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DITADURA NA AMERICA LATINA • CHILE • ARGENTINA • NICARAGUA

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• DITADURA NA AMERICA LATINA

• CHILE

• ARGENTINA• NICARAGUA

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As ditaduras na América Latina se estabeleceram no período em que a ordem internacional sofria pelos enfrentamentos da Guerra Fria. Na época, os Estados Unidos desenvolveram uma série de mecanismos de combate ao expansionismo comunista. Já nos anos 1950, fora estabelecida pelas autoridades do país a Doutrina de Segurança Nacional, cujas diretrizes procuravam combater o “perigo vermelho” dentro e fora do território norte-americano.

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Neste contexto, e notadamente a partir da Revolução Cubana e da ascensão do governo comunista de Fidel Castro, os EUA viriam a intensificar a vigilância sobre a América Latina. Tal preocupação originou, por exemplo, a Aliança para o Progresso, programa instituído por Washington conjuntamente a diversas lideranças latino-americanas, através do qual buscava-se melhorar os índices socioeconômicos da região e, concomitantemente, frear o crescimento das alternativas socialistas.

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No entanto, a despeito de tais esforços, grupos de esquerda e simpatizantes da causa comunista floresceram em diversas nações do continente. Frente a isso, e não raramente com auxílio estadunidense, forças conservadoras se mobilizaram nessas regiões e, atendendo a demanda de diversos setores da sociedade civil, apoiaram a instituição de governos militares.

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De modo geral, os regimes militares da América do Sul foram extremamente autoritários e

violentos. Os governos de Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia chegaram a

fazer um acordo de cooperação mútua, a chamada Operação Condor, com o objetivo de reprimir em conjunto a resistência aos regimes ditatoriais implantados. A América do Sul virou

um grande laboratório para as experiências neoliberais, havendo privatizações de empresas

estatais, corte de gastos públicos, desregulamentação de serviços e fim de

benefícios trabalhistas.

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A Operação Condor foi uma ação conjunta de repressão a opositores das ditaduras instaladas

nos seis países do Cone Sul: Brasil, a Argentina, o Chile, a Bolívia, o Paraguai e Uruguai. A função

principal era neutralizar e reprimir os grupos que se opunham aos regimes militares montados na América Latina, como os Tupamanos no Uruguai, os Montoneros na Argentina, o MIR no Chile, etc. Montada em meados dos anos 1970, a Operação

durou até o período de redemocratização da região, na década seguinte. A operação, liderada por militares da América Latina, foi batizada com

o nome do condor, ave típica dos Andes e símbolo da astúcia na caça às suas presas.

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DITADURA NA ARGENTINA

A Ditadura na Argentina começou com um golpe de Estado dado por militares que assumiram o poder do país. Durante sua vigência, foi um dos governos mais autoritários da América Latina no século XX.

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A Ditadura na Argentina teve início com um golpe militar no ano de 1966. O presidente Arturo Illia, que exercia o cargo legalmente dentro da constituição, foi deposto no dia 28 de junho daquele ano e a partir de então se sucedeu uma série de governos de militares até 1973.

Embora o tempo de vigência da Ditadura na Argentina tenha sido de apenas sete anos, bem menos do que os 21 anos de ditadura militar no Brasil, foi tempo suficiente para as várias atrocidades cometidas pelos governantes autoritários.

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Ao longo do período de governo militar, três indivíduos ocuparam o poder: o general Juan Carlos Onganía, o general Roberto Marcelo Levingston e o general Alejandro Agustín Lanusse.

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Juan Carlos Onganía governou de 1966 a 1970 e entregou o poder debilitado por conta de protestos. Em seu lugar, a Junta de Comandantes em Chefe das forças armadas assumiram o governo do país e decidiram pela indicação do general Roberto Marcelo Levingston para a presidência. Levingston era um desconhecido militar e governou a Argentina até 1971 pela incapacidade de controlar a situação política, econômica e social do país. Em seu lugar entrou o homem forte da ditadura, o general Alejandro Augustín Lanusse. Este governou entre 1971 e 1973, sua gestão que foi empenhada em obras de infra-estrutura nacional era vista com desgosto da população.

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As crescentes manifestações populares causaram as eleições para novo presidente na Argentina em 1973. A população queria Perón no governo do país, mas o candidato do povo foi barrado pelo então presidente militar que alterou as leis eleitorais da constituição de forma que barrasse sua candidatura. Impossibilitado de ser eleito, Perón e o povo passaram a defender a candidatura de Hector José Cámpora, que saiu vitorioso no pleito.

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O período da Ditadura Militar na Argentina foi cruel e sangrento, a estimativa é de que aproximadamente 30 mil argentinos foram seqüestrados pelos militares. Os opositores que conseguiam se salvar fugiam do país, o que representa aproximadamente 2,5 milhões de argentinos. Os militares alegam que mataram “apenas” oito mil civis, sendo que métodos tenebrosos de torturas e assassinatos foram utilizados pelos representantes do poder. O governo autoritário deixou marcas na Argentina mesmo após a ditadura, com a democracia poucos presidentes conseguiram concluir seus mandatos por causa da grande instabilidade econômica e social.

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MODALIDADES DE ASSASSINATOS

Formas de assassinar civis, por parte dos militares, durante a Ditadura:– Jogar pessoas vivas, desde aviões, sobre o rio da Prata ou o Oceano Atlântico.– Juntar prisioneiros, amarrados, e dinamitá-los.– Fuzilamento.– Morte por terríveis torturas

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MODALIDADES DE TORTURAS

As modalidades de tortura abrangeram um amplo leque. Algumas foram criadas na Argentina, outras, importadas das forças de segurança da França que haviam atuado na Guerra da Argélia.

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– Picana elétrica – criada nos anos 30 na Argentina por Leopoldo Lugones Hijo, filho do escritor Leopoldo Lugones. Era o instrumento para assustar o gado com choques elétricos. Aplicado a seres humanos, tornou-se no instrumento preferido de tortura na Argentina. A neta do escritor e filha do torturador, Susana ‘Piri’ Lugones, militante de esquerda, foi torturada e morta na Ditadura com o invento criado pelo próprio pai.

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– Submarino molhado: afundar a cabeça de uma pessoa em uma tina d’água. Ocasionalmente a tina também estava cheia de excrementos humanos.– Submarino seco: colocar a cabeça de uma pessoa dentro de um saco de plástico e esperar que ela ficasse quase asfixiada.– O rato no cólon: colocação de um rato, faminto, no cólon de um homem. Nas mulheres, o rato era colocado na vagina.

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Diversas testemunhas indicam que os torturadores argentinos ouviam marchas militares do Terceiro Reich e discursos de Adolf Hitler enquanto torturavam.

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DITADURA NO CHILE

No começo da década de 1970, o Chile apresentava uma economia dependente dos investimentos externos (principalmente de multinacionais). Embora com boa industrialização, o sistema econômico chileno apresentava grandes desigualdades sociais, sendo que uma significativa parcela da sociedade vivia em situação de pobreza.

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Em 1970, foi eleito para a presidência o socialista Salvador Allende com apoio da Unidade Popular (grupo de partidos de esquerda). A intenção deste governo era, através de reformas socialistas, combater a desigualdade social e promover o crescimento econômico.Em 1973, ano do golpe militar, a crise econômica se agravou. A inflação estava na casa dos 300% e o PIB em queda. Estes fatores geraram uma grande insatisfação com o governo socialista de Salvador Allende.

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Em 11 de setembro de 1973, as Forças Armadas do Chile, através de um golpe de Estado, derrubaram o governo de Salvador Allende e deram início a um governo militar no país. Durante o Golpe, o Palácio de La Moneda (sede do governo) foi bombardeado pelo exército. Salvador Allende, antes das tropas o prenderem, se suicidou. Começava assim a ditadura militar no Chile, que foi governado por quase 17 anos pelo general Augusto Pinochet.

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Principais características políticas do regime militar chileno: - Perseguição política e prisão aos opositores (políticos, artistas, estudantes, líderes sindicais, entre outros); - Tortura, repressão violenta e execução de opositores; - Censura às emissoras de rádio, jornais, televisão e outros meios de comunicação; - Fechamento de partidos políticos; - Violações aos direitos humanos; - Restrição à liberdade de expressão; - Política anticomunista; - Alinhamento político ao bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos. - Forma autoritária de governar.

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A violenta e antidemocrática forma de governar de Augusto Pinochet começou, no final dos anos 80, a gerar pressões contrárias de países e instituições internacionais. Esta imagem negativa do governo chileno no exterior resultou no isolamento internacional do país. Vários países romperam relações diplomáticas com o Chile, em sinal de protesto ao governo truculento do país. Internamente, grande parte do povo chileno não aguentava mais o governo Pinochet e a ditadura. A economia do país enfrentava problemas e as desigualdades sociais só haviam aumentado durante a ditadura.

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Em 1988, o Chile passou por um plebiscito nacional, previsto pela Constituição, onde a população deveria escolher pelo “Sim” (permanência de Pinochet no poder) ou “Não” (convocações de eleições para o ano seguinte). Grande parte do povo votou pelo fim do regime militar. Em 1989, o Chile passou por eleições diretas e Patricio Aylwin foi eleito presidente pela Coalização de Partidos pela Democracia. A ditadura chilena se encerrou em 11 de março de 1990, com a posse do novo presidente civil.

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NICARAGUAA Nicarágua foi uma região da América Central

na qual houve o desenvolvimento de uma antiga civilização que desapareceu sem deixar

muitos vestígios de sua existência. As populações que ocupavam a região no

momento em que os espanhóis chegaram ao continente, provavelmente surgiram a partir de

ondas migratórias oriundas do território mexicano. Ao longo de sua trajetória colonial, a

Nicarágua teve sua economia voltada à agroexportação e um rápido surto minerador.

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Por volta do século XIX, vivenciando as diversas transformações que atingiam o

ambiente colonial hispânico, os nicaraguenses engendraram o seu processo

de independência. Após atingir sua autonomia, em 1821, a Nicarágua foi

inicialmente conglomerada ao território das Províncias Unidas da Centroamérica. No

entanto, o conflito intermitente entre liberais e conservadores acabou

transformando a região nicaraguense em um Estado independente.

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Após o predomínio político durante quase todo o século XIX, os liberais nicaraguenses

conseguiram chegar ao poder com a proposta de modernizar as práticas e

instituições políticas do país. No ano de 1893, durante o governo de José Santos

Zelaya, uma nova constituição foi assinada com o intuito de superar os entraves que

impediam a superação dos problemas nacionais. Sentindo-se ameaçados com

essa situação, os Estados Unidos intervieram no país passando a controlar

suas ferrovias, o Banco Central e a alfândega.

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A ação norte-americana incitou uma revolução popular que conseguiu retirar

Adolfo Diaz, candidato apoiado pelos EUA, do posto presidencial. Até a década de 1920, os

vários incidentes políticos da Nicarágua foram acompanhados de perto pelas autoridades políticas norte-americanas. Quando julgava

necessário, os EUA enviavam tropas de mariners para anular o resultado de uma

eleição e legitimar a ascensão de um líder comprometido com seus interesses

econômicos.

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Assumindo o controle político do país, os revolucionários sandinistas tiveram que

contornar uma profunda crise econômica em um país terrivelmente devastado pela guerra

civil. Estatizando o setor industrial e viabilizando uma reforma agrária, o novo

regime tentou implementar medidas de traço socialista. Insatisfeitos com essa situação, os

EUA passaram a fomentar um movimento guerrilheiro contra revolucionário conhecido

como “Os Contras”.

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Ao longo de toda a década de 1980, o governo revolucionário teve que enfrentar a oposição

armada dos “Contras”. Visando superar a caótica situação política da Nicarágua, os

sandinistas permitiram a realização de uma nova eleição presidencial e a formação de uma nova assembleia constituinte. No final daquela

década, o conflito entre os sandinistas e os contras chegou ao seu fim quando os grupos políticos conservadores retomaram o controle

da nação.

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Durante a década de 1990, os governos liberais da Nicarágua alcançaram alguns tímidos sinais de recuperação econômica.

Contudo, várias questões sociais históricas do país ainda aguardavam por uma resolução

mais contundente. Nesse contexto, o histórico líder sandinista Daniel Ortega assumiu o

posto presidencial nicaraguense prometendo contornar a lastimável situação dos menos

favorecidos no país.

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