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Analise Critica do Espelho de Machado de Assis

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PROPOSTA DE ANLISE DO CONTO O ESPELHO DE MACHADO DE ASSIS

PERSONAGENS

JACOBINA: O protagonista.D.MARCOLINA: Tia de Jacobina, viva do Capito Peanha, desejou ver-me, e pediu que fosse ter com ela e levasse a farda (pg. 30).CAPITO PEANHA: Falecido marido de D.Marcolina.IRMO DO TIO PEANHA: Cunhado de D.Marcolina Um cunhado dela, irmo do finado Peanha, que ali morava, no me chamava de outra maneira. Era o senhor alferes, no gracejo, mas a serio (pg. 31).

CARACTERISTICA PRINCIPAL: A REALIDADE x A FANTASIA A vida proporciona a cada um duas ticas, a exterior e a interior. Isso representado claramente no conto O espelho de Machado de Assis. Onde Jacobina, o protagonista conta, durante uma reunio com seus amigos, um episdio de sua vida em que descobre que o ser tem duas almas, uma ligada vida pblica e outra, o verdadeiro eu de cada um. Trazendo assim uma nova teoria da viso da alma humana, a que o homem para si, ou interna e a que o homem para o outro, a externa. Colocando em anlise a realidade e a fantasia. Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro pra fora, outra que olha de fora pra dentro.... (pg. 28).

ENREDONeste conto aparece mais uma vez os temas chaves de Papis Avulsos: ser versus parecer, desejo versus mscara, vida pblica versus vida ntima. Atravs de uma aguda anlise do comportamento humano, Machado de Assis expe em "O Espelho" que a nossa "alma externa", ligada ao status e prestgio social, imagem que os outros fazem de ns, muito mais importante do que a nossa "alma interna", ou seja, a nossa real personalidade.

ESTRUTURAA trama comea em uma casa que ficava no morro de Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as suas agitaes e aventuras, e o cu, em que as estrelas pestanejavam, atravs de uma atmosfera lmpida e sossegada.Depois a trama se desenrola na narrativa de um episodio da vida de Jacobina, quando ele tinha vinte e cinco anos, era pobre e acabava de ser nomeado a alferes da guarda nacional e foi passar um tempo na casa da sua tia Marcolina, que morava a muitas lguas da vila, num stio escuso e solitrio e na casa do morro de Santa Teresa que a trama chega ao fim.

O PROBLEMAA complicao comea quando Jacobina deixa ser dominada por alferes O alferes eliminou o homem (pg.32). Um dia sua tia Marcolina o chama para ir at o stio onde ela morava. Por conta do status de seu sobrinho, ela lhe oferece um grande espelho, proveniente da Famlia Real Portuguesa e melhor moblia da casa, e o coloca no quarto destinado a Jacobina. A partir de ento tudo mudou em sua vida. A percepo que tinha de si mesmo passou a ser aquela que outros tinham dele, e a pessoa que Jacobina era no mais existia No fim de trs semanas era outro, totalmente outro. Era exclusivamente alferes (pg. 32).

O CLMAXO clmax da narrativa ocorre quando acontece descoberta que o ser humano leva duas almas consigo, quando ele veste a farda de alferes, apronta-se todo e fica em frente ao espelho e olha seu reflexo. Percebendo ento que por mais que agora seja alferes nunca deixou de ser tambm Jacobina. No era mais um autnomo, era um ente animado. Da em diante, fui outro (pg.39).

O DESFECHOO desfecho, pouco tempo depois de chegar ao stio, Marcolina saiu de viagem. Aproveitando a ausncia dela, os escravos fugiram e Jacobina viu-se sozinho no stio. Assim, passou os dias perdido nas sombras da solido e angustiado por ter perdido a sua "alma exterior", fruto da imagem que os outros faziam dele. Nunca os dias foram mais compridos, nunca o sol abrasou a terra com uma obstinao mais cansativa. (pg. 35). Em certo momento ele decide olhar o espelho e percebe que a imagem ali refletida estava corrompida e difusa, assim como a imagem que ele fazia de si mesmo na ausncia dos outros.No conseguindo enxergar a si mesmo com nitidez, Jacobina resolve vestir sua farda e olhar-se no espelho. Dessa vez a imagem refletida era ntida e com clareza de detalhes e contornos. Recuperando, assim, a "alma exterior" que preenchia sua "alma interior", Jacobina conseguiu evitar a solido nos dias que se passaram.Terminado o relato de sua histria, Jacobina vai embora e deixa seus amigos em um silncio reflexivo.

O FOCO NARRATIVO O conto em questo tem incio e fim com o foco narrativo em terceira pessoa; neste intervalo ocorre o discurso do personagem principal, Jacobina, que narra um caso de sua vida aos cavalheiros presentes na casa do morro de Santa Tereza.A narrativa de Jacobina linear, interrompida uma vez ou outra por pequenas perguntas dos outros cavalheiros que o ouviam atentamente e interrompidos uma nica vez pelo narrador em terceira pessoa que denuncia: Santa Curiosidade! tu no s s a alma da civilizao, s tambm o pomo da concrdia (pg.29).