estimativa populacional, calculou-se a geração de RCD para os 20 anos de projeto.

Na tabela 05, estão representados a quantificação da geração de RCD no aterro, e somando os

40% das áreas de “bota fora” tem-se a geração anual para o horizonte de projeto.

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Tabela 05: Geração anual de RCD na cidade de Catalão no horizonte de projeto;

Ano População

(hab.)

Estimativa da Geração de RCD

Aterro Sanitário

(kg/dia)

Aterro Sanitário e

"Bota Fora"

(kg/dia)

t/dia m³/dia t/ano m³/ano

2012 87453 111382 155935 155,9 129,95 46780 38984

2017 98603 125587 175822 175,8 146,52 52747 43956

2022 111175 141600 198240 198,2 165,20 59472 49560

2027 125349 159653 223514 223,5 186,26 67054 55878

2032 141331 180009 252012 252,0 210,01 75604 63003

Obs: Foi considerado o peso especifico do material bruto de 1200 kg/m³.

Para a estimativa da produção de RCD anual em Catalão, foi considerada a

porcentagem de resíduo classe A, através dos ensaios de caracterização, em que as amostras

selecionadas continham 80% do material classe A.

Na Tabela 06 estão apresentados a produção de RCD classe A anualmente na cidade.

Tabela 06: Produção anual de RCD classe A na cidade de Catalão no horizonte de

projeto;

Ano t/dia Porcentagem de

RCD Classe A

(t/dia)

Resíduo Classe A

Produção de

RCD (t/dia)

Produção de

RCD (m³/dia)

Produção de

RCD (t/ano)

Produção de

RCD (m³/ano)

2012 155,9 124,7 124,7 78 37424,4 23390,2

2017 175,8 140,7 140,7 88 42197,4 26373,3

2022 198,2 158,6 158,6 99 47577,6 29736,0

2027 223,5 178,8 178,8 112 53643,4 33527,1

2032 252,0 201,6 201,6 126 60482,9 37801,8

Obs: Foi considerado o peso especifico do material reciclado de 1600 kg/m³.

De acordo com a metodologia temos dois tipos de usinas de reciclagem de RCD, em

que cada uma possui despesas operacionais, salários pagos aos funcionários e o custo de

implantação. Para o estudo traçamos um parâmetro de viabilidade entre as usinas

considerando casa item citado acima.

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4.1 - Usina de Reciclagem de RCD Simples

Tomando como exemplo a Usina de Reciclagem de Estoril em Belo Horizonte,

utilizamos alguns fatores para estimar as despesas da usina simples, que possui em todo o seu

funcionamento 10 funcionários.

Na Tabela 07 estão apresentas as despesas anuais com funcionários, contemplando suas

funções e os respectivos salários pagos de acordo com o cargo.

Tabela 07: Despesas anuais com os funcionários da usina simples;

Número de

Funcionários Cargo Operacional Quantidade Unidade Salário (R$)

1 Engenheiro Civil 7 Salário Mínimo 4.746,00

1 Administrativo 2 Salário Mínimo 1.356,00

5 Auxiliar de Triagem 1,5 Salário Mínimo 5.085,00

1 Operador de Britagem 1,5 Salário Mínimo 1.017,00

1 Operador de Máquina 2 Salário Mínimo 1.356,00

1 Auxiliar de Manutenção 1,5 Salário Mínimo 1.017,00

Sub-Total 21,5 Salário Mínimo 14.577,00

Encargos Sociais 45,5 % 6.632,54

Total Mensal (R$) 21.209,54

Total Anual (R$) 254.514,42

Obs: Salário mínimo de referencia de R$ 678,00 (Março 2013).

Além das despesas com os funcionários, temos as despesas operacionais da usina, em

que de acordo com a Usina de Estoril, custos com Energia elétrica e água possuem um valor

médio de R$ 3.000,00 /mes, e um valor para a manutenção da usina de R$ 30.000,00 anual.

O custo de combustível da pá-carregadeira (R$/ano) foi estimado com base em

informações do fabricante de 8 litros de óleo diesel por hora, considerando 8 horas

trabalhadas diário, 25 dias mensais de funcionamento e valor do litro de óleo diesel R$ 2,35

(Março 2013).

Na tabela 08 têm-se os custos totais de operação de uma usina simples em R$/ano:

Tabela 08: Despesas Operacionais de uma Usina Simples;

Despesas Operacionais (R$/ano)

Energia Elétrica/ Água 36.000,00

Combustível Pá Carregadeira 45.120,00

Manutenção da Usina 30.000,00

Total Anual 111.120,00

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Para o estudo da viabilidade econômica da Usina Simples considerou-se o custo de

operação da usina constante, pois as tarifas de energia e água e o valor do combustível podem

tanto aumentar como diminuir ao longo do horizonte de projeto além de não possuir uma

estimativa da variação do salário mínimo e da manutenção da usina durante os 20 anos

considerados.

Na Tabela 09 estão apresentados o custo de operação total durante o ano.

Tabela 09: Custo total de operação da usina simples.

Os custos de implantação da usina de reciclagem simples dividem-se, no valor da usina

de britagem, no valor da pá-carregadeira e nos custos de infraestrutura, não foi considerado o

valor da área de implantação da usina, supondo como incentivo à implantação uma área

própria do município de Catalão GO. Na Tabela 10 estão representados o custo de

implantação total da Usina de Reciclagem de RCD Simples.

Tabela 10: Custo total de Implantação da usina simples.

4.2 - Usina de Reciclagem de RCD Completa:

Para o calculo das despesas de uma usina de reciclagem completa, utilizamos como

exemplo a Usina de Reciclagem da BR-040 em Belo Horizonte, que possui em todo o seu

funcionamento 17 funcionários. A tabela 11 representa as despesas anuais com funcionários,

contemplando suas funções e os respectivos salários pagos de acordo com o cargo.

Custo Operacional Total (R$/ano)

Despesas Funcionários 254.514,42

Despesas Operacionais 111.120,00

Total Anual 365.634,42

Usina de Britagem Simples

Item Custo (R$)

Usina de Britagem 449.000,00

Pá Carregadeira 250.000,00

Infraestrutura 100.000,00

Total 799.000,00

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Tabela 11: Despesas anuais com os funcionários da usina completa;

Número de

Funcionários Cargo Operacional Quantidade Unidade Salário (R$)

1 Engenheiro Civil 7 Salário Mínimo 4.746,00

2 Administrativo 2 Salário Mínimo 2.712,00

8 Auxiliar de Triagem 1,5 Salário Mínimo 8.136,00

1 Operador de Britagem 1,5 Salário Mínimo 1.017,00

1 Operador de Máquina 2 Salário Mínimo 1.356,00

4 Auxiliar de Manutenção 1,5 Salário Mínimo 4.068,00

Sub-Total 32,5 Salário Mínimo 22.035,00

Encargos Sociais 45,5 % 10.025,93

Total Mensal 32.060,93

Total Anual 384.731,10

Obs: Salário mínimo de referencia de R$ 678,00 (Março 2013).

As despesas operacionais de uma usina completa, de acordo com os dados obtidos

junto as Usinas de Reciclagem de Belo Horizonte, são os mesmos custos de uma usina

simples, portanto os valores de Energia Elétrica, água, combustível e manutenção são iguais

aos citados na usina simples, que permanece constante ao longo do horizonte de projeto como

considerado.

Na tabela 12 estão apresentadas as despesas operacionais da usina completa.

Tabela 12: Despesas Operacionais de uma Usina Completa;

Na Tabela 13 estão apresentados os custos de operação total durante o ano da usina

completa.

Tabela 13: Custo total de operação da usina completa.

Despesas Operacionais (R$/ano)

Energia Elétrica/ Água 36.000,00

Combustível Pá Carregadeira 45.120,00

Manutenção da Usina 30.000,00

Total Anual 111.120,00

Custo Operacional Total (R$/ano)

Despesas Funcionários 384.731,10

Despesas Operacionais 111.120,00

Total Anual 495.851,10

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Também não foi considerado o valor da área de implantação para a usina completa,

supondo como incentivo à implantação uma área própria do município de Catalão GO. De

acordo com os itens considerados.

Na Tabela 14 está apresentado o custo total de implantação da usina completa.

Tabela 14: Custo total de Implantação da usina completa.

Para o calculo das receitas anuais de cada usina leva-se em consideração a produção

anual de RCD e o custo de comercialização do material reciclado. A usina simples tem como

produto final reciclado a “bica corrida”em que adotou-se um valor de venda de R$ 25,00 o

m³, valor comercial para a região de Catalão. A usina completa produz “bica corrida” no valor

citado, e também tem como produto final a areia reciclada, a brita 0 e a brita 1, que de acordo

com pesquisas de valor de mercado da cidade de Catalão tem-se um valor de RS 35,00 o m³

de cada material reciclado, valor este 50% mais barato do que o material original.

Para o calculo da receita liquida temos que subtrair da receita bruta os custos

operacionais totais de cada usina.

Na Tabela 15 estão apresentados os cálculos das receitas da usina simples:

Tabela 15: Receita Bruta e Receita Liquida anual da usina simples.

Ano Produção de

RCD (m³/ano)

Receita Bruta

(R$/ano)

Despesas Operacionais

(R$/ano)

Receita Liquida

(R$/ano)

2013 23959,2 509.132,15 365.634,42 143.497,73

2017 26373,3 560.433,57 365.634,42 194.799,15

2022 29736,0 631.889,52 365.634,42 266.255,10

2027 33527,1 712.450,81 365.634,42 346.816,39

2032 37801,8 803.288,30 365.634,42 437.653,88

Na Tabela 16 estão apresentados os cálculos das receitas da usina completa:

Usina de Britagem Completa

Item Custo (R$)

Usina de Britagem 498.000,00

Pá Carregadeira 250.000,00

Infraestrutura 100.000,00

Total 848.000,00

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Tabela 16: Receita Bruta e Receita Liquida anual da usina completa.

Ano Produção de RCD

(m³/ano)

Receita Bruta

(R$/ano)

Despesas Operacionais

(R$/ano)

Receita Liquida

(R$/ano)

2013 23959,2 610.958,58 495.851,10 115.107,48

2017 26373,3 672.520,28 495.851,10 176.669,18

2022 29736,0 758.267,42 495.851,10 262.416,32

2027 33527,1 854.940,97 495.851,10 359.089,87

2032 37801,8 963.945,97 495.851,10 468.094,87

Obs: Para o calculo da Receita Bruta foi considerado apenas 85% de venda do material

reciclado.

Através da Receita Liquida anual calcula-se de acordo com o Valor presente Liquido

para cada ano e considerando uma taxa de juros anual de 9%, valor utilizado para

financiamento acima de R$ 500.000,00, o período de retorno do empreendimento, ou seja, em

quantos anos de funcionamento a usina pagará o seu custo de implantação.

Na Tabela 17 está apresentado o calculo do valor presente líquido da usina simples ao

longo do horizonte de projeto, desconsiderando os valores da receita líquida do primeiro ano

de funcionamento:

Tabela 17: Valor presente líquido anual e acumulado da usina simples.

Ano Receita liquida simples Valor Presente Anual Valor Presente Acumulado

2013 R$ 143.497,73 Desprezado os valores da Receita Líquida do Primeiro Ano

2014 R$ 155.865,55 R$ 142.995,91 R$ 142.995,91

2015 R$ 167.966,22 R$ 154.097,45 R$ 297.093,37

2016 R$ 181.510,57 R$ 166.523,46 R$ 463.616,83

2017 R$ 194.799,15 R$ 178.714,82 R$ 642.331,64

2018 R$ 208.411,70 R$ 191.203,39 R$ 833.535,04

2019 R$ 222.353,91 R$ 203.994,41 R$ 1.037.529,45

2020 R$ 236.637,14 R$ 217.098,29 R$ 1.254.627,74

2021 R$ 251.267,08 R$ 230.520,26 R$ 1.485.148,00

2022 R$ 266.255,10 R$ 244.270,73 R$ 1.729.418,73

2023 R$ 281.601,19 R$ 258.349,71 R$ 1.987.768,44

2024 R$ 297.322,41 R$ 272.772,85 R$ 2.260.541,29

2025 R$ 313.424,43 R$ 287.545,35 R$ 2.548.086,65

2026 R$ 329.924,32 R$ 302.682,87 R$ 2.850.769,51

2027 R$ 346.816,39 R$ 318.180,18 R$ 3.168.949,69

2028 R$ 364.123,37 R$ 334.058,14 R$ 3.503.007,83

2029 R$ 381.850,95 R$ 350.321,97 R$ 3.853.329,80

2030 R$ 400.004,81 R$ 366.976,89 R$ 4.220.306,69

2031 R$ 418.602,00 R$ 384.038,53 R$ 4.604.345,22

2032 R$ 437.653,88 R$ 401.517,33 R$ 5.005.862,54

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Na Tabela 18 apresenta o calculo do valor presente líquido da usina completa ao longo

do horizonte de projeto, desconsiderando os valores da receita líquida do primeiro ano de

funcionamento.

Tabela 18: Valor presente líquido anual e acumulado da usina completa.

Ano Receita liquida

Completa Valor Presente Anual (Equação) Valor Presente Acumulado (Equação)

2013 R$ 115.107,48 Desprezado os valores da Receita Líquida do Primeiro Ano

2014 R$ 129.948,86 R$ 119.219,14 R$ 119.219,14

2015 R$ 144.469,67 R$ 132.540,98 R$ 251.760,12

2016 R$ 160.722,89 R$ 147.452,19 R$ 399.212,31

2017 R$ 176.669,18 R$ 162.081,82 R$ 561.294,13

2018 R$ 193.004,24 R$ 177.068,11 R$ 738.362,25

2019 R$ 209.734,89 R$ 192.417,33 R$ 930.779,58

2020 R$ 226.874,77 R$ 208.141,99 R$ 1.138.921,57

2021 R$ 244.430,70 R$ 224.248,35 R$ 1.363.169,92

2022 R$ 262.416,32 R$ 240.748,92 R$ 1.603.918,84

2023 R$ 280.831,63 R$ 257.643,70 R$ 1.861.562,54

2024 R$ 299.697,09 R$ 274.951,46 R$ 2.136.514,00

2025 R$ 319.019,52 R$ 292.678,46 R$ 2.429.192,46

2026 R$ 338.819,39 R$ 310.843,48 R$ 2.740.035,94

2027 R$ 359.089,87 R$ 329.440,25 R$ 3.069.476,19

2028 R$ 379.858,25 R$ 348.493,81 R$ 3.417.970,00

2029 R$ 401.131,34 R$ 368.010,41 R$ 3.785.980,41

2030 R$ 422.915,97 R$ 387.996,31 R$ 4.173.976,71

2031 R$ 445.232,60 R$ 408.470,28 R$ 4.582.446,99

2032 R$ 468.094,87 R$ 429.444,83 R$ 5.011.891,82

A partir dos cálculos executados pôde-se obter o período de retorno dos dois tipos de

usina de reciclagem para a cidade de Catalão GO.

Na Tabela 19 estão apresentados os períodos de retorno das Usinas de Reciclagem

Simples e Completa.

Tabela 19: Período de Retorno das Usinas de Reciclagem em Catalão GO.

Usina de Reciclagem

de RCD Produto Final

Valor Comercial

Médio (R$)

Período de

Retorno (anos)

Simples Bica Corrida R$ 25,00 5,75

Completa Bica Corrida, Areia

Reciclada, Brita 0 e Brita 1 R$ 30,00 6,38

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Considerando os resultados obtidos e apresentados nas tabelas anteriores observou-se

que o período de retorno do investimento tem uma pequena variação de acordo com o tipo de

usina implantada. Apesar dos custos de operação e implantação da Usina de Reciclagem

Completa serem maiores que os custos da Usina de Reciclagem Simples, o período de retorno

não é discrepante, isso acontece devido ao produto final da primeira apresentar um maior

valor agregado e, portanto, um preço final de venda maior.

Pode se afirmar com os resultados obtidos, que a implantação da Usina de Reciclagem

Completa se faz mais compensatória do que a implantação da Usina de Reciclagem simples.

Pois além de ter um período de retorno considerável, a usina possui uma maior diversidade do

produto final, que por sua vez, pode ser mais bem aproveitado, abrangendo outras áreas e

substituindo a matéria-prima de materiais como a Areia e a Brita por um material reciclado.

Os resultados obtidos no presente trabalho estao dentro da faixa de período de retorno

esperada para esse tipo de empreendimento. Stoltz (2008), em estudo semelhante para cidade

de Ijuí – RS, obteve um período de retorno satisfatório avaliados em 5, 7 e 10 anos de

implantação da usina.

Vale ressaltar que esses valores de 5,75 anos para a implantação da usina simples e 6,38

anos para a implantação da usina completa na realidade podem ser menores. Isto porque, além

de ter sido desprezada a receita do primeiro ano de funcionamento das usinas, foi admitida a

comercialização de somente 85% do reciclado de entulho e não foi acrescido ao ano seguinte

os 15% não comercializado no ano anterior.

Aplicando o valor presente líquido para toda a vida útil das usinas, ou seja, nos 20 anos

de horizonte de projeto, o valor obtido para os dois tipos de usina foi superior a cinco vezes o

valor investido.

Uma vez que, admitido que o empreendimento fosse implantado pela própria prefeitura

de Catalão, o material reciclado produzido poderia ser utilizado nas obras da prefeitura,

reduzindo os custos com a compra de agregados e, portanto, reduzindo sensivelmente também

o período de retorno do investimento. Para a estimativa da redução dos custos com agregados

pela prefeitura foi procurado os Órgãos Competentes para a obtenção de dados, que por sua

vez, não foram suficientes para a finalização do referente estudo.

A implantação pela prefeitura da usina abre caminho para a parceria com cidades

vizinhas próximas a Catalão, tanto na geração de RCD nessas cidades como no

beneficiamento do produto reciclado em obras nas cidades, garantindo uma maior geração de

RCD e também uma maior comercialização do RCD reciclado, diminuindo ainda mais os

períodos de retorno das usinas.

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A viabilidade do empreendimento em termos econômicos, sociais e ambientais estará

condicionada a regulamentação de uma política municipal de destinação final do entulho, com

a criação de Eco-pontos para coleta, conscientização do proprietário construtor e a exigência

de consulta da secretária de obras a SEMMAC (parecer ambiental) no inicio e no final da

obra, dentre outras providencias.

Vale ressaltar que não foi computado nessa analise o ganho em termos ambientais e de

saúde publica, como por exemplo, a redução do impacto visual, do assoreamento em áreas de

riscos, de vetores, etc.

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados obtidos a proposta de usina de reciclagem de entulho para

atender a cidade de Catalão se mostrou economicamente viável para os cenários avaliados.

Acredita-se que a implantação da usina completa é mais viável que a implantação da

usina simples, pois o beneficiamento tanto com os tipos de materiais reciclados e a venda

durante o horizonte de projeto é maior, obtendo uma maior diversidade de material reciclado e

ampla aplicação nas obras de engenharia.

A gestão dos resíduos gerados pelas construções e demolições nos municípios, como

apresentado, é obrigatório sendo de responsabilidade dos geradores e do próprio município,

além de se fazer importante para a destinação adequada do mesmo, que por sua vez, o RCD

possui grandezas consideráveis, e que para não serem depositados em áreas irregulares, têm-

se as propostas de reciclagem e reutilização do resíduo, pois este, possui características

diversas, em que, separados adequadamente, podem ser reciclados e utilizados na própria

construção civil, substituindo algumas matérias primas que se tornam cada vez mais escassas

no mundo.

Há de se considerar outros benefícios decorrentes do empreendimento, notadamente os

de natureza ambiental, tais como o aumento da vida útil dos aterros, a diminuição da poluição

visual, do assoreamento de rios, de vetores causadores de doenças entre outros.

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7 – ANEXOS

7.1 – Planilha de Coleta de Dados - Geração de RCD no Aterro Sanitário. 59

7.2 – Orçamento da Usina de Reciclagem de RCD – MAQBRIT. 60