trabalhando com imagens raw

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Maio/Junho 2004 | www.professionalpublish.com.br 52 PROCESSO novo Photoshop 8 – rebatizado “CS” pela Adobe em fun- ção do novo pacote de aplicativos Creative Suite – pode ser considerado um upgrade importante na história do mais tradicional programa de edição de imagens bit- map do mercado. Embora boa parte das funções e ferramentas de tratamento e retoque tenha permanecido inalteradas em relação às da versão 7, o CS incorpora novos recursos de peso especial para um grupo de usuários que cresce rapidamente em importância no mercado: os fotógrafos que utilizam câmeras digitais. Para esses usuários, duas novidades já valem o custo da atuali- zação: um novo e muito mais eficiente File Browser – que incorpora os recursos desenvolvidos para o aplicativo Photoshop Album e transforma o CS em uma poderosa ferramenta de arquivamento e organização de imagens – e a possibilidade de abrir e editar foto- grafias digitais RAW, formato disponibilizado por um bom número de câmeras, em especial nos equipamentos profissionais ou semi- profissionais mais sofisticados. A bem da verdade, essa possibilidade já existia no Photoshop 7, desde que o usuário se dispusesse a comprar um plug-in adicional, vendido separadamente pela Adobe desde fevereiro de 2003. No Photoshop CS o recurso já vem incluído e, além disso, foi aprimorado e ganhou novas funções. O número de câmeras suportadas também aumentou significativamente e já chega a 40 modelos. Mas, afinal de contas qual é a vantagem em importar essas misteriosas imagens RAW em comparação com os formatos tradi- cionais, como JPEG e TIFF? Para compreender e, de certa forma, desmistificar esses arquivos é preciso entender um pouco do fun- cionamento das câmeras digitais. Brutos, cinzentos e cheios de informação Diferentemente dos demais formatos de imagem – tais como TIFF, EPS, JPEG, PICT etc – o chamado “formato RAW” não obedece a um padrão uniforme e normalizado, para o qual existe um método único de abertura e interpretação. Trata-se de um “formato proprie- tário”: cada fabricante de câmeras digitais utiliza um tipo específico por André Borges Lopes* TRABALHANDO COM IMAGENS RAW O A possibilidade de extrair de algumas câmeras digitais imagens no formato RAW, abre novas possibilidades de ajuste e entusiasma os fotógrafos profissionais. Veja o que é possível fazer com esses arquivos usando as novas ferramentas do Photoshop CS de RAW, e mesmo as câmeras de uma mesma marca podem gerar arquivos RAW diferentes, de acordo com suas características. Por isso, para abrir e interpretar corretamente um arquivo desse tipo o software precisa dispor de informações específicas sobre o equipa- mento em que ele foi gerado. As câmeras digitais substituem o filme por dois tipos diferentes de dispositivos fotosensíveis – CCDs (Charge Coupled Devices) ou CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductor) – plaquetas reco- bertas por milhões de células fotoelétricas miniaturizadas, responsá- veis por transformar a luz recebida em sutis impulsos elétricos. Esses impulsos são enviados a um conversor analógico-digital que analisa o montante de energia recebida e define os valores a serem atribuídos a cada “pixel” da imagem digital capturada, ordenadamente orga- nizados em um arquivo. Esse primeiro lote de informação “bruta” (o arquivo RAW) passa então por um sofisticado processamento, executado pelo software interno da câmera digital, dando origem aos arquivos finais (normalmente nos formatos padrão JPEG ou TIFF) que são armazenados no cartão de memória da máquina. Para capturar imagens coloridas, a luz que entra na câmera precisa ser desmembrada nos seus componentes básicos Vermelho, Verde e Azul (RGB), que devem ser registrados separadamente. Nos filmes fotográficos, esse problema foi resolvido pela sobreposição de três ou mais camadas de películas fotossensíveis, cada uma delas sensibilizada por uma cor (ou, mais tecnicamente, por uma faixa de comprimento de onda luminosa). Revelado o filme, a porção sensibilizada de cada camada adquire uma tonalidade específica, que permite a recriação da imagem – negativa ou positiva, conforme o tipo do filme. No nível atual de tecnologia, os CCDs e CMOS não podem ser montados em camadas. Assim, a luz das imagens deve ser decomposta com auxílio de filtros RGB antes de ser registrada pelos dispositivos. Em algumas máquinas fotográficas de estúdio – especializadas em registrar objetos perfeitamente estáticos – esse problema é resolvido com o emprego de três exposições sucessivas, cada uma utilizando um dos filtros. As três imagens obtidas são então

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A possibilidade de extrair de algumas câmeras digitais imagens no formato RAW, abre novas possibilidades de ajuste e entusiasma os fotógrafos profi ssionais. Veja o que é possível fazer com esses arquivos usando as novas ferramentas do Photoshop CS

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Page 1: Trabalhando com imagens RAW

Maio/Junho 2004 | www.professionalpublish.com.br 52

PROCESSO

novo Photoshop 8 – rebatizado “CS” pela Adobe em fun-

ção do novo pacote de aplicativos Creative Suite – pode

ser considerado um upgrade importante na história do

mais tradicional programa de edição de imagens bit-

map do mercado. Embora boa parte das funções e ferramentas de

tratamento e retoque tenha permanecido inalteradas em relação

às da versão 7, o CS incorpora novos recursos de peso especial para

um grupo de usuários que cresce rapidamente em importância no

mercado: os fotógrafos que utilizam câmeras digitais.

Para esses usuários, duas novidades já valem o custo da atuali-

zação: um novo e muito mais efi ciente File Browser – que incorpora

os recursos desenvolvidos para o aplicativo Photoshop Album e

transforma o CS em uma poderosa ferramenta de arquivamento e

organização de imagens – e a possibilidade de abrir e editar foto-

grafi as digitais RAW, formato disponibilizado por um bom número

de câmeras, em especial nos equipamentos profi ssionais ou semi-

profi ssionais mais sofi sticados.

A bem da verdade, essa possibilidade já existia no Photoshop 7,

desde que o usuário se dispusesse a comprar um plug-in adicional,

vendido separadamente pela Adobe desde fevereiro de 2003. No

Photoshop CS o recurso já vem incluído e, além disso, foi aprimorado

e ganhou novas funções. O número de câmeras suportadas também

aumentou signifi cativamente e já chega a 40 modelos.

Mas, afi nal de contas qual é a vantagem em importar essas

misteriosas imagens RAW em comparação com os formatos tradi-

cionais, como JPEG e TIFF? Para compreender e, de certa forma,

desmistifi car esses arquivos é preciso entender um pouco do fun-

cionamento das câmeras digitais.

Brutos, cinzentos e cheios de informaçãoDiferentemente dos demais formatos de imagem – tais como TIFF,

EPS, JPEG, PICT etc – o chamado “formato RAW” não obedece a

um padrão uniforme e normalizado, para o qual existe um método

único de abertura e interpretação. Trata-se de um “formato proprie-

tário”: cada fabricante de câmeras digitais utiliza um tipo específi co

por André Borges Lopes*

TRABALHANDO COM IMAGENS RAW

O

A possibilidade de extrair de algumas câmeras digitais imagens no formato RAW, abre novas possibilidades de ajuste e entusiasma os fotógrafos profi ssionais. Veja o que é possível fazer com esses arquivos usando as novas ferramentas do Photoshop CS

de RAW, e mesmo as câmeras de uma mesma marca podem gerar

arquivos RAW diferentes, de acordo com suas características. Por

isso, para abrir e interpretar corretamente um arquivo desse tipo o

software precisa dispor de informações específi cas sobre o equipa-

mento em que ele foi gerado.

As câmeras digitais substituem o fi lme por dois tipos diferentes

de dispositivos fotosensíveis – CCDs (Charge Coupled Devices) ou

CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductor) – plaquetas reco-

bertas por milhões de células fotoelétricas miniaturizadas, responsá-

veis por transformar a luz recebida em sutis impulsos elétricos. Esses

impulsos são enviados a um conversor analógico-digital que analisa o

montante de energia recebida e defi ne os valores a serem atribuídos

a cada “pixel” da imagem digital capturada, ordenadamente orga-

nizados em um arquivo. Esse primeiro lote de informação “bruta”

(o arquivo RAW) passa então por um sofi sticado processamento,

executado pelo software interno da câmera digital, dando origem aos

arquivos fi nais (normalmente nos formatos padrão JPEG ou TIFF)

que são armazenados no cartão de memória da máquina.

Para capturar imagens coloridas, a luz que entra na câmera

precisa ser desmembrada nos seus componentes básicos Vermelho,

Verde e Azul (RGB), que devem ser registrados separadamente. Nos

fi lmes fotográfi cos, esse problema foi resolvido pela sobreposição

de três ou mais camadas de películas fotossensíveis, cada uma delas

sensibilizada por uma cor (ou, mais tecnicamente, por uma faixa

de comprimento de onda luminosa). Revelado o fi lme, a porção

sensibilizada de cada camada adquire uma tonalidade específi ca,

que permite a recriação da imagem – negativa ou positiva, conforme

o tipo do fi lme.

No nível atual de tecnologia, os CCDs e CMOS não podem

ser montados em camadas. Assim, a luz das imagens deve ser

decomposta com auxílio de fi ltros RGB antes de ser registrada

pelos dispositivos. Em algumas máquinas fotográfi cas de estúdio

– especializadas em registrar objetos perfeitamente estáticos – esse

problema é resolvido com o emprego de três exposições sucessivas,

cada uma utilizando um dos fi ltros. As três imagens obtidas são então

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PROCESSO

recompostas em um arquivo RGB. Por motivos óbvios, essa solução não pode ser

aplicada no registro de objetos em movimento, ou em câmeras que não estejam

solidamente imobilizadas em um suporte.

As demais câmeras digitais utilizam outra solução: as células disponíveis são

divididas entre os compontes R, G e B, recebendo microscópicos fi ltros cromáticos.

Há diversas estratégias para fazer essa distribuição, mas, normalmente, existem

dois fi ltros verdes para cada vermelho a azul – em razão da maior sensibilidade

do olho humano para os tons de verde (alguns modelos novos, como a Sony F828,

utilizam dois tipos de verde ligeiramente diferentes).

As câmeras digitais dividem os sensores dos CCDs ou CMOS entre as cores vermelha, verde e azul (RGB) na captura do arquivo RAW. É o software do equipa-mento quem se encarrega de interpolar as cores para produzir imagens coloridas com pixels compostos de três canais.

Assim, na realidade, a maior parte das câmeras digitais captura uma única

imagem em tons de cinza (grayscale) que é posteriormente desmembrada pelo

software do equipamento em três canais, num processo conhecido como “in-

terpolação de cores”. Durante a interpolação, o software altera a infl uência de

cada canal para justar o balanceamento dos tons de branco, automaticamente ou

de acordo com as instruções inseridas pelo fotógrafo na câmera ao fazer a foto.

Portanto, o arquivo RAW de uma foto em cores é, na realidade, uma imagem

grayscale, e o balanceamento de branco (white balance) é executado por software,

depois da captura do RAW.

Alterando a sensibilidadeOutra diferença importante entre a captura convencional e digital de imagens

passa pela sensibilidade dos sensores à luz. No caso dos fi lmes, essa característi-

ca é defi nida pelo valor ISO/ASA da emulsão fotossensível: as películas de valor

ISO mais alto exigem menos exposição à luz. Nos CCDs e CMOS das câmeras

digitais, essa sensibilidade é uma característica física do dispositivo, que não

pode ser alterada.

Os fotógrafos, no entanto, necessitam dessa fl exibilidade para ter maior liberda-

de ao ajustar os valores de abertura e tempo de exposição da câmera às necessidades

de cada foto. Por isso, as boas máquinas digitais permitem simular diversos valores

ISO de sensibilidade. A possibilidade de alterar livremente esse ajuste a cada foto

é, inclusive, uma das grandes vantagens do sistema digital sobre o fi lme.

Como a sensibilidade dos sensores é fi xa, o problema também é resolvido pelo

software da câmera digital, por meio da aplicação de uma curva de correção de

luminosidade no arquivo RAW capturado – tomando como base o valor ISO utili-

zado no ajuste da máquina – antes de gerar o TIFF ou JPEG (a informação ISO,

assim como a abertura, o tempo de disparo, temperatura de luz e muitas outras

são armazenadas pela câmera como metadados no arquivo da foto).

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A janela de abertura dos arquivos RAW mostra um bom preview da imagem, em tamanho ajustável. No modo avançado, permite realizar uma infi nidade de ajustes no arquivo antes de convertê-lo ao formato fi nal. Um dos mais interessantes é a possibilidade de experimentar diversas compensações de balanço de branco.

À direita do preview o usuário encontra um histograma da foto

e as paletas de ajuste do arquivo, que podem estar em modo básico

ou avançado. São quatro paletas: Ajuste, Detalhe, Lentes e Calibra-

ção, as duas últimas restritas ao modo avançado. Normalmente o

ajuste das paletas deve estar na opção “Padrão da Câmera” (camera default). O usuário pode alterar livremente os ajustes e salvar as

novas predefi nições (settings) para futuras utilizações.

Na paleta Ajuste estão as principais informações sobre a

compensação do tipo de luz a ser usado (white balance), controle de

exposição e ajuste geral de aparência (brilho, contraste e saturação).

Na paleta Detalhe, surgem as opções de aplicação de “unsharp

mask” (com controle apenas de intensidade) e de redução dos

“ruídos”da foto (divididos entre luzes e cores). Por default, a maioria

das máquinas aplica algum nível de sharpening e remoção de ruídos

na conversão de suas imagens RAW. Usuários que dominam bem

o Photoshop preferem desligar essas opções e aplicar esses efeitos

usando ferramentas bem mais fl exíveis e poderosas disponíveis no

próprio aplicativo.

A paleta Lentes serve para corrigir algumas distorções que

surgem com freqüência em fotografi as tiradas com uso de lentes

grande-angulares: “vinhetas” e “aberrações cromáticas”. Chama-se

de “vinhetas” o escurecimento dos cantos das fotos, decorrentes

da inclinação da luz nas bordas da imagem ao incidir sobre os

sensores da câmera. Nessas situações, o software das máquinas

digitais aplica correções automáticas para minimizar o problema.

Ajustes visuais por meio dos controles de “vignetting amount” e

“vignetting midpoint” permitem corrigir com grande perfeição

esse tipo de distorções.

Nos bons equipamentos, o arquivo RAW é capturado com 16

bits/pixel, e pode armazenar milhares de gradações de meio-tons

entre as áreas claras e escuras da foto. Dessa forma, mesmo depois

da aplicação das curvas de ajuste é possível preservar um mínimo

de 256 tons nos canais RGB da imagem fi nal. Ao abrir o arquivo

RAW e fazer manualmente o ajuste de sensibilidade, o fotógrafo

pode aplicar apenas a correção estritamente necessária – minimi-

zando a possibilidade de perda de meio-tons e de surgimento de

ruídos nas áreas de sombra.

Fazendo uma analogia rasteira com a fotografi a convencional, o

RAW seria como o fi lme negativo, que – dentro de certos limites

– pode ter a luz ajustada e as cores balanceadas no momento da

ampliação.

Prós e contrasObviamente, nem tudo são fl ores no uso de imagens RAW. Em pri-

meiro lugar, nem todos os equipamentos digitais oferecem a opção

de armazenar o arquivo no formato bruto, e o Photoshop CS só abre

os RAW gerados por alguns modelos. Em abril desse ano a Adobe

disponibilizou para download um update do plug-in Camera RAW

(versão 2.2) e com acesso aos arquivos de novas máquinas. A lista

completa de equipamentos suportados pode ser verifi cada na página

www.adobe.com/products/photoshop/cameraraw.html

Outro inconveniente do uso do formato RAW é o tamanho

relativamente grande dos arquivos. Quem está acostumado a usar

apenas imagens JPEG pode se espantar com fotos bem maiores

que lotam rapidamente os cartões de memória das máquinas. Uma

imagem de 14 megapixels (4.500 X 3.000 pixels) das novas Kodak

DCS Pro SLR/c ocupa por volta de 14 Megabytes em formato RAW,

bem mais que os cerca de 4 MB da mesma imagem em JPEG de

alta qualidade. Pouco, no entanto, se comparado aos quase 39 MB

do arquivo RGB de 8 bits em modo TIFF não compactado.

Por fi m, é bom não esperar milagres do novo formato. A alter-

nativa de ter acesso ao arquivo RAW de uma velha (?!) Nikon D1

possivelmente pode possibilitar um melhor ajuste de luz, cores e

nível de ruído nas fotos. Mas não vai melhorar a resolução de cap-

tura da máquina, limitada a pouco mais que dois megapixels, nem

aumentar signifi cativamente a possibilidade de ampliação. Além

disso, a opção de descartar as conversões automáticas do software

da câmera e realizar manualmente os ajustes no RAW é tarefa para

profi ssionais com razoável experiência em fotografi a no mundo das

imagens digitais.

Básico ou AvançadoOs arquivos RAW podem ser salvos com variadas terminações (su-

fi xos): NEF nas Nikon, CRW ou CR2 nas Canon, DCR nas Kodak,

etc. Ao abrí-los o usuário do Photoshop CS é apresentado a uma

ampla janela onde surge em destaque um bom “preview” da foto

(em tamanho ajustável). No topo da janela, aparece o nome da

câmera e os ajustes utilizados pelo fotógrafo. Abaixo do preview há

uma série de informações sobre o arquivo fi nal RGB que se pretende

gerar: espaço de cor ICC, profundidade de bits (8 ou 16), número

de pixels e resolução.

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Os ajustes oferecidos nas paletas Detalhe e Calibração podem ser melhor realizados posteriormente, na imagem RGB aberta no Photoshop. Na paleta Lentes, no entanto, encontramos ferramentas que só são oferecidas para imagens RAW.

O uso de lentes grande-angulares pode causar o surgimento de defeitos de captura nas imagens, aos quais as câmeras digitais são especialmente sensíveis: o escurecimento das bordas (à esquerda) e as aberrações cromáticas (à direita) podem ser facilmente corrigidos na paleta Lentes durante a conversão de imagens RAW.

Outro problema comum no uso de grande-angulares é o surgi-

mento de fi letes de cores nas linhas de contraste da imagem (nor-

malmente verdes e vermelhos ou azuis e amarelos). Essas “aberrações

cromáticas” ocorrem porque os feixes de luz oblíqua sofrem uma

refração ligeiramente diferente ao atravessar as lentes dependendo

do seu comprimento de onda. Isso gera uma pequena distorção nas

dimensões dos canais R, G e B, causando a impressão de “falta de

registro” na foto.

Algumas máquinas digitais tentam compensar por meio do softwa-

re esse problema, mas o acerto automático nem sempre é preciso. No

módulo de importação de imagens RAW o fotógrafo pode fazer uma

compensação absolutamente precisa, atuando de forma independente

nos eixos R/C (verde-vermelho) e B/Y (azul -amarelo).

Conclusão O novo módulo de importação de imagens RAW do Photoshop CS é

uma ferramenta bastante poderosa para os fotógrafos digitais avan-

çados, que têm o hábito de manipular suas imagens após a captura.

Utilizado com habilidade, pode corrigir problemas e pequenas falhas

na exposição das fotos, aumentando a fl exibilidade e a margem de

erro das câmeras. É também um recurso interessante para profi ssio-

nais de tratamento de imagens que lidam com padrões de qualidade

extremamente elevados, desde que possam solicitar ao fotógrafo o

envio das imagens “brutas”.

Para a maioria dos que usam o Photoshop, a importação de imagens

RAW é um recurso de utilidade restrita. O seu uso requer tempo de

aprendizado e paciência para fazer manualmente algumas correções

e ajustes que – ao menos na maioria das situações – o software das

câmeras executa automaticamente de forma satisfatória. Além dis so, o

usuário não deve esperar milagres dessa nova ferramenta, pois os even-

tuais ganhos de qualidade são, quase sempre, bastante discretos.

* André Borges Lopes

[email protected]

é editor contribuinte da Revista Professional Publish

e consultor de pré-impressão

Adobewww.adobe.com.brTel.: 0800-161-009