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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA HERIBERTO RAMON SUAREZ VERDECIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PROPOSTA DE INTERVENCÃO EDUCATIVA SOBRE FATORES DE RISCO DE HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA NA ESF PARAÍSO Campos Gerais/Minas Gerais Ano da aprovação: 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

HERIBERTO RAMON SUAREZ VERDECIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PROPOSTA DE INTERVENCÃO EDUCATIVA SOBRE FATORES DE

RISCO DE HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA NA ESF

PARAÍSO

Campos Gerais/Minas Gerais

Ano da aprovação: 2016

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HERIBERTO RAMON SUAREZ VERDECIA

PROPOSTA DE INTERVENCÃO EDUCATIVA SOBRE FATORES DE

RISCO DE HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA NA ESF

PARAÍSO

Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da

Família, da Universidade Federal de Minas Gerais, para obtenção do Título de

Especialista.

Orientador: Prof.ª Dr. ª Nazaré Pellizzetti Szymaniak

Campos Gerais/Minas Gerais

Ano da aprovação: 2016

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho para todas as famílias brasileiras, especialmente as que

pertencem à área de abrangência da ESF Paraíso I, em Paraisópolis, em que

trabalho atualmente, por permitirem que ofereçamos um serviço de saúde com

qualidade e integralidade, demonstrando amor e respeito para realizar o meu

trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que contribuíram para que eu pudesse

concretizar essa especialização, em especial a minha equipe de saúde da ESF

Paraíso, que sempre colaborou com as ações desenvolvidas na intervenção. A todos

os usuários pertencentes a ESF Paraíso, por sua participação e colaboração com as

ações desenvolvidas pela equipe de saúde na unidade. À minha orientadora Prof.ª Dr.

ª Nazaré Pellizzetti Szymaniak, pelo acompanhamento, atenção, paciência e

dedicação ao longo dessa especialização. Aos gestores do município Paraisópolis,

pelo apoio recebido. A todos os colegas, orientadores e coordenadores do curso,

pelas experiências, ideias e ajuda compartilhada. Enfim, a todos os que colaboraram

de alguma forma com a intervenção.

Obrigado.

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O conhecimento dirige a prática; no entanto, a prática aumenta o conhecimento.

- Thomas Fuller -

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RESUMO

Em análise realizada pela equipe de saúde do número de pacientes cadastrados na

área de saúde Paraíso I no Paraisópolis chamou atenção a baixa prevalência de

hipertensão arterial sistêmica (HAS) com 15.14%. Em comparação com estudos

realizados no Brasil que mostram que de 22 a 43% da população adoece de HAS

percebe-se quanto isso poderia dificultar o adequado acompanhamento e prevenção

das complicações da doença. OBJETIVO: Elaborar um Projeto de Intervenção (PI)

sobre HAS para diminuir a incidência na população da área abrangência do Paraíso

do Programa de Saúde da Família de Paraisópolis/MG.MÉTODO: Trata-se de um

Projeto de intervenção desenvolvido no ESF (Estratégia da Saúde da Família) Paraíso

do município de Paraisópolis MG. O mesmo teve como questão norteadora: “Os

pacientes conhecem a Hipertensão Arterial e os fatores de risco da mesma”. O período

do estudo foi de agosto de 2014 à março de 2015 pelos profissionais que atuam na

ESF. Para o desenvolvimento do PI foi feito um plano de ação que incluiu visita

domiciliar, entrevistas individuais e campanhas de controle da pressão arterial (PA),

palestras e atividades esportivas numa população de 3593 indivíduos.

RESULTADOS: O projeto possibilitou conhecer a prevalência de hipertensos da área,

ampliou o conhecimento dos pacientes inerente ao processo de se adoecer e conviver

com HAS e que os erros no preenchimento de dados na ficha A (Ficha de

acompanhamento do hipertenso e/ou diabético) e de Hiperdia, o que provoca

prejuízos ao controle desta doença. CONCLUSÕES: O PI teve resultados satisfatórios

permitindo a elaboração do diagnóstico situacional, a identificação do problema

principal e a construção do plano de ação etapas fundamentais no processo de

planejamento.

Palavras chaves: . Hipertensão arterial sistêmica. Fatores de risco.

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ABSTRACT

In analysis by the team of health in the number of patients registered at health I

Paradise area in the municipality Paraisópolis called attention to low prevalence of

systemic arterial hypertension (SAH) with 15:14%. In comparison with studies carried

out in Brazil which show that 22-43% of the population falls ill SAH is perceived as this

could hinder proper monitoring and prevention of complications of the disease.

OBJECTIVE: To develop an Intervention Project (PI) on SAH to decrease the

incidence in the population of the area coverage of the Health Program Paradise

Paraisópolis Family / MG. METHODS: This is an intervention project developed in FHS

(Family Health Strategy) Paradise in the city of Paraisópolis MG. The same had as

guiding question: "Patients know Hypertension and risk factors of the same." The study

period was from August 2014 to March 2015 by professionals working in the FHS. For

the development of the IP was made a plan of action that included home visits,

individual interviews and blood pressure control campaigns (PA), lectures and sports

activities in a population of 3593 individuals. RESULTS: The project made it possible

to determine the prevalence of hypertension in the area expanded the knowledge of

patients inherent in the process of falling ill and living with hypertension and that errors

in the data fill in the form (accompanying sheet of hypertensive and / or diabetic) and

Hyper day, which causes damage to the control of this disease. CONCLUSIONS: The

PI had satisfactory results enabling the development of situational diagnosis,

identification of the main problem and the construction of key action step plan in the

planning process.

Keywords: Prevention. systemic arterial hypertension. Risk factors.

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Lista de abreviaturas, siglas e acrônimos

ACS Agente Comunitário da Saúde

APS Atenção Primária à Saúde

CAP Caderno de Ações Programáticas

CAPS Centros de Atenção Psicossocial

ESF Estratégia da Saúde da Família

HUERB Hospital de Urgência e Emergência

NASF Núcleos de Apoioà Saúdeda Família

SAE Hospital Doenças Infectocontagiosas

SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SUS Sistema Único de Saúde

TAC Tomografia Axial Computorizada

UBS Unidade Básica de Saúde

UPA Unidade de Pronto Atendimento

RCR Referência e Contrarreferência

PES Planejamento Estratégico Situacional

SAH SystemicArterial Hypertension

PI Intervention Project

FHS Family Health Strategy

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Lista de Quadros e Figuras

Quadro 1 Priorizaçãodos problemas 21

Quadro 2 Descritores do problema hipertensão ESF Paraíso 2014 25

Quadro 3 Desenho de operações para os “nós críticos " do

problema.Elevada incidência de Hipertensão Arterial

Sistêmica”.

28

Quadro 4 Recursos críticos para o desenvolvimento das operações

definidas para o enfrentamento dos “nós” críticos do problema

“Alta incidência de Hipertensão Arterial”.

29

Quadro 5 Classificação da pressãoarterialsistêmica 30

Quadro 6 Categorias de hipertensão arterial sistêmica 38

Quadro 7 Plano operativo do projeto de intervenção 44

Quadro 8 OperaçãoLinha de Cuidado 48

Quadro 9 OperaçãoMelhor Vida 49

Quadro 10 Operação Saber + 49

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Sumário

RESUMO ............................................................................................................................... 6

ABSTRACT ........................................................................................................................... 7

Lista de abreviaturas, siglas e acrônimos ......................................................................... 8

Lista de Quadros e Figuras ................................................................................................. 9

Sumário .............................................................................................................................. 10

1 Introdução ....................................................................................................................... 11

1.1Histórico e apectos geopolíticos do município ...................................................................... 11

1.2 Condições de Saúde ................................................................................................................. 13

1.3 Unidade Básica de Saúde ......................................................................................................... 14

1.4 Recursos Humanos ................................................................................................................... 14

1.5 Justificativa da intervenção ..................................................................................................... 14

2 Objetivos ...................................................................................................................... 15

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................ 15

2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................................. 15

3 Método ............................................................................................................................. 16

3.1Primeiro Passo: Identificação dos problemas ........................................................................ 18

3.2 Definição dos problemas .......................................................................................................... 18

3.3Segundo Passo: Priorização dos Problemas .......................................................................... 19

3.4Terceiro Passo: Descrição do problema ................................................................................. 19

3.5Quarto Passo: Explicação do problema .................................................................................. 21

3.6 Quinto passo: Identificação dos nós críticos ........................................................................ 22

3.7 Desenho de operações para os nós críticos do problema “Elevada incidência de

hipertensão arterial” ....................................................................................................................... 22

3.8 Identificação dos recursos críticos ......................................................................................... 23

3.9 Análise da viabilidade do plano de intervenção .................................................................... 23

4. Referencial Teórico ........................................................................................................ 24

4.1 A hipertensão arterial sistêmica e seus fatores de risco ................................................ 24

4.2 Diagnóstico, avaliação e medidas da Hipertensão Arterial ............................................ 26

4.3 Fatores predisponentes da hipertensão ................................................................................. 32

4.4 Objetivos e metas referentes ao tratamento da hipertensão arterial ............................ 38

5 Plano Operativo do Projeto de Intervenção ................................................................. 42

O autor (2016). .................................................................................................................... 44

6 Considerações Fináis ..................................................................................................... 45

7 Referências ..................................................................................................................................... 47

8 - ANEXOS ........................................................................................................................................ 51

ANEXO 2 - Folheto Educativo ....................................................................................................... 51

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PROPOSTA DE INTERVENCÃO EDUCATIVA SOBRE FATORES DERISCO DE HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA NA ESF PARAÍSO

1 Introdução

1.1Histórico e apectos geopolíticos do município

Paraisópolis é um município do Estado de Minas Gerais que tem sua história

relacionada à procura do ouro. Localizado na Serra da Mantiqueira, na microrregião

de Itajubá, faz limite com os municípios de Conceição dos Ouros ao

norte, Brasópolis ao leste, São Bento do Sapucaí (SP) no sudeste, Gonçalves a

sul, Camanducaia no sudoeste, Córrego do Bom Jesus no oeste e Consolação no

noroeste. A cidade possui área de 332,31 km², população de 20410 habitantes, dos

quais 16861 (75 %) residem na área urbana e 3702 (25%) habitam na zona rural

(IBGE, 2008).

O primeiro núcleo de povoação se originou da bandeira de Gaspar Vaz da Cunha que,

partindo de Taubaté, subiu a Serra da Mantiqueira até atingir a cabeceira do Rio

Sapucaí Mirim, em Minas Gerais, à procura de veios do precioso mineral. Vários

outros seguiram, posteriormente, os passos de Gaspar. Não tendo encontrado

indícios de ouro na região, muitos mineradores passaram a se dedicar à lavoura e à

pecuária, criando o povoado do Campo do Lima, que passou a ser também o marco

divisório entre as províncias de São Paulo e Minas Gerais após a expulsão dos

paulistas (Plano Municipal de Saúde Paraisópolis, 2014).

Um dos novos colonos foi o Guarda-Mor Francisco Vieira Carneiro que, em 1839,

firmou suas sesmarias no local. Essas eram vastas glebas de terras férteis que,

somadas às águas piscosas do Rio Sapucaí Mirim, atraíram colonos. Esses colonos,

com o tempo, passaram a exigir a criação de uma capela para a realização de serviços

religiosos e que seria devotada a São José. O povoado foi crescendo e recebendo

vários nomes no decorrer dos anos. A emancipação política do município se deu no

dia 25 de janeiro de 1873 pela Lei 1882 de 15/07/1872, que elevou definitivamente o

povoado à categoria de vila. Em 1874, a Vila de São José do Paraíso tornou-se uma

cidade (Plano Municipal de Saúde Paraisópolis, 2014).

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O Município de Paraisópolis teve os seguintes nomes: Campo do Lima (1826), São

José da Ventania (1827), São José das Formigas (1831), Vila Paraíso (1850), São

José do Paraíso (1872), e, finalmente, recebeu o atual topônimo de Paraisópolis, em

decorrência da Lei Estadual nº 621, de 15 de novembro de 1914. Sua posição

geográfica corresponde à latitude - 22,55254 S e longitude - 45,77480 W; altitude

máxima de 1931 metros na Serra da Imbira Branca e Mínima de 930 metros na Foz

do Ribeirão das Caveiras, estando a Sede do Município a 968 m.

A temperatura média anual é de 21°C; a média máxima anual, de 27°C, com Média

Mínima Anual de 13°C. Seu Índice médio pluviométrico anual atinge 1200mm

Apresenta topografia plana (10%); Ondulada (30%) e Montanhosa (60%). Seu Clima

é Tropical de Altitude com Temperatura Amena e suas Bacias hidrográficas incluem

como principais rios o Ribeirão das Caveiras; Rio Sapucaí Mirim; Rio Capivari; e a

Bacia do Rio Grande (Plano Municipal de Saúde Paraisópolis, 2014).

A População estimada de 20410 habitantes está distribuída na área de 332,31 km²,

perfazendo densidade demográfica de 61,9 hab./km² (IBGE, 2014). As moradias do

município são heterogêneas, pois parte da população mora em casas confortáveis,

com aparelhos eletrodomésticos mas algumas não contam com os mesmos recursos

e conforto, e desfrutam de poucos equipamentos eletrodomésticos em casa. Existe

transporte da prefeitura para as escolas. As pessoas gostam de música, esporte como

futebol e morrem principalmente de doenças crônicas. A área de atuação da ESF

Paraíso, oferece pouca infraestrutura para a comunidade. Entre esses estão mini

postos de apoio em cada bairro de atendimento, 1 farmácia popular, 6 igrejas e 1

escola municipal. Há fornecimento de luz elétrica, água, telefonia, correios e bancos

(Plano Municipal de Saúde Paraisópolis, 2014).

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1.2 Condições de Saúde

De acordo com indicadores apresentados pelo Ministério da Saúde (2003) estima-se,

para o município de Paraisópolis, que entre a população total de 19753, são usuários

do SUS cerca de 17780 habitantes. Dessa população, 5649 é usuária exclusiva do

SUS. Outros 12148 habitantes usam o SUS e algum outro sistema de atenção, sendo

que 1718 não utilizam o SUS (Plano Municipal de Saúde Paraisópolis, 2014).

Na gestão municipal do Sistema de Saúde, o Conselho Municipal de Saúde é

deliberativo e consultivo, operando através de reuniões mensais. Composto por 70%

de representantes dos usuários, 10% de trabalhadores da Saúde e 20% de membros

do governo e prestadores de serviços (Plano Municipal de Saúde Paraisópolis, 2014).

A rede de saúde da Atenção Básica do município conta com ESF, sendo 1 na zona

rural e 4 na zona urbana, além de 5 Equipes de Agentes Comunitários da Saúde

(EACS). Entre os de saúde instalados, encontram-se 1 Policlínica, 1 Centro Materno

Infantil,1 Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), 1 Centro de saúde (pronto

atendimento), 20 Consultórios Odontológicos, 5 Consultórios Odontológicos na ESF,

1 Farmácia Popular, 1 Hospital ,1 CRAS (Centro de Referência Assistencial) e o asilo

para idosos Vila Vicentina.

Visando ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como

sua resolubilidade, apoiado na inserção da ESF na rede de serviços, ocorreu o

processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica. O município

aderiu aos Agentes Comunitários de Saúde como passo inicial para organização do

território, cadastro das famílias, adoção de práticas de promoção e prevenção à

saúde, de forma que a implantação da ESF fosse facilitada.

Não existe um serviço específico para Referência e Contrarreferência (RCR) no

Sistema Municipal e as demandas de especialidades são encaminhadas para os

municípios próximos, de acordo com as necessidades e são divididos entre os

municípios de Itajubá, Pouso Alegre e Poços de Caldas. Porém, não há contra

referência desses municípios para Paraisópolis. A demanda de média e alta

complexidade do município também se dirige para os municípios de Itajubá, Pouso

Alegre e Poços de Caldas. Há um hospital para internações provido de ala para

maternidade, porém não existe ala específica para pediatria ou UTI neste hospital.

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1.3 Unidade Básica de Saúde

A área de abrangência do ESF Paraíso possui 893 famílias, e 3593 habitantes, com

alfabetização de 95.25%. A UBS que sedia o programa situa-se no Bairro Centro de

Paraisópolis. O horário de funcionamento inclui o período da manhã, das 08:00 às

12:00 horas e o período vespertino, das 13:00 às 17:00 horas. A equipe foi criada no

ano 2005 e atua de segunda a sexta feira.

1.4 Recursos Humanos

A ESF é composta por 1 médico, 1 enfermeiro, 2 técnicos de enfermagem, 9 agentes

comunitários de saúde, 1equipe de saúde bucal (dentista e técnico de higiene dental

ou auxiliar de consultório dentário três dentre as cinco equipes existentes). Vale

reiterar a experiência positiva dos NASF (Núcleos de Apoio à Saúde da Família), que

traz a inserção dos seguintes profissionais: fisioterapeuta, psicólogo, ginecologista e

pediatra, nutricionista, farmacêutico, educador físico, em pontos estratégicos de

referência sendo que cada núcleo será referência para cada Equipes da ESF

(Estratégia da Saúde da Família), facilitando o acesso de pacientes que necessitam

de uma atenção desse profissional para reabilitação de seu estado de saúde.

1.5 Justificativa da intervenção

A HAS precisa atenção no município Paraisópolis e nesta ESF em particular há

registro de 544 pacientes. Muitas vezes, os pacientes permanecem sem tratamento

por não conhecerem a doença e suas complicações e procuram atendimento quando

apresentam sintomas. Avaliando as complicações que derivam da HAS (Hipertensão

Arterial Sistêmica), sua alta taxa de mortalidade, sua elevada taxa de invalidez e a

presença fatores de risco modificáveis que influem seu desenvolvimento tornaram o

tema como justificável para desenvolver este Projeto de Intervenção.

Os dados epidemiológicos brasileiros relativos ao risco cardiovascular, apesar de se

mostrarem consistentes pela existência de estudos bem delineados e representativos,

estão restritos a algumas regiões, o que deixa dúvidas se as informações existentes

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representam o país. Outro aspecto que merece consideração é a modificação no perfil

da população brasileira com relação aos hábitos alimentares e de vida, que indica

uma exposição cada vez maior aos riscos cardiovasculares. A mudança na

quantidade de alimento ingerido e na própria composição da dieta provocou

alterações significativas do peso corporal e distribuição da gordura, com o aumento

progressivo da prevalência de sobrepeso ou obesidade da população. Adicione-se a

isso a baixa frequência à prática de atividade física (JARDIM et al., 2006).

O reconhecimento de que a modificação dos hábitos de vida com a prevenção do

aparecimento de fatores de risco e o tratamento de desvios da normalidade quando

estabelecidos (HSA, obesidade, sedentarismo, dislipidemias, dentre outros)

modificam a história evolutiva desses agravos tornando estratégico o conhecimento

de sua prevalência. Por este motivo torna-se necessário que a ESF direcione sua ação

para o auxílio ao indivíduo e a fazer mudanças em seus hábitos de vida, através da

conscientização da população sobre a promoção à saúde. O objetivo da prevenção e

tratamento da hipertensão é reduzir a morbimortalidade cardiovascular por meio de

modificações do estilo de vida que favoreçam a redução/controle da doença.

2 Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Propor intervenção educativa sobre fatores de risco de hipertensão arterial sistémica

no ESF Paraíso, Paraisópolis-MG.

2.2 Objetivos Específicos

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Identificar os fatores de risco da hipertensão arterial na população em estudo.

Projetar o programa de intervenção educacional com base sobre os fatores de risco

de hipertensão arterial.

Avaliar o nível de conhecimento adquirido após a implementação da intervenção.

Aumentar o conhecimento da população estudada sobre os principais fatores de risco

que interferem na incidência da HAS.

3 Método

Esta proposta de intervenção utiliza o método Planejamento Estratégico Situacional

(PES) seguindo passos de um Plano de Ação a partir da análise de determinados

critérios. Na equipe de Saúde de ESF Paraíso a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

foi selecionada como prioridade 1. Uma vez definidos os problemas e as prioridades

(1º e 2º passos), a próxima etapa foi a descrição dos problemas selecionados. Para

descrição do problema priorizado, a Equipe utilizou alguns dados fornecidos pelo SIAB

(Sistema de Informação de Atenção Básica) e outros que foram produzidos pela

própria equipe. Foram selecionados indicadores da frequência de alguns dos

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problemas relacionados aos mesmos, além disso, da ação da equipe frente a esses

problemas (cobertura, controle de pacientes hipertensos, entre outros) e também

indicadores que evidenciam a ideia indireta da eficácia das ações (internações e

óbitos).

Cabe aqui ressaltar as deficiências do sistema de informação e necessidade de que

a equipe produza informações adicionais para auxiliar no processo do planejamento.

Para lograr a melhor explicação a equipe de saúde considerou importante entender a

gênese com a identificação de suas causas. A partir da explicação, foi elaborado um

plano de ação, entendido como uma forma de sistematizar propostas de solução para

enfrentar os problemas. Foi necessário pensar as soluções e estratégias para o

enfrentamento das causas consideradas importantes iniciando a elaboração do plano

de ação propriamente dito, elaborando um desenho de operacionalização.

A partir identificação dos recursos críticos a serem estabelecidas para execução das

operações constitui atividade fundamental para analisar a viabilidade do plano. Foram

considerados recursos críticos aqueles indispensáveis à execução de uma operação

e que não estão disponíveis. Por isso, é importante que a equipe tenha clareza de

quais são esses recursos, para criar estratégias que se possa viabilizá-los. A equipe

de saúde identificou os recursos críticos de cada operação. Para analisar a viabilidade

de um plano, foram identificadas três variáveis fundamentais: atores que controlam

recursos críticos das operações que compõem o plano; recursos cada um desses

atores controla e; motivação de cada ator em relação aos objetivos pretendidos com

o plano.

A equipe identificou os atores que controlavam os recursos críticos e sua motivação

em relação a cada operação, propondo ações estratégicas. Finalmente, para a

elaboração do plano operativo a equipe de saúde, em reunião com as pessoas

envolvidas no planejamento, definiu por consenso a divisão de responsabilidades por

operação e os prazos para a realização de cada produto.

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Utilizaram-se como descritores: hipertensão arterial e equipe do ESF. Foram

notificados como hipertensos ambos sexos assistidos nas consultas médicas com o

objetivo de prevenir os fatores de risco relacionados à HAS em conjunto com a ESF,

agentes comunitários de saúde, e líderes comunitários. Uma vez identificados os

pacientes, após a coleta de dados, iram ser encaminhados para a realização de

palestras, clubes debates, e outros para aumentar seu conhecimento sobre os fatores

de risco da hipertensão arterial. Foram considerados como critério de inclusão todos

os pacientes com diagnóstico de HAS, que residem na zona rural e concordaram em

participar no estudo. Os resultados para sua ilustração desenvolvidos em tabelas e

gráficos foram usados os prontuários dos pacientes, as planilhas de pesquisas, e suas

fichas para a coleta de dados. A seguir, apresentam-se os passos do Plano de Ação.

3.1Primeiro Passo: Identificação dos problemas

Para a elaboração do plano de ação foram considerados os seguintes passos:

definição dos problemas, priorização dos problemas, descrição do problema

selecionado, explicação do problema, seleção dos “nós críticos”, desenho das

operações, identificação dos recursos críticos, análise de viabilidade do plano,

elaboração do plano operativo e gestão do plano.

3.2 Definição dos problemas

Ao fazer a análise situacional do território da equipe de saúde, foi determinado um

grupo de problemas que afetam a população e que interferem em seu estado de

saúde, do ponto de vista objetivo ou subjetivo. Entre os vários problemas identificados

no diagnóstico situacional, a equipe destacou: alta prevalência de hipertensão arterial,

elevado número de pacientes com doenças crônicas de foro psiquiátrico por não

adesão terapêutica, aumento da incidência do câncer; gravidez precoce, alcoolismo e

tabagismo.

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3.3Segundo Passo: Priorização dos Problemas

Foram selecionados, pela equipe da ESF Paraíso considerando os seguintes critérios:

importância, urgência e principalmente capacidade de enfrentamento pela equipe de

saúde.

Quadro 1 - Priorização dos problemas.

Problema Importancia Urgencia

0 a 5 pontos

Capacidade de enfrentamento

Prioridade

• Alta prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica

Alta 5 Parcial 1

• Elevado número de pacientes com doenças crônicas de foro psiquiátrico por não adesão terapêutica

Alta 5 Parcial

1

Aumento da incidência do câncer Alta 4 Parcial

5

Gravidez precoce Alta 3 Parcial 4

Alcoolismo Alta 3 Parcial 3

Alta incidência de tabagismo Alta 3 Parcial

3

Fonte: O autor (2016).

3.4Terceiro Passo: Descrição do problema

A hipertensão arterial sistêmica (HAS e considerada como um problema de saúde

pública tanto por apresentar alta prevalência e incidência, como também por ser um

fator de risco para diversas outras patologias, principalmente para as enfermidades

cardiovasculares, que são as principais causas de mortalidade em todo o mundo,

inclusive em grupos populacionais de condições socioeconômicas desfavoráveis (V

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Em 2000, aproximadamente 26% da população

adulta em todo o mundo já apresentava HAS e esta proporção deverá aumentar para

29% até o ano de 2025, se não forem tomadas medidas de intervenção. O aumento

na prevalência é esperado principalmente em os países em desenvolvimento.

A HAS é um importante fator de risco para doenças decorrentes de aterosclerose e

trombose, que se exteriorizam, predominantemente, por acometimento cardíaco,

cerebral, renal e vascular periférico. É responsável por 25 a 40% da etiologia

multifatorial da cardiopatia isquêmica e dos acidentes vasculares cerebrais,

respectivamente.

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20

Essa multiplicidade de consequências coloca a hipertensão arterial na origem das

doenças cardiovasculares e, portanto, caracteriza-a como uma das causas de maior

redução da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos. No Brasil, as doenças

cardiovasculares são responsáveis por 33% dos óbitos com causas conhecidas. Além

disso, essas doenças foram a primeira causa de hospitalização no setor público, entre

1996 e 1999, e responderam por 17% das internações de pessoas com idade entre

40 e 59 anos e 29% daquelas com 60 ou mais anos (DUNCAN; SCHMIDT;

GIUGLIANI, 2004).

Um dos objetivos na Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) é modificar o

quadro atual da prevalência das enfermidades crônicas, por meio de mudança do

estilo de vida, que pode influenciar vários fatores de risco.

As doenças cardiovasculares se destacam, atualmente, como principais causas de

morte, atingindo cerca de um terço do total da mortalidade adulta brasileira. No Rio

Grande do Sul, em 2002, 21.802 indivíduos morreram por doenças do aparelho

circulatório, representando, também, um terço da mortalidade total (BRASIL, 2006).

As complicações da hipertensão arterial, em muitos casos, levam o paciente a

requerer cuidados médicos de alto custo, exigindo uso constante de medicamentos,

exames complementares periódicos e procedimentos como diálise e transplante.

No Brasil, as doenças cardiocirculatórias são uma das principais causas de

internações hospitalares e reconhecidamente envolvem custos elevados. Em Pelotas,

Rio Grande do Sul, em 1992, um estudo de base populacional na população adulta

estimou uma prevalência de hipertensão arterial sistêmica em torno de 20%, Soares

São Paulo; (2007) O estudo revelou como mais atingidos os indivíduos acima de 40

anos, de cor negra, com história familiar de hipertensão, não havendo diferença

significativa entre os sexos. A identificação de grupos em maior risco de serem

acometidos pela HAS constitui importante contribuição na prevenção das morbidades

e na efetividade do tratamento. Estudos de prevalência da hipertensão no Brasil, entre

1970 e início dos anos 90, revelam valores de prevalência entre 7,2 e 40,3% na

Região Nordeste, 5,04 a 37,9% na Região Sudeste, 1,28 a 27,1% na Região Sul e 6,3

a 16,75% na Região Centro-Oeste (MALTA; MOURA, 2009).

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Esses estudos de prevalência são importantes fontes de conhecimento da frequência

de agravos na população e servem, também, para a verificação de mudanças

ocorridas após as intervenções. Nos últimos anos, observa-se o aumento do número

de estudos transversais para estimar a prevalência da hipertensão arterial. Observa-

se, entretanto, grande variabilidade na informação obtida, em função de vários fatores,

entre os quais: desenhos de amostra diversos; distintos grupos populacionais (sexo,

idade, renda, escolaridade, entre outros); abrangência geográfica do estudo (nacional,

regional, urbano, rural); critérios de diagnóstico e rigor na mensuração da pressão

arterial (PA); fonte e tipo de dados coletados e; análise dos dados.

Essa variabilidade da informação, geralmente, inviabiliza a comparação dos estudos

e sua utilização como ferramenta de decisão para a Saúde Pública. Na estratégia da

saúde da família de nossa área de abrangência, mediante os controles e os

atendimentos feitos pelos integrantes da equipe aos pacientes com hipertensão

arterial, observa-se que muitos deles mantêm as cifras de tensão arterial elevadas,

sendo mais frequentes no sexo masculino.

Muitos fatores de risco caracterizam a população atendida, sendo verificado o baixo

nível cultural e estilo de vida pouco saudável. Os pacientes não têm conhecimento

sobre a importância de execução de exercícios físicos periódicos, o que se constitui

outro fator de risco na aparição da doença o sedentarismo, e há baixa adesão ao

tratamento farmacológico. Nosso objetivo é propor um plano de ação para diminuir

incidência e prevalência da doença na população hipertensa para manter bom

controle e evitar surgimento das complicações.

3.5Quarto Passo: Explicação do problema

A HAS constitui um fator de risco para aparição das enfermidades cardiovasculares,

cerebrovasculares e renais, sendo responsável do maior por cento das mortes na

população. É importante no processo terapêutico e na prevenção da doença a

modificação do estilo de vida tratando de ter uma alimentação adequada, execução

de exercícios físicos periódicos, controle de peso, evitar ou diminuir o consumo de

álcool e tabagismo que são fatores de risco que devem ser muito bem controlados.

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Muitas vezes, os pacientes permanecem sem tratamento por não conhecerem a

doença e suas complicações e só procuram atendimento quando apresentam

sintomas, tais como dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido, sangramento

nasal, visão embaçada e outras complicações como arritmia cardíaca, doença renal

crônica e doenças cerebrovasculares.

Há sub-registro de pacientes com esta doença que ficam sem diagnóstico e

tratamento, tendo em conta que algumas vezes é assintomática. Os pacientes não

podem mudar alguns fatores de risco como história familiar ou idade, mas podem,

certamente, mudar ou controlar outros importantes, como o tabagismo, o peso, e a

dieta, entre outros, mas não tem conhecimentos sobre os fatores do risco.

Quadro 2. Descritores do problema hipertensão no ESF Paraíso, Paraisópolis, 2014.

Descritores Valores Fontes

Habitantes 3593 Registro da equipe

Hipertensos cadastrados 544 SIAB

Hipertensos acompanhados 483 SIAB

Hipertensos controlados 194 Registro da equipe

Hipertensos descompensadose/ou não acompanhados

61 Registro da equipe

Fonte: O autor (2016).

3.6 Quinto passo: Identificação dos nós críticos

Os nós críticos identificados estavam relacionados ao nível de informação (pouco

conhecimento do usuário sobre a doença); hábitos e estilo de vida da população pouco

saudáveis e; processo de trabalho da equipe de saúde (pouca informação ao usuário;

falta de grupo operativo). Desse modo, os nós críticos identificados estão descritos a

seguir: alta incidência de hipertensão arterial sistêmica; elevado número de pacientes

com doenças crônicas de foro psiquiátrico por não adesão à terapêutica; aumento da

incidência do câncer; gravidez precoce; alcoolismo e tabagismo.

3.7 Desenho de operações para os nós críticos do problema “Elevada incidência de hipertensão arterial” Quadro 3- Desenho de operações para os “nós críticos" do problema “Elevada incidência de Hipertensão Arterial Sistêmica”.

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Nó critico Operação/projeto Resultados esperados

Produtos Recursos necessários

Controle do peso +Saúde Modificar estilos de vida.

Manter um adequado peso corporal. Melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Programas e projetos de saúde.

Pessoal capacitado. Local de reunião. Meios de ensino.

Ingestão excessiva de álcool

Saber + Aumentar o nível de informação da população sobre os riscos da ingestão excessiva de álcool.

Diminuir em 80% total de pacientes com excessiva ingestão de álcool.

Terapia de grupos. Avaliação do nível de informação.

Pessoal capacitado. Local de reunião. Meios de ensino.

Ingestão excessiva de sal

Saber + Aumentar o nível de informação da população sobre os riscos para a saúde da ingestão excessiva de sal.

Diminuição do consumo de sal na alimentação. População mais informada sobre os riscos para a saúde.

Programa de campanha na rádio local.

Espaço na rádio local. Palestras

Hábito de fumar Saber + Aumentar os conhecimentos sobre os benefícios de parar de fumar.

Diminuir em 90 % em o total e pacientes tabagistas.

Consultas especializadas.

Pessoal capacitado. EBS

Ausência de exercício físico regular

Linha de cuidado Motivar e aumentar a participação na prática de exercícios físicos.

Evitar o sedentarismo.

Programas saudáveis

Palestras educativas. Espaço na rádio.

Fonte: O autor (2016).

3.8 Identificação dos recursos críticos

São considerados recursos críticos aqueles indispensáveis para a execução de uma

operação e que não estão disponíveis e, por isso, é importante que a equipe tenha

clareza de quais são esses recursos, para criar estratégias que possam viabilizá-los.

Quadro 4-Recursos críticos para o desenvolvimento das operações definidas para o enfrentamento dos “nós” críticos do problema “Alta incidência de Hipertensão Arterial”.

+Saúde Político: articulação Inter setorial e aprovação de projetos.

Saber +

Político: para conseguir espaço na radio e local de reunião. Financeiros- para aquisição de recursos audiovisuais.

Linha de cuidado

Político: mobilização social em torno a ampliar conhecimentos de saúde. Organizacional- mobilização em torno da prática de exercícios físicos e caminhadas.

Fonte: O autor (2016).

3.9 Análise da viabilidade do plano de intervenção

Quadro 5- Propostas de ações para a motivação.

Operação/ projeto Recursos críticos. Ator que controla.

Motivação Ação Estratégica

+Saúde Modificar estilos de vida.

Político- articulação intersetorial e aprovação de projetos

Secretaria municipal de saúde.

Favorável Não é necessária

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Saber + Aumentar o nível de informação da população sobre os riscos da ingestão excessiva de álcool.

Politico- para conseguir espaço na radio e local de reunião. Financeiros- para aquisição de recursos audiovisuais.

Secretaria municipal de saúde.

Favorável Apoio dos profissionais

Saber + Aumentar o nível de informação da população sobre os riscos para a saúde da ingestão excessiva de sal.

Politico- para conseguir espaço na radio e local de reunião. Financeiros- para aquisição de recursos audiovisuais.

Secretaria municipal de saúde.

Favorável Apoio dos profissionais.

Saber + Aumentar os conhecimentos sobre os benefícios de parar de fumar.

Politico- para conseguir espaço na radio e local de reunião. Financeiros- para aquisição de recursos audiovisuais.

Secretaria municipal de saúde.

Favorável

Apoio dos profissionais.

Linha de cuidado Motivar e aumentar a participação da pratica de exercícios físicos

Politico- Mobilização social em torno a ampliar conhecimentos de saúde. Organizacional- mobilização em torno á pratica de exercícios físicos e caminhadas.

Secretaria municipal de saúde. Setor de comunicação Social

Favorável

Apoio dos profissionais.

Fonte: O autor (2016).

4. Referencial Teórico

4.1 A hipertensão arterial sistêmica e seus fatores de risco

É sabido que as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por mais de2

(dois) milhões de mortes a cada ano, em todo o mundo. Dados do Ministério da Saúde

(2001) apontam que, na década de 80, mais precisamente no ano de1988, quase 60%

das mortes em todo o mundo foram provocadas por essas doenças. Outro dado

lastimável indica que, em 2020, esse quadro pode-se agravar,

chegandoa73%dasmortesprovocadaspelasdoenças crônicas não-transmissíveis.

Trata-se de uma epidemia moderna, em nível nacional e internacional. Ela tem se

expandido mais, segundo levantamento do Ministério da Saúde, em populações

pobres e desfavorecidas dos países em desenvolvimento. Esse fato pode ser

comprovado já no ano de 1998, quando 77% das mortes atribuídas às doenças

crônicas não-transmissíveis ocorreram nos países em desenvolvimento.

Nesse contexto, a hipertensão arterial aparece como uma das mais graves

enfermidades entre as doenças crônicas não-transmissíveis, sendo responsável

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direta ou indiretamente por um elevado número de óbitos no mundo moderno. O

estudo de Melo Neto (2006) apresenta a hipertensão arterial como um dos principais

fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares conforme

apontamos estudos de (Duncanetal,1993 apud Melo Neto2006) e que pode ocorrer

associada a outros fatores de risco que são independentemente associados a

doenças cardiovasculares como os fatores sócio demográficos, comportamentais

clínicos.

De acordo como documento “Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão

Arterial e ao Diabetes Mellitus”, de 2002, elaborado pelo Ministério da Saúde, a

hipertensão arterial e o diabetes mellitus representam dois dos principais fatores de

risco das doenças cardiovasculares (principal causa de risco de mortalidade na

população brasileira), contribuindo decisivamente para o agravamento deste cenário,

em nível nacional.

Este mesmo documento traz dados estatísticos que comprovam que a hipertensão

afeta cerca de 11a20% da população adulta com mais de 20 anos. Outro dado

importante indica que aproximadamente 85% dos pacientes que sofreram de acidente

vascular encefálico (AVE) e 40% das vítimas de infarto do miocárdio apresentaram

hipertensão associada.

O documento do Ministério da Saúde“ Relatório Técnico da Campanha Nacional de

Detecção de Suspeitos de Diabetes Mellitus ”, de 2001,apresenta dados do Instituto

Nacional de Seguro Social (INSS),que comprovam que 40% das aposentadorias

precoces do país são decorrentes do controle inadequado dos níveis depressão

arterial, que por sua vez acarretam graves complicações tais como a aterosclerose,

o infarto do miocárdio, o acidente vascular cerebral, a insuficiência renal crônica e a

insuficiência cardíaca congestiva.

Só em 2001, tais complicações resultaram em um elevado índice de mortalidade de

adultos, fato es que pode ser comprovado a través do Datasus (2001), que afirma

que, nesse ano,32% das mortes de adultos foram decorrentes desses agravos. O

mesmo documento citado do Ministério da Saúde aponta que a hipertensão arterial é

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responsável por 60% dos casos de infarto do miocárdio e por 80% dos casos de

acidente vascular encefálico (AVE).

De acordo como Caderno de Atenção Básica, dedicado à Hipertensão Arterial, do

Ministério da Saúde, de 2006, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) vê maser:

(...)um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo. Ela é um dos mais

importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,

cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por

acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronária em

combinação como diabete, 50% dos casos de insuficiência renal terminal. (Caderno

de Atenção Básica-nº 15, p.2006).

Para (NeuteleSmith,1999; RondinellieMoura-Neto,2003) citados por Faria (2007, p.

19), a hipertensão arterial (HAS) e um importante fator de risco independente para

DCV, sendo uma síndrome multifatorial, caracterizada por níveis tensionais

elevados, que podem ser decorrentes de alterações metabólicas e hormonais. A

regulação da pressão sanguínea é um processo complexo influenciado por diversos

sistemas fisiológicos, incluindo vários aspectos do funcionamento renal, transporte

celular de íons e funcionamento cardíaco. Em busca de novos conceitos a respeito

da hipertensão arterial, deparamo-nos coma definição apresentada por SOUZA

(1999). Para esse autor a HAS é uma doença multifatorial e que possui cursos

sintomático e prolongado, sendo de detecção quase sempre tardia.

4.2 Diagnóstico, avaliação e medidas da Hipertensão Arterial

Segundo Porto (2005), trata-se de uma enfermidade que vem atingindo uma parte

significativa da população adulta em todo o mundo. Tal enfermidade tem dado origem

a um número elevado de óbitos, decorrentes de diversos fatores, tais como acidentes

vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e infarto do miocárdio;

o autor afirma ainda que a confirmação diagnosticada de hipertensão arterial devesse

ser refetuada com mais de uma tomada depressão, em mais de uma ocasião.

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Para ele, um diagnóstico insatisfatório pode induzir à prescrição de terapêutica

desnecessária ou prejudicial aos pacientes, considerando-se que qualquer número

parasse definir pressão normal ou elevada é arbitrário e toda classificação é

defeituosa. Segundo o mesmo, faz-se necessário o estabelecimento de determinados

valores, com o intuito de uma sistematização. Afirma ainda que hoje se conhecemos

valores dos níveis sistólico e diastólico como importantes fatores de risco para o

aparelho cardiovascular e consideram-se parar definição de hipertensão arterial os

níveis depressão diastólica e sistólica.

No que se refere investigação diagnóstica a hipertensão arterial, Porto (2005, p.491)

apresenta o seguinte roteiro como sugestão para tal. O roteiro proposto é o seguinte:

1º). Obedecer sempre às normas e as recomendações quanto à posição do

paciente e ao tipo de manguito, realizando sempre duas mensurações depressão

arterial com intervalo mínimo de 5 minutos entre uma e outra. Se houver diferenças

significativa nesta avaliação inicial, repetiras mensurações 1 ou 2 dias depois.

2º) Sempre que possível, colocar o paciente em dieta hipossódica uso de

medicamentos anti-hipertensivos durante1 semana, para uma correta avaliação do

grau de hipertensão (leve, moderada ou grave) e de forma evolutiva (benigna ou

maligna).

3º) com os dados clínicos, sexo, idade, sintomas sinais, e evolução

complementados por exames laboratoriais simples-exame de urina, dosagem de

eletrólitos, creatinina e glicose -procurar indícios de enfermidade renal, endócrina ou

vascular que possa ser a causa de hipertensão arterial.

4º). Avaliar as condições dos órgãos-alvo (coração, rins e cérebro),

caracterizando a presença ou não de complicações.

5º). Feito o diagnóstico de hipertensão arterial, o médico deve interpretá-la,

compreendendo o paciente como um todo, ou seja, jamais ficar restrito às cifras

tensionais considerando que elas sintetizam tudo o que o paciente possa ter.

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No que se refere à avaliação clínica da hipertensão arterial, o documento “Hipertensão

e Diabetes”, elaborado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais,

em2007, afirma que essa deve ser criteriosa, com finalidade de promover a

classificação, diagnosticar a etiologia, avaliar os fatores de risco cardiovascular, além

de avaliar a presença ou não de doença em órgãos-alvo ou doença cardiovascular

clínica. A medida da pressão arterial, segundo esse mesmo documento, deve ser

obrigatoriamente realizada em toda avaliação clínica de pacientes, de ambos os

sexos, por médicos de todas as especialidades e pelos demais profissionais de saúde

devidamente treinados.

Para essa finalidade, utiliza-se o método indireto, aquele com técnica auscultatória,

como esfigmomanômetro de coluna de mercúrio sendo o equipamento mais

adequado. O aparelho aneroide deve ser periodicamente testado e devidamente

calibrado a cada seis meses.

O documento em referência traz, ainda, outros dados extraídos do “Diretrizes

Brasileiras de Hipertensão”, de 2006, relacionados à técnica para aferição da pressão

arterial, que serão expostos em seguida. Para o preparo do paciente recomenda-se:

Repouso de pelo menos 5 minutos em ambiente calmo; evitar bexiga cheia; não

praticar exercícios físicos 60-90 minutos antes da aferição da pressão.

Não ingerir bebidas alcoólicas, café ou alimentos; não fumar até 30 minutos antes,

manter pernas descruzadas e os pés apoiados no chão, o dorso recostado na

cadeira e relaxado.

Remover roupas do braço no qual será colocado o manguito, posicionar o braço

na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4º espaço intercostal)

apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido,

solicitar que o paciente não fale durante a medida. Para uma maior segurança no

que se refere à medida da pressão arterial, é indicado que sejam realizadas pelo

menos três medidas depressão com intervalo de um minuto entre elas e a

mediadas duas últimas será tomada como a pressão arterial do indivíduo, não

devem dó essa ser ultrapassado quatro mmHg de diferença entre as medidas.

Caso isso ocorra, torna-se necessária a realização de novas medidas, para a

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realização de um diagnóstico preciso e, para que não se incorra prejuízos ao

possível portador dessa enfermidade.

O documento titulado “VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial”, de 2010,

elaborado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia em associação com

especialistas de outras áreas da saúde, apresenta seguinte classificação da

pressão arterial.

Quadro 6 - Classificação da Pressão Arterial Sistêmica nos adultos acima de 18 anos de idade.

Pressão diastólica mmHg

Pressão sistólica mmHg

Classificação

<80 <120 Ótima

<85 <130 Normal

85-89 130-139 Limítrofe

90-99 140-159 Hipertensão leve (estágio1)

100-109 160-179 Hipertensão moderada (estágio2)

≥110 ≥180 Hipertensão grave (estágio3)

<90 ≥140 Hipertensão sistólica isolada

Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2010.

De acordo com os dados apresentados, são considerados portadores de hipertensão

arterial, aqueles indivíduos que apresentam pressão diastólica acima de 90mmHg e

sistólica acima de 140mmHg (acimade18anos). Essa mesma classificação pode ser

vista no Caderno de Atenção Básica-Nº15, elaborado pelo Ministério da Saúde, em

2006.

Segundo Porto (2005, p.488), os níveis pressóricos, em determinadas pessoas,

podem sofrer variações, para mais ou para menos, em curtos períodos de tempo,

acarretando cifras acimados valores normais. Autor acredita que os impactos

emocionais podem ser fatores que desencadeiam esse transtorno e, ao mesmo

tempo, afirma que, em muitas ocasiões, isto pode ocorrer sem que haja qualquer fator

desencadeante.

Sobre essa questão, o autor assim se posiciona:

Em alguns pacientes, bastam fazer duas mensurações da pressão arterial, com

intervalo de poucos minutos entre uma e outra, parasse comprovarem diferenças

significativas. A esta condição denomina-se hipertensão arterial lábil. Seguramente a

regulação da pressão arterial desses pacientes é diferente dados que não apresentam

tais variações tensionais, mas não se pode rotulá-los de hipertensos. (PORTO,2005,

p. 488) Maciel (1994), em relação às causas da hipertensão arterial, assim se

expressa: É frequente médicos e pacientes rotularem a doença hipertensiva de

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emocional e nervosa, evidenciando um reducionismo na atribuição das causas da

hipertensão arterial. Tal fato poderia ser explicado pela inexistência de uma causa

física identificável.

O Caderno de Atenção Básica, dedicado à Hipertensão Arterial, do Ministério da

Saúde, 2006, mostra que é preciso levarem consideração no diagnóstico da

hipertensão arterial, os níveis tensionais e também o risco cardiovascular global, que

é estimado pela presença dos fatores de risco, a presença de lesão nos órgãos-alvo,

além de morbidades associadas.

A mesma preocupação é vista também no estudo de Porto (2005), ao se tratar da

cautela que se deve ter ao rotular-se uma pessoa como hipertensa. Assim, percebe-

se que a conduta correta, do ponto de vista diagnóstico, conforme Porto (2005), é

fazerem-se avaliações periódicas, pois, com frequência, esses pacientes podem

acabar desenvolvendo hipertensão arterial.

O estudo apresentado por Porto mostra que, dentre as várias classificações desta

enfermidade, tem valor prático a que toma como referências causas da hipertensão.

O autor classifica a hipertensão em primária ou essencial e secundária. A pesquisa

aqui presente não tempo e finalidade descrever cada uma delas, mas considerou-se

necessário apresentar um breve histórico de cada um dos diversos fatores de risco,

conforme mostra esse autor.

A classificação se queda da seguinte forma:

A) . Primária ou essencial. É assim chamada quando não se consegue caracterizar

sua etiologia, sendo dependente de diversos fatores, tais como traço hereditário,

ingestão excessiva de sal, obesidade, estresse e uso de bebidas alcoólicas.

B) Secundária. Neste tipo de hipertensão arterial, o mecanismo patogênico é bem

conhecido, sendo muitas vezes consequência direta do sistema renina-angiotensina-

aldosterona, responsável pela regulação do fluxo arterial pelos rins:

a. Doenças renais: glomerulonefrites aguda e crônica, insuficiência renal, pielonefrite,

rim policístico, uropatia obstrutiva, amiloidose, hidronefrose.

b. Doenças endócrinas: doença de Cushing, hiperaldosteronismo primário.

c. Doenças vasculares: coartação da aorta, estenose da artéria renal.

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d. Toxemia gravídica.

e. Medicamentos: anticoncepcionais hormonais, anti-inflamatórios esteroides e não-

esteroides, descongestionantes nasais, anorexígenos, antidepressivos tricíclicos,

ciclosporina.

f. Outras causas: hipertensão intracraniana, intoxicação pelo chumbo, intoxicação por

tálio, ingestão de grande quantidade de alcaçuz, neoplasia do ovário, do testículo e do

cérebro. (Porto,2005, p. 489)

Ainda segundo Porto (2005), quanto à evolução, a hipertensão arterial pode ser

benigna ou maligna. A primeira evolui de forma lenta, apresentando níveis pressóricos

pouco elevados, sem causar lesões em nível dos rins, do coração e do leito arteriolar-

já a segunda- apresenta uma evolução bastante rápida, com cifras tensionais muito

elevadas e pressão diastólica acima de 140mmHg com grande frequência,

ocasionando assim graves complicações dos rins, coração, cérebro e olhos. O autor

ressalta ainda que o valor prognóstico dos níveis tensionais pode ser pequeno, sendo

mais importante a evolução e a presença de lesão em órgãos-alvo.

Vários estudiosos vêm dizem do que, no Brasil, são poucas as pesquisas

representativas de todo o país, no que se refere à hipertensão arterial. KleinC.H.(1985)

eLolioC.A.(1990) afirmam que no Brasil as investigações têm restringindo-se às

cidades. Já Ribeiro (1982) aponta que tais investigações têm-se preocupa do mais

com trabalhadores eAchuniA. (1985) acredita que elas estão mais voltadas para um

estudo representativo de um único estado.

Jardimetal (2007) revelam que estudos recentes apontam dados epidemiológicos

brasileiros relativos ao risco cardiovascular ainda duvidosos. Isso porque, apesar

desses dados já se mostrarem consistentes, partindo de estudos bem delineado

representativos, eles estão restrito a algumas regiões, o que acaba deixando dúvidas.

Nessa mesma direção podem ser citados os estudos de Fields; Cutlere; Roccella

(2004) e os de Feijão; Bezerra; Oliveira, Lima, em (2005). Tais estudos trazem no seu

bojo, essa mesma preocupação e acreditam que para que esses dados

epidemiológicos sejam precisos, eles não podem estar restritos a apenas algumas

regiões. Faz-se necessário uma ampliação da área de abrangência desses dados.

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4.3 Fatores predisponentes da hipertensão

Os estudos relativos às doenças crônicas não transmissíveis vêm apontando um

crescimento epidêmico delas na maior parte dos países em desenvolvimento. São

vários os determinantes desse crescimento. Dentre eles podemos citar um aumento

na intensidade e na frequência da exposição aos principais fatores de risco para essas

doenças.

A mudança na pirâmide demográfica, com número maior de pessoas alcançando

as cidades em que essas doenças se manifestam com maior frequência e o aumento

da longe vida de com períodos mais longos de exposição aos fatores de risco.

O documento “Hipertensão e Diabetes”, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas

Gerais, de 2007, traça um perfil epidemiológico e de prevenção das doenças crônicas

não transmissíveis. De acordo com esse documento, tais doenças são de etiologia

multifatorial e compartilham vários fatores de risco como tabagismo, a inatividade

física, a alimentação inadequada, a obesidade e a dislipidemia. Esses fatores estão

associados não apenas ao aumento da incidência destas doenças, mas também aos

eu controle e à progressão, devendo, por isto, fazer parte da abordagem integral dos

pacientes com doenças crônicas. Na etiologia da HAS são apontados como fatores

de risco a herança genética, os fatores socioambientais resultantes do modo de vida,

que envolvem hábitos culturais, como o consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo,

formas de trabalho, desgaste físico e estresse psicológico condicionados à vida

cotidiana, além de hábitos alimentares inadequados. (Dressleretal, 1998), citado por

Faria (2007, p. 19)

De acordo como Ministério da Saúde (2002), os fatores de risco para ocorrência de

HAS podem ser classificados como modificáveis ou não modificáveis. Dentre os não

modificáveis estão a idade, o sexo e a história familiar. Já entre os modificáveis estão

o consumo de bebida alcoólica, o tabagismo e o sedentarismo. O documento da

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, “Hipertensão e Diabetes”, de 2007,

traz no seu bojo algumas abordagens dos fatores de risco relacionados à hipertensão

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arterial. Nesse espaço são apresentados os fatores não-modificáveis e os

modificáveis. Eles são assim descritos pelo seguinte documento (p. 17):

Não modificáveis

Hereditariedade: história familiar de Hipertensão Arterial.

Idade: o envelhecimento aumenta o risco do desenvolvimento da hipertensão em

ambos os sexos. Estimativas globais sugerem taxas de hipertensão arterial mais

elevadas para homens apartirdos50 anos e para mulheres a partir dos 60 anos.

Raça: Nos Estados Unidos, estudos mostram que a raça negra é mais propensa à

HAS.

Modificáveis:

Sedentarismo: aumenta a incidência de hipertensão arterial. Indivíduos sedentários

apresentam risco aproximado 30%maior de desenvolver hipertensão arterial em

relação aos indivíduos ativos, a atividade física regular reduza pressão arterial.

Tabagismo: o consumo de cigarros está associado ao aumento agudo da pressão

arterial e a um maior risco de doenças cardiovasculares.

Excesso de sal: o sal pode desencadear, agravarem manter a hipertensão.

Bebida alcoólica: o uso abusivo de bebidas alcoólicas pode levará hipertensão.

Peso: a obesidade está associada à o aumento dos níveis pressóricos. Ganho de peso

e aumento da circunferência da cintura são índices prognósticos para hipertensão

arterial, sendo a obesidade um importante indicador de risco cardiovascular

aumentado.

Estresse: excesso de trabalho, angústia, preocupações e ansiedade podem ser

responsáveis pela elevação aguda da pressão arterial.

O risco que a elevação da pressão arterial (PA) representa para o sistema

cardiovascular outros órgãos é bem conhecido, conforme Fuchsetal (1994). Esse

autor desenvolveu um estudo na região urbana de Porto Alegre, visando avaliar a

prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e sua associação a fatores

biológicos, socioeconômicos e de exposição ambiental. Os resultados desse estudo

mostraram que a prevalência de HAS, em comparação aos dados oferecidos na

década de 70, aumento, em grande proporção nos obesos e naqueles com histórico

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familiar de hipertensão. Entre outros fatores, a prevalência de HAS aumentou também

entre os de menor escolaridade e entre aqueles que faziam uso do álcool

abusivamente.

O estudo realizado por Pessuto (1998) corrobora o que diz o documento “V Diretrizes

Brasileiras de Hipertensão Arterial”, elaborado pelo Arquivo Brasileiro de Cardiologia,

em2007, quando afirma que a pressão arterial aumenta com a idade.

A idade é considerada por esse autor e pelo referido documento como um fator de

risco importante que contribui para o aparecimento da HAS. Isso se deve às alterações

na musculatura lisa e no tecido conjuntivo dos vasos, conseqüências do processo de

envelhecimento.

Um estudo de prevalência de hipertensão arterial realizado por Lolio (1993) no

município de Araraquara, em São Paulo, se aproxima do realizado por Fuchs et al

(1994), na região urbana de Porto Alegre. Seus resultados mostram alta prevalência

da hipertensão arterial com tendência crescente com a idade, além de mostrar que

houve maior percentagem de hipertensos naqueles de menor escolaridade, menor

renda, etc.

Duncan (1991) e Lolio (1990) ao apontarem a renda familiar e a escolaridade como

indicadores de classe social, afirmam que a hipertensão tem se mostrado mais

freqüente em trabalhadores pertencentes às classes mais desfavorecidas e com

menor escolaridade.

Segundo Lessa (1998), a hipertensão arterial como entidade isolada é encontrada

como a mais frequente causa de morbidade do adulto em todo o mundo

industrializado, na maioria das vezes em países em desenvolvimento, sobretudo nos

grandes centros urbanos.

Vários estudiosos vêm apontando que abaixa escolaridade tem implicação direta nas

condições de saúde das populações. Segundo Berlezi (2007) isso é uma verdade,

uma vez que apreçaria condição socioeconômica associada à baixa escolaridade

interfere em todos os aspectos da saúde.

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Diversas pesquisas mostraram-se preocupadas com a questão relacionando os

níveis pressóricos e o índice de escolaridade. Serve como exemplo de ilustração o

estudo de Freitas etal. (2001), realizado na cidade de Catanduva, São Paulo. A

pesquisa revelou que 49,5%dos analfabetos sofriam de hipertensão arterial sistêmica

e entre aqueles que possuíam terceiro grau completo, apenas 12,7% apresentavam

tal enfermidade. Esses autores acreditam que esse fato tem ligação como menor

conhecimento das estratégias de prevenção e comum a melhor compreensão e

valorização do tratamento prescrito, o que interfere na adesão ao tratamento e

controle e cura da patologia.

São diversificados os fatores de risco que contribuem para o agravamento da

hipertensão arterial. Entre os estudiosos do assunto é unânime a afirmação de que

entre esses fatores estão o consumo de bebida alcoólica (Pessuto; Carvalho(1998),o

tabagismo(Oliveira,2000),a obesidade e o sedentarismo.

Segundo o documento “V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial”, elaborado

pelo Arquivo Brasileiro de Cardiologia, 2007, o sedentarismo aumenta a incidência de

hipertensão arterial, uma vez que indivíduos sedentários apresentam risco

aproximadamente 30% maior de desenvolver hipertensão que os ativos.

O sedentarismo é um fator de risco bastante observável, independentemente do sexo.

Dessa forma, torna-se clara a importância de se promoverem ações visando resolver

tal problemática. Nesse sentido, podem-se incluir os benefícios das atividades físicas

como melhoria de qualidade de vida. Conforme Rego (1990), as pessoas que deixam

de ser sedentárias, passando por um processo de atividade física, ainda que

pequeno, conseguem retardar em até 40 % o risco de morte por doenças

cardiovasculares.

Isso demonstraria que uma simples mudança comportamental pode provocar uma

grande melhoria na saúde e qualidade de vida.

A questão da não adesão ao tratamento é citada por Pierin et al. (2004) como fator

que dificulta o tratamento da HAS no mundo inteiro, ultrapassando as barreiras

culturais. Magna Bosco (2007) apresenta uma definição para o termo adesão, como

sendo a palavra que representa o seguimento do tratamento proposto e que ocorre

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quando as recomendações médicas ou de saúde coincidem com o comportamento

do indivíduo, em termos do uso correto da medicação, respeito à dieta prescrita,

mudanças no estilo de vida e comparecimento às consultas médicas.

Rodondi et al (2006), apud Melo Neto (2006) afirma que, a despeito de todo

conhecimento atualmente acumulado, o percentual de pacientes hipertensos que

conhece sua condição, é tratado e apresenta níveis de pressão arterial controlados,

ainda é muito baixo. Já Melo Neto (2006) acredita que diversas razões podem ser

implicadas nas baixas taxas de controle da pressão arterial, como o indivíduo

desconhecer sua condição de hipertenso, a não adesão ao tratamento pelo paciente,

a não modificação no estilo de vida, a utilização inadequada dos fármacos e a

terapêutica inadequada, dentre outros.

Também Dell´ Acquaet et al. (1997) desenvolveu um estudo com uma amostra de 66

(sessenta e seis) sujeitos. Nessa amostra, foi possível verificar que apenas 5% dos

participantes não conseguiram conceituar hipertensão arterial. Por outro lado, foi

possível concluir também que grande parte dessa amostra apresentou conceitos

vagos e pouco elaborados a respeito dessa enfermidade.

Segundo Pierin (1989), o fato dos pacientes conhecerem, de forma inadequada ou

apenas parcialmente, os riscos da hipertensão não controlada, pode ser um fator que

favorece a não adesão ao tratamento. Os pacientes participantes do estudo

apontaram o derrame e o infarto como as complicações mais conhecidas a respeito

da doença hipertensiva.

Caretal (1991) cita o estudo de Podell (1976) que afirma que apenas um terço dos

pacientes sempre toma a medicação conforme a prescrição médica, outros raramente

e outros nunca a tomam.

A não adesão ao tratamento vem sendo relatada por diversos estudiosos, há muitos

anos. Caretal(1991) já diziam que uma das dificuldades encontradas no atendimento

a pacientes hipertensos é a falta de aderência ao tratamento. Nessas mesmas linhas

urge o estudo de Lessa (1998) trazendo dados estatísticos que comprovam que 50%

dos hipertensos conhecidos não fazem nenhum tipo de tratamento e dentre aqueles

que o fazem, poucos têm a pressão arterial controlada. O tratamento para o controle

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da hipertensão arterial inclui, além da utilização de medicamentos, a modificação de

hábitos devida.

Jardim et al. (1996) afirma que: modificar hábitos de vida envolve mudanças na forma

de viver na própria ideia de saúde que o indivíduo possui. A concepção de saúde é

formada por meio da vivência e experiência pessoal de cada indivíduo, tendo estreita

relação com suas crenças, ideias, valores, pensamentos e sentimentos.

Já Caretal (1988) acredita que as crenças de acordo com as quais as pessoas vivem

afetam diretamente os hipertensos na forma como enfrentam a doença e o tratamento

dessa enfermidade.

Alguns autores atribuem aos componentes sociológicos e comportamentais as

dificuldades enfrentadas pela equipe de saúde para fazer com que os pacientes

prossigam com o tratamento. De acordo com Laplantine (1991), o uso de práticas

populares no cuidado com a saúde significa a percepção da doença de um modo mais

abrangente, promovendo a totalização homem-natureza-cultura. As medicinas

populares são capazes de oferecer uma resposta integral ao paciente, levando-se em

consideração não apenas os aspectos somáticos, mas psicológicos, sociais,

espirituais existenciais. Para muitos médicos, a doença é acima de tudo um fenômeno

físico; já para os leigos, a doença se expressa no corpo, mas o ultrapassa

indiscutivelmente.

Teixeira (1996) aponta que a busca por práticas populares pode indicar uma

resistência cultural e um apelo a formas terapêuticas que fazem mais sentido, em

função da proximidade sociocultural, já que o conhecimento sobre ervas é difundido

pela cultura popular, pelas práticas populares e pelo aconselhamento de pessoas,

curandeiros e religiosos.

Rabelo & Padilha (1999) afirmam que, dentre as políticas públicas para o controle da

hipertensão arterial, a educação em saúde tem sido apontada como uma das formas

para estimular a adesão ao tratamento, reforçando a importância da mediação, da

interação entre as pessoas para o desenvolvimento do ser humano, conforme propõe

a teoria de Vygotsky.

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Com relação aos hábitos de alimentação, o estudo realizado por Faria (2007) mostra

que a literatura especializada tem registrado que a alimentação tem função primordial

no surgimento das doenças cardiovasculares (DCV), exercendo papel fundamental

para a prevenção das mesmas.

A conduta alimentar básica em pacientes com hipertensão arterial deve: controlar ou

manter o peso corporal em níveis adequados; reduzir a quantidade de sal na

elaboração de alimentos; utilizar restritamente alimentos industrializados; limitar ou

abolir o uso de bebidas alcoólicas; substituir doces e derivados do açúcar por

carboidratos complexos e frutas; optar por alimentos com reduzido teor de gordura e

manutenção de uma ingestão adequada de cálcio pelo uso de produtos lácteos, de

preferência desnatados (Mion Jr. et al, 2004), citado por Faria (2007).

De acordo com o Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao

Diabetes Mellitus, elaborado pelo Ministério da Saúde, em 2002, o tratamento da HA

inclui estratégias, tais como educação, modificação dos hábitos de vida e uso de

medicamentos. Para que o tratamento seja eficaz, é necessário que o paciente seja

estimulado a adotar hábitos saudáveis de vida, como a manutenção do peso

adequado, a prática de atividade física, evitar o tabagismo e o consumo de bebidas

alcoólicas e gorduras saturadas. Esse plano indica que o tratamento dos portadores

de HA deve ser individualizado, respeitando-se as seguintes situações:

Idade do paciente, presença de outras doenças, estado mental do paciente,

dependência de álcool ou drogas; cooperação do paciente; restrições financeiras.

4.4 Objetivos e metas referentes ao tratamento da hipertensão arterial

O documento da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, “Hipertensão e

Diabetes”, de 2007, apresenta uma meta de redução da pressão arterial. De acordo

com ele, a pressão deve ser reduzida para valores inferiores a 140/90 mm Hg. A sua

principal estratégia para o tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é o

processo de educação por meio do qual a aquisição do conhecimento permitirá

mudanças de comportamento tanto em relação às doenças quanto em relação aos

fatores de risco cardiovascular.

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Esse mesmo documento reforça a importância do diálogo para a melhoria do quadro

dos hipertensos, afirmando que é fundamental dialogar com os portadores dessa

enfermidade e, principalmente, ouvi-los, com a finalidade de levantar o grau de

conhecimento sobre suas condições de saúde e sobre os fatores que podem

contribuir para a melhora ou a piora do quadro atual.

Além disso, o diálogo, ao longo do tratamento, leva à motivação necessária para a

adoção de estilos saudáveis de vida e para a adesão ao tratamento medicamentoso

eventualmente instituído.

O documento “V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial”, elaborado pelo

Arquivo Brasileiro de Cardiologia, de 2007, apresenta algumas metas de valores de

pressão arterial a serem obtidas com o tratamento, pois quanto maiores os níveis

pressóricos, maior o risco de complicações cardiovasculares e de lesões em órgãos-

alvo e mais intensivo o tratamento. As metas são as seguintes:

Quadro 7 - Categorias de Hipertensão Arterial Sistêmica em mmHg.

Categorias Meta*

Hipertensos estágio1 e 2 com risco cardiovascular baixo e médio <140/90

Hipertensos e limítrofes com risco cardiovascular alto <130/85

Hipertensos e limítrofes com risco cardiovascular muito alto <130/80

Hipertensos nefropatas com proteinúria> 1,0g/l <120/75

Fonte: Melo Neto (2016). *Se o paciente tolerar, recomenda-se atingir com o tratamento valores depressão arterial menores que os indicados como metas mínimas, alcançando, se possível, os níveis da pressão arterial considerada ótima (≤120/80mmHg).

O tratamento medicamentoso da hipertensão arterial tem por finalidade a redução da

morbimortalidade e deve ser associado ao tratamento não medicamentoso, visando

obterem-se níveis pressóricos abaixo de 140/90 mm Hg.

De acordo com Melo Neto (2006), podem-se adotar eficientes medidas terapêuticas

não farmacológicas e farmacológicas para o tratamento da hipertensão arterial.

Entretanto, no Brasil e no mundo, baixos percentuais de controle da pressão arterial

têm sido encontrados entre os portadores de hipertensão arterial.

Rodondi et al. (2006) citado por Melo Neto (2006), cita que, a despeito de todo

conhecimento acumulado atualmente sobre o assunto, o percentual de pacientes

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hipertensos conscientes da sua condição, que são tratados e apresentam níveis de

pressão arterial controlados, é ainda muito baixo.

Melo Neto (2006) faz um levantamento de estudos que apontam que diversas são as

razões implicadas nas baixas taxas de controle da pressão arterial, tais como: o

desconhecimento da condição de hipertenso, a não adesão ao tratamento pelo

paciente, a não modificação no estilo de vida, a utilização inadequada dos

fármacos, a terapêutica inadequada, incapaz de promover o controle da pressão

arterial, os gastos econômicos relacionados ao tratamento, etc.

De acordo com a revisão de literatura feita é possível dizer que grande parte dos

portadores de hipertensão arterial desconhece a enfermidade e que, quando diante

do diagnóstico, a maioria não leva a sério o tratamento. Conforme dados

apresentados pela Organização Pan-Americana de Saúde (2008), “apenas 50%

daqueles que conhecem o diagnóstico, realiza o tratamento corretamente”.

O insucesso terapêutico pela não adesão e consequente descontinuidade do plano

terapêutico tem sido a causa mais frequente de hipertensão arterial resistente, sendo

o fato confirmado no município de Diogo de Vasconcelos através de nossas

observações.

É comprovado e lamentável dizer que, com frequência, a hipertensão leva o paciente

à invalidez parcial ou total, com graves repercussões para o paciente, sua família

e da sociedade. Sendo assim, a prevenção tem sido o melhor remédio, a forma mais

eficaz, barata e satisfatória de se tratar esses agravos. Como se pode observar, a

hipertensão arterial é uma enfermidade que merece atenção e cuidado. Muitos

estudos já se debruçaram sobre ela em busca de alternativas de solução, mas ainda

há um longo caminho a percorrer, dada a sua complexidade. Fazem-se então

necessários novos estudos voltados para essa temática, com a finalidade de garantir

uma melhoria na qualidade de vida dos hipertensos.

De acordo com o Caderno de Atenção Básica, organizado pelo Ministério da Saúde,

em 2006, dedicado à hipertensão arterial sistêmica, os profissionais de saúde têm

importância primordial nas estratégias de controle dessa enfermidade, tanto na

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definição do diagnóstico clínico quanto na conduta terapêutica e também nos

esforços requeridos para informar e educar o portador de hipertensão arterial.

É necessário também ter-se em mente que, uma das batalhas mais árduas que os

profissionais de saúde enfrentam em relação ao paciente hipertenso, é a de mantê-

lo motivado em não abandonar o tratamento.

No que tange à remoção de fatores de risco, o documento “Plano de Reorganização

da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes mellitus”, elaborado pelo Ministério

da Saúde, em 2001, acredita que essa é uma tarefa de competência da equipe de

saúde na prevenção da HA e suas complicações. O tabagismo, a obesidade, o

sedentarismo, o consumo de sal, e de bebidas alcoólicas devem ser controlados e o

estímulo a uma alimentação saudável deve ser feito. De acordo com o mesmo

documento, a equipe de saúde deve: realizar campanhas educativas periódicas,

abordando os fatores de risco para a HA; programar, periodicamente, atividades de

lazer individual e comunitário; reafirmar a importância dessas medidas para as

populações de indivíduos situados no grupo normal-limítrofe na classificação de HA;

estimular a criação dos grupos de hipertensos como objetivo de facilitar a adesão ao

tratamento proposto. Segue, mas informações sobre os componentes da equipe de

saúde e algumas de suas funções, conforme descritas no documento acima:

A g e n t e comunitário de saúde

Deve esclarecer a comunidade sobre os fatores de risco para as doenças

cardiovasculares, orientando-a sobre as medidas de prevenção; rastrear a

hipertensão arterial em indivíduos com mais de 20 anos, pelo menos uma vez ao ano,

mesmo naqueles sem queixa; encaminhará consulta de enfermagem os indivíduos

rastreados como suspeitos de

Serem portadores de hipertensão; verificar se os pacientes hipertensos estão tomando

a medicação corretamente, além de alertar para a dieta e atividades físicas; fazer

registros em fichas, entre outros.

Auxiliar de enfermagem

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Verificar os níveis da pressão arterial, peso, altura e circunferência abdominal em

indivíduos da demanda espontânea da unidade de saúde; orientar a comunidade

sobre a importância das mudanças comportamentais; alertar a comunidade quanto

aos fatores de risco da hipertensão arterial; agendar consultas; cuidar dos

equipamentos, controlar os estoques dos medicamentos, entre outros.

Enfermeiro

Capacitar os auxiliares de enfermagem; realizar consultas de enfermagem.

Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde, entre outros.

Médico

Realizar consulta para confirmação diagnóstica e avaliação dos fatores de risco;

solicitar exames complementares; prescrever tratamento não-medicamentoso: tomar

a decisão terapêutica, etc.

Equipe multiprofissional

É de fundamental importância a abordagem multiprofissional no tratamento da

hipertensão e na prevenção das complicações crônicas. A equipe multiprofissional

pode ser constituída por todos os profissionais que lidam com pacientes hipertensos:

médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, nutricionistas, psicólogos,

assistentes sociais, fisioterapeutas, farmacêuticos, educadores, funcionários

administrativos e agentes comunitários de saúde. Como a HAS é uma síndrome clínica

multifatorial, contar com a contribuição da equipe multiprofissional de apoio ao

hipertenso é procedimento desejável sempre que possível.

5 Plano Operativo do Projeto de Intervenção

A principal finalidade de esse passo é a designação de responsáveis pelos projetos e

operações estratégicas, além de estabelecer os prazos para o cumprimento das ações

necessárias. Seu papel principal é garantir que as ações sejam executadas de forma

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coerente e sincronizada, prestando contas do andamento do projeto nos espaços

definidos para o sistema de gestão do plano.

Quadro 8- Plano Operativo do Projeto de Intervenção

Operações Resultados

Pro endemias e epidemias

Responsável Prazo

+Saúde Modificar estilos de vida.

Político: articulação Intersetorial e aprovação de projetos

Programa de caminhada orientada. Programas de saúde.

Coordenador da ABS. Técnica em enfermagem

Início em dois meses e finalização em quatro meses

Saber + Aumentar o nível de informação da população sobre os riscos da ingestão excessiva de álcool.

Político: para conseguir espaço na rádio e local de reunião. Financeiros: para a aquisição de recursos audiovisuais.

Programa educativa na rádio social. Avaliação do nível de informação da população sobre os riscos da ingestão de álcool.

Técnica em enfermagem ACS*(Agente Comunitária de Saúde)

Três meses para início das atividades

Saber + Aumentar o nível de informação da população sobre os riscos para a saúde da ingestão excessiva de sal.

Político: para conseguir espaço na rádio e local de reunião. Financeiros: para aquisição de recursos audiovisuais.

Avaliação do nível de informação da população sobre os riscos da ingestão excessiva de sal.

Técnica em enfermagem ACS

Três meses para início das atividades

Saber + Aumentar os conhecimentos sobre os benefícios de parar de fumar.

Político: para conseguir espaço na rádio e local de reunião. Financeiros: para aquisição de recursos audiovisuais.

Avaliação do nível de informação da população sobre os benefícios de parar de fumar. Contratação de compras de consultas especializadas.

Coordenador da ABS (Atenção Básica de Saúde)

Três meses para início das atividades

Linha de cuidado Motivar e aumentar a participação da pratica de exercícios físicos

Político: Mobilização social em torno a ampliar conhecimentos de saúde. Organizacional- mobilização em torno

Programa de caminhadas

Início em três meses e finalização em12 meses

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da prática de exercícios físicos e caminhadas.

Fonte: O autor (2016).

Planilha de acompanhamento das operações/projeto ‘’Alta incidência de

pacientes com HAS”.

Quadro 9 - Operação Linha de cuidado

Produtos Responsável Prazo Situação atual

Programação mensal das atividades (consultas médicas), Consultas de enfermagem,

Grupos operativos

Coordenador (a) da Atenção Primária

1ano Programa implantado

O autor (2016). Quadro 10 - Operação Melhor vida

Produtos Responsável Prazo Situação atual

Capacitação de todos os pacientes para melhorar hábitos e estilos de vida e agentes comunitários

Coordenador (a) da Atenção Primária

4 meses Programa implantado

O autor (2016).

Quadro 11 - Operação Saber +

Produtos Responsável Prazo Situação atual

Labor educativa dirigida a grupos de hipertensos

Coordenador (a) da Atenção Primária Enfermeira de ESF

1 ano Programa implantado

O autor (2016).

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6 Considerações Fináis

A hipertensão arterial, segundo Porto (2005) é uma das mais importantes

enfermidades do mundo moderno, constituindo a principal causa de mortalidade e

incapacitação em varios países. Grande parte da população adulta, conforme ilustrou

a presente pesquisa, é portadora dessa enfermidade.

A presente pesquisa trouxe um dado curioso a respeito da temática. Foi possível

deparar com estudos que apontam que os dados epidemiológicos brasileiros relativos

ao risco cardiovascular são ainda duvidosos, pois, a pesar desses dados se

mostrarem consistentes, oriundos de estudos representativos, eles estão limitados a

algunas regiões, o que deixa dúvidas se as informações existentes podem

representar o país como um todo.Os resultados desse estudo no municipio de

Paraisopolis possibilitaram uma análise crítica e reflexiva sobre o nosso papel de

educador em saúde, junto ao indivíduo, à familia e à comunidade. É nesse sentido

que a equipe de saúde gana destaque e sua contribuição mostra-se fundamental para

a mudança de comportamentos e a elevação da qualidade de vida do hipertenso.

Como a hipertensão arterial tem sido uma constante, nao somente no municipio de

Paraisópolis, mas no mundo inteiro, faz-se necessário a tomada de novas medidas

de prevenção governamentais, além de uma preparação urgente de toda equipe de

saúde, citada nesta pesquisa, para que possa lidar com tal enfermidade de forma

mais eficiente.

São vários os estudiosos preocupados com essa questão, na tentativa de solução

para o problema. Mas, pode-se inferir que ainda há um longo camino apercorrer, dada

as complexidades da enfermidade. Conclui-se enfim, que os objetivos propostos para

orientar esse trabalho foram alcançados com éxito, pois ao decorrer da pesquisa

definimos e contextualizamos hipertensão arterial; apresentamos os fatores de risco

modificáveis e não-modificáveis; descrevemos os procedimentos realizados pelo ESF

no tratamento dos hipertensos e apresentamos resultados significativos a respeito da

hipertensão arterial no municipio de Paraisópolis, que futuramente poderão ser

estudados mais profundamente. Concluiu-seque é possível diminuir a incidência de

Hipertensão arterial atuando a nível das famílias pesquisando de forma ativa a

presença dos fatores de risco capazes de favorecer aparição da doença. É importante

no proceso terapêutico e na prevenção da doença as modificações do estilo de vida

tratando de ter uma alimentação adequada, execução de exercícios físicos

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periódicos, controle de peso, evitar ou diminuir consumo de álcool e tabagismo que

são fatores de risco que devem ser muito bem controlados. É fazer mudanças em

seus hábitos de vida a través da conscientização da população sobre a promoção a

saúde. A partir do trabalho realizado na comunidade, foi possível o conhecimento das

condições socioeconómicas, ambientais e de saúde das crianças e adultos que

moram neste ambiente. Em discussão com a equipe da unidade para conhecer os

problemas de saúde que temos na comunidade onde fazem os atendimentos. Nossa

área de abrangência caracteriza-se por precisar atenção em todos os aspetos não

somente na saúde, também nos aspetos econômicos, sociais e ambientais. Definimos

como unos de os principais problemas Alta incidência e prevalência de HAS: É um

dos maiores problemas que apresentamos em nossa área, debido aos maus hábitos

dietéticos e pouca ou nenhuma prática de exercícios em nossa população.

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7 Referências

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Hipertensão. Arq. Bras. Cardiol.,fev., p. 1-48, 2006.

FUCHSFD. Hipertensão arterial sistêmica. In: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ,

et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária e baseada em evidências.

Porto Alegre: Artmed; 2004. p.641-56.

Prevalência de hipertensão arterial em adultos e fatores associados: um estudo de

base populacional urbana em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Arq. Bras.

Cardiol., São Paulo; 2007.

MALTA, D. C., . Doencas crónicas nao transmissiveis: mortalidade e fatores de risco

no Brasil, 1990 a 2006. In: SaúdeBrasil,2008. Ministério da Saúde, Brasília; 2009. p.

337-62.

IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial Resolução da Presidência do IBGE de n°

5 (R.PR-5/02). Página visitada em 5 dez. 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Plano nacional para o controle integrado das DCNT –

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8 - ANEXOS

8.1 ANEXO 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Eu_________________________________________________________________, concordo em participar da pesquisa “Intervenção Educativa para elevar o nível de conhecimento sobre os principais fatores de risco que permitem a incidência de hipertensão arterial sistêmica na população estudada”. Foram minuciosamente explicados para mim os objetivos e procedimentos do estudo e mina participação é voluntária. Portanto, ao assinar este documento autorizo a inclusão dos dados obtidos nesta pesquisa. _________________________ ________________________ Assinatura do paciente Assinatura do pesquisador

ANEXO 2 - Folheto Educativo Fatores de risco de hipertensão arterial

Controlados

Não controlados

Estresse

Obesidade Sedentarismo

Alcoolismo Tabagismo

Alimentação rica em sódio e gorduras

História familiar de hipertensão

Idade Etnia Sexo