trabalho carol 27 05

17
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM Pobreza, "questão social" e seu enfrentamento Carlos Montaño Componentes: Andressa Lopes Francine Seidel Guilherme Miranda Luisa Munekata Nathalia Escobar Stefani

Upload: andressa-lopes

Post on 14-Apr-2017

264 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Trabalho carol 27 05

Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

Pobreza, "questão social" e seu enfrentamento

Carlos Montaño

Componentes: Andressa LopesFrancine Seidel

Guilherme Miranda

Luisa MunekataNathalia Escobar Stefani Almeida 

Page 2: Trabalho carol 27 05

I. Concepções sobre pobreza, “questão social” e seu enfrentamento

Pensamento conservador, entre o econômico e o social, dissociando as questões tipicamente econômicas das ‘’questões sociais ‘’

O ‘’social’’ pode ser visto como ‘’fato social’’ como algo natural, a-histórico, desarticulado dos fundamentos econômicos e políticos da sociedade A expressão ‘’questão social’’ começa a ser empregada a partir da separação positivista, portanto, dos interesses e conflitos sociais.

1. As concepções homogênicas de pobreza e “questão social” no capitalismo concorrencial

Page 3: Trabalho carol 27 05

A origem dessa separação são os acontecimentos de 1830-48. No momento e que a classe burguesa perde seu caráter crítico - revolucionário perante as lutas proletárias. Surge um tipo de racionalidade que procura:

A mistificação da realidade Cria uma imagem fetichizada e pulverizada

Page 4: Trabalho carol 27 05

Após o surgimento da economia marxista, seria impossível ignorar a luta de classes como fato fundamental do desenvolvimento social, sempre que as relações sociais fossem estudadas a partir da economia.

Surge a sociologia como ciência autônoma Começa –se a se pensar então a ‘’questão

social’’ a miséria, a pobreza e todas as manifestações

dela

Page 5: Trabalho carol 27 05

A questão social portanto , passa a ser concebida como questões isolada, e ainda como fenômenos naturais ou produzidos pelo comportamento dos sujeitos que os padecem.

A partir de tal pensamento , as causas da miséria e da pobreza estariam vinculadas a pelo menos três tipos de fatores , sempre vinculados ao indivíduos que padece tal situação.

Primeiramente a pobreza no pensamento burguês estaria vinculado a uma :

Déficit educativo Problema de planejamento Problemas de ordem moral-comportamental

Page 6: Trabalho carol 27 05

Surgem com isso as bases para o desenvolvimento de concepções , como o da cultura da pobreza . o tratamento e o enfrentamento da mesma desenvolve-se fundamentalmente a partir da organização de ações filantrópicas. Assim o tratamento das chamadas ‘’questões sociais’’passa a ser orientada segundo os valores da filantropia burguesa.

Moralizador e comportamental. A ação é então a educação e a filantropia. Surgem

assim os abrigos para “pobres” e as organizações de caridade e filantropia.

Na Inglaterra, promulga-se a lei dos pobres, destinado a amparar trabalhadores pobres. Em 1834, o parlamento inglês começa a entender a própria Lei dos Pobres como a ‘’principal fonte do pauperismo inglês’’

Desta forma , em vez de tratar a pobreza com ações filantrópicas /assistenciais , ela passa a ser reprimida e castigada (como sendo uma questão delitiva ou criminal dos pobres).

Page 7: Trabalho carol 27 05

2. A concepção Hegemônica de Pobreza e "Questão Social" no capitalismo monopolista do "Estado de Bem Estar“ Marcado por um capitalismo tardio Estado vai assumir tarefas e funções essenciais

para a nova fase de acumulação capitalista e inibição dos conflitos sociais da classe trabalhadora

Aqui a "Questão Social" passa a ser internalizada na ordem social. Não mais como um problema meramente oriundo do indivíduo, mas como consequência do ainda insuficiente desenvolvimento social e econômico

A "Questão Social" passa a ser vista como caso de polícia

Nessa perspectiva, a pobreza e a miséria, expressões da "Questão Social" são vistas como um problema de distribuição de mercado, como um descompasso na relação oferta/demanda de bens e serviços

Page 8: Trabalho carol 27 05

O problema de distribuição estaria vinculado a um déficit de demanda efetiva no mercado, criado pela sobreoferta de força de trabalho não absorvida pela esfera produtiva

O Estado passa a intervir em dois sentidos: Responde a algumas necessidades dessa população carente; Cria condições para a produção e o consumo, incentivando a uma contenção do desemprego ou uma transferência de renda

Essa perspectiva avança ao considerar as manifestações da "Questão Social" como um produto transitório do sistema capitalista e não como mera consequência dos hábitos e comportamentos dos indivíduos que padecem as necessidades sociais

Finalmente considera-se aqui a pobreza como um problema de distribuição. Com isso o tratamento da "Questão Social" e o combate a pobreza se determina como um processo de redistribuição

Page 9: Trabalho carol 27 05

3. A Pobreza no contexto e no pensamento Neoliberal

O pensamento neoliberal concebe o pauperismo mais uma vez como um problema individual-pessoal e, ´portanto “devolve” à filantropia (individual ou organizacional) a responsabilidade pela intervenção social: surge o debate do “terceiro setor”, da filantropia empresarial (ou “responsabilidade social”), do voluntariado. A autoajuda, a solidariedade local, o benefício, a filantropia substituem o direito constitucional do cidadão de resposta estatal.

O Neoliberalismo em três estratégias diante dapobreza:

I. Ação Estatal (cidadão usuário);II. Ação Mercantil;III. Ação chamada de terceiro setor.

Page 10: Trabalho carol 27 05

II. Desigualdade Social e as políticas compensatórias de combate à

pobreza (extrema)

Nas sociedades de escassez, a desigualdade de classes (a desigual distribuição da riqueza socialmente existente) é que permitiria o acúmulo de riqueza por parte de alguns e o empobrecimento por parte de outros, permitindo que o excedente acumulado nas mãos de uns possa ser investido no crescimento produtivo.

I. Pobreza e “questão social”: uma análise histórico-crítico

Page 11: Trabalho carol 27 05

Em sociedades de abundância , onde a produção é suficiente para abastecer toda a população, como é a sociedade capitalista na era dos monopólios, a desigualdade social é produto do próprio desenvolvimento das forças produtivas, e não o resultado do seu insuficiente desenvolvimento, nem a condição para o mesmo.

No capitalismo, quanto mais se desenvolvem as forças produtivas, maior acumulação ampliada de capital e maior pobreza.

Page 12: Trabalho carol 27 05

A partir dessa constatação, uma caracterização histórica-crítica da pobreza e da “questão social” deve considerar os seguintes aspectos:

“Questão social”, como fenômeno próprio do MPC, constitui-se da relação capital-trabalho a partir do processo produtivo, suas contradições de interesses e suas formas de enfrentamento e lutas de classes.

A pobreza em sociedade pré-capitalista, é resultado da escassez de produtos, na sociedade comandada pelo capital elas são o resultado da acumulação privada do capital. No MPC, não é o precário desenvolvimento social e econômico que leva à pauperização de ambos os setores sociais, mas o próprio desenvolvimento (das forças produtivas) é o responsável pelo empobrecimento (absoluta ou relativa) de segmentos da sociedade.

Page 13: Trabalho carol 27 05

Todo enfrentamento da pobreza direcionada ao fornecimento de bens e serviços é meramente paliativo. Toda forma de desenvolvimento econômico como forma de combater a pobreza (sem enfrentar a acumulação de riqueza, sem questionar a propriedade privada) não faz outra coisa se não ampliar a pauperização (absoluta ou relativa).

Não há novidade na “questão social” na atualidade, a não ser nas formas e dimensões que assume. E enquanto houver a ordem capitalista , haverá a questão social.

Portanto só as lutas de classe, e a mudança de correção de forças sociais poderão reverter esse processo histórico. Confirmando e ampliando conquistas e direitos dos trabalhadores , políticas e sociais e superando a ordem do capital.

Page 14: Trabalho carol 27 05

2. A crise capitalista: causa da pobreza?

Para Marx, na medida em que o uso industrial da máquina tende a separar o trabalhador dos seus meios de consumo, os trabalhadores expulsos transformam-se em não compradores.

• Diminuindo a procurada de certas mercadorias;• Cairá o preço das mesmas;• Aumento do desemprego;• Parte do capital antes destinado à produção, passa a se reproduzir na forma de atividade financeira;• Trabalhadores empregados na área de produção ficarão privados de parte de seus salários.

Page 15: Trabalho carol 27 05

Os ciclos das crises, conforme

Mandel (1977):

a. Período de expansão ou “auge e prosperidade”;

b. Fase de super produção;c. Período de “crise e

depressão”;d. Recuperação econômica.

SOBE OS PREÇOS DAS MERCADORIAS, E COM OS PREÇOS DAS MATÉRIAS PRIMAS AINDA BAIXOS, AUMENTA A TAXA DE LUCROS!

Page 16: Trabalho carol 27 05

Nas sociedades pré-capitalistas as crises são resultadas de um déficit de produção (bens de consumo), insuficiente para atender toda a população . O resultado é uma subprodução de mercadorias (pouca produção em relação à demanda).

Nas sociedades capitalistas se caracteriza uma crise com a superprodução , ou seja um excesso de mercadorias que não podem ser consumidas. Em virtude da ampliação da capacidade de produção (intensificação da produtividade) e da reduzida capacidade de compra do trabalhador (resultando no desemprego, perda salarial, etc.)

Page 17: Trabalho carol 27 05

3. A desigualdade no MPC e as políticas públicas• Combate a fome, miséria com a independência da acumulação capitalista a qual bate recordes a cada ano.

Modo de Conclusão: • Não é no mercado, mas na esfera produtiva que se não gerar as contradições fundantes entre classes na sociedade: a partir do lugar que se ocupam ou do papel que desempenham.• A desigualdade no Capitalismo -> eliminação de classes e de exploração do trabalho pelo capital -> ordem capitalista.