trabalhista cristiane

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  • EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA __ VARA DO

    TRABALHO DA CIDADE DE CACHOEIRINHA.

    CRISTIANE VARGAS DA SILVA, brasileira, solteira, auxiliar servios gerais,

    portadora da cdula de identidade n 2088177767, expedida por SSP/RS, e inscrita no

    CPF sob o n 011725230-10, residente e domiciliada na Rua Santa Rosa, n. 495, bairro

    Anair, Cep 94955-730 Cachoeirinha - RS, por seu procurador(a) firmatrio(a), com

    endereo profissional na Rua Alexandrino De Alencar , n. 933/105, bairro Morada

    Vale I, Gravata - RS, CEP 94085-120, endereo em que recebe intimaes (procurao

    em anexo), vem respeitosamente, perante Vossa Excelncia propor a presente:

    RESCISO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO

    CONFIDENCIAL SERVIO LTDA. CNPJ 10906308.0001-54, com endereo na

    Av. Tramanda, 1256, centro, Imb CEP 95625-000, subsidiariamente, PREFEITURA

    MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA, com endereo na Av. Flores da Cunha, 2209,

    cep: 94910-003 com fundamento no artigo 483, alneas a, c, d, e 3, da CLT,

    Art. 7 da Constituio da Repblica, arts. 422 e 884 do Cdigo Civil e demais

    aplicveis, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:

  • Dos fatos e Fundamentos Jurdicos

    I-Preliminarmente da Responsabilidade subsidiaria da Prefeitura Municipal de

    Cachoeirinha

    Apesar de contratada pela primeira reclamada, a autora, durante toda a

    contratualidade, exerceu suas atividades nas dependncias da Escola que de

    responsabilidade do Municpio de Cachoeirinha.

    sabido que, nas relaes de tomadores de servio, a empresa beneficiria do

    servio corresponsvel nos deveres trabalhistas do empregado.

    Nesse sentido, o Tribunal Superior do Trabalho j se manifestou:

    AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE

    REVISTA DESCABIMENTO.

    RESPONSABILIDADE SUBSIDIRIA.

    TERCEIRIZAO. ENTE DA

    ADMINISTRAO PUBLICA DIRETA OU

    INDIRETA. INTERPRETAO MOLDADA

    SMULA DE JURISPRUDNCIA UNIFORME

    DO TST. O inadimplemento das obrigaes

    trabalhista, por parte do empregador, implica a

    responsabilidade subsidiria do tomador dos

    servios, quanto quelas obrigaes, inclusive

    quanto aos rgos da administrao direta, das

    autarquias, das fundaes pblicas, das empresas

    pblicas e das sociedades de economia mista,

    desde que haja participado da relao processual e

  • constem tambm do ttulo executivo judicial (Art.

    71 da Lei n 8.666/93) (Smula 331, IV, do TST).

    Estando a deciso regional moldada a tal

    parmetro, no pode prosperar o recurso de revista,

    nos termos do art. 896, 4, da CLT (Agravo de

    instrumento n TST-AIRR-740462/2001.6, julgado

    em 27.06.2007).

    A smula 331 do TST tambm j pacificou o entendimento de que o ente da

    administrao direta responsvel subsidiariamente nos contratos de prestao de

    servio, vez que a sua responsabilidade in vigilando e in elegendo.

    Diante disso, fica clara a obrigao do ente pblico, nesse caso, a Prefeitura

    Municipal de Cachoeirinha, em ser subsidiariamente obrigada na presente demanda.

    II- Do contrato de trabalho

    A Reclamante foi admitida junto aos servios do Reclamado por tempo de

    servio indeterminado no dia 12 de agosto de 2013, para prestao de servios tutelados

    pelo Regime da Consolidao das Leis do Trabalho, tendo como funo de servios

    gerais.

    Tendo como carga horaria 8,48 h/dia ,de segunda a sexta feira, e tendo como seu

    ultimo salario o valor de R$ 761,40.

  • III-Das Verbas rescisrias

    Pede a reclamante o pagamento de suas devidas verbas rescisrias, saldo de

    salrio,13, 13 proporcional, aviso prvio, frias proporcionais 7/12 com 1/3, guias do

    Seguro Desemprego e do FGTS com multa de 40%.

    IV- Da Justa Causa cometida pelo Reclamado e da Resciso Indireta do Contrato

    de trabalho

    inconteste que o Reclamado deixou de cumprir suas obrigaes contratuais e

    legais, no pagando os salrios em dia, deixando de alcanar vale transporte e vale

    refeio sobrecarregou de servios do Reclamante exigindo servios superiores s suas

    foras e NO LHE PAGOU nenhum ADICIONAL por isto, NO LHE PAGOU AS

    HORAS EXTRAS por este laboradas, muito menos os adicionais concernentes.

    Nos termos do artigo 483, alnea "e" da CLT, a prtica de ato lesivo honra e

    boa fama pelo empregador contra o empregado, gera direito ao pedido de resciso

    indireta do contrato de trabalho. Portanto, de acordo com a legislao trabalhista, o ato

    cometido pelo Reclamado constitui modalidade de justa causa do empregador.

    Para o doutrinador Srgio Pinto Martins, em sua obra "Direito do Trabalho,

    editora Atlas S.A., 22 edio, pgina 369, essa hiptese caracteriza ato difamatrio

    contra o empregado, o que autoriza a propositura de resciso indireta na Justia do

    Trabalho pelo mesmo.

    Assim, diante da ofensa feita ao Reclamante

    pelo empregador, ora empresa Reclamada, e da

    impossibilidade de convivncia harmnica entre

    as partes, a nica soluo plausvel o trmino

    do contrato de trabalho, com o pagamento de

    todas as verbas devidas ao Reclamante.

  • Ante o teor do que dispe a CLT, o empregado poder considerar rescindido o contrato,

    e pleitear a devida indenizao.

    Ipsis literis:

    Art. 483. O empregado poder considerar

    rescindido o contrato e pleitear a devida

    indenizao quando:

    a) forem exigidos servios superiores s suas

    foras, defesos por lei, contrrios aos bons

    costumes, ou alheios ao contrato;

    b) for tratado pelo empregador ou por seus

    superiores hierrquicos com rigor excessivo;

    d) no cumprir o empregador as obrigaes do

    contrato;

    e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra

    ele ou pessoas de sua famlia, ato lesivo da honra

    e boa fama;

    Nas lies de Wilson de Souza Campos Batalha, haver despedida indireta quando:

    o empregador, pessoa fsica, ou os responsveis pelo empregador, como prepostos, diretores,

    administradores, gerentes, na hiptese da

    pessoa jurdica, criam para o empregado

    situao ilegal de constrangimento que torna

    invivel o prosseguimento da relao

    laborativa. (Resciso contratual trabalhista e a trilogia do desemprego, p. 136)

    Evaristo de Moraes Filho apregoa que:

    a subordinao que o contrato de trabalho impe aos empregados e o poder de comando

    que incumbe ao empregador no pode se

    estender ao ponto de atentar contra a honra e a

    boa fama dos seus servidores ultrapassando,

    assim, os limites permitidos pela lei, que no

    tolera seja afrontada a pessoa humana. (A justa causa na resciso do contrato de trabalho, p. 109)

  • Assim vem se posicionando o TRT4:

    Acrdo - Processo 0000547-06.2012.5.04.0027 (RO) Data:

    05/09/2013 Origem:

    27 Vara do Trabalho de Porto Alegre Redator: GILBERTO SOUZA DOS SANTOS RECURSO ORDINRIO. RESCISO INDIRETA. Tendo em vista o Princpio da Continuidade, que rege as relaes de emprego, a resciso motivada por iniciativa do empregado h que ser amparada por fato(s) relevante(s), caracterizando efetivo descumprimento das obrigaes contratuais, de modo a inviabilizar a manuteno do vnculo entre as partes. O descumprimento da obrigao legal de pagar os salrios, ou o pagamento com atraso, como ocorreu no caso dos

    autos, enseja a ruptura contratual por falta do empregador, nos termos do artigo 483, " d" , da CLT. (...)

    ]

    Ainda nesse sentido:

    PROCESSO: 0000275-27.2012.5.04.0022 RO

    EMENTA

    RESCISO INDIRETA DO CONTRATO DE

    TRABALHO. Evidenciado nos autos que a reclamada

    abusou do direito de punir o trabalhador,

    reconsiderando a autorizao para que trocasse de

    turno para poder frequentar curso tcnico no qual se

    matriculara, resta configurada hiptese autorizadora da

    resciso indireta do contrato de trabalho.

    Como demonstrado nos fatos narrados acima ficou impossvel a continuidade da

    relao empregatcia motivo pelo qual espera a reclamante o reconhecimento da

    presente resciso indireta e o pagamento de todas suas verbas rescisrias.

    V- Das horas extras

    A reclamante fora contratada para cumprir o equivalente a 8,48h/dia de segunda

    a sexta feira, carga esta que era para no trabalhar aos sbados, ocorre que na maioria

  • das vezes era convocada para ter que trabalhar aos sbados em outros locais estipulados

    pela reclamada e a prefeitura de Cachoeirinha.

    Assim faz juz a reclamante ao pagamento de quatro horas extras por semana, e

    seus reflexos no FGTS, Frias e acrscimo de 1/3, Aviso Prvio, 13 Salrio

    proporcional, DSR`s, devidamente atualizados com juros e correo monetria, tudo a

    ser apurado em liquidao de sentena.

    VI- Do Adicional de Insalubridade

    O Reclamante, durante toda sua jornada laboral na limpeza de banheiros e outros

    locais, trabalhava diretamente com produtos qumicos, como o cloro entre outros

    abrazivos e materiais contaminados, sendo que o fornecimentos dos EPIs eram de

    forma precria com por exemplo as luvas eram usadas por mais de um ms e os jalecos

    no eram trocados as mais de trs anos.

    No entanto, a Reclamada, durante toda a vigncia do contrato de trabalho, nunca

    efetuou o pagamento do adicional de insalubridade que lhe devido, nem tampouco

    seus reflexos.

    Desta forma, a Reclamante faz jus ao recebimento do adicional de insalubridade

    no percentual de 40% (quarenta por cento) sobre todos os salrios percebidos, bem

    como seus reflexos, nos termos do artigo 192 da CLT e Anexo 13, da NR-15 da Portaria

    n 3214/78, posto que a manipulao de leos minerais considerada atividade

    insalubre de grau mximo.

    Neste assunto vem se posicionado o nosso Tribunal TRT4:

    Acrdo - Processo 0001280-09.2011.5.04.0026 (RO)

    Data:

    15/08/2013

    Origem:

    26 Vara do Trabalho de Porto Alegre

    Redator: GILBERTO SOUZA DOS SANTOS

  • ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - LIMPEZA DE

    SANITRIOS E COLETA DE LIXO. A atividade

    de higienizao e recolhimento do lixo dos

    banheiros de uso coletivo, de forma habitual,

    d ensejo percepo do adicional de

    insalubridade em grau mximo, pelo contato

    com agentes biolgicos, no sendo aplicvel o

    entendimento expresso na OJ n 04 da SDI-1 do

    TST. Vencido o Desembargador-Presidente. (...)

    Ainda no mesmo sentido decidiu o TRT4:

    Acrdo - Processo 0001205-09.2011.5.04.0013 (RO)

    Data:

    20/03/2013

    Origem:

    13 Vara do Trabalho de Porto Alegre

    Redator:

    MARIA CRISTINA SCHAAN FERREIRA

    ADICIONAL DE INSALUBRIDADE EM GRAU

    MXIMO. LIMPEZA E HIGIENIZAO DE

    BANHEIROS. A limpeza e higienizao dos

    sanitrios acarretam o contato do trabalhador com

    agentes biolgicos, representando o primeiro

    segmento do lixo urbano, apto a ensejar o

    enquadramento da atividade como geradora do

    adicional em grau mximo, nos termos do Anexo

    14 da NR-15 da Portaria 3.214/78, por exposio

    a agentes biolgicos. (...)

    Assim espera que seja julgada procedente a presente Reclamao Trabalhista,

    condenando a Reclamada no pagamento do adicional de insalubridade no percentual de

    40% (quarenta por cento) e seus reflexos no FGTS, Frias e acrscimo de 1/3, Aviso

    Prvio, 13 Salrio proporcional, DSR`s, devidamente atualizados com juros e correo

    monetria, tudo a ser apurado em liquidao de sentena.

  • VII- Do Dano Moral

    A reclamada vem reiteradamente atrasando os pagamentos de salrios a

    reclamante, e de conhecimento geral que o salario tem natureza alimentar, portanto o

    no pagamento do salario pala reclamada gera transtornos irreparveis a vida da

    reclamante tendo como nico meio de subsistncia o salario vindo da ora reclamada.

    Assim faz juz a reclamante o pagamento de indenizao por danos morais

    decorrente dos frequentes atrasos no pagamento de seus salrios.

    O TRT4 j vem decidindo sobre esta matria:

    Acrdo - Processo 0000432-44.2013.5.04.0772 (RO) Data:

    15/04/2014 Origem:

    2 Vara do Trabalho de Lajeado Redator: MARIA MADALENA TELESCA INDENIZAO POR DANOS MORAIS. ATRASO NO PAGAMENTO DE SALRIOS. Evidente o constrangimento pessoal e a angstia suportada em decorrncia do atraso no pagamento dos salrios, pois o trabalhador no sabe quando sero disponibilizados os valores necessrios sua subsistncia. Caracterizado o nexo de causalidade entre o dano e a conduta abusiva da parte reclamada, que no observou o prazo legal para o pagamento da verba (art. 459, 1, da CLT). Provimento ao apelo do reclamante. (...)

    E ainda:

    Acrdo - Processo 0000707-44.2013.5.04.0561 (RO) Data:

    08/04/2014 Origem:

    Vara do Trabalho de Carazinho Redator: MARIA MADALENA TELESCA RESCISO INDIRETA. MORA SALARIAL. Evidenciado o descumprimento de obrigaes trabalhistas pela empregadora (atraso e parcelamento dos salrios), concretiza-se o suporte ftico para a aplicao do art. 483, alnea "d", da CLT, a autorizar a resciso indireta do contrato de trabalho. Apelo provido. (...)

  • VIII-Juros e Correo monetria

    A Reclamante requer a incidncia de juros a partir da data do ajuizamento da

    ao, conforme o artigo 883 da CLT, e correo monetria na forma da Lei.

    IX-Retenes fiscais e previdencirias

    A Reclamante requer que as retenes fiscais e previdencirias sejam

    realizadas na forma da Lei.

    X- Dos Pedidos.

    Nesse sentido, requer seja julgada totalmente procedente a referida demanda de

    acordo com os termos abaixo:

    a) seja concedido o pedido de resciso indireta por justa causa cometida pela empresa

    Reclamada;

    b) que a Reclamada seja condenada ao pagamento das seguintes verbas rescisrias:

    saldo de salrio,13, 13 proporcional, aviso prvio, frias proporcionais 7/12 com 1/3,

    guias do FGTS com multa de 40%, guias do seguro desemprego e, sendo o caso, multa

    de 1 salrio pelo pagamento destas verbas em atraso, conforme texto do artigo 477,

    pargrafo 8 da CLT;

    c) Que a reclamada seja condenada ao pagamento de a quatro horas extras por semana, e

    seus reflexos no FGTS, Frias e acrscimo de 1/3, Aviso Prvio, 13 Salrio

    proporcional, DSR`s, devidamente atualizados com juros e correo monetria, tudo a

    ser apurado em liquidao de sentena.

    d) que a Reclamada seja condenada ao pagamento de indenizao por danos morais,

    cujo valor ser devidamente apurado por este douto juzo em fase de liquidao de

    sentena.

  • e) que seja concedido a reclamante o benefcio da assistncia judiciria gratuita, (AJG),

    por no ter a reclamante de arcar com as custas processuais sem comprometer sua

    subsistncia.

    f) a emisso e liberao das guias TRCT, CD e SD, e demais necessrias ao

    recebimento de FGTS e seguro desemprego, ou indenizao substitutiva.

    g) Seja a Reclamada condenada ao pagamento de honorrios advocatcios a 20% (vinte

    por cento), assim como ao pagamento das custas processuais;

    h) a reclamante requer a incidncia de juros a partir da data do ajuizamento da ao,

    conforme o artigo 883 da CLT, e correo monetria na forma da Lei.

    i) A Reclamante requer que as retenes fiscais e previdencirias sejam realizadas na

    forma da Lei.

    Dos Requerimentos Finais.

    Por fim, requer seja a Reclamada notificada para que oferea respostas no prazo

    legal. Caso no o faa, seja declarada a revelia e aplicada a pena de confisso. Requer

    ainda seja condenada ao pagamento de todas as custas.

    Alega provar os fatos por todos os meios de prova admitidos, principalmente

    prova documental, testemunhal, pericial, depoimento pessoal, e outros meios exigidos a

    critrio de Vossa Excelncia.

    D causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

    Nestes termos, Pede deferimento.

    Gravata 29 de maio de 2014

    MARILU ROSA ESPINDOLA

    OAB/RS 30.353