trabalho compressores

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI - TOLEDO CURSO TÉCNICO EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO INDUSTRIAL DANIEL LANGE GUILHERME ENDLER RENATO MENDES COMPRESSORES DE REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL ALTERNATIVO E ROTATIVO PARAFUSO: COMPONENTES TOLEDO-PR 2012

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Page 1: Trabalho Compressores

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

SENAI - TOLEDO

CURSO TÉCNICO EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO INDUSTRIAL

DANIEL LANGE

GUILHERME ENDLER

RENATO MENDES

COMPRESSORES DE REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL ALTERNATIVO E

ROTATIVO PARAFUSO: COMPONENTES

TOLEDO-PR

2012

Page 2: Trabalho Compressores

DANIEL LANGE

GUILHERME ENDLER

RENATO MENDES

COMPRESSORES DE REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL ALTERNATIVO E

ROTATIVO PARAFUSO: COMPONENTES

Trabalho de curso apresentado ao Curso Técnico em Refrigeração e Climatização Industrial, do SENAI Toledo, como requisito parcial à obtenção do título de Técnico.

Professor: Marcelo André Hegele

TOLEDO-PR

2012

Page 3: Trabalho Compressores

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1- Referência do modelo............................................................................ 5

Foto 1 – Compressor parafuso............................................................................... 6

Figura 1 – Motor elétrico......................................................................................... 7

Figura 2 – Separador de óleo................................................................................. 9

Figura 3 – Bloco compressor.................................................................................. 8

Foto 2 – Rotores..................................................................................................... 9

Figura 4 – Resfriador de óleo................................................................................. 10

Figura 5 – Selo mecânico....................................................................................... 11

Figura 6 – Bomba de óleo...................................................................................... 11

Figura 7 – Lógica de controle de capacidade........................................................ 12

Figura 8 – Controle de capacidade e Vi................................................................ 13

Figura 9 – Válvula de retenção............................................................................... 14

Figura 10 – Válvula de Bloqueio manual................................................................ 14

Figura11 - Válvula de segurança............................................................................ 15

Figura 12 – Dispositivo de proteção e monitoramento........................................... 16

Figura 13 – Acoplamento....................................................................................... 17

Figura 14- IHM do microprocessado MBR-4.......................................................... 18

Foto 3 – Biela.......................................................................................................... 22

Foto 4 – Pistão........................................................................................................ 22

Foto 5 - Anel do pistão............................................................................................ 23

Foto 6 - Camisa de cilindro..................................................................................... 24

Foto 7 - Placas de válvulas..................................................................................... 24

Foto 8 - Selo mecânico............................................................................................ 25

Foto 9 – Virabrequim............................................................................................... 25

Foto 10 - Mancais de deslizamento......................................................................... 26

Foto 11 - Filtro de óleo............................................................................................. 26

Foto 12 - Resfriador de óleo e serpentina............................................................... 27

Foto 13 - Tampa do cabeçote com entrada e saída de água.................................. 27

Foto 14 - Bomba de óleo......................................................................................... 28

Figura 15 - Separador com filtro coalescer.............................................................. 29

Figura 16 - Separador com filtro demister............................................................... 29

Page 4: Trabalho Compressores

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 4

2 COMPRESSOR ROTATIVO PARAFUSO............................................................. 5

2.1 Compressor Mycom N-200 LUD ME................................................................... 5

2.2.1 Principais componentes................................................................................... 6

2.2.2 Motor elétrico.................................................................................................... 7

2.2.3 Separador de óleo............................................................................................ 7

2.2.4 Bloco compressor............................................................................................. 8

2.2.5 Rotores............................................................................................................. 9

2.2.6 Resfriador de óleo........................................................................................... 10

2.2.7 Selo mecânico.................................................................................................. 10

2.2.8 Bomba de óleo................................................................................................. 11

2.2.9 Controle de capacidade e Vi............................................................................ 12

2.2.10 Válvula de retenção....................................................................................... 13

2.2.11 Válvula de bloqueio manual........................................................................... 14

2.2.12 Válvula de segurança e dispositivos de proteção.......................................... 15

2.2.13 Acoplamento................................................................................................... 16

2.2.14 Painel Microprocessado MBR-4..................................................................... 17

3 REPOSIÇÃO DE ÓLEO LUBRIFICANTE............................................................. 18

4 COMPRESSOR ALTERNATIVO Á PISTÃO........................................................ 19

4.1 COMPRESSOR ALTERNATIVO MYCOM......................................................... 19

4.2.1 Pistão............................................................................................................... 22

4.2.2 Anéis do pistão................................................................................................ 23

4.2.3 Camisa de cilindro........................................................................................... 23

4.2.4 Placa de válvulas............................................................................................ 23

4.2.5 Virabrequim..................................................................................................... 25

4.2.6 Selo mecânico................................................................................................. 25

4.2.7 Mancais de deslizamento................................................................................ 26

4.2.8 Resfriado de óleo............................................................................................ 27

4.2.9 Arrefecimento do cabeçote............................................................................. 27

4.2.10 Bomba de óleo.............................................................................................. 28

4.2.11Separador de óleo.......................................................................................... 28

Page 5: Trabalho Compressores

4

1 INTRODUÇÃO

O compressor é um dos principais componentes do sistema de refrigeração,

sua função é aumentar a pressão do fluido refrigerante e promover a circulação

desse fluido no sistema. Os principais tipos de compressores utilizados são:

alternativo, centrífugo, de parafusos, palhetas e Scroll. A escolha do tipo de

compressor depende essencialmente da capacidade da instalação. Este trabalho irá

abordar os dois principais compressores utilizados na refrigeração industrial: o

alternativo e o rotativo parafuso. Também serão demonstrados os principais

componentes de ambas as máquinas visando esclarecer duvidas comuns em

mecânicos refrigerista e operadores de salas de máquinas. Duvidas a sanar para o

melhor aproveitamento do equipamento e consequentemente a eficiência energética

da planta, essa que é o alvo principal de engenheiros e técnicos em refrigeração.

Page 6: Trabalho Compressores

5

2 COMPRESSOR ROTATIVO PARAFUSO

2.1 Compressor Mycom N-200 LUD – ME

O compressor que iremos abordas neste trabalho é o modelo N-200 da

Mayekawa do Brasil. As letras e números que designam o modelo da maquina

significam:

Tabela 1- Referência de modelo

A foto 1 mostra bem a diferença entre a máquina modelo UD, G e U. O

compressor modelo UD a descarga do fluido frigorígeno acontece na linha horizontal

e depois desce no separador de óleo, já os modelos G e U a saída do gás

comprimido e aquecido acontece imediatamente na linha vertical logo após os

rotores comprimirem o gás ficando em baixo do bloco compressor da máquina.

Page 7: Trabalho Compressores

6

Foto 1- Modelo em análise

2.2.1 Principais componentes

Os principais componentes da máquina em análise são:

Motor elétrico;

Separador de óleo;

Bloco Compressor;

Rotores;

Resfriador de óleo;

Selo mecânico;

Bomba de óleo;

Controle de capacidade e Vi

Acoplamento;

Válvulas de segurança e dispositivos de proteção;

Válvulas de bloqueio manual na sucção, descarga, entrada e saída do

resfriador de óleo;

Válvula de retenção na sucção e descarga;

Painel de controle;

Page 8: Trabalho Compressores

7

2.2.2 Motor elétrico

O motor é selecionado de acordo com a capacidade e regime de trabalho do

compressor, podendo variar sua potência de 25 cv até 1500 cv. A maioria dos

fabricantes utiliza motores WEG pela qualidade do mesmo e alto desempenho

elétrico, com seu fator de potência próximo ou igual a 0,92 a maior parte da energia

fornecida pela fonte é transmitida pelo eixo ao compressor na forma de trabalho (W)

fazendo com que a máquina trabalhe próximo de sua capacidade nominal.

Figura 1- Motor elétrico WEG

2.2.3 Separadores de óleo

Como o próprio nome já diz este componente permite a separação parcial do

óleo que está mistura com o NH3 na forma de vapor e gotas. A separação acontece

por diferença de densidade e o mesmo decanta no fundo do separador como mostra

a figura 2. A outra parcela de óleo não se separada na amônia devida a sua

Page 9: Trabalho Compressores

8

velocidade de deslocamento é retida pelos filtros coalescer, que deixam o vapor

superaquecido de amônia passar e retêm o óleo.

Figura 2 – Separador de óleo e filtro coalescer.

2.2.4 Bloco compressor

A figura 3 contempla as funções principais do mesmo, que são:

Alinhar perfeitamente os rotores, rolamento e mancais deslizamento;

Dar direção ao gás comprimido ou efetuar o by-pass do fluido quando a

máquina reduzir a capacidade.

Com auxílio das juntas e anéis o-ring vedar o fluido do meio externo e vice

versa.

Figura 3 – Bloco compressor

Page 10: Trabalho Compressores

9

2.2.5 Rotores

Os rotores são os componentes que proporcionam a compressão do gás

refrigerante através de seu movimento circular e uniforme. Podem variar seu

tamanho de curto a longo e diâmetro de acordo com a capacidade do equipamento,

a figura 4 mostra o compressor marca Howden que pode apresentar rotores com

diâmetros de até 510 mm. Os dois rotores que compõem a máquina são

diferenciados por rotor macho e rotor fêmeo. A maioria dos fabricantes opta por

acoplar o motor elétrico no rotor macho, e neste caso a velocidade do mesmo é

menor devido ao rotor macho ter apenas 4 saliências convexas chamadas de

lóbulos, e o rotor fêmea ter 6 depressões côncavas como mostra a foto 2, a

frequência de vibração é muito menor, aumentando a vida útil do equipamento,

prolongando os intervalos de revisão da máquina e a capacidade de compressão

ainda é satisfatória.

Foto 2 – Rotores

Page 11: Trabalho Compressores

10

2.2.6 Resfriador de óleo

Praticamente todos os compressores rotativo parafuso resfriam o óleo após

este passar pelos fusos (rotores) utilizando como trocador de calor o modelo “Shell

in tube”. Apenas o fluido a resfriar o óleo fica a caráter do cliente, mas a maioria

utiliza o próprio NH3 como agente resfriador como mostra a foto 1. A tubulação

amarela é a entrada de amônia liquida e a cinza a saída da mistura bifásica. Além de

ser um trocador shell in tube o resfriador possui chicanas que forçam passagem do

óleo por todo o casco e, em contra fluxo para melhor troca térmica com a amônia

como mostra a figura 4.

Figura 4 – Resfriador de óleo

2.2.7 Selo mecânico

O selo mecânico é usado em equipamentos de grande importância como

bombas de transporte em refinarias de petróleo; bombas de lama bruta nos

tratamentos de água e esgoto; bombas de submersão em construções; bombas de

fábricas de bebidas; em usinas termoelétricas e nucleares. O elemento de vedação

mais importante do compressor de NH3 é o selo mecânico, pois exige grande

precisão em sua fabricação e excelente acabamento para evitar que o gás e/ou óleo

vazem para o meio externo ou o ar entre na máquina, podem trabalhar sob grandes

velocidades e em temperaturas e pressões elevadas, sem apresentarem desgastes

consideráveis. Vantagens do selo mecânico:

Page 12: Trabalho Compressores

11

Reduz o atrito entre o eixo do compressor e o elemento de vedação reduzindo

consequentemente, a perda de potência.

Elimina o desgaste prematuro do eixo.

A vazão ou fuga do produto em operação é mínima ou imperceptível.

Permite operar fluidos tóxicos, corrosivos ou inflamáveis com segurança.

Tem capacidade de absorver o jogo e a deflexão normais do eixo rotativo.

Figura 5 – Selo mecânico

2.2.8 Bomba de óleo

Figura 6 – Bomba de óleo

A bomba de óleo é responsável pela lubrificação de todo o sistema de

compressão da máquina que compreende rolamentos, mancal de deslizamento, selo

mecânico e os fusos, formando uma película sobre os mesmos auxiliando a

Page 13: Trabalho Compressores

12

compressão do vapor. A bomba de óleo do modelo em questão é do tipo

engrenagens helicoidais semelhantes aos rotores principais da máquina. Os eixos

da bomba trabalham sobre mancais de deslizamento fabricados em alumínio de alto

desempenho e resistência. Também possui selo mecânico devido a sua

confiabilidade visando a total disponibilidade do equipamento.

2.2.9 Controle de capacidade e Vi

Figura 7- Lógica de controle de capacidade

O controle da capacidade desse tipo de compressor é feito através de uma

válvula de gaveta na extremidade de entrada do compressor. A válvula tem como

finalidade principal retornar à entrada uma parte variável do gás aspirado pelas

saliências helicoidais. Ela pode ser controlada continuamente desde a plena

Page 14: Trabalho Compressores

13

capacidade até quase zero. A válvula em questão fica dentro do invólucro

do rotor. O movimento axial da válvula é programado por um dispositivo de

controle com comando eletrônico de estado sólido e acionamento

hidráulico. Quando o compressor funciona à plena carga, a válvula de gaveta fica na

posição fechada. A diminuição da carga se inicia quando a válvula é deslocada para

trás, afastando-se do batente. O deslocamento da válvula cria uma abertura na parte

inferior do invólucro do rotor, através da qual passa o gás aspirado de volta à

abertura de entrada, antes de ser comprimido. Como não houve trabalho fornecido

ao gás em quantidade significativa, não há perdas apreciáveis. A capacidade

reduzida do compressor é obtida do gás que permanece na parte interna dos rotores

e que é comprimida na maneira normal. Reduções de capacidade até o valor de

10% da capacidade nominal são conseguidas pelo movimento gradual da válvula.

Em princípio, o aumento da abertura na parte inferior do invólucro reduz o

deslocamento do compressor.

Figura 8 – Slide de capacidade (vermelho) e razão de volume Vi (azul).

2.2.10 Válvula de retenção

Os compressores parafuso possuem válvula de retenção na linha de

descarga logo após o separador de óleo e na linha de sucção geralmente acoplado

com a válvula de bloqueio. Sua construção e funcionamento são bem simples a

ilustração 9 mostra que a válvula é tripartida, mas não comtempla seu interior que

apenas tem uma mola de retrocesso e um pistão com assento em teflon para uma

Page 15: Trabalho Compressores

14

perfeita vedação. Sua utilização se deve a evitar o contra fluxo no equipamento e

mistura entre as zonas de alta e baixa pressão gerando uma carga térmica falsa nos

separadores de liquido e demais vasos de baixa pressão.

Figura 9 – Retenção

2.2.11 Válvula de bloqueio manual

Figura 10 – Válvula de bloqueio manual

Para efetuar manutenção em equipamento, segurança da instalação e manobras de redirecionamento de fluxo de amônia, todas as linhas e equipamentos devem possuir estas válvulas para facilitar a vida do operador/manutentor. Constituída por volante, haste, corpo, castelo, gaxetas e assento em teflon funciona quase como uma retenção, o que diferencia é que a de bloqueio manual deverá sofrer intervenção do operador para bloquear o fluxo de fluido, a retenção é automática para contra fluxo.

Page 16: Trabalho Compressores

15

2.2.12 Válvula de segurança e dispositivos de proteção

Figura 11 – Válvula de segurança

Válvula de segurança e Alívio ou mais comumente chamada de PSV (do

inglês Pressure Safety and Relief Valve) é um dispositivo automático de alívio de

pressão que pode ser usado como uma válvula de alívio ou de segurança,

dependendo da aplicação. Uma válvula de segurança é usada para proteger o

pessoal e equipamentos, impedindo o acúmulo excessivo.

Os vasos possuem uma pressão máxima, dita PMTP ou PMTA (pressão

máxima de trabalho admissível) acima da qual se rompem. Para evitar o rompimento

por uma variação eventual de processo ou desvio, a PSV é instalada para aliviar a

pressão do sistema antes de seu rompimento. Os termos "alívio", "segurança", e

"alívio e segurança" se aplicam a válvulas que têm a finalidade de aliviar a pressão

de um sistema. Nas indústrias de processo químico em geral, costuma-se chamar

todas essas de válvulas de segurança, porém existem diferenças, principalmente no

tipo de fluido e, consequentemente, no processo construtivo de cada uma.

As válvulas de segurança são aplicadas em serviços com fluidos

compressíveis, como gases e vapores, aliviando o excesso de pressão de forma

rápida e instantânea (ação "pop"). Válvulas de alívio têm abertura proporcional ao

aumento de pressão ao qual ela está instalada e após ser atingida a pressão de

Page 17: Trabalho Compressores

16

ajuste. São aplicadas principalmente em serviços com fluidos incompressíveis, ou

seja, fluidos no estado líquido. Nessas válvulas o curso de abertura é sempre

proporcional à sobre pressão do sistema. Já as válvulas de alívio e segurança

podem operar tanto com gases e vapores como com líquidos, dependendo da

aplicação. Como rege a norma NR-13, todos os vasos de pressão devem

obrigatoriamente possuir válvula de segurança dupla.

Os demais dispositivos são para monitoramento e proteção do compressor

parafuso e os três componentes representados abaixo são os mais usados, o

primeiro sendo o sensor de temperatura, popular PT-100. No meio o mais usado em

compressores com painel de controle, transdutor de pressão e por fim, mas não

menos importante o pressostato modelo danfoss muito utilizado em compressores

alternativos.

Figura 12 – Dispositivos de proteção e monitoramento

2.2.13 Acoplamento

Acoplamento é uma conexão ou interação entre dois sistemas, mediante o

que se transfere energia de um para outro. Para a mecânica e a engenharia

mecânica, acoplamentos são usados para unir peças e transmitir potência. Podem

ser divididos em acoplamentos rígidos e complacentes. O modelo de compressor em

estudo utiliza um modelo de conexão chamado acoplamento de lâminas que não

Page 18: Trabalho Compressores

17

necessita lubrificação e manutenção sendo vantajoso para esse tipo de

equipamento, pois permite o desacoplamento entre máquina e motor se a

necessidade de sacar algum deles da base. Deve-se alinhar o motor e o compressor

com relógio comparador para eliminar desalinhamento radial e axial com tolerâncias

que podem chegar a 3 centésimos de milímetro.

Figura 13 – Acoplamento de lâminas

2.2.14 Painel de controle

O painel microprocessado MBR-4 é o cérebro da máquina que estamos

explanando, ele coleta as leituras dos mais diversos pontos do compressor e

analisa-os para controlar o desempenho e a segurança do equipamento. O painel lê

as pressões de sucção, descarga, de óleo, de queda de pressão no filtro indicando

saturação do mesmo. Também controlas as temperaturas de sucção, do óleo e

descarga, avisando o operador no momento em que são realizadas as leituras. A

IHM ainda indica o superaquecimento de sucção e descarga indicando ao

refrigerista o comportamento da instalação, possíveis retorno de liquido, falta de

fluidos refrigerantes e variáveis do motor elétrico. Abaixo temos a aparência da IHM

do compressor Mycom.

Page 19: Trabalho Compressores

18

Figura 14 – IHM do microprocessado MBR-4

3 REPOSIÇÃO DE ÓLEO LUBRIFICANTE

O fabricante do compressor N-200 Mycom descreve duas maneiras possíveis

de se completar ou inserir carga total na unidade compressora.

Com a unidade parada:

Segundo a Mayekawa com a unidade parada efetuar vácuo de 5 mmhg e manter por

2 horas a unidade fechada para comprovar a estanqueidade da mesma. Decorrido o

período de teste de estanqueidade deve-se conectar uma mangueira na válvula de

serviço soldado no corpo do filtro de sucção e abri-la lentamente para que o óleo

contido no tambor flua por diferencial de pressão até o bloco compressor e

posteriormente o separador de óleo. Completar até atingir ¾ do visor de nível

superior localizado na lateral do separador de óleo.

Com a unidade em funcionamento:

Conectar a mangueira na válvula de serviço e abri-la lentamente para que a unidade

sucçione o óleo para seu interior até completar o nível desejado.

Page 20: Trabalho Compressores

19

4 COMPRESSOR ALTERNATIVO

4.1 Compressor alternativo Mycom

Compressor alternativo Mycom série W.

Ainda muito utilizados, os compressores alternativo são a melhor opção para

pequenas instalações onde a carga térmica é pequena e o investimento em

manutenção é reduzido, pois dentre os modelos para indústria é um dos que possui

um custo de manutenção mais barato. O princípio de funcionamento é bem simples

e se assemelha ao de um motor veicular, evidentemente que cada um possui suas

particularidades. A ilustração abaixo mostra em detalhes as válvulas e pistão da

máquina.

Page 21: Trabalho Compressores

20

Figura 15 – Detalhe das válvulas.

O compressor alternativo á pistão em sua maioria são multicilíndricos de

pequeno tamanho e peso, ocupa pequena área e tem baixa relação peso/unidade

por capacidade de refrigeração. Sua velocidade é 3 ou 4 vezes maior que a dos

compressores verticais, apesar de seu funcionamento silencioso, conseguido

através do sistema de balanceamento empregado. Podem-se utilizar diversos tipos

de refrigerantes, bastando apenas substituir algumas peças, mas os componentes

que iremos explanar neste trabalho são compatíveis somente com amônia. São

produzidos em varias séries de modelos e produzidos em dois tipos: de um estágio

ou de dois estágios. A construção do de um estágio é igual á do de dois estágios,

exceto quanto ao fato de este último ter duas seções de sucção e de descarga. A

figura 16 irá representar ambos os modelos.

Page 22: Trabalho Compressores

21

Figura 16 – Componentes do compressor

Alguns componentes deste modelo de máquina térmica não serão mostrados deste

capitulo, pois já foram demonstrados no titulo anterior, portanto somente iremos

comentar os mesmos:

Motor elétrico é o mesmo do modelo parafuso diferente apenas na potência e

tamanho;

Válvula de segurança é a mesma, pode-se alterar apenas a pressão de alívio;

Válvula de bloqueio manual para sucção e descarga e válvula de retenção

são idênticos ao modelo utilizado no compressor parafuso;

Acoplamento é muito utilizado o conjunto polias e correias, mas já esta em

uso o acoplamento direto tipo lâminas;

O painel de controle é o mesmo MBR apenas em versões anteriores, pois é

mais simples, barato e com a mesma confiabilidade.

A seguir será explicada a função das partes mais importantes do compressor

alternativo á pistão.

4.2 Biela

Uma biela é toda peça de uma máquina que serve para transmitir ou

transformar o movimento retilíneo alternativo em circular contínuo. Conectada a

Page 23: Trabalho Compressores

22

árvore de manivelas (virabrequim) transmite a força recebida do motor pelo

virabrequim ao pistão.

Foto 3 – Biela

4.2.1 Pistão

O pistão ou êmbolo de um compressor é uma peça cilíndrica normalmente

feita de alumínio ou liga de alumínio, que se move longitudinalmente no interior das

camisas de cilindro. O pistão tem a forma de um copo cilíndrico, sendo a parte

superior direcionada para a câmara de compressão denominada cabeça do pistão.

A parte média é normalmente chamada de corpo, onde existe dois orifícios

circulares alojar o eixo do pistão que o une à biela. A parte mais afastada da cabeça

é denominada a saia do pistão.

Foto 4- Pistão

O pistão trabalha de forma cíclica promovendo a sucção e a compressão do

vapor aspirado do separador de liquido. Com um movimento descendente o pistão

causa uma depressão na câmara onde está alojado atingindo o PMI (ponto mínimo

inferior), esta depressão mais a pressão da linha de sucção abrem a válvula de

Page 24: Trabalho Compressores

23

sucção liberando vapor saturado para dentro da câmara, em seguida com um

movimento ascendente o pistão reduz o volume do gás comprimindo-o até o PMS

(ponto máximo superior), neste momento o gás adquiri alta pressão e temperatura

abrindo a válvula de descarga encerrando o trabalho do pistão.

4.2.2 Anéis do pistão

Os anéis de pistão são peças muito importantes para o perfeito

funcionamento do compressor. Estas peças de forma circular são fabricadas com

uma liga de aço-carbono com um teor de carbono bem elevado, o que da dureza a

esses componentes, com certa fragilidade. Os anéis de segmentos, assim

conhecidos, são geralmente divididos em três tipos. Com finalidades diferentes e

envoltos ao pistão, o primeiro tipo de anel que fica quase na cabeça do pistão tem a

função de conter a pressão gerada nos cilindros e evitando a perda de pressão na

hora do segundo tempo do compressor chamado de aspiração. O segundo anel

mais abaixo do primeiro tem duas funções, uma de ajudar a reter a compressão

como o primeiro e outra de criar uma película de óleo quando o mesmo raspa as

paredes internas do cilindro. O terceiro anel tem a função de raspar o excesso de

óleo e criar uma fina película de lubrificação para que os outros anéis tenham o

mínimo de atrito evitando o desgaste entre anéis e cilindro. As posições de

colocação dos anéis nos pistões também obedecem a uma ordem por que os graus

e geometria de cada anel estão para cada função que ele exerce.

Foto 5-Anel do pistão

4.2.3 Camisa de cilindro

São largos furos arredondados feitos em aço que geralmente podem se

sacados do bloco. Os pistões se ajustam nos cilindros, são ligeiramente mais largos

Page 25: Trabalho Compressores

24

que os pistões, para estes deslizarem livremente. É o local onde ocorre a

compressão dos gases.

Foto 6-Camisa de cilindro

4.2.4 Placas de válvulas

Foto 7-Placas de válvulas

São o suporte de válvulas, discos que ficam montados entre a camisa de

cilindro e o cabeçote. Sua principal função é permitir a montagem dos discos com

ajuste perfeito, facilitar o acesso para o manuseio, bem como a retenção e pressão

dos gases sobre o pistão, o qual garante um desempenho com segurança e

eficiência.

Page 26: Trabalho Compressores

25

4.2.5 Selo mecânico

Selo Mecânico é um dispositivo mecânico de forma cilíndrica, de alta

tecnologia e alta performance, que elimina e previne vazamentos de fluídos, líquidos

ou gases sob pressão na caixa de selagem ou câmara do selo. O selo mecânico

evita a passagem, fuga de líquidos e gases, entre o eixo rotativo (móvel) e a carcaça

fixa do compressor. Tem longa vida útil, não danifica o eixo ou luva protetora do

eixo, e tem manutenção praticamente inexistente ou mínima, além de gerar grande

economia de energia elétrica. O selo mecânico proporciona inúmeras vantagens e

benefícios quando comparado a gaxetas. Só o selo mecânico garante vedação total,

confiável e durável.

Foto 8-Selo mecânico

4.2.6 Virabrequim

Foto 9-Virabrequim

Page 27: Trabalho Compressores

26

Virabrequim (árvore de manivelas): um eixo com seções defasadas em

relação ao centro e nessas seções de eixo defasadas que são montadas as bielas

que por sua vez são o elo entre os pistões montados dentro dos cilindros. O

virabrequim tem a função de transformar o movimento de rotação em movimento

alternativo de sobe e desce dos pistões.

4.2.7 Mancais de deslizamento e filtro de óleo

O funcionamento das modernas máquinas depende, principalmente, do

funcionamento perfeito dos mancais nelas existentes. A falha dos mancais, sejam

eles de deslizamento ou de rolamento, é motivo suficiente para fazer as máquinas

pararem de funcionar, causando prejuízos para a produção. A principal função dos

mancais de deslizamento, existentes em máquinas e equipamentos, é servir de

apoio e guia para os eixos girantes. Na figura 9 o mancal da esquerda é o mancal de

encosto que fica no mesmo lado da polia, alojado na tampa do bloco e o da direita é

o mancal principal que fica no lado oposto da polia próximo a bomba de óleo. Na

foto 10 temos o filtro de óleo que está acoplado no bloco logo abaixo da bomba.

Foto 10-Mancais de deslizamento

Foto 11-Filtro de óleo

Page 28: Trabalho Compressores

27

4.2.8 Resfriador de óleo

O resfriador de óleo consiste em um trocador de calor a água ou a gás onde o

óleo utilizado para a lubrificação do compressor é resfriado. O mesmo é necessário

onde a temperatura de descarga é muito alta, causando um aquecimento excessivo

do óleo. Geralmente está em paralelo com o circuito de arrefecimento dos

cabeçotes.

Foto 12-Resfriador de óleo e serpentina

4.2.9 Arrefecimento dos cabeçotes

Foto 13-Tampa do cabeçote com entrada e saída de água

Os compressores alternativos são dotados de um sistema de arrefecimento

que consiste, geralmente, na circulação forçada de água através das camisas que

Page 29: Trabalho Compressores

28

envolvem a câmara de compressão. Os cabeçotes resfriados a água são cabeçotes

com camisas onde circula água para resfriar a descarga do compressor (Figura

12). É de uso comum em sistemas que utilizam o NH3 como fluido frigorígeno, onde

a temperatura de descarga do compressor atinge temperaturas muito altas.

4.2.10 Bomba de óleo

Como existe movimento e atrito é necessária à lubrificação das partes móveis

para garantir o funcionamento do compressor. O compressor possui uma bomba de

óleo acionada pelo próprio virabrequim, e essa aspira o óleo do carte do compressor

e o distribui por todo o compressor através de canais internos. O óleo percorre o

virabrequim lubrificando seus colos e os casquilhos, por canais internos das bielas o

lubrificante sobe e lubrifica a parte superior do compressor (os pistões, camisas,

etc.).

Foto 14-Bomba de óleo

4.2.11 Separador de óleo

O separador de óleo é um dispositivo instalado na descarga de compressor para

evitar o arraste excessivo do óleo para o sistema. Existem os tipos com filtro

coalescer e com filtro demister. A figura demonstra a funcionalidade do separador,

item essencial na instalação com NH3.

Page 30: Trabalho Compressores

29

Figura 15 – Separador com filtro coalescer

Figura 16 - Separador com filtro demister

5 Carga de óleo

Coloque o suficiente de carga na mangueira no tanque de óleo novo para

evitar introduzir ar. Se a pressão no cárter é menor do que 0 kg/Cm ², ou a pressão

abaixo da atmosférica, abrir lentamente a válvula de carga/descarga na tampa

lateral do cárter para entrada gradual de óleo. Quando a pressão no interior do

cárter é elevada, há uma possibilidade de que o óleo retorne para fora de modo que

se deve ter cuidado. Em caso de retorno do óleo mencionado, fechar um pouco a

válvula aspiração e depois de verificar se a pressão caiu no cárter, carregar óleo.

Deve-se fechar válvula de admissão muito rapidamente porque é imediatamente

introduzida uma quantidade excessiva de óleo.

Page 31: Trabalho Compressores

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REFERÊNCIAS

Valvugás. Válvulas, filtros e assessórios para refrigeração industrial. Referências Técnicas: catálogo 800034-b. Disponível em: <http://www.valvugas.com.br/arqs/down/800034-0_catalogo_refrigeracao.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2012. Mycom. Compressor parafuso. Explanação geral do compressor parafuso 125 ~320 U, G, UD. Manual de manutenção. São Paulo. 2010. Refrigeración, MYCOM EUROPE. Compresores alternativo MYCOM. Manual de instrucción série W. São Paulo. 2002. INTRODUÇÃO A MAQUINAS DE REFRIGERAÇÃO. Componentes do sistema de refrigeração: compressores alternativos. Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/42988022/29/Compressores-Alternativos> Acesso em: 29 ago 2012.