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TP449: O VOO DO CANTE ALENTEJANO Património Cultural Imaterial da Humanidade N. 117 OUTUBRO/NOVEMBRO 2014 JORNAL JORNAL TAKEOFF

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TP449: O VOO DO CANTE ALENTEJANOPatrimónio Cultural

Imaterial da Humanidade

n. 117 OuTubrO/NOVEmbrO 2014

jorn

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aKEo

FF

o tema de capa desta edição constitui uma homenagem ao Cante alen-tejano, que acabou de ser classifi-

cado pela UnESCo como Património Ima-terial Cultural da Humanidade. o mesmo reconhecimento internacional já havia sido conquistado pelo Fado em 2011.Este tipo de acontecimentos beneficiam claramente o País, na medida em que dão visibilidade às nossas tradições e cultura, aportando uma vantagem competitiva para o turismo português neste mundo global.Tal como em 2011, com o Fado, também agora a TaP se associou à recente classi-ficação do Cante Alentejano pela UNESCO. Desta feita, trazendo de volta a Portugal a delegação que apresentou a candidatura em Paris.ao captar a atenção de todo o mundo, estes reconhecimentos internacionais qualificam a marca Portugal, pelo que não é apenas o setor do turismo, strictu senso, que sai favorecido.Este apoio permanente da TaP aos princi-pais eventos relevantes para o País sem-pre foi uma ‘bandeira’ erguida com orgulho pela nossa companhia, que está à beira de completar 70 anos. Chame-se a isto res-ponsabilidade Social, ou outra coisa qual-quer…Mas não é só nestes momentos que a TaP voa alto. Diariamente, com a contribuição empenhada de todos os seus trabalhado-res, a companhia prossegue com determi-nação a sua estratégia de crescimento e assume claramente o seu papel de motor do desenvolvimento económico de Portugal e, em particular, do turismo.

antónio Monteiro

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[email protected] artigos publicados são da responsabilidade da Direção Editorial do Jornal TAP, ou dos seus autores, quando assinados, não reflectindo necessariamente os pontos de vista da Administração.

ProPrIEDaDE: TaP Portugal MoraDa: aeroporto de lisboa, 1704-801 lISBoa

DIrETor: antónio Monteiro | [email protected] CoorDEnação: andré de Serpa Soares | [email protected] EDIção: DEEP STEP Comunicação | [email protected] FoTograFIa: TaP - Marketing/gestão de Conteúdos e Media

‘bANDEIrA’ DA CuLTurA POrTuGuESA

DESTaQUE3 TP449: o voo do Cante alentejanoPrIVaTIZaÇÃo5 governo aprovou venda de 66% da TaPanIVErSÁrIo6 TaP e Startup Lisboa desafiam

empreendedoresnoTÍCIaS 7 Crescimento de 6% de passageiros entre

Portugal e reino Unido TaP Corporate Fly cresce 22%8 Code-share TaP/gol Serviço de notificações automáticas aos

passageirosPrÉMIoS9 TaP ‘Personalidade do Turismo’ no Brasil Fernando Pinto recebe prémio carreira da

aCEPIrECUrSoS HUManoS10 Estudo europeu incentiva participação das mulheres na indústria aeronáuticaCoMEMoraÇÃo11 50 anos a voar para Cabo VerdeManUTEnÇÃo E EnGEnHarIa14 M&E substitui rIB18 dos mastros pela

primeira vez16 BrevesSaFETY18 Conheça o Portal SafetySaÚDE20 Epidemia do ébolaaPonTaMEnToS24 Victoria alarga parceria com lifecooler Insólito…o oUTro laDo DE…25 Emanuel Faria: arte com iPhoneDESPorTo30 Clube TaP organizou aviation Trophy

VolleyballMEMÓrIaS32 Comandante amado da CunhaEFEMÉrIDES37 aconteceu em novembro38 Museu TaP

jornalTAP 117 outubro/novembro 2014_3

destaque_

O processo de candidatura do Cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade foi de-

sencadeado em março de 2013. Em 27 de novembro conquistou, em Paris, esta clas-sificação da UNESCO.ao tomar conhecimento de que a delega-ção que viajou para a capital francesa iria regressar de autocarro a Portugal, numa longa e cansativa jornada de quase 48 ho-ras, a TaP proporcionou-lhe um regresso

a casa mais rápido e confortável. o TP449 - ‘Voo do Cante alentejano’ demorou cerca de hora e meia, desde Paris a lisboa.antes da partida, ainda na área de check-in do aeroporto de orly, atuou o grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa. Cantares que foram repetidos a bordo do avião da TaP e na zona das chegadas do aeroporto de lisboa.a TaP, que valoriza e promove a cultura e identidade portuguesas, procurou assim prestar homenagem ao Cante alentejano e a todos os que promoveram e tornaram possível esta candidatura.

FESTa EM ParIS, no aVIÃo E EM lISBoaCentenas de pessoas esperavam, no ae-roporto de lisboa, e em clima de festa, a delegação constituída pelos representan-tes das principais entidades impulsionado-ras da candidatura – Câmara Municipal de Serpa, Casa do Cante, Confraria do Cante e Casa do alentejo.

TP449: O voo do Cante Alentejano

A uNESCO elevou agora o Cante Alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade. A delegação que se deslocou a Paris viajou com a TAP em ambiente de festa.

4_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

_destaque

os elementos da comitiva portuguesa que levou o Cante a Paris foram ao encontro da multidão de braços dados e a marchar, en-toando a moda ‘Serpa de guadalupe’.no entanto, a festa tinha começado em Pa-ris, logo nessa manhã, quando foi anuncia-do o reconhecimento do Cante alentejano pelo Comité Intergovernamental da UnES-Co. Emocionados, os membros da delega-ção cantaram nesse momento ‘alentejo, alentejo’ para mais de cem delegações in-ternacionais.“Estava tudo muito comovido, mas era a chorar de alegria”, disse ao Diário de no-tícias Carlos Paraíba, ensaiador do grupo coral da Casa do Povo de Serpa, que acres-centou: “a minha se-nhora ligou-me logo a dizer que já tinham rebentado os foguetes em Serpa.”Carlos arruda, tam-bém deste grupo coral, admitiu: “Foi um misto de sentimentos: orgu-lho, alegria, sentido de responsabilidade, um pouco de nervosismo.”Para assinalar a classi-ficação do cante Alen-tejano como Patrimó-nio Cultural Imaterial da Humanidade, a TaP vai exibir a bordo dos seus aviões, durante o

mês de dezembro, o filme ‘Alentejo, Alente-jo’, de Sérgio Tréfaut, que serviu de suporte à candidatura.Esta classificação foi criada pela Organiza-ção das nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UnESCo) para reconhe-cer expressões culturais e tradições a pre-servar para as gerações futuras. o Fado foi classificado em dezembro de 2011.Veja o filme do “Voo do Cante” no canal TAP no YouTube em http://www.youtube.com/watch?v=rjXIdgi2rMg ou através do face-book da TaP. ¢

jornal TaKEoFF

jornal TaKEoFF

jornalTAP 117 outubro/novembro 2014_5

privatização_

Governo aprovou venda de 66% da TAP

O governo aprovou no Conselho de Ministros de 13 de novembro a reprivatização da TaP SgPS,

avançando com a venda de 66% do capital. O executivo admite que o processo fique concluído durante o primeiro trimestre do próximo ano.Do capital a privatizar, 61% serão reserva-dos a investidores e até 5% estão reservados a trabalhadores da companhia. os restantes 34% mantêm-se na posse do Estado, posi-ção que, segundo o ministro da Economia, antónio Pires de lima, “tem o objetivo de estimular um acordo entre o possível ven-cedor em matérias essenciais, sejam elas de capital, de desenvolvimento estratégico e de aprovação de orçamentos”.Segundo Sérgio Monteiro, secretário de Es-tado dos Transportes, o que está em causa é a necessidade de “preservação do valor estratégico da companhia, não apenas de ela operar em Portugal mas executar deter-minadas obrigações de serviço público que se manterão integralmente como até aqui”.as propostas de reprivatização devem ga-rantir o encaixe financeiro, assumir o pas-sivo e recapitalização, bem como capaci-dade de investimento para desenvolver o plano estratégico da companhia.

“É do interesse nacional que a TAP tenha um acionista com capacidade de investimento”

“O Estado não pretende encaixe finan-ceiro com esta privatização mas pre-tende que a empresa fique devidamente capitalizada”, afirmou Sérgio Monteiro, recordando que o Governo não pode fi-nanciar a TaP, devido a regras impostas por Bruxelas que impedem ajudas de Estado.o ministro da Economia sublinhou que “é do interesse nacional que a TaP tenha um acionista com capacidade de investi-mento”.“o governo sempre considerou a TaP uma empresa estratégica. Decidimos avançar para este modelo por uma questão de prudência e aprendizagem”, explicou antónio Pires de lima.o ministro admitiu que o governo “explo-rou várias hipóteses”, tendo ponderado “modelos muito diferentes, muito hete-rogéneos” para a privatização, e afirmou que se optou por este modelo por ser o que “melhor preservava o interesse da companhia”.o prazo para promulgação do diploma pelo Presidente da república (40 dias) terminará em finais de dezembro. De seguida será tornado público o caderno de encargos. ¢

6_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

A TaP e a Startup lisboa juntaram--se numa parceria para o lança-mento do programa TaP Creative

launch, Making Ideas Fly, concebido para a promoção e apoio de novas empresas e ideias de negócio. recentemente lançado, este programa traduz-se num desafio proposto a 70 em-preendedores, os quais apresentarão a concretização das suas ideias de negócio a partir do início de 2015, ano em que a TaP completa 70 anos.a organização desta iniciativa insere-se no âmbito das comemorações do 70º ani-versário da TaP, que celebra assim o seu passado de olhos postos no futuro, tendo como objetivo encontrar ideias de negócio inovadoras nos setores do turismo e do transporte aéreo.

CanDIDaTUraS aBrEM EM janEIroas candidaturas ao TaP Creative laun-ch estarão abertas a partir de janeiro do próximo ano, através do site www.tapcreativelaunch.com, devendo os can-didatos corresponder ao repto apresen-tando os seus projetos, ideias ou produ-tos inovadores. os potenciais interessados em candida-tar-se podem inscrever o seu e-mail no site para receber novidades sobre a com-petição.após a primeira fase de apresentação dos projetos, será feita a respetiva avaliação e seleção para o apuramento de sete fina-listas. a partir desta escolha, o programa

alBErTIna MarTInS (TaP) no STarTUP lISBoa TaKEoFF

TaP Creative launch vai acompanhar e ajudar no lançamento das ideias de negó-cio, com a possibilidade de os sete pro-jetos finalistas poderem vir a ser depois financiados, seja pela TAP seja por em-presas suas parceiras. o programa foi apresentado no Startup lisboa Takeoff, em 13 de novembro, no Business lounge do aeroporto de lisboa.a Startup lisboa surgiu em 2011, por ini-ciativa da Câmara Municipal de lisboa, Montepio e IaPMEI. Foram geradas até agora 180 novas empresas e 600 postos de trabalho, captando 13 milhões de eu-ros de investimento. ¢

TAP e Startup Lisboa desafiam empreendedores a criarem ideias de negócio vencedoras

Esta iniciativa é a primeira a ser anunciada no âmbito das comemorações dos 70 anos da TAP

jornalTAP 117 outubro/novembro 2014_7

Crescimento de 6% de passageiros entre Portugale o reino unido

A TAP transportou, até ao final de outubro, 745 mil passageiros entre Portugal e o reino Unido

(londres e Manchester), o que representa um crescimento homólogo de 6% face a 2013.no presente período de inverno IaTa, a companhia oferece, em média, 45 voos semanais para londres-Heathrow à par-tida de lisboa e da Madeira, aos quais se

juntam os voos do Porto e de lisboa para o aeroporto de londres-gatwick.Estes dados foram divulgados no World Travel Market (WTM), o mais importante certame da indústria de turismo e viagens a nível mundial, que se realizou em lon-dres no início de novembro. a TaP assina-lou a sua presença no WTM com uma prova de vinhos portugueses selecionados entre os que oferece a bordo dos seus aviões. ¢

TAP Corporate Fly cresce 22%

C riado em 2008, o TaP Corporate Fly, programa de

fidelização concebido para as pequenas e médias em-presas (PME), conta já com 4.350 empresas aderentes em Portugal. Só entre janeiro e outubro deste ano, registou-se a adesão de 795 novos membros, mais 22% face ao pe-ríodo homólogo de 2013.São múltiplos os benefícios oferecidos aos

membros do programa, como, por exemplo, redu-ção de custos em viagens para as empresas, com os pontos Corporate a vale-

rem bilhetes-prémio ou upgrades. Para uma melhor divulgação do programa às PME, a TaP tem em curso uma cam-panha, que se prolonga até ao final de no-vembro, nos principais meios da imprensa, rádio e baseados na Web. ¢

notícias_

lonDrES: DIVUlGaÇÃo DoS VInHoS PorTUGUESES SErVIDoS a BorDo DoS aVIÕES Da TaP

8_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

TAP e GOL iniciaramoperação em code-share

A TaP e a companhia brasilei-ra gol deram início, em 11 de novembro, à parceria co-

mercial com a operação de voos em code-share, que se traduz na oferta de serviços mais convenientes aos clientes das duas companhias. nesta fase, a TaP passou a ofere-cer múltiplas opções de voos para diversas cidades brasileiras, ao colocar o seu código em voos da rede doméstica da gol, que compreendem ligações en-tre destinos já serviços pela TaP no Bra-sil, por exemplo, Brasília/São Paulo, rio de janeiro/São Paulo ou rio de janeiro/Salvador.além destes, a TaP disponibiliza aos seus clientes um conjunto significativo de novos destinos, como Teresina, aracaju, Curi-

tiba, Florianópolis, Iguaçu, joão Pessoa, São luiz, goiânia, Maceió, Porto Seguro, Vitória e Campina grande, estando previs-to que esta cooperação se venha a alargar a 29 destinos no interior do Brasil.atualmente, a TaP disponibiliza voos diretos de Portugal para 12 destinos no Brasil, num total de 81 frequências semanais: Fortaleza, natal, recife, Salvador, Brasília, Belo Hori-zonte, rio de janeiro, São Paulo, Campinas, Porto alegre, Manaus e Belém. ¢

TAP lança serviço de notificações automáticas aos passageiros

A TaP lançou, no início de novem-bro, o serviço de notificações automáticas através de SMS e

e-mail, que informa os passageiros sobre atualizações e alterações nos voos.na fase inicial, este serviço enviará aos passageiros notificações, em Português e Inglês, sobre algumas situações relativas ao estado dos seus voos, nomeadamente, alterações de horário do voo, reacomoda-

ções (qualquer alteração de data, número de voo ou de rota), alteração da porta de embarque e ainda notificação de abertu-ra do check-in. Mais próximo da hora de embarque, o passageiro é relembrado da possibilidade de efetuar check-in anteci-pado, caso ainda não o tenha feito.Para usufruir desta vantagem, basta que o cliente disponibilize o seu contacto de tele-móvel e de e-mail no momento da reserva. ¢

_notícias

jornalTAP 117 outubro/novembro 2014_9

MÁrIo CarValHo rECEBE o PrÉMIo DE WalTEr FErrEIra (EMBraTUr)

notícias_

A TaP foi distinguida no Brasil com o prémio ‘Personalidade do Turis-mo’, que é atribuído a personali-

dades e entidades que trabalham em be-nefício do desenvolvimento do setor.na cerimónia de entrega dos prémios, que decorreu no hotel Copacabana Palace do rio de janeiro, em 13 de novembro, foram galardoadas 10 personalidades eleitas pelo trade e três instituições. Mário Carvalho, diretor geral da TaP para a américa do Sul, que recebeu o prémio em nome da companhia, afirmou: “É motivo de muita satisfação saber que, ao longo destes anos, o trabalho de toda a equipa da TaP é valorizado. receber este prémio deixa-nos orgulhosos e aumenta a nossa motivação para fortalecer ainda mais os laços entre a TaP e o Brasil.”Estes prémios são uma iniciativa do jornal Mercado & Eventos e das revistas FT Bra-

sil (grupo Folha Dirigida), com a chancela da associação Brasileira de agências de Viagens (aBaV) e da associação Brasileira de Imprensa (aBI). Foram apurados 11.160 votos válidos de profissionais do setor do turismo do Brasil.¢

TAP ‘Personalidadedo Turismo’ no brasil

A associação da Economia Digital (aCEPI) homenageou Fernando Pinto com o Prémio Carreira na-

vegantes XXI, destacando o trabalho que o presidente executivo da TaP “tem vindo a realizar desde há 14 anos na condução de uma das mais importantes empresas nacionais”.a aCEPI realça o “enorme projeto trans-

Fernando Pinto recebe prémio carreira da ACEPI

formacional de digitalização que Fernan-do Pinto tem liderado e que transformou a TaP num paradigma da economia digital em Portugal e no resto do mundo”.a cerimónia de entrega dos prémios nave-gantes XXI realizou-se em 29 de outubro. ¢

10_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

_recursos humanos

Estudo europeu incentiva participação das mulheres na indústria aeronáutica

A maioria (60%) das pessoas licen-ciadas em Portugal são mulheres, mas uma carreira na Engenharia

não está, seguramente, nos seus horizon-tes. Segundo o Eurostat (2009), apenas 20% das portuguesas têm esta profissão. a desproporção é ainda mais acentuada na indústria aeronáutica. Segundo joana Pal-meiro, 29 anos, engenheira da Manutenção de Motores da TaP M&E, a baixa participa-ção da mulher em áreas de estudo ligadas à aeronáutica pode estar relacionada com “menor predisposição, interesse e conhe-cimento da mulher para certas áreas da Engenharia”.joana Palmeiro concluiu Engenharia ae-roespacial do Instituto Superior Técnico, e aponta o exemplo do seu curso: “no meu ano, entraram 60 alunos em Enge-nharia aeronáutica e eramos apenas seis mulheres.”Para combater esta assimetria, está a de-correr a nível europeu o projeto In2SaI, que visa aumentar a participação de estu-dantes do sexo feminino em áreas científi-

cas do ensino superior, especialmente as relevantes para a aeronáutica, e contribuir para a sua integração nesta indústria.joana Palmeiro foi uma das inquiridas no âmbito deste projeto, por indicação da TaP. Considera-o “muito interessante” e gosta-va que o seu testemunho contribuísse para que “mais mulheres escolhessem estudos universitários relacionados com a aero-náutica”.assim, para esta engenheira, a pouca presença das mulheres na indústria aero-náutica tem a ver, sobretudo, com a esco-lha da área de estudos superiores e não com aspetos discriminatórios em função do género.“nunca me senti discriminada por ser mu-lher, quer na universidade quer na empre-sa. Há igualdade de oportunidades na TaP. Mesmo na M&E, que é um universo tradi-cionalmente masculino.” Contudo, joana Palmeiro admite: “Posso ter uma visão enviesada porque, na ver-dade, a minha experiência pessoal é po-sitiva.” ¢

joana PalMEIro

jornalTAP 117 outubro/novembro 2014_11

O primeiro voo regular da TaP para Cabo Verde ligou lisboa à ilha do Sal (lisboa/Sal/Bissau) em 4

de novembro de 1964, e foi efetuado por um avião Super Constellation (matrícula CS-TlC). Cinquenta anos depois, a com-panhia celebrou o acontecimento com um jantar de gala na Cidade da Praia, em 7 de novembro.“Há 50 anos iniciámos a operação com um voo triangular, hoje temos 18 voos por semana para quatro destinos em Cabo Verde: Sal, Cidade da Praia, São Vicente e Boa Vista”, salientou joão Inglês, repre-sentante da TaP naquele país.Estas cinco décadas de operação foram também sublinhadas pela ministra do Tu-rismo, Investimentos e Desenvolvimento

Empresarial de Cabo Verde, leonesa For-tes: “a TaP nunca deixou de voar para Cabo Verde, nem mesmo no período de transi-ção para a independência [obtida em 5 de julho de 1975]. Desde então que continuou as operações, de forma ininterrupta, pelo que é também parte integrante da história de Cabo Verde pós-independência.”“a TaP, no seu percurso e nestes 50 anos, também simboliza a amizade e a história que unem os povos de Cabo Verde e de Portugal” – disse.a ministra destacou a importância da companhia para a aproximação dos cabo--verdianos residentes aos que vivem em Portugal, transportando passageiros não só para matar saudades como para via-gens de negócios, investimento e turismo.

50 anos a voar para Cabo VerdeO meio século de voos regulares da TAP para Cabo Verde foi comemorado com uma gala na Cidade da Praia. A ministra do Turismo e o presidente da empresa aeroportuária cabo-verdiana destacaram o papel relevante da companhia no desenvolvimento do seu país.

comemoração _

12_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

_comemoração

TaP lIGa CaBo VErDE ao MUnDoTambém a empresa aeroportuária de Cabo Verde, aSa, deu relevo ao papel da TAP, entregando-lhe um certificado de re-conhecimento pelo seu contributo para o desenvolvimento dos aeroportos do país e para as ligações aéreas do arquipélago com o resto do mundo.“a TaP, durante todos esses anos, ligou Cabo Verde ao mundo, transportou imi-grantes, homens de Estado, de negócios, contribuiu para as trocas comerciais entre os dois países, para o desenvolvimento do sistema aeroportuário de Cabo Verde, para o turismo e para uma boa inserção deste pequeno arquipélago no mundo” – afirmou o presidente da aSa, Mário Paixão. Marcaram ainda presença na gala a pri-meira-dama de Cabo Verde, lígia Fonse-ca, o secretário de Estado dos negócios

Estrangeiros e Cooperação de Portugal, luís Campos Ferreira, o embaixador de Portugal no país, Bernardo lucena, e a presidente da associação de agências de Viagens e Turismo de Cabo Verde, Maria Teresa graça, entre outras personalida-des da comunidade empresarial e turís-tica local.o jantar, animado por danças e músicas tradicionais de Portugal e de Cabo Verde, teve um menu baseado na gastronomia e vinhos dos dois países.o grupo de Folclore do Clube TaP exibiu--se interpretando danças populares por-tuguesas (Madeira, nazaré, Minho, riba-tejo e algarve). a cultura cabo-verdiana ficou patente na atuação dos grupos Mon na roda (música) e oásis atlântico (dan-ças tradicionais, como Mazurca, Colade-ra, Funaná e Batuque).

GrUPo DE FolClorE Do ClUBE TaP lEVoU PorTUGal a CaBo VErDE

jornalTAP 117 outubro/novembro 2014_13

comemoração _

PrIMEIra VIaGEM EXPErIMEnTal EM 1945a TaP começou a voar para Cabo Verde (Sal) em 1964, mas efetuou a primeira via-gem (experimental) para este país em ja-neiro de 1945. o voo partiu de lisboa, pas-sou por Casablanca, Cabo juby (Marrocos) e Port Étienne (Mauritânia), terminando na ilha do Sal.Quatro anos depois (1949), realizou-se a viagem inaugural do aeroporto da ilha do Sal, num DC4 que transportou, como con-vidado para a cerimónia, o almirante gago Coutinho. Refira-se como curiosidade que, durante o voo, o almirante ocupou durante algum tempo o posto de copiloto, assistin-do o comandante Enrique Maya.o primeiro voo a jato para o Sal (lisboa/Sal/Bissau/lisboa) foi efetuado com um

HUMBErTo BrITo (GoVErnaDor Do BanCo DE CaBo VErDE), rICarDIna BrITo (DIrETora Do HoSPITal Da PraIa), joSÉ PInTo TEIXEIra (EMBaIXaDor Da CoMISSÃo EUroPEIa), joSÉ DUarTE (PrESIDEnTE Da CaBo VErDE InVESTIMEnToS), lEonESa ForTES (MInISTra Do TUrISMo, InVESTIMEnToS E DESEnVolVIMEnTo EMPrESarIal), DIonÍSIo BarUM (DIrETor DE VEnDaS ÁFrICa Da TaP), lÍGIa FonSECa (PrIMEIra-DaMa) E Yara DoS SanToS (aSSESSora GaB. PrESIDÊnCIa)

B727, em 13 de setembro de 1967.Depois do Sal, a TaP inaugurou mais três ligações regulares diretas para Cabo Ver-de: Cidade da Praia (28/10/2007), São Vi-cente (1/7/2011) e Boa Vista (29/10/2013). opera atualmente com 18 frequências se-manais para estes quatro destinos. ¢

“Há 50 anos iniciámos a operação com um voo triangular, hoje temos 18 voos por semana para quatro destinos em Cabo Verde”joÃo InGlÊS, rEPrESEnTanTE Da TaP EM CaBo VErDE

14_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

A Manutenção e Engenharia (M&E) substituiu as duas rIB18 dos mastros de um a330-200 da

Brussels airlines, no âmbito de uma gran-de inspeção realizada no mês passado em lisboa. Foi a primeira vez que a TaP reali-zou esta operação, considerada de enorme exigência e rigor. “a rIB18 é uma ferragem muito importan-te porque é um dos dois pontos de ligação do mastro à asa, suportando cargas verti-cais associadas às mais de oito toneladas do conjunto mastro-reator”, sublinha joão Martins, engenheiro de estruturas da En-genharia e Qualidade da M&E.“Este trabalho não estava inicialmente planeado, mas, no decorrer da inspeção à zona da ligação posterior dos mastros às asas, verificou-se a existência de corrosão fora de limites em ambas as rIB18” – diz.a intervenção consistiu na remoção das duas rIB18 e instalação de novas, fabrica-das num material mais resistente à corro-são (aço inoxidável), com recurso a ferra-mentas especiais de alinhamento.A RIB18 é fixada ao mastro com dezenas de parafusos. Foi necessário alinhar as rIBs novas na posição exata das rIBs removidas (tolerância de 0.010mm) para posteriormen-te copiar a furação, o que exigiu grande rigor.Como o material utilizado no fabrico das rIB18 tem uma elevada dureza, o trabalho de furação foi efetuado com brocas fabri-cadas para o efeito, utilizando uma rotação muito lenta. Só este procedimento envolveu

m&E substitui rIb18 dos mastros pela primeira vezAs rIb18 fazem a ligação do mastro à asa do avião, suportando cargas verticais associadas às mais de oito toneladas do conjunto mastro-reator. A substituição destas ferragens é um trabalho de enorme exigência técnica.

PoSICIonaMEnTo Da FErraMEnTa DE alInHaMEnTo anTES Da rEMoÇÃo Da rIB18 DanIFICaDa

_manutenção e engenharia

jornalTAP 117 outubro/novembro 2014_15

manutenção e engenharia_

dois dias de trabalho contínuo.“a operação foi desenvolvida 24 sobre 24 horas, na medida em que a inspeção a esta aeronave se encontrava numa fase críti-ca. apesar de ter sido a primeira vez que

se levou a cabo a substituição das rIB18, a operação correu de forma fluida, tendo para isso contribuído a elevada experiência e capacidade dos técnicos de estruturas envolvidos”, esclarece joão Martins. ¢

rIB18 noVa na PoSIÇÃo FInal aPÓS CÓPIa Da FUraÇÃo

João martins: “Apesar de ter sido a primeira vez que se

levou a cabo a substituição das rIb18, a operação

correu de forma fluida, tendo para isso contribuído

a elevada experiência e capacidade dos técnicos

de estruturas envolvidos”

16_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

_manutenção e engenharia

A TaP M&E participou no Mro Europe 2014, que teve lugar em outubro em Madrid. além de um stand na área de exposições (na foto), a companhia teve dois

oradores no ciclo de conferências: Carlos ruivo, diretor de Marketing e Vendas, interveio no painel ‘The Business of Mro in Europe’; e Fernando Ferreira Matos, responsável da área de Tecnologias de Informação, discursou no painel ‘Integrating Solutions accurately & Effectively’.¢

mrO Europe 2014

A equipa da área de Vendas de Mo-tores (Marketing e Vendas) da TaP M&E esteve representada

por Sofia Salvador na zona de exposições da cimeira sobre Engenharia e Mro da américa latina e Caraíbas, realizada em outubro no Panamá. no ciclo de conferên-cias do evento, o debate sobre recruta-mento, treino e retenção de profissionais deste setor foi moderado por Valter Fer-nandes, vice-presidente de operações da M&E Brasil.¢

Cimeira de Engenharia e mrO da América Latina e Caraíbas

ValTEr FErnanDES

Conferência europeia sobre manutenção e engenharia

m iguel Martins, responsável da área de Vendas de Motores da TaP M&E, foi orador na confe-rência sobre manutenção e engenharia na Eu-

ropa Central, do leste e do Sul, que decorreu em Belgra-do, em 29 e 30 de outubro. ¢

jornalTAP 117 outubro/novembro 2014_17

NATO reconhece TAP m&E como centro de reparação qualificado

roY BrUnnInG (lÍDEr DE ESQUaDrÃo Da naTo) EnTrEGa DIPloMa a CarloS rUIVo (DIrETor DE

MarKETInG E VEnDaS Da TaP M&E)

u ma delega-ção da naTo, acompanhada

pela IaMCo (Internacio-nal aerospace Mana-gement Company) - or-ganização que gere as operações de manuten-ção das frotas da naTo – visitou a TaP, no início de novembro, e entregou à companhia um diploma de reconhecimento da sua unidade

de manutenção “como centro de reparação qualificado”.Esta delegação visitou as instalações da M&E, nomeadamente a área de Componentes, onde puderam ver o primeiro conjunto de trens E-3 da frota B707 aWaCS naTo

já inspecionados e reparados no âmbito do contrato assinado em setembro de 2013. ¢

mário Araújo eleito presidente do TOC da AEA

m ário araújo, diretor de Engenharia da TaP M&E, foi eleito presidente do ToC (Comité Técnico e de operações) da aEa (associação Europeia de Companhias aéreas). Este comité é

uma plataforma de alto nível no tratamento de questões relacionadas com a segurança e operações. ¢

‘Atitude Segura’

N o âmbito da campanha ‘atitude Segura’ em curso na TaP M&E, foi divulgado em outubro mais um boletim informativo com alguns conselhos para a

adoção de uma postura correta na movimentação manual de cargas. ¢

18_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

Conheça o Portal Safety

“ Com a implementação do Safe-ty Management System (SMS) na TaP, surgiu a necessidade de co-

municação inerente ao próprio sistema. nasceu assim o Portal Safety, disponibi-lizado a todos os trabalhadores do uni-verso TaP com login TaPnET”, explica a equipa de Safety Promotion & regulation (Direção de Safety Management), res-ponsável pela gestão do portal.o portal tem como principais objetivos facilitar o reporte de ocorrências, permi-tindo o preenchimento e submissão onli-ne dos vários formulários disponíveis. além disso, possibilita a consulta de in-formação útil e relevante sobre a temáti-

O portal visa facilitar o reporte de ocorrências com possível impacto na segurança da operação da TAP e permitir a consulta de informação útil e relevante.

O que é o Portal Safety?É o sítio de referência da Direção de Sa-fety Management (DSM) no Campus TaP e foi desenvolvido para facilitar o reporte voluntário de ocorrências e o acesso fácil a informação útil sobre Safety.

A quem se dirige?a todos os trabalhadores do grupo TaP com acesso à rede TaPnET.

ca de Safety, através do acesso rápido a uma biblioteca organizada e actualizada. links úteis, notícias, apresentações em seminários, regulamentação do setor, manuais, revistas e relatórios IaTa são alguns dos conteúdos que poderão ser pesquisados.“Essencialmente, pretende-se um portal dinâmico que comunique, promova e di-vulgue políticas, objetivos, ideias, metas, conceitos, indicadores e tudo o mais que consolide e incentive uma cultura Safety”. o portal é gerido e mantido com o apoio do Ta-SI e Megasis.Visite o Portal Safety em: http://campus--ta.tap.pt/safety/pt/Pages/Home.aspx. ¢

Qual a missão do portal?Incrementar a cultura de Safety da TaP ao facilitar o processo de reporte de ocorrências fundamental para um SMS eficaz e para a melhoria contínua da Sa-fety e, ao mesmo tempo, disseminar in-formação atualizada sobre o universo da Safety a todos os trabalhadores.

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Quais as funcionalidades?o portal permite aos seus utilizadores…• Preencher e submeter online reportes

voluntários de ocorrências;• Contribuir ativamente para a melhoria

global da Safety Performance da TaP;• Acompanhar o status do reporte sub-

metido;• Pesquisar e consultar informação de

Safety;• Imprimir conteúdos.

O que pode consultar?Informação sobre a missão da DSM e respetivas áreas, assim como os conteú-dos da biblioteca.

Que conteúdos disponibiliza a biblioteca?

• Boletins de Safety

• newsletters

• Revistas da especialidade

• Regulamentação em vigor

• Relatórios

• Manuais

• Apresentações em conferências

• Vídeos

Como navegar no portal?o acesso faz-se através da rede TaP (TaPnET).Caso seja necessária autenticação, o uti-lizador deverá introduzir as credenciais de e-mail.

Se necessitar de algum tipo de assistência relativamente à utilização do portal, pode contactar a equipa de Safety Promotion & regulation pelo e-mail [email protected]

AgorA reportAr é mAis fácil!

O reporte voluntário de ocorrências constitui um processo fundamental no Safety Management System, na medida em que permite capturar informação de todos os trabalhadores sobre potenciais fragilidades operacionais.Toda a informação recolhida é posteriormente analisada com vista à identificação e prevenção de perigos potenciais, para uma gestão eficaz do risco.

o que esperamos de um reporte de ocorrências?

• A comunicação de um erro ou violação;

• Uma descrição, de forma precisa, da situação que o leva a reportar (algo que viu, que aconteceu, que pensa poder vir a acontecer, etc.);

• Uma informação sobre o potencial impacto da ocorrência reportada;

• Uma opinião/sugestão de como se poderá prevenir/solucionar a ocorrência reportada.

tenhA em mente que… se não reportAr, não Aconteceu!

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20_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

_saúde

Epidemia do ébola controlada mas TAP mantém-se alerta

O atual surto do vírus ébola já terá infetado mais de 15 mil pessoas, das quais cerca de 5.500 morre-

ram, não se tendo registado nenhum caso em Portugal até ao momento. Este é o maior surto de sempre ocorrido desde a sua identificação em 1976.a situação é preocupante, mas está con-trolada. a informação tem sido crucial para evitar alarmismos injustificados. Para se considerar que uma pessoa é um caso suspeito de ébola é preciso estarem reunidos, em simultâneo, três critérios: fe-bre alta e outros sintomas - como dor de cabeça, diarreia, vómitos e fraqueza – e es-tada nos últimos 21 dias num país afetado pelo surto de doença. Mesmo assim, os casos suspeitos têm de ser confirmados pela autoridade de saú-de local (Direção geral de Saúde no caso de Portugal), após exames a realizar num hospital.

Por outro lado, o tempo de incubação é de dois a 21 dias (tempo que medeia entre contrair a doença e começarem a surgir os sintomas) e uma pessoa só pode transmi-tir o vírus quando apresenta sintomas.além disso, o vírus não se transmite pela água, alimentos, ar e insetos, pelo que não há risco de se apanhar ébola no contacto social com outras pessoas. Com efeito, a doença só é transmitida por contacto di-reto com fluidos ou secreções corporais (sangue, vómito, fezes, saliva ou sémen) de pessoas infetadas, mortas ou vivas.Estas são algumas mensagens básicas que a Direção geral de Saúde (DgS) tem divul-gado no âmbito da prevenção da doença. Pretende-se, desta forma, evitar alarmis-mos injustificados porque, como afirmou o diretor geral da saúde, Francisco george, “apesar de haver risco, constata-se uma carga de ansiedade, na Europa e nos EUa, que não é amiga da razão”.

Não há destinos TAP afetados pelo vírus ébola e a epidemia parece estar controlada, mas a companhia mantém-se alerta. A unidade de Cuidados de Saúde (uCS) continua a acompanhar a situação.

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saúde_

TaP PrEParaDaÉ também desta maneira que a Unidade de Cuidados de Saúde (UCS) da TaP tem lida-do com a situação.“no grupo TaP, as pessoas estão a enca-rar este surto com normalidade. Pode ter havido algum receio inicial, mas a partir do momento em que estão informadas so-bre o risco, transmissão e procedimentos ficam atentas mas não alarmadas” – afir-ma a médica Margarida lima, diretora de

Os médicos margarida Lima e rui Pombal garantem que a TAP está totalmente preparada para os riscos do ébola e que acompanha a evolução da doença a nível internacional

Saúde, Higiene e Segurança do Trabalho da UCS.“o que gera mais ansiedade é não haver informação ou esta ser contraditória”, su-blinha o médico rui Pombal, diretor do Centro de Medicina aeronáutica e do Ser-viço de Clínica geral da UCS.Desde abril que a UCS acompanha o proble-ma. Promoveu reuniões com diversas áre-as da companhia, elaborou procedimentos específicos para setores que podem entrar

recomenDAÇÕes pArA pessoAl De Voo

algum doente infetado não é um caso suspeito” – refere Rui Pombal.Em caso de suspeita, o tripulante comunica-o ao seu supervisor que, por seu turno, informa o comandante. Este informa o aeroporto de chegada, pois é à autoridade sanitária local que compete confirmar a suspeita.Face a um caso suspeito, a pessoa deve ser afastada dos demais passageiros e apoiada por um tripulante, que deverá usar o kit de precaução universal disponível em todos os aviões (bata, máscara, óculos, luvas…).

Naturalmente, o pessoal de voo é um dos grupos da TAP potencialmente mais exposto. “A atuação dos tripulantes enquadra-se no âmbito dos procedimentos definidos no caso de suspeita de um passageiro com uma doença infetocontagioso grave”, diz Margarida Lima.No caso do ébola, há uma pergunta adicional que têm de fazer: Onde esteve o passageiro nos últimos 21 dias?“Este é o ponto essencial porque se o passageiro não esteve em nenhum dos países afetados ou não contactou com

22_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

_saúde

Ébola é o nome comum dado à doença rara mas de elevada mortalidade causada pela infeção por vírus ébola. Não existe, ainda hoje, tratamento específico para a doença, nem vacinas comercialmente disponíveis.O nome deste vírus vem do rio Ébola, no Norte do Zaire (hoje República Democrática do Congo). Foi identificado pela primeira vez em 1976, na proximidade daquele rio. O ‘paciente zero’ foi o diretor de uma escola que morreu 13 dias após o diagnóstico.O atual surto afeta a Serra Leoa, a Guiné-Conacri e a Libéria. A Nigéria também foi afetada, mas está livre do vírus neste momento. Existem alguns casos importados para os EUA e Europa que não formaram cadeias de transmissão.Tudo indica que os morcegos da fruta serão o reservatório natural do vírus e que os primatas podem ser infetados através da ingestão de frutos contaminados pela saliva desses morcegos.

CONHEÇA O ÉbOLASíNTESE DE DOCumENTO PubLICADO Em www.EbOLA.DGS.PT, CrIADO PELA DIrEÇãO GErAL DE SAúDE.

QUaIS SÃo oS SInToMaS?Febre e outros sintomas, como náuseas, vómitos, diarreia, hemorragias, tonturas, mal-estar e dores no corpo, que podem demorar entre 2 e 21 dias a manifestar-se. apenas com o início dos sintomas há risco de contágio.

CoMo SE TranSMITE a DoEnÇa?Através de contacto com fluidos ou secre-ções corporais (sangue, vómitos, fezes, sa-liva ou sémen) de doentes ou cadáveres; superfícies, roupas e objetos contamina-dos com fluidos de doentes; animais por-tadores de doença e ingestão da carne dos mesmos.

CoMo nÃo SE TranSMITE?Um doente infetado não transmite a doen-ça até apresentar sintomas. não é trans-mitido pelo ar, água ou, em geral, pelos alimentos, nem por mosquitos e outros insetos.

o QUE FaZEr SE aCHa QUE ESTÁ InFE-TaDo?Se regressou há menos de 21 dias de um dos países afetados pelo surto (guiné-Co-nacri, libéria e Serra leoa) e tiver um ou

em contacto com casos suspeitos (Voo, Handling e Manutenção) e divulga periodi-camente atualizações da informação.neste sentido, a UCS mantém uma intera-ção regular com as organizações de refe-rência a nível nacional e internacional, na

área da Saúde - DgS, organização Mundial de Saúde (oMS) e o norte-americano Cen-ter for Disease Control (CDC) – e da avia-ção, como a IaTa e a ICao. Integra mesmo grupos de trabalho de algumas destas ins-tituições. ¢

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saúde_

Ébolao que precisa de saber...

É uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido ao Homem por animais da África centro-ocidental, como morcegos, antílopes ou primatas. Tem havido surtos da doença identi�cados naquela parte do mundo desde os anos setenta.

… é o TEMPO DE INCUBAÇÃO, ou seja, o tempo que medeia entre contrair a doença e começarem a surgir sintomas. Durante esta fase, a doença não é contagiosa – não pode ser transmitida.

CASO SUSPEITO DE ÉBOLA...

Dor decabeça

Diarreia Vómitos Fraqueza

2 a 21 dias...

GUINÉ-CONACRY

SERRALEOA

LIBÉRIA

FEBRE ALTA OUTROS SINTOMAS COMO ESTADIA+ + ... ou proveniência nos últimos 21 dias num país/região afetado pelo surto de doença.

… NECESSÁRIOS 3 CRITÉRIOS EM SIMULTÂNEO :

COMO SE TRANSMITE...

… por contacto direto com sangue, saliva, sémen, vómito, fezes, urina, ou

objetos contaminados (agulhas, lençóis ou roupas sujas, etc.) com �uidos orgânicos de uma pessoa doente.

PODE-SE APANHAR ÉBOLA...

… através da boca, olhos, nariz, genitais, ou de feridas na pele.

O VÍRUS PENETRANO ORGANISMO …

...coabitar com ou prestar tratamento médico a um doente.

SITUAÇÕES DERISCO SIGNIFICATIVO SÃO…

NÃO SE TRANSMITE...

… partilhar o espaço ou ter contacto social com outras pessoas, incluindo no trabalho,

meios de transporte, aeroportos, hotéis.

NÃO CONSTITUI RISCO PARA APANHAR ÉBOLA…

… através da água, alimentos, ar ou vetores (como moscas e mosquitos).

NÃO SE APANHA A DOENÇA…

PREV

ENÇÃ

O ÁGUA E SABÃO,E DETERGENTESCOMUNS……destroem o vírus de Ébola.

ECDC, OUT. 2014

PAÍSES ATUALMENTE AFETADOS PELO SURTO

Pode evoluir para falência de vários órgãos ehemorragias graves, tendo uma mortalidade elevada.

vários dos sintomas descritos, não se des-loque e evite o contacto com outros. ligue imediatamente para a linha Saúde 24 (808 24 24 24), descreva os seus sintomas e in-forme de que país regressou.

CoMo É FEITo o DIaGnÓSTICo?os sintomas iniciais são comuns a várias outras doenças, pelo que é ne-cessário aliar os critérios epidemiológicos (ter es-tado há menos de 21 dias numa área com atividade do vírus ébola ou em con-tacto com pessoas doen-tes) aos critérios clínicos (sintomas).

VoU VIajar Para UM PaÍS aFETaDo PEla Do-EnÇa. o QUE DEVo Fa-ZEr?Desaconselham-se as viagens não indispensá-veis aos países afetados. Em caso de viagem in-dispensável tome os se-guintes cuidados: não contacte com doentes ou cadáveres infetados com ébola, objetos ou super-fícies contaminados, ani-mais vivos ou mortos; cozinhe bem todos os alimentos; lave as mãos regularmente, utilizando sabão ou antisséticos.

E no rEGrESSo DE UM PaÍS aFETaDo?Se apresentar sintomas durante a viagem, informe a tripulação imediatamente. Se os sintomas se manifestarem no aeroporto, alerte de imediato um funcionário. após o regresso, vigie o seu estado de saúde du-rante 21 dias. ¢

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_apontamemtos

Insólito…

A foto mostra uma jangada exibindo as cores da TAP no mar de Fortale-za e foi captada pelo comandante Jorge Loureiro a partir de um hotel desta cidade. uma prova de que a nossa marca navega bem no coração

dos brasileiros…

Victoria alarga parceriacom o Lifecooler

O Victoria da TaP alargou a parceria com o lifecooler,

o portal de turismo e la-zer mais visitado em Por-tugal. assim, os clientes do programa de fidelização da companhia podem agora trocar entre oito e 25 mil mi-lhas, num lote de cerca de 40 ofertas, por uma série de produtos e serviços (hotéis, restaurantes, saúde, bem-estar e outras experiências), além de continuarem a be-neficiar de descontos exclusivos até 90%.

as ofertas lifecooler são diversificadas e renovadas com regularidade, poden-do as novidades e descon-tos em vigor ser consulta-dos em http://tapvictoria.

lifecooler.com/descontosdodia.aspx.Esta parceria regista já uma assinalável adesão. Durante o primeiro mês da cam-panha, mais de 150 clientes Victoria usa-ram as ofertas lifecooler com milhas, num total superior a dois milhões de milhas re-dimidas. ¢

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o outro lado de..._

A fotografia, surgida na primeira metade do século XIX, veio revo-

lucionar as artes visuais. ge-rou então forte polémica entre os pintores, que não admitiam o reconhecimento da fotografia como arte.No final da década de 1980, en-tra-se numa nova etapa. a fo-tografia digital dá os primeiros passos e ganha rapidamente adeptos, originando nova con-trovérsia, agora entre os pro-fissionais de fotografia. De um lado, os acérrimos defen-sores do analógico, no campo

Há cada vez mais pessoas a fotografar com iPhone. Cabe dentro do bolso e, assim, está sempre à mão quando surge aquele momento especial que queremos registar. mas, para um número crescente de entusiastas, o potencial deste dispositivo já ultrapassou o campo da fotografia, transformando-se num objeto de criação artística. Emanuel Faria, chefe de cabina da TAP, ocupa um lugar de destaque na iPhoneography nacional e internacional.

Emanuel Faria: “Passei a ter a possibilidade de fotografar, editar e partilhar tudo muito rapidamente com o mesmo objeto, um telemóvel”

Emanuel Faria: Arte com iPhone

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_o outro lado de...

oposto os que acreditam nas virtuosidades do digital. Atual- mente, esta discussão já não faz sentido. A fotografia digital conquistou o mundo. Mais recentemente, com a ge-neralização do uso de smart--phones, em particular do iPhone, dá-se uma nova revo-lução no mundo da imagem, da fotografia e da arte, com o surgimento da iPhoneography.“Há muitos fotógrafos profis-sionais que se estão a render ao iPhone enquanto objeto capaz de captar imagens com qualidade”, revela Emanuel Faria, chefe de cabina da TAP.Emanuel Faria descobriu a iPhoneography há uns anos. “No início era um hobby, agora é uma coisa mais séria. Come-cei a fazer umas brincadeiras com aplicações muito básicas e alguém me desafiou a fazer uma exposição em 2009.”Impôs-se em Portugal e rapida-mente ultrapassou fronteiras, vendo os seus trabalhos reco-nhecidos a nível internacional.Já expôs individualmente no nosso País (exposições FRAC-TALIS, 2009, e LOGOS EIDOS, 2013) e participa regularmente em mostras coletivas fora de Portugal: Nova Iorque, Toronto, Melbourne, Vermont, Califórnia, Praga, Verona, Kansas City…Conquistou vários prémios em concursos internacionais, integra júris de concursos, promove workshops, é artista fundador do primeiro museu do mundo dedicado exclusi-

vamente à arte móvel - NEM - New Era Museum (http://neweramuseum.org) - e em-baixador em Lisboa do grupo EyeEm, uma rede de parti-lha de fotografias fundada em Berlim.

IPHONE ART“Há 26 anos que viajo pelo mundo e gravo imagens desse mundo na minha memória e em algumas fotografias que ia fazendo, mas a minha forma-ção artística e estética [é licen-ciado em Arquitetura de Inte-riores] levou-me, mais tarde, a descobrir outras formas de captar e expressar estas ima-gens” – diz Emanuel Faria.“De repente, passei a ter a pos-sibilidade de fotografar, editar e partilhar tudo muito rapida-mente com o mesmo objeto, um telemóvel. Quem gosta de arte encontra no iPhone a pos-sibilidade de conseguir uma plástica e uma estética que permite facilmente transmitir ideias, construir coisas.”“Para trabalhar uma imagem, coloco-a numa aplicação e vou, de alguma forma, encenando, mediando e criando os diver-sos objetos. A mesma imagem chega a passar por nove apli-cações de edição diferentes até atingir o resultado final que pretendo.”É por isso que a iPhoneography é vista como uma arte que ul-trapassa a fotografia. Aliás, reconhece Emanuel Faria, “a maior parte dos iPhone Artists

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o outro lado de..._

não vem do mundo da fotogra-fia e sim de outras áreas artís-ticas, pessoas que encontra-ram aqui uma outra forma de se exprimirem”.

ENORMES VANTAGENSQuem faz fotografia tradicional precisa de vários equipamen-tos: câmara, lentes, flashes, um computador para editar e ligação à internet para publi-car, etc.“Eu consigo fazer tudo isso com o meu iPhone, ou seja, fotografo, edito e publico na hora e com qualidade. E em qualquer lugar, aproveitando os tempos mortos que todos temos.”Para Emanuel Faria, fotogra-far com iPhone “apresenta

ainda uma vantagem adicio-nal, que é a discrição, funda-mental na tradição da street photography (fotografia de rua), que consiste na captação de momentos naturais, inter-pretando a vida à nossa volta e desafiando a nossa percepção do mundo”.“Uma máquina apontada para a cara das pessoas é de al-guma forma agressiva e, por outro lado, quando peço a al-guém para lhe tirar uma foto, essa pessoa perde a sua pos-tura natural.”Embora a maior parte das pes-soas use a aplicação residente do iPhone, simples, há apli-cações que mimetizam prati-camente todas as funções de uma câmara fotográfica.

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No que respeita à edição, as aplicações para iPhone são, na maioria, gratuitas e têm gran-des potencialidades. Conse-guem trabalhar as imagens quase ao nível do Photoshop. Não há uma que o faça na glo-balidade, mas uma série delas que até acrescentam mais--valias.

QUER SER UM IPHONE ARTIST?“É fácil tornar-se num iPhone Artist. Não é preciso conhecer todas as técnicas de fotogra-fia e dominar completamente a máquina para se fotografar com iPhone. O mais impor-tante é a capacidade de olhar e de criar. Podemos ser exce-lentes técnicos, mas fazermos imagens sem conteúdo.”Não é necessário começar com os recursos e as técnicas mais avançadas utilizadas por este trabalhador da TAP. “Con-segue-se criar facilmente

_o outro lado de...

coisas novas a partir de uma fotografia simples” – assegu-ra Emanuel Faria.“Recomendo uma boa aplica-ção para fotografar - Came-ra+ (http://campl.us) - e outra para editar – Snapseed - além de uma aplicação de filtros – ScratchCam (http://www.scratchcam.com). Há muitas disponíveis, simples e gratui-tas ou de muito baixo custo.”Um tripé também pode ser uma boa opção para quem gosta de SlowShutter (deixa o que está em movimento com rasto), técnica fotográfica a que Emanuel Faria diz recor-rer com frequência.Sugerimos uma visita ao site de Emanuel Faria (http://www.artwithaniphone.com) e, se quiser evoluir mais rapi-damente, a participação num dos workshops que ele orga-niza regularmente.Descubra o iPhone Artist que há dentro de si. Aventure-se! ¢

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_desporto

Clube TAP organizou 29º edição do Aviation Trophy Volleyball

P ortugal recebeu a 29ª edição do torneio internacional de voleibol aviation Trophy, que envolveu 36

equipas em representação de 16 compa-nhias de 10 países. o Clube TaP organi-zou a competição, que reuniu cerca de 300 atletas, uma das maiores participações de sempre.“Foi tudo espetacular, mais uma vez elevámos o nome da TaP ao mais alto nível na orga-nização deste tipo de eventos para a grande família da avia-ção”, afirmou, com evidente satisfação, nuno Manuel, do Clube TAP, no final do torneio.Mas não foi uma tarefa fá-cil, como adianta nuno Ma-nuel: “Estão aqui 10 países representados, muita cabe-ça diferente, muita realidade

diferente. agradar a todos eles não foi fácil, mas penso que conseguimos estar à altura do lema da TaP, que é receber todos de bra-ços bem abertos.”Com efeito, o sucesso da iniciativa ficou bem claro nas palavras de vários atletas. Para joey Wood (Qantas), “o torneio está a

ser fantástico, a hospitalidade do pessoal da TaP também”. audrey (air France) concorda com o seu colega da Qantas e agradece: “obrigada TaP por-que a organização é espeta-cular”.“É talvez o décimo torneio em que participo, mas este está a ser excelente em todos os sentidos, incluindo a localiza-ção que é simplesmente in-crível”, disse aziz, atleta que representou a Emirates.

“Conseguimos estar à altura do lema da TAP, que é receber

todos de braços bem abertos”

nUno ManUEl

“Obrigada TAP porque a organização é espetacular”

aUDrEY

Clube TAP organizou 29º edição do Aviation Trophy Volleyball

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“QUErEM ToDoS MUDar-SE Para lISBoa”o torneio, com equipas mistas, teve lugar em Carcavelos (Cascais) no início de outu-bro, e foi disputado em duas vertentes, vo-leibol de praia e em pavilhão.a competição arrancou com a modalidade de praia, ganho pela equipa da gol que ven-ceu na final os representantes da Emirates. Seguiu-se o torneio de voleibol em pavi-lhão. Na final, defrontaram-se a Air France e a Emirates, que eliminou a equipa TaP 2 nas meias-finais e que acabou por se sa-grar campeã.Segundo joão Mendes, da organização do torneio, “a TaP participou com três equipas de todas as áreas da companhia: pessoal de voo, manutenção e administrativos”.nenhuma das equipas da TaP subiu ao pó-dio, mas as exibições convenceram. E afi-nal, como destacou joey Woods (Qantas), “a competição foi dura, perdemos alguns jogos, mas o que interessa é a diversão”.Mostrar Portugal ao mundo da aviação também foi um objetivo atingido com su-cesso. “Está toda a gente a adorar, estão fascinados, querem todos mudar-se para lisboa” – assegurou Patrícia nunes, atleta de uma das equipas da TaP.“Fomos muito bem recebidos pelos nossos amigos portugueses. É um prazer imenso estar em Portugal”, realçou Maria amélia (gol). ¢

EQUIPa TaP 1

“O torneio está a ser fantástico, a hospitalidade do

pessoal da TAP também”joEY WooDS

EQUIPa TaP 2 (alGUnS aTlETaS)

EQUIPa TaP 3

“Fomos muito bem recebidos pelos nossos amigos portugueses. É um prazer imenso estar em Portugal”

MarIa aMÉlIa

desporto_

32_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

_memórias

Comandante Amado da Cunha: 34 anos ao serviço da TAP

T inha apenas nove anos de idade quando fez o batismo de voo. Foi o pai (Manuel amado da Cunha, que

terá sido o primeiro piloto comercial em Portugal, ao serviço dos SaP - Serviços aé-reos Portugueses) quem o levou num pas-seio a bordo de um monomotor junkers F-13. Descolaram de alverca e sobrevoa-ram lisboa e arredores.Em 1939, com 18 anos, “comecei a esvoaçar no aero Club de Braga”, registou Francisco amado da Cunha num dos seus documen-tos. Foi aí que tirou o primeiro brevet de pi-loto, num Piper Cub de “pau e trapo”, como então os aviadores chamavam às primeiras aeronaves, muito simples, por terem uma estrutura de madeira, coberta de tela.regressa a lisboa e faz a licenciatura em administração Colonial (1941-1945) na Es-cola Superior Colonial, atual Instituto Su-perior de Ciências Sociais e Políticas, e, ao

mesmo tempo, o curso de Oficiais Pilotos Milicianos na Força aérea.“Em 1947, ia a descer a avenida da liberdade e encontrei um amigo que me falou de uma nova companhia aérea que estava a desen-volver-se, a TaP” – escreveu. Inscreveu-se

na BaSE aÉrEa nº 1

Francisco Amado da Cunha foi admitido na TAP em 1947. Pilotou todos os aviões, desde o DC3 Dakota ao b747-200 (Jumbo). morreu em agosto de 2014, em Lisboa, com 93 anos.

1939 (18 anoS)

1944 (23 anoS)

1973 (52 anoS)

2011 (90 anoS)

jornalTAP 117 outubro/novembro 2014_33

memórias_

no Secretariado da aeronáutica Civil e foi admitido na TaP como piloto estagiário, em maio deste ano, onde frequenta o segundo curso de pilotos. o primeiro voo, como alu-no piloto, aconteceria em outubro.Francisco amado da Cunha pilotou todos os aviões da TaP até ao Boeing 747-200 (jumbo). Começou a voar no DC3 Dakota. Foi largado como comandante em 1959, em DC4 Skymaster. Chefiou as secções de Mo-vimento (1962), de Controlo (1965) e de Ca-ravelle (1966) e ainda a divisão B747 (1975).

“nUnCa ParTI UM ParaFUSo”“a dose certa de atrevimento, a juventude, alguma inconsciência, mas também a sa-bedoria e a convicção da capacidade para se resolver os problemas, impediram que alguma vez tivesse tido medo de voar”, su-blinha.apesar de vários sustos na sua longa car-reira, afirma: “Graças a Deus nunca parti um parafuso em toda a minha vida de piloto! Tive muita sorte!”Quando Francisco amado da Cunha decidiu ser piloto, a mãe dizia-lhe muitas vezes: “o teu pai transformou o meu coração no ta-manho de uma noz com os sustos que te-nho apanhado e tu segues pelo mesmo ca-

minho.”a mãe perguntava-lhe com frequência: “Quando é que deixas de voar?”. ao que amado da Cunha respondia: “oh mãe, isto é a minha vida! Voarei enquanto puder e me deixarem!”E deixaram-no voar até 1981, quando, diz amado da Cunha, “por força de uma lei es-túpida” que estabeleceu “o limite de idade aos 60 anos, para pilotagem de aviões de transportes públicos, tivemos que forçosa-mente terminar a carreira”.amado da Cunha efetuou o último voo em 7 de maio de 1981 (TP311), nova Iorque/lisboa, no B747 com matrícula CS-TjB (ver caixa ‘relatório do último voo’ na pág. 35). aVIaÇÃo “MUITo roMÂnTICa”o comandante tem “boas recordações de to-das as fases da carreira”. a aviação é “uma atividade muito romântica. Poder voar mis-turado com o azul do céu e do mar e com o verde das montanhas é único.”“nos aviões todos, que pilotei, percorri vá-rios países e continentes. além de Portugal e ilhas adjacentes, voei em médio e longo curso em quase toda a Europa ocidental, Ilhas Canárias, África, norte, Centro e Sul (desertos e florestas!), Brasil, Argentina, Canadá, Estados Unidos da américa, etc.”

alUno PIloTo naVEGaDor no DC3 DaKoTa (1947)

alGUnS PIloToS naVEGaDorES Do 2º CUrSo Da TaP (1947): CÂnCIo, rEIS, raTo, BrÁS DE olIVEIra, aMaDo Da CUnHa,

SÉrGIo Da SIlVa E SIlVa PErEIra

34_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

_memórias

Francisco amado da Cunha voou 18.733 ho-ras como piloto, 1.230 horas como navega-dor e 720 horas em simuladores. Fez 5.228 aterragens de dia, 538 de noite, 385 por ins-trumentos real e 300 por instrumentos si-mulados (em linha).Um dos acontecimentos vividos com maior emoção por amado da Cunha ocorreu em 1967, quando transportou o Papa Paulo VI na primeira visita papal ao nosso País. a tripulação viria a ser conde-corada com a ordem de S. Silvestre Papa.

E o MElHor aVIÃo É…“Se me perguntarem qual foi o tipo de avião que mais prazer e segu-rança me deu, em pilotagens (de dia, de noite, com bom tempo, com mau tempo), não sei que responder, pois em todos ficou o meu coração, por nunca me terem conduzido a desastres ou manobras perigosas.”“Desde o pequenino e frágil Pi-per Cub de 40 HP do aero Clube de Braga, que perdoava tudo e até quase voava sozinho (!), até ao

nUM DC4 EM 1958

enorme e poderoso, honestíssimo, jumbo Boeing 747 todos eu gostaria, outra vez, que voássemos juntos!”“Que dizer do pachorrento e fidelíssimo Douglas DC3 Dakota…”“Todos estes aviões que mencionei, e que obedeceram, prontamente, ao meu manda-to, me ensinaram e cooperaram nos meus passos no ar!” ¢

aMaDo Da CUnHa, MarIa Do SoCorro PIÇarra E joSÉ olIVEIra roSa CoM o PaPa PaUlo VI EM CaSTEl GanDolFo (1970)

VISITa ao lInK TraInEr no MUSEU Da TaP (2009) onDE CoMEÇoU aS aUlaS DE Voo SEM VISIBIlIDaDE EM 1947

jornalTAP 117 outubro/novembro 2014_35

memórias_

relAtÓrio Do Último Voo

“Este é o meu último relatório de voo ao fim de trinta e quatro anos consecutivos em serviço de linha na TAP. Foi uma bela aventura técnica, uma grande experiência humana.Recordo com saudade e respeito os numerosos colegas de terra e ar que comigo conviveram e já desapareceram.A todos os chefes de serviços de todos os departamentos da TAP, e a todos os colegas que em terra ou no ar comigo conviveram, trabalharam, me auxiliaram e ensinaram, os meus

agradecimentos e amizade.(…)Aos colegas e amigos mais novos, que ainda vão ficar, o meu respeito e votos de que cheguem à idade da reforma tão dignificados e felizes como eu me sinto hoje.”

“Os meus passos no ar“

DAKOTA: 1947-1958

Início dos voos, em 1947, em Douglas DC3 Dakota (na TAP), bimotor,

como copiloto navegador, com 533 horas de voo feitas anteriormente. Em

1953, ascende ao comando. Faz o último voo em 1958.

SKYMASTER: 1956-1960

Início dos voos em Douglas DC4 Skymaster, quadrimotor, como copiloto, em 1956.

Assume o comando em 1959 e termina os voos em 1960.

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_memórias

SUPER CONSTELLATION: 1957-1962

Início dos voos, em 1957, em Super Constellation L1049,

como copiloto (e navegador), sendo depois promovido a

comando. Voou este avião até 1962.

CARAVELLLE: 1963-1967

Faz o primeiro curso de aviões a jato – Caravelle VI-R.

É comandante deste avião entre 1962 e 1967. Chefiou a

Divisão de Caravelle a partir de 1966.

BOEING 727-100/200: 1967-1968

Começa a voar (e no comando) do Boeing 727-100/200

em 1967, “terminando em 1968 (com muita pena

minha…!)”.

BOEING 707/200: 1968-1971

“Em 1968, por necessidades dos Serviços de Voo (Divisão

de Operações de Voo) inicio o curso de comando de Boeing

707, o primeiro quadrimotor de jato na TAP, situação

que mantive até 1971, altura em que sou nomeado para o

curso de Boeing 747.”

BOEING 747-200: 1971-1981

“De 1971 a 1981 voei em comando no maravilhoso

Boeing 747-200, Jumbo”.

Amado da Cunha chefiou a Divisão B747 a partir de

1975.

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ACONTECEu Em novembro

1962

1º VOO LISbOA/LONDrESA TAP realizou o voo inaugural Lisboa/Londres em 1 de novembro de 1962, no Caravelle com matrícula CS--TCA. Teve a duração de 2h19 e a tripulação foi consti-tuída por sete elementos “capitaneados” pelo coman-dante marcelino. O voo de regresso (no Caravelle com matrícula CS-TCb) efetuou-se no dia 3 (na foto).

1988INíCIO DOS VOOS PArA NICE, ESTuGArDA E ESTOCOLmOEm 1 de novembro de 1988, a TAP deu início às ligações Lisboa/Nice/Estugarda e Lisboa/Estocolmo.

ErrÁmOS…na edição anterior, no artigo sobre a recuperação do DC-3, escreveu-se: “Só mais tarde recebe os que foram registados como TDa e TDB.” Deve ler-se: “o CS-TDa, no verão de 1945, efetuou uma série de voos experimentais lisboa/Espinho. Este foi, na verdade, o primeiro avião dos Transportes aéreos Portugueses, mais de um ano antes do início das operações regulares, em setembro de 1946.”no mesmo artigo, escreveu-se: “Iniciou as operações regula-res há 69 anos com apenas dois bimotores Dakota DC-3, que tinham capacidade para oito passageiros.” Deve ler-se: “Capa-cidade para 21 passageiros.”ainda na passada edição, na efeméride ‘Início do phase-out da frota A310’, escreveu-se: “A despedida oficial do primeiro avião (CS-TEH)… aconteceu durante…” Deve ler-se: “a festa de despedida da operação na TaP foi realizada no Museu do ar, Sintra, tendo o CS-TEH sobrevoado a Ba1 em 25 de maio de 2008, integrada no festival aeronostalgia 2008.” a foto do avião da TaP publicada na página 28 da última edição do jornal é da autoria de FlYIngPHoToS.

19901º VOO LISbOA/mArSELHAA TAP realizou o primeiro voo Lisboa/marselha em 3 de novembro de 1990.

38_outubro/novembro 2014 jornalTaP 117

wOrLD TrAVEL mArKET GLObAL AwArDSA TAP foi distinguida na edição de 2007 dos world Travel market Global Awards. O prémio foi entregue em Londres, em 12 de novembro.

2007

muSEu TAP

realizou-se em 22 de novembro, no Museu

do ar, em Sintra, mais uma palestra

DaKoTa TalK sobre o avião DC3, intitulada

‘Instrumentação e navegação de Bordo do

DC3’

CONTINuE A ACOmPANHAr OS TrAbALHOS

DE rESTAurO DO DC3 DA TAP Em www.

vintageaeroclub.org.

O museu do Ar teve

14.214 VISITANTES

entre janeiro e outubro deste ano.